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Teoria da conTabilidade Josimar Pires da Silva Carlos Vicente Berner www.unipar.br UNIVERSIDADE PARANAENSE MANTENEDORA Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC REITOR Carlos Eduardo Garcia Vice-Reitora Executiva Neiva Pavan Machado Garcia Vice-Reitor Chanceler Candido Garcia Diretorias Executivas de Gestão Administrativa Diretorias Executivas de Gestão Acadêmica Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Comunitários Cássio Eugênio Garcia Diretora Executiva de Gestão da Cultura e da Divulgação Institucional Cláudia Elaine Garcia Custódio Diretora Executiva de Gestão e Auditoria de Bens Materiais Permanentes e de Consumo Rosilamar de Paula Garcia Diretor Executivo de Gestão dos Recursos Financeiros Rui de Souza Martins Diretora Executiva de Gestão do Planejamento Acadêmico Sônia Regina da Costa Oliveira Diretor Executivo de Gestão das Relações Trabalhistas Jânio Tramontin Paganini Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Jurídicos Lino Massayuki Ito Diretora Executiva de Gestão da Educação a Distância Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Diretora Executiva de Gestão do Ensino Superior Maria Regina Celi de Oliveira Diretora Executiva de Gestão da Pesquisa e da Pós- Graduação Evellyn Cláudia Wietzikoski Diretor Executivo de Gestão da Extensão Universitária Adriano Augusto Martins Diretor Executivo de Gestão da Dinâmica Universitária José de Oliveira Filho Diretorias dos Institutos Superiores das Ciências Diretora do Instituto Superior de Ciências Exatas, Agrárias, Tecnológicas e Geociências Giani Andréa Linde Colauto Diretora do Núcleo dos Institutos Superiores de Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e Educação Fernanda Garcia Velásquez Diretora do Instituto Superior de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde Irinéia Paulina Baretta DEGEAD – DIRETORIA ExECUTIVA DE GESTãO DA EDUCAçãO A DISTâNCIA Diretora Executiva de Gestão da Educação a Distância Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenador dos Cursos Superiores de Licenciatura e de Graduação Plena (História, Letras, Pedagogia e Filosofia) Heiji Tanaka Coordenador dos Cursos Superiores de Tecnologia e Bacharelado do Eixo Tecnológico de Gestão e Negócios (Gestão Comercial, Logística, Marketing, Processos Gerenciais e Administração) Evandro Mendes de Aguiar Coordenadora dos Cursos Superiores de Tecnologia e Bacharelado do Eixo Tecnológico de Gestão e Negócios (Gestão Financeira, Gestão Pública, Recursos Humanos e Ciências Contábeis) Isabel Cristina Gozer Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR S586t Silva, Josimar Pires da. Teoria da contabilidade / Josimar Pires da Silva; Carlos Vicente Berner. – Umuarama : UNIPAR, 2016. 153 f. ISBN: 978-85-8498-098-7 1. Contabilidade. 2. Ensino a distância - EAD. I. Universidade Paranaense - UNIPAR. II. Título. (21 ed.) CDD: 657 Assessoria pedagógica Daniele Silva Marques e Marcia Dias Diagramação e Capa Diego Ricardo Pinaffo, Fernando Truculo Evangelista e Renata Sguissardi * Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados. Sumário Unidade i - O PenSaMenTO COnTÁBiL ....................................15 Origem .........................................................................................................................16 Evolução ......................................................................................................................16 Contabilidade do Mundo antigo .......................................................................17 Contabilidade do Mundo Medieval ..................................................................19 Contabilidade do Mundo Moderno .................................................................21 Contabilidade do Mundo Científico .................................................................22 aspectos científicos................................................................................................24 Teoria normativa e Positiva ...............................................................................27 Campo de estudo e aplicação da contabilidade .........................................29 Teorias do patrimônio líquido ...........................................................................32 Unidade ii: eSCOLaS e dOUTRinaS da COnTaBiLidade .....41 escolas e doutrinas da contabilidade .............................................................42 neocontismo .............................................................................................................47 Controlismo ...............................................................................................................48 teoria da contabilidade aziendalismo ............................................................................................................48 escola Patrimonialista ou Patrimonialismo ................................................49 O Brasil e a contabilidade ....................................................................................50 desenvolvimento recente da contabilidade no Brasil .............................50 Criação do comitê de pronunciamentos contábeis (CPC) .....................52 Unidade iii - PRinCÍPiOS COnTÁBeiS e nORMaS inTeRnaCiOnaiS de COnTaBiLidade ....................................... 59 estrutura conceitual básica ...............................................................................60 elementos das demonstrações Financeiras ................................................61 Balanço Patrimonial ..............................................................................................62 Balanço Patrimonial detalhado .........................................................................66 demonstração do Resultado do exercício ....................................................68 demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (ou, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados) ..............................69 Participações nos lucros – cálculos e registros ..........................................71 Participações são atribuídas às despesas do exercício ...........................72 Reconhecimento das despesas e Participações nos Lucros .................72 Cálculo Sucessivo ....................................................................................................73 Base de Cálculo das Participações ...................................................................73 Base de Cálculo com apuração no iRPJ e da CSLL .....................................74 Reserva de lucros ....................................................................................................75 demonstração dos Fluxos de Caixa (dFC) ....................................................77 elaborações da dFC por método direto e indireto ...................................85 Obrigatoriedade da preparação e apresentação da dva .......................88 aspectos positivos da demonstração do valor adicionado ...................90 Características Qualitativas Fundamentais .................................................97 Características Qualitativas de Melhoria ......................................................99 aplicação das características qualitativas de melhoria ..........................101 Premissa subjacente: Continuidade ................................................................102 elementos das demonstrações Financeiras ................................................103 Contas de resultados .............................................................................................108 Princípios de Contabilidade ...............................................................................112 Unidade iV - CRiTÉRiOS de MenSURaÇÃO e aVaLiaÇÃO: aTiVO e PaSSiVO, ReCeiTaS e deSPeSaS ...................................129 Mensuração e avaliação de ativos ....................................................................130Medidas de entrada ................................................................................................135 Medidas de saída .....................................................................................................138 Valores Realizáveis Líquidos ..............................................................................138 Teste de Recuperabilidade de ativos (Impairment test) ........................139 Mensuração e avaliação de passivos ...............................................................143 Custo histórico .........................................................................................................143 Custo corrente ........................................................................................................143 Valor realizável (valor de realização ou de liquidação) ..........................143 Valor presente ..........................................................................................................144 Critérios de mensuração e avaliação das Receitas e despesas ...........144 Receitas versus Ganhos .........................................................................................145 despesas, Custos e Perdas ...................................................................................146 Referências ................................................................................................................152 apresentação Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de um novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e Comunicação dis- poníveis que favorecem a construção do conhecimento, a revolução educacional está entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a sua missão como instituição formadora, com competência e comprometimento, optando por uma gestão mais aberta e flexível, democratizando o conhecimento científico e tecnológico, atra- vés da Educação a Distância. Sendo assim, a Universidade Paranaense - UNIPAR - atenta a este novo cenário e buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, res- ponsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais demo- crática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível estimulando o processo de autoaprendizagem. Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a importância dele em sua formação profissional. Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR. Carlos Eduardo Garcia Reitor Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a), Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a dis- tância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e atividades presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são planejados e or- ganizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos objetivos pedagógicos estabelecidos em seus respectivos projetos. As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práti- cas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos didáticos orga- nizados em diferentes suportes de informação e comunicação. As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades de comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre as- suntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das atividades propostas no material didático, conforme calendário estabelecido, enfim, acompanhá-lo e orientá-lo no que for necessário. As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se obriga- toriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, conforme dispuser o plano de ensino da disciplina. Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se preocupa com a construção do seu conhecimento, independente da distância geográfica que você se encontra. O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade, e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado seja construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos comportamentos, no- vas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você. A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de tuto- ria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento. Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe dos fóruns de discussão, considerando que estas atividades são fundamentais para o sucesso da sua aprendizagem. Bons estudos! e-@braços. Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Diretora Executiva de Gestão da Educação a Distância introdução Olá, caro(a) acadêmico(a) de graduação! É um prazer tê-lo(a) conosco. Sou o Professor Josimar Pires da Silva, doutorando e mestre em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB), Brasília – DF, especialização em gestão finan- ceira, controladoria e auditoria pela Fundação Getúlio Vargas – FGV e graduação em Ciências Contábeis. Área de concentração Mensuração Contábil, linha de pesquisa Contabilidade e Mercado Financeiro, participando em um grupo de pesquisa Normatização Contábil. Minhas disciplinas de principal interesse são Teoria da Contabilidade, Contabilidade Internacional e Contabilidade Comercial, entre outras. Sou o Professor Carlos Vicente Berner, atuo como docente de graduação e pós-gra- duação desde que me formei em Ciências Contábeis. Sou doutorando em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB), Brasília – DF, mestre em Ciências Contábeis com ênfase em Controladoria, pela FECAP – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado de São Paulo-SP. Atualmente trabalho com as disciplinas: Teoria da Contabilidade, Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial e Controladoria. Ministro aulas na pós-graduação na área de gestão de custos Controladoria, Planejamento, dentre ou- tras, que me possibilitaram agregar diversos conhecimentos a respeito do ensino de gestão estratégica de custos. Neste material, que é dividido em quatro unidades, trataremos de temas relevantes para os estudos da Contabilidade Básica. Na primeira unidade, abordaremos o conteúdo “O Pensamento Contábil”, que des- creverá a origem e a evolução da contabilidade, quais os principais enfoques da te- oria da contabilidade, destacando também os objetivos, finalidades e o objeto da contabilidade. A segunda unidade terá como objetivo destacar as Escolas e Doutrinas da contabili- dade, entender a importância das escolas europeia e italiana, bem como a contempo- raneidade da contabilidade no Brasil. A terceira unidade objetivará apresentar os princípios contábeis e normas internacio- nais de contabilidade, levando você, caro(a) aluno(a), à compreensão dos princípios que normatizam a contabilidade. Por fim, na quarta unidade trataremos da mensuração e avaliação dos ativos e passi- vos; receitas e despesas. Ao final desta unidade, você será capaz de entender o pro- cesso de mensuração e avaliação de cada um desses grupos. Esperamos que você possa aproveitar este conteúdo e conte conosco para o que precisar. Um grande abraço! Prof.Me. Josimar Pires da Silva <josimarnx@yahoo.com.br> Prof. Me. Carlos Vicente Berner <carlosvberner@hotmail.com> Unidade i - O PenSaMenTO COnTÁBiL ObjetivOs a serem alcançadOs nesta unidade Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos dessa unidade, você deverá ser capaz de: • Descrever a origem e evolução da Contabilidade. • Apresentar resumidamente os principais enfoques da teoria da contabilidade. • Destacar o objeto, objetivo e finalidade da contabilidade. • Evidenciar os principais aspectos no que diz respeito às teorias do Patrimônio Líquido. Para que esses objetivos sejam alcançados, é de extrema importância que você de- senvolva seus estudos com seriedade e dedicação, lendo as literaturas recomenda- das e os capítulos dos livros didáticos que forem referenciados neste guia. Bons estudos! 16 Teoria da conTabilidade OriGem A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo perío- do, foi chamada como arte da escrituração mercantil pela utilização de técnicas espe- cíficas que foram se aperfeiçoando e especializando. Não obstante a origem milenar da contabilidade, identificada por historiadores como praticada em tempos remotos da civilização, embora de forma rudimentar e não sis- tematizada. evOluçÃO O homem se enriquece, e isso demandava o estabelecimento de técnicas para con- trolar e preservar seus bens. Aí se inicia a história da contabilidade, que segundo historiadores e estudiosos, divide-se em quatro períodos: Contabilidade do Mundo Antigo: período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã, quando foi publicada a obra Líber Abaci, de autoria de Leonardo Fibonacci. Contabilidade do Mundo Medieval: período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando foi publicado o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que a Teoria Contábil do débito e do crédito corresponde à Teoria dos números positivos e negativos, obra que contribui para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Com a publicação da referida obra, inicia-se também, um largo período de domínio da Escola Italiana, em particular. Contabilidade do Mundo Moderno: período que vai de 1494 até 1840. Com a pu- blicação da Obra La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, 17Teoria da conTabilidade de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade. Contabilidade do Mundo Científico: período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. contabilidade do mundo antigo A Contabilidade empírica, praticada pelo homem primitivo, já tinha como objeto o Pa- trimônio, representado pelos rebanhos e outros bens em seus aspectos quantitativos. Os primeiros registros se processaram de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos. O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, dentre outros. A palavra “Conta” designa o agrupamento de itens da mesma espécie. As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem conseguiu fazer seus primeiros desenhos e gravações. Os primeiros contro- les eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos. Os súmero-babilônios, assim como os assírios, faziam seus registros em peças de argila retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas que mediam apro- ximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes. 18 Teoria da conTabilidade Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se proces- sa. O nome da Conta “Matrizes”, por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à “Aplicação”, se pudesse demonstrar também a sua “Origem”. Na cidade de Ur onde viveu Abraão, personagem bíblico que aparece no livro “Gênesis” encontra-se em escavações importantes documentos con- tábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes à mão de obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto nos leva a crer que há 5.000 a.C., o homem já considerava fundamental apurar os seus custos. O sistema contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos, os regis- tros tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em tábuas, no final de determinados períodos. Sofreu nova sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário. Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se empirica- mente o Princípio da Competência. Reconhecia a Receita a qual era confrontada com a despesa. Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabili- dade, e seus registros remontam a 6.000 a.C. A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelo- sos e sérios em sua profissão. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabe- leciam de forma primitiva controles administrativos e financeiros. As Partidas de Diário assemelhavam-se ao processo moderno: o registro se iniciava com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas. 19Teoria da conTabilidade Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base, uma moeda de prata/ouro, era então a adoção de maneira prática do Princípio do Denominador Comum Monetário. Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 a.C., já escrituravam Contas de Custos e Receitas, procedendo anualmente a uma confrontação entre elas para a apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoavam o modelo egípcio, estendendo a escri- turação contábil às várias atividades, como administração pública e privada. contabilidade do mundo medieval A obra de Iudícibus (2009) destaca que, mesmo que a contabilidade existisse desde o início da civilização, seu desenvolvimento foi muito lento ao longo dos séculos. Praticamente no século XIII é que os números hindu-arábicos (0, 1, 2, 3, ...) vieram substituir o sistema greco-romano (I, II, III, IV, ...) e hebraico, que usavam letras para contar e calcular (desconheciam o zero). A história dos números no Ocidente começa com o livro Liber Abaci (Livro do Ábaco), escrito em 1202 por Leonardo Pisano, co- nhecido como Fibonacci (cabeça dura). Esse livro, entre inúmeras contribuições, inclui Contabilidade (cálculo de margem de lucro, moedas, câmbio etc.) e juros (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009, p.158). Na época estudavam técnicas matemáticas, pesos e medidas e câmbio, tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. Se os súmero-ba- bilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita. Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Conta- bilidade, denominado a “Era Técnica”, devido às grandes invenções, como o moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, que abriram novos horizontes aos navegado- res, como Marco Polo, dentre outros. A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. 20 Teoria da conTabilidade O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo como consequência das necessidades da época, o livro-caixa que recebiaregistros de rece- bimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicial- mente às pessoas. O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O pro- cesso de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando- se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos, no século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transforman- do e fortalecendo a sociedade burguesa. No final do século XIII apareceu pela primeira vez a conta “Capital”, representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária. O método das partidas dobradas foi consolidado na Itália, seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade surgindo, des- ta forma, o Livro de Contabilidade de Custos. No início do século XIV, já se encontravam registros explícitos de custos comerciais e industriais em suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e o bene- ficiamento; mão de obra direta agregada; armazenamento; e, tingimento. As fases acima mencionadas representavam uma apropriação analítica para época. A escrita já se fazia nos moldes de hoje, considerando em separado os gastos com matérias-primas, mão de obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial. 21Teoria da conTabilidade Conforme destaca Iudícibus (2009) foi no século XV, praticamente após 5.500 anos, que a Contabilidade atinge um nível de desenvolvimento significativo, sendo chamada de fase lógica-racional ou até mesmo a fase pré-científica da Contabilidade. contabilidade do mundo moderno Em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizan- tinos emigrassem, principalmente para a Itália. Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus. Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa emi- gram para as Américas onde se radicaram e iniciaram nova vida. A contabilidade tor- nou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava. A publicação da Obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade, Pa- cioli foi matemático, teólogo, contabilista. Deixou muitas obras destacando-se a Summa de Arithmética Geometria, Proportioni et Proporgionalitá, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre a Contabilidade e Escrituração (Partidas Dobradas). Pacioli, apesar de ser considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado desde o século XIII. O tratado destacava, inicialmen- te, o necessário ao bom comerciante. A seguir, conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação de- les; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, dentre outros, sobre as contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lu- cros e perdas, sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos. 22 Teoria da conTabilidade Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adota- da: que primeiro deve vir o devedor e depois o credor, prática que se usa até hoje. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. Contabilidade do Mundo Científico O período científico apresenta, em seus primórdios, dois grandes autores consagra- dos: Francesco Villa, escritor milanês, contador público, que com sua obra La Con- tabilità Applicata alle administrazioni Private e Publiche, iniciam a nova fase; e Fábio Besta, escritor veneziano. Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira chefiada por Francesco Villa que foi a Escola Lombarda; a se- gunda que foi a Escola Toscana chefiada por Giusepe Cerboni, e a terceira a Escola Veneziana por Fábio Besta. Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inven- tado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da administração, e o patrimônio se definia como um direito segundo postulados jurídi- cos. Nessa época, na Itália, a Contabilidade já estava nas faculdades, o que no Brasil só ocorreu muito mais tarde. A contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte em 1809. A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilida- de, promovido pelo Governo da Áustria, e além do prêmio Villa também teve o cargo de Professor Universitário. Francesco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais a escrituração e o guarda-livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa 23TEORIA DA CONTABILIDADE inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio era o pensamento Patrimonialista. Foi o início da fase científi ca da Contabilidade. Fabio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos, demonstrando o elemento fundamen- tal da conta que é o valor, chegando muito perto de defi nir o Patrimônio como objeto da Contabilidade. Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Besta, que pela primeira vez, em 1923, defi niu Patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da contabilidade como elemento fundamental da equação aziendalista teve, sobretudo, o mérito incontestá- vel de chamar para o fato de que a contabilidade é muito mais do que mero registro: é um instrumento básico de gestão. saiba mais A contabilidade evoluiu juntamente com o desenvolvimento das empresas. À medida que as empresas evoluíam, havia a necessidade de um sistema contábil que desse suporte as transações e eventos no sentido de que os usuários necessitavam de um instrumento de controle e que lhes desse suporte à tomada de decisões. FiQue POr dentrO Para entender um pouco mais as temáticas da História da Contabilidade, você pode acessar o “Portal de Contabilidade”: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm>. 24 Teoria da conTabilidade asPectOs cientÍFicOs Após o estudo do objetivo da Contabilidade, o próximo passo é o estudo das aborda- gens ou enfoques da Teoria Contábil. Abordagem Ética A contabilidade deveria apresentar-se como justa e não enviesada para todos os in- teressados. A abordagem ética é muito enfatizada por alguns autores, porém por ser muito subjetiva apresenta o perigo de por comodismo continuarmos aceitando no es- tado em que se encontram os princípios de contabilidade sem pesquisar as mudanças que poderiam ser adotadas. Assim, olhando pelo lado operacional da contabilidade concluímos que os procedi- mentos e relatórios não devem conter termos ou expressões que sejam de dupla inter- pretação, ou mesmo que ocultem informações vitais. Mais séria é a inverdade contida nos relatórios contábeis, em troca de diminuição dos encargos tributários. A crise da ética e na ética pelo qual passa a grande parte da sociedade internacional não deixou de fora a contabilidade no Brasil, onde as instituições públicas e privadas passam por séria crise ética, a contabilidade é fortemente atingida. Abordagem da Teoria do Conhecimento Esta abordagem atinge os campos da Psicologia, da Sociologia e da Economia.Se- gundo esta abordagem, as informações contábeis deveriam ser feitas “sob medida” de forma que os usuários reagissem para tomar a decisão correta. A abordagem do comportamento defende que é melhor um procedimento de expe- diente que leve as decisões corretas do que um procedimento contábil conceitual- mente correto que possa levar a uma decisão ou a um comportamento inadequado. 