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TRABALHO DE DIREITO FINANCEIRO - LRF (1)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Campus Poços de Caldas
Curso de Direito
Marcos Vinicius Meinberg, Kevin Augusto Hollerbach Gomes
Trabalho de Direito Financeiro 
Questões sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal
Poços de Caldas
2021
Questões Direito Financeiro – Lei de Responsabilidade Fiscal
1-Para analisar o tema “responsabilidade fiscal” devemos utilizar apenas a LRF?
Sim, A responsabilidade fiscal é caracterizada pelas práticas adotadas pela administração governamental que visam garantir a solidez e a sustentabilidade da política fiscal, desse modo criou-se a LRF para que fossem estabelecidos limites e planejamento quanto a responsabilidade governamental sobre as finanças públicas por meio da busca permanente do equilíbrio entre receitas e despesas e da transparência do gasto público.
Das observações da conferência: Para analisar o tema “responsabilidade fiscal” não utiliza apenas a LRF, tem-se também leis e decretos que versam sobre essa temática. A constituição Federal de 1988 em seu artigo 163, a Lei 10.028/2000 Lei dos crimes fiscais, Lei 1079/50, a Lei de improbidade administrativa Lei 8429/92 e, por fim, o Decreto Lei 201.67.
2- O que se entende por “responsabilidade fiscal”? 
Responsabilidade Fiscal é a obediência por parte da administração governamental com o equilíbrio nas contas públicas conforme o que estabelece a Lei Complementar 101 de 04 de maio de 2000 (Lei de responsabilidade fiscal), que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. 
3- O que é a LRF?
A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) é uma lei que serve disciplinar a utilização de recursos públicos no Brasil, estabelecendo limites para as despesas e endividamentos futuros, sendo ela válida para os três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário e também nas esferas federal, estadual e municipal. E, é através dessa lei que os governantes passam a obedecer normas e limites para administrar as finanças, respeitando a capacidade de arrecadação por meio dos tributos, sendo assim, prestam contas sobre valores e como são gastos os recursos sociais. 
Ademais, a lei exige dos governantes que esses gastem apenas dentro das possibilidades do orçamento, havendo então um planejamento de investimento.
4- O que se buscou com a LRF?
Pode-se dizer que o principal objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal é garantir uma gestão eficaz das contas públicas. Ainda mais, tal Lei, dá uma série de disposições sobre como União, estados e municípios devem controlar as finanças buscando equilíbrio financeiro e evitando problemas para gestões posteriores.
Ademais, é de suma importância destacar que com a implementação da Lei de Responsabilidade Fiscal, foi possível uma nova dinâmica na gestão financeira e fiscal dos entes federativos, permitindo, assim, a diminuição dos problemas relacionados com a corrupção. 
Por fim, deve-se mencionar que um dos objetivos de tal lei, também é evitar o endividamento dos entes públicos e possibilitar a punição de administradores que desviam, roubam, fraudam ou cometem qualquer ato ilícito em relação às contas públicas.
5- A quem se aplica a LRF?
A Lei de Responsabilidade Fiscal é um código de conduta para os administradores públicos de todo o país, que passa a valer para os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal).
6- Quais os pontos principais da LRF?
A Lei de Responsabilidade Fiscal fixa limites para despesas com pessoal, para dívida pública e ainda determina que sejam criadas metas para controlar receitas e despesas. 
Além disso, segundo a LRF, nenhum governante pode criar uma nova despesa continuada (por mais de dois anos), sem indicar sua fonte de receita ou sem reduzir outras despesas já existentes. Isso faz com que o governante consiga sempre pagar despesas, sem comprometer o orçamento ou orçamentos futuros. 
Pela LRF ainda, são definidos mecanismos adicionais de controle das finanças públicas em anos de eleição.
