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A educação a distância e seu público D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 1 .1 A educação a distância e seu público • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Conceituar educação a distância. • Conhecer a nomenclatura da EaD no mundo. • Descrever o público da EaD. A educação a distância e seu público Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A educação a distância e seu público • 3/11 Introdução Sabemos que estamos vivenciando um novo contexto na educação. Não faz tanto tempo que nos deparamos, quase que exclusivamente, com uma modalidade de estudo apenas, a presencial. Até já tínhamos algumas possibilidades de ensino a distância, porém pensava-se nela apenas diante da impossibilidade de estudar de forma presencial. No entanto, com a explosão das diferentes tecnologias, com o avanço na capacidade do acesso à internet, e com a redução dos preços das ferramentas tecnológicas como smartphones, tablets e computadores (inclusive os móveis), dentre outras, ocorreu uma mudança muito significativa na forma de viver e de fazer educação. Nessa ‘nova educação’, que está inserida nos ambientes web, conseguimos reunir diversas possibilidades de comunicação, de colaboração, de compartilhamento de informações e de interatividade globalizada como nunca se vivenciou antes. Obviamente ainda há muita relutância, muita resistência à mudança e muitas dificuldades para a entrada definitiva e plena nessa forma de ensino e aprendizagem, ora pela falta de preparo e/ou de recursos e medo dos docentes, ora pela dificuldade, pela falta de recursos ou ainda por uma necessidade que o aluno tem de contar com a presença e explicações do seu professor, daquele personagem que ele encontra na escola quando está em sala de aula presencial, e o fato de não estar nesse local o deixa inseguro. Cada vez mais é necessário que o estudante da modalidade EaD se aproprie de seu processo de aprendizagem, que aprenda a organizar seu tempo, a planejar seu estudo e a controlar as suas necessidades, mas ainda fica evidente que ele não está preparado 100% para isso. Ele ainda não compreendeu, verdadeiramente, o grau de responsabilidade que tem no estudo a distância. Mesmo quando o aluno está inserido nessa modalidade, percebe-se que se sente perdido quando não tem o suporte constante do professor. A maior parte dos estudantes EaD ainda não compreende que a modalidade a distância não é uma forma diferente de ensino presencial (como foi o ensino remoto emergencial inserido no período de pandemia), mas sim uma modalidade completamente diferente, na qual ele é o protagonista absoluto do seu aprendizado. A educação a distância e seu público • 4/11 Então, faço um convite, para que venha comigo nesta caminhada, para compreendermos, de fato, em que consiste a educação a distância, e como se dá o seu planejamento, estrutura e organização, e qual o papel dos estudantes, dos professores e da gestão institucional nessa modalidade. (Guarezi & Matos, 2012) Conceito de ensino a distância Para entendermos melhor em que consiste o ensino a distância, precisamos estudar o que os pesquisadores vêm dizendo ao longo do tempo. Também precisamos conhecer quais são as caraterísticas inerentes e as perspectivas futuras. Comecemos, então, fazendo um passeio pelas diversas conceituações que foram sendo abordadas com o passar dos anos. Vejamos se houve alguma mudança sobre o que se pensava no início e o que se pensa e se entende atualmente sobre a EaD e se esse conceito ainda está evoluindo. Evidentemente nem sempre todos os autores concordam com o conceito desenvolvido sobre a educação a distância. Alguns concordam, porém outros divergem em alguns aspectos, apresentando sua definição conforme suas linhas de pesquisa. Um primeiro paradigma traz a educação a distância com foco do Poder Público, caracterizando-a como um tipo de ensino no qual a mediação do processo de ensino e aprendizagem ocorre por meio de tecnologias de informação e comunicação (TIC), com alunos e professores desenvolvendo suas atividades em espaços e tempos diferentes. (Decreto nº 5.622, 2005 como citado em Sousa, 2015) Um outro paradigma define a educação a distância como uma modalidade baseada em procedimentos que permitem que o ensino e a aprendizagem ocorram mesmo sem o contato face a face entre professores e estudantes, possibilitando uma aprendizagem individualizada. (Belloni, 2008 como citado em Sousa, 2015) Há um terceiro paradigma, que está baseado no contexto direto do ensino, que conceitua a educação a distância como um processo que é dinâmico e interativo, que utiliza materiais impressos, preparados especialmente para o ensino individual e a distância e recursos das TICs que possibilitam o processo de ensino, pesquisa e aprendizado. (UNIUBE, como citado em Sousa, 2015) A educação a distância e seu público • 5/11 Maia e Mattar (2007) conceituam a educação a distância como um tipo de educação no qual existe uma separação entre professores e estudantes no tempo e no espaço, e que é planejada por instituições de ensino que usam diversas tecnologias de comunicação. Eles explicam que nesse método o ensino não deve ocorrer apenas em sala de aula. Deve-se empregar atividades síncronas, nas quais alunos e docentes se conectam e interagem em determinada data e horário (como no caso dos chats e videoconferências), e atividades assíncronas, nas quais os estudantes escolhem o momento e o tempo mais oportuno para estudar (como nos fóruns). Com relação ao uso das TICs, os autores comentam que o ensino a distância aposta em mídias que perpassam o mero uso das tecnologias tradicionais como a lousa e o giz, propiciando o uso de vários outros suportes como o telefone, o rádio, o vídeo, o áudio, a televisão, o e-mail, as redes sociais, as tecnologias interativas de telecomunicações, os grupos de discussão digital, dentre outros. (Maia & Mattar, 2007) Saiba Mais Se quiser conhecer um pouco mais sobre o conceito da educação a distância no Brasil e no mundo leia os seguintes textos e aprenda mais. 1. Alves, L.. (2011). Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponível em http://seer.abed.net.br/index.php/RBAAD/article/ view/235. Acessado em 10 de dezembro de 2022. 2. Valente, J. A.; Moran, J. Manuel; & Arantes, V. A.. (2011). Educação a distância: pontos e contrapontos. Disponível em https://www. google.com.br/books/edition/Educa%C3%A7%C3%A3o_a_dist% C3%A2ncia/5HymAgAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&dq=Educa%C 3%A7%C3%A3o+a+dist%C3%A2ncia+Por+Jos%C3%A9+Manue l+Moran,+Jos%C3%A9+Armando+Valente&printsec=frontcover Acessado em 10 de dezembro de 2022. A educação a distância e seu público • 6/11 Para Chaves (1999, como citado em Guarezi & Matos, 2012) o ensino a distância é aquele que ocorre quando ensinante e aprendente não estão juntos no mesmo tempo e espaço, e essa separação é superada por meio do uso de TICs e da transmissão de dados, de voz e de imagens. Por sua vez Aretio (1994, como citado em Guarezi & Matos, 2012) afirma que é um sistema de comunicação bidirecional, que vem substituindo a interação pessoal que ocorre em sala de aula (física), entre docente e discente, e que se dá como meio preferencial de ensino, pela ação conjunta de diversos recursos didáticos digitais e com o apoio de um tutor, visando desenvolver a aprendizagem autônoma dos estudantes. Em resumo, percebe-se que todos os conceitos apresentados mantêm em comum a separação física entre o docente e o estudante e a existência de tecnologias de informação e comunicação que propiciam que a aprendizagem aconteça. Com o passar do tempo, o conceito evoluiu porque os processos de comunicação evoluíram, assim como inseriu-se a importância da interação entre professores e alunos, alunos e alunos, além dainteração aluno-material. A educação a distância e seu público • 7/11 Nomenclatura da EaD no mundo Há que se pensar também que os diversos países foram denominando a educação a distância de diferentes formas. No Reino Unido, é chamada de educação por correspondência; nos Estados Unidos, estudo em casa ou estudo independente; na Austrália, estudos externos; na França, é conhecida como telensino ou ensino a distância, como no Brasil; na Alemanha, estudo ou ensino a distância também, na Espanha, educação a distância, em Portugal, teleducação, dentre outras nomenclaturas. (Maia & Mattar, 2007) Autonomia x interação Precisamos lembrar sempre que na educação a distância o aluno precisa ser independente, afinal, não é uma outra forma de ensinar presencialmente, mas uma modalidade bastante diferente da tradicional. O aluno não fica limitado a um tempo e a um espaço, aprendendo sozinho, de maneira privada na maior parte do tempo. É uma escolha feita pelo estudante e não uma obrigação, como ocorreu no período da pandemia da Covid-19 durante o qual alunos e professores tiveram que adequar o ensino presencial para o ensino remoto, com o principal objetivo de não parar a educação durante a crise sanitária mundial. No ensino a distância, existe uma interação entre o estudante e o material didático e entre o estudante e o autor daquele material, como uma conversa didática guiada (guided didactic conversation), conforme afirma o alemão Börje Homberg, aliás, os materiais produzidos para esse tipo de ensino procuram espelhar, de fato, essa conversa entre o autor e o leitor. Hoje em dia, é possível ensinar face a face mesmo a distância, porque é viável criar momentos síncronos de interação direta, porém eles não são a maioria, porque senão iriam contra a própria ideia de ensino a distância, que não limita ou determina o horário de estudo do aluno. Ele é livre para controlar o seu tempo e escolher os seus períodos de estudo. Portanto, a interação entre alunos e professores não é considerada como uma condição necessária para que o ensino a distância ocorra, visto limitar a autonomia e independência do aluno. (Maia & Mattar, 2007) A educação a distância e seu público • 8/11 E o público? Maia e Mattar (2007) comentam que o público que pode ter acesso ao ensino a distância é ilimitado, visto as limitações terem a ver apenas (e geralmente) com questões tecnológicas, como ter uma boa conexão de internet e uma boa ferramenta para poder acessar os conteúdos e interagir. Não é mais uma limitação geográfica ou financeira, visto o aluno poder estar em qualquer lugar do mundo e também pelo fato de, ao não precisar despender todos os custos inerentes a uma instituição com toda a estrutura física necessária para o ensino presencial, poder oferecer valores mais acessíveis. Vale ressaltar que também não exclui aquelas pessoas que apresentam algum tipo de limitação física, por deficiência. E ainda inclui pessoas que moram em lugares mais isolados, assim como pessoas que têm limitações de horários em função de suas atividades profissionais. Em Resumo Ao longo desta aula, conhecemos um pouco sobre o conceito da educação a distância. Aprendemos que boa parte dos autores concorda que é um estilo de aprendizagem no qual professores e alunos não estão ao mesmo tempo e no mesmo local ensinando e aprendendo, e que os alunos são os responsáveis diretos por seu processo de aprendizagem, desenvolvendo uma atitude ativa e autônoma, compreendendo que a aquisição de conhecimento depende dele, com o suporte de um tutor, e por meio do material didático oferecido pela instituição. Vimos ainda que os diversos países do mundo dão nomes diferentes para o ensino a distância e que essa metodologia de ensino extrapola fronteiras e insere um público ilimitado. A educação a distância e seu público • 9/11 Na ponta da língua A educação a distância e seu público • 10/11 Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Sousa, Jaqueline Andréa Furtado de. (2015). O planejamento de estudo na educação a distância como prática discente no combate ao insucesso das avaliações acadêmicas. Um estudo de caso. [livro eletrônico] São Paulo:Blucher A educação a distância e seu público • 11/11 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 Características e Perspectivas da EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 1 .2 Características e Perspectivas da EaD • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Características do ensino a distância. Características e Perspectivas da EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. Características e Perspectivas da EaD • 3/12 Introdução Está cada vez mais evidente o crescimento explosivo do ensino a distância no mundo. O número de alunos matriculados cresce exponencialmente, assim como o número de instituições de ensino que oferece essa modalidade de estudo, a variedade de cursos e disciplinas oferecidos, o número de professores que se oferecem e se capacitam para desenvolver conteúdos e ministrar aulas on-line, como também cresce o número de empresas preparadas para prestar serviços e oferecer insumos para esse mercado, isso sem contar nas tecnologias disponíveis para que o ensino a distância possa ocorrer efetivamente. Isso está muito claro. Ainda é possível dizer que nenhuma outra novidade moderna causou um impacto tão profundo na história da educação como o desenvolvimento da educação a distância, especialmente a educação on-line. Temos, portanto, um número cada vez mais crescente de pessoas envolvidas nesse processo, assumindo as mais diferentes funções, como professores, tutores, estudantes, conteudistas, designers instrucionais, web designers, pedagogos, gestores, curadores, dentre outras. Porém, apesar desse boom, os recursos humanos não estão se desenvolvendo e capacitando na mesma velocidade, ao contrário, os diferentes atores da educação a distância ainda não entendem completamente os seus papéis, direitos, deveres e responsabilidades. Professores, tutores e autores acabam não sendo preparados, de forma adequada, para assumir sua função pedagógica. Os aprendentes desconhecem seus novos papéis e responsabilidades, pois não estão acostumados a participar ativa e independentemente de seu processo de aprendizagem, sempre esperando o posicionamento do professor para dizer-lhe o quê e como deve fazer a sua parte. São personagens que não conseguem dar uma resposta efetiva quando lhes exigem disciplina e autogerenciamento de sua própria aprendizagem. Os produtores de conteúdo (conteudistas) continuam mais presos ao assunto que precisam desenvolver do que à aprendizagem e ao design instrucional. Características e Perspectivas da EaD • 4/12 Os pedagogos não estão conseguindo acompanhar a evolução e o surgimento de tantas tecnologias educacionais, e os tecnólogos ignoram e detestam pedagogia, andragogia (que é a educação dos adultos) e heutagogia (processo no qual o estudante é o único responsável pela aprendizagem), desconhecendo seus significados, inclusive. (Maia & Mattar, 2007) Torna-se importante, então, entendermos um pouco mais sobre as características e perspectivas da educação a distância. Vamos a elas. Características da EaD Vamos conversar sobre o ensino a distância, com relação à autonomia necessária aos estudantes, à comunicação e ao processo tecnológico. Vamos começar com os aspectos voltados para a autonomia.Autonomia Em se tratando de autonomia, está evidente que ela se destaca em diferentes momentos do estudo a distância. Ao definir qual o melhor horário para estudar, o estudante determina, conforme a sua necessidade, qual o período ideal para separar um tempo destinado para sua aprendizagem, assim como ao definir qual o melhor local, ele identifica um ambiente agradável ou viável para focar nos ensinamentos que serão passados, e ao estudar de acordo com o seu ritmo e seu estilo, ele determina a forma ideal para seu aprendizado. Isso tem a ver com a autonomia que o estudante desenvolve ao optar pela modalidade a distância. Um outro ponto que deve ser ressaltado diz respeito ao planejamento e gerenciamento de seu aprendizado, visto que é ele o responsável por organizar a forma como estruturará o seu estudo. Esse aprendizado depende muito mais do aluno do que da intervenção do tutor. A autonomia e independência do aprendente são importantes características do ensino a distância, visto que estão capacitados para decidirem o que querem aprender, em qual momento e ritmo. Características e Perspectivas da EaD • 5/12 1. Público-alvo com predomínio do adulto Sabe-se que na maior parte do público que escolhe (porque essa metodologia tem muito mais a ver com uma escolha do estudante do que com a obrigatoriedade de estudo) estudar a distância é de adultos, com idade, geralmente, entre 20 e 30 anos, não se limitando aos 30 anos de idade. Sendo assim, os princípios da andragogia são muito relevantes nas práticas pedagógicas da EaD. 2. Autoaprendizagem Uma das características marcantes da EaD é criar e oferecer materiais didáticos especialmente elaborados para essa modalidade de ensino. São materiais que facilitam a mediatização dos saberes, propiciando a autoaprendizagem. São materiais elaborados por pessoas especialistas, e são preparados por equipes multidisciplinares e transdisciplinares (como veremos mais adiante) que inserem as técnicas mais adequadas para a auto instrução. Nesse sentido, o centro do processo de ensino passa a ser o aluno. (Guarezi & Matos, 2012) Saiba Mais Para conhecer um pouco mais sobre as características da educação a distância leia os seguintes artigos sobre o assunto. 1. Almeida, M. E. B de; Iannone, L. R.; & Silva, M. da G. M. da. (2012). Educação a Distância: oferta, características e tendências dos cursos de Licenciatura em Pedagogia. Disponível em https://www.usfx. bo/nueva/vicerrectorado/citas/SOCIALES_8/Pedagogia/11.pdf. Acessado em 20 de dezembro de 2022. 2. Costa, V. M. F.; Schaurich, A.; Stefanan A.; Sales, E.; & Richter A. (2014). Educação a distância x educação presencial: como os alunos percebem as diferentes características. Disponível em http://esud2014.nute.ufsc.br/anais-esud2014/files/pdf/126878. pdf Acessado em 20 de dezembro de 2022. Características e Perspectivas da EaD • 6/12 Aspectos da comunicação 1. Processo de comunicação Sem sombra de dúvidas, o processo de comunicação é uma característica inerente à EaD, visto que a comunicação é sempre mediatizada e ocorre ora de forma síncrona, ora de forma assíncrona. Sabe-se que, nessa modalidade, professor e aluno não se encontram presencialmente, e portanto, é necessário o uso de meios que propiciem a comunicação entre eles de forma eficiente. Esses meios podem ser síncronos como os chats, as webconferências, as audioconferências e o telefone, e também assíncronos como por meios postais, correspondência eletrônica e os fóruns. Características e Perspectivas da EaD • 7/12 2. Dispersão geográfica Normalmente as turmas do ensino a distância são organizadas com alunos de diferentes lugares, visto que não se limitam a determinado espaço físico. Em um mesmo curso, é possível ter alunos de diversos municípios de um estado, de diversos estados de um país, e de diversos países do mundo, reunidos em um mesmo grupo, que irão interagir e multiplicar aspectos culturais diferenciados, aprendendo individual e coletivamente. 3. Flexibilização Também é necessário enfatizar que o ensino a distância apresente flexibilidade de acesso, de horário, de lugar, de ritmo, que possibilitam ao estudante começar seus estudos e parar, caso ocorra algo que lhe tire a concentração ou sua prioridade. Dessa forma, cabe a ele estipular tudo no seu processo de aprendizagem, conforme suas necessidades. 