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Ciências Atuariais - Resumo

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Ciências Atuariais
Estacio - 3° semestre
Aula 01
A atuária é a ciência que se preocupa com a identificação, medição e gerenciamento de
riscos e divide-se nos ramos vida e não vida. Iremos considerar, nesta disciplina, o termo
risco como a possibilidade de perda ou dano. Ao finalizar esta aula você perceberá o quanto a
atuária está envolvida em nosso cotidiano, das entidades e de um país.
John Graunt (1620-1674) um comerciante inglês, foi o primeiro a projetar um exemplo de
aplicação do método estatístico em 1662, um passo enorme para o seguro de vida! John
Graunt também foi o cientista a tentar construir a primeira tábua de mortalidade. Ao longo
de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à mortalidade de pessoas,
mas faleceu sem concluir seu trabalho. (GARCIA, 2016)
Edmond Halley (1656-1742), astrônomo que descobriu o cometa que leva seu nome,
construiu a primeira Tábua de Sobrevivência chamada Breslaw Table, em 1693, mostrando
como as estatísticas podiam ser usadas para calcular o valor das anuidades vitalícias.
Halley conseguiu finalizar a Tábua quando identificou qual foi o problema. que Graunt teve,
após não conseguir finalizar seu trabalho. Graunt tentou construir uma Tábua de
Mortalidade, em Londres, cidade que era a hegemonia econômica na época. Sua localização
portuária contribuía e muito para a imigração, mudando todo o perfil da população estudada
Com isso, Halley escolheu uma cidadezinha chamada Breslaw, na Polônia, localizada bem ao
centro da Europa e, portanto, sem grandes impactos na alteração de sua população
(GARCIA, 2016).
O nascimento oficial da Ciência Atuarial é datado em 1762, com a criação da Equitable
Society, em Londres, lançando a pedra fundamental do Seguro de Vida Moderno,
comercializando planos com tarifas de prêmios nivelados com prazos de contrato de longa
duração. (GARCIA, 2016); (SOUZA, 2007)
O nome atuário surgiu com a fundação dessa companhia inglesa, assim, a palavra começou a
ser difundida para descrever todos os que eram peritos em problemas envolvendo
probabilidades de vida.
A Matemática atuarial também nasceu com criação da Equitable Society, como uma
matemática aplicada. A intenção era criar uma nova forma de se calcular o valor das rendas,
visto que ela veio de uma crise financeira provocada pelo insucesso das operações deficitárias
das rendas vitalícias.
As seguradoras operantes, no Brasil, para precificar os seguros de vida e os seus planos de
previdência, utilizavam a série de tábuas Annuity Table (AT) e outras similares, que são
referenciadas na expectativa de vida dos norte-americanos. (OLIVEIRA et al, 2010)
Existem mais de 80 Tábuas de Mortalidade de vários países, como a AT (Annuity Table) dos
EUA, as CSO provindas da Alemanha, a GKM provinda da Inglaterra etc.
Os princípios das Ciências Atuariais
O primeiro é o princípio do mutualismo, que seria a repartição de um dano entre um grupo
de indivíduos. Segundo Henon, citado por Brasil (1985, p. 174), é mais fácil suportar
coletivamente as consequências danosas de acontecimentos individuais do que deixar o
indivíduo só e isolado, às voltas com tais consequências.
são estes os princípios que devem nortear a sua atuação profissional:
● DO RISCO
● DA ALEATORIEDADE
● DO MUTUALISMO
● DA LEI DOS GRANDES NÚMEROS
● DA EQUIPROBABILIDADE
● DA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS
● DA MENSURAÇÃO DO RISCO
● DA ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DO RISCO
● DA PULVERIZAÇÃO DO RISCO
● DA PRESERVAÇÃO DO PODER AQUISITIVO NO TEMPO (VALOR MONETÁRIO)
● DOS PARÂMETROS REALISTAS
● DA SOLVÊNCIA E CONTINUIDADE DAS OPERAÇÕES
● DA PRUDÊNCIA
● DA CONSISTÊNCIA
● DA COMPETÊNCIA DO RISCO
● DA MATERIALIDADE E RELEVÂNCIA
● DA SEGREGAÇÃO PATRIMONIAL
Aula 02
Sobre o conceito de seguro, Silva (1999, p. 21) leciona que:
[…] seguro é um plano social que combina risco de muitos indivíduos dentro de um grupo,
atuarialmente prevê perdas e usa os fundos das contribuições dos membros dos grupos para
efetuar o pagamento das indenizações, quando são devidas nas condições e termos de
contrato.
[...] a autoridade supervisora deve requerer que as seguradoras divulguem informações
relevantes em tempo hábil para dar às partes interessadas uma visão clara sobre suas
atividades de negócios exposição financeira, de forma a facilitar a compreensão dos riscos
aos quais estão expostos. O mercado de produtos financeiros está cada vez mais globalizado e
se torna indispensável a elevação padrão de informações contábeis ao padrão internacional.
Origem do seguro: Corrente Histórica x Corrente Técnica
A corrente histórica, defende que a origem do seguro remota há antiguidade nos anos antes
de Cristo de maneira rudimentar e de caráter mutualístico. (GARCIA, 2016)
Seguro no Brasil
Em 1808, teve início o mercado de seguros no Brasil por meio da abertura dos portos ao
comércio internacional, sendo a “Companhias de Seguros BOA-FÉ” a primeira a funcionar
no país, datada de 24 de fevereiro de 1808, a operar o seguro marítimo.
Em 1855, era fundada a “Companhia Tranquilidade”, especializada em seguro de escravos,
com a qual o dono era ressarcido financeiramente, caso houvesse a mortalidade dos seus
escravos. A vigência desse seguro era de um ano e a indenização só era paga, caso o escravo
tivesse entre 10 e 60 anos de idade, se fosse vacinado e as apólices excluíam a cobertura da
morte, se fosse consequência de maus tratos. (GARCIA, 2016)
Em 1860, tornou-se obrigatória, no Brasil, a apresentação de balanço e o pedido de
autorização para funcionamento de companhias de seguro. Já em 1862, foi autorizada a
primeira companhia estrangeira a operar no país, denominada de “Garantia da Cidade do
Porto”, seguradora portuguesa. (BORELLI e MONTI, 2013)
Em 1932, surge o primeiro sindicato dos corretores de seguros no Rio de Janeiro. A
profissão de corretor de seguros só foi regulamentada pela Lei n. 4.595 em 1964.
Em 1939, é criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), tendo como proposta política, a
proteção do mercado brasileiro contra a presença então maciça das companhias estrangeiras.
(SOUZA, 2007)
O resseguro nada mais é do que um seguro do seguro, onde uma seguradora repassa uma
parte de um seguro para outra seguradora. Resseguro será assunto de aulas posteriores.
Em 1951, é criada, no Rio de Janeiro, a Federação Nacional das Empresas de Seguros
Privados e de Capitalização (FENASEG). (SOUZA, 2007)
Em 1966, por meio do Decreto-lei n° 73, de 21 de novembro de 1966, o governo militar cria o
Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) estabelecendo, posteriormente, o Conselho
Nacional de Seguros Privados (CNSP) (com a incumbência de instituir normas e diretrizes
para o ramo de seguros e previdência privada) e a Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) (criada, com a função de controlar e fiscalizar os mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro).
Destaca-se, em 2007, a abertura do mercado brasileiro de resseguro, pela promulgação da
Lei Complementar N° 126/07 e regulamentações posteriores, possibilitando a admissão de
resseguradores estrangeiros a atuarem no país, após quase 60 anos de monopólio exercido
pelo IRB-Brasil Re.
Origem e Evolução da Previdência
A previdência surge após a promulgação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
durante a Revolução Francesa, em 1789.
A Declaração citava que era dever do Estado manter os meios de subsistência do cidadão,
mesmo que ocorresse algum infortúnio ou devido à própria velhice. Com isso, o Estado passa
a necessitar de meios de sistema de proteção para manter financeiramente seus cidadãos
após um período laborativo.
Na primeira metade do século XX, com a experiência da depressão econômica ocorrida entre
as guerras mundiais, surgiram os modelos universalizantes — que contemplam benefícios
para cidadãos sem exigência de contribuições prévias. (SANTOS, 2004)
A partir da constatação de que necessidades e contingências individuais afetam a sociedade
de maneira geral, se estabeleceuo conceito de seguridade social que é um conjunto de ações
do poder público e da sociedade destinado a assegurar, ao cidadão e aos seus dependentes, o
direito à saúde, à previdência e à assistência social.
Previdência no Brasil
A previdência surgiu, no Brasil, em 1554, como serviço de assistência social com a Criação da
Santa Casa de Santos. (GARCIA, 2016)
A primeira organização de previdência privada, o Montepio Geral dos Servidores do Estado
(Mongeral), foi instituída em 1835 que se encontra em atividade até hoje. Em 1891, a
Constituição estabeleceu a aposentadoria por invalidez, mas apenas para os servidores
públicos.
No século XX, o primeiro movimento de repercussão para criar a previdência social no país é
datado em 1906. Operários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro rebelaram-se
contrários à empresa, que queria descontar 30% dos salários para formar o fundo
previdenciário.
Os operários queriam a contrapartida da empresa. Em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves é
introduzido o Regime Geral de Previdência Social, instituindo uma CAP (Caixa de
Aposentadoria e Pensões), em cada empresa de estrada de ferro. (GARCIA, 2016)
Após, surgiram instrumentos normativos infraconstitucionais importantes, tais como o
Decreto nº 9.284/1911, criando a Caixa de Pensões dos Operários da Casa da Moeda, e o
Decreto nº 3.274/1919, que regulou as obrigações resultantes dos acidentes no trabalho.
