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A entrevista de anamnese

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NOME: Ísis Mangilli Ayello do Nascimento
RA: N233EA-1
Psicologia - Matutino
Psicodiagnóstico
RESUMO: SILVA, M.A. & BANDEIRA, D.R. A entrevista de anamnese. In: HUTZ, C. S. e COLS, Psicodiagnóstico. Porto Alegre/RS: Artmed, 2016
A entrevista de Anamnese
	Ao início do processo do psicodiagnóstico é de suma importância que sejam coletadas informações sobre o paciente, procurando focar nas áreas mais importantes e que evidenciem o motivo da busca pelo atendimento. Essas informações serão levantadas à partir das hipóteses iniciais e mais tarde instrumentos e técnicas para formular o psicodiagnóstico de forma total.
	A Anamnese é uma entrevista que tem como objetivo investigar a história de vida do examinando e como esses aspectos influenciam em sua demanda. Pressupõe-se então que o ‘’entrevistado’’ possua um conhecimento sobre sua vida ou sobre a vida de quem está sendo examinado de forma que ele seja capaz de trazer à consciência os eventos que são mais importante para o psicólogo. Quando feita com crianças, a anamnese é realizada com os pais da criança ou responsáveis; com adolescentes pode ser realizada com o próprio paciente, com os pais ou com os dois em momentos diferentes (se feita com os pais a anamnese pode ser discutida com o jovem). Quando feita por idosos ou adultos pode ser realizada com os mesmos a não ser que haja um quadro patológico que comprometa a qualidade das informações, por exemplo uma depressão profunda ou problemas de memória.
	Por se tratar de uma entrevista clínica direcionada, o psicólogo tem uma posição mais ativa durante a aplicação da anamnese e é necessário que não sejam feitas muitas interpretações ou apontamentos pois é o momento reservado para a coleta de informações. Os posicionamentos sobre o paciente ficam para outro momento que serão retomados mais tarde. Muitas vezes a história de vida do paciente não é clara, então é de papel do psicólogo que seja feita a organização dessas informações em uma ordem cronológica que facilite posteriormente na investigação desses fatos. 
	A anamnese possui um roteiro semiestruturado onde estão contidos os aspectos mais importantes à serem discutidos para orientar algumas perguntas e sofre adaptações durante a entrevista e também pode-se fazer adaptações no roteiro. Antes do início da anamnese é necessário que seja estabelecido um rapport adequado com o cliente de forma que os objetivos da entrevista sejam explicados e o papel que ela tem durante o psicodiagnóstico. É dever do psicólogo deixar a pessoa confortável durante a entrevista e garantir que a conversa flua de forma normal, escutando com atenção aos pontos que a pessoa relata, se atentando para certas feições de julgamento ou cobrança. Ao final da entrevista pode ser que as imagens previamente construídas sobre o avaliando mudem por conta dos aspectos que observamos durante o processo e quando entrarmos em contato com o paciente, poderemos observar como ele é de fato e como se relaciona com a queixa que trouxe inicialmente. 
	Apesar da entrevista de anamnese ser um recurso muito importante para o trabalho do psicodiagnóstico, somente ela é um recurso limitado e um dos principais desafios é o estabelecimento de uma comunicação que permita a evolução do entendimento da queixa do paciente e sua evolução conforme o passar das sessões. Não há como coletar todas as informações sobre a vida do avaliando porque as informações são filtradas pela percepção de quem está sendo entrevistado e muitas vezes sujeita à falhas por conta de vários fatores, dito isso, a entrevista de anamnese é um ponto de partida essencial para o psicodiagnóstico. 	O registro da entrevista é de suma importância e deve ser feito com muita atenção, pois devemos oferecer uma escuta de qualidade ao paciente enquanto anotamos de preferência com as mesmas palavras que ele disse as informações que estamos recebendo e ‘’confiar na memória e anotar tudo após a sessão pode ser arriscado, pois as informações serão filtradas pela escuta do psicólogo, perdendo-se partes importantes da fala do informante (Benjamin, 2011)’’. Um dos recursos que pode ser usado para lidar com o detalhe do registro é a gravação, mas às vezes, mesmo o entrevistado concordando com a gravação ele não se sente confortável de contar todos os detalhes por conta do registro em áudio o que pode comprometer a entrevista e também tem implicações éticas, sempre deve ser informado ao entrevistando.