	Dito isso, é importante frisar especificamente cada um dos seus principais pontos, o que será exposto a seguir: 
- Gastos com pessoal: na LRF, há limites de gastos com pessoal, como percentual das receitas, para os três Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ou seja, a partir da entrada em vigor da LRF, haverá uma regra de transição, que permite que os excessos de despesa com pessoal sejam eliminados nos dois exercícios seguintes, sendo - no mínimo, 50% do excedente por ano.
 - Dívida pública: O Senado Federal estabelecerá limites para a dívida pública, por proposta do Presidente da República. Tais limites serão definidos também como percentuais das receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Isto significa que os governantes deverão respeitar a relação entre a dívida e sua capacidade de pagamento. Ou seja, o governante não poderá aumentar a dívida para o pagamento de despesas do dia-a-dia.
- Metas fiscais: a LRF determina o estabelecimento de metas fiscais trienais. Isso permite que o governante consiga planejar as receitas e as despesas, podendo corrigir os problemas que possam surgir no meio do caminho. É como conduzir um barco: quando tem um rumo é possível planejar as manobras necessárias para se chegar até lá, mesmo que algumas sejam difíceis e tenham que ser corrigidas ao longo do caminho.
- Compensações: a Lei estabelece que nenhum governante poderá criar uma nova despesa continuada - por prazo superior a dois anos - sem indicar sua fonte de receita ou a redução de uma outra despesa. Essa é a lógica da restrição orçamentária: se você quer comprar um carro a prestação, precisa ter um dinheiro reservado para pagar as prestações todo mês, ou então, precisa diminuir outros gastos. Isso funciona da mesma forma para o orçamento público.
- Ano de eleição: a Lei de Responsabilidade Fiscal contém restrições adicionais para controle das contas públicas em anos de eleição.
7- Quais são os pilares das LRF? Onde estão previstos? 
De início, é de suma importância destacar que o fundamento da Lei de Responsabilidade Fiscal está nos artigos 163 a 169 da Constituição Federal, mas especificamente no artigo 165, §9º, os quais expressam a intenção do legislador de promover uma administração financeira eficiente, atendendo ao critério de maior controle da sociedade sobre o Estado.
Ademais, pode-se dizer que a LRF prevê três pilares, o planejamento, a transparência, o controle, e a responsabilização.
Nesse sentido, a Constituição de 1988, no que diz respeito ao planejamento na administração pública, institucionalizou a integração entre os processos de planejamento e orçamento ao prever a elaboração dos três instrumentos básicos para esse fim: plano plurianual (PPA), diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais - art. 165, I, II e III. Embora exigência constitucional, o artigo que trata sobre o PPA foi vetado na LRF -art. 3º.  A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) serve de elo entre o PPA e o orçamento anual. Este, por fim, discrimina os gastos de um exercício financeiro. A LRF busca, neste sentido, proporcionar condições para que as metas prioritárias da gestão sejam alcançadas por meio da programação da execução orçamentária.
Já a transparência é assegurada por meio do incentivo à participação da sociedade e pela realização de audiências públicas no processo de elaboração e no curso da execução dos planos. A LRF determina ampla divulgação de todos os atos e fatos ligados à arrecadação de receitas e à realização de despesas pelo poder público. Dentre os mecanismos da LRF que garantem a transparência estão: a disponibilidade das contas dos administradores, durante todo o exercício, "para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade" - art. 49; e a emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal e de execução orçamentária, igualmente de acesso público e ampla divulgação. A democratização da informação, alcançada com a divulgação de dados em meios como a internet, por exemplo,não é o bastante para que o cidadão tenha uma postura crítica. É importante que as informações sejam disponibilizadas de forma clara e objetiva para que sejam compreendidas pela população.
No que tange ao controle, a LRF cria um mecanismo na forma de um conselho de gestão fiscal: "o acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade..." -art. 67. 
O controle externo pode ser exercido pelas atribuições do Poder Legislativo, que conta com o auxílio dos Tribunais de Contas para tal finalidade. Com a evolução dos instrumentos de controle, eles passaram a ser efetuados também pela atuação do Ministério Público e dos conselhos municipais específicos criados para cada área do governo.