As instituições previdenciárias organizaram-se a partir da década de 1920 por categorias
profissionais segundo o modelo contributivo clássico. Até a década de 1950 houve forte
expansão tanto da quantidade de instituições e filiados quanto da influência do Estado sobre
elas, a ponto de serem convocadas a participar do financiamento da construção de Brasília.
Entre 1923 e 1932, já existiam 183 CAPs de classes como prestadores de serviços de força e
luz, bondes, telefones, telegrafia, rádio, água e esgoto, mineração e funcionários de empresas
portuárias.
O sistema previdenciário brasileiro atual é dividido em quatro
blocos:
O primeiro deles é constituído por um regime que atende ao setor privado, conhecido como
Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
O segundo bloco corresponde ao sistema dos servidores públicos da União, conhecido
como Regime Jurídico Único (RJU)
Um terceiro bloco reúne os diversos sistemas de servidores estatutários estaduais e
municipais
O quarto bloco, de caráter privado e facultativo, é constituído pelos fundos de pensão
patrocinados por empresas privadas ou estatais (previdência complementar fechada) e pelas
entidades abertas de previdência complementar.
Leitura
Além da Constituição Federal de 1988, a legislação que atualmente regulamenta a seguridade
social é composta das seguintes normas básicas:
a) Lei 8.212/1991 (Plano de Organização e Custeio da Seguridade Social — PCSS);
b) Lei 8.213/1991 (Plano de Benefícios da Seguridade Social — PBSS);
c) Lei 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social — LOAS);
d) Decreto nº 3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social).
Princípios da Previdência no Brasil
Os princípios consagrados são:
Solidariedade: alguns contribuem mais para ajudar os que ganham menos;
Universalidade da cobertura: não admite exclusão social;
Uniformidade e equivalência dos benefícios: igualando direitos das populações
urbanas e rurais;
Seletividade e distributividade: na prestação de benefícios e serviços;
Irredutibilidade no valor dos benefícios: o princípio é não permitir a redução dos
mesmos;
Equidade na forma de participação do custeio: acentuando que as contribuições
sejam feitas de acordo com a capacidade do contribuinte.
Aula 03
Risco
É a probabilidade de acontecimento de um determinado evento futuro, capaz de alterar o
equilíbrio econômico de um patrimônio.
Souza (2007, p. 25) define risco como “uma possibilidade de um evento inesperado ocorrer,
gerando prejuízo ou necessidade econômica ou danos materiais ou pessoais [...]”.
Características do Risco
Ser possível: Existir uma possibilidade de ocorrência de sinistro. Se o objeto segurável não
estiver exposto a nenhum tipo de risco, implicará em um contrato sem objeto e nulo.
Ser um acontecimento futuro: O sinistro ainda não tenha ocorrido. O seguro feito para
um risco já ocorrido é nulo conforme determina o Código Civil.
Ser incerto ou aleatório: Que o risco possa ocorrer e em um determinado período
predeterminado em contrato ou não.
Ser independente da vontade das partes: Nenhuma das partes, nem o segurado e nem
o segurador, podem ter influência na ocorrência do risco. Se houver, é anulado o contrato.
Resultar em prejuízo de natureza econômica: O risco em que o objeto está
assegurado deve ser passível de prejuízo econômico.
Segundo Brasil (1985, p.174), “ O Seguro é um contrato bilateral e oneroso, através do qual
uma das partes (segurador), recebendo uma remuneração (prêmio), obriga-se com a outra
parte (segurado) á indenizá-lo, ou a terceiros, no caso de se realizar um risco determinado
(sinistro).”
Os seguros podem ser divididos em dois grupos: sociais e
privados.
o Seguro Social, que se originou com a Lei do Seguro Doença, em 1883, como resultado da
proposta elaborada por Bismarck.
Com essa nova visão de proteção social, surgem os primeiros passos para o ideal de seguro
social mais abrangente, destinado não somente aos trabalhadores industriais (proteção
somente àqueles que possuíssem vínculo de emprego), mas sim a toda sociedade. E, ainda,
além de proteger toda sociedade, a filiação se daria de forma obrigatória, passando a ser visto
como direito subjetivo do indivíduo (RAMOS, 2014)
Desse modo, o Seguro (gênero) passou de Seguro Privado (espécie) para Seguro Social
(espécie). As diferenças entre a proteção privada e a proteção social pairam, dentre outras,
no fato de a primeira ser facultativa, menos abrangente e prever menos cobertura de riscos e
ventos (somente o que fora contratado pelo individuo). Embora o Seguro Social fosse mais
abrangente que o Seguro Privado, sua proteção só era destinada aos que contribuíssem para
o custeio de proteção, e se deva de forma a proteger os indivíduos dos riscos sociais.
Atente que: Seguro Social x Seguridade Social
A Seguridade Social, por sua vez, reflete consequente evolução dos ideais anteriores de
proteção social. Da Assistência Social ao tipo de proteção por Seguro Social, abarcando
elementos e características de cada um, porém evoluindo e acrescendo na solidariedade
social, surge o que conhecemos como Seguridade.
O Seguro Social, além de proteger somente os trabalhadores com vínculo de emprego, tinha
como objeto a ocorrência de algum evento que resultasse em determinada forma de dano ao
indivíduo. Ou seja, protegia-se o risco social (como por exemplo, a invalidez, a orfandade, a
mutilação etc.). Diferentemente do que vem a ocorrer com a Seguridade Social, que tem
como objeto a proteção das contingências que venha a passar o indivíduo,
independentemente de existência de qualquer forma de dano. Desse modo, não protege o
risco, mas sim a necessidade social.
Os seguros privados, pelo Decreto-Lei n°. 61.584 de 1987, dividem-se em
três categorias:
No Ramo Vida, são todos os seguros baseados na duração da vida humana. Seguro de vida,
seguro de acidentes pessoais e planos de previdência.
No Ramo Saúde, são seguros que garantem, dentro dos limites estabelecidos na apólice,
despesas médico-hospitalares, decorrentes de acidente ou doença do titular e seus
dependentes.
Nos Ramos Elementares, demais ramos do seguro como incêndio, automóvel,
responsabilidade civil etc.
Fundamentos Técnicos da Precificação do Seguro
As operações de seguro têm suas bases técnicas apoiadas no princípio do mutualismo e no
cálculo das probabilidades.
A estatística, nos leva ao cálculo das probabilidades, que consiste em prever a quantidade de
eventos de prejuízo de ordem econômica, sobre um determinado grupo de segurados
expostos ao risco. Assim, será previsto com exatidão, o número desinistros que deverão
ocorrer em uma determinada massa, permitindo a fixação de um valor pego pelo segurado,
de acordo com o tipo de risco.
Outro fator importantíssimo para a “aceitação do risco” pela seguradora é chamado de
seleção. As seguradoras adotam exames para aceitar o tipo de risco, por meio de vistorias ou
por entrevistas.
RISCOS EXCLUÍDOS
São aqueles oferecidos no contrato de seguro, mas desprezados pelo segurado.
O SEGURADO
A pessoa que estará contratando o seguro. Conforme Silva (2007), o segurado:
• Pode ser pessoa física ou jurídica;
• Contrato é realizado por meio de proposta, exceto bilhete de seguro;
• Não pode contratar mais de um seguro para o mesmo bem.
O SEGURADOR OU A SEGURADORA
A empresa que estará assumindo o risco, mediante o pagamento do prêmio pelo segurado.
De acordo com Silva (2007), as seguradoras são obrigatoriamente entidades jurídicas
constituídas sob a forma de sociedades anônimas, exceto os seguros agrícolas que podem ser
assumidos por cooperativas.
PRÊMIO
Segundo Brasil (1985, p. 178 ), prêmio é o preço do seguro. Assim, o prêmio é a remuneração
que o segurado paga ao segurador para que esse assuma um risco determinado.
O prêmio e os riscos estão intimamente ligados, pois, é em função do risco que o prêmio é
calculado.
De acordo com Souza (2007), o prêmio é o preço ou custo do seguro, especificado no
contrato. Desta forma, o seu valor depende:
Do prazo do seguro
Da importância segurada
Da exposição ao risco.
O prêmio é utilizado pela seguradora para:
• Cobrir indenizações;
• Despesas administrativas;
• Comissões e
• Gerar lucros pra seguradora.
A indenização
O valor limite que a seguradora pagará em caso de sinistro (variabilidade do patrimônio do
bem segurado). Para Souza (2007), a indenização corresponde ao que a seguradora paga ao
segurado pelos prejuízos decorrentes de um sinistro.
Elementos de uma Apólice de Seguro
PROPOSTA DE SEGURO
É encaminhada à Seguradora, uma proposta de seguro contendo os documentos exigidos
para a formalização da Apólice cobrindo o risco.
OS SUJEITOS DA OPERAÇÃO
O segurado e a seguradora.
A IMPORTÂNCIA SEGURADA
É o valor monetário atribuído pelo segurado ao patrimônio, para o qual deseja a cobertura de
seguro. “A partir de 2000, a SUSEP define duas formas de Importância Segurada”.
VALOR DETERMINADO
É o valor fixo garantido ao segurado, no caso de perda total do veículo.
VALOR DE MERCADO REFERENCIADO
O valor ressarcido ao segurado, no caso de perda total do veículo é pago, conforme uma
tabela de referência de cotação para o preço do veículo no momento do sinistro (tabela
FIPE).
PRAZO DE VIGÊNCIA
De modo geral, o prazo de um seguro é de um ano, mas nada impede que sejam contratados
seguros com vigência inferiores ou superiores.
O SINISTRO
É a concretização do risco previsto no contrato e que ocasiona prejuízo. Antes de ser
liquidado, o sinistro passa por uma vistoria para a aprovação.
O RESSARCIMENTO
É reembolso que a seguradora tem direito, no caso de uma indenização paga ao segurado,
oriundo do prejuízo ocasionado por terceiros.