4. Larga escala Uma vez completamente preparado e adequadamente destinado, as instituições de ensino podem oferecer o curso para um grande número de alunos, o que faz com que seja economicamente conveniente e interessante, no entanto, precisa estar realmente bem estruturado para conseguir atender ao seu público de forma efetiva. (Guarezi & Matos, 2012) Aspectos do processo tecnológico 1. Mediatização O fato de estudantes e professores não estarem face a face, faz com que a mediatização de conhecimentos seja necessária, portanto diversas tecnologias são utilizadas, e elas podem reunir em apenas um meio de comunicação as vantagens das diferentes maneiras de comunicar, de forma mais interativa, com menos custos e com a possibilidade do auto-descobrimento. Características e Perspectivas da EaD • 8/12 2. Custos menores Quando o ensino a distância é oferecido em larga escala, apresenta menores custos para as instituições que o oferecem, mas também para os alunos. Isso sem contar que para o aluno inexiste o custo com deslocamento, o que causa uma diminuição a mais nesse gasto, além do tempo do deslocamento que também termina contando como custo, porque é um tempo que o estudante pode usar para fazer outras coisas. Vale relembrar, no entanto, que a instituição precisa elaborar material didático específico para esse fim, e essa criação é mais cara, porque precisa ser um material adequado, que exige uma equipe multi ou transdisciplinar, que envolve professor conteudista, designer pedagógico e a equipe de produção. (Guarezi & Matos, 2012) E o estudante precisa contar com dispositivos que funcionem de forma adequada e com uma boa internet, o que pode causar um aumento de gastos para a aquisição desses recursos. E o que essas características representam? Essas características mostram claramente que o ensino a distância precisa de um novo espaço de aprendizagem para os estudantes, visto que ele acontece em situações que não são convencionais porque ocorrem em tempo e espaço diferentes. Portanto, é preciso reforçar que usar metodologias do ensino presencial convencional e seus recursos sem fazer previamente uma readequação para o ensino a distância é ir contra as características dessa modalidade. Não podemos esquecer disso. (Guarezi & Matos, 2012) Características e Perspectivas da EaD • 9/12 Em Resumo Pudemos conhecer melhor sobre as características inerentes ao ensino a distância. Sob a ótica da autonomia, analisamos o público alvo e a autoaprendizagem. Sob o ponto de vista da comunicação, analisamos o processo de comunicação, a dispersão geográfica, a flexibilização e a larga escala, e sob a perspectiva da tecnologia, analisamos a mediatização e os menores custos, e finalmente enfatizamos que usar as metodologias do ensino presencial, bem como seus recursos sem fazer uma adaptação para a EaD é ir contra a estrutura e base do ensino a distância, de fato. Precisamos estar atentos a isso. Características e Perspectivas da EaD • 10/12 Na ponta da língua Características e Perspectivas da EaD • 11/12 Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Características e Perspectivas da EaD • 12/12 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 Contextualização e histórico do ensinoa distância D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 1 .3 Contextualização e histórico do ensino a distância • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Contextualizar a passagem do ensino da sala de aula para o ciberespaço. • Conhecer o histórico da EaD no mundo. Contextualização e histórico do ensino a distância Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. Contextualização e histórico do ensino a distância • 3/11 Introdução Podemos dizer que a escola presencial é polifônica, visto que os sons se propagam por todos os ambientes. Alunos, professores e gestores se espalham pelas salas de aulas e pelos corredores e os sons ecoam. Os corpos se movimentam em constante dispersão. Misturam-se os barulhos dos pés circulando e dos gritos nos momentos de recreio e de competições nas quadras poliesportivas. Há momentos inesquecíveis de recuperação, festas, formaturas e férias. Pode-se dizer que o espaço da escola é mágico, no qual se realiza o milagre e aprender a cada instante, de transformar o pensamento racional em sentimentos e de sentir saudades. O espaço condiciona a proposta de ensino e de pesquisa que será desenvolvida. A existência de lugares por onde as pessoas circulam, as cores das paredes, a distribuição dos ambientes dentro do espaço físico, projetam-se no estímulo de lá estar e na qualidade do ensino. A disposição e o uso dos móveis e equipamentos determinam a ação pedagógica a ser realizada. A biblioteca, as salas de aula, os auditórios, as quadras esportivas, os pátios, os jardins comunicam visualmente a filosofia da escola. Claro que conseguiu perceber que este foi um relato do ambiente escolar presencial e tudo que ele representa para uma sociedade mais tradicional, acostumada ao calor de estar com outras pessoas nesse importante local de estudo. Por outro lado, a escola virtual é aquela que está na tela do computador ou outra ferramenta digital de comunicação. É fluida e mutante, representando um novo tempo, uma nova realidade, novas necessidades em uma sociedade mais global e conectada. As escolas nas redes apagam as distâncias e reúnem pessoas em lugares não-assinaláveis. É o local onde se compartilham mensagens, fomentando a disseminação de saberes. É um ambiente que se estrutura baseado no estímulo à realização de tarefas colaborativas para que o aluno não se sinta só, apenas dialogando com máquinas ou com um tutor- mediador, também virtual. Contextualização e histórico do ensino a distância • 4/11 Ao contrário, é um espaço no qual se constroem novas formas de comunicação, estruturando um ambiente on-line, onde alunos e professores dialogam permanentemente, a qualquer tempo ( já seja em momentos síncronos ou assíncronos), mediados pelo conhecimento. As escolas virtuais propiciam o encontro no ciberespaço, sem lugar ou tempo definidos, reunindo pessoas de diferentes lugares e perfis que se inserem em uma inteligência coletiva, representando uma nova forma de cultura e de linguagem, de trocas de informações e de interações, características do momento atual da sociedade. (Kenski, 2015) Da sala de aula ao ciberespaço Essa breve introdução procurou trazer para esta aula um pouco sobre a passagem de uma sala de aula presencial para uma virtual, e vale ressaltar que essa transição não é nada fácil. Mudar de uma sala de aula na qual alunos e professores encontram-se face a face para os ambientes virtuais requer aprender uma nova linguagem comunicacional, visto que muitas vezes o aluno encontra-se sozinho. Em geral, não é possível ver as expressões faciais e ouvir a fala dos demais, portanto, um dos grandes desafios das escolas virtuais é criar ambientes de ensino interessantes e estimulantes, partindo de programas e processos, quase que exclusivamente textuais. Portanto, é importante tentar criar a sensação de ‘presença sincrônica’, em um espaço em que geralmente os alunos não estão reunidos no mesmo momento. Torna-se, então, relevante que os estudantes possam se apresentar, mostrar suas personalidades, seus interesses, estabelecendo relações mesmo não estando fisicamente próximos. Para tanto podem-se criar páginas pessoais, com convites para que os colegas e professores as visitem, ação que com certeza facilitará a ‘aproximação’ virtual da turma. O espaço virtual não apaga o presencial, mas o amplia, visto que as diversas instituições e os diferentes cursos podem alcançar todos os níveis de ensino e todas as idades, sendo oferecido para estudantes de qualquer lugar do mundo (por meio das redes), criando novas dimensões, novas possibilidades de comunicação e novas oportunidades de formar cidadãos que habitam múltiplos espaços escolares e que apresentam múltiplas linguagens. (Kenski, 2015) Contextualização e histórico do ensino a distância • 5/11 Saiba Mais Para conhecer mais sobre as primeiras gerações do ensino a distância leia os seguintes textos. 1. 1- Gomes, M. J.. (2003). Gerações de inovação tecnológica no ensino a distância. Revista Portuguesa de Educação, 16(1), pp. 137-156. Disponível em https://repositorium.sdum.uminho.pt/ bitstream/1822/496/1/MariaJoaoGomes.pdf Acessado em 10 de dezembro de 2022. 2. 2- Faria, A. A.; & Salvadori, A. (2010). A educação a distância e seu movimento histórico no Brasil. Revista das Faculdades Santa Cruz, v. 8, n. 1, janeiro/junho. Disponível em https://unisantacruz.edu. br/v4/download/revista-academica/14/08-educacao-a-distancia- e-seu-movimento-historico-no-brasil.pdf Acessado em 10 de dezembro de 2022. Contextualização e histórico do ensino a distância • 6/11 Histórico da EaD no mundo Apesar de vários autores defenderem que a educação a distância é uma ideia moderna, o fato é que ela já possui uma longa trajetória, remontando à época em que teve origem a escrita. Nas sociedades orais, antes da escrita, a comunicação, sem dúvida era presencial, visto que emissor e receptor precisavam estar no mesmo local, no mesmo momento. Com o advento da escrita, a comunicação passa a acontecer mesmo sem que as pessoas estejam presentes no mesmo momento e espaço. Maia e Mattar (2007) relembram que as primeiras manifestações escritas foram os desenhos, geralmente realizados nas pedras, que tentavam imitar objetos. Os homens das cavernas, ao desenhar nas paredes de pedras, de alguma forma já estavam realizando uma espécie de comunicação a distância, de modo muito incipiente. Alguns autores consideram como exemplos antigos de educação a distância as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo, e outros defendem que a EaD foi possível apenas no século XV, quando da invenção da imprensa. Mas, por que se defendem esses momentos como originários da educação a distância? Porque a escrita permitia que pessoas separadas no tempo e espaço pudessem se comunicar e documentar informações. Com o advento da imprensa, esse processo viu-se ampliado, porque permitiu que ideias fossem compartilhadas e transmitidas para mais pessoas, propiciando os debates, bem como a produção e a reprodução do conhecimento e das informações. (Maia & Mattar, 2007) Sousa (2015) comenta que, desde a Grécia Antiga, as pessoas transmitiam conhecimentos entre os membros de suas comunidades e para regiões mais distantes mediante o envio de cartas e documentos escritos que continham relatos de situações da vida. Mais adiante, no final da primeira grande guerra mundial houve muita busca por escolarização na Europa Ocidental. Com a falência dos Estados Unidos, a modalidade do ensino a distância ganhou ainda mais impulso. Contextualização e histórico do ensino a distância • 7/11 Ainda sobre o período da EaD por correspondência, Guarezi e Matos (2012) afirmam que no período de 1728, quando surgiu a primeira experiência em EaD, até meados de 1970, dá-sea primeira geração do ensino a distância. Foi um período caracterizado pelo estudo por correspondência, com o envio pelo correio de material impresso com exercícios, o que possibilitava pouca interação entre o aluno e a instituição de ensino, limitada aos momentos de avaliação previamente estipulados. Em 1920, predominava o fordismo como modelo forte do capitalismo, que propunha a produção em massa para os mercados de massa. Contextualizando a educação, o foco era atender às necessidades desse modelo. (Guarezi & Matos, 2012) Durante as duas primeiras décadas do século XX, aconteceram vários eventos no mundo: a capacitação de professores na Austrália, a abertura de várias universidades nos Estados Unidos que mantinham cursos por correspondência, a 1ª Conferência Internacional sobre Correspondência no Canadá, e a criação do Centro Nacional de EaD, na França, visando atender refugiados de guerra. Em 1946, a ‘Sudáfrica’ começou suas atividades por correspondência, transformando- se, em 1951, na única Universidade da África a atender exclusivamente a distância, o que ocorre até os dias atuais. Até 1950, todas as iniciativas tinham a ver com o ensino a distância por correspondência. (Guarezi & Matos, 2021) A EaD a partir de 1960 A partir de 1960, percebe-se um período de transição tanto do modelo econômico (queda do fordismo que não mais conseguia atender às necessidades do processo operacional, surgindo modelos de produção industrial), quanto com relação às concepções da educação, principalmente por causa da evolução da tecnologia. Surge, então, uma nova geração da EaD, que vai até 1990, que integra os meios de comunicação audiovisuais ao ensino. No período pós guerras, com o surgimento de meios de comunicação inovadores, o rádio passou a ser muito usado, principalmente no ambiente rural, para possibilitar o ensino para esses locais. (Sousa, 2015) Contextualização e histórico do ensino a distância • 8/11 Foi um período de desenvolvimento não só do rádio, mas também da televisão, das fitas de áudio e de vídeo e do telefone. Surgem algumas experiências inovadoras como a Beijing Television College, na China, o Bacharelado Radiofônico, na Espanha, e a Open University, na Inglaterra. Passam a coexistir, na educação, duas tendências: por um lado um estilo ainda fordista de ensino de massa, e por outro uma proposta mais flexível, mais focada nas necessidades sociais. (Belloni, 1999 como citado em Guarezi & Matos, 2012) Na década de 1970, surgem diversas universidades em vários países como Espanha, Inglaterra, Israel, Alemanha e Portugal. Reforça-se que a tendência dessa segunda geração do ensino a distância procurava oferecer um ensino mais personalizado, com diversidade de temática. Em Resumo Caro aluno, nesta aula foi possível relembrarmos sobre a passagem de uma sala de aula presencial para uma virtual. Vimos que o espaço virtual não apaga o presencial, mas o amplia, visto que as diversas instituições e os diferentes cursos podem alcançar todos os níveis de ensino e todas as idades, sendo oferecido para estudantes de qualquer lugar do mundo. Com relação ao histórico, vimos que apesar de muitos autores defenderem que a educação a distância é uma ideia moderna, o fato é que ela já possui uma longa trajetória, remontando à época em que teve origem a escrita. Aprendemos que houve um período de educação a distância por correspondência, e um segundo período por rádio, televisão e outras mídias, que aos poucos foi se transformando e chegando à educação on-line como conhecemos nos dias atuais. Aplicação prática Procure se imaginar vivendo nessa época, em que as tecnologias eram de rádio, televisão, etc. Escreva três vantagens e três desvantagens que você enxerga nessa nova geração de ensino EaD, como se vivesse nesse período. Reflita sobre os motivos dessa escolha. Contextualização e histórico do ensino a distância • 9/11 Na ponta da língua Contextualização e histórico do ensino a distância • 10/11 Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Kenski, Vani Moreira. (2015). Tecnologias e ensino presencial e a distância. [livro eletrônico]. Campinas, SP: Papirus. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Sousa, Jaqueline Andréa Furtado de. (2015). O planejamento de estudo na educação a distância como prática discente no combate ao insucesso das avaliações acadêmicas. Um estudo de caso. [livro eletrônico] São Paulo:Blucher Contextualização e histórico do ensino a distância • 11/11 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 Evolução da EaD no século XXI D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 1 .4 Evolução da EaD no século XXI • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Compreender como se deu a evolução da educação a distância no século XXI. • Decifrar a nova lógica do ensino. Evolução da EaD no século XXI Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. Evolução da EaD no século XXI • 3/11 Introdução A partir de 1990, pode-se dizer que surge a 3ª geração do ensino a distância, o período que mais nos interessa, que é o da EaD on-line. É uma geração que inseriu o uso do videotexto, do computador, da tecnologia da multimídia, do hipertexto e das comunicações em redes, integrando esses diversos meios. Nos dias atuais, todos os cursos que oferecem educação a distância ainda oferecem esses meios, porém com predomínio do uso da internet. Por volta de 1995, no momento da explosão do uso da internet, surge um novo contexto para a educação, o espaço virtual, digital e inserido na rede. Nesse período, surgem diversas instituições que oferecem essa modalidade de estudo, dando início a um espaço de ensino aberto, centrado no aluno, focado no resultado, um ambiente interativo, colaborativo, participativo, de mediação, com currículo mais flexível, novas estratégias de aprendizagem e livre, visto que estudantes podem ‘estar presentes’ de qualquer lugar. (Maia & Mattar, 2007) A evolução da Ead Esse novo modelo pós-fordista focava na alta inovação do produto, na variação do processo de produção e na responsabilização pelo trabalho, formando um novo perfil profissional, que precisava estar muito mais qualificado. Foi o momento de ruptura com as estruturas industriais com rígidas hierarquias e super burocratizadas. Passam a coexistir três modelos de produção capitalista: o fordismo, o neofordismo e o pós-fordismo. Na educação, não foi diferente, critica-se o ‘industrialismo instrucional’ e passa-se a defender o diálogo entre professores e estudantes, explorando novas maneiras de educação, mais abertas, flexíveis, que representam o acesso livre aos sistemas de ensino, tanto no tempo, quanto no espaço e no ritmo de estudo. Existe um cuidado em atender às diversidades dos currículos e dos estudantes, que procuram responder às necessidades nacionais, regionais e locais, mas sem esquecer as questões econômicas. Evolução da EaD no século XXI • 4/11 Aretio (1994 como citado em Guarezi & Matos, 2012) explicita as experiências da França e da Austrália, que, apesar de não terem Universidades Abertas possuíam, na época, mais de 30 centros de educação superior usando programas de EaD. Cita a Índia com cerca de 20 universidades convencionais oferecendo cursos a distância e a América Latina com o desenvolvimento de centros e programas de ensino a distância como a Argentina, o Brasil, a Bolívia, a Colômbia, o Equador e o México, dentre outros. E a que deveu-se esse crescimento repentinoe substancial? Obviamente à evolução das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e da importância que ganhou o conhecimento na sociedade moderna, muito mais conectada e atenta às novidades e inovações, e que espera a formação permanente e contínua. Saiba Mais Para compreender melhor como ocorreu a evolução do ensino a distância no século XXI leia o seguinte texto e na sequência veja o vídeo proposto. Bons estudos! 1. Santana, R. C. de. (2020). A Tecnologia educacional e a educação à distância no século XXI. Revista Scientia nº14, v. 5. n. 3. Disponível em https://www.revistas.uneb.br/index.php/scientia/article/ view/8157 Acessado em 17 de dezembro de 2022 2. Lacerda, D. (2016). Documentário EAD: do surgimento até o século XXI. 20m47s. Disponível em https://youtu.be/FS1mAf8un-c Acessado em 17 de dezembro de 2022 Nos dias atuais, são inúmeros os países que atendem seus alunos com educação a distância, independente do seu desenvolvimento econômico, ainda que nem todos consigam usar sistemas muito formais. Alguns cursos são oferecidos por instituições que oferecem cursos presenciais também, mas algumas foram abertas para oferecer apenas cursos on-line, e outras não têm sequer campus, sendo estruturadas completamente on-line, são as chamadas clicks universities em oposição às brick universities. Evolução da EaD no século XXI • 5/11 Na Europa, as universidades abertas só oferecem cursos EaD. Nos Estados Unidos, a EaD foi se desenvolvendo, principalmente tendo como base as International Correspondence Schools (ICS) com foco no estudo em casa. Um outro ponto que merece destaque com relação ao ensino, são as empresas, nas chamadas ‘EaD corporativas’, que deram origem, na década de 1990, às universidades corporativas. Cada vez mais as empresas vêm investindo em cursos, treinamentos e capacitações para seus colaboradores de maneira remota, principalmente em função do período da pandemia da Covid-19 que estimulou, sobremaneira, esse tipo de estudo. (Maia & Mattar, 2007) Resta-nos refletir agora sobre qual é a nova lógica do ensino nessa nova sociedade da informação. Venha comigo! Evolução da EaD no século XXI • 6/11 A nova lógica do ensino Com o amplo desenvolvimento e multiplicação das TICs, ocorreram muitas mudanças nas ciências, novas oportunidades de acesso à informação e inúmeras reorganizações e reestruturações em todas as áreas do conhecimento. Estamos vivendo em um momento de ampla transformação social que repercute mudanças muito significativas na forma como pensamos e como fazemos educação. Hoje se compartilham múltiplas informações, em qualquer momento e local, em função da explosão de recursos tecnológicos que temos em mãos. Atualmente, há inúmeras possibilidades de comunicação e de interação que garantem que as diversas instituições de ensino (escolas, faculdades, universidades, instituições culturais e educacionais) e empresas e organizações no mundo todo possam produzir e usar conhecimentos, serviços e produtos de forma cooperativa. O estilo de ensino existente até então contemplava o ensino rotineiro, repetitivo, passivo, que não tinha a ver com as necessidades reais da vida profissional e pessoal. Nesse contexto, muitas vezes o estudante recém formado, precisava fazer cursos de ‘atualização’ para conseguir se inserir no mercado de trabalho, visto que o currículo não integrava esse tipo de conhecimento real, necessário. Hoje, é preciso desenvolver e ampliar uma nova forma de pensar sobre a educação, inserindo novas metodologias, inclusive digitais no caso da EaD, e tecnologias que exigem uma reorganização curricular focada nessa nova forma de ensinar e aprender, e ainda requerem novas formas de gestão e de uso de metodologias na prática educativa. São mudanças radicais. Não se trata de apenas adaptar metodologias e formas de gestão antigas para um novo formato, é preciso repensar, reestruturar, instaurar um novo estilo de pedagogia que possibilite e estimule aprendizagens personalizadas e cooperativas, em rede, e para tanto os docentes precisam estar minimamente familiarizados. As novas atividades agora feitas em rede, como as teleconferências, videoconferências, os chats, as atividades virtuais em grupos, os fóruns, exigem que professores, tutores e estudantes tenham conhecimentos tecnológicos mínimos, assim como algumas habilidades específicas como o foco, a motivação para estudar sozinhos, disciplina, responsabilidade e poder de controle do tempo, dentre outras. Evolução da EaD no século XXI • 7/11 O ponto fundamental dessa nova lógica de ensinar e aprender por meio das redes é redefinir o papel de professores e aprendentes, como veremos mais adiante nas aulas. Por ora precisamos saber que os docentes precisam conhecer o mundo dos estudantes, entendendo esse novo momento como de ‘trabalho em equipe’ com novos desafios e responsabilidades para ambas as partes, com respeito mútuo e colaboração. Passam a existir novos tipos de grupos: grupos de estudos, equipes de trabalho e ainda comunidades de aprendizado, que permitem a inclusão de todos aqueles que queiram estudar, em qualquer lugar do mundo, e a qualquer tempo, inclusive portadores de deficiências, hospitalizados, impossibilitados de locomoção, pessoas idosas, dentre outros. Vale lembrar que as atividades realizadas em comunidades em rede ainda permitem articulações entre diferentes instituições e a interação entre estudantes e profissionais das diversas áreas, ampliando conhecimentos e compartilhando informações. É importante destacar também que, no que refere às mudanças mais importantes na nova lógica educacional voltada para o ensino de qualidade, com acesso à infraestrutura, à informação e à interação, elas não estão nos avanços tecnológicos, mas em uma profunda, significativa e total ‘mudança institucional’ nos sistemas educacionais. É preciso implantar uma nova forma de gestão, modificando os sistemas de controle, de avaliação, de administração e de estrutura hierárquica para que as instituições se transformem em pólos de ação e de produção de cultura e de saber para todos. São necessários novos espaços e tempos educacionais, novos currículos, a interdisciplinaridade de conteúdos, o desenvolvimento de pesquisas, de intercâmbios de convênios entre diversas instituições, vínculo com os sistemas produtivos e com os entes governamentais, com as demais esferas sociais, e claro, com a comunidade como um todo. É o momento do preparo de um novo ser, preocupado com as desigualdades sociais existentes, focado em reduzi-las, em oferecer a todos o acesso a um ensino de qualidade, formando um novo cidadão necessário para um novo mundo. (Kenski, 2015) Evolução da EaD no século XXI • 8/11 Em Resumo Vimos nesta aula que a partir de 1990 surge a 3ª geração do ensino a distância, da EaD online, que inseriu o uso do videotexto, do computador, da tecnologia da multimídia, do hipertexto e das comunicações em redes, integrando esses diversos meios. Aprendemos que hoje em dia se compartilham múltiplas informações, em qualquer momento e local, em função da explosão de recursos tecnológicos que temos em mãos. Atualmente, há inúmeras possibilidades de comunicação e de interação que garantem que as diversas instituições de ensino (escolas, faculdades, universidades, instituições culturais e educacionais) e empresas e organizações no mundo todo possam produzir e usar conhecimentos, serviços e produtos de forma cooperativa. Espero que tenha gostado deste passeio na evolução da educação a distância. Evolução da EaD no século XXI • 9/11 Na ponta da língua Evolução da EaD no século XXI • 10/11 Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Kenski, Vani Moreira. (2015). Tecnologias e ensino presencial e a distância. [livro eletrônico]. Campinas, SP: Papirus. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007).ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Evolução da EaD no século XXI • 11/11 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 A Evolução das Tecnologias na Educação D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 1 .5 A Evolução das Tecnologias na Educação • 2/10 Objetivos de Aprendizagem • Demonstrar as mudanças do processo de ensino-aprendizagem em função das tecnologias. • Realizar uma breve retrospectiva das tecnologias na educação. A Evolução das Tecnologias na Educação Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A Evolução das Tecnologias na Educação • 3/10 Introdução Nos dias atuais, com o acesso generalizado e global que temos às tecnologias de comunicação e informação (TIC), pudemos desenvolver uma nova forma de viver, de agir, de trabalhar e de conviver socialmente. Basta parar para observar a forma como as pessoas se comunicam rapidamente e com frequência (na verdade em instantes), por meio dos seus telefones celulares, ou por e-mail com outras pessoas, ainda que estejam bem distantes uma das outra. Além disso, as pessoas podem conversar com amigos e parentes, receber notícias super atualizadas e buscar informações, a todo instante. Podemos dizer que todas essas ações modificaram sobremaneira a forma como vivemos, como pensamos, como agimos, e no caso da educação, a maneira como ensinamos e aprendemos. (Kenski, 2015) As mudanças no ensinar e no aprender em função das tecnologias Antigamente era tarefa exclusiva da escola a transmissão de conhecimentos, que eram apresentados aos estudantes de maneira gradativa, à medida que se avançava no grau de escolaridade, e ao finalizar cada um desses graus, o aprendente se considerava formado e pronto para adentrar no ambiente profissional, conforme o seu conhecimento adquirido. O tempo da escola era considerado como aquele durante o qual o estudante se deslocava até a instituição, realizava sua função de aprender e novamente voltava para sua casa, para no dia seguinte fazer novamente esse movimento de ir e voltar para estudar. Era o período dedicado à sua formação escolar. Hoje em dia, as novas necessidades da sociedade exigem um novo ritmo e dimensão ao processo de aprender. É necessário estar aprendendo sempre, adaptando-se ao novo, às novas exigências. Independente do grau de formação atingida, não é mais possível pensar nos dias atuais em que a pessoa está formada. Isso porque nossos conhecimentos passam a ser necessários e a pessoa se vê novamente na necessidade de adquirir conhecimento. A Evolução das Tecnologias na Educação • 4/10 Isso sem contar que a aquisição de conhecimentos não precisa mais do deslocamento físico até o local de estudo para acontecer. Há várias escolas virtuais que oferecem aulas apenas on-line, além das inúmeras interações que podemos fazer com os diferentes tipos de tecnologias às quais temos acesso, muitas vezes, nas palmas das mãos. Atualmente, é a informação que se desloca, e não mais as pessoas que precisam se mover, fisicamente, até um local no qual poderão adquirir conhecimento. O destaque é a velocidade com a qual chegamos a esse conhecimento. Há velocidade para aprender e velocidade para esquecer, há velocidade para acessar as informações e para interagir com ela, ou seja, o tempo-espaço da informação mudou, e também precisamos nos acostumar com isso. Quem se lembra de receber uma informação por carta (que demorava meses para chegar), e responder pelo mesmo meio? E o que acontecia quando a pessoa recebia essa resposta? Isso mesmo, muitas vezes o conteúdo já estava velho em função do tempo decorrido. Imaginemos um convite que precisasse ser enviado para um batizado. Com quanto tempo de antecedência precisaria ser enviado para chegar ao seu destino tempestivamente? E esse é apenas um dos muitos exemplos de situações tempo- espaço que se modificaram com o passar do tempo no que se refere ao envio e recebimento de informações. Essa é a beleza da tecnologia. (Kenski, 2015) A Evolução das Tecnologias na Educação • 5/10 Uma breve retrospectiva das tecnologias na educação Vejamos agora um pouco sobre como as tecnologias foram adentrando o mundo da educação, e mudando a forma de aprender e ensinar. Em 1986, surge o videotexto, um dos precursores das TICs, que se propunha a reduzir as distâncias, mesmo em um contexto no qual nem se pensava em educação a distância, (ilógico não?, mas verdadeiro) e abriu caminho para várias outras mídias interativas. Um exemplo são as Bulletin Board Systems (BBS), parecidas com os e-mails atuais, com tela verde e uso restrito aos ambientes de pesquisa acadêmica e ao mundo dos programadores e desenvolvedores. Lembrava muito as listas de discussões modernas, mas era mais limitada, visto que todos se conheciam. Em 1990, surgem, na internet, os ambientes de navegação Mosaic, Netscape e Explorer, que demoravam horas para serem instalados e que depois demoravam bastante para carregar uma página, em função da velocidade da internet disponibilizada. Com certeza, vários estudantes não vivenciaram esse período e nem imaginam como era a comunicação digital dessa forma. A Evolução das Tecnologias na Educação • 6/10 Aos poucos, foram surgindo os primeiros Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) que buscavam reproduzir um campus tradicional, com salas de aula, tesouraria, secretaria, biblioteca e inclusive área de bate-papo. Surgiram, e ainda estão surgindo, vários cursos superiores a distância que usavam as diversas ferramentas da Web, do Teleduc ao Moodle, passando pelo WebCT, Blackboard, FirstClass e outras, que possibilitam oferecer cursos aos estudantes. A interatividade acontecia via e-mail, listas de discussão, fóruns, pelo Orkut e mais atualmente por meio dos blogs. Quem chegou a usar o Orkut? Foi uma ferramenta inovadora que revolucionou a forma de conversar pela internet. (Maia & Mattar, 2007) Mas, o que mudou verdadeiramente? Será que os alunos aprendem mais no ensino a distância? Será que tem mais qualidade? Saiba Mais Agora, para complementar o seu conhecimento, leia os seguintes textos que versam sobre a evolução das mídias na educação. 1. Teixeira, O. A. F. & Weschenfelder, G. V. (2013). Evolução do EaD e as novas mídias. Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras. Disponível em https://www.academia.edu/24945960/A_ evolu%C3%A7%C3%A3o_do_EAD_e_as_novas_m%C3%ADdias Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Tessari, R. M; Fernandes, C. T.; & Campos, M. das G. (2021). Prática Pedagógica e Mídias Digitais: um Diálogo Necessário na Educação Contemporânea. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas. Disponível em https://revista.pgsskroton.com/index.php/ensino/ article/view/8128 Acessado em 17 de dezembro de 2022. A Evolução das Tecnologias na Educação • 7/10 Mas… o que mudou verdadeiramente? Pode-se dizer que o foco da educação pouco mudou em termos de formato e tipo de oferta de cursos, visto que antigamente os materiais eram oferecidos impressos e entregues pelo correio e passaram a ser oferecidos digitalmente em formato ‘PDF’. Antes, o conteúdo era disponibilizado pelo rádio e passou a ser multimídia, disponível em endereços eletrônicos. Então, podemos entender que a grande inovação ainda está por vir. Mesmo com tanta tecnologia e interatividade, o estudante, que deveria ser o grande destaque do ensino a distância, continua sendo um espectador passivo, sem entender, ao certo, como deve se conduzir quando escolhe estudar em um curso a distância. Esse aluno continua aguardando que a informação seja passada pelo professor que agora recebe o nome de tutor-mediador, equando não recebe a informação, porque a verdade é que cabe a ele mesmo ditar o seu ritmo de estudos e conduzir o seu processo de aprendizagem, reclama com a instituição, exigindo que ela assuma um papel que pertence ao do ensino presencial. O estudante precisa perceber que o ensino a distância não é o espelho do ensino presencial, mas sim, uma nova forma de adquirir conhecimento, na qual ele é o protagonista único, interagindo com os demais atores, como gestores da instituição, professores, tutores, secretaria, financeiro e colegas, dentre outros. Um outro ponto que deve ser observado é que também em matéria de grade curricular e projeto pedagógico, as instituições pouco inovaram. As aulas expositivas foram transformadas em exposições de arquivos em ‘pdf’, slides no power point, uso do Breeze e os debates ganharam o nome de fóruns e comunidades de aprendizagem. Inclusive os tempos das horas-aulas foram inseridos no ensino a distância da mesma forma que funcionam no ensino presencial, os cursos oferecidos continuam sendo os mesmos e o formato das aulas, de maneira geral, também. (Maia & Mattar, 2007) Devemos entender, no entanto, que o ensino a distância ainda está engatinhando e que muito ainda pode e deve ser feito. Aos poucos gestão, professores e alunos estão identificando seus verdadeiros papéis e se esforçando para assumi-los. A Evolução das Tecnologias na Educação • 8/10 O ensino a distância veio para ficar e é uma forma de ensino e aprendizagem com um futuro amplo e inenarrável que ainda tem muito a crescer. Cabe a nós, como parte desse contexto, fazermos a nossa parte e nos inserirmos, de fato, nele. Em Resumo Vimos em nossa aula que, nos dias atuais, com o acesso generalizado e global que temos às tecnologias de comunicação e informação (TIC), pudemos desenvolver uma nova forma de viver, de agir, de trabalhar e de conviver socialmente. Antigamente, era tarefa exclusiva da escola a transmissão de conhecimentos, que eram apresentados aos estudantes de maneira gradativa, à medida que se avançava no grau de escolaridade, e ao finalizar cada um desses graus, o aprendente se considerava formado e pronto para adentrar no ambiente profissional. Atualmente, cabe ao estudante gerir o seu processo de aprendizagem, utilizando as mais diversas ferramentas tecnológicas, oferecidas pelas instituições de ensino, e vale ressaltar que o ensino a distância ainda está engatinhando e que muito ainda pode e deve ser feito. Aos poucos, gestão, professores e alunos estão identificando seus verdadeiros papéis e se esforçando para assumi-los. A Evolução das Tecnologias na Educação • 9/10 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Kenski, Vani Moreira. (2015). Tecnologias e ensino presencial e a distância. [livro eletrônico]. Campinas, SP: Papirus. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. A Evolução das Tecnologias na Educação • 10/10 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 2 .1 As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 2/10 Objetivos de Aprendizagem • Conhecer o conceito de conhecimento • Explicar as Teorias Educacionais, iniciando pelo comportamentalismo. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 3/10 Introdução Vamos começar revendo o que é conhecimento. Há muitas teorias que procuram explicar o que significa conhecer e como conhecer. Sócrates compreendia o conhecimento com sua função de se auto conhecer. Para seu oponente, Protágoras, era a base para que o seu detentor se tornasse um sabedor do que dizer e de como dizer, sendo eficaz. Vale ressaltar ainda que os confucionistas afirmavam que o conhecimento servia para saber o que dizer e como dizer visando aperfeiçoar a terra. E para o taoísmo e o monge Zen era também o autoconhecimento, o caminho para se chegar à sabedoria. Nos dias atuais, temos Peter Drucker que compartilha seu entendimento de que o conhecimento se dá no fazer, é a informação eficaz no momento da ação, voltada para a aquisição de um resultado. Pensar nisso é refletir que para que haja informação é preciso transformar dados. Os dados sozinhos, por mais que sejam muitos, fora de contexto não significam nada. Quando vários dados se juntam produzindo informações, que passam a ser entendidas quando são colocadas em prática, tem-se o conhecimento. Vejamos melhor qual a diferença entre dados, informações e conhecimento Figura 1 – Diferença entre dados, informações e conhecimento Fonte: adaptado de Latros, 2008, como citado em Guarezi e Matos, 2012, p. 47. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 4/10 Um pouco mais sobre o conceito de conhecimento E como se dá então o processo de conhecimento? Observe a figura abaixo Figura 1 – A construção do conhecimento Fonte: Latros, 2008, como citado em Guarezi e Matos, 2012, p. 47. Recapitulando então, a junção de vários dados cria na mente humana conexões que os fazem se transformar em informações, que, ao serem corretamente interpretadas e compreendidas geram o conhecimento, de fato. Podemos dizer que o conhecimento é uma mistura das experiências, dos valores e das informações contextualizadas, que nos permitem avaliar e assimilar novas experiências e novos saberes. Choo (2002, como citado em Guarezi & Matos, 2012) afirma que o conhecimento é a capacidade que o ser humano tem para transformar informação em ação, por meio da razão e da reflexão. Pode-se dividir o conhecimento em dois tipos: 1. conhecimento tácito → que é aquele que não tem como ser exteriorizado. 2. conhecimento explícito → que é aquele que está declarado, claro, exposto. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 5/10 Mas… por que falar sobre conhecimento antes de falar sobre as teorias de aprendizagem? Porque muitos cursos de ensino a distância usam informações mediatizadas com diferentes tecnologias e entendem que apenas isso já é capaz de gerar conhecimento. Mas… será que é suficiente? (Guarezi & Matos, 2012) Vejamos o que diz o comportamentalismo, o cognitivismo e o humanismo. Saiba Mais Para conhecer um pouco mais sobre o conceito de conhecimento, veja os seguintes vídeos. 1. Zagaz. (2017). O que é conhecimento? Disponível em https:// www.youtube.com/watch?v=YR_J_dkD1Ps Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Mundo no Geral. (2016). O que é conhecimento? Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=wekwPIP4oRo Acessado em 17 de dezembro de 2022. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 6/10 As Teorias Educacionais O comportamentalismo Também chamado de teoria psicológica behaviorista, condutismo ou conexionismo, o comportamentalismo nega a existência da mente, portanto, a assimilação do conhecimento ocorre pela associação de ideias que são captadas do ambiente externo, por meio dos sentidos, guiando-se pelos princípios da semelhança, da continuidade espacial e ainda da casualidade, sendo a aprendizagem iniciada e controlada pelo ambiente. Vale ressaltar que os estudos behavioristas ocorreram nas primeiras décadas do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, influenciados pela teoria do reflexo de Pavlov, e que foi seguida por Watson, Thorndike e Skinner. Skinner, dentre os comportamentalistas, defende que o ato de conhecer vem da ação do ambiente sobre as pessoas, sendo um processo comportamental, ambiental, neurológico e fisiológico. Define a aprendizagem como a mudança no comportamento, sendo essamudança causada pelo operante, ou seja, é o processo pelo qual uma resposta faz-se mais provável ou frequente, porque é fortalecida. Skinner entende que o processo de educação ocorre quando o plano de estudos garante que as respostas que os alunos precisam sejam reforçadas. Dentre os mais eficientes tipos de instrumentos, para que a aprendizagem ocorra, estão as ‘máquinas de ensinar’, como os computadores, em que os alunos têm programas com materiais para a leitura e questões sobre os diferentes assuntos estudados, com crescente complexidade. Ao responder, o aluno descobre imediatamente sua resposta, e se errar, para Skinner o aluno deve continuar, mas para outros behavioristas ele deve tentar de novo até acertar. Veja que muitas vezes é o que se observa nos cursos a distância, com questões objetivas e feedbacks imediatos que mostram erros e acertos. Quando o aluno acerta, ele continua suas atividades, quando ele erra, ele deve tentar de novo. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 7/10 Nota-se que Skinner estava o tempo todo preocupado com o aprendizado do estudante, com os seguintes objetivos: • Que o aluno fosse ativo em seu processo de aprendizagem; • Que o aluno conseguisse verificar imediatamente seus resultados, para seguir em frente com segurança; • Que houvesse o respeito pelo ritmo de aprendizado, levando em conta as diferenças individuais. • Que houvesse uma avaliação do programa e sua reelaboração conforme os resultados dos alunos. Apesar dessa preocupação, o que se pergunta sobre esse método é: onde está a postura ativa do aluno, que vê o que errou e copia a resposta certa? Vale ressaltar que, neste tipo de ensino, realmente o ritmo do aluno é respeitado. Para finalizar, é necessário ressaltar que uma das críticas mais ferrenhas que o comportamentalismo aplicado à EaD recebe é que forma um estudante completamente passivo, que não critica, não argumenta e não cria, apenas assimila e reproduz o que aprendeu. (Becker, 1998, como citado em Guarezi & Matos, 2012) Em Resumo Aprendemos ao longo da aula que o comportamentalismo também é conhecido como behaviorismo, condutismo ou conexionismo. É uma corrente que entende que a assimilação do conhecimento ocorre pela associação de ideias que são captadas do ambiente externo, por meio dos sentidos, guiando-se pelos princípios da semelhança, da continuidade espacial e ainda da casualidade, sendo a aprendizagem iniciada e controlada pelo ambiente. Também aprendemos que o conhecimento é uma mistura das experiências, dos valores e das informações contextualizadas que nos permitem avaliar e assimilar novas experiências e novos saberes. Finalizamos compreendendo que uma das críticas mais ferrenhas que o comportamentalismo aplicado à EaD recebe é que forma um estudante completamente passivo, que não critica, não argumenta e não cria, apenas assimila e reproduz o que aprendeu. Espero que tenha gostado deste conteúdo. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 8/10 Aplicação prática Agora que você já entendeu melhor o que é conhecimento, crie o seu próprio conceito. Se for necessário pode realizar novas pesquisas para embasar o seu conceito. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 9/10 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. As Teorias Educacionais - o Comportamentalismo • 10/10 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 2 .2 Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 2/9 Objetivos de Aprendizagem • Explicar em que consiste o Cognitivismo. • Compreender o Cognitivismo sob o ponto de vista de Piaget, Vygotsky e Ausubel. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 3/9 Introdução Podemos dizer que o comportamentalismo se baseia no conceito do comportamento, enquanto o cognitivismo, mais uma das teorias educacionais, entende o conceito de conhecimento como a organização e a representação da mente. Diferente do comportamentalismo, o cognitivismo vai tentar explicar como se ‘estrutura’ a mente humana e como é sua forma de representação, de funcionamento e de transformação dos conhecimentos. Vejamos agora, juntos, um pouco mais sobre esta concepção educacional. O Cognitivismo Desde 1950, visando superar as deficiências do behaviorismo, o cognitivismo vem focando no estudo do funcionamento cognitivo. Isso significa que o que ocorre com a mente pode ser testado conforme os comportamentos que são observados. O sujeito é entendido como aquele que interpreta os estímulos que recebe e tem o poder de decidir sobre as suas respostas. Para esta corrente, o ser humano tem um papel ativo, capaz de selecionar e encontrar alternativas para agir. Considera que os conhecimentos prévios das pessoas são fundamentais para entender a forma como o sujeito lê o mundo. São conhecimentos que servem de base para os novos saberes que serão assimilados, e devem ser levados em consideração. Portanto, as informações que são absorvidas do exterior são assimiladas em função dos conteúdos prévios que a pessoa já tem sobre aquele assunto, e quanto mais simples for o conhecimento prévio, menor o grau de profundidade da assimilação desse saber pelo aprendiz. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 4/9 Jean Piaget Um de seus representantes foi Piaget. Para ele, ou o ser humano se adapta ao meio, ou morre. Essa aquisição de conhecimentos do meio é, portanto, a aprendizagem. Ele considerava que o processo de assimilação do saber é contínuo, sendo que as mudanças no desenvolvimento da mente são graduais. Essa ideia tem sido aceita e aplicada na EaD, por exemplo, em cursos nos quais os alunos têm vários desafios durante seu processo de aprendizagem. As respostas não são dadas, assim, simplesmente. O aluno é questionado, e precisa descobrir a solução. Quando o estudante se depara com um desafio, entra em desequilíbrio, que será recuperado quando assimilar o novo aprendizado, em uma construção permanente. É importante não esquecermos que Piaget foi o principal impulsionador da psicologia, preocupando-se com o desenvolvimento cognitivo das pessoas. Saiba Mais Para conhecer mais sobre Jean Piaget, Lev Vygotsky e David Ausubel leia os seguintes artigos. 1. Ferrari, M. (2008). Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio. Nova Escola. Disponível em https://novaescola. org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a- aprendizagem-no-microscopio Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Ferrari, M. (2008). Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social. Nova Escola. Disponível em https://novaescola. org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o-teorico-do-ensino-como- processo-social Acessado em 17 de dezembro de 2022. 3. Fernandes, E. (2011). David Ausubel e a aprendizagem significativa. Nova Escola. Disponível em https://novaescola.org. br/conteudo/262/david-ausubel-e-a-aprendizagem-significativa Acessado em 17 de dezembro de 2022. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 5/9 Lev Vygotsky Para Vygotsky, outro grande estudioso desta corrente, a aprendizagem acontece em dois momentos, primeiro nas relações externas e depois é internalizada. Para ele, a aprendizagem e o desenvolvimento são interdependentes. O desenvolvimento começa sempre no exterior, pelosprocessos de aprendizado, e depois se transforma em desenvolvimento interno. Nesse caso, o aprendizado precede o desenvolvimento mental. Aquilo que o ser humano consegue fazer sem ajuda está no nível do desenvolvimento efetivo ou real, e aquilo que ele precisa fazer com a ajuda de alguém está no nível de desenvolvimento proximal, sendo este o nível de desenvolvimento que precisa da atenção dos educadores, visto que nele os conhecimentos estão sendo modificados. No caso do ensino a distância, deve-se planejar o ensino para focar em conceitos que ainda não foram incorporados pelos estudantes, impulsionando o desenvolvimento da consciência, do planejamento e da deliberação. Não devemos esquecer, neste caso, da enorme importância do tutor mediador na intermediação desse conhecimento novo com os aprendentes. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 6/9 David Ausubel Ausubel é mais um dos estudiosos desta teoria educacional, que foca seus esforços no processo de ensino e aprendizagem de conceitos baseados nos conhecimentos já assimilados pelos estudantes. Ele entende que a aprendizagem deve ser observada em duas dimensões, quais sejam, o eixo vertical e o eixo horizontal. • no eixo vertical → são os momentos nos quais os estudantes codificam, transformam e armazenam as informações, passando de um aprendizado repetitivo (mnemônico) para um aprendizado significativo. • no eixo horizontal → são os momentos nos quais os estudantes passam no ensino plenamente receptivo para o ensino que se baseia na descoberta espontânea. Observe a figura abaixo para entender melhor essa ideia. Figura 1 - Situações de aprendizagem Fonte: adaptado de Pozo, 1998, como citado em Guarezi e Matos, 2012, p. 64 Considerando o eixo horizontal, entende-se que é a maneira como o estudante recebe os conteúdos. Na aprendizagem por descoberta, ele é levado a procurar pelas informações, para então assimilá-las. Já na aprendizagem receptiva os conteúdos já estão prontos. Basta que ele os assimile. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 7/9 Considerando o eixo vertical, dá-se a diferença entre a aprendizagem significativa e a mnemônica. A primeira diz respeito ao tipo de aprendizado que se incorpora aos conhecimentos já internalizados pelo aluno, enquanto a segunda (também conhecida como aprendizagem por associação) se refere à assimilação de uma informação que não faz nenhum sentido para o estudante e ele apenas decora. Então, para esta teoria, como a aprendizagem ocorre de fato? Ausubel detalha 3 aspectos necessários para que a aprendizagem significativa ocorra, e que podem ser de grande ajuda no planejamento dos cursos a distância. São eles: 1. o material didático: deve ser bem organizado e ter um significado, não sendo um conjunto de informações fragmentadas, mas com sentido. 2. a predisposição para aprender: o material precisa ser significativo para que o estudante queira aprender. Isso significa que ter um motivo para querer estudar vai fazer com que ele obtenha uma aprendizagem realmente significativa e não desista do curso. 3. os subsunçores adequados: a estrutura cognitiva do aprendiz deve ter conceitos que lhe possibilitem a assimilação de novos conceitos. Podemos entender, portanto, que a aprendizagem significativa ocorre quando o sujeito e o meio interagem, e o conhecimento é obtido muito mais por conta das informações recebidas, do que descobertas, sendo uma prática voltada e focada no aprendiz. (Guarezi & Matos, 2012) Em Resumo Aprendemos, ao longo da aula, que para a teoria cognitivista o sujeito é entendido como aquele que interpreta os estímulos que recebe e que tem o poder de decidir sobre as suas respostas. Para esta corrente, o ser humano tem um papel ativo, capaz de selecionar e encontrar alternativas para agir. Vimos ainda que considera que os conhecimentos prévios das pessoas são fundamentais para entender a forma como o sujeito lê o mundo e que são conhecimentos que servem de base para os novos saberes que serão assimilados, e devem ser levados em consideração. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 8/9 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo • 9/9 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 2 .3 Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 2/10 Objetivos de Aprendizagem • Explicar em que consiste o humanismo e a aprendizagem centrada no aluno de Carl Rogers. • Estudar os modelos educacionais bimodal e a distância. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 3/10 Introdução Abraham Maslow, Carl Rogers, Rollo May, Ludwig Binswanger foram alguns dos primeiros estudiosos do humanismo, que teve origem em 1940. Rogers transformou-se em um dos principais representantes ao desenvolver o ‘ensino centrado no aluno’. Mais recentemente temos Novack e Gowin que desenvolveram a ‘aprendizagem significativa’. A psicologia humanista foi influenciada pela teoria Gestalt e pelas filosofias fenomenológica e existencialista. Essa psicologia afirma que o ser humano usa sua experiência para escolher as suas atividades, procurando atingir a autorrealização. Vejamos, então, algumas das ideias mais importantes desta corrente. A aprendizagem centrada no aluno de Carl Rogers Nesta teoria, para entender o comportamento de uma pessoa, é necessário compreender como ele percebe a realidade que o cerca. Para Rogers, a pessoa educada é aquela que aprendeu a aprender. O sistema educativo deve ter como foco, sempre, desenvolver o ser humano, de forma plena, para que conquiste a auto realização. Ele apresenta uma série de princípios que são a base para o aprendizado. São eles: • As pessoas têm uma propensão natural para aprender; • Não podemos ensinar, mas devemos facilitar a aprendizagem; • A aprendizagem significativa ocorre quando o conteúdo passado ao estudante é relevante para ele; • A aprendizagem requer uma mudança na percepção de si mesmo; • Boa parte do aprendizado significativo é assimilado pela pessoa quando está em ação; • O aprendizado é facilitado quando o aprendiz participa do processo; • A independência, criatividade e autoconfiança são facilitadas quando a autocrítica e a autoavaliação são realizadas pelo estudante. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 4/10 • A aprendizagem útil, nos dias atuais, é um contínuo processo de mudança, visando o aprender a aprender. Saiba Mais Se quiser aprender mais sobre as teorias educacionais, leia os seguintes artigos a respeito e reflita sobre as diferenças entre elas. 1. Rodrigues, R. G. & Rufino, E. de A. (2016). Uma análise do behaviorismo na educação à luz do humanismo de Carl Rogers. III Conedu. Disponível em http://www.editorarealize.com.br/ editora/anais/conedu/2016/TRABALHO_EV056_MD1_SA6_ ID2595_17082016213111.pdf Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Silva Neto, O. da; & de Melo, U. A. de M. (2018) Behaviorismo, Humanismo e Cognitivismo. V Conedu. Disponível em https://www. editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_ EV117_MD1_SA4_ID5853_10092018113452.pdf Acessado em 17 de dezembro de 2022. Os sistemas educativos precisam facilitar a mudança e a aprendizagem, e Rogers cita algumas atitudes para que isso ocorra. São elas: • Autenticidade dofacilitador da aprendizagem: deve mostrar-se verdadeiro, autêntico, uma pessoa real. • Prezar, aceitar e confiar: o facilitador deve aceitar o aluno, entender e respeitar seus sentimentos e suas opiniões, sem julgamentos. • Compreensão empática: deve entender as reações do estudante e se colocar no lugar do outro. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 5/10 Essa abordagem simboliza o processo de ensino e aprendizagem focado exclusivamente no aluno. Confia-se no potencial do estudante para aprender, de forma livre, mostrando seus sentimentos e necessidades, escolhendo seu caminho, formulando e resolvendo problemas, de forma a aprender e a viver as consequência de suas escolhas. (Guarezi & Matos, 2012) Modelos educacionais - o modelo bimodal Vimos, ao longo de nossas aulas, que o ensino a distância se caracteriza pela total separação física que existe entre o docente e o aluno, no entanto, ao estudar os diversos modelos de ensino a distância percebe-se que a linha divisória entre o ensino presencial e o ensino a distância é muito tênue e por vezes se confunde. Esse fato é percebido principalmente nos modelos bimodais, também chamados semipresenciais ou mistos, nos quais há momentos de aulas presenciais e outros de aulas virtuais. Mas então, como pode-se definir o sistema educacional como presencial, misto ou a distância? A resposta tem a ver com o tempo médio que os aprendentes usam nas atividades presenciais ou a distância. Veja na figura abaixo, as principais diferenças entre os 3 modelos. Figura 1 - Classificação dos Sistemas Educacionais Fonte: Pimentel e Andrade. 2008 como citado em Guarezi e Matos, 2012, p. 87 Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 6/10 O modelo a distância Às vezes a impressão que se tem sobre o ensino a distância é que caracteriza um estudo sozinho, mas essa não é a verdade. Atualmente, com a internet o processo de comunicação acontece de muitas formas, seja de um para um, de um para muitos e de muitos para muitos, ou seja, já não se entende como um estudo solitário visto as várias interações síncronas e assíncronas que acontecem. Quando se estrutura um bom processo de comunicação, as barreiras no espaço e no tempo são atenuadas e o estudante sente-se mais acompanhado, isso sem contar nas tarefas colaborativas que são estimuladas nesse processo. Além de um processo de comunicação multidirecional, e de uma proposta pedagógica adequada é preciso uma equipe multidisciplinar capacitada, trabalhando em conjunto e de forma colaborativa. Enquanto, no modelo presencial, cabe ao professor o processo de ensino e aprendizagem, no modelo EaD, exige-se uma equipe de profissionais conhecedores de conteúdos, educação, produção de material didático de qualidade e pertinente ao tipo e nível do curso, tutoria, monitoria, dentre vários outros que tornarão o desenvolvimento desse curso possível e eficiente. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 7/10 Devem participar dessa equipe profissionais das áreas pedagógica, tecnológica e administrativa. As 3 principais funções dos atores do sistema educativo no ensino a distância são: • Orientadora: que diz respeito aos aspectos afetivos, às atitudes e às emoções; • Investigativa: que tem a ver com o tutor como pesquisador, que observa, verifica dificuldades, registra e propõe mudanças; • Colaborativa: que está focada no atendimento técnico-administrativo. Outro ponto de destaque é o público-alvo, que no caso do ensino a distância é predominantemente adulto, e vale ressaltar que ainda que esse estudante adulto possua autonomia quando se trata de seus compromissos profissionais, familiares e pessoais, geralmente no estudo essa autonomia é rara. Nesse modelo, é fundamental a interação, que pode ocorrer por meio de tecnologias interativas síncronas, como o chat e as videoconferências, e assíncronas, como os fóruns, e-mail, grupos de estudos e listas de discussões, sem esquecer dos jogos interativos e simuladores que também fazem parte dos cursos a distância. A cada aula iremos conhecer um pouco mais sobre como se estrutura o ensino aa distância. Continue comigo nesta jornada. Em Resumo Aprendemos, nesta aula, que a psicologia humanista afirma que o ser humano usa sua experiência para escolher as suas atividades, procurando atingir a autorrealização. Vimos que, para Rogers, a aprendizagem é centrada no aluno, a pessoa educada é aquela que aprendeu a aprender. Aprendemos também que o ensino a distância se caracteriza pela total separação física que existe entre o docente e o aluno, no entanto, ao estudar os diversos modelos de ensino a distância percebe-se que a linha divisória entre o ensino presencial e o ensino a distância é muito tênue e por vezes se confunde. Enquanto, no modelo presencial, cabe ao professor o processo de ensino e aprendizagem, no EaD exige-se uma equipe de profissionais conhecedores de conteúdos, educação, produção de material didático de qualidade e pertinente ao tipo e nível do curso, tutoria, monitoria, dentre vários outros que tornarão o desenvolvimento desse curso possível e eficiente. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 8/10 Aplicação prática Agora que você já conhece mais sobre as 3 teorias educacionais e suas características, crie um mapa mental diferenciando-as. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 9/10 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Mais algumas Teorias Educacionais - o Humanismo • 10/10 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 O papel do estudante do curso EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 2 .4 O papel do estudante do curso EaD • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Explicar o perfil do aluno dos cursos a distância. • Compreender qual o curso voltado para o estudante virtual. • Conhecer o aprender a aprender do aluno EaD. • Estudar como se dá o planejamento do aluno virtual. O papel do estudante do curso EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. O papel do estudante do curso EaD • 3/11 Introdução É importante começarmos compreendendo que o perfil de aluno que procura cursos a distância não é o mesmo que busca cursos presenciais. Essa ideia vem ganhando novos rumos, porém grande parte do público que opta por realizar um curso a distância é composto por pessoas adultas, que muitas vezes não têm muito tempo para estudar em função de sua vida particular e profissional, ou que mora longe dos grandes centros que oferecem bons cursos, ou ainda pessoas que preferem estudar conforme o seu próprio ritmo, dentre outras possibilidades. Essa corrente é chamada de andragogia. Há que se ressaltar que a preocupação com o estudo dos adultos teve início nos Estados Unidos e na Europa, depois do final da 1ª Guerra Mundial, porém somente nas últimas décadas esse foco ganhou importância. Dentre as características necessárias para o planejamento do ensino do adulto podem ser citadas: • Um currículo voltado para os interesses do aluno: para a educação do adulto é importante que o currículo seja ajustado às necessidades e interesses do estudante, visto que material didático e professores assumem um papel de coadjuvantes, pois o aluno é o centro do processo. • Deve-se levar em conta a experiência do estudante: todo o conhecimento prévio e a experiência de vida do aprendiz adulto é relevante para a estruturação do curso. • Não ser um ensino diretivo e autoritário: com os adultos não cabe um estilo de ensino autoritário,que imponha ações. O adulto deve poder escolher o seu ritmo de estudo, o local, o que estudar primeiro, dentre outras questões, que vão de encontro com o seu interesse. • Deve-se adotar um conceito dinâmico de inteligência: os alunos adultos apresentam aspirações intelectuais que geralmente as instituições de ensino mais tradicionais não contemplam por serem mais rígidas e inflexíveis. O adulto tem um padrão de inteligência mais flexível, visto que já traz consigo muita bagagem pessoal e profissional. O papel do estudante do curso EaD • 4/11 • Relação entre teoria e prática: o aprendizado do adulto deve estar centrado em descobrir o significado da experiência, relacionando-o com a vida. (Guarezi & Matos, 2012) Vejamos agora um pouco mais sobre o perfil do aluno que escolhe estudar a distância e suas necessidades. Pensemos como um curso deve ser planejado para atingir essas necessidades. Afinal, quem é o aluno da EaD? É claro que o ensino a distância abriu portas (e por que não dizer fronteiras) para estudantes de toda parte estudarem, independente de sua localização geográfica, ou de suas possibilidades de horários e ritmos de estudos. É interessante pensar que o ensino a distância possibilita uma nova nomenclatura, mais abrangente, para aquele que escolhe estudar fora do ambiente tradicional, é o ‘aluno universal’. E por que? Porque um mesmo estudante pode optar por estudar informática no Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos, economia na Suíça, literatura na França, filosofia na Alemanha (isso entendendo que esses países oferecem cursos a distância), ou seja, pode escolher o que estudar e onde estudar. Pode escolher fazer vários cursos ao mesmo tempo, ou um por vez, mas o fato é que hoje em dia o estudante pode ser global, internacional. (Maia & Mattar, 2007) O curso voltado para o estudante virtual A primeira característica desse estudante é que ele está no centro de seu processo de ensino e aprendizagem, e portanto, as instituições de ensino, ao criarem cursos para esse perfil, precisam levar em conta o que ele precisa aprender e não o que o professor quer ensinar. Esse foco deve ser levado em consideração tanto na fase do planejamento do curso, quanto no momento da implementação, e não no final quando o conteúdo já estiver pronto. O papel do estudante do curso EaD • 5/11 Também devemos levar em conta que esse aprendiz não precisa mais estar presente fisicamente para aprender, ele pode estudar de qualquer lugar, e seu aprendizado é contínuo e permanente. Hoje em dia entendemos que o ensino não deve ser realizado em apenas alguns momentos de nossa vida, mas deve ocorrer ao longo de toda ela, portanto, nem o tempo, nem o espaço são limitadores para as ambições de aquisição de conhecimento. Aliás, o aprendiz virtual hoje não se limita apenas a ser entendido como uma pessoa, porque existem comunidades e organizações que em conjunto aprendem nessa modalidade, inclusive, a teoria da administração já fala sobre a gestão do conhecimento nas empresas, tanto no que se refere ao conhecimento dos colaboradores, quanto ao conhecimento da própria empresa, entendida como uma organização. (Maia & Mattar, 2007) Saiba Mais Agora que você já conhece melhor o perfil do estudante a distância aprofunde seus estudos sobre a andragogia lendo o seguinte texto e vendo o vídeo escolhido. 1. Oliveira, J. F. R.; Mota, A. R. M. A. da; & Silva, F. R. M. (2022). A educação a distância e sua importância para a andragogia. Revista Ibero-americana de humanidades, ciências e educação, v. 8 n. 7. Disponível em https://periodicorease.pro.br/rease/article/ view/6181 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Fermento Soluções de Aprendizagem. (2016) Andragogia. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=QCUDcU6jIQU Acessado em 17 de dezembro de 2022. O papel do estudante do curso EaD • 6/11 O aprender a aprender do estudante virtual Podemos dizer que um dos grandes desafios do aprendiz virtual é ser capaz de aprender a aprender com as diferentes situações com as quais se deparará em sua vida. O importante, nos dias atuais, é ser capaz de pesquisar e de avaliar as diferentes fontes de informação, excluindo as que não são relevantes, transformando-as em conhecimento significativo. Sabe-se que a internet tem muitas informações à nossa disposição, mas temos que aprender a diferenciar as boas fontes das ruins, de maneira a adquirir conhecimento relevante, pertinente e verdadeiro. Outra estratégia necessária ao aprendiz virtual é desenvolver a metacognição, que é a habilidade de analisar constantemente o que foi compreendido, checar possibilidades, alternativas, e reavaliar a sua compreensão. O papel do estudante do curso EaD • 7/11 O estudante virtual precisa ter um computador e uma boa conexão com a internet, deve ter a mente aberta e compartilhar suas experiências educacionais. Não deve se sentir abalado por falhas auditivas ou visuais no processo de comunicação (porque já sabe que esporadicamente elas irão ocorrer), precisa sempre querer separar uma quantidade significativa de seu tempo para estudar, e não deve ver seu curso como a maneira mais fácil de obter um diploma. Também precisa pensar criticamente, e se não o faz, deve desenvolver essa habilidade. Precisa ter capacidade de refletir, e o mais importante, ele deve acreditar que o melhor ensino é aquele que ocorre em qualquer lugar e a qualquer momento. O estudante deve ter ainda habilidade para estudar em ambientes informatizados de aprendizagem, com autodeterminação, organização e orientação. Precisa aprender a aprender de forma autônoma, desenvolver adequadas estratégias de estudo, usar os novos recursos de comunicação e motivação extra para os estudos, afinal, não é fácil ter que decidir sobre o momento e local ideal para estudar, não tendo seus colegas juntos, presencialmente. (Maia & Mattar, 2007) O planejamento de estudo do aluno virtual Ribeiro (2007, como citado em Sousa, 2015) explica que planejamento de estudos é a organização que leva em conta o tempo de estudo que o aluno tem disponível, dividindo-o diariamente, conforme a quantidade de conteúdo que precisa assimilar. O autor também diz que estudar bem não significa estudar durante muitas horas seguidas, ignorando o esgotamento mental. Estudar bem é levar em consideração os limites e esforços que vão possibilitar o rendimento. Para que se crie o hábito do estudo, é importante que se desenvolva organização, determinação, disposição e disciplina. Também deve-se determinar o tempo destinado ao estudo, os conteúdos que deverão ser estudados, o lugar no qual o estudo será efetuado, a revisão dos textos produzidos, a realização de uma pesquisa objetiva e também o estudo em equipe. O papel do estudante do curso EaD • 8/11 No caso do ensino a distância, é fundamental o desenvolvimento da autonomia, que permita ao aluno organizar seus tempos em função de suas necessidades e ritmo de estudo. O conhecimento, para este aprendiz deve ser considerado um processo e não uma mercadoria. Assim alcançará o aprendizado significativo com excelência. (Belloni, 2008, como citado em Sousa, 2015) Em Resumo Tivemos a oportunidade de aprender, nesta aula, que o ensino a distância abriu portas para estudantes de toda parte, independente de sua localização geográfica, ou de suas possibilidades de horários e ritmos de estudos. Vimos que a primeira característica deste estudante é que ele está no centro de seu processo de ensino e aprendizagem, e portanto, as instituições de ensino, ao criarem cursos, precisam levar em conta o que ele precisa aprender e não o que o professor quer ensinar. O estudante virtual precisa ter um computador e uma boa conexão com a internet, deve ter a mente aberta e compartilhar suas experiências educacionais. O estudante deve ter ainda habilidade para estudar em ambientes informatizados de aprendizagem, com autodeterminação, organização e orientação. Precisaaprender a aprender de forma autônoma, desenvolver adequadas estratégias de estudo e usar os novos recursos de comunicação e motivação extra para os estudos. Para que se crie o hábito do estudo, é importante que desenvolva organização, determinação, disposição e disciplina. Também devem ser determinados o tempo destinado ao estudo, os conteúdos que deverão ser estudados, o lugar no qual o estudo será efetuado, a revisão dos textos produzidos, a realização de uma pesquisa objetiva e também o estudo em equipe. Aplicação prática Agora que já se localizou como o aluno do curso a distância, reflita sobre tudo que já estudou sobre esse perfil e procure anotar quais as diferenças em relação ao aluno que estuda presencialmente. Mãos à obra! O papel do estudante do curso EaD • 9/11 Na ponta da língua O papel do estudante do curso EaD • 10/11 Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Sousa, Jaqueline Andréa Furtado de. (2015). O planejamento de estudo na educação a distância como prática discente no combate ao insucesso das avaliações acadêmicas. Um estudo de caso. [livro eletrônico] São Paulo:Blucher O papel do estudante do curso EaD • 11/11 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 Vantagens, desvantagens e desafios da EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 2 .5 Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Detalhar as vantagens do ensino a distância. • Explicar as desvantagens e os desafios do ensino a distância. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 3/13 Introdução Ao falarmos sobre o ensino a distância, é preciso refletir sobre o número de alunos que se interessa por esse tipo de metodologia de estudo e que nos últimos anos quintuplicou. Conforme texto da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed, 2022), desde 2020, houve um aumento de 428% no setor, superando, e muito, o ensino presencial tradicional. E esse aumento não vai parar por aí. Mas, o que será que motivou esse crescimento surpreendente de pessoas interessadas no ensino a distância? A resposta é simples. Parte desse fenômeno ocorre porque as pessoas sentiram necessidade de conciliar trabalho e estudo, e uma das grandes vantagens deste método é justamente a possibilidade de administração do tempo conforme as necessidades do aprendiz. Como para estudar a distância não é preciso estar fisicamente e em determinado horário em certo local, as pessoas conseguem se organizar de forma a unir trabalho e educação, na famosa ‘dupla jornada’. É claro que esse tipo de ensino apresenta vários desafios, como capacitar bem o corpo docente, controlar a evasão dos estudantes e criar novas técnicas de ensino, mas também apresenta muitas vantagens. E quais as principais características do ensino a distância? Dentre as várias podemos elencar: • O uso de tecnologia para realizar as aulas; • Horários mais flexíveis para estudar; • Materiais didáticos e bibliotecas oferecidos virtualmente, nos ambientes de estudo; • Fóruns e tutores on-line para interagir e ajudar os estudantes e possibilitar a comunicação; • Custos mais baixos tanto para quem estuda como para quem desenvolve e disponibiliza os cursos. (Abed, 2022) Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 4/13 Vejamos então quais são algumas das vantagens, desvantagens e desafios desta modalidade de ensino. As vantagens do ensino a distância O estudo a distância foi desenvolvido pensando em abranger estudantes com diferentes necessidades, que não poderiam estar sempre fisicamente em determinado local, nem limitados a estudar em certos horários. Pensando nisso, o ensino a distância apresenta uma série de vantagens que permitem uma maior adesão dos estudantes e uma melhor adaptação ao estudo. São elas: 1. Horário flexível: nesta modalidade é o aluno que escolhe o melhor momento para realizar seus estudos, sem prejudicar o restante de sua jornada. Com certeza, esta é a maior vantagem de todas porque permite que as pessoas conciliem seus diversos afazeres com a sua vontade e necessidade de estudar, dando- lhes maior autonomia. Como os conteúdos são disponibilizados nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), os aprendentes podem acessá-los quando for mais conveniente. Na prática, significa que os compromissos dos alunos são pontuais, limitados à participação nos encontros síncronos, que muitas vezes são facultativos, e à participação nos trabalhos e avaliações. 2. Menor custo: sem dúvida, o fato de não precisar se locomover para algum lugar, permanecer no curso termina sendo mais barato, com certeza. Estudando em casa, ou no seu local de trabalho (ou outros, se for o caso, como no ônibus, no trem, na biblioteca etc.) o estudante não tem gastos com transporte, estacionamento, alimentação, e muitas vezes com o material didático que já é ofertado pela instituição de ensino virtualmente, sem contar que no conforto do seu lar o aluno pode aprender melhor. E a mensalidade costuma ser mais acessível. Vale ressaltar que para a instituição o custo também é mais barato visto que não precisa manter a estrutura física completa de um curso presencial, como energia elétrica, limpeza, água, dentre tantos outros gastos que qualquer empresa tem quando se constitui fisicamente. Com isso, as mensalidades costumam ser mais baixas e acessíveis. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 5/13 3. Maior mobilidade e comodidade: ao ter como base o uso da tecnologia, as aulas a distância oferecem aos estudantes maior mobilidade, pois podem estudar de qualquer lugar desde que tenham acesso à internet. É o aluno que escolhe quando e onde estudar, sem precisar cumprir horários. Além disso, os AVAs costumam conter bibliotecas virtuais que oferecem seus acervos 24h por dia. Saiba Mais Para conhecer mais sobre as vantagens, desvantagens e desafios do ensino a distância leia o seguinte texto e veja o vídeo selecionado. 1. Alves, J. M.; Ferreira, J. V.; Botrel, L.; Ferreira, M. & Araújo, P. H. (2020) Ensino a distância: características e desafios. Disponível em http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/ueadsl/article/ view/17571 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Chiapetta, A. (2020). Ensino a distância - Vantagens e desvantagens do EAD. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=_ CWh0SIkw3Y Acessado em 17 de dezembro de 2022. 4. Economia de tempo: como o estudante não precisa se locomover para estudar, ganha tempo para realizar outras atividades, como simplesmente relaxar um pouco antes do momento de estudo. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 6/13 5. Pedagogia inovadora: em uma sociedade globalizada e digital, na qual o tempo é muito importante, o estudante não precisa mais passar horas em uma sala de aula presencial ouvindo o professor falar. Nos AVAs, há uma série de ferramentas de apoio ao aprendizado com as quais o estudante pode interagir com professores- tutores, colegas e gestão por meio de fóruns, videoconferências, e-mail, chats, simulações, jogos interativos e exercícios on-line, por exemplo. Para a instituição, é muito importante ao desenvolver um curso a distância fazer com que o aluno permaneça conectado pelo tempo que for preciso até que ele assimile o conteúdo a ser passado. Por isso, as instituições precisam planejar bem como construir essescursos, inserindo novas formas de apresentação, de interação e de avaliação que facilitem o processo de comunicação constantemente, gerando uma aprendizagem mais lúdica e eficaz, mantendo a motivação. 6. Interação: por falar em interação, é importante que o estudante não se sinta solitário em seu processo de aprendizagem, propiciando ferramentas que permitam a conexão entre estudantes e professores-tutores, estudantes e colegas, estudantes e instituição. Vale ressaltar que aprendizes mais tímidos muitas vezes se desenvolvem bem nos cursos a distância, porque se sentem mais à vontade para expressar suas dúvidas e opiniões. 7. Ferramenta de inclusão social: no ensino a distância, pessoas que por qualquer motivo não consigam frequentar cursos presenciais, sentem-se inseridos. Basta pensar em pessoas com algum tipo de deficiência, pessoas que cuidam de outras pessoas em suas famílias ou profissão, pessoas que trabalham em tempo integral, pessoas que moram em lugares distantes de centros de ensino, pessoas de faixas etárias mais elevadas, dentre outras questões. 8. Reconhecimento pelo mercado de trabalho: com a evolução digital e as mudanças na sociedade e no mercado há um grande reconhecimento para aqueles que estão adaptados ao mundo digital. Sendo assim, os estudantes de cursos a distância são bem recebidos pelo mercado de trabalho porque possuem competências que os recrutadores admiram e buscam, como a facilidade com o trabalho remoto. Fora que as universidades, em todo o mundo, passam por rigoroso controle de qualidade por seus órgãos fiscalizadores, para que se tenha certeza que estão oferecendo cursos de nível. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 7/13 9. Disciplina: estudantes que optam pela modalidade a distância acabam desenvolvendo organização e disciplina, qualidades muito importantes para o mercado profissional e porque não pessoal. O aluno aprende a organizar seu tempo, desenvolvendo o senso de disciplina e autonomia. 10. Protagonismo do aluno: nesta modalidade o estudante se torna protagonista, agindo de forma ativa no seu processo de aprendizagem, determinando seu horário de estudo, seu ritmo, o conteúdo que prefere estudar ou a tarefa que prefere executar. Ele pode reler os textos, rever os vídeos, ouvir novamente os podcasts, revisar o conteúdo quantas vezes quiser, pesquisar materiais extra e utilizar as diferentes ferramentas e métodos que preferir para potencializar o seu estudo. 11. Gestão pedagógica centralizada para os tutores: com a concentração das atividades realizadas pelos alunos nos AVAs, os tutores conseguem fazer um levantamento claro e completo do que o aluno executa e da evolução de seu desempenho. 12. Múltiplos canais de comunicação: além de todas as vantagens já elencadas tem-se assim a possibilidade de comunicação por múltiplos canais como fóruns, vídeos, videoconferências, teleconferências, chats, podcasts, e-mails, grupos de Whatsapp, dentre tantas outras ferramentas. (Abed, 2022; Ead, 2022; Ead Plataforma, 2021; UTP, 2021) Desvantagens e desafios Com tantas vantagens, será que há também desvantagens, ou poderíamos dizer… desafios? Falta de concentração Uma das desvantagens que pode ser enfatizada é a falta de concentração. Talvez estando em sala de aula presencial seja mais fácil que o cérebro compreenda que se está em um momento de estudo. Ao estar em outro local é mais fácil existirem distrações que comprometam o bom rendimento do estudante. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 8/13 O mundo da internet é um campo muito vasto de distrações, e uma olhada apenas no celular pode fazer com que o aluno perca algumas horas de estudo, ou estou falando besteira? Estando em casa é muito mais fácil que alguém bata à nossa porta, que haja mais pessoas por perto que podem fazer barulho, que toque o telefone, que alguém ligue a televisão, que bata aquela fome, e aí… já sabemos o que pode acontecer. O desafio de estudar em casa, ou no trabalho, ou no trem, no metrô ou no ônibus é se organizar, manter o foco e ser responsável, com disciplina e determinação. Menos ou nenhum contato presencial Muitos alunos reclamam da falta de contato presencial com professores, colegas e gestão da instituição, o famoso ‘olho no olho’, ou o ‘calor humano’. A educação a distância vem tentando driblar esse desafio, inovando em ferramentas de interação social, que ampliem as possibilidades de networking e de aprendizado colaborativo. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 9/13 Esse ponto pode ser contornado com aulas ao vivo, com a criação de grupos de discussão, de grupos de Whatsapp, e chats, que permitem a interação mais tête-à- tête, como se diz no francês. Necessidade de gestão de tempo e maturidade Não podemos esquecer que o estudo independente requer responsabilidade, concentração e capacidade de gerenciar o tempo, habilidades que precisam de maturidade, que nem sempre são conseguidas pelos estudantes, que terminam desistindo do curso ou sentindo falta de características do ensino presencial, que querem refletir no ensino a distância. Aprendizes que não desenvolvem essas habilidades terminam procrastinando e muitas vezes não chegam ao fim do curso, culpando a instituição de ensino, porém, esquecem que o protagonista do ensino a distância é ele próprio e que a gestão de tempo e a maturidade são requisitos para escolher essa modalidade. Acesso à internet e dispositivos eletrônicos Um último ponto que merece destaque com relação às desvantagens e desafios é a necessidade de um bom acesso à internet e de computador, notebook, tablet ou aparelho celular. Não é preciso que sejam aparelhos modernos e com muita tecnologia, mas com bom acesso à rede. Sem dúvida, quando a conexão é muito falha os momentos síncronos ficam comprometidos, mas nada que impeça um estudante de estudar, até porque muitas vezes esses encontros são gravados e é possível vê-los quando quiser. Agora que já conhecemos bastante sobre o panorama geral e a estrutura inicial do ensino a distância, vamos nos concentrar em conhecer sobre a implantação do ensino a distância. Nos encontramos na próxima Unidade. (Abed, 2022; Ead, 2022; Ead Plataforma, 2021; UTP, 2021) Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 10/13 Em Resumo Aprendemos ao longo desta aula que o ensino a distância tem sido cada vez mais procurado porque as pessoas sentiram necessidade de conciliar trabalho e estudo, e uma das grandes vantagens deste método é justamente a possibilidade de administração do tempo conforme as necessidades do aprendiz. Estudamos dentre as vantagens o horário flexível, o menor custo, a maior mobilidade e comodidade, a economia de tempo, a pedagogia inovadora, a interação, ser uma ferramenta de inclusão social, o reconhecimento pelo mercado de trabalho, a disciplina, o protagonismo do aluno, a gestão pedagógica centralizada para os tutores, e os múltiplos canais de comunicação, e dentre as desvantagens e desafios a falta de concentração, menos ou nenhum contato presencial, a necessidade de gestão de tempo e maturidade, bem como o acesso à internet e dispositivos eletrônicos. Espero que tenham gostado. Aplicação prática Caro aluno, agora que você já conheceu um pouco sobre as vantagens, desvantagens e desafios do ensino a distância, faça um quadro sinóptico e esquematize seu conhecimento. Você pode utilizar este recurso em qualquer ponto do texto. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 11/13 Na ponta da língua Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 12/13 Referências Bibliográficas Associação Brasileira de Educação a Distância. (2022). Vantagens do EaD: que competências os alunos podem ganhar? Disponível em https://www.abed.org.br/site/ pt/midiateca/textos_ead/2155/2022/08/vantagens_do_ead_que_competencias_os_ alunos_podem_ganhar Acessado em 15 de novembro de 2022. Ead. (2022). Confira 8 benefícios do ensino a distância para sua formação.Disponível em https://www.ead.com.br/blog/beneficios-do-ensino-a-distancia Acessado em 15 de novembro de 2022. Ead Plataforma. (2021). Vantagens e desvantagens da EAD: conheça a fundo a metodologia de ensino. Disponível em https://blog.eadplataforma.com/setor-ead/ vantagens-desvantagens-ead/. Acessado em 15 de novembro de 2022. Universidade Tuiuti do Paraná. (2021). Quais as vantagens e os desafios do ensino a distância? Disponível em https://www.tuiuti.edu.br/blog-tuiuti/quais-as-vantagens-e-os- desafios-do-ensino-a-distancia. Acessado em 15 de novembro de 2022. Vantagens, desvantagens e desafios da EaD • 13/13 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 A Proposta Pedagógica do Curso EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 3 .1 A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Identificar como selecionar a proposta pedagógica ideal para um curso EaD. • Explicar como ocorre o planejamento para a implantação de um curso a distância. A Proposta Pedagógica do Curso EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 3/12 Introdução Já sabemos que o estudo a distância vem ganhando cada vez mais destaque e crescendo em grandes proporções nos últimos tempos, em todo o mundo. Isso porque é uma modalidade de ensino que permite aos estudantes estudarem como quiserem, quando quiserem e de onde quiserem, com menores custos, sem tempo de translado e sem precisar organizar o seu planejamento conforme a estrutura formal da modalidade presencial. Vivemos em uma sociedade baseada no intercâmbio imediato e constante de informação, porém, no que diz respeito ao ensino, não é simplesmente treinar pessoas para usarem as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), trata-se de preparar seres humanos para, por meio das TICs, se integrarem nas sociedades como profissionais bem preparados e cidadãos éticos, capazes de tomar decisões bem fundamentadas e de interagir num mundo globalizado. No que se refere ao planejamento e organização de um curso a distância, é fundamental que os gestores estejam preparados para realizar esse planejamento e o desenvolvimento completo de um curso que contemple tudo o que seus alunos precisam, com qualidade. Portanto, vamos conhecer um pouco mais agora sobre como se dá esse processo de planejamento, construção e desenvolvimento de cursos focados no ensino a distância. Venha comigo! A proposta pedagógica Qualquer curso que queira ser bem sucedido precisa elaborar uma boa proposta pedagógica, que dê o norte para qualquer decisão que venha a ser tomada. Em um primeiro momento, é necessário saber onde se quer chegar e como se quer chegar, para unir esforços em prol desse objetivo. É fundamental criar mecanismos que possibilitem planejar, organizar e capacitar a gestão para executar e controlar as atividades, a fim de que esses objetivos sejam atingidos. A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 4/12 Ao desenvolver o projeto de implantação de um curso EaD, a gestão precisa levar em conta o tempo disponível, a gestão de pessoas, o custo-benefício e a qualidade, dentre outras questões. A implementação exige uma estrutura institucional, caso o curso esteja sendo criado, ou uma mudança estrutural, caso esteja fazendo uma adequação, quebrando paradigmas, visto que é um tipo de ensino que não acontece somente em sala de aula (virtual ou não). Deve ocorrer uma mudança no sistema administrativo como um todo. (Pereira et. al, 2020) Ao iniciar o processo de planejamento, é preciso investigar o que se adequaria melhor para a aprendizagem de alunos adultos, que são o grande foco do ensino a distância atual, bem como a formação necessária do indivíduo. Não se pode esquecer que as pessoas aprendem, veem e sentem de forma diferente, ou seja, as pessoas não usam as mesmas percepções do mesmo jeito. Cada qual é um indivíduo único, com necessidades próprias e o ensino a distância precisa levar isso em conta no momento de estruturar a sua proposta pedagógica. O foco é preparar um curso que estimule o estudante a assumir um papel ativo e de autonomia. A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 5/12 Saiba Mais Se tiver interesse em conhecer um pouco mais sobre o processo de implantação de um curso a distância leia os seguintes textos. 