Por fim, a responsabilidade é exigida do gestor público por meio da imposição de sanções ao descumprimento das regras estabelecidas na LRF. Os infratores podem ser punidos "segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente" - art. 73. Assim como os gestores, os órgãos da administração pública que não cumprirem o disposto na LRF também são responsabilizados. Podendo estes, vir a sofrer suspensão das transferências voluntárias, das garantias e da contratação de operações de crédito.
8- O que se entende por “planejamento” segundo previsão na LRF e qual sua importância para o orçamento público?
Quando se trata do planejamento segundo a LRF podemos citar três instrumentos que são utilizados para o controle do orçamento público encontrados nos artigos 3º ao 10º da LRF (Lei Complementar nº101 de 4 de Maio de 2000) que são também referenciados na disposição do artigo 165 da Constituição Federal, sendo eles, o Plano Plurianual (PPA), a Lei Orçamentária Anual (LOA), e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os quais nas três esferas do governo representam a mais importante ação planejada de política fiscal no Brasil. Planejar estrategicamente os gastos públicos é um dos alicerces da LRF, o planejamento gera condições que favorecem o cumprimento dos muitos dispositivos definidos na lei. O Orçamento Público surgiu como ferramenta indispensável para atuar como instrumento de controle das atividades financeiras do executivo. Porém, para se ter o objetivo real desse controle, é importante e necessário o planejamento, o qual deve respeitar todas as regras ou princípios orçamentários, que formam os pilares de uma boa gestão dos recursos públicos. 
9 - Qual a importância da “transparência da gestão fiscal” e quais são os instrumentos de planejamento previstos na LRF?
O tema transparência fiscal ganhou mais importância no País com a publicação da LRF, a Lei dedica a Seção I do Capítulo IX ao assunto (artigos 48 e 49) e já no art. 1º, § 1º, preceitua que a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio nas contas públicas. Há instrumentos de transparência da gestão fiscal que estão previstos na LRF aos quais deve ser dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público como a Internet, estão elencados no art. 48, caput, sendo eles o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei Orçamentária Anual, as prestações de contas e o respectivo parecer prévio, o relatório resumido da execução orçamentária e o relatório de gestão fiscal.
10 - A LRF destaca a importância de que estados e municípios efetivamente explorem sua capacidade de arrecadação de tributos, com vistas tanto a desonerar o poder central para que realize os investimentos necessários em infraestrutura, tecnologia e programas sociais para tornar estados e municípios cada vez mais independentes do governo federal. Em quais artigos a LRF trata disso? 
A LRF, através do seu Capítulo III e na disposição dos artigos do referido capítulo visa resgatar a importância das receitas próprias na realização de projetos e manutenção da máquina pública, em nível local. Do teor dos artigos podemos observar que a LRF traz a ideia de que Estados e Municípios possuem legislação tributária própria e devem explorar com eficiência o seu potencial de arrecadação, desvinculando-se cada vez mais da dependência do Governo Federal. A determinação para a cobrança de tributos deve ser vista como um estímulo ao administrador para o desenvolvimento do sistema tributário próprio. Na verdade, nos termos da LRF e, nos termos da Lei 10.028 (Lei de Crimes Fiscais), cobrar impostos, mais do que um direito da administração pública, passa a ser uma obrigação
11-A LRF prevê sanções institucionais. Quais são elas?
Em caso de não cumprimento de suas normas, a LRF estabelece várias sanções institucionais e pessoais. 
São exemplos de sanção institucional: 
· suspensão das transferências voluntárias para aquele governo que não instituir, prever e arrecadar impostos de sua competência; 
· no caso de limites de despesas com pessoal, se as regras da LRF não forem cumpridas e enquanto não for feito o ajuste, ou se houver excesso do primeiro quadrimestre do último ano de mandato, ficam suspensas: transferências voluntárias; obtenção de garantias; contratação de operações de crédito, exceto para refinanciamento da dívida e redução de despesas com pessoal. 