25Teoria da conTabilidade Assim, por esta abordagem a contabilidade deverá analisar o comportamento do usu- ário frente à informação gerada. Abordagem Macroeconômica Esta abordagem apresenta aspectos subjetivos de difícil avaliação à luz do estágio atual do desenvolvimento da economia. Por restringir-se à obtenção de determina- das metas macroeconômicas que são normalmente determinadas pelo planejamento central de um país, esta abordagem somente seria viável em economia altamente planificada. Portanto, o principal enfoque desta abordagem dá conta de que, na busca de atingir os objetivos, a contabilidade deve considerar as influências da informação gerada na economia do país. Tal consideração tem sua importância na medida em que consideramos as entidades econômicas/administrativas interagindo uma com as outras. Deste complexo de rela- ções surge a economia nacional. Iudícibus (2004) exemplifica que durante períodos de recessão, os relatórios pode- riam ser elaborados obedecendo a um conjunto de princípios que favorecessem uma retomada do processo econômico, por meio da distribuição de dividendos ou de maio- res gastos de capital. O exemplo citado pelo autor pode não encontrar ressonância na realidade brasileira, onde a massa de investidores em ações, não é significativa a ponto de influenciar no aquecimento da economia por uma maior circulação de dinheiro. 26 Teoria da conTabilidade Abordagem Social A Contabilidade é julgada por seus efeitos no campo sociológico, é uma abordagem do tipo bem-estar social no sentido que os procedimentos contábeis e os relatórios emanados da contabilidade deveriam atender a finalidade social mais ampla, inclusive relatar adequadamente ao público informações sobre a amplitude e a utilização dos poderes das grandes companhias. Em alguns países, como a Inglaterra e a Grã-Bretanha, a abordagem tem uma aplicação parcial quando é obrigatório para as sociedades anônimas a evidenciarem claramente eventuais contribuições para entidades de caridade e para organizações políticas. Concluindo, podemos dizer que a informação gerada nesta abordagem deve fornecer dados sobre aspectos que interessam à sociedade como um todo, tais como: impacto ambiental causado pela atividade (poluição), investimentos realizados para diminuir ou eliminar os impactos ambientais, no campo da assistência social qual o montante de benefícios trazidos pela empresa em forma de empregos, agregação de valores à produção, aumento da riqueza regional. Abordagem da Teoria da Comunicação Dentro desta abordagem podemos dizer que a contabilidade pode ser conceituada como método de identificar, mensurar e comunicar informações econômicas e finan- ceiras a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários da informação. Aqui se procura entender as necessidades expressa de cada usuário e fornecer uma resposta adequada com a única ressalva de que envolve, por parte do contador, um entendimento sobre as restrições do usuário para utilizar uma grande gama de infor- mações e sobre as restrições de mensuração da própria contabilidade. 27Teoria da conTabilidade Realça assim a noção de relevância, talvez uma das poucas formas de delimitar a quantidade e a qualidade da informação prestada, caso contrário não saberíamos quais os limites a serem impostos à comunicação e à informação. Abordagem Sistêmica Esta abordagem tem como objetivo verificar os métodos de mensuração, e identifi- cação das informações econômicas e financeiras da contabilidade, com o propósito de permitir informações adequadas aos usuários. Reconhece o tipo de informação necessária para cada tipo de usuário. As informações são fundamentadas conforme os passos: minimizar os trabalhos do usuário das informações; informação adequada para cada tipo de usuário; entender a necessidade do usuário e dar respostas adequadas às necessidades; e, evidenciar a qualidade das informações. Esta abordagem procura entender, fornecer respostas às necessidades dos usuários em conformidade com a relevância das informações desejados por cada tipo de pro- fissional ou usuário da contabilidade. teoria normativa e Positiva O estabelecimento de um arcabouço teórico que pudesse dar suporte à contabilidade foi desenvolvido principalmente a partir da década de 1920. Diversas obras foram pu- blicadas pelos dois principais grupos de entidades da época, Associação Americana de Contabilidade (AAA) e Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA), tais como a Tese de Paton (1922) e a monografia de Paton e Littleton (1940). O período que compreende a década de 1930 até final da década de 1960, ficou co- nhecido como período normativo da contabilidade em que a teoria contábil foi nomeada 28 Teoria da conTabilidade de teoria normativa, visto que sua ênfase era a busca por um arcabouço teórico que desse suporte às práticas contábeis, para que se pudessem produzir demonstrações contábeis que pudessem refletir informações úteis aos usuários. Esse período foi marcado pela forte regulamentação nos EUA e havia a preocupação em buscar as melhores práticas contábeis. Havia a prescrição de práticas contábeis vistas como ideais, no entanto não científica. A característica principal da teoria normativa da contabilidade é o raciocínio dedutivo, por meio do qual busca-se definir um modelo ideal que deveria ser seguido (SANTOS; DIAS; DANTAS, 2014). Segundo Santos, Dias e Dantas (2014), o período positivo iniciou a partir do final da década de 1960, devido a diversas críticas sofridas pela contabilidade, princi- palmente no que diz respeito ao significado da informação que era gerada. Maiores críticas se davam ao fato de que a pesquisa contábil não era científica e a teoria do período anterior não poderia ser testada empiricamente. Em síntese, não ofereciam explicações à realidade. Nesse contexto surge a teoria positiva em contabilidade tendo por ênfase a explicação da prática contábil. Diversos artigos foram publicados e se centravam no estudo das práticas existentes em que os autores procuravam respostas para a utilização de tais práticas. Diversas áreas de estudo surgiram no período positivista, tais como: análise funda- mentalista; testes de eficiência de mercado; papel dos números contábeis em contra- tos e processos políticos; avaliação de Empresas. Essas pesquisas demonstravam forte associação entre números contábeis e preços das ações evidenciavam a utilidade dos números contábeis, em especial o lucro, no sentido de fazer previsões sobre o lucro, dividendos e fluxos de caixa futuros. 29TEORIA DA CONTABILIDADE FiQue POr dentrO Para entender um pouco mais sobre a Teoria Normativa e Positiva, você pode consul- tar o capítulo 1 do livro “Teoria Avançada da Contabilidade”, organizado pelo prof. Dr. Jorge Katsumi Niyama, publicado na Editora Atlas em 2014. camPO de estudO e aPlicaçÃO da cOntabilidade Objetivo e Finalidade O Instituto Americano de Contadores Públicos Certifi cados (AICPA) publicou na dé- cada de 70 um documento intitulado Objetivo dos Relatórios Financeiros em que afi r- mava que a função fundamental da Contabilidade havia permanecido inalterada no decorrer dos tempos. Sua fi nalidade é munir os diversos usuários dos relatórios fi nanceiros com informa- ções que os assistirão a tomar decisões. Tem ocorrido mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas formas de informação que têm procurado. O objetivo básico dos relatórios fi nanceiros é fornecer informação útil para a tomada de decisõeseconômicas dos usuários. Iudícibus (2015) ratifi ca essa visão proposta pelo AICPA: Analisemos mais detidamente as afi rmações acima: enquanto se procura enfatizar as mudanças ocorridas no tipo de usuário e nas formas de informação que tem procura- do, a função da Contabilidade (objetivo) permanece praticamente inalterada através dos tempos, ou seja, prover informação útil para a tomada de decisões econômicas. A decisão sobre o que é útil ou não para a tomada de decisões econômicas é , todavia, muito difícil de ser avaliada na prática. Isto, como afi rmamos anteriormente, exigiria um estudo profundo do modelo decisório de cada tipo de tomador de decisões que se utiliza de dados contábeis (p.87). Os principais tipos de usuários de informações contábeis, com os tipos de informa- ções requisitadas por eles são destacados no Quadro 1 a seguir. 