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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Chegamos numa aula fundamental, qual seja, a organização de toda a 
administração pública brasileira. Saber diferenciar uma administração 
direta de uma indireta é o básico do que se cobra em provas de concurso, 
logo, atenção redobrada a partir de agora. 
A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos detentores de 
autonomia administrativa, gerencial, financeira e, principalmente, 
POLITICA. 
 
FORMAS DE AGIR NA ESFERA ADMINISTRATIVA 
Centralização: 
O próprio ente federativo é quem age, por meio de um único órgão 
(centralização concentrada) ou de dois ou mais órgãos (centralização 
desconcentrada). No campo administrativo, a atuação centralizada por 
meio de um único órgão é de aplicação teórica, haja vista as diversas 
atribuições constitucionais dos entes políticos. 
Desconcentração: 
Distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica. 
As tarefas ou atividades são distribuídas de um centro para setores 
periféricos ou de escalões superiores para escalões inferiores. É uma 
técnica administrativa. 
 
Descentralização: 
É o deslocamento, distribuição ou transferência da prestação do serviço 
para a Administração Indireta ou para um particular. Nesse caso, não há 
relação de hierarquia ou de subordinação, existindo apenas a vinculação, 
o controle de finalidade ou a supervisão ministerial. 
 
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Modalidades de Descentralização Administrativa 
 Descentralização por Colaboração: Ocorre quando a execução de 
um serviço público é transferida à pessoa jurídica de direito 
privado, ou mesmo à pessoa física, por meio de contrato ou ato 
administrativo, conservando o Poder Público a titularidade do 
serviço. Ex.: concessão ou permissão de serviços públicos. 
 Descentralização por Serviços: Também denominada de 
descentralização funcional ou técnica, é aquela em que o Poder 
Público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado, 
atribuindo-lhe, além da execução, a titularidade de determinado 
serviço público. Exemplo da FUNASA e da ECT. No Brasil, dá-se 
exclusivamente por lei. 
 Descentralização Social: “Consiste em retirar do Estado a execução 
direta ou indireta de atividade de relevância coletiva que possam 
ser cometidas a unidades sociais já existentes, personalizadas ou 
não, como a família, o bairro, as agremiações esportivas, 
associações profissionais, as igrejas, os clubes de serviço, as 
organizações comunitárias etc., mediante simples incremento de 
autoridade e institucionalização jurídica adequada, de modo a que 
possam promover, elas próprias, sua execução” (Diogo de 
Figueiredo Moreira Neto). 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
Também chamada de Administração Pública Centralizada, existe em todos 
os níveis das Esferas do Governo, Federal, Estadual, Distrital e Municipal, e 
em seus poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. É em si, a própria 
Administração Pública. 
ATENÇÃO: Ao falarmos da Administração Direta é inevitável citarmos os 
órgãos públicos, pois esta administração se perfaz pela existência destes. 
 
TEORIAS 
Teoria do Mandato: O agente atuaria como mandatário da pessoa 
jurídica à qual estaria ligado. 
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Teoria da Representação: O agente público faria a representação da 
entidade, funcionando como uma espécie de “tutor” desta. 
Teoria do Órgão: Os agentes públicos são verdadeiros veículos da 
expressão do Estado. Toda a conduta dos agentes é imputada ao órgão, o 
qual, por sua vez, encontra-se ligado à entidade possuidora de 
personalidade jurídica, quem, ao fim, acaba respondendo a eventuais 
questionamentos jurídicos. 
Teoria da Identidade ou Subjetiva: Órgãos e agentes formam uma 
unidade única e inseparável, de forma que o órgão se confunde com a 
pessoa do próprio agente público. 
 
 
 