Ainda no que se refere aos limites de despesas com pessoal, é nulo de pleno direito o ato que: não atender ao mecanismo de compensação (aumento permanente da receita ou redução permanente de despesa); não atender ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo; e aumentar despesa de pessoal 180 dias antes do final do mandato. 
No caso de limites para o estoque da dívida, vencido o prazo de retorno ao limite máximo e enquanto perdurar o excesso, fica impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado. 
Para as operações de crédito irregulares, enquanto não forem cumpridos os mecanismos de correção de desvios (cancelamento da operação ou constituição de reserva), ficam proibidos o recebimento de transferências voluntárias, a obtenção de garantias e a contratação de novas operações de crédito, exceto para refinanciamento da dívida e redução das despesas com pessoal. 
Na concessão de garantias, caso não sejam obedecidos os mecanismos de correção e seus prazos, o ente cuja dívida tiver sido honrada pela União ou Estado, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos até a liquidação da dívida
12-A LRF prevê sanções pessoais?
Além das sanções institucionais há as sanções pessoais, previstas em um projeto de lei ordinária denominada Lei de Crimes de Responsabilidade Fiscal, que prevê que os governantes poderão ser responsabilizados pessoalmente e punidos com a perda de cargo, inabilitação para exercício de emprego público, prisão e multa. As penalidades alcançam todos os responsáveis, dos Três Poderes da União, Estados e Municípios, e todo cidadão será parte legítima para denunciar. 
13-Do que trata a Lei 1079/50? Quais seus principais pontos?
Lei do Impeachment - Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950. Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento
Os crimes de responsabilidade, na história do Direito Constitucional Brasileiro, estão vinculados a atos que os agentes políticos venham a cometer no exercício de suas funções e que, sob alguma ótica, arranhem a estabilidade geral do funcionamento dos órgãos estatais que representam. 
Esta noção se vincula à pré-condição de que, para ser processado por crime de responsabilidade, o agente público esteja no exercício da função, conforme o próprio art. 42 da Lei 1079/50 dispõe, no sentido que a permanência no cargo represente este risco de ruptura da estabilidade do funcionamento estatal.Observa-se, aí, que não são todas as condutas ilícitas, no trato penal, que se vinculam ao agente político, através da Lei 1079/50, porque há condutas não previstas por aquela lei, como é o caso do enriquecimento ilícito obtido em razão da função, cuja figura somente se remete à tipicidade do crime comum de peculato, previsto no Código Penal. 
14- Do que trata a Lei 10.028/00? Quais seus principais pontos?  
 A lei nº 10.028 de 2000 trata da criação de novos tipos penais e, também, infrações administrativas e crimes de responsabilidade visando a punição dos agentes públicos caso desrespeitem normas relacionadas às finanças públicas, alterando o Código Penal, a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, e o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967. 
No que concerne às alterações no Código Penal, tem-se a criação dos crimes contra as finanças públicas, com a introdução do capítulo IV e dos artigos 359-A ao 359-H. Já no tocante à Lei 1.079/1950, que define os crimes de responsabilidade, a Lei 10.028 criou mais sete hipóteses de crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária, bem como criou os artigos 39-A, 40-A e 41-A. 
Ainda, a lei criou mais oito hipóteses de crimes de responsabilidade passíveis de serem cometidos por Prefeitos Municipais e julgados pelo poder judiciário independente da apreciação pela Câmara Municipal. 
Por fim, no artigo 5º, da Lei 10.028/00, criou-se infrações administrativas contra a lei de finanças públicas.
15- A LRF estimula o administrador a buscar a eficiência na arrecadação de recursos. Com o advento da lei de crimes fiscais (lei nº 10.028/00), esse incentivo tornou-se uma obrigação no caso de impostos? O descumprimento da regra de previsão e arrecadação de recursos - No que se refere aos impostos - implica a suspensão imediata das transferências voluntárias ao ente público?  
