Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO – Campus Uberlândia. CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AGRONÔMICA LUCAS SUDÁRIO DA SILVA DIAGNÓSTICO DA ATIVIDADE LEITEIRA EM PROPRIEDADES LOCALIZADAS NO MUNICÍPIO DE ARAGUARI UBERLÂNDIA, MG 2021 LUCAS SUDÁRIO DA SILVA Diagnóstico da Atividade Leiteira em Propriedades Localizadas no Município de Araguari Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia, como requisito parcial para a conclusão do curso de Engenharia Agronômica. Orientadora: Profa. Dra. Simone Melo Vieira UBERLÂNDIA, MG 2021 S586d Silva, Lucas Sudário da. Diagnóstico da atividade leiteira em propriedades localizada no município de Araguari. / , Lucas Sudário da Silva. – 2021. 32 f. : il.; 33 cm. Orientadora: Dra. Simone Mela Vieira. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia, Faculdade de Agronomia, Engenharia Agronômica, 2021. 1. Diagnóstico. 2. Propriedade rural. 3. Leite. I. Título. CDD: 633.15 Ficha catalográfica elaborada pelo Departamento de Catalogação da Biblioteca do IFTM - Campus Uberlândia Bibliotecário: Alairson José da Silva / CRB6/2808 TERMO DE APROVAÇÃO LUCAS SUDÁRIO DA SILVA Diagnóstico da Atividade Leiteira em Propriedades Localizadas no Município de Araguari Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia, como requisito parcial para a conclusão do curso de Engenharia Agronômica. Orientadora: Profa. Dra. Simone Melo Vieira Aprovado em 20 de setembro de 2021. Prof. Dr. Simone Melo Viera (Prof. Orientador) Prof. Dr. Cristiane Amorim Fonseca Alvarenga Prof. Dr. Leticia Viera Castejon UBERLÂNDIA, MG 2021 AGRADECIMENTO Primeiramente gostaria de agradecer a Deus. Agradeço a minha orientadora Simone Melo Vieira por aceitar conduzir o meu trabalho de pesquisa. A todos os meus professores do curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal do Triângulo Mineiro pela excelência da qualidade técnica de cada um. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 10 2.1. Pecuária leiteira ........................................................................................................... 10 2.2 Perfil dos produtores .................................................................................................... 11 2.3 Características do sistema de produção de leite ........................................................ 13 3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 16 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 17 4.1. Perfil das propriedades leiteiras ................................................................................ 17 4.2 Características do sistema de produção ..................................................................... 22 4.3 Principais dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite em estudo ............... 28 5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 30 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 31 RESUMO: A produção de leite na região do triângulo mineiro se destaca como uma importante atividade econômica que possui diferentes características. O presente trabalho buscou levantar, por meio de um questionário eletrônico, o perfil das propriedades e dos produtores que se dedicam à atividade leiteira no entorno da cidade de Araguari, Minas Gerais. Para levantamento dos dados foi elaborado um questionário no Google Forms abordando aspectos relacionados ao perfil socioeconômico dos produtores de leite, às características das propriedades e as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores. O questionário foi aplicado para 21 produtores rurais filiados ao sindicato rural. Os resultados demonstraram que as propriedades possuem outras atividades agropecuárias não sendo totalmente dependentes da receita gerada pela atividade leiteira; possuem áreas territoriais entre 20 e 50 hectares; demandam mão-obra-familiar se preocupam com a capacitação para melhoria dos resultados da propriedade. A pesquisa oportunizou conhecer as características de propriedades leiteiras correspondendo a uma importante fonte de dados que pode servir como diretriz para definição de estratégias que fomentem o desenvolvimento da bovinocultura leiteira e para prestadores de serviços como agrônomos e zootecnistas. PALAVRAS-CHAVE: diagnóstico, propriedade rural, leite. ABSTRACT Milk production in the Minas triangle region stands out as an important economic activity that has different characteristics. The present work sought to raise, through an electronic questionnaire, the profile of properties and producers who are dedicated to the dairy activity in the surroundings of the city of Araguari, Minas Gerais. To collect the data, a questionnaire was created on Google Forms addressing aspects related to the socioeconomic profile of dairy farmers, the characteristics of the properties and the main difficulties faced by the producers. The questionnaire was applied to 21 rural producers affiliated to the rural union. The results showed that the properties have other agricultural activities and are not totally dependent on the income generated by the dairy activity; have territorial areas between 20 and 50 hectares; they demand family labor and are concerned with training to improve the results of the property. The research provided an opportunity to know the characteristics of dairy properties, corresponding to an important source of data that can serve as a guideline for defining strategies that encourage the development of dairy cattle and for service providers such as agronomists and zootechnicians. KEYWORDS: Diagnosis, farms property, milk. 8 1. INTRODUÇÃO A produção brasileira e mineira de leite proporciona geração de renda para centenas de produtores rurais por corresponder a um alimento consumido amplamente pela população devido ao seu levado valor nutritivo. A produção de leite brasileira é destinada, primordialmente, ao consumo interno e a demanda pelo produto é crescente, apesar de, o consumo de leite no Brasil, ainda ser menor que a quantidade recomendada pela organização mundial da saúde que é de 200 litros ao ano por habitante, cerca de 0,575 litros por dia (OMS, 2014). A pecuária leiteira é uma atividade que possui potencial de rentabilidade e é praticada em todas as regiões do Brasil, não somente por grandes pecuaristas, mas também por pequenos proprietários de terras que têm na pecuária leiteira sua principal fonte de renda. Segundo dados do SEBRAE (2013), a produção de leite está dispersa por todo o território nacional e é caracterizada pela grande heterogeneidade no que diz respeito ao tamanho das propriedades, ao tipo de produtor, rebanho e as tecnologias de produção adotadas, ou seja, ao processo produtivo. A produção de leite no Brasil se dá por meio de diferentes sistemasprodutivos que vão desde o mais simples ao mais tecnificado em áreas territoriais de diferentes tamanhos e de grande diversidade climática. Na grande maioria dos sistemas produtivos leiteiros, a produção é sazonal, existindo uma época do ano na qual a produção cai até 60%. Entre os sistemas de maior