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Morfologia 3 Assunto: Elementos constitutivos do esqueleto fibroso e a sua importância para manutenção das funções fisiológicas do coração e como o coração apresenta a propriedade de gerar energia. Músculo cardíaco vai apresentar em 99% de sua constituição células que executam a contração muscular que são as células contráteis, e 1% são as células que geram potencial de ação, de forma rítmica e espontânea. Primeira propriedade: automatismo Músculo cardíaco tem a fibra muscular cardíaca própria característica, e tem uma fibra cardíaca especializadas que são essas fibras que vão compor as células auto rítmicas, e que em vista da população celular ser tanto de células contráteis quanto de células auto rítmicas o músculo cardíaco vai apresentar 4 propriedades: propriedade do automatismo, ou seja, ele mesmo consegue independente do sistema nervoso central gerar um potencial de ação(característica própria do músculo cardíaco) e isso se deve as células autorritimas(não são células nervosas mas sim células musculares cardíacas especializadas, elas não promovem a contração e sim a geração de impulso), esse é o automatismo. Essa capacidade de gerar potencial de ação é rítmica e espontânea. Ritmicamente um potencial de ação é gerado e as células auto rítmicas são independentes do sistema nervoso. Segunda característica:excitabilidade Segunda característica própria do músculo cardíaco é a excitabilidade, e isso é muito importante pois em vista da configuração da malha muscular cardíaca, principalmente das células contráteis é que o coração vai ter a propriedade de contrair de forma homogênea em seu sincício. Em vista da característica de excitabilidade, que o impulso propagado de forma homogênea, e o átrio, por exemplo, vai sofrer sístole de forma homogênea. Condutibilidade Aquele impulso nervoso que foi gerado nas células auto rítmicas, vai ser propagado ao longo da parede do átrio até o esqueleto fibroso, do esqueleto fibroso até o septo interventricular e para toda a parede do miocárdio, então existe a propriedade de condução do músculo cardíaco. Existem três tipos de músculos: liso, esquelético e cardíaco, o cardíaco é uma congruência entre os outros 2 que se unem e formam uma fibra muscular própria. Contratilidade Na fibra muscular esquelética existem fibras isoladas que formam feixes isolados. Na fibra cardíaca não é bem assim, as fibras se interconectam, uma fibra está interconectada com a outra, e essa conexão torna a região mais densa, essa estrutura microscópica que ocasiona a interconexão de uma fibra com a outra são chamadas de discos intercalares. Porém o músculo cardíaco também possui junções intercelulares importantes que são as zônulas de oclusão(que promovem justaposição), e as do tipo Gap(que promovem a comunicação, principalmente de íons) e isso é importante para a característica de contratilidade homogênea. As Fibras de Purkinje, estão relacionadas ao sistema de condução do impulso nervoso, elas não são células nervosas, mas sim tecido muscular cardíaco especializado. Esqueleto fibroso do coração Coração é dividido em câmaras, há uma divisão entre átrios e ventrículos muitos bem delimitada, e essa configuração bem delimitada entre a região atrial para ventricular deve-se a uma estrutura fibrosa chamada de esqueleto fibroso do coração, constituída por 4 anexos, e esses 4 anexos estão distribuídos entre os óstios das válvulas atrioventriculares, e mais 2 anexos emergindo das artérias pulmonares e aorta. Esqueleto fibroso do coração vai ter: anéis fibrosos, valvas, os músculos papilares e as cordas tendíneas. Esses elementos em conjunto vão formar a estrutura do esqueleto fibroso do coração que vai se interconectar cada um entre si. Função do esqueleto fibroso Qual é a função do esqueleto fibroso? Ele apresenta uma função estrutural, ou seja, a estrutura abertura dos óstios atrioventriculares e dos óstios da artéria pulmonar e da aorta se dá pelo esqueleto fibroso. Ele também está relacionado em evitar o estiramento excessivo das valvas enquanto o sangue passa por elas. Valvas Estrutura das valvas se assemelha a de um paraquedas, uma vez que a estrutura membranosa das valvas seria o guarda chuva do paraquedas, as cordas que unem o paraquedas seriam as cordas tendíneas, como elas não podem ficar soltas, se atrelam ao músculo papilar, esse músculo é uma projeção do miocárdio. Essa estrutura vai impedir que haja o excessivo estiramento das valvas durante o processo de contração ventricular e é essa interconexão que permite que durante a sístole ventricular a valva não prolapse. Também funciona para viabilizar o fluxo unidirecional durante a contração ventricular. Vão Servir como pontos de inserção para os feixes de fibras musculares, isso é importante para entender que o sistema de condução é importante, pois só existe contração pois em toda estrutura do coração existe um elemento que vai viabilizar essa interconexão e está inserido no esqueleto fibroso. A característica de tecido fibroso do coração, confere a ele a característica de ser um isolante elétrico, então ele vai ser um dos responsáveis pelo átrio se contrair primeiro do que o ventrículo, devido uma atraso, sua característica