1. Senter; L. & Raymundo, G. M. C. (2018). Desafios na Implantação de Cursos a Distância. Revista Científica em Educação a Distância. Disponível em https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/ Revista/article/view/703 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Castro, J. M. de; & Ladeira, E. da Silva. (2010). Gestão e planejamento de cursos a distância (EaD) no Brasil. Disponível em https://www.researchgate.net/profile/Jose-De-Castro-4/ publication/266732569_GESTAO_E_PLANEJAMENTO_DE_ CURSOS_A_DISTANCIA_EAD_NO_BRASIL_UM_ESTUDO_ DE_CASOS_MULTIPLOS_EM_TRES_INSTITUICOES_DE_ ENSINO_SUPERIOR/links/5438473b0cf204cab1d6d2e8/ GESTAO-E-PLANEJAMENTO-DE-CURSOS-A-DISTANCIA-EAD- NO-BRASIL-UM-ESTUDO-DE-CASOS-MULTIPLOS-EM-TRES- INSTITUICOES-DE-ENSINO-SUPERIOR.pdf Acessado em 17 de dezembro de 2022. A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 6/12 O planejamento para a Implantação Polak (2012) expõe um planejamento inicial a ser desenvolvido para implantar um curso a distância. Figura 1 - 1ª etapa do Planejamento Estratégico de um curso EaD Fonte: Polak, 2012, p. 3 A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 7/12 Para a autora, primeiramente faz-se necessário definir algumas questões, como: • • Selecionar parcerias e definir contratos; • • Idealizar e implementar a infraestrutura tecnológica; • • Planejar e inserir o trabalho multidisciplinar; • • Formar e treinar especialistas, tutores e conteudistas; • • Desenvolver o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) que precisa conter ferramentas interativas para aulas síncronas e assíncronas; • • Criar o plano de gestão; • • Conhecer, implantar e respeitar os instrumentos legais que normatizarão o curso. Polak (2012) também detalha que é preciso criar as infraestruturas que são indispensáveis para que os 3 subsistemas do curso possam se desenvolver. Vale ressaltar que nenhum desses subsistemas é mais importante do que o outro. Figura 2 - Subsistemas para o Projeto do curso EaD Fonte: Polak, 2012, p. 3 A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 8/12 De maneira geral, os cursos são ofertados por uma ou por várias mídias, como a impressa com envio pelo correio e pela internet, a mídia radiofônica, com suporte da mídia impressa e da televisiva, ou mesmo a integração de várias mídias, chamada de convergência midiática, na qual empregam-se ao mesmo tempo materiais impressos, radiofônicos, televisivos, da internet, videoconferências e teleconferências, entre outros recursos. Tudo é uma questão de planejamento, organização e escolhas. A interatividade (aluno-material-conteúdo) é ainda mais rica quando ocorre a mediação do docente no AVA e nos momentos de encontro síncrono. Vale ressaltar que o sucesso (ou não) e a qualidade (ou não) do curso idealizado não depende apenas da forma como ele é ofertado, mas também depende de como ocorre a relação entre os 3 subsistemas. (Polak, 2012) Vamos juntos, ao longo das próximas aulas, conhecer aos poucos todas as etapas e detalhes do planejamento para a implantação de um curso a distância. Em Resumo Foi possível aprender, nesta aula, que no que se refere ao planejamento e organização de um curso a distância, é fundamental que os gestores estejam preparados para realizar esse planejamento e o desenvolvimento completo de um curso que contemple tudo o que seus alunos precisam, com qualidade. Vimos quequalquer curso que queira ser bem sucedido precisa elaborar uma boa proposta pedagógica, que dê o norte para qualquer decisão que venha a ser tomada. Em um primeiro momento, é necessário saber onde se quer chegar e como se quer chegar, para unir esforços em prol desse objetivo. Também aprendemos que é fundamental criar mecanismos que possibilitem planejar, organizar e capacitar a gestão para executar e controlar as atividades, para que esses objetivos sejam atingidos, e que ao desenvolver o projeto de implantação de um curso EaD, a gestão precisa levar em conta o tempo disponível, a gestão de pessoas, o custo-benefício e a qualidade, dentre outras questões. O foco é preparar um curso que estimule o estudante a assumir um papel ativo e de autonomia. A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 9/12 Aplicação prática Faça uma pesquisa na qual identifique um exemplo de instituição de ensino que tenha realizado a implantação de um curso a distância com sucesso. A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 10/12 Na ponta da língua A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 11/12 Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Paula, Keilla Carrijo de; Ferneda, Edilson; & Campos Filho, Maurício Prates de. (2004). Elementos para implantação de cursos à distância. Colabor@ - Revista Digital da CVA- Ricesu. Pereira, Samáris Ramiro; Previtali-Sampaio, Ívia Campos; Seraphim, Jovelino Sérgio; Loddi, Sueli Aparecida; & Brick, Vanessa de Souza. (2020). Implementação de cursos a distância no ensino superior. Congresso Internacional de Educação e Tecnologia. Polak, Ymiracy N de S. (2012). Modos de implantação da educação a distância. Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED. Disponível em http://www.abed. org.br/arquivos/Modos_de_implantacao_EAD_Ymiracy_Polak.pdf Acessado em 20 de novembro de 2022. A Proposta Pedagógica do Curso EaD • 12/12 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 A Implantação do curso EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 3 .2 A Implantação do curso EaD • 2/10 Objetivos de Aprendizagem • Explicar o modelo para a Implantação do curso EaD, levando em conta o tipo de curso, o design do curso, a implementação, as interações e o ambiente. • Conhecer outras características importantes para a implantação do curso EaD. A Implantação do curso EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A Implantação do curso EaD • 3/10 Introdução Já conversamos diversas vezes, ao longo do curso, sobre a importância das TICs e a sua influência no crescimento exponencial da modalidade a distância no ensino. Esse imenso crescimento deu-se e dá-se principalmente em função de propiciar o respeito aos limites individuais de cada estudante, considerando as distâncias, os tempos, as necessidades e as limitações sócio-econômicas, assim como o acesso a tecnologias, gerando interação entre indivíduos que se encontram em qualquer parte do mundo. É um tipo de aprendizado que acontece em qualquer momento e local e, portanto, precisa de um planejamento especial no ‘desenho’ de curso, de técnicas especiais de ensino, de métodos especiais para a comunicação tecnológica, assim como uma boa organização e estrutura administrativa. (Paula, Ferneda & Campos Filho, 2004) Vejamos então um modelo para a implantação de um curso a distância. O modelo para a Implantação do curso EaD Moore e Kearsley (1996, como citado em Paula, Ferneda & Campos Filho, 2004) idealizaram um plano para a implantação de um curso EaD que se baseia em 5 partes. Figura 2 - Modelo Sistêmico para a EaD Fonte: Moore e Kearsley, como citado em Paula, Ferneda e Campos Filho, 2004, p. 4 Vejamos sobre cada uma dessas etapas. A Implantação do curso EaD • 4/10 O tipo de curso Escolher o tipo de curso a ser criado não é tarefa fácil e depende de inúmeras questões que precisam ser analisadas antecipadamente pela equipe responsável pela fase da estruturação do curso. Saiba Mais Se tiver interesse em conhecer um pouco mais sobre a implantação e a gestão de cursos a distância leia os seguintes textos. 1. Duarte, Z. M. C. (2011). Educação a distância (EaD): estudo dos fatores críticos de sucesso na gestão de cursos da região metropolitana de Belo Horizonte na visão dos tutores. Disponível em http://www.fumec.br/anexos/cursos/mestrado/dissertacoes/ completa/zalina_maria.pdf Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Mill, D.; Brito, N. B.; Silva, A. R. da; & Almeida, L. F. (2010) Gestão da educação a distância: noções sobre planejamento, organização, direção e controle de educação a distância. Disponível em https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Mill/ publication/321808230_Gestao_da_educacao_a_distancia_EaD_ nocoes_sobre_planejamento_organizacao_direcao_e_controle_ da_EaD/links/5bfaa48ea6fdcc538819bf36/Gestao-da-educacao- a-distancia-EaD-nocoes-sobre-planejamento-organizacao- direcao-e-controle-da-EaD.pdf Acessado em 17 de dezembro de 2022. A Implantação do curso EaD • 5/10 Dentre essas questões, podemos citar as necessidades dos alunos, a filosofia de trabalho da instituição de ensino que implantará o curso, os especialistas que serão necessários, as estratégias pedagógicas do curso, a formação necessária aos professores-tutores- mediadores, a necessidade de professores conteudistas que desenvolvam o conteúdo certo e eficaz para o curso, as atividades que permearão a formação dos estudantes no curso, os suportes necessários para o curso, dentre outras inúmeras questões. O design do curso Há uma série de tarefas que precisam ser executadas para que o design no curso fique completo e bem estruturado na modalidade a distância. Dentre essas tarefas, podemos citar o design estrutural que trará o layout do curso, a ‘cara’ do curso que será vista pelos usuários, o planejamento em si do curso, que formatará o seu design, a produção dos materiais que serão usados pelos estudantes e as estratégias de avaliação. Estudaremos cada um desses pontos com mais detalhes, mais adiante. A implementação Neste momento, estará sendo realizada a execução, de fato, do curso. Será o momento de colocar em prática tudo o que foi idealizado, fornecendo aos alunos material adequado, suporte, garantia da passagem de informação e uma boa comunicação por meio de material impresso, áudio, vídeo, teleconferência, videoconferência, materiais midiáticos, softwares, etc., que diferenciam o curso a distância do presencial. A escolha das ferramentas e suportes a serem utilizados no curso deve estar definitivamente estipulada nesta fase, e os materiais do curso já devem estar prontos. Este é o momento de colocar a mão na massa, efetivamente. A Implantação do curso EaD • 6/10 As interações Já sabemos que, no curso a distância, as interações não acontecem apenas entre o aluno e o professor ou o aluno e o material, mas também entre o aluno e o tutor, o aluno e os colegas de turma, e ainda entre o aluno e todos os demais elementos que fazem parte do mundo do estudantes como a família, a comunidade, o trabalho, dentre outros, e ainda, e principalmente, com a tecnologia. As Tecnologias de Informação e Comunicação possibilitam inúmeros tipos de interação mediatizada antes impensáveis, bem como de interatividade com materiais inovadores e de ótima qualidade e variedade. O fato de podermos usar em nossas aulas ferramentas digitais como e-mails, listas e grupos de discussão e transmissão, mídias digitais, e diversas outras ferramentas síncronas e assíncronas trazem uma série de vantagensporque possibilitam juntar a flexibilidade da interação com a independência de tempo e local, sem perder a qualidade. O ambiente Finalmente, ao falarmos sobre o ambiente do curso a distância, passamos a ter a possibilidade de estudar em diversos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, sem que exista a necessidade de estar em uma sala de aula física e presencial, o que significa que este novo modelo abre as fronteiras do ensino para qualquer local (isso sem falar no tempo de cada pessoa). No ensino a distância, estudantes e docentes estão separados fisicamente. (Paula, Ferneda & Campos Filho, 2004) A Implantação do curso EaD • 7/10 Outras características importantes para a implantação do curso EaD Em resumo, podemos dizer que para que a implantação de um curso a distância efetivamente ocorra é necessário que: 1. O curso oferecido esteja focado na questão pedagógica e não na tecnologia, que será a ferramenta a ser usada, mas não a base. 2. O curso tenha objetivos bem traçados, público-alvo bem definido e expectativas bem delimitadas. 3. O curso e os programas atendam às necessidades dos alunos, tendo um planejamento bem definido, equipes claramente delimitadas e comprometimento da instituição como um todo. 4. O conteúdo das disciplinas atenda às necessidades dos estudantes, preparando- os, efetivamente, para o mundo do trabalho e para a convivência em sociedade, assim como que sejam integrados às tecnologias escolhidas para o curso. 5. Na EaD, o contato entre educadores e estudantes ocorre de forma indireta, portanto o aprendizado precisa acontecer sem a presença constante do professor/tutor/mediador, mas de forma efetiva e com qualidade. A Implantação do curso EaD • 8/10 6. O curso utilize mídias apropriadas para o conteúdo que se pretende passar e como se pretende passar, oferecendo vantagens e benefícios pedagógicos e financeiros para os estudantes, nesse sentido. 7. O curso estimule a criação de comunidades virtuais entre os aprendizes. 8. Finalmente, a metodologia escolhida propicie flexibilidade de aprendizagem para os estudantes de forma que ele consiga aprender no seu ritmo, quando e onde quiser. Vale ainda ressaltar que para termos um diagnóstico prévio à implantação de um curso EaD é importante analisar os seguintes pontos: • Qual o público-alvo? • Quais as necessidades desse público-alvo? • Quais são os pré-requisitos necessários para que a execução do curso dê certo? • Qual o contexto social e geográfico que deve ser considerado? • Quais os recursos tecnológicos necessários? • Quais as expectativas do professor e do aprendiz? • Quais os objetivos gerais e específicos do curso? • Quais os conteúdos que serão ensinados? • Qual o cronograma de desenvolvimento e execução do curso? (Paula, Ferneda & Campos Filho, 2004) Em Resumo Tivemos a oportunidade de aprender, nesta aula, que o ensino a distância é um tipo de aprendizado que acontece em qualquer momento e local e, portanto, precisa de um planejamento especial no ‘desenho’ de curso, de técnicas especiais de ensino, de métodos especiais para a comunicação tecnológica, assim como uma boa organização e estrutura administrativa. Estudamos como ocorre o processo de implantação de um curso EaD, levando em conta o tipo de curso, o design do curso, a implementação, as interações e o ambiente. Vimos ainda algumas características importantes para a implantação desse curso e o que deve ser analisado previamente. Espero que tenha gostado. A Implantação do curso EaD • 9/10 Na ponta da língua Referências Bibliográficas OSTERWALDER, A. Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios, 1 ed. . RIO DE JANEIRO – RJ – Alta Books, 2020 JOHNSON, M. Reinvent your Business Model, 1 ed. Boston – Massachusetts – Harvard Business Review Press, 2018 A Implantação do curso EaD • 10/10 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 A Preparação e a Comunicação no curso EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 3 .3 A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Explicar como ocorre o processo de comunicação no ensino a distância. • Compreender a preparação e o acompanhamento no ensino a distância (docentes, estudantes e equipe multidisciplinar). A Preparação e a Comunicação no curso EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 3/12 Introdução Uma das grandes vantagens do ensino a distância é que vem sendo uma poderosa ferramenta de inclusão social, visto que todas as pessoas, de qualquer lugar do mundo, com qualquer deficiência ou dificuldade, seja física, emocional, ou financeira, tem a chance de estudar, e isso faz com que seja uma modalidade de ensino muito democrática. Porém, para que realmente seja uma ferramenta de inclusão, precisa prestar atenção a algumas questões como a acessibilidade dos estudantes à internet e a disponibilidade de aparelhos como computadores, tablets e celulares, dentre outros, porque sem eles o aprendizado não acontece. Um outro detalhe é que ainda que o ensino seja a distância, alguns encontros são necessários, para que os estudantes se sintam amparados. No ensino híbrido (blended learning), ocorrem alguns encontros presenciais, mas no ensino completamente a distância, esses momentos precisam ser síncronos, para que os aprendizes se sintam mais engajados e motivados a continuar. Vejamos então um pouco sobre o processo de comunicação e interação que ocorre no ensino a distância e ainda o sistema de preparação e acompanhamento do processo. O processo de comunicação no ensino EaD No planejamento do curso a distância, é essencial que o processo de comunicação não seja unidirecional, ou seja que a informação tenha ida e volta, caso contrário o aluno sentirá que não consegue transmitir à instituição qualquer informação que sinta necessidade de passar, já seja um elogio ou alguma falha no processo. A correta interação, seja ela qual for e entre quem for, precisa de uma comunicação bidirecional, visto que: • Estimula a motivação e o engajamento do aprendiz; • Facilita o aprendizado do estudante, intercambiando comentários, sugestões, explicações, dentre outros; • Permite que o aluno acompanhe o andamento de sua situação; A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 4/12 • Possibilita identificar deficiências do curso que precisam ser sanadas. Vale ressaltar que o processo eficiente de comunicação é muito mais definido pela proposta pedagógica da instituição do que pelos limites criados pela distância, isso, porque muitas vezes no próprio ensino presencial a comunicação ocorre de forma unidirecional e autoritária. Portanto, é o projeto pedagógico de cada instituição, independente do modelo, que vai sustentar a comunicação eficiente entre estudantes e a instituição de ensino. Por meio das mídias que são empregadas no curso, que, conforme já ensinado, podem ser impressas, por vídeos, por televisão, pela internet, é possível que o processo de comunicação entre os diversos usuários se dê de maneira flexível e dinâmica. Ao se planejar, por exemplo, o material didático que será utilizado no curso, e para que ocorra, deveras, uma aprendizagem ativa, é necessário se ater a alguns detalhes como escrever como se estivesse conversando com o estudante, como em um diálogo encorajador, é a famosa linguagem dialógica, que faz com que o aprendiz se sinta próximo do professor, refletindo com ele. Sendo assim, o uso da internet consolida novas formas de comunicação na educação, possibilitando, inclusive trocas que produzem conhecimentos colaborativos, com compartilhamentode informações. Vale reiterar que no ensino a distância o foco é que o estudante atue de forma ativa em seu processo de aprendizagem e que os demais agentes contribuam para que isso ocorra, não é verdade? (Guarezi & Matos, 2012) A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 5/12 Saiba Mais Para conhecer um pouco mais sobre o processo de comunicação nos cursos a distância leia os seguintes textos e reflita a respeito. 1. Tenório, A.; Junior, J. F.; & Tenório, T. (2015). A visão de tutores sobre o uso de fóruns em cursos a distância. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância. Disponível em http://seer. abed.net.br/index.php/RBAAD/article/view/264 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Slomski, V. G.; Araujo; A. M. P. de.; Camargo, A. S. S.; Weffort, E. F. J. (2016). Tecnologias e mediação pedagógica na educação superior a distância. Disponível em https://www.scielo.br/j/jistm/a/5GM3ch mQBwDdKcp3snZYFKc/?format=pdf&lang=pt Acessado em 17 de dezembro de 2022. A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 6/12 A preparação e o acompanhamento do ensino EaD Para que tudo dê certo, no processo de criação de um curso EaD, deve haver um planejamento para preparar estudantes e professores para aprenderem e ensinarem a distância, assim como preparar toda a equipe envolvida, como os coordenadores, os mediadores, os editores, os conteudistas, enfim, todos aqueles que direta ou indiretamente trabalham para a construção e execução desse curso, a equipe multidisciplinar. Todos precisam conhecer em profundidade a proposta pedagógica do curso, para agirem coletiva e colaborativamente de forma a garantir a qualidade. Para tanto, é necessário que se forme uma equipe bem capacitada que será a responsável pela preparação dos docentes, alunos e demais agentes. Essa equipe precisa ter uma formação em pedagogia para que seja conhecedora de como o aluno aprende e de suas necessidades, assim como de EaD, conhecendo os princípios da andragogia, visto que, conforme já estudamos, a maior parte do público alvo desta metodologia de ensino costuma ser adulto. (Guarezi & Matos, 2012) Vejamos juntos mais detalhes dessa preparação. A preparação dos docentes Sabemos que boa parte dos professores têm muita experiência em sala de aula, mas pouco ou nenhum conhecimento sobre tecnologias e ensino a distância. Então precisa receber um treinamento inicial, ficar ciente da proposta pedagógica do curso, entender quais as ferramentas tecnológicas que precisarão ser utilizadas, compreender quais as necessidades do aluno nesse curso em especial, e depois ter um acompanhamento constante da equipe, que poderá ajudá-lo na elaboração do material que irá utilizar. (Guarezi & Matos, 2012) O professor do curso a distância precisa se capacitar para assumir diferentes funções. Ele pode ser tutor, curador, conteudista, designer, monitor, coordenador, etc. A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 7/12 Como autor de material, ele deverá elaborar e organizar os conteúdos necessários aos alunos. Precisará planejar o conteúdo, escolher as letras, os tamanhos, as cores, os fundos, o layout, escolher o material visual a ser inserido como imagens, figuras, diagramas, tabelas, gráficos, fotos etc., escolher sons e animações, dominar recursos multimídias, dentre outras habilidades. Como curador, ele deverá checar o material desenvolvido, ajustar falhas de escrita, diagramação, modificar enunciados, títulos, reescrever parte de conteúdos quando assim for necessário e rever continuamente o material, de forma que esteja sempre atualizado e que seja dinâmico para os alunos. Como designer, poderá ser um designer gráfico e visual, responsável pela tecnologia educacional ou ser um designer instrucional, sendo o responsável pelo planejamento global do curso. Também pode criar ou auxiliar no desenvolvimento dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, visto que tem experiência em educação, contato com os alunos e acompanha o seu aprendizado. Pode ainda ser um consultor para o mercado EaD, realizando monitoria, ou coordenando diversos grupos de professores. E pode assumir a função de tutor, organizando sua sala de aula virtual, definindo ou fazendo cumprir o calendário do curso, explicitando as regras do curso e das aulas, delimitando o início de fim das atividades, acompanhando o aprendizado dos estudantes, coordenando os tempos de acesso aos materiais e atividades, desempenhando um papel administrativo e organizacional, sendo um guia dos alunos. (Maia & Mattar, 2007) A preparação dos alunos Visto que a maior parte do público-alvo do ensino a distância está composta por adultos, é preciso levar em conta que se por um lado têm muita experiência de vida, tanto profissionalmente, como em sociedade, por outro não nasceram na era da informática, e apresentam, às vezes, bastante dificuldade com o uso da tecnologia e o ensino fora da sala de aula. A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 8/12 Portanto, caso não haja um bom planejamento, a execução do curso pela instituição pode terminar tendo resultados muito negativos, porque os estudantes podem não estar preparados para essa modalidade. Além das dificuldades com as tecnologias, muitas vezes esses estudantes têm muitos afazeres em suas vidas, então precisam de um curso objetivo, bem planejado, que lhes possibilite usar seu tempo de forma eficiente, para que não decidam desistir. Então, como uma forma de preparo para o aluno é importante que antes do começo do curso ele saiba o que é a EaD e como é o curso a distância, quais as diferenças com relação ao curso presencial, para que ele não confunda as modalidades quando começar seus estudos. Também é importante que ele compreenda as vantagens e as limitações, quais são os papéis de cada agente envolvido na modalidade, principalmente do papel do professor-tutor-mediador, que não tem mais aquela função do professor presencial expositor de conteúdos. Precisa ainda entender a relevância de ele próprio assumir o seu papel de sujeito ativo, e quais as características e habilidades que precisa ter para estudar nessa modalidade. É fundamental que compreenda profundamente a proposta pedagógica do curso, os objetivos, os conteúdos, as formas de avaliação e demais estruturas, assim como as ferramentas tecnologias com as quais precisará estudar a distância. (Guarezi & Matos, 2012) A preparação e o acompanhamento dos demais agentes - Equipe Multidisciplinar Quando decidimos implantar um curso a distância a ser oferecido para a comunidade é essencial que se crie uma equipe multidisciplinar composta por um designer pedagógico, uma equipe de tutores e professores capacitados, uma equipe de apoio logístico, um grupo de professores conteudistas, dentre outros profissionais. A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 9/12 E é fundamental que toda essa equipe envolvida no preparo do curso saiba quais são os seus papéis. Todos precisam estar comprometidos com a qualidade do curso que se pretende oferecer, com as necessidades dos estudantes, com a qualidade e comprometimento do atendimento ao aluno, dos materiais proporcionados, e todas as demais questões que possibilitarão que o aluno fique satisfeito com o que lhe está sendo oferecido. (Guarezi & Matos, 2012) Cada grupo de profissionais dessa equipe terá como responsabilidade um conjunto de ações, e um fluxo de trabalho, e todas as equipes precisam desenvolver bem o seu trabalho de forma a não comprometer o resultado do todo, ou seja, o trabalho de uma equipe compromete a qualidade e o funcionamento das demais. Estão todas interligadas. Portanto, é preciso que elas troquem experiências e se mantenham em diálogo constante para que as metas e objetivos do curso se consolidem, desenvolvendo, efetivamente, uma prática pedagógica multidisciplinar. (Paiva, Ferreira & Cunha, 2005) A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 10/12 Em Resumo Vimos, nesta aula, que no planejamento do cursoa distância é essencial que o processo de comunicação seja bidirecional, ou seja que a informação tenha ida e volta, caso contrário o aluno sentirá que não consegue transmitir à instituição qualquer informação que sinta necessidade de passar, já seja um elogio ou alguma falha no processo. Aprendemos que o processo eficiente de comunicação é muito mais definido pela proposta pedagógica da instituição do que pelos limites criados pela distância, isso, porque muitas vezes no próprio ensino presencial a comunicação ocorre de forma unidirecional e autoritária. Vimos que o uso da internet vem consolidando novas formas de comunicação na educação, possibilitando, inclusive trocas que produzem conhecimentos colaborativos, com compartilhamento de informações. No caso do preparo e acompanhamento do curso, o professor precisa se capacitar para assumir diferentes funções, como a de tutor, curador, conteudista, designer, monitor, coordenador etc. Em se tratando dos estudantes, vimos que além das dificuldades com as tecnologias, muitas vezes eles têm muitos afazeres em suas vidas, então precisam de um curso objetivo, bem planejado, que lhes possibilite usar seu tempo de forma eficiente, para que não decidam desistir. Então, como uma forma de preparo para o aluno, é importante que antes do começo do curso ele saiba o que é a EaD e como é o curso a distância, quais as diferenças com relação ao curso presencial, para que ele não confunda as modalidades quando começar seus estudos. Também aprendemos que a equipe multidisciplinar precisa ser bem escolhida e trabalhar em sincronia e em conjunto para que uma parte da equipe não comprometa o desempenho dos demais. A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 11/12 Na ponta da língua Referências Bibliográficas OSTERWALDER, A. Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios, 1 ed. . RIO DE JANEIRO – RJ – Alta Books, 2020 JOHNSON, M. Reinvent your Business Model, 1 ed. Boston – Massachusetts – Harvard Business Review Press, 2018 A Preparação e a Comunicação no curso EaD • 12/12 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 O Desenvolvimento do curso EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 3 .4 O Desenvolvimento do curso EaD • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Explicar como ocorre o desenvolvimento dos cursos a distância focado nos materiais didáticos escolhidos. • Compreender a importância das TICs no desenvolvimento do curso a distância. O Desenvolvimento do curso EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. O Desenvolvimento do curso EaD • 3/11 Introdução O conceito ‘tecnologias disruptivas’ foi difundido por Clayton Christensen e representa inovações que provocam rupturas em estruturas de negócios já constituídas, mudando paradigmas. Diante dessas tecnologias inovadoras, empresas que são novas e mais enxutas terminam tendo mais vantagens e flexibilidade para lidar com mudanças, isso porque essas empresas iniciam seus negócios focando em nichos de mercado que não recebem muita atenção, mudando radicalmente o contexto do mercado local. Tecnologias disruptivas são aquelas que fazem com que as empresas precisem fazer as coisas de forma diferente. Dentre elas, podemos citar, com certeza, o uso da internet. Pode-se dizer que essas tecnologias podem destruir negócios antigos e criar novos, como pode ser observado com as mídias como jornais e livros que vêm perdendo espaço para as mídias digitais. Após essa contextualização, é preciso enfatizar que a educação vem passando por muitas mudanças nas últimas décadas, mudanças essas radicais, que estão transformando a forma como ensinamos e aprendemos. Sem dúvida, uma fatia de mercado antes ignorada, e que vem sendo explorada pelas empresas de educação disruptiva são os adultos, principalmente os adultos trabalhadores. Antes mesmo da aparição e crescimento da internet, o ensino a distância já estava de olho nesse público, os trabalhadores que não tinham conseguido concluir no tempo normal seus estudos e que precisavam terminar ou se reciclar. Portanto, esse é um dos motivos de o ensino a distância estar tão ligado ao ensino de adultos. Vamos, então, estudar um pouco melhor como o ensino a distância se desenvolve, focado principalmente nesse público-alvo. (Maia & Mattar, 2007) O Desenvolvimento do curso EaD • 4/11 O desenvolvimento do ensino a distância focado no material didático escolhido Para que a proposta pedagógica seja realizada de maneira efetiva, é essencial planejar a logística dessa execução. Para a efetiva execução de um curso EaD, o desenvolvimento precisa considerar o diagnóstico prévio que foi realizado com relação ao público-alvo, à produção e à escolha do material didático mais apropriado, à metodologia que será implementada, aos instrumentos que serão usados nas avaliações, à produção técnica, à comunicação, ao suporte que será oferecido e ainda à avaliação do curso como um todo. Ao falarmos em material didático, não podemos esquecer que ele é o esqueleto do curso a distância, ou seja, a base de sustentação do interesse e motivação dos estudantes pelo curso, e portanto, precisa ser muito bem escolhido e elaborado. Imaginemos um material que não esteja pronto em tempo para determinado curso pode causar muita dor de cabeça, até que se encontre uma alternativa à altura para a troca que precisará ser realizada. Ao ser um curso EaD, devemos levar em conta que não reproduza aulas convencionais. É preciso que o curso tenha um sistema de monitoramento do andamento do aluno on-line, que faça com que ele consiga, realmente, desenvolver um estudo mais independente. Para tanto, é necessário verificar que todo o curso esteja focado em oferecer atividades interativas, flexíveis e inovadoras. No desenvolvimento do curso, escolher adequadamente o material didático é fundamental. Ele deve estar de acordo com a proposta pedagógica do curso e precisa ter passado por um rigoroso processo de análise. Não podemos esquecer que, no curso a distância, o tutor-mediador está longe do estudante, e portanto, o material precisa ser claro, mediatizado, dinâmico, de forma a motivar o estudo por parte dos aprendizes, sem a presença física desse ‘guia’. É imprescindível que o material possibilite a autoaprendizagem dos estudantes, e portanto deve ser muito bem escolhido e desenvolvido. Apresentar ao estudante um material claro, bem escrito, mediatizado, com atividades O Desenvolvimento do curso EaD • 5/11 lúdicas, interessantes e que insiram a colaboração e a interação, e ainda avaliações interessantes, que estimulem, realmente, a aquisição de conhecimento significativo farão com que ele queira permanecer curso, por sentir-se acolhido e satisfeito, com a segurança de que conseguirá aprender, precisando, a cada tempo, de menos interferência dos professores-tutores, transformando-se aos poucos em um sujeito cada vez mais autônomo e independente. Portanto, é essencial que o professor conteudista receba todas as informações possíveis sobre o perfil do estudante desse curso, e que após a sua elaboração, passe por uma revisão de conteúdo, de redação e de linguagem, adequando-os às necessidades do curso a distância. (Guarezi & Matos, 2012) Os materiais usados em um curso a distância podem incluir, além dos textos tradicionais, e que precisam mesmo fundamentar o conhecimento que será passado, sons e imagens. Quando o material possibilita que o aprendiz faça uma imersão em seu conteúdo, múltiplos sentidos podem ser envolvidos como os olhos, ouvidos, dedos, intuição, imaginação, etc., valorizando o lado lúdico e experimental. Essas novas formas de interaçãocom o material digital não substituem as formas orais e impressas tradicionais, necessárias para o processo de ensino e aprendizagem, porém elas transformam e inserem novas dimensões, novos sentidos e novas percepções para aquilo que está sendo ensinado, exigindo novas metodologias e novas ações. (Kenski, 2015) Conforme Espírito Santo e Borhz (2015, como citado em Pereira et. al, 2020) dentre os tipos de material existentes tem-se: 1. Conteúdo mais suporte: que separa o conteúdo, de fato, e o auxílio que o tutor-mediador precisa dar para que se alcance a compreensão plena desse material; 2. Wrap around: no qual parte do tempo é dedicado às interações on-line e na outra parte oferece-se um conteúdo pré-determinado; 3. Modelo integrado: que combina atividades colaborativas, recursos para o aprendizado e algumas atividades em grupos. O Desenvolvimento do curso EaD • 6/11 Saiba Mais Para compreender melhor a importância das Tecnologias de Informação e Comunicação, as TIC, no desenvolvimento dos cursos a distância, leia os seguintes textos e pense como se deu o processo de evolução e inserção delas na educação. 1. Cruz, F. F. da S. da; & Morais, N. O. (2021). A importância das TICs no processo de desenvolvimento da educação a distância. Revista Científica de Tecnologias para Educação. Disponível em http://45.71.6.16/index.php/ticseadfoco/article/view/539 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Reis, A. T. V. (2016). A importância das TICs e da educação como processo comunicacional dialógico no ensino superior: um estudo da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Disponível em http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1465 Acessado em 17 de dezembro de 2022. O Desenvolvimento do curso EaD • 7/11 As TICs no desenvolvimento do curso a distância Além da atenção e cuidado na escolha e elaboração do material didático, a análise das ferramentas tecnológicas que serão implementadas no desenvolvimento do curso também é fundamental. As TICs são as diversas tecnologias que de forma direta ou indireta interferirão nos processos de comunicação que ocorrerão entre os diversos agentes e usuários do curso. No início do curso, o aluno precisa ser incluído digitalmente, isso significa que é necessário treinamento ou capacitação para que se tenha a certeza que ele adquiriu o conhecimento para navegar pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem e encontrar tudo o que precisa para aprender. Não podemos esquecer que não cabe apenas inserir as TICs no curso. Para que ocorra, realmente, uma educação de qualidade, com metodologias inovadoras, devemos integrar espaços e tempos de forma que a aprendizagem ocorra unindo os espaços físicos e digitais. Logicamente, instituição e estudantes precisam ter uma conexão de internet de qualidade para que seja possível interagir nas atividades síncronas e assíncronas. Além do uso para o estudo em si, as TICs também auxiliam a gestão dos cursos propiciando a transmissão de informações entre as instituições e toda a comunidade envolvida, como professores, tutores, colaboradores, ex-alunos, alunos, e demais agentes. Por meio das TICs, tem-se o controle das informações dos estudantes, como dados pessoais, histórico e demais documentos apresentados pelo ingressante, certificados, diplomas, pedidos de aproveitamento de disciplinas e diversos outros documentos e comprovações. Quando existe um banco de dados bem estruturado, o acesso a essas informações torna-se muito mais rápido e eficaz. A infraestrutura de TICs necessária abrange hardware e softwares, bem como os processos relevantes para a sua gestão. Vale ressaltar algo muito importante no que se refere às tecnologias de informação e comunicação que é a segurança dos dados. Assim, exige-se critério e bons programas que garantam essa segurança para todos os usuários. (Pereira et. al, 2020) O Desenvolvimento do curso EaD • 8/11 Em Resumo Aprendemos, nesta aula, que para a efetiva execução de um curso EaD, o desenvolvimento precisa considerar o diagnóstico prévio que foi realizado com relação ao público-alvo, à produção e à escolha do material didático mais apropriado, à metodologia que será implementada, aos instrumentos que serão usados nas avaliações, à produção técnica, à comunicação, ao suporte que será oferecido e ainda à avaliação do curso como um todo. Também vimos que além da atenção e cuidado na escolha e elaboração do material didático, é fundamental que se realize uma análise das ferramentas tecnológicas que serão implementadas no desenvolvimento do curso e ainda que se prepare o estudante (e demais agentes) para que interaja com o AVA, realizando seus estudos de forma eficiente e encontrando as informações necessárias quando quiser e com segurança. O Desenvolvimento do curso EaD • 9/11 Na ponta da língua O Desenvolvimento do curso EaD • 10/11 Referências Bibliográficas Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Kenski, Vani Moreira. (2015). Tecnologias e ensino presencial e a distância. [livro eletrônico]. Campinas, SP: Papirus. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Pereira, Samáris Ramiro; Previtali-Sampaio, Ívia Campos; Seraphim, Jovelino Sérgio; Loddi, Sueli Aparecida; & Brick, Vanessa de Souza. (2020). Implementação de cursos a distância no ensino superior. Congresso Internacional de Educação e Tecnologia. Disponível em https://cietenped.ufscar.br/submissao/index.php/2020/article/ view/1257/931 Acessado em 20 de novembro de 2022. O Desenvolvimento do curso EaD • 11/11 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 O Desenvolvimento do curso EaD D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 3 .5 O Desenvolvimento do curso EaD • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Explicar a importância da mediação pedagógica na execução do curso a distância. • Compreender as competências necessárias aos mediadores. • Estudar as atribuições do mediador. • Traçar os desafios da mediação no curso da distância. O Desenvolvimento do curso EaD Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. O Desenvolvimento do curso EaD • 3/12 Introdução Os dois elos da corrente no ensino a distância (assim como em qualquer modalidade de ensino, diga-se de passagem) são o estudante e o professor por meio de uma plataforma digital. Sem eles o processo de ensino e aprendizagem não acontece e é entre eles que ocorre a maior mediação. Recapitulemos algumas reflexões que fomos aprendendo ao longo de nosso curso ou ao longo de nossa prática educativa e pensemos um pouco a respeito da importância da mediação. Dentre os saberes que Vygotsky compartilha em seus estudos, está que o pensamento e, junto com ele, a aprendizagem, têm como base a integração entre as dimensões afetiva e cognitiva, e o ‘outro’ é fundamental para que ocorra a aquisição de conhecimento, auxiliando na realização das atividades educativas. O conhecimento, conforme Piaget, o precursor do construtivismo, é estruturado pela interação que ocorre com o meio, questionando as ideias do ensino tradicional. Isso significa que os vínculos que ocorrem são fundamentais para que cada um construa e organize o seu saber. Devemos relembrar também que Wallon defende que somos essencialmente ‘emocionais’ quando somos crianças e aos poucos vamos nos transformando em sócio-cognitivos, algo que se dá com o tempo. Para Feuerstein, as Experiências de Aprendizagem Mediada (EAM) têm a ver com a transformação que ocorre em um ambiente por meio de um mediador, que é o responsávelpor selecionar, organizar, filtrar e programar os diversos estímulos para que o conhecimento aconteça. Finalmente Maria Montessori, criadora do modelo montessoriano, enfatiza que é necessário que o estudante tenha mais autonomia e autodesenvolvimento, realizando seu estudo em seu tempo, e as mediações que ocorrem propiciam o progresso nesse sentido. (Ead Plataforma, 2020) Estudemos agora sobre como se dá o processo de mediação pedagógica, sua importância e o processo de avaliação da EaD. Venha comigo mais um pouco. O Desenvolvimento do curso EaD • 4/12 A mediação pedagógica no curso EaD Adquirir conhecimento exige esforço, persistência e paciência, e com a mediação esse processo ocorre de uma forma um pouco mais suave e agradável. Quando estamos diante de cursos a distância, essa aquisição de conhecimento deve ter como base a interatividade, que precisa envolver os diversos agentes e também o ambiente, criando e desenvolvendo vínculos, vivências e interações entre estudantes, professores, tutores, direção, suporte técnico, administração, dentre outros, de forma colaborativa, organizada e bidirecional (por que não dizer multidirecional?). Nos cursos a distância, o tutor-mediador é o suporte mais direto e próximo do aprendiz, é aquele que possibilita e estimula a interação e a colaboração, motivando-o, estimulando a troca de experiência entre os diversos estudantes, a comunicação em grupos e o respeito às diferenças. A construção do conhecimento vai ocorrendo aos poucos, à medida que as interações entre aluno-material, aluno-outros alunos, e aluno-tutor vão acontecendo, por meio da integração dos conteúdos à prática, com o estímulo e acompanhamento do tutor. Deve-se valorizar o autoconhecimento, a autoavaliação, e os resultados obtidos a cada tarefa entregue e corrigida (e aprovada, claro). E o tutor-mediador, ‘presente a distância’, de forma sutil a cada passo, deve fortalecer e estimular essas interações, sendo um facilitador, um guia. São os tutores que incentivam o estudo e a pesquisa, o compartilhamento de informações, o estudo colaborativo, que provoca reflexões, esclarece dúvidas, avalia as tarefas feitas e acompanha os estudantes ao longo de seus estudos. (Guarezi & Matos, 2012) As competências necessárias aos mediadores Os tutores mediadores precisarão ser sempre avaliados com relação: 1. Ao conhecimento pertinente ao conteúdo que está sendo ministrado no curso; 2. Ao conhecimento geral sobre a instituição na qual o curso está sendo ofertado; 3. Ao perfil dos estudantes; O Desenvolvimento do curso EaD • 5/12 4. Às suas habilidades com relação ao uso de tecnologias de informação, comunicação oral e comunicação escrita; 5. Às suas atitudes no que se refere à sua flexibilidade, à sua facilidade de se relacionar com os estudantes e demais agentes, e à sua postura ética. (Guarezi & Matos, 2012) Saiba Mais Para entender melhor sobre a importância da mediação no desenvolvimento de um curso a distância leia os seguintes textos. 