A FRANQUIA
É o valor pago pelo segurado em caso de sinistro. A franquia serve para eliminar pequenos
sinistros, geradores de custos nos preços dos prêmios. Quanto maior o valor da franquia,
menor é o valor do prêmio.
Cosseguro e Resseguro
Cosseguro: É a distribuição de um seguro por duas ou mais seguradoras. Trata-se de
resguardar o princípio da Pulverização das Responsabilidades.
A apólice com cláusula de cosseguro é emitida em uma única apólice pela seguradora líder.
Cabe ao líder receber e distribuir o prêmio e o eventual sinistro, proporcionalmente a cada
cosseguradoras, conforme sua porcentagem de responsabilidade definida na apólice.
Resseguro: É o seguro do seguro. Não muda nada em relação ao cosseguro, a diferença é
que a distribuição da responsabilidade é sem o consentimento do Segurado.
No Brasil, o resseguro é um monopólio definido em lei apenas entre a seguradora e o IRB –
Instituto de Resseguro do Brasil.
Aula 04
A estrutura do mercado segurador brasileiro:
Os cinco grupos que formam o Sistema Nacional de Seguros privados são:
• Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP);
• Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);
• IRB Brasil Resseguros S.A.;
• Sociedades seguradoras autorizadas e
• os corretores habilitados;
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O CNSP é o órgão máximo do setor de seguros, responsável pela fixação de diretrizes e
normas da política de seguros e resseguros, regulando e fiscalizando a orientação básica e o
funcionamento dos componentes do sistema. (SOUZA, 2007)
A estrutura do mercado segurador brasileiro.
Conforme a SUSEP (2016), ao fixar as diretrizes e normas das políticas de seguros, o CNSP
tem por objetivos:
• promover a expansão do mercado em conformidade com o crescimento do país;
• buscar reciprocidade nas operações, condicionamento a autorização para o funcionamento
das empresas estrangeiras à igualdade de condições no país de origem;
• coordenar a política de seguros com a política de investimento do Governo Federal;
• preservar a liquidez e a solvência das sociedades seguradoras.
Outras atribuições do CNSP também incluem:
A regulamentação da constituição, da organização, do funcionamento, da fiscalização e da
aplicação das penalidades previstas das empresas, organizações e pessoas envolvidas no
sistema nacional de seguros privados.
A fixação das características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta,
capitalização e resseguro; a fiscalização da corretagem do mercado e da profissão de corretor
(Susep).
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
A SUSEP é o órgão governamental de atuação colegiada e competência normativa
responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta,
capitalização e resseguros. (SOUZA, 2007)
A SUSEP tem por missão "atuar na regulação, supervisão, fiscalização e incentivo das
atividades de seguros, previdência complementar aberta e capitalização, de forma ágil,
eficiente, ética e transparente, protegendo os direitos dos consumidores e os interesses da
sociedade em geral."
As atribuições da SUSEP são:
Fiscalizar o mercado segurador, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP.
● Autorizar as empresas a atuar no mercado.
● Se uma empresa aproximar-se dos limites máximos estabelecidos, a SUSEP propõe
uma reformulação da política, a ser executada em 90 dias.
● Aplicar penalidades.
● Administrar a massa liquidante.
● Proteger a captação de poupança popular.
● Promover o aperfeiçoamento das instituições.
● Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. (SUSEP,
2016, online)
É a SUSEP quem:
● Zela pela defesa dos interesses dos consumidores.
● Esclarece as dúvidas dos consumidores e recebe e encaminha as reclamações por eles
realizadas. A maioria delas é relativa ao ramo de automóveis.
● Zela pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado.
● Disciplina e acompanha os investimentos daquelas entidades, em especial os
efetuados em bens garantidores de provisões técnicas de cumprir e fazer cumprir as
deliberações do CNSP.
__________________________________________________________
______
O resseguro é uma prática comum, feita em todo o mundo, como forma de mitigar o
risco, preservar a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidação do
sinistro ao segurado.
A origem do resseguro é ligada aos enormes prejuízos que as seguradoras vinham
tendo em razão do crescente onda de incêndios causado pelo fato de, antigamente, o
maioria dos casas e edificações serem de madeira. (GARCIA, 2016)
As principais atribuições do IRB são:
● Fiscalizar o resseguro obrigatório e facultativo do país ou exterior.
● Organizar e administrar consórcios.
● Proceder a liquidação de sinistros e distribuir pelas seguradoras a parte dos
resseguros que não retiver e colocar no exterior as responsabilidades
excedentesda capacidade do mercado segurador interno.
Atualmente, o IRB-Brasil Re é a maior resseguradora da América Latina.
Sociedades Seguradoras, Sociedades de Capitalização e
Sociedade de Previdência Privada
Sociedades seguradoras:
• são entidades jurídicas que, por meio dos recursos dos prêmios cobrados dos
segurados, comprometem-se a indenizá-los no caso de ocorrer o evento contra o qual
se seguraram.
• são empresas que administram riscos, com obrigações de pagar indenizações se
ocorrerem perdas e danos nos bens segurados;
• atuam nos ramos de vida e não vida (bens e direitos), têm suas atividades
controladas pelo CNSP e fiscalizada pela SUSEP;
• a autorização para funcionamento será concedida através de Portaria do Ministro da
Indústria e do Comércio, mediante requerimento firmado pelos incorporadores,
dirigido ao CNSP e apresentado por intermédio da SUSEP;
• não poderão requerer concordata e não estão sujeitas à falência, salvo, neste último
caso, se decretada a liquidação extrajudicial, o ativo não for suficiente para o •
pagamento de pelo menos a metade dos credores quirografários, ou quando houver
fundados indícios da ocorrência de crime falimentar;
• são entidades jurídicas que, por meio dos recursos dos prêmios cobrados dos
segurados, comprometem-se a indenizá-los no caso de ocorrer o evento contra o qual
se seguraram;
• Devem ter autorização para funcionamento concedida por Portaria do Ministro da
Fazenda e não estão sujeitas à falência nem poderão impetrar concordata.
A área comercial tem como função vender o seguro, pois somente após a venda a
apólice poderá ser emitida.
O underwriting trata do processo de aceitar ou rejeitar riscos, fixar taxas a serem
cobradas de acordo com o risco e os objetivos de lucro da entidade. Já o
departamento de indenizações (sinistros) cuida dos processos de regulação e
liquidação de sinistros.
O underwriting envolve o risco financeiro (ou de crédito) consiste na avaliação do
fluxo de caixa da seguradora e do seu endividamento.
Já o risco moral consiste na avaliação da boa-fé dos segurados e seu comportamento
frente à contratação do seguro. E o risco técnico (ou subscrição) consiste na avaliação
do perfil do segurado e do bem a ser garantido, frente às coberturas e garantias
contratadas.
O Departamento de Atuária e Estatística é responsável por calcular as taxas (seguros,
níveis de comissões, reservas de prêmios não ganhos), e preparar relatório anuais,
além de eventuais estudos de viabilidade econômica para grandes negócios que
possam envolver altos níveis de riscos.
Também auxilia no desenvolvimento de novos produtos.
Já o Departamento de Contabilidade tem como objetivo fornecer e controlar as
informações de modo a assegurar a otimização de resultados da empresa. Este
departamento, muitas vezes, trabalha subordinado à Controladoria.
Sociedade de Capitalização:
parágrafo único, do artigo 1, do referido Decreto definia: "As únicas sociedades que
poderão usar o nome de "capitalização" serão as que, autorizadas pelo Governo,
tiverem por objetivo oferecer ao público, de acordo com planos aprovados pela
Inspetoria de Seguros, a constituição de um capital mínimo perfeitamente
determinado em cada plano e pago em moeda corrente, em um prazo máximo
indicado no dito plano, à pessoa que subscrever ou possuir um título, segundo
cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no mesmo título".
• Uma sociedade de capitalização é a combinação de economia programada
(poupança) e sorteios e apresenta basicamente as seguintes características: prêmio,
cota de sorteio, cota de carregamento, provisão matemática, sorteios, prazo de
vigência e carência para resgate.
Então, R$75,00 serão destinados para compor o capital, R$15,00 serão destinados
para o custeio dos sorteios e R$10,00 serão destinados à Sociedade de Capitalização.
Exemplos de alguns títulos de capitalização:
• TC — HSBC Capitalização;
• Pé Quente Bradesco — Bradesco Capitalização;
• OuroCap — Banco do Brasil;
• Super X Cap — Caixa Econômica Federal
Sociedade de Previdência Privada:
Conforme Garcia (2016), existem dois tipos de entidades que operam com
Previdência Privada:
• Entidades Abertas: com fins lucrativos, mantidas por meio de contribuições dos
participantes;
• Entidades Fechadas: sem fins lucrativos, com forma jurídica de associação civil
ou fundação restrita a determinado grupo de trabalhadores ou empresas.
Aula 05
O Brasil só foi submetido a medidas legislativas a partir do século XX com a
promulgação da Lei Eloi Chaves, que foi a primeira lei a tratar de previdência.
No Brasil, o primeiro registro de um modelo de previdência foi em 1888 com o surgimento
do Decreto Nº 9.912-A, de 26 de março de 1888, que regulou o direito à aposentadoria dos
empregados dos Correios. Estipulava requisitos para concessão das aposentadorias como 30
anos de efetivo serviço e idade mínima de 60 anos.
Ainda em 1888, a Lei Nº 3.397 criou a Caixa de Socorro em cada uma das Estradas de Ferro
do Império.
1888
É publicado o Decreto Nº 10.269, de 20 de julho de 1889, criando o Fundo de Pensão do
Pessoal das Oficinas da Imprensa Nacional. A Lei Nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923,
conhecida como Lei Eloi Chaves, foi a primeira a tratar sobre previdência, instituindo e
regulamentando a criação de uma caixa de aposentadoria e pensões para os empregados de
uma empresa ferroviária.
