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11- O ensino para jovens e adultos através das educação a distância e semipresencial

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EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS
Antonio Rodolfo de Siqueira
Viviane Guidotti
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
M278e Siqueira, Antonio Rodolfo de.
Educação de jovens e adultos / Antonio Rodolfo de 
Siqueira, Viviane Guidotti. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
216 p. : il. ; 22,5 cm. 
ISBN 978-85-9502-052-8
1. Educação de jovens. 2. Educação de adultos I. 
Guidotti, Viviane. II. Título. 
CDU 37.022
Educacao_Jovens_e_Adultos_1-4.indd 2 16/03/2017 11:48:13
O ensino para jovens 
e adultos através das 
modalidades de educação 
a distância e semipresencial 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer propostas de ensino na modalidade EAD que favo-
reçam ao educando jovem/adulto a possibilidade de inserção e
permanência na EJA.
 Identifi car diferentes propostas na modalidade de ensino semipresen-
cial, como alternativas para a Educação de Jovens e Adultos.
 Comparar as modalidades semipresencial e a distância no ensino de 
jovens e adultos.
Introdução
Sabemos que adultos que não terminaram o ensino fundamental e o 
ensino médio na idade regular, costumam ter dificuldade para frequentar 
uma escola tradicional e concluir seus estudos devido a vários fatores.
Pensando nas dificuldades que estes alunos enfrentam devido à 
sobrecarga de trabalho a que se submetem no mercado, a Educação a 
Distância é uma modalidade educacional eficaz. Essa modalidade vem 
crescendo continuamente no Brasil, e tem sido pensada e repensada 
como uma das alternativas para EJA, como afirma a Resolução CNE/CBE 
Nº 1 de 5 de Julho de 2000 quando estabelece diretrizes para a avaliação 
e certificação de jovens e adultos em situação de cursos semipresenciais 
ou a distância, de acordo com os Art. 10 e 13 (BRASIL, 2000)3 .
Neste texto, você vai estudar um pouco mais sobre essas possibilidades.
Educacao_jovens_U4_C02.indd 181 16/03/2017 11:54:13
Modalidade EAD: uma possibilidade de inserção 
e permanência na EJA
Os avanços tecnológicos fazem parte do nosso cotidiano e, dessa forma, os 
processos educativos também estão conectados à tecnologia. É indiscutível 
o potencial das Tecnologias da Comunicação e da Informação (TICs), pois 
estas podem ser exploradas com objetivos de proporcionar um ambiente 
motivador para a aprendizagem efetiva dos alunos. 
De acordo com Magnavita (2003, p. 57), “O desafio nesse sentido será o 
de pensar modelos pedagógicos que sejam realmente transgressores e não 
reaplicáveis a qualquer situação de aprendizagem.”.
O uso das TICs pode potencializar as práticas pedagógicas, porém, o 
professor precisa se comprometer em utilizá-las para promover um processo 
de ensino e aprendizagem no qual o aluno tenha a possibilidade de ser ativo, 
dialogar com professores, produzir e construir conhecimento de forma coletiva, 
e não apenas reproduzir um ensino focado na memorização e centrado apenas 
nos saberes dos professores. Desta forma, as TICs deram à Educação a Distância 
(via internet) uma possibilidade de minimizar a distância geográfica entre 
professor e aluno, contribuindo para o desenvolvimento de uma modalidade 
flexível quanto aos horários e local destinados aos estudos. Assim, o aluno 
pode administrar o tempo que dedicará aos estudos, além de não ter custo 
com descolamento.
Para dar continuidade ao assunto, é importante saber o que se entende por 
Educação a Distância (EAD). Esta é uma modalidade de ensino que já passou 
por diversas transformações sociais e tecnologias, desde o envio de cartas até a 
nossa tecnologia atual, em que os tablets e smartphomes ganham o espaço no 
cotidiano das cidades. De acordo com Giraffa (2012, p. 25), “A rede internet e 
seus múltiplos e diversificados serviços mudaram a forma como a sociedade 
contemporânea acessa, produz e disponibiliza conhecimento.”.