produtividade leiteira no Brasil, segundo as características dos 100 maiores produtores de leite, destaca-se o confinamento total com 50% de abrangência, seguido do semiconfinamento que é adotado por 33% dos produtores. O restante, 17%, corresponde a sistemas baseados em pastagens (MILKPOINT, 2010). O estado de Minas Gerais é o maior produtor de leite do país ocupando esse destaque desde os primórdios da história brasileira. A atividade leiteira é praticada em quase todos os municípios mineiros, entretanto, algumas regiões se destacam em relação a outras. Duas regiões mineiras são consideradas como sendo as maiores produtoras: o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba (SEAPA, 2018). Especificamente no município de Araguari, MG, a pecuária leiteira tem fomentado o comércio e gerado empregos diretos e indiretos. Atualmente o município possui 21 produtores de leite cadastrados junto ao sindicato rural. O rebanho leiteiro predominante é composto por animais da raça Girolando, Gir. Leiteiro, Holandês e Jersey, sendo o sistema de produção 9 adotado pela maioria das propriedades leiteiras é o a pasto. (SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE ARAGUARI, 2019). Tendo em vista a importância da pecuária leiteira para a economia do município, a pesquisa teve como objetivo realizar um diagnóstico, por meio de um questionário eletrônico, que aplicado junto aos proprietários rurais das propriedades leiteiras. O questionário utilizado na pesquisa foi estruturado conforme Souza (2010) e aplicado no mês de novembro e dezembro de 2020 para vinte e um produtores de leite associados ao Sindicado dos Produtores Rurais do município de Araguari, MG. O objetivo da pesquisa foi realizar um diagnóstico visando conhecer a realidade das atividades rurais leiteiras e o perfil dos proprietários, no tocante a: perfil socioeconômico dos produtores de leite, às características das propriedades e às principais dificuldades enfrentadas por estes produtores. O questionário foi aplicado de forma virtual para todos os filiados do Sindicato Rural de Araguari. Por meio da pesquisa constatou-se a realidade produtiva e operacional de propriedades rurais leiteiras localizadas, nas regiões leste e oeste popularmente conhecidas como Bom Jardim, Campo Novo, Amanhece e Água Clara, no município de Araguari, que tiveram condições de utilizar a ferramenta computacional para participarem da pesquisa. As informações obtidas por meio proporcionaram um conhecimento que podem servir como diretrizes para estratégias que fomentem o desenvolvimento da bovinocultura leiteira e também poderão ser utilizados para os profissionais da área agronômica que pretendem atuar na área. A integração produtor rural e assistência técnica se faz necessária para busca de mecanismos que visam à superação das dificuldades no desempenho da atividade. 10 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Pecuária leiteira O leite é um dos principais produtos do segmento da pecuária cujo crescimento vem ocorrendo gradativamente durante décadas. Segundo dados da EMBRAPA de 1990 a 2019 a produção nacional apresentou um crescimento de 139%. O Brasil com um rebanho leiteiro de 23 milhões de cabeças, no ranck mundial, fica somente atrás do rebanho indiano, destacando- se como o quarto maior produtor de leite do mundo (ANUÁRIO LEITE 2019). Dados estatísticos mostram que as regiões de maior produção no Brasil correspondem à região Sul e Sudeste, com participações 34,2% e 33,9%, respectivamente (IBGE, 2019). Entre os estados produtores de leite da região sudeste, Minas Gerais é o maior produtor. A produtividade do rebanho mineiro conta com a predominância de pequenos, médios e grandes produtores de leite. Segundo dados da EMBRAPA dos 10 maiores produtores de leite do Brasil 4 estão localizados no estado de Minas Gerais. Atualmente, 35% da produção de leite do Brasil destinam-se exclusivamente à fabricação industrial de queijo. Minas Gerais é o principal estado produtor, com 25% da produção total do país. Ao todo, a atividade movimentou cerca de R$ 23 bilhões em 2019. O levantamento da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) mostra que, no ano passado, foram inseminadas 1.946.276 vacas de leite. Minas Gerais liderou esse quesito, com 565.434 fêmeas (29% do total). Na sequência, vieram Rio Grande do Sul (14,4%), Paraná (13,7%), Santa Catarina (11%) e Goiás (7%). (ANUÁRIO DE LEITE 2019) Estudo desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais registrou um aumento na produção de leite de 55% no estado que saiu de 6 bilhões de litros/ano (o equivalente a 29,2% do total nacional) para 9,3 bilhões de litros/ano, mas sua participação na produção nacional caiu para 27,1% no ano de 2019. (IBGE, 2019). A maior variação em vacas ordenhadas durante o ano de 2019 ocorreu no estado de Minas Gerais (3.136.748 cabeças), seguida pela região do Goiás (1.885.951 cabeças), Paraná (1.305.319 cabeças) e Rio Grande do Sul (1.183.152 cabeças) (IBGE, 2019). Entre os dez maiores municípios produtores do país, sete encontram-se em Minas Gerais: Patos de Minas, Patrocínio, Coromandel, Pompeu, Prata, Lagoa Formosa e Unaí (SENAR 2015). Há de se enfatizar a diferença entre volume produzido e produtividade. A produtividade está relacionada à eficiência produtiva por animal e sob esse aspecto, os indicadores são desfavoráveis, pois em média, uma vaca brasileira produz por dia em torno de 11 quatro litros de leite, 7,5 vezes menos do que uma vaca nos Estados Unidos e 20% da produção de uma vaca Francesa (SEBRAE, 2010). Araguari é uma cidade privilegiada, importante município do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, possui uma área de 2.729 Km², sendo 97 km de área urbana e 2.632 km de área rural, ocupa o 18º maior economia do Estado de Minas Gerais, com população de 116.871 mil habitantes, está posicionada em local estratégico no eixo São Paulo – Brasília, e interligada a todo o território nacional por meio de rodovias duplicadas e ferrovias. A cidade é posicionada no ranking dos municípios Brasileiros (PIB) - Produto Interno Bruto, acima de vários municípios com população superior. Colocação garantida através da sua produção, que chegam, em média, 600.000 sacas/ano (com 90% de suas lavouras irrigadas) produzindo um dos cafés de melhor qualidade do Brasil e do mundo, tanto no tipo, quanto no sabor, são 20.000 hectares com 42 milhões de covas, além de extensas áreas com lavouras de soja, laranja, milho, arroz, tomate, feijão, maracujá, acerola e uva que são colhidas e processadas pela indústria local, possui base sólida na pecuária, com um rebanho misto de 150 mil cabeças de gado. (ASCOM 2019) Atualmente possui cerca de 21 produtores de leite cadastrados junto ao sindicato rural. O rebanho leiteiro predominante é composto por animais da raça Girolando, Gir. Leiteiro, Holandês e Jersey, e o sistema de produção adotado pela maioria das propriedades leiteira é o a pasto (SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE ARAGUARI, 2019). 