30 TEORIA DA CONTABILIDADE Quadro 1 – Usuários e informação requerida usuÁriO da inFOrmaçÃO cOntÁbil meta Que desejaria maXimiZar Ou tiPO de inFOrmaçÃO mais imPOrtante Acionista minoritário fl uxo regular de dividendos. Acionista majoritário ou com grande participação fl uxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação. Acionista preferencial fl uxo de dividendos mínimos ou fi xos. Emprestadores em geral geração de fl uxos de caixa futuros sufi cientes para receber de volta o capital mais os juros, com segurança. Entidades governamentais valor adicionado, produtividade, lucro tributável. Empregados em geral, como assala- riados fl uxo de caixa futuro capaz de assegurar bons reajustes ou manutenção de salários, com segu- rança; liquidez. Média e alta administração retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido; situação de liquidez e endividamento confortáveis. Fonte: Iudícibus (2015) Adicionalmente, pode-se destacar que a contabilidade tem por fi nalidade o registro dos fatos que possibilitem a produção das informações que possibilitem ao adminis- trador do patrimônio e outros usuários o planejamento e o controle das suas ações. reFlita Quais são os principais usuários da contabilidade? Seria possível o sistema contábil fornecer informações a todos os usuários de igual forma? 31Teoria da conTabilidade Campo de Aplicação O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades que possuem patrimônio, físicas ou jurídicas, de fins lucrativos ou não. Com relação ao fim a que se destinam, as entidades econômico-administrativas podem ser: A. Entidades com fins econômicos: chamadas empresas, visam lucro. B. Entidades com fins socioeconômicos: chamadas de instituições, visam re- verter seus resultados em benefício de seus integrantes (associações, sindi- catos etc.); C. Entidades com fins sociais: não têm fins lucrativos, se destinam a um fim em prol do interesse coletivo (Entes Federados, ONG’s etc.). Funções A função fundamental da Contabilidade tem permanecido inalterada desde os seus primórdios. Sua finalidade é prover os usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar decisões. Sem dúvida, tem havido mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas formas de informação que têm procurado. Todavia, esta função dos demonstrativos financeiros é fundamental e profunda. O objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação útil para a tomada de decisões econômicas. Pode-se segregar a contabilidade em duas: A. Função Administrativa: controle do patrimônio, tanto sobre aspecto estático quanto o dinâmico, mediante registro dos fatos contábeis em livros apropria- dos, sendo os principais Livro Diário e Livro Razão. B. Função Econômica: apuração do resultado, ou seja, apurar lucro ou prejuízo, evidenciando aos usuários informações sobre o desempenho econômico e financeiro, possibilitando a previsão de futuros lucros e fluxos de caixa. 32 TEORIA DA CONTABILIDADE teOrias dO PatrimÔniO lÍQuidO Niyama e Silva (2013) destacam seis teorias do Patrimônio Líquido. Essas teorias são: a Teoria do Proprietário; a Teoria da Entidade; a Teoria do Fundo; a Teoria do Comandante; a Teoria do Empreendimento e a Teoria Residual. Abaixo, destacamos a visão dos autores no que diz respeito a cada dessas teorias e sua aplicação no contexto contábil. teoria do Proprietário A Teoria do Proprietário foca a atenção na fi gura do proprietário, sendo este o referen- cial dos conceitos e procedimentos contábeis (das regras) utilizados. Segundo essa teoria, a entidade existe para satisfazer aos objetivos e necessidades do dono, razão pela qual a principal fi nalidade da Contabilidade é a determinação da riqueza líquida do proprietário. Os passivos apurados pela Contabilidade representam, pois, obrigações do dono, de modo que é comum afi rmar-se que a equação contábil, sob a ótica da teoria do pro- prietário, é dada por: Dentro da visão de que a Contabilidade foca seu centro no proprietário, essa teoria considera que as receitas e as despesas representam aumento da riqueza do dono, para o caso da receita, ou redução da sua riqueza, para as despesas. A fi nalidade de somar receitas e deduzir as despesas é, pois, determinar o lucro do dono. 33TEORIA DA CONTABILIDADE A Teoria do Proprietário refere-se a uma visão de Contabilidade desenvolvida no momento em que a economia era composta por pequenos negócios, tornando-se inadequada com o advento da grande corporação. É nesse contexto que surge a Teoria da Entidade. teoria da entidade O patrimônio líquido deixa, então, de ser considerado o centro da Contabilidade para ser mais uma fonte de recursos para o ativo; e, em linhas gerais, essa teoria prega que o centro de interesse da Contabilidade deve ser a entidade; a visão é, pois, a de que a entidade deve ser representada pela igualdade entre o ativo e as obrigações: A Teoria da Entidade considera que tanto os acionistas como os fi nanciadores contri- buem com recursos para a entidade, devendo a mesma ser separada dos interesses dessas pessoas; e, nesse caso, o passivo representa uma obrigação da entidade. Desta forma, para a Teoria da Entidade não interessa, a rigor, a distinção entre dívida com terceiros e patrimônio líquido; razão pela qual as receitas são consideradas como da entidade, sendo compensação para os serviços prestados pela empresa, enquanto as despesas representam redução da receita. É importante destacar que a teoria da entidade vai além do princípio da entidade, re- ferente à separação dos negócios desta em relação aos negócios do proprietário, pois se um proprietário mantém sua conta bancária separada da conta da empresa isso não signifi ca que o mesmo terá a visão da Teoria da Entidade. A Teoria da Entidade foi proposta para refl etir a realidade econômica e não os aspectos legais. 34 Teoria da conTabilidade teoria do Fundo Na Teoria do Fundo, a base da Contabilidade deixa de ser o proprietário ou a entidade, para considerar um grupo de ativos e suas obrigações relacionadas. Por essa razão, esta teoria é centrada no ativo, uma vez que está focada na gestão e no uso apropria- do dos ativos. Um fundo é, pois, considerado um grupo homogêneo dentro da organização, que possui obrigações que lhe são específicas. Essas obrigações, por sua vez, podem ser com terceiros (passivo) ou com o capital próprio. teoria do comandante A Teoria do Comandante defende que a Contabilidade, mesmo a financeira, deve es- tar voltada para o gestor. Essa teoria, no entanto, apresenta alguns problemas subs- tanciais que são difíceis de serem solucionados, pois os administradores exercem uma influência substancial sobre a Contabilidade. teoria do empreendimento A Teoria do Empreendimento, proposta a partir da visão da organização como um ente social que exerce influência sobre vários setores da sociedade, considera que a Contabilidade deve estar voltada para outros usuários, como: empregados, governo, entidades reguladoras e público em geral. Essa teoria temsido utilizada para justificar a publicação da demonstração do valor adicionado e do balanço social por parte das empresas, tendo em vista a necessidade de justificar as ações sociais da entidade. 35TEORIA DA CONTABILIDADE teoria residual A Teoria Residual tem como foco a fi gura dos acionistas ordinários. Os acionistas ordinários seriam os donos do negócio e a informação contábil deve focar a decisão destes acionistas e a previsão dos seus dividendos futuros. A equação seria: Essa teoria faz sentido nos países onde a fi gura das ações preferenciais aproxima-se do fi nanciamento de terceiros. Assim, em detrimento das características do mercado fi nanceiro do Brasil e sua legislação tornam essa teoria sem efeito no nosso país. PrÉ-reQuisitOs Para a cOmPreensÃO da unidade Para compreensão desta unidade, é muito importante que você: • Compreenda de que forma se deu a evolução histórica da Contabilidade. • Refl ita sobre as principais contribuições para as organizações. • Refl ita sobre a importância da Contabilidade para cada tipo de usuário. 36 TEORIA DA CONTABILIDADE atividades Para cOmPreensÃO dO cOnteÚdO 1) Assinale a alternativa correta: a) Período da contabilidade classifi cado como mundo medieval é o período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã. Alternativa do enunciado. b) Período da contabilidade classifi cado como mundo moderno enfatiza que a Teoria Contábil do débito e do crédito corresponde à Teoria dos números posi- tivos e negativos, obra que contribui para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Alternativa do enunciado. c) O período que vai de 1494 até 1840 em que compreende o aparecimento da Obra La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria, é denominado de Conta- bilidade do Mundo Moderno. 2) Analise as frases abaixo: I. A abordagem sistêmica tem como objetivo verifi car os métodos de mensuração, e identifi cação das informações econômicas e fi nanceiras da contabilidade. II. A abordagem da teoria da comunicação reconhece o tipo de informação necessária para cada tipo de usuário e afi rma que as informações são fun- damentadas conforme os passos: a) minimizar os trabalhos do usuário das informações e b) informação adequada para cada tipo de usuário. III. De acordo com a abordagem social, a Contabilidade é julgada por seus efeitos no campo sociológico. É uma abordagem do tipo bem-estar social no sentido que os procedimentos contábeis e os relatórios emanados da contabilidade deveriam atender a fi nalidade social mais ampla. IV. A abordagem ética atinge os campos da Psicologia, da Sociologia e da Econo- mia. Segundo esta abordagem, as informações contábeis deveriam ser feitas “sob medida” de forma que os usuários reagissem para tomar a decisão correta. 37Teoria da conTabilidade Julgue as alternativas acima: A) I, II e IV estão corretas. B) I e III estão corretas. C) II e IV estão corretas. d) Somente a alternativa II está errada. e) Todas as alternativas estão corretas. 