No Brasil, a EAD teve sua expansão mais efetiva a partir da populariza-
ção dos computadores e da Internet. Foi reconhecida a nível de legislação 
educacional a partir da publicação da LDB lei nº 9.394/96, que no art. 80 
destaca que: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação 
de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de 
ensino, e de educação continuada.”
O decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta a publicação 
do art. 80, da LDB lei 9.394/96, e ainda caracteriza a EAD como:
Educação de Jovens e Adultos182
Educacao_jovens_U4_C02.indd 182 16/03/2017 11:54:13
[...] caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional 
na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e 
aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de infor-
mação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo 
atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
A EAD tem contribuído para a democratização da educação no Brasil, 
pois possibilita aos alunos que tenham o contato com a educação formal, 
mesmo estando distantes dos grandes centros educacionais. A EAD também 
proporciona aos indivíduos que trabalham uma oportunidade de frequentar os 
cursos sem ter que estar em aulas presenciais de segunda a sexta – em algum 
determinado turno em uma instituição escolar, já que suas demandas de vida 
familiar, pessoal e profissional não comportariam o deslocamento diário a uma 
instituição de ensino. Com o rápido acesso à informação, em uma sociedade 
que tem inúmeras possibilidades e diversos meios de comunicação na web, um 
dos grandes desafios impostos à educação contemporânea, segundo Oliveira 
(2008, p. 195), “[...] consiste justamente em como desenvolver, de forma prio-
ritária, mais competências e habilidades do que assimilações de conteúdos.”, 
visto que, devido às rápidas mudanças, essas informações envelhecem e/ou 
se tornam obsoletas. 
A educação do futuro está sendo delineada no presente sob a influência 
marcante das facilidades proporcionadas pelos meios eletrônicos. As tecnologias 
avançadas da comunicação digital não precisam ser recusadas, mas compre-
endidas, para serem integradas à educação, de modo que o sujeito aprendiz se 
aproprie delas e não seja dominado por sua lógica (OLIVEIRA, 2008).
Sobre as aulas virtuais, Oliveira (2008, p. 199) destaca que “O terno “vir-
tual” é atribuído a uma realidade que não existe fisicamente, pois não pode 
ser percebida pelos órgãos dos sentidos; geralmente alguma abstração de algo 
real.”. Com isso, a aula virtual se constitui através de um Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA), disponível para acesso dos professores e alunos 
na internet. Este espaço virtual contém ferramentas e recursos digitais, que 
possibilitam a interação entre professores e alunos.
Assim, ao refletir sobre as abordagens pedagógicas da aula virtual e presen-
cial, Oliveira (2008) levanta questões importantes, ao mencionar que não existe 
uma única abordagem para desenvolver uma educação presencial ou on-line, 
e sim que é preciso entender melhor os mecanismos das TICs na educações, 
para usufruir destas possibilidades de comunicação e de troca de informação.
Diante destes desafios que os professores enfrentam ou poderão enfrentar, 
Oliveira (2008) refere que não há um modo determinado de como dar uma 
183O ensino para jovens e adultos através das modalidades de educação a distância...
Educacao_jovens_U4_C02.indd 183 16/03/2017 11:54:14
aula, independentemente da modalidade de ensino em que o professor lecione. 
Porém, ele reforça a importância do professor ser um orientador “[...] na me-
diação didático-pedagógica a distância, para garantir a interatividade dos 
protagonistas do processo didático e o desenvolvimento de uma aprendizagem 
sólida e duradoura.” (OLIVEIRA, 2008, p. 202).
O que significa garantir o desempenho ativo dos educandos sem acabar 
por oferecer uma educação baseada apenas no conhecimento dos educadores? 