fibrosa confere um isolante elétrico entre átrios e ventrículos. Valvas atrioventriculares Dentro do óstio atrioventricular, vão estar as valvas atrioventriculares, na câmara direita vai existir a válvula tricúspide e na esquerda a mitral ou bicúspide. A tricúspide é formada por 3 cúspides, 3 faces membranáceas, e a bicúspide por 2 faces membranáceas e 2 cúspides. As semilunares apresentam configuração de membranas de semiluas. As semilunares estão nas aberturas de comunicação entre as artérias pulmonar e aórtica e apresentam as projeções de tecido membranaceo em forma de semi lua. Durante a diástole ventricular e a sístole atrial, um potencial de ação é disparado em uma determinada região. o átrio se contrai, quando o átrio se contrai, ele dá o "empurrão que faltava” para que o sangue saia do átrio e vá para o ventrículo, uma vez que 75% da força que é necessária para que o sangue saia do átrio e vá para o ventrículo é a força da gravidade, e a contração do átrio vai dar o empurrão para que o sangue saia de maior pressão para o de menor pressão. Mas o que está acontecendo na valva atrioventricular? Como o músculo da parede ventricular está em diástole, consequentemente o músculo papilar vai estar também relaxado pois este é uma projeção do músculo ventricular, logo as cordas tendíneas também estão relaxadas e assim as válvulas estarão abertas. Enquanto isso, as valvas semilunares estão fechadas, para que o sangue não seja ejetado para a artéria antes do tempo. E quando ocorre a contração ventricular? se não existisse esqueleto fibroso, especialmente as valvas átrio ventriculares, quando o ventrículo se contraísse o sangue tenderia a voltar e causar um refluxo. O ventrículo esquerdo é mais espesso que o direito pois ele vai bombear sangue para todo o corpo, então ele precisa de um espessamento muscular maior. Fibras auto rítmicas e sistema de condução do impulso ao longo do músculo cardíaco. No músculo cardíaco existem 2 tipos de células, como já citado: as células contráteis (que vão promover a contração), e as células auto rítmicas ou autoexcitáveis(essas células não são nervosas, são células musculares cardíacas especializadas). Que especializações são essas? se tem principalmente nas regiões nodais(tanto no nó atrioventriculares, quanto no nó sinoatrial), uma concentração muito grande de canais de cálcio e canais de sódio, e essa especialização vai promover a produção de um potencial de ação de maneira espontânea e rítmica. Essas células auto rítmicas podem se agrupar em determinadas regiões formando os nódulos(sinusal e atrioventricular), e também podem formar feixes de fibras, então elas se dividem em nódulos e em feixes de fibras. Sistema de condução excitação do coração E toda essa concatenação de células vão promover o chamado sistema de condução excitaçãodo coração, quais são suas funções? principalmente nas regiões dos nódulos vai existir uma geração repetida e independente de potenciais de ação, e isso vai fazer com que esse agrupamento de células funcionem como marcapassos, determinando o ritmo de excitação elétrica e promovendo a contração cardíaca. Músculo só vai se contrair se houver despolarização da membrana, se houver potencial de ação, se não tiver, não há contração. Nas células autorrimicas, seu potencial de repouso é mais positivo do que nas células contráteis. Nas auto rítmicas seu potencial de repouso é de mais ou menos -60milivolt, nas células contráteis o potencial de repouso varia até menos -90milivolts, ou seja, o limiar das células auto excitáveis está mais perto de ser alcançado. Todos esses fatores como: as altas concentrações de canais de sódio e de cálcio, ter um potencial de repouso mais positivo, ter um ambiente em que esse nódulo está circundado por um alta concentração de sódio e cálcio, é um ambiente perfeito para liberar potencial de ação. Após o potencial de ação ser disparado, a fibra vai contrair, dessa forma, as fibras autor rítmicas vão controlar as fibras cardíacas, pois está controlando a contração muscular. Só tem um local que forma potencial de ação de forma autônoma, que é a região dos átrios. Se não tem nódulo na região ventricular, como este se contrai? São os feixes de condução, então existe uma usina geradora, uma usina de transmissão e os cabos que vão levar essa energia para todas as áreas. A usina geradora é nó sinusal, a usina de transmissão é o nó atrioventricular e o feixe de his, e os cabos são todos ramos, por exemplo as fibras de purkinje, então toda essa comunicação elementar morfológica é que vai viabilizar a estrutura necessária para que o coração se contraia durante o ciclo cardíaco. O nó sinoatrial tem descargas muito frequentes e rápidas(mais do que o outro nódulo), que determina a frequência cardíaca, ele é o maestro, é a usina geradora. A viabilidade de contração dos átrios vem através dos feixes interatrial e os feixes que vão inervar toda a região do átrio, e esses feixes apresentam uma congruência e vão terminar em um outro conglomerado de células que é o nó atrioventricular. O nó átrio ventricular se projeta sobre o esqueleto fibroso, em uma região chamado de fascículo átrio ventricular ou feixe de his, e esse feixe se bifurca em um ramo direito e um ramo esquerdo, e essa