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Neoplasias - introduçao

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Neoplasias - Introdução 
 
Displasia: condição adquirida caracterizada por alterações do 
crescimento e diferenciação celular acompanhadas de redução 
ou perda da diferenciação das células afetadas. Nesse caso as 
células tendem a perder as características estruturais e 
morfológicas do tecido. São fatores característicos dessa 
condição: 
- Crescimento desordenado 
- Lesões pré-malignas 
As neoplasias têm características muito parecidas com a 
displasia, causando ate por vezes confusões no patologistas. 
 
Lesão cancerizável X condição cancerizável 
Lesão: alteração macro e microscópica relacionada num tecido 
em que há um aumento da probabilidade de uma neoplasia 
maligna. Não quer dizer que todas as lesões displásicas se 
tornarão uma lesão maligna. 
EX.: leucoplasia bucal (alteração de formação), eritroplasia 
bucal. 
Condição: Não há área especifica a olho nu. Há no paciente 
uma condição, por exemplo, alteração genética, que faz que o 
paciente tenha maior probabilidade do desenvolvimento de 
câncer de forma sistêmica/geral. 
 
Neoplasia é dividida em graus a depender do nível de gravidade 
e modificação tecidual. Se só no terço inferior, é grau 1, se 
acomete os 2/3 inferiores, é grau 2 e quando as células se 
estendem por todo o epitélio (terços inferior, médio e superior), 
esta já e considerada uma neoplasia epitelial de grau 3 ou 
carcinoma in situ, ou seja, já é uma neoplasia maligna, porém 
esta ainda não invadiu o epitélio. Nesse último caso pode 
ocorrer surgimento de células basais no terço apical do 
epitélio, perda de estratificação ao longo de todo o epitélio e 
intensa atividade mitótica. 
 
Conceitos básicos 
Características gerais: 
- Proliferação celular descontrolada 
O que diferencia a hiperplasia da neoplasia? 
R: Na hiperplasia, há uma demanda que esta estimulando 
aquele processo de aumento do numero de células e uma vez 
eliminado essa demanda, cessa o processo de aumento, h;a 
proliferação controlada. Esse fator pode ser hormonal, fatores 
de crescimento etc. 
Já na neoplasia há um crescimento celular descontrolado. 
- Perda da diferenciação: Há o caminho de desdiferenciação, 
pois as células perdem as suas características morfológicas e 
funcionais 
- Autonomia de crescimento 
 
São proliferações anormais de células que tem crescimento 
autônomo e tendem a perder sua diferenciação. 
Alterações genéticas hereditárias que vão desde a progênie das 
células tumorais. Estas permitem uma proliferação excessiva e 
não regulada que se torna autônoma (independente de 
estímulos fisiológicos do crescimento) – Robbins 
 
Teminologia 
Neoplasia = tumor, porém há a ressalva de que nem toda 
neoplasia é constituída de elementos sólidos, por exemplo, 
neoplasias sanguíneas. Nem todo tumor é neoplasia, por 
exemplo, há tumoração no processo inflamatório. 
Neoplasia – novo crescimento (neoplasma) 
Neoplasia maligna = câncer, vem do termo carcnus, ilustrado 
pelo caranguejo. 
Oncologia = parte da medicina que estuda os tumores 
Cancerígeno ou oncogênico = estímulo ou agente causador do 
câncer 
 
Classificação 
- Comportamento clínico: benigna ou maligna. Está 
relacionado a possibilidade de melhora, intervenção 
terapêutica, da extirpação do processo. Há ressalvas de 
tumores benignos, com características benignas que causam 
algum maleficio pelo local em que estão instaurados 
(compressão de tecidos nobres adjacentes, ou de áreas de 
circulação etc.) 
- Aspecto histopatológico: as classificações são realmente 
dadas por aspectos histopatológicos. Por exemplo, a partir da 
biopsia se tem o diagnostico final, através dessas 
características 
- Origem: Célula ou tecido de origem. Uma única célula perdeu 
sua capacidade de proliferação e daí surge toda a formação de 
um tumor. O nome do tumor está geralmente associado a esse 
conjunto de características listadas acima 
- Epônimos: Tumor de wilms, linfoma de Burkitt. Nome de 
quem descobriu, ou local/idade de maior incidencia 
 