Esta questão é abordada por Freire (1994), que faz uma crítica à educação 
em que o professor age como um depositante de conteúdo e os alunospor 
sua vez são conduzidos a uma mera memorização dos assuntos estudados 
em sala de aula, sem que haja a busca de conhecimento. Esse modelo de 
educação é denominada por Freire como educação bancária.
Na visão “bancária” (FREIRE, 1994) da educação, o “saber” é uma doação 
dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber:
[...] O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posição fixas, 
invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre 
os que não sabem. A rigidez desta posição nega a educação e o conhe-
cimento como processos de busca. (FREIRE, 1994, p. 33-34).
Seguindo essa ideia, é importante que, ao planejar e implementar um curso 
ou disciplina na modalidade EAD, não se cometa o erro de achar que basta 
transpor o ensino presencial para a educação a distância. Ao pensar no ensino 
a distância, o educador deve ter um comprometimento com o planejamento 
que se inicia, em como será a gestão pedagógica do AVA e até em questões 
que perpassam por um suporte técnico para auxílio de professores e alunos. 
O professor que atuará em um ambiente virtual precisa compreender que a 
EAD tem suas especificidades que precisam ser consideradas e revistas com 
atenção e cuidado sempre que necessário.
Arredondo (1999), destaca questões que devem ser consideradas para a 
organização e implementação da modalidade a distância, como: 
  planejamento de metodologia específica considerando a separação 
geográfica de alunos e professores;
  quais serão os recursos utilizados para a comunicação e mediação entre 
professores e aluno;
  elaboração de materiais próprios, suporte fornecido para o aluno; e
  auxílio e formação continuada dos professores.
Educação de Jovens e Adultos184
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Ao contribuir com a democratização da educação no Brasil, a EAD pode 
ser utilizada como um instrumento importante na inserção de jovens e adultos 
no ensino formal, como também contribuir para a permanência desses alunos, 
já que os possibilita estudar e se organizar de forma autônoma, respeitando 
seu próprio tempo e ritmo. Porém, é importante que a escola (gestão e profes-
sores) esteja ciente de que há uma grande diversidade social entre os alunos 
da EJA. Em uma sala de aula, pode-se encontrar tanto alunos que possuem 
celular e têm contato com computadores e internet, quanto alunos que não têm 
nenhum tipo de contato com as tecnologias ou nem mesmo são alfabetizados. 
“Quando pensamos em EAD para grupos de EJA, remete-nos uma possibi-
lidade de acessibilidade de complementação dos estudos e, principalmente, 
para obtenção do reconhecimento formal de suas aptidões, que acaba sendo 
o diferencial desses trabalhadores diante de um mercado de trabalho cada 
vez mais competitivo.” (SOUZA; FERNANDES; BARRETO, 2014, p. 10).
Os alunos que não são alfabetizados, ou não concluíram a etapa da alfa-
betização, precisam primeiro construir uma base sólida de leitura e escrita, 
essa construção pode se dar também com uma inserção inicial do uso das 
tecnologias dentro da própria sala de aula, como também com o desenvolvi-
mento da autonomia – um fator importante para os alunos da EAD. Assim, 
após concluírem essa etapa poderão ser inseridos na educação a distância para 
continuar seus estudos. O que não se pode esquecer é que independentemente 
de serem alfabetizados ou não, o professor precisa propiciar um ambiente que 
estimule aos alunos a ter consciência de que é preciso comprometimento e 
envolvimento com a sua aprendizagem. Para Boff, Ferrari e Zanin (2016, p. 4):
Nesse contexto e com esse pensar, nossa escola entende que a educação 
contribui para que as pessoas aprendam a gerenciar as informações 
disponíveis e se constituam dinâmicas, autônomas, cooperativas, críti-
cas e criativas. Entende, também, que prepara o cidadão para interagir 
na sociedade de maneira consciente, crítica e coerente, integrando as 
dimensões do pensar, sentir e agir.