bifurcação é que vai perpassar toda a parede do septo interventricular, em direção ao ápice onde ele se multiplica em uma bela árvore de fibras de purkinje, onde vai existir toda a inervação do miocárdio ventricular. Nó sinoatrial O Nó sinoatrial, é o grande maestro, é o marca-passo do coração, e sua localização anatômica é no átrio direito na região próxima onde vai desembocar a veia cava superior. Esse grande conglomerado de células musculares cardíacas, apresentam uma capacidade enorme de gerar potencial de ação em uma frequência que vai gerar por volta de 60 a 70 impulsos por mim, semelhante a frequência cardíaca, pois a FC é determinada justamente pelo nó sinoatrial. E essa estrutura apresenta um potencial de membrana menor de -50 milivolts e -60 milivolts, e essa conglomerado de células vai ter uma grande concentração de canais de calcio e sodio e tudo isso se correlaciona com um ambiente perfeito que viabiliza o nó sinoatrial a ser o marca passo do coração. Essa região é a região de start, é a linha de saída do potencial elétrico, por isso que a primeira região que se contrai é o átrio, e existe uma diferença de contração do átrio direito para o átrio esquerdo, pois o potencial de ação se propaga mais rápido no átrio direito do que no esquerdo, mas é uma diferença muito pequena. Nó atrioventricular Esse impulso então é transmitido para outra região, que é a região que fica no do septo atrioventricular próximo ao seio coronário, ele é o nó atrioventricular, essa estrutura promove o retardo. O nó sinoatrial dispara o impulso de forma muito rápida, e se ele continuasse na mesma velocidade não existia fluxo sanguíneo, então essa usina vai dizer “ei, vamos devagar aqui”, e ela vai retardar a propagação do impulso elétrico. É o tempo necessário para que haja a diferença entre as sístoles atrial e ventricular. Feixe de his Para que o impulso perpasse a região dos átrios para a região dos ventrículos é necessário uma estrutura de condução que é o feixe de his ou fascículo átrio ventricular(é a única estrutura que possibilita essa comunicação), qualquer problema no feixe de his leva a alterações na contratilidade ventricular. Ele atravessa o esqueleto fibroso do coração, quando ele sai do septo interventricular(sai da parte membranácea), e entra na parte muscular, ele se ramifica no ramo direito e esquerdo. O ramo direito é responsável por todo o restante do sistema que irá conduzir o impulso para a câmara cardíaca direita, e o ramo esquerdo é o responsável por todo o sistema de condução que irá viabilizar a sístole ventricular esquerda. Fibras de purkinje É essa árvore que é derivada dos ramos direito e esquerdo, são fibras cardíacas especializadas, com uma grande concentração de glicogênio, que vão conduzir o impulso que sai do nó átrio ventricular por meio do feixe de his até a parede dos ventrículos, possibilitando assim a contração homogênea dos ventrículos. Sistema de propagação, como o impulso elétrico vai sair do nó sinoatrial até chegar às fibras de purkinje? Devido o processo de despolarização da membrana, viabilizado por entradas de sódio e de cálcio, e devido um potencial de repouso menor, as células que estão no nó sinoatrial se despolarizam, e ao se despolarizarem, elas propagam o potencial elétrico por todos os feixes que vão inervar os átrios direito e esquerdo. Especificamente os feixes que inervam o átrio direito, vão apresentar um outro conglomerado de células que é o nó átrio ventricular, chegando no nó atrioventricular vai ter um retardamento de 0,3 segundos, pois a estrutura das junções comunicantes dessas células não é tão bem desenvolvida como a do nó sinoatrial. Esse impulso é propagado para o feixe de his, onde esse impulso que sai da região átrio que estava isolado pelo esqueleto fibroso, perpassa para as câmaras ventriculares. Então quando ele atravessa a estrutura de todos esqueleto fibroso e chega na região muscular do septo interatrial, esse impulso é propagado para ambos os ramos, o ramo direito e o ramo esquerdo. Ao chegar no ápice do coração vai haver a propagação do impulso para as fibras de purkinje que vão inervar todo o miocárdio. Correlação dos momentos do ciclo cardíaco com o processo de despolarização Quando o nó sinoatrial está em repouso o átrio está em diástole, e o ventrículo sístole. Quando o impulso é gerado no nó sinoatrial, vai ter a transmissão através dos seus feixes para toda área atrial direita e esquerda. Dessa forma, estará ocorrendo a sístole atrial, e essa sístole atrial vai casar com o momento de diástole ventricular. O impulso chega na região do nó atrioventricular, perfaz o isolante(esqueleto fibroso do coração) através do feixe de his e adentra os ramos, então vai estar ocorrendo a sístole atrial e a diástole ventricular. A valva atrioventricular vai estar aberta. O impulso seguiu pelos ramos e chegou ao ápice do coração, quando chega ele é conduzido através das células de purkinje, nesse momento vai haver a diástole atrial e a sístole ventricular. A valva atrioventricular está fechada e a semilunar está aberta. Nesse momento o átrio começa a se encher de sangue novamente e o sangue que estava no ventrículo vai para as artérias.
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