2.2 Perfil dos produtores A produção leiteira nacional conta com grande diversidade estrutural. Aspectos ligados às características que diferenciam cada propriedade leiteira dizem respeito à alimentação do rebanho e qualidade do leite (CORRÊA et. al, 2010; SOUZA et al, 2009). A elevada diversidade socioeconômica, cultural e climática das variadas regiões ao longo do território brasileiro produtoras de leite tem requerido estudos regionais para definição de estratégias de desenvolvimento local para a minimização do grande contraste entre o perfil dos produtoresde leite no Brasil. Na atividade leiteira em um extremo estão os produtores de pequeno porte que permanecem à margem da tecnologia disponível para o segmento, mas por representarem a maioria em termos quantitativo do número de propriedades, são priorizados por políticas públicas. Esses produtores vivem da renda gerada pela atividade leiteira, em grande parte, compondo o que se denomina agricultura familiar. Em outro extremo estão os produtores 12 especializados que investem em tecnologia, obtêm ganhos de escala e produzem com melhor qualidade, recebendo por esse diferencial, melhor remuneração pelo produto. Dados estatísticos indicam que, em 77% das propriedades consideradas de agricultura familiar, a atividade pecuária está presente. Isso confirma o aspecto social dos projetos que envolvem o setor (IBGE, 2017). Entretanto, apresenta baixa capacidade de gerenciar adequadamente a atividade não computando custos e desperdícios que lhes comprometem a receita outros fatores como baixo investimento financeiro e não adoção de tecnologia (MOREIRA FILHO, 2004). Em muitas situações, se todos os custos fossem computados o valor recebido não seria suficiente para cobrir os custos totais, desestimulando a produção. Muitas vezes, por falta de opção, esses produtores vão se mantendo na atividade, aumentando a oferta de leite e proporcionando o crescimento da produção, ainda que, sob uma remuneração não compatível com a realidade e acarretando no empobrecimento gradual do produtor (SEBRAE, 2013). Costa (2012) destaca que é de conhecimento que a atividade leiteira exige muito, sendo caracterizado por um trabalho que demanda tempo e esforço físico que normalmente começa de madrugada e não requer períodos de descanso. Sábados, domingos, feriados são dias em que o cidadão que trabalha com outras atividades goza de folga, entretanto, para os que se dedicam à produção de leite são dias de trabalho como qualquer outro. Como já foi mencionado, os produtores de leite no Brasil dividem-se entre dois grupos distintos: poucos produtores especializados, porém com alta produtividade, e grande quantidade de pequenos produtores, pouco ou nada especializados, que produzem pequeno volume diário, de leite com baixa qualidade. O segundo grupo, no entanto, corresponde a uma grande parcela dos produtores de leite no país (MILINSKI et al., 2008). Segundo Fernandes e Lima (1991), é necessário conhecer o perfil dos produtores de leite para definição de subsídios capaz de possibilitar acesso a informações e tecnologias. Especificamente na região de Araguari, à medida que as exigências normativas visando a melhoria da qualidade do leite foram sendo implementadas, muitos pequenos produtores deixaram a atividade leiteira ou tiveram de diversificar suas atividades para buscar outras fontes de renda. Essa pluralidade vem garantido a sobrevivência e permanência dos pequenos produtores no campo. Com a diversificação de atividades implantadas nas propriedades, além da atividade principal, envolvendo o somatório de forças de trabalho de toda a família. Segundo Santos e Cândida (2005), Araguari também passou por essa transformação que iniciou por volta do ano 2000 quando a Instrução Normativa 51 do Ministério da Agricultura (MAPA) foi instituída. De acordo com os dados do Sindicato dos Produtores Rurais (2019) grande parte dos produtores de leite no município de Araguari são especializados, com uma produtividade média 13 considerada alta. O município de Araguari conta com apoio da Secretaria Municipal de Agricultura para oferecer cursos específicos e auxilio técnico gratuito para qualificar e melhorar as condições de trabalho destes produtores. O grau de instrução dos produtores que dirigem os estabelecimentos é um importante fator para adoção de tecnologias, gestão eficiente das propriedades e aumento de renda, por isso, a capacitação se faz necessária (EMBRAPA 2017). 2.3 Características do sistema de produção de leite O sistema de produção a pasto, predominante em todas as regiões brasileiras, apresenta certa sazonalidade. Em determinada época do ano a produção de leite aumenta e, em outra, ocorre uma queda na produção devido aos fatores climáticos naturais que ocorrem em todo o Brasil. Essas épocas correspondem à temporada de chuvas e de estiagem (FARIA, 2000; BACARJI et al., 2007). Por outro lado, os sistemas de produção intensivos, cuja alimentação ministrada ao rebanho leiteiro mantém-se constante ao longo do ano, essa sazonalidade na produção inexiste, pois, a intensidade dos sistemas de produção é contínua não havendo alteração significativa na alimentação do animal leiteiro. Grande parte das propriedades pequenas e de baixo nível de tecnificação e conhecimento por parte das pessoas que se dedicam à atividade incorre em baixa produtividade. A produtividade é o resultado da divisão da produção física, obtida em um determinado período de tempo, por um dos fatores empregados na atividade produtiva. Genericamente, o termo produtividade refere-se à relação produto-insumo de um dado processo de transformação (TORESAN, 1998). Aproximadamente de 83% dos produtores de leite brasileiros entregam até 300 litros por dia por meio de um sistema de produção extensivo, no qual, o extrativismo domina, isto é, quando se tem chuvas há produção de leite; quando não, o volume chega a cair até 60%. Além disso, os índices reprodutivos e produtivos são extremamente afetados pelo período seco do ano, devido aos produtores não reservarem alimentos para enfrentar a estiagem (FARIA, 2000; BACARJI et al., 2007). Apesar da baixa produtividade ainda ser dominante nos sistemas de produção de leite no Brasil, a atividade apresenta grande potencial. Ações envolvendo o melhoramento genético do rebanho leiteiro, a melhoria da qualidade e disponibilidade da alimentação animal, além da capacitação e acompanhamento técnico junto ao produtor pode reverter esse quadro. Pesquisas relacionadas a definição do perfil da produção leiteira brasileira demonstram que as aplicações de conhecimento tecnológico em fazendas leiteiras do Brasil têm alterado gradativamente o cenário e potencializado a produtividade leiteira. Tem se 14 constatado que pequenas propriedades familiares podem se tornar viáveis economicamente com o emprego de técnicas intensivas de produção de leite podendo gerar benefícios econômicos e sociais ao país. A eficiência da pecuária com base na adoção tecnologias pode proporcionar aumento de produtividade e, em consequência, diluir os custos fixos. Empresas rurais mais tecnificadas