O Decreto Nº 16.037/23, criou o Conselho Nacional do Trabalho, com atribuições inclusive,
de decidir sobre questões relativas à Previdência Social.
1889
A partir da publicação da Lei Eloi Chaves, outras mudanças surgiram, criando ou
incorporando regimes, como a Lei Nº 5.109, de 20 de dezembro de 1926, que estendeu o
regime da Lei Eloi Chaves aos portuários e marítimos.
1926
O Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de abril de 1943, aprovou a Consolidação das Leis do
Trabalho, elaborada pelo Ministério do Trabalho Indústria e Comércio e que preparou
também o primeiro projeto de Consolidação das Leis da Previdência Social.
1943
Surge a Lei Nº 6.435, de 15 de julho de 1977, dispondo sobre previdência privada aberta e
fechada (complementar). É considerada por especialistas como ponto de partida, ou seja, o
marco inicial dos Fundos de Pensão.
1977
É promulgado o Decreto Nº 81.240 que regulamentou a Lei Nº 6.435/77, na parte referente
à previdência complementar. A partir dessa época se institucionaliza, de fato, a criação dos
chamados Fundos de Pensão.
1978
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 194, aponta que seguridade social compreende
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
1988
Outras datas e fatos importantes marcaram a evolução da Previdência Social no Brasil como
a edição da Lei Nº 8.212/91, que dispôs sobre a organização da seguridade social e instituiu
seu novo Plano de Custeio
O Sistema Previdenciário Brasileiro, conforme mostra a Figura 1, é composto por a
Previdência Social de filiação obrigatória (RPG e RPPS) e a Previdência Privada, de caráter
facultativo e com a intenção de complementar a aposentadoria do cidadão (composta por
entidades abertas e fechadas).
Previdência Social
É uma espécie de seguro que os trabalhadores devem contribuir durante todo o período em
que estiverem em atividade laboral. O principal objetivo desta contribuição é garantir a
continuidade do benefício financeiro quando o trabalhador estiver aposentado, assim como
em casos de gravidez, doenças ou acidentes.
Existem dois tipos de Previdência Social no país:
RGPS que é o INSS e de filiação obrigatória dos trabalhadores
RGPS — Regime Geral de Previdência Social — é operado pelo INSS, está voltado para os
trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhista (CLT) (empregados,
trabalhadores avulsos, trabalhadores rurais, empregadores, autônomos e empregados
domésticos) e, nos casos em que o ente da federação não tenha instituídoregime próprio de
previdência, engloba também os servidores públicos.
RPPS, de filiação dos Servidores Públicos
RPPS — Regime Próprio de Previdência Social — são pessoas jurídicas descentralizadas da
administração pública indireta, geralmente criadas sob a forma de autarquia, incumbidas da
administração do custeio e das prestações referentes à cobertura previdenciária dos
servidores públicos ocupantes de cargos efetivos da União, dos estados, dos municípios e do
Distrito Federal.
Há seis modalidades de segurados:
EMPREGADOS
Nesta categoria, estão todos os trabalhadores que têm carteira assinada e que prestam
serviço constante na empresa e recebem salário.
EMPREGADOS DOMÉSTICOS
São os trabalhadores com carteira assinada e prestam seu serviço na casa de uma pessoa ou
família, que não desenvolvem atividade lucrativa. Nessa categoria estão as governantas, o
jardineiro, o caseiro etc.
TRABALHADORES AVULSOS
São aqueles que prestam serviços a diversas empresas, sem vínculo de emprego, e que são
contratados por sindicatos e órgãos gestores de mão de obra, como estivador, amarrador de
embarcações, ensacador de cacau etc.
CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS
São consideradas as pessoas que trabalham por conta própria como empresário, autônomo,
comerciante ambulante, feirante etc. e que não têm vínculo de emprego.
SEGURADOS ESPECIAIS
São os trabalhadores rurais e os pescadores artesanais que produzem individualmente ou em
regime de economia familiar, e não utilizam empregados para essas atividades.
SEGURADOS FACULTATIVOS
São todos aqueles que, maiores de 16 anos, não têm renda própria, mas decidem contribuir
para a Previdência Social, como as donas de casa, os estudantes, síndicos de condomínios
não remunerados etc.
Os benefícios da Previdência Social:
● Aposentadoria por Tempo de Contribuição, por Idade e Especial;
● Aposentadoria Compulsória;
● Aposentadoria por Invalidez;
● Pensão por Morte;
● Auxílio Doença e Auxílio Reclusão;
● Salário Maternidade e Salário Família.
Previdência Privada
Previdência Privada ou Complementar, ao contrário da Previdência Social, é uma alternativa
não obrigatória do trabalhador e de caráter individual.
Enquanto que a Previdência Social se constitui por ser um regime de repartição simples,
onde todos devem colaborar para poder gerar a renda para a distribuição dos benefícios
entre as pessoas aptas para recebê-la (pessoas com idade avançada, inválidos, grávidas etc.),
a Previdência Privada, como o próprio nome diz, age como um suplemento ou uma poupança
reserva única para cada indivíduo.
A Previdência Privada é um pagamento extra, feito pelo indivíduo, para complementar a
renda recebida pelo INSS, como também para a realização de algum projeto de vida, como
pagar a universidade dos filhos ou construir um negócio próprio.
É uma aposentadoria independente e complementar a da previdência social. Tem como
característica ser opcional e voluntária. É utilizada para preservar um determinado padrão
de vida.
Dentre os principais benefícios, pode-se destacar:
Renda por Sobrevivência
É entendida como aquela a ser paga ao participante do plano que sobreviver ao prazo de
diferimento contratado, geralmente denominada de aposentadoria.
Renda por Invalidez
Trata-se da renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez total e
permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de
carência estabelecido no plano.
Pensão por Morte
Trata-se da renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição em
decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de
cumprido o período de carência estabelecido no plano.
Pecúlio por Morte
É a importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na
proposta de inscrição, em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período
de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.
Pecúlio por Invalidez
Trata-se da importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante, em
decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e
depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC)
Os planos de benefícios administrados pelas EFPC são divididos em:
● Benefício Definido (BD),
● Contribuição Definida (CD),
● Contribuição Variável (CV).
São os Fundos de Pensão, formados para atender a necessidades específicas dos funcionários
das empresas de grande porte, sobretudo das estatais. O acesso é restrito a um grupo
determinado e eles não podem ser comercializados no mercado.
Os Planos de Previdência Fechado são destinados a empresas ou associações onde o grupo de
funcionários ou associados contribui para formação de um fundo de pensão, gerido por
entidades sem fins lucrativos. Esses planos são fiscalizados pela Superintendência de
Previdência Privada (Previc), que é subordinada à Previdência Social.
Em linhas gerais, o trabalhador contribui com uma parte mensal do salário e a empresa
banca o restante, valor que normalmente é dividido em partes iguais. Outras empresas, essas
mais raras, bancam toda a contribuição. Ex: PETROS, PREVI, SISTEL, FORLUZ.
Os Planos de Previdência Aberto (EAPC)
São comercializados no mercado por seguradoras ou entidades abertas de Previdência
Privada. As regras são mais flexíveis para atender às necessidades de pessoas físicas ou
empresas que queiram, de qualquer tamanho, fazer o plano para seus colaboradores.
Esta modalidade de plano de previdência é composta por planos de benefícios administrados
por seguradoras autorizadas a operar exclusivamente no ramo de seguro de pessoas. Ex.:
PGBL, VGBL.
Saúde Suplementar
Os planos de saúde são regulamentados pela Lei n. 9.656/1998. São todas as empresas que
prestam serviço de assistência à saúde, regulamentadas e fiscalizadas pela Agência Nacional
de Saúde (ANS) e classificadas da seguinte forma.
AUTOGESTÃO
São empresas que prestam o serviço médico-hospitalar, exclusivamente aos empregados
ativos, aposentados, pensionistas e ex-empregados e seus familiares sem fins lucrativos. A
regulamentação e fiscalização desse tipo de segmento é mais flexível perante ANS.
Geralmente, são empresas que beneficiam os seus empregados, sindicatos e órgãos públicos.
A autogestão também pode ser de forma patrocinada ou não patrocinada (pagamento mensal
da empresa). Exemplos: Gillete, AFFEMAT, SAÚDE CAIXA, CASSI, PETROBRÁS,
Volkswagen.
ADMINISTRAÇÃO
Funciona da mesma forma que as de autogestão, a diferença é que a prestação do serviço
médico-hospitalar é terceirizada. Adéqua-se melhor a empresas de grande porte, com mais
de dois mil funcionários. Esse tipo de plano a empresa remunera a operadora de forma
pós-paga e mensalmente. Exemplo: Rede Globo.
MEDICINA DE GRUPO (PLANOS DE SAÚDE)
Atua tanto de forma individual como coletiva. Esse tipo de plano tem, como uma de suas
características, a possibilidade de manutenção de serviços próprios, atendendo seu próprio
cliente ou sobre uma rede credenciada. Esse tipo de plano o cliente remunera a operadora de
forma pré-paga e mensalmente. Exemplos: AMIL (Assistência Médica Internacional),
Hospitais com planos próprios e Santa Casas.
MEDICINA DE GRUPO (COOPERATIVAS MÉDICAS)
As cooperativas médicas têm como diferencial a prestação de serviços por médicos de uma
determinada região, que se tornam cooperados. São planos caracterizados como uma espécie
de sociedade exclusivamente de médicos. Esse tipo de plano o cliente remunera a operadora
de forma pré-paga e mensalmente. Exemplo: UNIMED.
