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Como incluir, no âmbito social, o hábito de leitura e de enriquecer o conhecimento - Redação exemplar (Viviane)

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Autor: Viviane Giori Côco 
 
 
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Em sua teoria da Tábula Rasa, o filósofo John Locke defendeu que “o homem é uma folha em 
branco”, ou seja, sua percepção de mundo e conduta moral são desenvolvidas a partir de experiências 
externas. Sem dúvidas, as diversas formas de cultura, em especial, a leitura, são fundamentais na 
obtenção de tais saberes, apesar de, infelizmente, não serem difundidas no Brasil, seja por razões 
comportamentais ou socioeconômicas. Nesse sentido, faz-se necessário debater como esses 
aspectos dificultam o hábito de leitura e do enriquecimento do saber. 
Em primeiro lugar, é inegável que a superficialidade da sociedade contemporânea, no que diz 
respeito ao comportamento dos indivíduos e à produção de conteúdo, atrapalha o aprofundamento 
da leitura e do saber. De fato, conforme os pensadores da escola de Frankfurt, a indústria cultural 
atribui à arte uma função exclusiva de entretenimento, isto é, ela não desperta o senso crítico do 
espectador, o qual aliena-se socialmente. Esse processo torna-se evidente no contexto do cinema, 
em que os sucessos de bilheteria, como os “Vingadores”, exploram de forma mínima a capacidade 
reflexiva do ser humano, que se torna apenas um consumidor passivo da obra. Além disso, o modo 
como o homem moderno relaciona-se com o tempo faz com que este, em geral, busque informações 
mais sintéticas. Isso pode ser observado nos dados da pesquisa realizada pela Universidade de 
Columbia, que afirmou que 59% dos usuários das mídias compartilham notícias sem lê-las por 
completo, fator que contribui para a diminuição da capacidade de leitura, tornando o conhecimento 
adquirido raso. 
Outrossim, é indubitável que o acesso à leitura não é democrático no cenário nacional. De 
acordo com o Índice de Gini, o Brasil é o 7° país mais desigual do mundo, o que fica caro nos 
obstáculos enfrentados pela parcela mais pobre da população em ter contato com as obras literárias, 
como os altos preços dos livros, a precariedade das bibliotecas públicas e, sobretudo, a falta da 
existência destas em âmbito escolar. Nessa sequência, esse último impasse revela-se o mais grave, 
na medida em que impossibilita o desenvolvimento da leitura no período da infância, o que irá 
perpetuar a lacuna de leitores nas próximas gerações, uma vez que esse é o momento em que os 
hábitos são adquiridos, conforme o ideal proposto por Locke já apresentado. Dessa forma, é 
inaceitável que não existam políticas públicas para resolver essa problemática, tendo em vista que 
todo governo que se diz democrático deve promover a equidade e igualdade para os cidadãos, quadro 
que não ocorre no Brasil e deve ser revertido. 
Logo, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. Para isso, cabe ao MEC, por 
meio de investimentos estatais, bem como arrecadações promovidas por ONGs dessa pauta, criar um 
projeto de cultura para todos, que disponibilize uma biblioteca pública em cada cidade, com obras 
atualizadas e de diversas temáticas, com o fim de atrair diversos públicos e faixa etárias. Ademais, 
teatros e cinemas também deverão ser instituídos, os quais disponibilizem peças e filmes baseados na 
literatura nacional de forma gratuita, com o propósito de distribuir o conhecimento igualmente. É 
somente assim que o Brasil reescreverá sua página cultural: com um povo leitor.

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