possuem índices de produtividade muito superiores à média nacional tradicional e extrativista. Entretanto, há uma escala mínima, a partir da qual a tecnologia se torna viável (RANGEL et al., 2010). No Brasil, a atividade pecuária gera 6,8 milhões de empregos diretos e indiretos (8,3% dos postos de trabalho totais), sendo de participação significativa no produto interno bruto (PIB). O destaque econômico dessa atividade se deve principalmente por ter nas pastagens extensivas a principal fonte alimentar do rebanho bovino, apresentando um dos menores custos de produção de carne no mundo, estimado em 60% e 50% dos custos da Austrália e Estados Unidos, respectivamente. Por esse mesmo motivo, a degradação das pastagens tem sido um grande problema para o setor, causando prejuízos econômicos e ambientais. (FERRAZ E FELÍCIO, 2010) O processo de degradação de pastagens é um fenômeno complexo que envolve causas e efeitos (consequências) que levam à gradativa diminuição da capacidade de suporte da pastagem. O bioma Cerrado, com 203,4 milhões de hectares, que representa aproximadamente 24% do território nacional e responde por 55% da produção de carne do País, boa parte dos cerca de 53 milhões de hectares com pastagens cultivadas apresentam algum processo de degradação. Assim, a base da modernizaçãodos sistemas de produção praticados no País deverá ser o aumento da eficiência produtiva através da reutilização das áreas que atualmente se encontram abandonadas ou subutilizadas. A recuperação de pastagens degradadas terá papel decisivo nesse processo de modernização, tornando possível o aumento da produção sem promover a expansão das áreas de pastagem via desmatamento. Esse potencial de aumento de produtividade vem sendo constatado nos últimos anos, o ritmo de crescimento do rebanho bovino vem superando o aumento das áreas de pastagem (plantadas e naturais) do País. Nesse caso, o autor cita que as razões para o aumento de produtividade são várias, com destaque para a maior disponibilidade de tecnologia para o melhoramento das pastagens e a grande influência das pressões ambientais e de mercado que estimulam o uso de tecnologia na formação e no manejo das pastagens. (DIAS FILHO 2014) Produtores de Minas Gerais adotaram meios de formação de pastagem implementando espécies de forrageiras eficazes para a produção de leite. O método mais usado, especialmente 15 para áreas extensivas, é a pastagem com as espécies forrageiras: Brachiarias sp ( B.decumbens – capim-decumbens e B.brizantha cv marandu – capim-marandu), panicuns sp (capim- colonião, capim-green panic, capim-sempre verde, capi-makueni, capim-tobiatã, capim- mombaça, capim-tanzânia, capim-massai), o Andropógon gayanus e o capim-asectária (EMBRAPA, 2010). A rotação das pastagens e o controle da carga animal têm sido uma forma de manejo eficiente para aumento de produtividade, e, consequentemente para evitar a degradação das pastagens. A rotação de piquetes, permite, às plantas de se recuperarem após o pastejo, se desenvolvem com o período de descanso, aumentando a oferta de forragem. Além disso, é ofertado pasto de melhor qualidade, com maior percentagem de folhas. O Período de descanso está relacionado à A manutenção de cobertura vegetal remanescente após o pastejo, permitindo a planta realizar fotossíntese, e se restabelecer. Este fato também, protege o solo contra o ressecamento excessivo e evita erosão por ocasião das chuvas mais intensas (EMBRAPA,2010). O milho, o sorgo e o capim-elefante são as principais forrageiras usadas para ensilagem, sendo o milho a mais comum e de maior valor nutritivo dentre essas. Devido à sua menor digestibilidade, a silagem de sorgo tem apresentado 70 a 90% do valor nutritivo da silagem de milho. Recentemente, o capim- tanzânia e capim-mombaça e o girassol passaram a ser empregados na confecção de silagem. A silagem de capim-elefante, capim-mombaça e capim-tanzânia é, qualitativamente, inferior à do milho e do sorgo, enquanto a de girassol apresenta valor intermediário (CÂNDIDO E FURTADO, 2020), porém de difícil cultivo. 16 3. METODOLOGIA A pesquisa de natureza descritiva e abordagem qualitativa utilizou método indutivo para chegar a conclusões (RODRIGUES, 2007). Fatos foram levantados, sem a interferência do pesquisador, e registrados, analisados e classificados. As propriedades rurais leiteiras, cujos proprietários se dispuseram a responder o questionário de forma virtual estão localizadas na região leste e oeste do entorno de Araguari denominadas popularmente como: Bom Jardim, Campo Novo, Amanhece e Água Clara. Inicialmente, realizou-se coleta de dados por meio de pesquisa bibliográfica para levantamento dos aspectos que poderiam levar à caracterização da atividade leiteira na região. De acordo com Moresi (2003) a pesquisa bibliográfica é sistematizada e desenvolvida com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. O questionário foi estruturado conforme Souza (2010) utilizando recursos do Google Formulários. As questões do questionário foram divididas em três abordagens: perfil socioeconômico dos pequenos produtores de leite, características das propriedades, principais dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite em estudo. Os questionários foram aplicados virtualmente no mês de novembro e dezembro de 2020 junto a 21 produtores de leite associados ao Sindicado dos Produtores Rurais do município de Araguari, MG. As respostas foram compiladas para configuração de um diagnóstico da atividade leiteira em regiões próximas a Araguari. 17 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Todos os produtores participantes da pesquisa responsáveis pela produção de leite são vinculados com o Sindicato Rural de Araguari. As respostas que caracterizaram as 100% das propriedades sindicalizadas foram apresentadas por meio de gráficos e discutidas. 4.1. Perfil das propriedades leiteiras A produção de leite no Brasil encontra-se concentrada em determinadas regiões de estados e municípios, sendo caracterizada por propriedades rurais com diferentes dimensões territoriais. A produtividade é variável em função do nível de tecnologia e do tamanho das propriedades rurais leiteiras O Gráfico 1 apresenta o tamanho das propriedades que se dedicam à bovinocultura no em torno de Araguari. Gráfico 1: Tamanho das propriedades Fonte: Próprio autor (2020) A produção de leite está dispersa por todo o território nacional e é caracterizada pela grande heterogeneidade no que diz respeito ao tamanho das propriedades, ao tipo de produtor, rebanho e as tecnologias de produção adotadas, ou seja, ao processo produtivo. Existem produtores especializados, que investem em tecnologia, obtêm ganhos de escala e produzem com melhor qualidade, recebendo melhor remuneração pelo produto. Em outro extremo, estão os produtores de pequeno porte que permanecem à margem desse processo, mas representam um volume significativo de produção a ponto de serem priorizados em políticas públicas. Esses produtores vivem da renda gerada pela atividade leiteira, em grande parte compondo