SEGURO SAÚDE
Tem por objetivo garantir, dentro dos limites estabelecidos na apólice, o reembolso das
despesas médico-hospitalares, decorrentes de acidentes ou doenças efetuados pelo segurado
e seus dependentes. O diferencial desse tipo de plano é que é permitida ao segurado, a livre
escolha dos serviços médicos necessários,garantindo o reembolso posterior das despesas
médicas. Exemplo: Bradesco Saúde, Sul América.
Regulamentação do Setor de Saúde Suplementar
Alguns tópicos importantes da Lei n. 9.656/1998:
Condições de Admissão do Consumidor
Ninguém pode ser impedido de participar dos planos ou seguros, em razão da idade ou da
condição de portador de deficiência.
O consumidor é obrigado a informar à operadora, na assinatura do contrato, qualquer
doença ou lesão preexistente (DLP), sob pena de cancelamento do contrato.
A operadora, se desejar, pode solicitar perícia médica para esclarecer e definir as DLPs.
Carência dos Planos
● Partos: Carência máxima de 10 meses para a utilização do plano;
● Para os demais casos: Carência máxima de 6 meses para a utilização do plano;
● Casos de urgência e emergência: Carência máxima de 24 horas para a utilização do
plano.
Faixa Etária e Percentual de Reajuste
A lei estabelece 7 faixas para a variação de valores, em razão da idade dos usuários e seus
dependentes:
● Até 17 anos de idade;
● De 18 a 29 anos de idade;
● De 30 a 39 anos de idade;
● De 40 a 49 anos de idade;
● De 50 a 59 anos de idade;
● De 60 a 69 anos de idade;
● 70 anos de idade ou mais.
Franquia e Coparticipação
FRANQUIA
Valor estabelecido no contrato, em que o usuário reembolsa à operadora, após uma
determinada quantidade de uso do plano, também determinado em contrato.
COPARTICIPAÇÃO
Valor estabelecido no contrato, em que o usuário reembolsa à operadora, de forma
percentual e após a utilização dos serviços médico-hospitalar.
Perda da Qualidade de Segurado
Nos contratos individuais, as únicas razões que podem levar à perda dos benefícios são:
● Fraude — Não revelar DLP conhecida;
● Não pagamento da mensalidade por mais de 2 meses.
Reajuste do Prêmio
Os reajustes relativos à variação dos custos médico-hospitalares, só poderão ser aplicados
anualmente e após aprovação da ANS.
Aula 06
Conforme o site Tudo Sobre Seguros (2017), de 1990 para cá, o
mercado mudou bastante:
• Os governos concederam às seguradoras maior liberdade de fixação de preços e demais
condições das apólices;
• Diversas companhias internacionais passaram a operar no Brasil, a oferta de produtos se
diversificou;
• A maior concorrência trouxe benefícios aos consumidores na forma de queda de prêmios.
• Com as reformas dos primeiros anos da década de 1990, teve início um período de
crescimento ainda mais acentuado depois do sucesso da estabilização monetária de 1994 que
acabou com a hiperinflação.
O setor de seguros é relevante na economia, pois fornece cobertura de risco contra todos
os aspectos da vida moderna, desde perdas relacionadas ao exercício de atividades
profissionais, morte e invalidez até perdas referentes a desastres naturais e à propriedade
pessoal.
Sem ela, muitos negócios não existiriam, empregos seriam perdidos e famílias não teriam
proteção nos momentos de adversidade.
O seguro permite aos indivíduos transferir seus riscos às seguradoras — transferido e
compartilhado entre muitos indivíduos, reduzindo desse modo o custo da perda.
Os prêmios (receita dos seguros vendidos) normalmente permanecem por um longo período
como reservas das seguradoras. Eles serão aplicados nos mercados financeiro e de capitais e,
em menor proporção, no mercado de imóveis, produzindo rendimentos.
A gestão de riscos é a contribuição mais importante da indústria. Diversas seguradoras, ao
assumirem determinados riscos, apresentam sugestões de melhorias de riscos e processos (a
partir da inspeção dos locais segurados) visando evitar a ocorrência de sinistros e seus
impactos — tanto em termos de perdas materiais como financeiras (redução do faturamento,
por exemplo).
É o olho “externo” do segurador, com base na experiência de diversos setores para
aconselhar no gerenciamento dos riscos. Os contratos de seguros impõem regras de controle
dos riscos e desta forma contribuem para a segurança das pessoas e das empresas.
Por fim, não podemos deixar de destacar que a atividade de seguro facilita investimentos
estratégicos. O investimento (capital fixo em formação), que é importante para o crescimento
econômico, é tipicamente acompanhado de riscos ainda maiores
A classificação disponibilizada na Figura 1 pode ser resumida em dois grandes grupos:
seguros de pessoas e seguro de não pessoas.
» No seguro de pessoas o prêmio é fixo e definido pelo segurado. Neste caso, a variável
mais importante é a duração da vida, seguro de danos patrimoniais e seguro de prestação de
Serviços.
» Já o seguro de não pessoas depende do grau de dano provocado ao bem. Assim, a
variável é o tempo e a probabilidade de ocorrência do evento que contam, conforme Quadro
2.
Seguros de riscos decorridos Pagamento realizado após ocorrência do fato gerador.
Exemplo: seguro de transporte, de vida em grupo e de acidentes pessoais.
Seguros de riscos a decorrer Caracterizam-se pelo pré-pagamento do prêmio.
Exemplo: seguro de automóvel, incêndio e fiança locatícia.
Seguro de Pessoas
No curso de suas vidas, as pessoas estão sujeitas a uma série de infortúnios, inclusive
relacionados a danos físicos, podendo-se destacar como mais relevantes:
• a morte;
• as consequências de um acidente pessoal;
• a enfermidade grave;
• a perda do emprego ou o impedimento de exercer a atividade;
• a invalidez permanente ou temporária;
• os riscos de enfrentar a velhice em condições financeiras desfavoráveis em relação àquelas
usufruídas durante o período laboral, entre outros. (FENASEG, 2017)
Aula 07
Seguro de Danos Patrimoniais
Conforme Souza (2007), esta modalidade de seguros tem como principal finalidade reparar,
ao segurado, a perda financeira ocasionada pelo sinistro. Os principais exemplos desta
modalidade de seguros estão elencados na figura 1:
● Seguro DPVAT
● Seguro de Automóveis, Aeronaves e Embarcações
● Seguro de Cargas
● Seguro Incêndio
● Outros Seguros
Seguro DPVAT
É o seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias
Terrestres, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não, criado pela Lei n° 6.194/74,
alterada pelas Leis 8.441/92, 11.482/07 e 11.945/09, com a finalidade de amparar as vítimas
de acidentes de trânsito em todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa
dos acidentes.
Este seguro é obrigatório a todas as categorias automotoras, com finalidade de garantir
indenizações nos casos de acidentes de trânsito de qualquer gênero ou natureza, obtendo as
seguintes coberturas:
• morte acidental,
• invalidez permanente ou parcial acidental,
• despesas médicas hospitalares.
A contratação do DPVAT é realizada no momento da regularização do veículo no DETRAN, e
sua indenização poderá ser paga por qualquer instituição de seguro devidamente registrada
nesta categoria pela SUSEP — Superintendência de Seguros Privado.
A seguradora efetuará o pagamento das indenizações a seguir especificadas, por pessoa
vitimada:
• Morte;
• Invalidez Permanente;
• Despesas de Assistência Médica e Suplementares (DAMS).
Não estão cobertos pelo DPVAT:
• Danos materiais (roubo, colisão ou incêndio de veículos);
• Acidentes ocorridos fora do território nacional;
• Multas e fianças impostas ao condutor ou proprietário do veículo e quaisquer despesas
decorrentes de ações ou processos criminais; e
• Danos pessoais resultantes de radiações ionizantes ou contaminações por radioatividade de
qualquer tipo de combustível nuclear, ou de qualquer resíduo de combustão de matéria
nuclear.
Aula 08
Ciclo Econômico de uma Companhia de Seguros
O atual Plano de Contas das Sociedades Seguradoras tem por finalidade:
● Uniformizar os registros contábeis.
● Racionalizar a utilização de contas.
● Estabelecer regras, critérios e procedimentos.
● Possibilitar o acompanhamento do Sistema Nacional de Seguros Privados.
● Possibilitar a análise, avaliação do desempenho e o controle, de modo que as
demonstrações elaboradas expressem, com fidedignidade e transparência, a situação
econômico-financeiradas sociedades seguradoras.
CONTAS DE ATIVO
De acordo com Iudícibus (2000, p.142) “a avaliação e conceituação de um ativo configuram
um dos aspectos mais importantes da teoria contábil”. A seguir, pode-se verificar algumas
contas de ativo específicas das seguradoras.
PRÊMIO A RECEBER
Conforme determinação da SUSEP, contabilizam-se os prêmios de seguro, de cosseguros
aceitos e de retrocessão que as seguradoras têm a receber.
SEGURADORAS — PAÍS
De acordo determinação da SUSEP, são registradas operações de cosseguros, contabilização
das restituições de prêmios e comissões de cosseguros cedidos e recuperações dos sinistros
de Cosseguros cedidos.
RESSEGURADORAS
Segundo a SUSEP, deverão ser registradas as operações de resseguros cedidas ocorridas,
com IRB-Re. As operações são recuperações de sinistros, comissões e conta movimento em
moeda estrangeira.
SALVADOS A RECEBER
A conta mais importante desse grupo é a referente a bens oriundos de sinistros pagos que a
seguradora recupera.
Despesas de Comercialização Diferidas: Conforme a SUSEP (2008) são despesas
oriundas da celebração de um contrato de seguros, como:
• comissões de corretagem,
• agenciamento,
• desconto de prêmio,
• inspeção de risco.
Contas do Passivo
Contas a Pagar
Imposto sobre operações financeiras (IOF): São registrados os valores de IOF, incidentes
sobre os prêmios de seguro.