Sim, o incentivo disposto no artigo 11 da LRF tronou-se uma obrigação com o advento da Lei 10.028/00 diante da responsabilidade do gestor com a instituição, previsão e efetiva arrecadação dos tributos de maneira correta e eficiente. Cite-se, por exemplo, a criação e inclusão do inciso XXI, no artigo 1º, do Decreto-Lei 201/67, que tipificou a captação de recursos a título de antecipação de receitas de tributos. 
Por fim, a segunda pergunta também está correta, vez que o artigo 11, parágrafo único, da LRF veda a transferência voluntária para o ente que não atuar de maneira eficiente na instituição, previsão e arrecadação de recursos. 
16- O que determina a LRF em relação às metas fiscais? 
 Nos termos do artigo 4º, parágrafo 1º, da LRF, o anexo de metas fiscais integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e estabelecerá metas anuais “em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes”. Não obstante, nos termos do parágrafo 2º, em seus incisos, do referido artigo, o anexo conterá avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior, demonstrativo das metas anuais, evolução do patrimônio líquido, avaliação da situação financeira e atuarial e demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias e continuada. 
17- O que determina a LRF em relação aos gastos com pessoal? 
Nos termos do artigo 19 da LRF, os gastos com pessoal deverão corresponder, em cada período de apuração, no âmbito da união, a 50% da receita corrente líquida, sendo que nos estados e municípios deverão corresponder a no máximo 60% da receita corrente líquida. Ainda, o artigo 20 da LRF, em seus três incisos, trata da repartição do valor global definido no artigo 19 para cada poder do ente federativo. Por exemplo, dos 60% da receita corrente líquida que os estados podem gastar com pessoal, 3% será destinado ao legislativo (incluído o respectivo TCE), 6% será destinado ao poder Judiciário, 49% para o poder Executivo e 2% para o respectivo Ministério Público estadual. 
Por fim, importante mencionar que caso a receita prevista para o gasto com pessoal alcance 95% do valor global permitido, aplicar-se-ão as vedações dispostas no artigo 22, parágrafo único, que consistem, em regra, em vedações ao aumento de despesas nos gastos com pessoal, como, por exemplo, criação de novos cargos, empregos ou funções.
18-Quais as restrições previstas na LRF para o controle das contas públicas no ano de eleição? 
A Lei de Responsabilidade Fiscal contém algumas restrições para controle das contas públicas em anos de eleição, com destaque para o seguinte:
1- fica impedida a contratação de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO);
2- é proibido ao governante contrair despesa que não possa ser paga no mesmo ano. A despesa só pode ser transferida para o ano seguinte se houver disponibilidade de caixa; e
3- é proibida qualquer ação que provoque aumento da despesa de pessoal nos Poderes Legislativo e Executivo nos 180 dias anteriores ao final da legislatura ou mandato dos chefes do Poder Executivo.
19-Segundo a LRF quais órgãos farão a fiscalização da gestão fiscal e como farão?
De acordo com o artigo 59 da Lei de Responsabilidade Fiscal, ficarão responsáveis pela fiscalização da gestão fiscal, O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público.
Ademais, os incisos e parágrafos do referido artigo determina que o órgão fiscalizador deverá dar ênfase à alguns aspectos específicos, quais sejam: 
1- Verificar o atingimento das metas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias; 
2- Verificar os limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;
3- Verificar medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite;
4-  verificar as providências tomadas, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
5- Verificar a destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar;
6- Verificar o cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.
	Cabe ainda, aos Tribunais de Contas alertar os Poderes ou órgãos, quando constatarem: 
1- a possibilidade de ocorrência de extrapolação do limite referencial para as despesas com juros;  
2- quando o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;  
3- quando os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites; 
4- quando os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;  
5- quando existirem fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.  
Por fim, compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão descrito na referida Lei em seu artigo 20.  
20-Faça uma análise do vídeo sobre os 20 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal (disponibilizado no módulo de aula do dia 14/05), destacando os principais reflexos da pandemia na Lei de Responsabilidade Fiscal.

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