o que se denomina agricultura familiar. O leite é uma boa alternativa quando se pensa em um 18 agricultor familiar, uma vez que pode ser explorado em pequenas áreas, apresenta baixo risco comercial e tecnológico, o fluxo de caixa mensal é atraente, com características de assalariamento, e há emprego de mão-de-obra familiar, representando uma forma interessante de ocupação e renda para a população rural (SEBRAE, 2013). A distribuição espacial dos municípios mineiros que se dedicam à atividade leiteira concentra-se na região centro-sul do estado, sobretudo na mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (PEROBELLI et al., 2018). De acordo com os autores propriedades entre 21 e 50 ha são consideradas médias e correspondem à grande maioria das propriedades que se dedicam à bovinocultura leiteira. O Gráfico 2 apresenta o local de moradia dos produtores pesquisados. Esse dado corresponde a um fator diferencial que afeta a gestão da propriedade por ser uma atividade que demanda atenção e dedicação. Gráfico 2: Local onde residem os produtores Fonte: Próprio Autor (2020) De acordo com Rocha Júnior et al. (2014), a grande maioria dos entrevistados (92,7%) no Rio Grande do Sul reside na própria propriedade rural. Da mesma forma, a presente pesquisa constatou que a maioria dos produtores entrevistados também reside na propriedade rural. Constatou-se que 47,6% dos produtores residem na própria propriedade e 28,6% consideram residir em outros locais, demonstrando a dependência que a atividade bovina tem de mão de obra e dedicação para que os resultados possam ser favoráveis economicamente. Atividades diversificadas de grande parte das propriedades rurais pesquisadas também justificam os resultados da pesquisa, pois, requerem esforços compartilhados. 19 Levantamento realizado em relação ao quantitativo de pessoas que residem na propriedade (Gráfico 3), constatou que, na maioria das propriedades (57,1%),residem entre 3 e 4 pessoas, o equivalente a uma família (do proprietário ou funcionário). Dentre os entrevistados tinham em média 1 filho, desses 0,50 eram homens e 0,50 mulheres. 30% dos filhos homens trabalham na produção de leite, e 15% das mulheres ocupam-se desse trabalho. Gráfico 3: Quantidade de pessoas que residem na Propriedade Rural Fonte: Próprio Autor (2020) O levantamento do perfil dos produtores de Araguari/MG demonstrou que a maioria dos produtores entrevistados possuía uma faixa etária entre vinte e trinta anos de idade, sendo considerados jovens produtores. Com base em Castro (2017) que expressa a nomenclatura “jovem rural” em sua abordagem, as reflexões relacionadas à faixa etária dos produtores rurais estariam relacionadas à hierarquia paterna, crises e mudanças da realidade rural, entre outros. Esses e outros fatores devem compor a construção das relações sociais e das decisões entre ficar no campo e sair dele. Os dados referentes à caracterização da faixa etária dos produtores que fizeram parte da presente pesquisa foram apresentados no Gráfico 4. A maioria dos produtores entrevistados corresponde a um público mais jovem que interagem com mais facilidade com as novas ferramentas que possibilitam a comunicação e a busca de informação. A participação de todos os produtores filiados ao sindicato pode ser interpretada também em relação à ferramenta utilizada para pesquisa e a faixa etária. Geralmente as pessoas que possuem mais idade não estão acostumadas a operar as ferramentas computacionais, mantendo a tradição de anotações manuscritas. O ambiente virtual é utilizado por produtores que encontram mais qualificados e já possuem a conscientização que 20 o ambiente computacional pode oferecer facilidades em relação à troca de informações, tratamento e registro de dados. Gráfico 4: Faixa etária dos produtores de leite de Araguari/MG Fonte: Próprio autor (2020) Em relação ao nível de escolaridade dos produtores pesquisados, constou-se que possuem, em sua maioria, um nível de escolaridade que varia entre aqueles que jamais foram a escola até os possuidores de diploma de ensino superior. Os resultados em relação a esse quesito foram apresentados no Gráfico 5. Observou-se relativa variação no nível de escolaridade dos entrevistados, entretanto, observou-se o acesso e participação na pesquisa de produtores que possuem apenas o primeiro grau, mas se encontram fazendo uso de ferramentas computacionais, demonstrando ser possível a capacitação permanente e superação de limitações em relação à formação básica educacional. De acordo com os resultados, 30 % dos entrevistados que possui nível superior completo, 70% são engenheiros agrônomos responsáveis por todo o processo de produção de leite. Esses produtores se destacam como fomentadores da participação em treinamentos e eventos voltados para a bovinocultura leiteira e atuam também dando apoio e orientação aos demais produtores. Os valores observados para o nível de escolaridade divergiram com os resultados do estudo realizado por Barros & Melo (2015), ao encontrarem que 54,6% dos 141 produtores de leite estudados possuíam o 1º Grau de escolaridade este estudo. Borsanelli et al. (2014) quando avaliaram fatores socioeconômicos de 171 produtores de leite (escolaridade, volume de produção diária e tempo na atividade) de 96 municípios de 21 São Paulo, observaram que a maioria dos produtores (40,4%) possuíam escolaridade fundamental. Gráfico 5: Nível de escolaridade dos produtores de leite de Araguari/MG Fonte: Próprio Autor (2020) O gráfico 6 apresenta os dados referentes à participação dos entrevistados (produtores) em treinamentos voltados para bovinocultura leiteira. Gráfico 6: Nível de participação em treinamentos sobre Bovinocultura Leiteira Fonte: Próprio Autor (2020) Notou-se que a maioria, 66,7% participa de treinamentos voltados para a atividade. No meio rural a participação em eventos que visam a capacitação e a disseminação de informações técnicas tem representado um importante alicerce ao homem do campo representado pelo interesse pela busca, identificação, interpretação e aplicação de informações técnicas para auxiliar nos processos produtivos e de decisão nos negócios. Dentre os entrevistados oito se encontram na faixa etária de 20 a 30 anos (38,1%), sendo os que mais procuram se capacitar para melhorar sua produção. 22 A partir de 1950, dentro do histórico da evolução da agropecuária brasileira, houve o início da sistematização e da divulgação de propostas voltadas à extensão rural que foi definido como um processo de ação educacional para a promoção de mudanças no comportamento das pessoas em relação aos seus conhecimentos, atitudes, hábitos e habilidades (GRAZIANO, 2000 apud CUNHA, 2012). 