Provisões técnicas de Seguros
Representa o maior passivo das Seguradoras, sendo formada pelas obrigações com os
segurados. De acordo com Costa (2005), provisões técnicas são passivos constituídos pelas
seguradoras para garantir ao segurado os pagamentos de sinistros ocorridos ou a ocorrer em
função dos riscos assumidos.
Débitos de operações com Seguros, segundo a SUSEP
Acionistas — Conta Depósitos: São registrados os pagamentos realizados pelos acionistas, em
virtude de suas subscrições para aumento de capital.
Cobrança Antecipada de Prêmio: São contabilizados os pagamentos realizados pelas
segurados na fase da análise do risco.
Resseguradora: Contabilizam-se os prêmios de Resseguros a pagar, líquido de comissões e
adiantamentos de recuperações de sinistros de Resseguros.
Prêmios e Emolumentos Recebidos: são registrados os prêmios recebidos pela seguradora
após a emissão da apólice.
Conforme a SUSEP (2008) são divididas em:
Provisões de Prêmios não Ganhos: Representa a parcela correspondente ao período de
risco não ainda decorrido.
A constituição das provisões é realizada pela competência, com base nos prêmios retidos,
reconhecendo, em resultado, os prêmios de pró-rata temporis, diariamente, conforme a
vigência do seguro.
Provisão de Insuficiência de Prêmio: São constituídas quando há insuficiência de
reserva.
Provisão de Sinistros ocorridos e não avisados.
Provisão de Sinistro a Liquidar: Refere-se a sinistros avisados à seguradora e ainda não
pagos relativos a segurados e cosseguros aceitos, líquidos das recuperações de cosseguros e
resseguros cedidos.
Contas de Resultado
Segundo Souza (2007), a apuração dos resultados é feita conforme regime de competência e
abrange a apropriação dos prêmios, deduzindo os cancelamentos, as restituições cessões em
cosseguros e resseguros, de acordo com o faturamento mensal em caso de Ramos de Riscos
Decorridos e conforme prazo de vigência da apólice Ramos de Risco a Decorrer.
Segue uma apresentação dos conceitos destas contas na ordem da estruturação da DRE.
a) Prêmios Retidos
Prêmios Retidos: Segundo a SUSEP, são os prêmios emitidos pelas Seguradoras excluídos
os valores cedidos a títulos de resseguros, cosseguro, consórcios e fundos, além das exclusões
dos prêmios cancelados, dos prêmios restituídos e dos descontos concedidos. São os valores
que efetivamente permanecem em poder da seguradora
● Prêmios de Seguros: Conforme a SUSEP, é a principal receita da seguradora.
● Prêmios Cancelados: são apropriadas as despesas com os prêmios cancelados
pelas seguradoras, tanto de sua liderança quanto de cosseguro aceito e retrocessões.
● Prêmios Restituídos: são contabilizadas as despesas incorridas pela seguradora
com o prêmio que a seguradora restitui para o segurado. A contabilização ocorre na
emissão da apólice, no momento do registro do prêmio.
b) Variações de Provisões Técnicas
Segundo Costa (2005), são utilizadas como contrapartida das constituições e reversões das
provisões técnicas que são contabilizadas no passivo.
A nomenclatura “variação” é utilizada, pois pode variar positivamente ou negativamente
dependendo do valor da constituição e da reversão da provisão.
c) Prêmios Ganhos
Segundo Costa (2005), a receita de prêmios de seguro é contabilizada pelo montante quando
da emissão da apólice, sendo corrigida mensalmente nas contas de Variações das Provisões
Técnicas pelo seu valor proporcional, em conformidade com a vigência da apólice.
d) Sinistros Retidos
Segundo Souza (2007 p. 95), “expressam o valor da indenização de responsabilidade da
própria seguradora. Do total das indenizações reclamadas pelos segurados são deduzidas as
recuperações com cosseguros e resseguro, valores recuperados de terceiros responsáveis pelo
sinistro (ressarcimento); e valores recuperados com a venda de bens recuperados de sinistros
(salvados)”.
e) Despesas de comercialização
De acordo Souza (2007), caracterizam-se por agrupar os valores referentes às indenizações
de corretagens.
f) Despesas Administrativas
Conforme Souza (2007), englobam todos os gastos vinculados à estrutura administrativa de
uma seguradora, incluindo gastos com pessoal e encargos sociais.
g) Resultado Bruto
Composto pelos prêmios ganhos que são as receitas líquidas das seguradoras, deduzidos os
principais custos do seguro, que são sinistros diretos e custos de comercialização.
h) Resultados Financeiros
Segundo Silva (1999), as contas de resultado financeiros são compostas de receitas e
despesas de investimentos da seguradora.
i) Resultados Patrimoniais
De acordo com Silva (1999), são oriundas das receitas e despesas patrimoniais pertencentes
aos investimentos permanentes das seguradoras.
Normas Contábeis das operações de seguros, resseguros, de
capitalização e entidades abertas de previdência
complementar
Na Circular nº 517/2015, as Normas Básicas são compostas por:
Princípios Gerais;
• Escrituração;
• Exercício Social;
• Codificação da Norma Contábil.
Procedimentos para o Registro Contábil dos Prêmios de
Resseguro
As seguradoras, EAPC e resseguradores locais deverão observar os procedimentos para
registro contábil dos prêmios de resseguro estabelecidos pela Circular nº 517/2015, que
considera:
I - momento da aceitação do contrato: quando a cedente e o ressegurador, seja de forma
direta ou por meio de corretor de resseguro, responsabilizam-se, de maneira formalizada ou
não, pela existência do contrato de resseguro.
II - momento do acordo entre as partes: quando as partes concordam com as bases técnicas
envolvidas.
A seguradora, a EAPC e o ressegurador local deverão reconhecer contabilmente o prêmio de
resseguro de acordo com as características de cada tipo de contrato. 
Os prêmios dos contratos automáticos não proporcionais e facultativos deverão ser
reconhecidos no início de vigência ou no momento da aceitação do contrato, o que primeiro
ocorrer, pelo valor do prêmio acordado contratualmente.
Os prêmios adicionais referentes a ajustes posteriores ao início do contrato deverão ser
reconhecidos no momento do acordo entre as partes.
As cedentes deverão reconhecer os prêmios dos contratos proporcionais pelo valor de cada
risco a ser repassado, na proporção de sua cessão.
Os resseguradores locais deverão reconhecer os prêmios dos contratos automáticos
proporcionais pelo valor estimado informado pela cedente.
Os resseguradores locais poderão aplicar fator de corte nos valores estimados de prêmios, de
acordo com estudo específico elaborado pelo ressegurador.
O prêmio estabelecido deverá ser apropriado por todos os meses do período de vigência do
contrato.Os resseguradores locais poderão utilizar estimativas de sazonalidade para o rateio
estabelecido, de acordo com estudo elaborado pelo ressegurador.
Os resseguradores locais deverão ajustar os prêmios estimados já reconhecidos,assim que
obtiverem informações sobre os prêmios efetivos.
Os estudos mencionados deverão ser mantidos atualizados e à disposição da Susep e dos
auditores independentes, em mídia digital e, quando solicitados, ser entregues no prazo
máximo de 5 dias úteis contados da data do recebimento da solicitação.
Os prêmios de resseguro:
Deverão ser alocados entre os ramos ou grupo de ramos abrangidos pelo contrato, de acordo
com a exposição de prêmios estimada pela cedente.
Deverão ser diferidos ao longo dos prazos a decorrer do contrato.
As cedentes deverão diferir os prêmios dos contratos automáticos e facultativos
proporcionais pelo prazo de vigência do risco. 
Os prazos a decorrer dos contratos de resseguro poderão ser superiores à vigência contratual
estabelecida, de acordo com as características de cada tipo de contrato.
A Contabilidade nas Empresas Seguradoras e o processo de
harmonização
Em relação à regulamentação, as seguradoras devem seguir as normas contábeis instituídas:
• pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC);
• pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC);
• pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
• pela SUSEP.
Além disso, devem seguir as Leis 6.404/76 e 11.638/07 e suas alterações (que dispõem sobre
as sociedades anônimas), já que para atuar no Brasil as seguradoras devem ser constituídas
sob a forma de sociedade anônima.
Tal como se dá com instituições financeiras, sujeitas ao regime da Lei n. 6.024/74, as
seguradoras e entidades de previdência complementar estão sujeitas à intervenção quando
as reservas técnicas forem insuficientes para o cumprimento das obrigações assumidas.
A confiança no sistema de informações contábeis é elemento essencial para
assegurar que o mercado doméstico e global esteja alocando capitais
eficientemente.
Objetivo do CPC 11
É especificar o reconhecimento contábil para contratos de seguro por parte de qualquer
entidade que emite tais contratos (denominada, nesse Pronunciamento, como seguradora)
até que esse Comitê de Pronunciamentos Contábeis complete a segunda fase do projeto
sobre contratos de seguro, em consonância com as normas internacionais de Contabilidade
as quais preveem, para essa segunda fase, o aprofundamento das questões conceituais e
práticas relevantes.
Em particular, esse Pronunciamento determina:
(a) limitadas melhorias na contabilização de contratos de seguro pelas seguradoras;
(b) divulgação que identifique e explique os valores resultantes de contratos de seguro nas
demonstrações contábeis da seguradora, e que ajude os usuários dessas demonstrações a
compreender o valor, a tempestividade e a incerteza de fluxos de caixa futuros originados de
contratos de seguro.
Derivativo embutido
É o componente de um contrato que possui uma parte que sofre variação por algum
indexador, passando por uma atualização financeira, o que afeta os seus fluxos de caixa.
