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Autor: Viviane Giori Côco Ficou com alguma dúvida? Entre em contato com a gente nas redes ao lado. Em sua teoria contratualista, o filósofo Thomas Hobbes defendeu que “o homem é o lobo do próprio homem”, isto é, este tende a ser violento em seu estado de natureza. Infelizmente, os altos índices de violência nos estádios de futebol brasileiros demonstram que estes ainda se encontram em situação selvagem. Dessa forma, faz-se necessário debater e analisar como os aspectos culturais e de segurança colaboram com essa problemática. Em primeiro lugar, cabe ressaltar que as torcidas organizadas instigam a violência nas arquibancadas. Decorrente da grande rivalidade entre os diferentes times, as torcidas organizadas passam a ver a equipe adversária como inimiga de guerra, influenciando o comportamento dos demais torcedores, o que gera uma distorção do real espírito esportivo de competição, o qual deveria ser saudável. Juntamente a isso, o futebol é uma das grandes paixões nacionais, e quando ele traz uma frustração, como a derrota, por exemplo, esse sentimento pode levar o torcedor a agredir fãs da equipe vencedora, como forma de retaliação. Isso vai ao encontro do pensamento do historiador Sérgio Buarque de Holanda, que, em seu livro “Raízes do Brasil”, afirmou que o brasileiro segue o conceito de “homem cordial”, ou seja, toma suas decisões baseando-se na emoção em detrimento da razão, e, no âmbito observado, essas decisões podem levar a casos mais graves, como a morte, por exemplo. Outrossim, a impunidade proporcionada por diversos fatores encoberta e incentiva os atos criminosos. Essa imunidade é causada por uma sensação de anonimato, gerada pela presença da multidão, em conjunto com a falta de segurança nos estádios, devido à falta de tecnologias eficientes disponibilizadas pelas empresas responsáveis por isso. Em conseguinte, os torcedores sentem-se livres para praticar atos de violência, saindo ilesos da maioria deles. Isso é evidenciado em dados divulgados pela Empresa Brasil de Comunicação, os quais mostram que apenas 3% dos responsáveis por crimes cometidos em estádios nos anos de 2015 e 2016 foram punidos, situação alarmante que deve ser solucionada. Assim, medidas são necessárias para resolver esse impasse Logo, cabe às empresas responsáveis pela segurança nos estádios, por meio de verbas disponibilizadas pela secretaria de esportes, implementar tecnologias de biometria e reconhecimento facial na entrada dos jogos, bem como a instalação de câmeras de segurança com definição de imagem melhor, a fim de reconhecer e punir devidamente os agressores, evitando futuros casos similares. Dessa maneira, os estádios livrar- se-ão do estado de natureza hobbesiano no qual se encontram.
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