Quanto à inserção tecnológica dos alunos Souza, Fernandes e Barreto (2014) 
mencionam que é muito importante discutir o uso da EAD na Educação de 
Jovens e Adultos. Deve-se considerar os avanços tecnológicos e a necessidade 
de inserção tecnológica que os jovens e adultos necessitam ter nos dias de 
hoje, tanto para se inserirem socialmente, a partir dessas novas possibilidades 
de comunicação, como para a inserção e/ou a permanência no mercado de 
trabalho cada vez mais informatizado. 
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Os autores reforçam a ideia de inserção da EAD na EJA afirmando que 
“Fazer uso da educação a distância como continuidade de formação para 
indivíduos que configuram os sujeitos da EJA, significa inseri-los à sociedade 
contemporânea, e ofertar uma forma maleável, estimulante, diversificada, 
atual de formação básica.” (SOUZA; FERNANDES; BARRETO, 2014, p. 
4). E complementam que “O processo de socialização dos estudantes da EJA 
inclui a preparação desses alunos para o uso dos mecanismos tecnológicos 
disponíveis na sociedade, como o computador e o uso de internet com todo 
o arsenal de redes sócio-virtuais de amizades e conhecimentos diversos.” 
(SOUZA; FERNANDES; BARRETO, 2014, p. 4). Nesta perspectiva, há uma 
chance maior de que estes alunos permaneçam na escola, já que percebem 
que as suas necessidades estão sendo atendidas e que começam a sentir a 
diferença de sua inserção na sociedade através da conquista de sua cidadania.
Para compreender mais sobre a legislação da EAD e do ensino semipresencial, leia:
  Portaria nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004;
  Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005;
  Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006.
Modalidade de ensino semipresencial como 
alternativas para a Educação de Jovens e Adultos
As modalidades de ensino semipresencial podem ser disciplinas semipresen-
ciais em cursos presenciais ou em cursos organizados a distância, que podem 
dispor de encontros entre professores e alunos que confi guram encontros 
presenciais – na modalidade de ensino semipresencial.
Sobre as disciplinas semipresenciais em encontros presenciais, embora 
tenha sido elaborada para a regulamentação da modalidade semipresencial 
em cursos a distância, é importante mencionar que a Portaria nº 4.059, de 10 
de dezembro de 2004, que regulamenta essa questão, caracteriza a disciplina 
semipresencial como uma atividade didática pedagógica, apoiada por suporte 
informatizado, em cursos de graduação presencial. 
Para Alves (2009, p. 12), a Portaria nº 4.059/2004, ao regulamentar a adoção 
parcial da EAD, em cursos presenciais favorece para repensar as práticas peda-
Educação de Jovens e Adultos186
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gógicas dos professores quanto ao uso das tecnologias digitais: “Foi um forte 
avanço, uma vez que o governo depositou, pela primeira vez na história, um 
voto de confiança nas universidades, centros universitários e faculdades, para 
que os programas fossem implementados sem prévio consentimento oficial.”. 
O ensino semipresencial também pode ser organizado em cursos reconheci-
dos e aprovados para serem ministrados a distância e podem ofertar encontros 
presenciais entre professores e alunos – na modalidade de ensino semipresencial. 
Mas não esquecendo o que Novak (2010, p. 34) reforça quanto à EAD e sua função 
da mediação “[...] da era digital – baseada nas TICs –, não é a distância dada em 
função do espaço ou do tempo, mas a distância dada em função da mediação”.
Caldeira e Gorni (2008) destaca em um artigo uma experiência do ensino 
semipresencial na modalidade de jovens e adultos, desenvolvida em sua pes-
quisa realizada em nível de mestrado, na qual o objetivo foi “[...] desvelar as 
contradições existentes na EJA, assim como seus limites e possibilidades no 
contexto atual.”. Em um centro de Educação de Jovens e Adultos no Paraná, 
que oferta a modalidade semipresencial.