Quando houver relação específica entre o valor contratado e o passivo final acrescido de
juros, a empresa não estará obrigada a efetuar a separação. No entanto, a seguradora será
sempre obrigada a efetuar a separação do contrato de seus encargos e atualizações quando a
contabilização destes últimos puder ser realizada, sendo que o contrário é verdadeiro: se não
puder realizar essa contabilização, estará impedida de efetuar esse procedimento.
Aula 09
Conceito de Provisões Técnicas
São valores constituídos pelas entidades cujo produto é o risco. Tais empresas podem ser:
● Seguradoras
● Entidades de previdência privada aberta ou fechada
● Empresas de capitalização
As Provisões Técnicas correspondem a diversos compromissos financeiros futuros destas
entidades para com seus clientes/participantes.
Os valores de Provisões Técnicas são alocados, portanto, no passivo e formados pelo excesso
de valores pagos pelos clientes em relação aos riscos/custos assumidos pelas empresas.
Esses compromissos futuros podem corresponder a valores já conhecidos, ou como acontece
na maioria das vezes, corresponder a estimativas. Dessa forma, o cálculo das Provisões
Técnicas deve ser feito necessariamente por um atuário, profissional que estabelece os
limites de segurança na gestão de riscos a partir do uso das teorias financeiras e das
probabilidades.
Importância das Provisões Técnicas
As Provisões Técnicas representam um instrumento fundamental na gestão de uma empresa
que assume riscos:
-Se estiverem superdimensionadas elas comprometem a distribuição de lucros da empresa.
-Se subdimensionadas, elas podem conduzir à insolvência da empresa.
As Provisões Técnicas são importantes também na determinação do volume de
impostos pagos pela empresa ou serem por ela provisionados ou recuperados
no futuro, pois influenciam diretamente no resultado bruto servindo de base
para tributação.
Provisões Técnicas conforme Circular Nº 517 da SUSEP
● Para cada Provisão Técnica, as supervisionadas deverão manter nota técnica atuarial,
assinada pelo atuário técnico responsável, à disposição da Susep, com o
detalhamento da metodologia de cálculo utilizada.
● No que se refere à nota técnica atuarial com a metodologia de cálculo deverá ser
entregue à Susep no prazo máximo de 5 dias úteis contados da data de recebimento
da solicitação.
● A Susep poderá, a qualquer tempo, conforme se faça necessário, em cada caso
concreto, determinar às supervisionadas a utilização de método específico para o
cálculo da Provisão Técnica.
● As supervisionadas poderão encaminhar à Susep solicitação para o uso de método
próprio, cuja aplicação depende de prévia autorização da Susep.
● A constituição de Outras Provisões Técnicas (OPT) somente poderá ser admitida
mediante prévia autorização da Susep, devendo estar prevista em nota técnica
atuarial assinada pelo atuário responsável.
● Consideram-se os prêmios ou as contribuições do segurado para seguradora e os
sinistros: os eventos previstos e os cobertos no contrato ou no plano.
Segundo artigo 6, da Circular 517/2015 da SUSEP, para garantia de suas
operações, as seguradoras e EAPC deverão, observado o Anexo I,
constituir, mensalmente, as seguintes provisões técnicas, quando
necessárias:
● Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG);Provisão de Sinistros a Liquidar
(PSL);
● Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR);
● Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC);
● Provisão Matemática de Benefícios Concedidos (PMBC);
● Provisão Complementar de Cobertura (PCC);
● Provisão de Despesas Relacionadas (PDR);
● Provisão de Excedentes Técnicos (PET);
● Provisão de Excedentes Financeiros (PEF);
● Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (PVR).
Provisões de Prêmios Não Ganhos (PPNG)
Segundo o artigo 7.º, da Circular 517/2015, a PPNG deverá ser constituída para a cobertura
dos valores a pagar relativos a sinistros e despesas a ocorrer, ao longo dos prazos a decorrer,
referentes aos riscos assumidos na data-base de cálculo, obedecidos os seguintes critérios:
I. o cálculo da provisão deverá considerar a parcela de prêmios não ganhos na data de
sua apuração, sendo formada pelo valor resultante da fórmula abaixo, em cada ramo
ou plano, por meio de cálculos individuais por cobertura contratada;
Cálculo da PPNG
PPNG = Base de Cálculo x (Período de Vigência a Decorrer/ Prazo de Vigência do Risco)
II. a base de cálculo corresponde ao valor do prêmio comercial, em moeda nacional,
incluindo as operações de cosseguro aceito, bruto das operações de resseguro e
líquido das operações de cosseguro cedido e da parcela do prêmio definida como
receita destinada a recuperação dos custos iniciais de contratação;
III. no período entre a emissão e o início de vigência do risco, o cálculo da provisão
deverá ser efetuado considerando o período de vigência a decorrer igual ao prazo de
vigênciado risco;
IV. após a emissão e o início de vigência do risco, a provisão deverá ser calculada pro rata
die, considerando, para a obtenção do período de vigência a decorrer, a data-base de
cálculo da provisão e a data de fim de vigência do risco;
V. a provisão deverá contemplar ajustes para variação cambial; e
VI. o cálculo da provisão deverá contemplar estimativa para os riscos vigentes e não
emitidos (PPNG-RVNE);
Provisões de Sinistros (PS)
A PSL deverá ser constituída para a cobertura dos valores esperados a liquidar relativos a
pagamentos únicos e rendas vencidas, de sinistros avisados até a data-base de cálculo,
incluindo as operações de cosseguro aceito, brutos das operações de resseguro e líquidos das
operações de cosseguro cedido, obedecidos os seguintes critérios:
I. a provisão abrange os valores relativos a indenizações, pecúlios e rendas vencidas,
incluindo atualizações monetárias, juros, variações cambiais e multas contratuais,
além dos montantes estimados referentes às ações judiciais e os resultantes de
sentença transitada em julgado;
II. os valores esperados a liquidar referentes às ações judiciais para pagamentos de
rendas a vencer que excederem os valores concedidos deverão ser contemplados no
cálculo da PSL, enquanto não houver sentença transitada em julgado, quando então
deverão ser consideradas na PMBC;
III. a provisão deverá contemplar, quando necessário, os ajustes de IBNER (Sinistros
Ocorridos e Não Suficientemente Avisados) para o desenvolvimento agregado dos
sinistros avisados e ainda não pagos, cujos valores poderão ser alterados ao longo do
processo até a sua liquidação final; e
IV. a expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos deverá ser apurada com base
em metodologia definida em nota técnica atuarial e registrada como ajuste de
salvados e ressarcidos na PSL;
V. os montantes de salvados ativados contabilmente não poderão ser considerados
como expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos; e
VI. para fins de ajuste de salvados e ressarcidos na PSL, deverá ser considerada, no
cálculo da expectativa de recebimento de salvados e ressarcimentos, apenas a
estimativa de recuperação relacionada a sinistros avisados e ainda não liquidados.
O fato gerador da baixa da provisão, decorrente de
pagamento, se caracteriza quando:
● Da liquidação financeira.
● Do recebimento do comprovante de pagamento da indenização, pecúlio ou renda
vencida.
● Conforme os demais casos previstos em lei.
Teste de Adequação de Passivos (TAP)
Com objetivo de regular o Teste de Adequação de Passivos (TAP), a SUSEP publicou a
Circular nº 410/2010 (revogada posteriormente pela Circular nº 457/2012), instituindo
referido teste para elaboração das demonstrações financeiras e definiu regras e
procedimentos para sua realização.
De acordo a com Circular, o TAP tem por objetivo verificar se as Provisões Técnicas
constituídas pelas seguradoras, deduzidas das despesas de comercialização diferidas e dos
ativos intangíveis relacionados, são suficientes para suportar o valor presente líquido dos
fluxos de caixa futuros de seus contratos de seguros (Estimativa Corrente) descontados pela
Estrutura a Termos da Taxa de Juros Livre de risco (ETTJ).
Havendo insuficiência de provisões, esta deve ser reconhecida
imediatamente.
Ativos Redutores da Necessidade de Cobertura das Provisões
Técnicas
Poderão ser oferecidos como redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas
por ativos garantidores:
● direitos creditórios;
● ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores;
● depósitos judiciais redutores;
● custos de aquisição diferidos redutores.
Os ativos oferecidos como redutores da necessidade de cobertura das
provisões técnicas não poderão ser oferecidos em garantia de outras
operações.
Ativos de Resseguro Redutores e Ativos de Retrocessão
Redutores
As seguradoras, as EAPC e os resseguradores locais poderão deduzir da necessidade de
cobertura das suas provisões técnicas por ativos garantidores os valores de ativos de
resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores.
A Circular nº 517/2015 da SUSEP apresenta que para efeitos, considerar-se-ão:
cedente: aquele que transfere parte do risco assumido;
cessionário: aquele que assume parte do risco transferido;
contraparte: a cessionária em um contrato de resseguro ou retrocessão;
ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores: os créditos com a
contraparte que poderão ser deduzidos da necessidade de cobertura das provisões técnicas
por ativos garantidores;
prêmios de resseguro: a parcela dos montantes de prêmios estabelecidos nos contratos
de cessão relacionada às operações de seguro que já tenham gerado constituição de provisões
técnicas para a seguradora ou EAPC; e
prêmios de retrocessão: a parcela dos montantes de prêmios estabelecidos nos contratos
de cessão relacionada às operações de resseguro que já tenham gerado constituição de
provisões técnicas para o ressegurador local.
Caracteriza-se como ativo de resseguro redutor e ativo de retrocessão
redutor:
● o valor, respectivamente, dos prêmios de resseguro diferidos e dos prêmios de
retrocessão diferidos diretamente relacionados às provisões técnicas da cedente,
líquidos de montantes pendentes de pagamento à contraparte, vencidos e a vencer;
● o valor esperado dos fluxos de caixa de sinistros e benefícios ocorridos e ainda não
pagos pela cedente, decorrentes do cumprimento, respectivamente, dos contratos de
resseguro e dos contratos de retrocessão; e
● o valor da parcela da insuficiência das provisões técnicas, apurada no TAP, de
responsabilidade das contrapartes.