	Acerca da duração da entrevista não há uma regra sobre em quantas sessões ela deve ser realizada, costuma-se destinar o tempo de uma sessão e posteriormente coletar informações que não foram possíveis de se obter durante este tempo mas é necessário que o tempo seja utilizado da forma mais eficiente possível porque o tempo do psicodiagnóstico é limitado. 
	Cabe também ao profissional elencar os aspectos mais importantes da entrevista de acordo com a área de atuação do psicólogo de forma que os objetivos da entrevista sejam cumpridos e sejam claros. A anamnese é utilizada para o entendimento de vários fatores e em diversas áreas, não sendo uma técnica exclusiva do psicólogo.
Especificidades da entrevista de anamnese com pessoas de diferentes grupos etários
	A entrevista de anamnese não seque a mesma estrutura para as pessoas de diferentes grupos etários, mas alguns aspectos são sempre examinados independente da idade do avaliando: configuração das relações familiares, número de pessoas da família imediata, ocupação de cada membro, características do ambiente doméstico, rede de apoio e as questões referentes à demanda trazida. Outros aspectos comuns são: evolução da queixa; histórico de tratamentos de saúde atuais e pregressos; uso de medicamentos; efeitos do problema sobre funcionamento psicossocial no momento atual; percepção do examinando em relação à queixa. O que acontece é que dependendo da idade, alguns aspectos se tornam mais importantes do que outros e então há a necessidade de adaptar as questões da anamnese de acordo com essas especificações. 
Entrevista com crianças: na entrevista de anamnese com crianças visa-se a importância do desenvolvimento. É importante colher informações sobre a saúde física e mental da mãe durante a gravidez e também depois do nascimento do bebê, detalhes sobre o parto e condições gerais da mãe nesse momento, capacidades iniciais do bebê, reações dos pais e dos familiares na época. Se possível investigar se houve exposição à teratógenos que possam causar algum dano no período embrionário da gestação. Em relação ao desenvolvimento da criança é importante que seja explorado os indicadores esperados para a idade atual, e toda sua história de desenvolvimento. Na avaliação das interações sociais pode-se incluir os vínculos iniciais do bebê, como era a relação do bebê com seus cuidadores iniciais, qualidade das brincadeiras, dificuldades das crianças que se separaram de seus pais para ir à escola, etc. Para que a anamnese não seja muito longa é indicado que o psicólogo faça questões gerais sobre se houve algum problema e explorar as respostas do informante. 
Anamnese com adolescentes: essa entrevista deve considerar as mudanças que ocorrem nessa fase do desenvolvimento e os marcos do desenvolvimento infantil devem ser retomados de forma geral, buscando identificar se há persistência das dificuldades enfrentadas na infância até a adolescência. A atenção deve ser voltada para a socialização, relacionamentos íntimos e sexualidade.
Na anamnese com adultos o desenvolvimento nas fases anteriores da vida são investigados sem grande detalhamento e as questões mais importantes estão no campo do âmbito familiar, sexual, social, ocupacional e físico. 
Na anamnese com idosos é importante que se considere os aspectos do envelhecimento e as perdas ocorridas durante a vida que podem estar relacionadas com a queixa apresentada. 
Com quem deve ser realizada a anamnese?
	Essa escolha é geralmente baseada na idade do paciente e em suas capacidades intelectuais que são avaliadas durante a entrevista inicial. Quando são crianças que estão passandopelo processo é indicado que sejam chamados os pais. Em caso de pré-adolescentes além da anamnese com os pais poderá ser realizada também uma entrevista com o jovem com foco nas queixas apresentadas pelos pais para ver como o mesmo percebe e experiencia esses problemas. Com adolescentes, a escolha é mais difícil porque dependendo de suas características da personalidade deverá ser chamado um responsável, então não há uma regra de quem deverá ser chamado. Com os adultos, a anamnese é normalmente realizada com o próprio adulto exceto se há a presença de limitações intelectuais ou algum problema que o impede de ser o principal informante. Então, devem ser considerados vários fatores para escolher quem deve realizar a entrevista de anamnese.