Caldeira e Gorni(2008) apontam sobre como é importante que a modalidade 
semipresencial não reduza a Educação de Jovens e Adultos, mas sim amplie 
este ensino de uma forma significativa, possibilitando que os alunos adquiram 
uma formação crítica e humana. Sendo assim, os professores devem utilizar 
esta modalidade como uma ferramenta para acompanhar a aprendizagem dos 
alunos, lembrando-se que o respeito, admiração e cooperação também estão 
presentes ao resgatar a questão social dos alunos.
Corroborando com essa ideia, podemos observar a vantagem de usar a 
modalidade de ensino semipresencial, quando os autores relatam que a EAD:
[...] pode ser de cunho semipresencial que ocorre quando existe uma 
alternância de momentos presenciais com momentos ausentes do am-
biente escolar. Seja em uma vez na semana, ou em momentos de exames, 
encontros quinzenais ou mesmo mensais. Nesse modelo não existe uma 
ruptura brusca e integral com o modelo tradicional de presença com o 
modelo tecnológico de educação, oportunizando ao aluno momentos 
de interação física e temporal com o professor e os outros alunos. (SOUZA; 
FERNANDES; BARRETO, 2014, p. 6).
Deste modo, a EAD traz muitas vantagens para a Educação de Jovens e 
Adultos e não os limita ao encontro em sala de aula em um horário e dia, desta 
forma, possibilita aos alunos se organizarem a partir do seu ritmo e tempo para 
a realização de seus estudos, sem que tenham que gastar com o deslocamento.
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Com os recursos de comunicação o aluno pode ter contato com o professor pelo 
fórum e chats que podem ser brevemente agendados. Porém, o aluno precisa 
compreender que a EAD, como em qualquer outro curso, requer comprometimento 
e envolvimento com os estudos e realização das atividades, mantendo assim uma 
rotina de estudo a partir da sua disponibilidade semanal o que é essencial, assim 
como ter acesso a internet.
Modalidades semipresenciais e a distância: EJA
A modalidade de EAD na forma semipresencial possibilita um ensino que 
mescla aulas virtuais com encontros presenciais entre alunos e professores, que 
podem ser organizados semanalmente, quinzenalmente ou até mensamente. Já 
na forma a distância, os encontros entre professores e alunos se concentram 
todos a distância, podendo apenas agendar as avaliações para serem realizadas 
de forma presencial. 
A estrutura e descrição de qual será a forma como a EAD será administrada, semi-
presencial ou a distância, de um curso ou disciplina deve ser apresentada no projeto 
político-pedagógico da escola.
Tanto a aula presencial quanto a aula virtual precisam ser conduzidas na 
busca de uma educação problematizadora que esteja fundamentada no diálogo 
entre educador e educando, fomentando a participação de todos os envolvi-
dos no processo de ensino. A partir desta ideia destaca-se a importância da 
mediação humana, o que significa a importância da função do professor em 
criar possibilidades interessantes, motivadoras e diversas em aula, e aceitar 
o aluno como um ser pensante na ação pedagógica, organizando o ambiente 
virtual de uma forma que favoreça a aprendizagem do aluno.
Educação de Jovens e Adultos188
Educacao_jovens_U4_C02.indd 188 16/03/2017 11:54:14
A educação a distância, então, pode ser sumariamente definida como 
uma educação em que existe uma união de alunos e professores por 
mecanismos tecnológicos, onde os educandos e os professores se en-
contram de acordo com a necessidade e disponibilidade do aluno, e não 
mais, exclusivamente, por processos físicos e temporais como na educação 
presencial. (SOUZA; FERNANDES; BARRETO, 2014, p. 6).