ÓRGÃOS PÚBLICOS 
Para Hely Meirelles órgãos públicos “são centros de competência 
instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus 
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. 
Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade 
própria, que “são atributos ao corpo e não das partes". 
Sabemos que personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir 
direitos e obrigações. Assim, os órgãos na área de suas atribuições e nos 
limites de sua competência funcional expressam não a sua própria 
vontade, mas, a vontade do ente ou da entidade a que pertencem e a 
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vinculam por seus atos, manifestados através de seus agentes (pessoas 
físicas). 
No entanto, e isto é muito importante, embora não tenham 
personalidade jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais 
próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até 
mesmo por mandado de segurança. Essa prerrogativa é denominada de 
capacidade judiciária ou capacidade processual, e é entregue aos órgãos 
em raríssimas exceções! 
IMPORTANTE: essa capacidade processual só a têm os órgãos 
independentes e os autônomos, visto que os demais – superiores e 
subalternos -, em razão de sua hierarquização, não podem demandar 
judicialmente, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos 
administrativamente pelas chefias a que estão subordinados. 
MUITO IMPORTANTE: Para se ter noção do que representa um órgão, 
lembre-se que: 
- ÓRGÃO É PRODUTO DA DESCONCENTRAÇÃO ADMININISTRATIVA. 
- ÓRGÃO NÃO TEM VIDA, NÃO TEM PATRIMÔNIO, NÃO TÊM 
DIREITOS. 
- ÓRGÃO NÃO TEM CAPACIDADE POSTULATÓRIA. 
- MAS O ÓRGÃO TEM CNPJ!!! 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
A) Quanto a posição estatal: esta classificação está ligada à 
hierarquização da Administração Pública onde encontramos órgãos 
superiores em relação a outros inferiores. Assim temos: 
 ÓRGÃOS INDEPENDENTES - são aqueles originários da 
Constituição e representativos dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário. Não têm subordinação hierárquica ou funcional, 
sujeitando-se exclusivamente aos controles constitucionais que 
permitem o controle de um Poder pelo outro (sistema de freios e 
contrapesos). 
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• Casas Legislativas - Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, 
Senado Federal, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores. 
• Chefias do Executivo – Presidência da República, Governadorias, 
Prefeituras. 
• Tribunais Judiciários e Juízes singulares. 
• Ministério Público – da União e dos Estados. 
• Tribunais de Contas – da União, dos Estados, dos Municípios. 
 
 ÓRGÃOS AUTÔNOMOS - são os que se encontram na cúpula da 
Administração logo abaixo dos independentes, sendo a estes 
subordinados. Esses órgãos têm autonomia administrativa, 
financeira e técnica. Cuidam de planejamento, supervisão, 
coordenação e controle. 
• Ministérios, Secretarias Estaduais, Secretarias Municipais. 
• Advocacia-Geral da União, Procuradorias dos Estados e Municípios. 
• Estado Maior das Forças Armadas. 
• Consultoria Geral da República. 
 
 ÓRGÃOS SUPERIORES - não gozam de autonomia administrativa 
nem financeira, que são atributos dos órgãos independentes e dos 
autônomos a que pertencem. Sua liberdade funcional restringe-se 
ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua área de 
competência, com responsabilidade pela execução, geralmente a 
cargo de seus órgãos subalternos. 
• Gabinetes 
• Inspetorias-Gerais 
• Coordenadorias 
• Departamentos 
• Divisões. 
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 ÓRGÃOS SUBALTERNOS - representam o último escalão da 
Administração, com reduzido poder decisório e com predominância 
de atribuições de execução, a exemplo das atividades-meios e 
atendimento ao público. 
•Portarias 
• Sessão de expediente 
 
 
B) Quanto à sua estrutura: Aqui o autor usa da composição do órgão, ou 
seja, se há ou subdivisões dentro do organograma do órgão, sendo eles: 
 ÓRGÃOS SIMPLES - também chamados de unitários, têm um só 
centro de competência. Ex.: Presidência da República, Portarias. 
 ÓRGÃOS COMPOSTOS - têm em sua estrutura inúmeros outros 
órgãos menores, uns exercendo função idêntica à principal, ou seja, 
atividade fim e outras exercendo uma função auxiliar diferente da 
principal, ou seja, atividade meio. Ex.: Secretarias e Ministérios. 
 
C) Quanto à sua atuação funcional: aqui temos uma divisão por ordem 
de mando, ou seja, as ordens são emanada por uma ou várias pessoas 
dentro do órgão. Assim temos: 
 SINGULARES OU UNIPESSOAIS - são aqueles que apresentam um 
só titular que é o chefe e representante do mesmo e que apesar de 
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contar com muitos outros agentes auxiliares, desempenha a função 
principal do órgão individualmente. A formação e manifestação de 
vontade não dependem do acorde de nenhuma outra autoridade. 
Ex.: o Presidente da República, as Governadorias dos Estados e os 
Prefeitos Municipais. 
 COLEGIADOS OU PLURIPESSOAIS - são aqueles que atuam e 
decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de 
seus membros, não prevalecendo a vontade pessoal do chefe ou de 
qualquer outro integrante. Ex.: as Corporações Legislativas, os 
Tribunais e as Comissões deliberam e decidem por seus plenários e 
câmaras, mas se fazem representar juridicamente e se administram 
por seus presidentes, chefes ou procuradores. 
 