4.2 Características do sistema de produção O sistema de produção de leite envolve características relacionadas ao manejo reprodutivo, nutricional e sanitário dos animais. Outra característica que diferencia as propriedades rurais corresponde ao sistema de ordenha utilizado. O Gráfico 7 apresenta os tipos de ordenha praticados nas propriedades pesquisadas. Gráfico 7: Tipo de Ordenha utilizada Fonte: Próprio Autor (2020) Os resultados demonstraram que a ordenha mecanizada é o processo dominante nas propriedades pesquisadas (57,1%), tendo um total de 12 produtores enquanto 9 utilizam o sistema de ordenha manual. Contudo, o quantitativo entre as duas modalidades de ordenha não varia de forma muito significativa. Os avanços tecnológicos melhoram a vida do homem no campo e o sistema de ordenha está incluído nesse contexto. O produtor de leite pode optar tanto pelo uso do sistema mecânico como pelo manual. Não existe diferença na constituição do leite ordenhado manualmente ou mecanicamente, porém, ambos são afetados diretamente pelas condições higiênicas envolvidas nos processos. A escolha pelo melhor tipo de sistema deve ser baseado nos dados da propriedade tais como: infraestrutura da propriedade, número de animais, 23 número de colaboradores e produtividade animal (kg/dia de leite), custos operacionais e investimentos totais a serem realizados. Dos 21 produtores entrevistados 3 realizam quatro ordenas ao dia, 7 realizam três ordenhas por dia, 10 realizam duas ordenhas ao dia e 1 realiza uma ordenha por dia. Esses dados podem ser confirmados por meio do Gráfico 8. Segundo dados do Blog Rehagro (2014) um maior número de ordenhas, apesar de benéfico à saúde da glândula mamária, exige mais do animal e requer um bom manejo nutricional. Consequentemente, o gasto com alimentação é um fator importante a ser considerado na decisão quanto ao número de ordenha a ser implementado. Deve-se levar em consideração a infraestrutura do local de ordenha, o quantitativo e a qualificação da mão de obra, do maior gasto com materiais de ordenha, com energia elétrica, com manutenção de máquinas, a forma de pagamento do leite, entre outros. Todos esses pontos são de grande importância na decisão de aumentar ou diminuir o número de ordenhas para proporcionar um bom desempenho financeiro para a propriedade. Gráfico 8: Número de ordenhas diárias Fonte: Próprio Autor (2020) Segundo Lopes et al. (2007) o tipo de mão de obra da propriedade rural afeta o resultado econômico da bovinocultura e pode ser estratificado em: mão de obra: familiar (exclusivamente familiar, com contratação de mão de obra esporádica para trabalhos eventuais), mista (participação de mão de obra familiar e contratada durante todo o período) e contratada (mão de obra exclusivamente contratada). A pesquisa realizada caracterizou o tipo de mão de obra das propriedades rurais e esse resultado está expresso no Gráfico 9. 24 Gráfico 9: Tipo de serviço prestado Fonte: Próprioautor (2020) A bovinocultura de leite é uma das atividades mais importantes da agropecuária brasileira e de extrema importância para o desenvolvimento econômico nacional. Essa atividade caracteriza-se por agricultores familiares que representam 74% da mão de obra empregada. Grande parte dos produtores de leite do Brasil produz menos de 50 litros de leite por dia, o que é pouco; e desses, a maioria faz uso da mão de obra familiar (REIS, 2017). De acordo com os resultados a mão de obra familiar é predominante, sendo, 38,1% composta por prestadores de serviço com vínculo familiar e 33,3% executada pelo próprio proprietário e seus familiares. O Gráfico 10 apresenta os percentuais de ocupação das atividades nas propriedades pesquisadas. Gráfico 10: Atividades rentáveis nas fazendas entrevistadas Fonte: Próprio Autor (2020) Conforme apurado, as propriedades dos entrevistados têm em média uma área total de 30,24 hectares onde 13,60 hectares (45%) são dedicados ao trabalho com a pecuária leiteira. As atividades complementares mais exploradas na maioria das propriedades pesquisadas são: 25 olericultura (8%), lavoura de soja (33%), lavoura de café (17%). Em outras propriedades diversificadas explora-se a lavoura de cana de açúcar, venda de frutas e queijos (25%) e pecuária leiteira (17%). Assim como na pesquisa realizada pelo SEBRAE (2013), constatou-se que alguns dos produtores de leite trabalham em outro segmento rural, diversificando a produção visando a otimização da sua renda mensal. Os produtores diversificados trabalham com pecuária leiteira, lavouras, produção de queijo, hortas entre outros. Essa diversificação dos produtores corresponde a uma estratégia inteligente considerando-se que o leite é um produto sazonal, que em determinada época do ano, a produção cai drasticamente. Dessa forma, tendo a propriedade outras fontes de renda, o produtor consegue se manter e ter recursos financeiros durante o ano todo. Em estudos realizados por Martins et al. (2011) que teve como objetivo de elaborar um estudo sobre a importância da diversificação da pequena propriedade rural, os autores constataram que a diversificação da pequena propriedade rural é algo importante; porém exige qualificação profissional por parte do produtor, pois o aumento de atividades necessita de um maior controle gerencial e conhecimento das atividades. Quanto à capacitação e busca de informações para atualização de conhecimentos voltados para a atividade leiteira constatou-se ser essa, uma questão relevante para a atividade. De acordo com o SEBRAE (2013), muitos dos produtores possuem perspectiva real de crescimento e buscam melhorar geneticamente seus rebanhos e suas estruturas com base na capacitação e participação em eventos. O gráfico 11 demonstra o percentual de produtores e de seus colaboradores que participam de eventos da área para alcançarem melhoria nos resultados da atividade leiteira. Gráfico 11: Participação de funcionários em eventos ligados à bovinocultura leiteira Fonte: Próprio autor (2020) 26 Notou – se que 23,8% que nunca participaram de treinamentos em Bovinocultura Leiteira correlacionam a faixa etário de 41 a 60 anos dos entrevistados. A assistência técnica e a extensão rural (ATER) são serviços fundamentais no processo de desenvolvimento rural e da atividade agropecuária correspondendo ao mecanismo de acesso à novas tecnologias e ferramentas tanto operacionais como de gestão fundamentais no processo de desenvolvimento rural e da atividade agropecuária (Silva, 2016). Com base na necessidade de aprimoramento e apoio técnico a pesquisa avaliou a participação do engenheiro agrônomo no direcionamento de ações que contribuem com o crescimento e bom andamento da atividade leiteira. A produção de leite está galgada na alimentação do rebanho e o manejo dessa produção de alimentos pode ser direcionada pelo engenheiro agrônomo. De acordo com a pesquisa, constatou-se que 85% dos entrevistados considera o suporte desse profissional relevante para auxiliar na melhoria dos resultados da bovinocultura leiteira. O Gráfico 12 apresenta o percentual de produtores que demandam orientação técnica junto a engenheiros agrônomos. Gráfico 12: Produtores que utilizam o auxílio do Engenheiro Agrônomo Fonte: Próprio Autor (2020) Neste quesito um fator importante analisado pela pesquisa foi que 70% dos produtores utilizam este profissional para a escolha das forrageiras a serem plantadas e para a realização de analises de solo e recomendação de adubação. Bazotti et al. (2012), num estudo da caracterização socioeconômica e técnica da atividade leiteira do Paraná, encontraram um valor de 93% dos proprietários rurais do Estado utilizavam o profissional Engenheiro Agrônomo em toda sua cadeia de produção leite inclusive na escolha de sementes para pastagem. O Gráfico 13 mostra quais as forrageiras são mais plantadas pelos produtores. 