A EAD não reduz a atuação do professor, mas sim reconfigura sua atuação, 
já que a importância do papel do educador é orientar e mediar o aluno, ou 
seja, o aluno não estará sozinho no processo de ensino e de aprendizagem. No 
planejamento das aulas, o professor terá que se preparar para utilizar estratégias 
de interação e mediação entre e com os alunos, de maneira a motivá-los e 
inquietá-los na busca por novos conhecimentos, não esquecendo que:
A Educação de Jovens e Adultos a distância significa, então, a possibi-
lidade de articular no trabalho pedagógico, a realidade sociocultural 
dos estudantes, o desenvolvimento e os interesses específicos de cada 
educando, bem como os conhecimentos acumulados historicamente 
pela humanidade, a qual todos têm direito de acesso, de acordo com as 
políticas fundamentais que democratizam o saber. (SOUZA; FERNANDES; 
BARRETO, 2014, p. 10).
De acordo com o que Souza, Fernandes e Barreto (2014) destacam, a EAD 
reafirma a necessidade de refletir e investigar sobre o papel do professor diante 
destas novas possibilidades que as tecnologias proporcionam nas práticas 
pedagógicas, o que logo remete a reflexão sobre a formação inicial e conti-
nuada do professor. Segundo Freire (1996, p. 18) “Por isso é que, na formação 
permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão sobre 
a prática. É pensando a prática de hoje, ou de ontem que se pode melhorar a 
próxima prática.”. Oferecer uma ação pedagógica que promova um ambiente 
facilitador de aprendizagem ao aluno, constitui-se no exercício de repensar 
diariamente a prática, aliada a teoria que o professor segue.
[...] se os homens são seres do que fazer é exatamente porque seu fazer é 
ação e reflexão. É práxis. É transformação do mundo. E, na razão mesma 
em que o que fazer é práxis, todo fazer do que fazer tem de ter uma 
teoria que necessariamente o ilumine. O que fazer é teoria e prática. É 
reflexão e ação. (FREIRE, 1994, p. 70).
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Assim, fica estabelecida a necessidade do professor de ter uma busca 
constante por conhecimento tanto específico da sua área quanto dos recursos 
digitais a ele fornecidos, independentemente da modalidade de ensino em que 
decidir atuar, para que possa repensar em estratégias didáticas relevantes. Com 
isso o processo de ensinar traz exigências ao professor, implicando a não estar 
autorizado a ensinar o que não sabe:
Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na 
experiência realmente fundante de aprender. Não temo dizer que ine-
xiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado em que o 
aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que 
o ensinado que não foi apreendido não pode ser realmente aprendido 
pelo aprendiz. (OLIVEIRA, 2008, p. 12-13).
Para promover uma aula virtual é importante levar em consideração suas 
características e peculiaridades de como é organizada e planejada uma aula 
on-line, seja semipresencial ou a distância. É preciso refletir sobre estes novos 
desafios e aponte caminhos que possam contribuir na oferta de aulas virtuais 
mais significativas e que tenham propostas pedagógicas que desenvolvam 
novas habilidades nos alunos, desta forma, tornando-os aptos a enfrentar um 
mercado de trabalho altamente competitivo e tecnológico.
Você acha que a EAD seria uma alternativa de oferta de ensino formal da Educação 
de Jovens e Adultos? Leia o artigo que apresenta uma experiência em Santa Catarina, 
publicado em 2012 no 18º Congresso Internacional de Educação a Distância: “A im-
plantação da ead na modalidade de educação de jovens e adultos: o modelo do SESI em 
Santa Catarina” (FAVRETTO, 2012).