D) Quanto às funções exercidas: 
 ÓRGÃOS ATIVOS – são os que produzem ações, os atos 
necessários para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica da qual 
fazem parte. Os Ministérios e Secretárias são exemplos desses órgãos 
ativos. 
 ÓRGÃOS DE CONSULTA – produzem os pareceres e as opiniões 
necessárias para a tomada de decisão por parte dos órgãos ativos. 
Exemplo de órgãos consultivos: as assessorias jurídicas integrantes 
das estruturas dos Ministérios. 
 ÓRGÃOS DE CONTROLE – são aqueles responsáveis por 
acompanhar e fiscalizar outros órgãos. Ex.: Tribunal de Contas da 
União. 
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E) Quanto à esfera de ação (Maria Sylvia Zanella Di Pietro): 
 ÓRGÃOS CENTRAIS – são aqueles que exercem atribuições em 
todo o território nacional, estadual ou municipal. São exemplos: as 
Casas Legislativas, os Ministérios, as Secretarias de Estado e as de 
Município. 
 ÓRGÃOS LOCAIS – atuam apenas sobre uma parte do território, 
como as Delegacias Regionais da Receita Federal, as Delegacias de 
Polícia, os Postos de Saúde. 
 
 
 
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ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
A Administração Indireta se constitui das entidades dotadas de 
personalidade jurídica própria, oriundas da DESCENTRALIZAÇÃO e 
compreendem as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista. 
 
 
 
 
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AUTARQUIA 
 Criação/extinta diretamente por lei específica. 
 Pessoa jurídica de direito público 
 Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de 
servidor. 
 Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao 
patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades 
essenciais. 
 Desempenha serviço público descentralizado. 
 
 
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LEI Nº 10.411, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2002. 
Altera e acresce dispositivos à Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de 
Valores Mobiliários. 
Art. 1º Os arts. 5º, 6º , 16 e 18 da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, passam a vigorar com a seguinte redação: 
"Art. 5º É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade 
autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade 
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, 
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia 
financeira e orçamentária.” 
 
FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 Criação autorizada por lei específica e lei complementar irá definir 
as áreas de sua atuação (OBJETO). 
 Pessoa jurídica de direito público. 
 Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de 
servidor. 
 Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao 
patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades 
essenciais. 
 Desempenha serviço público descentralizado. 
 
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967 
Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece 
diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. 
 
 
 
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TÍTULO I 
DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República 
auxiliado pelos Ministros de Estado. 
Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as 
atribuições de sua competência constitucional, legal e regulamentar com 
o auxílio dos órgãos que compõem a Administração Federal. 
Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo 
estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição , o Poder 
Executivo regulará a estruturação, as atribuições e o funcionamento dos 
órgãos da Administração Federal. 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. 
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias 
de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: 
a) Autarquias; 
b) Empresas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista. 
d) fundações públicas. 
 
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado 
por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência ou de conveniência 
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administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em 
direito. 
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a 
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração 
Indireta. 
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que 
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com 
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos 
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos 
da União e de outras fontes. 
(...) 
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem 
personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua 
constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes 
aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às 
fundações. 
 
CAPÍTULO III 
DAS FUNDAÇÕES 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura 
pública ou testamento, dotação especial debens livres, especificando o 
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: 
I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio 
histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção 
do desenvolvimento sustentável; 
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VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; 
IX – atividades religiosas; e X – (VETADO). 
 
CAPÍTULO III 
DAS FUNDAÇÕES 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, 
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
(...) 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde 
situadas. 
§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o 
encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o 
encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. 
* E as Fundações autárquicas/governamentais estão sob a tutela do 
MPF!? 
 
BASE CONSTITUCIONAL - Art. 37, CF/88: (...) 
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia 
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; (EC nº 19/98) 
 
 
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SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 Criação autorizada por lei específica, com registro em cartório 
específico. 
 Pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações 
próprios distintos da pessoa que a instituiu. 
 Forma de organização societária – APENAS SOCIEDADE ANÔNIMA 
S/A. 
 Composição do capital – Cabe investimento privado, mas desde 
que a maioria do capital votante seja público. CAPITAL MISTO. 
 Foro para solução dos conflitos – Sempre é JUSTIÇA ESTADUAL. 
 Pessoal é ocupante de emprego público, e é chamado de 
empregado público. 
 Regime tributário é o mesmo das empresas privadas, salvo alguns 
privilégios para prestadoras de serviço público. 
 Explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88); 
embora também possa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175). 
 IMPORTANTE: Nenhuma das entidades, mesmo àquelas de direito 
privado, estão sujeitas à FALÊNCIA ou PENHORA, dado que estes 
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institutos são incompatíveis com os ditames de direito público ou 
bens e valores tidos como públicos. 
 ATENÇÃO: Muito cuidado com a nova lei das estatais, a Lei nº 
13.303/16 que determina vários assuntos destas EP e SEM, 
independentemente se são federais, estaduais ou municipais, 
dentre eles, o conceito de cada uma, regime, formas de controle e 
principalmente a parte de licitações e contratos, agora regida quase 
que integralmente pela referida lei no âmbito das estatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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