 
Nomenclatura 
Critério mais usado: histomorfológico 
Sufixos 
Oma: ligado a neoplasias benignas e malignas, mas é mais 
utilizado para as benignas, e o prefixo está ligado ao local ou 
célula que deu origem – fibroma, significa que veio de origem 
conjuntiva; 
Carcinoma: indica presença de neoplasia maligna de origem 
epitelial. Quando esse tumor apresenta características do 
epitélio glandular, costuma-se usar adenocarcinoma; 
Sarcoma: Neoplasia maligna de origem mesenquimal, origem 
embrionária, exemplo tecido ósseo, tecido cartilaginoso, ou 
qualquer outro que se origina deste. Temos como exemplo o 
Fibrosarcoma que tem origem conjuntiva; 
Blastoma: pode estar relacionado a alterações malignas e 
benignas, mas que de uma característica de células 
embrionárias para o tecido afetado. Mais comum na infância, 
tem como exemplo neuroblastoma, retinoblastoma. 
Teratoma: Tumores benignos e malignos oriundos de células 
multipotentes que se forma. Nas gônadas e menos 
frequentemente em outras sedes. Possuem tecidos derivados 
de mais de um folheto embrionário. 
Origem Benigno Maligno 
Tecido Epitelial 
Epitélio Revestimento Papiloma Carcinoma 
Epitélio Glandular Adenoma Adenocarcinoma 
Tecido Conjuntivo 
Tecido fibroso Fibroma Fibrossarcoma 
Tecido adiposo Lipoma Lipossarcoma 
Tecido cartilaginoso Condroma Condrossarcoma 
Tecido ósseo Osteoma Osteosarcoma 
Células do sangue Leucemia 
Órgãos linfoides Linfomas 
Tecidos Musculares 
Liso Leiomioma Leiomiossarcoma 
Estriado Rabdomioma Rabdomiossarcoma 
 
Neoplasias benignas 
 
Caracteristicas gerais 
- Células bem diferenciadas 
- Atipias celulares e arquiteturas discretas 
- Baixo índice mitótico – crescimento lento 
- Células crescem unidas entre si 
- Não infiltram tecidos vizinhos 
- Geralmente formam uma massa esférica 
- Crescimento expansivo – compressão 
- Presença de uma capsula fibrosa – bem delimitado 
- Não recidivam após ressecção cirúrgica 
 
Neoplasias malignas 
Características gerais 
- células indiferenciadas – anaplasia 
- Atipias celulares e arquiteturais 
- Alto índice mitótico – crescimento rápido 
- Figuras de mitose atípicas – hipercromasia nuclear 
- Pleomorfismo celular 
- Perda de adesão celular – metástase 
- Crescimento infiltrativo – ulceração 
- Não apresentam capsula fibrosa – mal delimitado 
- Ressecção cirúrgica com margem de segurança 
- Tendência a recidiva local 
- Efeito espoliativo 
- Ulcerações e hemorragia 
 
Epidemiologia do câncer 
 
• É uma das principais causas de morbidade e mortalidade 
em todo o mundo, com aproximadamente 18mi de novos 
casos em 2018. 
• Expectativa de que o número de novos casos aumente 
cerca de 70% nas próximas 2 décadas. 
• Segunda principal causa de morte em todo o mundo, 
responsável por 9,6mi de mortes em 2018. Globalmente, 
quase 1 em 6 mortes e causada por câncer. 
• No brasil, a estimativa entre 2020/2022 é que ocorrência 
seja de 625mil novos casos. Pelo subregistro, poderia 
aumentar para 685mil casos novos. 
• No Brasil, alguns tumores têm maior incidência quando 
analisados por gênero. Para os homens a maior incidência 
é para câncer de próstata, seguido do câncer de colón e 
reto e em terceiro lugar temos câncer no trato 
respiratório (traqueia, brônquio e pulmão). Já nas 
mulheres, o câncer de mama tem maior prevalência, 
seguido do câncer de colón e reto e em terceiro lugar 
temos o câncer de útero. 
• A incidência dos locais da neoplasia está relacionada 
também aos hábitos do individuo, como pode-se entender 
em câncer do trato respiratório devido ao tabagismo.

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