Educação de Jovens e Adultos190
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1. Educação a Distância se refere 
ao oferecimento de recursos 
para a aprendizagem de alunos 
remotos e envolve tanto o ensino a 
distância (o papel do professor no 
processo) quanto a aprendizagem 
a distância (o papel do estudante). 
a) Uma proposta de ensino para o 
aluno jovem/adulto desenhada 
na modalidade semipresencial 
poder indicar que:
b) A EAD não pode ser oferecida 
na modalidadesemipresencial a 
alunos da EJA, pois estes alunos 
não irão conseguir aprender.
c) Seria mais uma maneira de ajudar 
o aluno jovem/adulto a fracassar 
em seu propósito de se apropriar 
do conhecimento formal.
d) Seja uma alternativa adequada 
para que o aluno da EJA consiga 
realizar seu sonho de estudar, 
a partir de suas possibilidades 
de horários, distâncias e de 
condições financeiras.
e) Os alunos da EJA precisam 
de aulas presenciais para 
que possam aprender.
f) Os professores podem estar na 
docência de EJA na modalidade 
semipresencial sem que haja 
nenhuma capacitação para a 
realização deste trabalho.
2. Um aluno jovem/adulto precisa ser 
incentivado à se tornar aluno da EJA 
para a modalidade semipresencial. 
Tendo estas orientações, os 
alunos da EJA poderão apresentar 
as seguintes características:
a) Motivação para o estudo, 
disciplina, organização, 
autonomia e cooperação.
b) Dependência e insegurança.
c) Total falta de organização para 
participar das propostas de 
ensino e de aprendizagem.
d) Falta de planejamento e 
desorientação, uma vez 
que não terá a presença 
constante do professor.
e) Possessivo e individualista.
3. Ao comparar algumas 
características da EJA e da 
modalidade EAD semipresencial, 
é possível verificar que:
a) Estas duas modalidades de 
ensino e aprendizagem não têm 
nada a ver uma com a outra.
b) Os alunos jovens/adultos 
não estão preparados nem 
para a EJA nem para a 
modalidade semi-presencial.
c) Os princípios da EJA que estão 
disponibilizados nas Diretrizes 
Curriculares Nacionais negam 
qualquer aproximação entre 
as duas modalidades.
d) Não se pode querer que os 
professores aceitem tanta 
mudança: trabalhar com 
propostas inovadoras na EJA e 
com as propostas inovadoras da 
modalidade semi-presencial.
e) Existe uma revolução; das 
práticas pedagógicas, necessárias 
para a Educação de Jovens e 
Adultos enquanto que o desafio 
é o mesmo ao se propor um 
curso da modalidade EAD/
Semi-presencial. Assim, as 
modalidades EJA e EAD parecem 
ter o mesmo objetivo.
191O ensino para jovens e adultos através das modalidades de educação a distância...
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BRASIL. Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício das funções 
de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos 
4. Um curso de EJA oferecido 
na modalidade semi-
presencial apresenta as 
seguintes características:
a) Somente existem 
encontros presenciais.
b) Acontece de maneira dividida 
parte em sala de aula físico-
presencial e outra parte a 
distância, através do uso de 
Tecnologias da Informação 
e Comunicação; TICs.
c) Todos os encontros devem 
ser realizados a distância.
d) Os alunos não vão nunca 
à escola, pois EJA tem que 
facilitar a vida quem não pode 
estudar no ensino regular.
e) Não se importar com a 
aprendizagem dos alunos 
que precisam de ajuda 
para serem aprovados.
5. Uma proposta de EJA na modalidade 
semipresencial necessita que:
a) A direção não se envolva com 
a proposta deixando total 
liberdade para os professores.
b) A supervisão Escolar não se 
envolva com a proposta uma 
vez que as turmas presenciais 
necessitam mais atenção.
c) Os professores envolvidos não se 
preocupem, pois as modalidades 
EJA e semipresencial são muito 
fáceis facilitando a vida dos 
profissionais e dos alunos.
d) Os professores estejam 
qualificados para trabalhar 
com as duas modalidades.
e) As provas sejam bem fáceis para 
que os alunos possam aprovar.
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Leituras recomendadas
ALMEIDA, M. E. B. Tecnologia e EAD: abordagens e contribuições dos ambientes 
digitais e interativos da aprendizagem. In: REUNIÂO ANUAL DA ANPED, 23., 2003, 
Poços de Caldas. Trabalhos... Poços de Caldas: ANPED, 2003.
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