Fontes complementares de informação
	Muitas vezes é difícil para o informante relatar com precisão a história dos tratamentos e seus resultados, por isso normalmente, pede-se que os mesmos tragam esses documentos e seja feita uma foto do material, sempre com consentimento, a fim de fazer uma análise posterior desses documentos. Os exames neurológicos, genéticos, psiquiátricos, fonoaudiólogos, entre outros, podem esclarecer muitas coisas sobre a queixa do paciente e tem a potencialidade de direcionar queixas e hipóteses para o diagnóstico final. Se tratando de criança, cadernos e boletins escolares também auxiliam muito para investigar o desenvolvimento da criança, se há alguma dificuldade específica, etc. 
A importância dos conhecimentos teóricos para a realização da entrevista de anamnese
	A entrevista exige conhecimentos de áreas diversas como desenvolvimento humano, técnica de entrevista, processos psicológicos e psicopatologia. O conhecimento especializado pode ajudar o psicólogo na condução do relato a fim de esclarecer pontos de interesse. É necessário que o psicólogo tenha conhecimento dos fenômenos que serão apresentados durante a entrevista para posteriormente poder investiga-los. O conhecimento também dos eventos clinicais é de suma importância para entender os efeitos que certos medicamentos causam nos pacientes e o entendimento básico de exames médicos pode ser fundamental para elaborar hipóteses. É indicado que se feita essa prática, o psicólogo faça leituras básicas sobre desenvolvimento infantil, no Manual dos Transtornos Mentais e que as pesquisas sejam feitas apenas em sites confiáveis e científicos. 
Informações insuficientes e fatores de confusão na entrevista de anamnese
	Nos casos em que a anamnese é pouco informática é necessário que sejam feitas buscas por outros recursos de informação para tentar reconstruir a história da pessoa avaliada. É necessária uma habilidade muito grande para que o quebra-cabeça seja montado e juntar as informações que estão disponíveis até o dado momento para construir a história clínica. Às vezes a coleta de informações de diferentes fontes mostra uma divergência e isso pode se dar pela diferença de comportamento em tal momento e o psicólogo deve estar sempre atento às informações porque pode levar a conclusões precipitadas e errôneas. 
Procedimentos para aumentar a qualidade das informações da anamnese
	É importante que o psicólogo esteja atento ao nível socioeducacional do informante de forma que as perguntas sejam adequadas ao seu vocabulário. Em todas as entrevistas os termos técnicos devem ser substituídos para que ocorra a simples compreensão dos mesmos ou então devem ser devidamente explicados. Pode-se encontrar algumas dificuldades com avaliandos e sua comunicação, nessas questões o psicólogo deve então, agir de forma assertiva retomando o objetivo das questões e o tempo limitado da entrevista, se necessário também incentivar a fala espontânea de forma que a pessoa elabore mais sobre o assunto. Perguntas do tipo ‘’sim ou não’’ devem ser evitadas na anamnese. É importante que o psicólogo deixe o entrevistado confortável se ocorrer alguma resposta emocional durante a entrevista e nesses momentos a entrevista pode ser pausada e em seguida retomada com as alterações necessárias. 
Considerações finais
	A entrevista de anamnese é um recurso importantíssimo para o conhecimento do avaliando e para direcionar o psicodiagnóstico, o psicólogo deve ter conhecimentos teóricos sobre o que pretende avaliar e estar sempre atento na melhora da qualidade das informações coletadas, recomenda-se o uso de um roteiro para a entrevista mas enfatiza-se a importância do papel do psicólogo para adaptar o roteiro durante a realização da entrevista.

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