3) De acordo com o objeto, objetivo e finalidade da contabilidade, avalie as alternati- vas abaixo como verdadeiras ou falsas: a) O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades. b) Ela tem como objetivo controlar o patrimônio e como finalidade fornecer infor- mações aos seus usuários. c) São exemplos de usuários da contabilidade: acionistas, sócios, administrado- res, credores, órgãos do governo. d) As pessoas físicas não podem ser consideradas usuários da contabilidade. 4) Todas as alternativas abaixo estão corretas, exceto: a) As entidades com fins econômicos visam lucros e são chamadas empresas. b) As entidades com fins sociais visam reverter seus resultados em benefício de seus integrantes. c) As entidades com fins sociais não têm fins lucrativos, se destinam a um fim em prol do interesse coletivo. d) Com relação ao fim a que se destinam, as entidades econômico-administrati- vas podem ser com fins econômicos, socioeconômicos e sociais. 5) Explique, resumidamente, as 6 (seis) teorias do Patrimônio Líquido. 38 TEORIA DA CONTABILIDADE artiGOs, sites e LINKS artigos PELEIAS, I. R.; SILVA, G. P.; SEGRETI, J. B.; CHIROTTO, A. R. Evolução do ensino da contabilidade no Brasil: uma análise histórica. Revista Contabilidade & Finanças - USP, v. 18, n. n.spe, pp.19-32, 2007. Disponível em: <http://www.spell.org.br/documentos/ver/24321/evolucao-do-ensino- da-contabilidade-no-brasil--uma-analise-historica/i/pt-br>. THEÓPHILO, C. R.; SACRAMENTO, C. O. J.; NEVES, I. F.; SOUZA, P. L. O ensino da Teoria da Contabilidade no Brasil. Contabilidade Vista & Revista, v. 11, n. 3, pp.3-10, 2000. Disponível em: <http://www.spell.org.br/documentos/ver/25137/o-ensino-da-teoria- da-contabilidade-no-brasil/i/pt-br>. PrOPOsta Para discussÃO ON-LINE Caro(a) Acadêmico(a), Após o estudo dessa unidade, você desenvolveu suas ideias a partir dos diversos assuntos explicados. Compartilhe o que aprendeu e os elementos que mais lhe chamaram atenção. Acesse nossa plataforma de ensino-aprendizagem e participe dos Fóruns de discus- são. Listamos abaixo algumas questões para fomentar as suas discussões. 1. Como se deu a evolução histórica da Contabilidade? 2. Qual a importância da Contabilidade para os usuários? 3. Quais outros usuários da Contabilidade, além do texto, você identifi cou? 4. De que forma os usuários poderão utilizar a informação produzida pela contabilidade? 39TEORIA DA CONTABILIDADE livrOs recOmendadOs Livro: História da Contabilidade: Foco nos Grandes Pensadores Autores: José Luiz dos Santos e Paulo Schimdt Editora: Atlas Livro-texto que permite ao leitor conhecer os mais importantes pensadores das principais escolas do pensamento contábil, identifi car suas principais contribuições, bem como conhecer as mais marcantes peculiaridades relacionadas à vida deles. Fonte: <http://www.editoraatlas.com.br/atlas/webapp/detalhes_produto.aspx?prd_ des_ean13=9788522450893>. Acesso em: 18 jul. 2013. Livro: Introdução à Teoria da Contabilidade Autores: Sé rgio de Iudí cibus; José Carlos Marion; Ana Cristina de Faria Editora: Atlas Este livro foi elaborado especialmente para atender à disciplina Teoria da Contabilidade nível de graduação, visto que os autores recorreram a uma base bibliográfi ca que melhor se adequasse à essa demanda. Os autores enfatizam as principais questões relevantes no que diz respeito ao desenvol- vimento da Teoria Contábil, bem como seu alicerce. 40 Teoria da conTabilidade Livro: Teoria Avançada da Contabilidade Autor: Jorge Katsumi Niyama (Organizador) Editora: Atlas Este livro traz uma discussão sobre diferentes teorias que dão suporte a teoria da contabilidade, tais como teorias normativa e positiva, da regulação, da mensuração, padrões contábeis ba- seados em princípios ou regras, entre outros aspectos relevantes da teoria da conta- bilidade. American Institute of Certified Public Accountants. Statement nº 4. New York: AICPA/ APB, 1973. unidade ii: eScolaS e doutrinaS da contabilidade ObjetivOs a serem alcançadOs nesta unidade: Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos desta unidade, você deverá ser capaz de: • Conhecer as principais escolas que influenciaram no desenvolvimento da contabilidade. • Compreender a importância das escolas Europeia e Italiana. • Entender os recentes acontecimentos da contabilidade no Brasil. 42 Teoria da conTabilidade escOlas e dOutrinas da cOntabilidade Escola Europeia Segundo Iudícibus (2015) após o surgimento inicial do método contábil, na Itália, pro- vavelmente no século XIII/XIV, de sua divulgação no século XV (obra de Frei Luca Pacioli), da disseminação da “escola italiana” por toda a Europa, surge, a partir do século XIX, um período que muitos denominam de científico. É neste período que, quiçá pela primeira vez, a teoria avança com relação àsne- cessidades e às reais complexidades das sociedades. Esta fase também teve seus expoentes máximos na Itália, que dominou o cenário contábil provavelmente até os primeiros vinte anos do século XX. O domínio da escola italiana parece ter chegado ao seu final (pelo menos até o mo- mento), inclusive no Brasil, onde a Lei das Sociedades por Ações é inspirada (na parte contábil) na doutrina norte-americana. Talvez nossa crítica à escola italiana tenha sido dura, mas diremos que, apesar de tudo, o saldo deixado por ela e pelos demais europeus (entre os quais se destacam os alemães e os ingleses, esses últimos apenas na parte de auditoria) é altamente positivo. Conforme Iudícibus (2015), os italianos e alemães fizeram da Contabilidade ou qui- seram dar-lhe, talvez, uma roupagem excessivamente vistosa, mas assim mesmo, conseguiram, na época, vender ao mundo esta imagem. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da equação azien- dalista teve o mérito incontestável de chamar a atenção para o fato de que a Conta- bilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão e, na verdade, um dos principais (IUDÍCIBUS, 2015). 43Teoria da conTabilidade Iudícibus (2015) destaca que as desvantagens da escola europeia passada estão consubstanciadas: 1. na relativa falta de pesquisa indutiva sobre a qual efetuar generalizações mais eficazes; 2. em se preocupar demasiadamente com a demonstração de que a Contabili- dade é ciência, quando o mais importante é conhecer bem as necessidades informativas dos vários usuários da informação contábil e construir um modelo ou sistema contábil de informação adequado; 3. na excessiva ênfase na teoria das contas, isto é, no uso exagerado das par- tidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade, necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial; 4. na falta de aplicação de algumas das teorias expostas; 5. na queda de nível de algumas das principais faculdades superpovoadas de alunos, com professores mal remunerados, dando expansão mais à imagina- ção do que à pesquisa seria de campo e de grupo. Em virtude de peculiaridades da legislação comercial, principalmente na Itália, o grau de confiabilidade e a importância da auditoria não eram ainda tão enfatizados, com- parativamente aos Estados Unidos. Um corpo de auditores externos de alto gabarito é essencial para testar os demons- trativos e para discutir, à luz da praticabilidade e da objetividade, as várias práticas contábeis (IUDÍCIBUS, 2015). Esse conjunto de fatores desfavoráveis foi se acentuando a partir de 1920, com a as- censão econômica e cultural do colosso norte-americano. Hoje, mesmo na Itália, nas faculdades do país, muitos textos apresentam influencia norte-americana e as principais empresas contratam na base da experiência contábil de inspiração norte-americana. 44 Teoria da conTabilidade Nos últimos anos, como consequência das necessidades informativas de uma economia global, existe um grande esforço de convergência contábil internacional, que está aproxi- mando as várias “escolas”. Temos ainda, porém, muito a evoluir (IUDÍCIBUS, 2015). Escola Norte-Americana Enquanto declinavam as escolas europeias, floresciam as escolas norte-americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos associativos. O surgimento do American Institute of Certified Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis, várias associações empreenderam muitos esforços e grandes somas em pesquisas nos Es- tados Unidos. Havia uma total integração entre acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as escolas europeias, onde as universidades foram decrescen- do em nível e em importância. A criação de grandes empresas, como as multinacionais, requer grandes capitais de muitos acionistas, foi a causa primeira do estabelecimento das teorias e práticas con- tábeis que permitissem correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em qualquer parte do mundo. Surgiram grandes corporações, aliadas ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentaram, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práti- cas contábeis. 