27 Gráfico 13: Tipos de forrageiras utilizadas Fonte: Próprio Autor (2020) Vários são os aspectos que envolvem a atuação do Engenheiro Agrônomo junto à atividade leiteira. Essa atuação vai desde o plantio à colheita de grãos e forrageiras, passando pelo preparo do solo e também pelo processamento e armazenamento do que foi plantado. De acordo com produtores entrevistados, a relevância desse profissional também passa pela contribuição junto à decisão de compra da ração, do milho ou do farelo de soja e também do armazenamento dos mesmos na fazenda. Para se ter uma ideia referente ao manejo das forrageiras, questionou-se se os produtores faziam adubação das pastagens. O percentual quanto a essa questão está apresentado no Gráfico 14. Gráfico 14: Realização de adubação de pastagens Fonte: Próprio Autor (2020) De acordo com os resultados 57,1% promovem adubação das pastagens enquanto 42,9% não o fazem. A adubação das pastagens, assim como o controle de pragas e o controle de permanência do gado no pasto para não haver o comprometimento são procedimentos que evitam a degradação e aumentam a capacidade produtiva. 28 O Gráfico 15 apresenta outras categorias de alimentos que são oferecidos para o rebanho leiteiro das propriedades alvo da pesquisa e serve para complementar as informações sobre o manejo alimentar das vacas nas propriedades. Gráfico 15: Alimentos ministrados ao rebanho além das forrageiras Fonte: Próprio Autor (2020) 4.3 Principais dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite em estudo A baixa produtividade, por cabeça, no Brasil se deve à falta de planejamento de grande parte dos pecuaristas que não tendo ciência dos resultados de seu rebanho, procuram aumentar a quantidade de seus bovinos sem a preocupação com fatores genéticos e de qualidade que acarretariam aumento da produtividade. Com vacas com médias melhores de produção recursos são economizados, pois, com a mesma quantidade de recursos que uma vaca de baixo índice de produção requer se consegue tratar de uma vaca com alto índice de produtividade. (SEBRAE, 2010). Como a produção de leite é dependente da condição nutricional do animal, deficiência no manejo nutricional ocasiona queda na produtividade. Alguns itens que podem comprometer o potencial produtivo dos animais leiteiros foram disponibilizados no questionário e as respostas obtidas foram expressas por meio do Gráfico 16. 29 Gráfico 16: Motivos que comprometem o potencial produtivo Fonte: Próprio Autor (2020) Dentre as dificuldades encontradas no presente trabalho o manejo alimentar foi o mais evidenciado. Muitos fatores podem ocasionar a nutrição inadequada do rebanho leiteiro, destacando-se; a falta de informação ou conhecimento técnico e a falta de recursos para melhoria das pastagens, plantio e aquisição de alimentos para o gado, principalmente na épocada seca. Apesar da maioria dos produtores e colaboradores participarem de eventos e treinamentos visando maior capacitação, os resultados demonstram que ainda não conseguem programar um manejo alimentar adequado. Outro fator de grande importância observado foi que 15 propriedades possuem problemas com adensamento de animais, visto que estes produtores preocupam – se muito com a quantidade de seu rebanho dividindo seus animais de forma errada por falta de orientação técnica. Com os rebanhos leiteiros adensados a incidência de doença propicia a disseminação para os demais animais do rebanho. Vários programas de incentivo aos produtores rurais são disponibilizados pelo sistema “S”: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), assim como, pelos órgãos governamentais; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Secretarias municipais de agricultura, etc.). Um exemplo é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. (PRONAF), programa ao qual todos os pequenos produtores podem ter acesso e que tem como foco a valorização do potencial da agricultura familiar, tanto em relação à liberação de recursos financeiros, como em relação à oferta de cursos para capacitação. Menos da metade dos produtores não o conhecem o programa e ¼ dos produtores não conhecem nenhum programa de incentivo (CASTRO, 2017) 30 No município de Araguari predominam pequenos produtores de leite e a Prefeitura juntamente com Sindicato dos Produtores Rurais tem disponibilizado programas de incentivo com o intuito de proporcionar melhoraria das estruturas de produção para aumento da produtividade. A pecuária leiteira é um segmento que tem muito a crescer com potencial para gerar mais empregos em estabelecimentos que beneficiam esse produto, fomentando o comércio. 5. CONCLUSÃO A pesquisa realizada no em torno de Araguari oportunizou conhecer o perfil dos produtores de leite e as peculiaridades da atividade leiteira. No que se refere ao perfil dos entrevistados contatou-se serem jovens produtores, em sua maioria, alfabetizados e que buscam aprimorar conhecimentos para melhorar os resultados da atividade rural. Em relação às características das propriedades constatou-se que atuam de forma diversificada não sendo totalmente dependente da renda proporcionada pela atividade leiteira. Percebeu-se a importância dada à participação em eventos do setor e a valorização do profissional Engenheiro Agrônomo para dar suporte à bovinocultura leiteira, uma vez que, a alimentação é crucial para a bovinocultura. Em relação às dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite o manejo alimentar, o adensamento de animais inadequado prevaleceu como item de maior importância, reforçando a necessidade da presença do profissional Engenheiro Agrônomo junto à atividade leiteira. Um ponto forte da pesquisa foi que, mesmo os produtores enfrentando dificuldades para produzir eles permanecem no segmento e, 50% ainda pretendem aumentar sua produção. Parte dessa expectativa pode vir a ser atendida por meio de uma maior ligação entre produtores e aos órgãos públicos para negociação e liberação de crédito para aprimoramento da atividade e essa interação pode ser viabilizada com a participação do profissional que conheça a realidade das propriedades e os programas de fomento existentes. 31 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1998. Acesso em 28 Ago. 2020. COSTA, Gilson Gonçalves. Fazendas leiteiras e a mão de obra. Disponível em: < http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/espaco-aberto/fazendas-leiteiras-e-a-mao- deobra-78752n.aspx>. Acesso em 28 Ago. 2020. DOXSEY Jaime. Roy.; DE RIZ, Joelma. Metodologia da pesquisa científica. ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil, 2002-2003. Apostila. Acesso em 28 Ago. 2020. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Pesquisa quantitativa e qualitativa. Disponível em: < http://monografias.brasilescola.com/regras-abnt/pesquisa-quantitativa-qualitativa.htm>. Acesso em 28 Ago. 2020. TORESAN, L. Sustentabilidade e desempenho produtivo na agricultura: uma abordagem multidimensional aplicada a empresas agrícolas. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)–Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998. Acesso em 28 Ago. 2020. EMATER. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. Projeto granelização do leite. Disponível em: Acesso em 28 Ago. 2020. FARIA, V. P. Problemas para a produção de Leite no Brasil: Preços agrícolas, mercados e negócios agropecuários. Piracicaba, SP, v.14, nº. 160, p. 03, fev. 2000. Acesso em 28 Ago. 2020. EMBRAPA, Sandra Furlan Nogueira. A pecuária extensiva e o panorama da degradação de pastagens no Brasil. Disponível em: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=28010&secao=Artigos% 20Especiais. Acesso em 28 Ago. 2020. MILINSKI, C.; GUEDINE, P.; VENTURA, C. O Sistema agroindustrial do leite no Brasil: uma análise sistêmica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS, 4., 2008, Franca. Anais. Franca: Centro Universitário de Franca - Uni-FACEF, 2008. Acesso em 28 Ago. 2020. GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf. Acesso em 28 Ago. 2020. MARTINS, P. Quem desiste de produzir leie? Disponível em: < http://www.milkpoint.com.br/mypoint/paulomartins/p_quem_desiste_de_produzir_leite_3807 .aspx>. Acesso em 28 Ago. 2020. EMBRAPA – GADO DE LEITE Produção de Alimentos (SISPAL). Disponível em:https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/infra/10.h http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=28010&secao=Artigos%20Especiais http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=28010&secao=Artigos%20Especiais 32 tml#:~:text=O%20milho%2C%20o%20sorgo%20e,empregados%20na%20confec%C3%A7% C3%A3o%20de%20silagem. Acesso em 28 Ago. 2020. SAF, Secretaria da Agricultura Familiar. Microcrédito Rural (Pronaf grupo B). Disponível em: http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/pronaf/2258903. Acesso em 28 Ago. 2020. SAF, Secretaria da Agricultura Familiar. Pronaf Mais Alimentos. Disponível em: < http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/maisalimentos>. Acesso em 28 Ago. 2020. EMBRAPA, ANUARIO DE LEITE 2019, Disponível em : ainfo.cnptia.embrapa.br Acesso em 29 Set. 2020. DIAS FILHO, Diagnóstico das Pastagens no Brasil 2014, Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/986147/1/DOC402.pdf . Acesso em 25 Ago. 2021. ZANINE, A.M.; SANTOS, E.M.; PARENTE, H.N.; FERREIRA, D.J.; CECON, P.R.; MACEDO JÚNIOR, G.L. Comportamento de pastejo de novilhas em pastagens do gênero Brachiaria. In: XXXXII REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA. Anais... Goiânia, GO, 2005. CDROM. Acesso em 25 Ago. 2021. CÂNDIDO E FURTADO, Estoque de forragem para a seca 2020, Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/53687/1/2020_liv_mjdcandido.pdf. Acesso em 25 Ago. 2021. CASTRO, L. S.; LIMA, J. E. A soja e o estado do Mato Grosso: existe alguma relação entre o plantio da cultura e o desenvolvimento dos municípios? Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, v. 10, n. 2, p. 177-198, 2016. Acesso em 25 Ago. 2021. GRAZIANO, X. O paradoxo agrário. Campinas: Pontes, 1999. Acesso em 25 Ago. 2021. MARTINS, LIMA E FERREIRA Rentabilidade na Diversificação de Atividades Rurais – estudo comparativo em duas pequenas propriedades 2011. Acesso em: 25 Ago. 2021. PEROBELLI, As dimensões espaciais da cadeia produtiva do leite em Minas Gerais, Disponível em: https://www.scielo.br/j/neco/a/mWD9z4h4s58c3M3CLFRFPpj/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 25 Ago. 2021. BACARJI, Alencar Garcia et al. Os impactos da sazonalidade da produção de leite numa industria de laticínio no estado do Mato Grosso do Sul. Disponível em: < http://www.seprotur.ms.gov.br/controle/ShowFile.php?id=119931>. Acesso em: 28 Ago. 2021. CASTRO, Agricultura Familiar Assistência Técnica e Extensão Rural e a politica Nacional do ATER 2017, Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/8114/1/td_2343.PDF. Acesso em: 28 Ago. 2021. ZOOTECNIA. Anais. Goiânia, GO, 2005. CDROM. Acesso em 25 Ago. 2021. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/198698/1/Anuario-LEITE-2019.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/198698/1/Anuario-LEITE-2019.pdf 33 ZANCHI. V.; RUDNICKI, C. S.; ETGES, V. E. Roteiros de turismo rural: Conflitos e contradições na região do Vale do Taquari/RS. REV. BRAS. DE GEST. E DESENV. REGIONAL , v. 13, n. 3, p. 102-118, set-dez/2017, Taubaté, SP, Brasil. IBGE Censo Agro 2017. Disponível em https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/2012-agencia- de-noticias/noticias/25786-em-11-anos-agricultura-familiar-perde-9-5-dos-estabelecimentos- e-2-2-milhoes-de-postos-de-trabalho.html Acesso 3 Out. 2021. PREFEITURA DE ARAGUARI Araguari - 131 de Desenvolvimento Disponível em https://araguari.mg.gov.br/noticias/araguari-131-de-desenvolvimento# Acesso 3 Out. 2021 BAZOTTI, A., NAZARENO, L. R., & SUGAMOSTO, M. (2012). Caracterização socioeconômica e técnica da atividade leiteira do Paraná. Revista Paranaense de Desenvolvimento, 123, 213–234. Acesso 3 Out. 2021. BARROS, L. S. S., & MELO, A. D. (2015). Perfil sócio-econômico dos produtores de leite, vinculados aos laticínios registrados no serviço de inspeção estadual (SIE) da Coordenadoria Regional/ADAB de Vitória da Conquista–BA. Agropec Acesso 3 Out. 2021 ALVES, H. C. R., & PINHO, H. J. (2011). Condição do produtor na direção dos estabelecimentos agropecuários no Nordeste. Informe Rural Etene., 5. Acesso 3 Out. 2021 BORSANELLI, A. C., SAMARA, S. I., FERRAUDO, A. S. & DUTRA, I. S. (2014). Escolaridade e volume de produção têm associação com a percepção de risco de produtores de leite no uso de produtos veterinários. Pesquisa Veterinária Brasileira, 34(10):981-989. Acesso 3 Out.2021. IAE (2016) Análise e Indicadores do Agronegócio Disponivél em : http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-33-2016.pdf). /). Acesso 8 Out. 2021 REHAGRO (2018) Quantas vezes as vacas devem ser ordenhadas. Disponivél em :https://rehagro.com.br/blog/quantas-vezes-as-vacas-devem-ser-ordenhadas/). Acesso 8 Out. 2021 https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/2012-agencia-de-noticias/noticias/25786-em-11-anos-agricultura-familiar-perde-9-5-dos-estabelecimentos-e-2-2-milhoes-de-postos-de-trabalho.html https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/2012-agencia-de-noticias/noticias/25786-em-11-anos-agricultura-familiar-perde-9-5-dos-estabelecimentos-e-2-2-milhoes-de-postos-de-trabalho.html https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/2012-agencia-de-noticias/noticias/25786-em-11-anos-agricultura-familiar-perde-9-5-dos-estabelecimentos-e-2-2-milhoes-de-postos-de-trabalho.html https://araguari.mg.gov.br/noticias/araguari-131-de-desenvolvimento http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-33-2016.pdf
Compartilhar