Patrimônio Líquido Ajustado
O ajuste serve como instrumento de proteção para as seguradoras, além de restringir o valor
máximo de responsabilidade que as cias podem reter em cada risco isolado.
Conforme Resolução CNSP no 85 (2002), serão ajustados por meio de adições ou deduções,
ativos que possam trazer dúvida sobre os benefícios futuros para a seguradora, não
apresentem claro valor de realização ou que dependam de eventos futuros e incertos para sua
realização, além de passivos já conhecidos e não registrados.
Mecanismos de Pulverização do Risco
De acordo com Funenseg (2006) a técnica das operações de seguros fundamentam-se em
vários princípios, dentre os quais se destaca o princípio da distribuição das
responsabilidades decorrentes dos negócios segurados.
Na sequência, serão apresentados três instrumentos:
COSSEGURO
Conforme Souza (2007), é a operação na qual se reparte um determinado risco entre duas ou
mais seguradoras. Sendo que cada seguradora se responsabiliza pela quota-parte assumida
em relação ao prêmio recebido.
RESSEGURO
Segundo Funenseg (2007), operação pela qual o segurador com intuito de diminuir sua
responsabilidade na aceitação do risco, cede uma parcela do prêmio e do risco.
RETROCESSÃO
De acordo com Souza (2007), é a operação em que o ressegurador transfere parte da
responsabilidade a outros resseguradores. Em suma é o resseguro do resseguro.
Margem de Solvência
Segundo Costa (2005, p. 34), “solvência é a capacidade da entidade de cumprir com os riscos
assumidos”.
Determinação da Margem de Solvência
Com a inserção da SUSEP no International Association of Insurance Supervisors (IAIS), fica
muito evidente a preocupação em adotar as medidas já utilizadas por todo o mundo, no
sentido de estabelecer um nível de controle ou uma série de controle, para as seguradoras se
salvaguardarem frente a possíveis perdas excessivas, que possam gerar a incapacidade de
uma seguradora de cumprir com as suas obrigações.
Para efeito de cálculo de margem de solvência, a SUSEP determina que as sociedades
seguradoras devam computar as operações de todos os ramos, com exceção de vida
individual e previdência privada.
Para se calcular a margem de solvência para a data base de dezembro, deve-se adotar o
seguinte procedimento:
1 Multiplicar o valor dos somatórios dos prêmios retidos de janeiroa dezembro de cada ano
por 0,20.
2 Multiplicar o somatório dos sinistros retidos dos últimos 36 meses por 0,33, e dividir o
resultado por três.
3 O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a Margem de Solvência da
Sociedade Seguradora.
Para se calcular a margem de solvência para a data base de junho, deve-se
adotar o seguinte procedimento:
● Multiplicar por 0,20 o valor do somatório dos prêmios retidos de janeiro a junho do
exercício corrente e de julho a dezembro do exercício anterior;
● Efetuar o somatório dos sinistros retidos de janeiro a junho do exercício corrente, os
sinistros retidos de dois exercícios anteriores e, dos sinistros retidos de julho a
dezembro do 3º ano anterior. Multiplicar o resultado por 0,33 e dividir por 3;
● O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a margem de solvência da
sociedade seguradora.
Aula 10
Demonstrações Contábeis das Companhias de Seguros
Devem ser elaboradas em conformidade com princípios contábeis previstos na legislação
societária e nas normas do Conselho Nacional de Seguros Privados, regulamentadas por
instruções da SUSEP.
Demonstrativos que devem ser apresentados:
De acordo com o CPC 26 (IAS 1) – lei societária Circular SUSEP n.º 517, de 30 de
julho de 2015
(a) Balanço Patrimonial;
(b) Demonstração do Resultado;
(c) Demonstração do Resultado Abrangente;
(d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
(e) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
(f) Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador
ou mesmo se apresentada voluntariamente;
(g) Notas ExplicativasRelatório da Administração;
Circular SUSEP n.º 517, de 30 de julho de 2015
Balanço Patrimonial;
Demonstração do Resultado do Período;
Demonstração de Resultado Abrangente;
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Demonstração dos Fluxos de Caixa;
Notas Explicativas e o correspondente relatório do auditor independente sobre as
demonstrações financeiras. Deverão ser publicadas até o dia 28 de fevereiro de cada ano,
observado o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações;
As demonstrações financeiras, das supervisionadas pela Susep, deverão ser acompanhadas
da opinião de auditor independente que aborde, entre outros assuntos:
● a adequação das demonstrações financeiras individuais às práticas contábeis
adotadas no Brasil, aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pela Susep;
● a adequação das demonstrações financeiras consolidadas aos pronunciamentos
plenamente convergentes com as normas internacionais, emitidos pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis – CPC, referendados pela Susep
Segundo o CPC 26 (IAS 1), as demonstrações contábeis devem
apresentar, apropriadamente:
● A posição financeira
● O desempenho financeiro
● Os fluxos de caixa de uma entidade
Reserva de Contingência de Benefícios
Poderá ser constituída somente por entidades sem fins lucrativos, em base mínima de 50%
do resultado de cada exercício, de forma cumulativa, até o limite máximo de 25% do
somatório dos valores das seguintes provisões técnicas, correspondentes ao respectivo
exercício:
A avaliação da toxicidade é caracterizada por parâmetros essenciais, como:
● Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados - IBNR
● Provisão Matemática de Benefícios a Conceder
● Provisão Matemática de Benefícios Concedidos
● Provisão Complementar de Cobertura
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e Registros
Auxiliares da Contabilidade
As seguradoras, por serem constituídas na forma de sociedades por ações, relativamente aos
fatos contábeis ocorridos a partir de 1.º de janeiro de 2009, passaram a enviar sua
escrituração contábil em versão digital ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).
Isto foi feito nas condições estabelecidas pelo administrador do SPED, sem prejuízo das
demais informações a que estão obrigadas a prestar, em conformidade com a legislação e a
regulamentação societária aplicáveis.
As sociedades seguradoras deverão manter registros auxiliares de contabilidade gerados,
totalizados e conciliados, mensalmente, na forma estabelecida pela Susep.
De acordo com Silva (1999), o Decreto-Lei nº 73/1966 estabelece as responsabilidades das
seguradoras, dentre elas:
● A seguradora só poderá operar em seguro para os quais tenha autorização da SUSEP;
● É vedado às seguradoras reter responsabilidades, cujo valor exceda os seus limites de
retenção aprovados pela SUSEP, sendo que para a garantia de todas as suas
obrigações retidas, as seguradoras deverão constituir provisões técnicas, conforme os
critérios previstos pela CNPS;
● Em caso de incapacidade de cobertura (ativos garantidores) das provisões técnicas ou
de má situação econômica financeira da seguradora, a SUSEP pode, além de outras
providências cabíveis, nomear por tempo não definido, um diretor-fiscal com
atribuições e vantagens que lhe forem indicadas pelo CNSP.
Patrimônio Líquido Ajustado
O ajuste serve como instrumento de proteção para as seguradoras, além de restringir o valor
máximo de responsabilidade que as cias. podem reter em cada risco isolado.
Conforme Resolução CNSP nº 85 (2002), serão ajustados por meio de adições ou deduções,
ativos que possam trazer dúvida sobre os benefícios futuros para a seguradora, não
apresentem claro valor de realização ou que dependam de eventos futuros e incertos para sua
realização, além de passivos já conhecidos e não registrados.
Limite de Retenção (LR)
A exposição ao risco é um fator de suma importância para análise do seguro, haja vista ser,
por análise de probabilidade e de ocorrência de sinistro, a mensuração de determinado custo
do seguro.
De acordo com Souza (2007), os limites operacionais (capacidade de absorção de risco) vêm
a ser estabelecidos conforme seu valor de patrimônio líquido ajustado (PLA), isto é, capital
social e reservas, livres de quaisquer ônus.
Segundo Silva (1999), o limite de retenção é o valor máximo permitido de responsabilidade
que a Sociedade Seguradora poderá reter, em cada risco isolado. Esse valor será determinado
com base no respectivo ativo líquido.
Souza (2007) afirma que as companhias de seguro precisam fixar os seus limites técnicos e
estabelecer segundo ramos, haja vista a situação econômico-financeira da sociedade e as
condições técnicas de suas carteiras em cada modalidade de seguro.
Mecanismos de Pulverização do Risco
De acordo com Funenseg (2006) a técnica das operações de seguros fundamenta-se em
vários princípios, dentre os quais se destaca o princípio da distribuição das
responsabilidades decorrentes dos negócios segurados.
Vejamos os instrumentos:
Cosseguro
Conforme Souza (2007), é a operação na qual se reparte determinado risco entre duas ou
mais seguradoras. Cada seguradora se responsabiliza pela quota-parte assumida em relação
ao prêmio recebido.
Resseguro
Segundo a Funenseg (2006), operação pela qual o segurador, com intuito de diminuir sua
responsabilidade, na aceitação do risco, cede uma parcela do prêmio e do risco.
Retrocessão
De acordo com Figueiredo (1997), é a operação na qual o ressegurador transfere parte da
responsabilidade a outros resseguradores. Em suma, é o resseguro do resseguro.
Análise Financeira
Este grupo de índices apresenta a situação financeira da empresa, ou seja, a capacidade de
efetuar pagamentos, e mede o seu grau de solvência em decorrência da existência ou não de
solidez financeira que permite comprimento dos compromissos com terceiros.
De acordo com Silva (1999, p. 123), a análise financeira “envolve os Ativos Realizáveis da
empresa, tanto a curto como a longo prazo, ou seja, do que a seguradora dispõe em face de
suas obrigações, bem como o que tem a receber e o que tem a pagar”.

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