45TEORIA DA CONTABILIDADE Não é por acaso que, atualmente, o mundo possui inúmeras obras contábeis de ori- gem norte-americana que têm refl exos diretos nos países, como o Brasil. saiba mais A Escola Norte-Americana foi de estrema importância para a evolução da Teoria Con- tábil, não só no Brasil, mas em nível internacional. Diversos pensadores, tais como Willian Paton, A. C. Littleton, entre outros, foram infl uentes a partir da década de 1920 e produziram diversos documentos que a partir de sua evolução foi possível desenvol- ver uma Estrutura Conceitual para dar suporte à Contabilidade. cOrrentes dO PensamentO cOntÁbil desenvOlvidOs na escOla italiana A Escola Italiana teve maior impacto e divulgação, com o advento do método das Partidas Dobradas editado pelo Frei Luca Pacioli, considerado o pai da contabilidade. A partir da publicação de Pacioli, a contabilidade teve seu desenvolvimento identifi ca- do pela corrente do pensamento contábil por meio das escolas: Contismo; Personalis- mo; Neocontismo; Controlismo, Aziendalismo e Patrimonialismo. Escola Contista ou Contismo A escola contista foi considerada a primeira escola do pensamento contábil. Tinha como ideia central o mecanismo das contas, com ênfase no seu funcionamento, esquecendo que a conta é apenas consequência das operações que ocorrem na entidade. Não tinha a preocupação com direitos e obrigações. A teoria das cinco contas de Ed- mundo Degrange defi nia que os negócios de um comércio deveriam ser controlados 46 Teoria da conTabilidade a partir de cinco objetos principais que se interagem continuamente: mercadorias; dinheiro; efeitos a pagar; efeitos a receber; e, lucros e perdas. Fazer lançamentos em uma dessas contas era o mesmo que debitar ou creditar o próprio comerciante. Essa personificação gerou críticas ao seu modelo. O mecanismo destas contas eram os registros de um recebimento ou pagamento, que coincidiam em valores e também em transações comerciais. Foi somente no século XVIII que surgiram outros métodos de registros, separando o diário do razão para ve- rificar esta igualdade de contrapartida, preocupando-se com a forma e fidelidade em que as informações eram expostas, dando ênfase no registro das operações. Escola Personalista ou Personalismo Surgiu em reação ao contismo no século XIX, (preocupava-se com a análise dos bens, direitos e obrigações), consiste em dar personalidades às contas para poder explicar as relações (jurídicas) de direito e obrigações, colocando as personalidades (contas) em contato direto com o proprietário. Nessa escola do pensamento contábil havia forte ênfase nas pessoas. As contas re- presentavam pessoas (físicas ou jurídicas), isto é, o dever e o haver representariam débitos e créditos para essas mesmas pessoas. Assim como Pacioli foi o precursor do Contismo, Giuseppe Cerboni deu ênfase à corrente Personalista, idealizando como adequado alguns preceitos elaborados: a ci- ência contábil estuda as variações da riqueza em relação ao Patrimônio (Azienda); a contabilidade é a detentora do instrumento de informações para a gestão das organi- zações; e, objetiva o processo de tomada de decisão. Destacam-se dois pontos, da escola personalista: em primeiro lugar sua grande con- tribuição para a contabilidade foi o estudo da gestão econômica e da organização 47Teoria da conTabilidade interna da entidade, a introdução dos fundamentos da matemática financeira e a criação dametodologia de escrituração das contas (para coordenação e repre- sentação dos fatos e posterior análise). Segundo, a teoria personalista foi refutada por Fábio Besta, que explicou a falha do método logismográfico (escrituração com contas), argumentando que o propósito contábil é essencialmente econômico e não poderia estar relacionado apenas pela natureza das contas que abrangiam relações jurídicas entre pessoas. Neocontismo Restituiu à Contabilidade o seu verdadeiro objeto representado pela riqueza patrimo- nial. Trouxe grande avanço para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial. Conceituou a contabilidade como ciência do controle econômico e distinguiu as fases da administração como sendo: A. fase da gestão econômica; B. fase da direção e do controle. Fabio Besta foi o maior representante desta escola, responsável em evidenciar a con- tabilidade como principal órgão detentor de instrumentos que transmitem informações sobre os bens e direitos (Ativo) e as Obrigações (Passivo) das entidades. Trata, dentro desta escola, a fórmula usual na disciplina de contabilidade geral I, onde a SL (Situação Líquida), é igual à somatória dos bens e direitos deduzidos das obrigações. A Escola Neocontista se define como teoria do materialismo ou a constituição dos va- lores das contas (positivas para o Ativo e negativas para as contas do Passivo), com o objetivo de separação dos grupos do patrimônio e a situação líquida da entidade. 48 Teoria da conTabilidade Podemos destacar algumas contribuições dessa escola: a base doutrinária de Besta está voltada para a administração econômica das entidades; a divisão da Contabilidade em ter- mos de conhecimento, na forma de: Contabilidade Geral (todos os segmentos) e Contabili- dade Aplicada (específica a diferentes tipos de atividades econômicas); o ano civil aparece como período do exercício administrativo; e, a preocupação com a continuidade da gestão. controlismo Contabilidade como sistema de controle econômico. As contas patrimoniais e de re- sultados são grandezas econômicas para as entidades. Todavia, percebeu-se que o controle é apenas um instrumento de apoio e não um fim ou objeto da contabilidade, ou tão somente como objeto da contabilidade. A Escola Controlista contribuiu para o controle das operações dentro das organiza- ções; desenvolvimento das informações como base para a análise de gestão sobre os bens, direitos e obrigações. aziendalismo Azienda: o patrimônio sofrendo constantes ações de natureza econômica por parte do elemento humano por ele responsável. Essa escola teve o mérito de fazer distinção entre as três doutrinas que formam o conteúdo da economia aziendal, colocando em um só plano a Administração, a Orga- nização e a Contabilidade. Os trabalhos de Fábio Besta e Giusepe Cerboni, fundamentados em aspectos jurídicos e econômicos das entidades foram os grandes percursores da Escola Aziendalista. Gino Zapa divulgou a ideia de unidade de gestão, introduzindo assim o conceito de aziendalismo, que sobrepôs à Escola Controlista. 49Teoria da conTabilidade Gomberg apresentou os conceitos de causa e efeito para as relações patrimoniais: Débito = efeito e Crédito = causa. Assim como, respectivamente, Ativo = efeito e Pas- sivo = Causa. Escola Patrimonialista ou Patrimonialismo O objeto da Contabilidade é o Patrimônio, é dinâmico, sofre mutações e nós temos que saber as causas dessas mudanças. Preconiza que o Patrimônio é uma grande- za real que se transforma com o desenvolvimento das atividades econômicas, cuja contribuição deve ser conhecida para que se possam analisar adequadamente os motivos das variações ocorridas no decorrer de determinado período. Os fundamentos desta doutrina estão sustentados nas seguintes afirmações: o Objeto da Contabilidade é o Patrimônio Aziendal; os fenômenos patrimoniais são fenômenos contábeis, devem ser explicados pela contabilidade; a contabilidade é uma ciência; uma ciência social inserida no contexto social; divide-se a contabilidade em três ra- mos distintos, em sua parte teórica, a saber: Estática Patrimonial, Dinâmica Patrimo- nial e Levantamento Patrimonial. A parte aplicada refere-se às entidades; o patrimônio, objeto de indagação, deve ser observado em seus aspectos qualitativo e quantitativo; o fenômeno patrimonial con- ceitua-se como “todo acontecimento que se verifica no patrimônio”; a contabilidade não se confunde com o levantamento patrimonial, que é apenas uma de suas partes; a contabilidade relaciona-se intimamente com diversas outras ciências, como: direito, economia, sociologia, matemática etc.; e, o fim ou aspecto de observação da con- tabilidade é o da finalidade aziendal, ou seja, o cumprimento dos objetivos a que se propôs o sujeito aziendal. 50 Teoria da conTabilidade O brasil e a cOntabilidade A Contabilidade no Brasil começou com a matéria de comércio e após em 1856 foi transformada no Instituto Comercial do Rio de Janeiro, sendo o Brasil um dos primei- ros países a ter um estabelecimento de ensino superior de Contabilidade. A escola de comércio Alvarez Penteado, criada em 1902, tornou-se a primeira escola especializa- da no ensino da Contabilidade. O Brasil sofreu forte influência da corrente italiana primeiramente, até a antiga lei das Sociedades Anônimas sem perder os traços de uma escola verdadeiramente brasileira. Por volta de 1920 a 1940, cada empresa comercial/industrial tinha o seu guarda-livros, geralmente um homem bem-intencionado, mas de pouca formação técnica sem haver frequentado escolas ou cursos da especialidade, seu aprendizado era pela prática ou pelo empirismo. O guarda-livros fazia de tudo, a Contabilidade, a escrituração, correspondência, con- tratos, preenchia cheques, pagamentos e recebimentos. Foi com a instalação do curso de Ciências Contábeis pela Faculdade da USP em 1946 que o Brasil ganhou seu primeiro núcleo efetivo, embora modesto de pesquisa con- tábil, nos modelos norte-americanos, ou seja, com professores em regime de serviço integral, dedicando-se ao ensino, à pesquisa, produzindo trabalhos específicos de caráter científico, portanto, de grande importância para a contabilidade. Desenvolvimento recente da contabilidade no Brasil A história recente da contabilidade no Brasil teve início na década de 70, com o de- senvolvimento ainda embrionário do mercado de capitais e com a reforma bancária. 51Teoria da conTabilidade Os principais passos foram: A. obrigatoriedade de as companhias abertas terem suas demonstrações con- tábeis auditadas por auditores independentes; B. publicação da circular no 179/72 pelo Banco Central do Brasil, padronizando a estrutura e forma de apresentação das demonstrações contábeis das com- panhias abertas; e C. influência da escola norte-americana de contabilidade com o início do estudo so- bre princípios contábeis e a promulgação da Lei nº 6.404/76 sob esta influência. Até então, a contabilidade no Brasil foi marcada pela forte influência da legislação tributária, que determinava procedimentos contábeis para classificação de contas e apropriação de receitas e despesas, nem sempre adequados à luz da teoria contábil. Em 1976, foi criada a Comissão de Valores Mobiliários inspirada no modelo americano (SEC – Securities and Exchange Commission) para monitorar o mercado de capitais e, paralelamente, foi divulgada a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), que trouxe inovações à época, principalmente na criação de registros auxiliares para atender a exigências fiscais e na necessidade de se observarem princípios contábeis geralmente aceitos para fins de escrituração mercantil. O desenvolvimento da contabilidade no Brasil, também, está fortemente atrelado ao desenvolvimento econômico do país. No período de 1970 a 1975, o Brasil experimen- tou taxas elevadas de crescimento econômico do Produto Interno Bruto, despertando o interesse de investidorese bancos estrangeiros, principalmente pela abundância de recursos disponíveis à época. 52 TEORIA DA CONTABILIDADE saiba mais A Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), foi, ao nosso ver, a mais importante criada na década de 1970, no que diz respeito à contabilidade. Elencava, entre ou- tros elementos, as demonstrações fi nanceiras obrigatórias no contexto brasileiro, bem como os diversos aspectos das demonstrações contábeis que deveriam ser seguidos pelos contadores e pelas empresas. criaçÃO dO cOmitÊ de PrOnunciamentOs cOntÁbeis (cPc) Como fruto da busca por convergência da Contabilidade em nível internacional, foi criado, em 2005, por meio da Resolução CFC 1.055/05, o Comitê de Pronunciamen- tos Contábeis – CPC, por meio da resolução CFC 1.055/05. Sua idealização se deu a partir da união de esforços e de objetivos comuns de diver- sas entidades: 1. Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA); 2. Associação dos Analistas e Profi ssionais de Investimento do Mercado de Ca- pitais (APIMEC NACIONAL); 3. Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA); 4. Conselho Federal de Contabilidade (CFC); 5. Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON); Fundação Institu- to de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI). O objetivo do CPC era de estudar, preparar e emitir normas contábeis, denominadas de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos e técnicas de contabilidade para permitir a emissão de demonstrações fi nanceiras de propósito geral de alta qualidade, tendo em vista a centralização e, buscando a convergência da Contabilidade Brasilei- ra aos padrões internacionais de contabilidade. 53TEORIA DA CONTABILIDADE O segundo passo no processo de convergência foi a emissão das Leis 11.638/07 e 11.941/09 que alteraram a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). A partir des- se momento, o CPC passou a traduzir e adaptar as normas contábeis emitidas pelo Internacional Accounting Standard Board (IASB). A maioria desses Pronunciamentos Técnicos (Normas Contábeis) passaram a ser obrigatórios nas demonstrações fi nanceiras elaboradas sobre o exercício de 2010. saiba mais A adoção das normais internacionais de Contabilidade visam, entre outras coisas, produzir demonstrações contábeis comparáveis em nível internacional, melhorar a qualidade das demonstrações contábeis e dar maior suporte, por meio das normas, aos preparadores de demonstrações fi nanceiras no sentido de produzir nas demons- trações contábeis, a realidade econômica das organizações. PrÉ-reQuisitOs Para a cOmPreensÃO da unidade Para compreensão desta unidade, é muito importante que você: • Compreenda a importância da escola Italiana. • Compreenda a importância da escolha Norte-Americana. • Refl ita sobre o desenvolvimento recente da Contabilidade no Brasil. 54 TEORIA DA CONTABILIDADE atividades Para cOmPreensÃO dO cOnteÚdO 1) No que se refere à Escola Europeia, assinale a alternativa correta: a) Teve início na década de 70, com o desenvolvimento ainda embrionário do mercado de capitais e com a reforma bancária. b) É neste período que, pela primeira vez, a teoria avança com relação às neces- sidades e das reais complexidades das sociedades. c) Teve maior impacto e divulgação, com o advento do método das Partidas Do- bradas editado pelo Frei Luca Pacioli, considerado o pai da contabilidade. d) O surgimento do American Institute of Certifi ed Public Accountants foi de extre- ma importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis. 2) As afi rmativas abaixo relacionam-se com a escola Norte-Americana, exceto: a) Enquanto declinava as escolas europeias, fl orescia as escolas norte-america- nas com suas teorias e práticas contábeis, favorecida não apenas pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e política. b) O surgimento do American Institute of Certifi ed Public Accountants foi de extre- ma importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis. c) Teve o mérito incontestável de chamar a atenção para o fato de que a Contabi- lidade é muito mais do que mero registro. d) Surgiram grandes corporações, aliadas ao formidável desenvolvimento do mer- cado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentaram, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. 3) Analise as frases abaixo: I. Contismo: não tinha a preocupação com direitos e obrigações. A seguir, a teoria das 5 (cinco) contas: Mercadorias; Dinheiro; Efeitos a Pagar; Efeitos a Receber; Lucros e Perdas. 55Teoria da conTabilidade II. Personalismo: Giuseppe Cerboni deu ênfase à corrente Personalista, idealizan- do como adequado conforme alguns preceitos elaborados, tais como a ciência contábil estuda as variações da riqueza em relação ao Patrimônio (Azienda). III. Controlismo: trouxe grande avanço para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial. IV. Aziendalismo: seus adeptos afirmam que os fenômenos a serem estu- dados eram as aziendas, restringindo, assim, o campo de atuação da con- tabilidade ao levantamento de fatos patrimoniais. Julgue as alternativas acima: a) Apenas I e II são verdadeiras. b) Apenas III é falsa. c) As alternativas I e III são verdadeiras e II e IV são falsas. d) Todas as alternativas são verdadeiras. 4) Destaque a única alternativa verdadeira no que tange ao desenvolvimento da Contabilidade no Brasil: a) A escola de comércio Alvarez Penteado, criada em 1910, tornou-se a primeira escola especializada no ensino da Contabilidade. b) Por volta de 1920 a 1940, cada empresa comercial/industrial tinha o seu guar- da-livros, geralmente um homem bem-intencionado, mas de pouca formação técnica sem haver frequentado escolas ou cursos da especialidade, seu apren- dizado era pela prática ou pelo empirismo. c) Foi com a instalação do curso de Ciências Contábeis pela Faculdade da USP em 1946 que o Brasil ganhou seu primeiro núcleo efetivo, embora modesto de pesquisa contábil, nos modelos italianos. d) A história recente da contabilidade no Brasil teve início na década de 70, com a reforma tributária e o desenvolvimento ainda embrionário do mercado de capitais. 5) Descreva como se deu a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e quais as entidades que contribuíram para sua criação. 56 TEORIA DA CONTABILIDADE artiGOs, sites e LINKS Artigos BEUSA, Natasha Young. A Evolução Histórica da Contabilidade como Ramo do Co- nhecimento. Revista Eletrônica Gestão e Negócios, v. 1, n. 1, 2010. Disponível em: <http://www.facsaoroque.br/novo/publicacoes/pdfs/natasha_adm.pdf>. Site e link <http://www.cpc.org.br/CPC>. PrOPOsta Para discussÃO ON-LINE Caro(a) Acadêmico(a), Após o estudo dessa unidade, você desenvolveu suas ideias a partir dos diversos assuntos explicados. Compartilhe o que aprendeu e os elementos que mais lhe cha- maram atenção. Acesse nossa plataforma de ensino-aprendizagem e participe dos Fóruns de discussão. Listamos abaixo algumas questões para fomentar as suas dis- cussões. 1. Refl ita sobre a importância da criação do Comitê de Pronunciamentos Contá- beis para a Contabilidade brasileira. 57TEORIA DA CONTABILIDADE livrOs recOmendadOs Livro: História da Contabilidade: Foco na Evolução das Escolas do Pensamento Contábil Autores: José Luiz dos Santos e Paulo Schimdt Editora: Atlas Livro-texto que tem como objetivo apresentar as principais ca- racterísticas do período denominado de arqueologia da contabi- lidade, identifi car a origem da contabilidade e sua importância para o desenvolvimento da humanidade e entender o cenário histórico desse período e a sua inter-relação com a contabilidade. Fonte: <http://www.editoraatlas.com.br/atlas/webapp/detalhes_produto.aspx?prd_ des_ean13=9788522450886>. Acesso em: 18 jul. 2013. Livro: Teoria da Contabilidade Autores: Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva Editora:
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