1. Galasso, B. J. B. ; & Matuda, F. G. (2021). A Mediação Pedagógica a Distância como Processo de Formação Docente: o Caso da UNIVESP. Revista Científica de Educação a Distância. Disponível em https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/ view/1323 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Crepaldi, N. P.; & Santos, A. R. dos. (2021). Mediação pedagógica no ensino à distância: o papel do tutor em ambientes colaborativos de aprendizagem. Disponível em https://econtents.bc.unicamp. br/inpec/index.php/tsc/article/view/15806 Acessado em 17 de dezembro de 2022. O Desenvolvimento do curso EaD • 6/12 As atribuições do mediador Dentre as principais atribuições do mediador podemos citar: 1. Planejar as aulas conforme a proposta pedagógica e as novas teorias de aprendizagem, inserindo metodologias ativas. 2. Refletir sobre as formas de avaliação no curso a distância, levando em conta os feedbacks que deverão ser dados aos estudantes. 3. Escolher as diversas tecnologias que serão inseridas no curso, diversificando-as, incluindo videoaulas, e-books, podcasts, plataforma e-learning, webconferências etc. 4. Refletir sobre a inserção contínua de novas formas de ensinar, aproveitando os recursos que estão disponíveis nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. 5. Valorizar a autonomia dos estudantes e seu papel ativo no processo de aprendizagem, aproveitando seus conhecimentos prévios, estimulando o compartilhamento de experiências e a inclusão. (Ead Plataforma, 2020) Podemos dizer ainda que caberá ao tutor organizar a sala virtual, definir e divulgar o calendário e os objetivos do curso, assim como as regras que deverão ser seguidas. O Desenvolvimento do curso EaD • 7/12 Precisa deixar bem claro, o início e o fim das atividades, acompanhar o desempenho e progressividade dos estudantes, coordenar o tempo de acesso aos materiais e atividades, checar o cumprimento dos prazos de entrega, desempenhando um papel administrativo e organizacional. É o mediador o responsável pelo primeiro contato com a turma, pela apresentação do curso/disciplina, por meio de mensagens de boas vindas, por exemplo, estimulando a apresentação dos estudantes, com um fórum de apresentação, e tentar identificar os alunos que são mais introvertidos para que consigam interagir. O mediador, também, deve enviar mensagens de motivação e de agradecimento, dar feedbacks das avaliações de forma clara, gerar o senso de comunidade e cooperação na turma, precisando de um alto grau de inteligência interpessoal, exercendo um papel social. Deve haver um canal extra classe pelo qual o estudante possa entrar em contato com seu tutor e aguardar a sua resposta quando tiver dúvidas no momento do estudo. Com relação à função pedagógica, cabe ao tutor-mediador além de corrigir as atividades, incentivar a pesquisa, dar dicas de buscas ao referencial adequado para o estudo, fazer perguntas, relacionar diversos comentários, bem como coordenar debates, encorajando o compartilhamento e a construção do conhecimento. Cabe ao tutor, ainda, esclarecer sobre o material textual, visual e multimídia, desempenhando uma função tecnológica. Para tanto, é fundamental que as instituições desenvolvam projetos de treinamento e capacitação aos tutores, inclusive para o uso das ferramentas empregadas na tutoria, de forma contínua. Em seu novo papel, o mediador passa a ser um ‘guia do lado’ (guide on the side), passando de orador a tutor, de expositor a facilitador e de avaliador a mediador da aprendizagem. (Maia & Mattar, 2007) Os desafios da mediação no curso a distância Estruturar um curso a distância e organizar uma mediação que seja eficiente e condizente com a qualidade do curso que está sendo ofertado não é tarefa fácil. É preciso observar uma série de fatores e analisar várias situações. O Desenvolvimento do curso EaD • 8/12 Vejamos alguns dos desafios que os mediadores precisarão enfrentar. 1. Compreender que o professor mediador não é o ‘senhor’ do conhecimento e que os estudantes precisam adotar uma postura mais ativa em seu processo de aprendizagem. 2. Não desviar o foco de sua preocupação principal que é o estudante. 3. Refletir sobre a compreensão que o aluno está tendo no que diz respeito aos conteúdos com os quais está tendo contato, levando em conta que alguns podem ter mais dificuldade para assimilá-los, assim como podem ter mais dificuldade de uso e acesso à internet. 4. Não esquecer que o professor está assumindo um outro papel que é o de mediador e estimulador e guia do aprendizado. 5. Refletir sobre as diferentes necessidades intelectuais, emocionais, físicas, sociais e culturais dos estudantes. 6. Ser empático e manter a escuta ativa, acolhendo os estudantes e mantendo a inclusão social. 7. Estimular o pensamento crítico para que os estudantes aprendam tendo como base os seus questionamentos e dúvidas. (Ead Plataforma, 2020) O Desenvolvimento do curso EaD • 9/12 Em Resumo Aprendemos, nestaaula, que os dois elos da corrente no ensino a distância são o estudante e o professor por meio de uma plataforma digital. Sem eles, o processo de ensino e aprendizagem não acontece e é entre eles que ocorre a maior mediação. Compreendemos que, em se tratando de cursos a distância, a aquisição de conhecimento deve ter como base a interatividade, que precisa envolver os diversos agentes e também o ambiente, criando e desenvolvendo vínculos, vivências e interações entre estudantes, professores, tutores, direção, suporte técnico, administração, dentre outros, de forma colaborativa, organizada e bidirecional. Também estudamos que nos cursos a distância, o tutor-mediador é o suporte mais direto e próximo do aprendiz, aquele que possibilita e estimula a interação e a colaboração, motivando-o, estimulando a troca de experiência entre os diversos estudantes, a comunicação em grupos e o respeito às diferenças. E ainda tivemos acesso a algumas das competências e atribuições dos tutores e os desafios que precisam ser superados para que a mediação aconteça de forma eficiente. Espero que tenha gostado. O Desenvolvimento do curso EaD • 10/12 Na ponta da língua O Desenvolvimento do curso EaD • 11/12 Referências Bibliográficas Ead Plataforma. (2020). Desafios e oportunidades: o que é mediação pedagógica na EAD? Disponível em https://blog.eadplataforma.com/setor-ead/o-que-e-mediacao- pedagogica-ead/# Acessado em 03 de dezembro de 2022 Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. O Desenvolvimento do curso EaD • 12/12 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 A Avaliação nos Cursos a Distância D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 4 .1 A Avaliação nos Cursos a Distância • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Explicar como deve ocorrer o processo de avaliação no curso a distância. • Compreender quais são as funções e as modalidades da avaliação. • Conhecer os critérios usados para a escolha da avaliação mais adequada e quais os instrumentos usados. A Avaliação nos Cursos a Distância Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A Avaliação nos Cursos a Distância • 3/12 Introdução Ao iniciarmos nossa aula sobre o processo de avaliação nos cursos a distância, precisamos refletir sobre se avaliar, se dar nota, significa ‘julgamento’, ou sucesso ou insucesso da aprendizagem. Vale ressaltar que para muitos professores, gestores e alunos esse é o entendimento, mas será que o processo de avaliação deve ser relegado a apenas ‘julgar’ o quanto o estudante conseguiu (ou não) assimilar, ou, vendo pelo outro ponto de vista, o quanto o docente conseguiu (ou não) passar o conhecimento necessário? Pensando no ensino a distância, no qual o aprendiz é o principal responsável pelo seu próprio aprendizado, será que a avaliação significa apenas o quanto ele conseguiu (ou não) assimilar o conhecimento? Ou ainda, o quanto o material didático oferecido pelo curso e os recursos e ferramentas foram efetivos no aprendizado ministrado ao estudante? Acredito piamente que a avaliação deve ser vista como uma possibilidade potencial de aprendizagem e não como um processo de julgamento, o que acha meu aluno? Pensando na disseminação dos cursos a distância nos últimos anos, novas reflexões sobre o assunto surgiram, como: será que a aprendizagem precisa de avaliação? Quais os tipos de avaliação que respeitam o aluno e seu ritmo de aprendizagem? Que avaliações conseguem medir, de fato, a aprendizagem que ocorre a distância? Será que é possível adequar as formas tradicionais de avaliação para o curso a distância, se é que elas serviram bem ao ensino presencial? (Conrad & Openo, 2019) Vejamos agora sobre as características do processo avaliativo nos cursos a distância. O processo de avaliação Ao olharmos para trás, ao longo do tempo, podemos observar que a avaliação tem como base sua função, as diferentes modalidades que podem ser aplicadas, os critérios adotados e os instrumentos de medição da aprendizagem. Veremos cada um deles ao longo desta aula. A Avaliação nos Cursos a Distância • 4/12 Podemos, ainda, nos dias atuais, considerar que a avaliação é um grande desafio para boa parte dos professores, assim como para os estudantes também, que muitas vezes não entendem seu propósito. E, será que os docentes conseguem garantir uma avaliação realmente significativa? Conforme Luckesi (2001, p. 174, como citado em Rocha, 2014, p. 1), “a avaliação da aprendizagem na escola tem dois objetivos: auxiliar o aluno no seu processo de desenvolvimento pessoal, a partir do processo ensino-aprendizagem e prestar informações à sociedade acerca da qualidade do trabalho educativo realizado”. Não podemos esquecer que a avaliação está conectada às diretrizes educacionais do ensino a distância, especificando inclusive o tipo de avaliação a ser aplicado conforme o curso ou disciplina ministrada. Na visão positivista e tecnicista, aplica-se à avaliação um foco quantitativo, visando atribuir notas e classificar o desempenho dos estudantes, enfatizando o produto e não o processo em si. Já na visão cognitivista, avaliação tem foco qualitativo, que visa a melhoria da qualidade da educação, com ênfase no processo, buscando a construção do conhecimento. Então, podemos dizer que a forma como avaliamos reflete a educação na qual acreditamos. Portanto deve fazer parte de todo o processo de aprendizagem. Deve estimular o crescimento do estudante. Vamos entender, agora, qual a diferença entre verificação da aprendizagem e avaliação da aprendizagem. Verificação: momento pontual de constatação e quantificação do desempenho dos estudantes; Avaliação: tomada de decisão quantitativa e qualitativa sobre o desempenho dos estudantes. Isto posto, percebemos que a verificação é uma ferramenta da avaliação, que ocorre muitas vezes durante os cursos a distância, e não é uma quantificação, visto que vai além das informações obtidas. (Guarezi & Matos, 2012) A Avaliação nos Cursos a Distância • 5/12 As funções da avaliação Já sabemos que o processo de avaliação é dinâmico, visto que tem a ver com as diretrizes que os docentes definem no momento de sua aplicação. Para aprofundarmos nossos estudos, vejamos algumas das suas funções. ● Avaliação durante o processo: é a avaliação aplicada de forma constante, como uma avaliação diagnóstica, diária, que possibilita fazer previsões, tomar decisões e fazer ajustes; ● Autoavaliação: é aquela que possibilita a auto compreensão do conhecimento adquirido pelo próprio aluno; ● Avaliação motivadora: é aquela que serve para avaliar o crescimento do conhecimento; ● Avaliação que visa aprofundar a aprendizagem: é aquela que mede a qualidade da avaliação na prática; ● Avaliação que auxilia a aprendizagem: é aquela que utiliza diversos estilos de aprendizagem e que realiza diferentes intervenções. (Rocha, 2014) Saiba Mais Assista os seguintes vídeos sobre avaliação para conhecer mais sobre a sua importância no ensino a distância e os tipos de avaliação. 1. Univesp. (2016). Elizabeth Almeida. O que é avaliação em EAD? Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=YOLx_rBgEa8 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Pott, F. (2010). Avaliação da aprendizagem na EaD: modalidades e ferramentas. Disponível em https://www.youtube.com/ watch?v=nAr0v3ChzMU Acessado em 17 de dezembro de 2022. A Avaliação nos Cursos a Distância • 6/12 As modalidades de avaliação Sabemos queo processo de avaliar significa diagnosticar, observar comportamentos, atitudes, desempenhos, de forma a, no final do processo, identificar o quanto foi assimilado (isso no caso dos estudantes) e que mudanças são necessárias para que o processo seja mais eficiente (no caso das instituições de ensino). Para avaliar, podem ser usadas algumas modalidades, conforme o momento e a necessidade. São elas: 1. Avaliação diagnóstica: é a modalidade investigativa, que faz uma previsão, que traça o perfil do aluno. É com ela que o docente consegue identificar em que ponto está o estudante diante das aprendizagens que lhe foram oferecidas. 2. Avaliação contínua ou formativa: é a modalidade realizada diariamente, para medir o comportamento e o desenvolvimento do estudante ao longo do processo e não apenas em momentos específicos. A Avaliação nos Cursos a Distância • 7/12 3. Avaliação final ou somativa: é a que avalia os resultados, que identifica onde estão os erros e o que precisa ser alterado para melhorar a qualidade do ensino. É a avaliação realizada para verificar o progresso (ou não) do aprendiz no final de determinada etapa, aferindo resultados para aperfeiçoar o processo de ensino. (Guarezi & Matos, 2012; Rocha, 2014) Os critérios para a escolha da avaliação Podemos dizer que os critérios são os pilares de sustentação de uma avaliação realmente significativa e ativa. Os critérios empregados para escolher e desenvolver a melhor avaliação para determinado momento definem a qualidade e o zelo com a educação, levando em conta os objetivos da avaliação (o que vou avaliar), quais os instrumentos que serão usados na avaliação, e o que precisa ser modificado ou melhorado para termos resultados mais eficazes. (Rocha, 2014) Os instrumentos usados na avaliação É importante pensar sobre quais instrumentos serão utilizados para medir o grau de conhecimento passado e adquirido no curso. Habitualmente, comparamos o esperado e o obtido no desempenho dos alunos, medido pela aplicação de provas e instrumentos punitivos, existindo uma certa desconfiança e receio no uso de instrumentos que meçam a capacidade de aprender de forma cooperativa e coletiva, usando instrumentos como o Conselho de Classe (nas escolas), o pré-teste (teste diagnóstico), a autoavaliação, a avaliação cooperativa, a observação direta, o relatório, as provas com alternativas e as provas dissertativas, dentre outros. (Rocha, 2014) Mais algumas informações sobre a avaliação na EaD Pensando efetivamente nos cursos a distância, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem oferecem várias ferramentas que possibilitam diagnosticar e acompanhar o desempenho dos estudantes, e fazer o cruzamento dos resultados, obtendo uma avaliação final do desempenho global dos aprendizes. A Avaliação nos Cursos a Distância • 8/12 Não podemos esquecer que não é apenas o estudante que está sendo avaliado. Nessa análise global do desempenho, estão sendo verificados todos os fatores e agentes envolvidos no processo, ou seja, os conteúdos oferecidos, as atividades propostas, as estratégias de aprendizagem escolhidas, a mediação do tutor, e as formas usadas na mediação, assim como todos os recursos oferecidos, prazos, e demais instrumentos. E todos esses fatores precisam ser realmente analisados para que as possíveis falhas ou fracassos de um curso não recaiam apenas no estudante que deixou a desejar. A avaliação deve ser pensada para ser uma facilitadora do processo de ensino- aprendizagem, possibilitando a construção significativa do conhecimento, propulsora de melhorias. (Guarezi & Matos, 2012) Para finalizar, vejamos algumas competências que precisam ser avaliadas na EaD: ● do ensino-aprendizagem: estimular a aprendizagem colaborativa e cooperativa, incentivar a autonomia e fortalecer a aprendizagem a partir da ‘busca’. ● da didática das nuvens: incorporar novas competências que possibilitem aprender com as redes sociais, nas comunidades virtuais de aprendizagem, através do m-learning, dos MOOCs, dos Recursos Educacionais Abertos (REAs), dentre outros. ● dos indicadores de desempenho: melhorar competências que permitam planejar e acompanhar os diversos indicadores de qualidade, que levem a uma aprendizagem significativa, os indicadores de cooperação, os indicadores de conformidade e de resultado. ● do contexto: desenvolver capacidades que permitam avaliar sem esquecer as diversidades de realidades socioculturais, socioeconômicas, sociopolíticas, éticas e ideológicas. ● dos estilos de aprendizagem: ter um olhar diferenciado ao avaliar aspectos cognitivos, físicos, e emocionais, levando em conta os diferentes estilos de aprendizagem conforme estejamos diante de estudantes mais jovens ou mais adultos, ou advindos de diferentes lugares ou culturas, ou com diferentes realidades e necessidades. ● das destrezas tecnológico-midiáticas: levar em conta a necessidade de dominar as tecnologias de informação e comunicação previstas pelo curso. (Rocha, 2014) A Avaliação nos Cursos a Distância • 9/12 Em Resumo Aprendemos, nesta aula, que na visão positivista e tecnicista a avaliação tem um foco quantitativo, visando atribuir notas e classificar o desempenho dos estudantes, enfatizando o produto e não o processo em si. Já na visão cognitivista, a avaliação tem foco qualitativo, que visa a melhoria da qualidade da educação, com ênfase no processo, buscando a construção do conhecimento. Isso significa que a forma como avaliamos reflete a educação na qual acreditamos, portanto deve fazer parte de todo o processo de aprendizagem e deve estimular o crescimento do estudante. Vimos que não é apenas o estudante que está sendo avaliado. Na análise global do desempenho, são verificados todos os fatores e agentes envolvidos no processo, ou seja, os conteúdos oferecidos, as atividades propostas, as estratégias de aprendizagem escolhidas, a mediação do tutor, e as formas usadas na mediação, assim como todos os recursos oferecidos, prazos, e demais instrumentos. Estudamos as funções e as diferentes modalidades de avaliação, assim como os critérios usados para a sua escolha e os instrumentos que podem ser aplicados. Percebemos que não é tarefa fácil escolher a melhor forma de avaliar, e que é necessário refletir bastante a respeito. A Avaliação nos Cursos a Distância • 10/12 Na ponta da língua A Avaliação nos Cursos a Distância • 11/12 Referências Bibliográficas Conrad, Dianne & Openo, Jason. (2019). Estratégias de avaliação para a aprendizagem online. Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponível em https://www. abed.org.br/arquivos/Estrategias_de_avaliacao_para_aprendizagem_online_Athabasca. pdf Acessado em 03 de dezembro de 2022. Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes. Rocha, Enilton Ferreira. (2014). Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar? Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponível em https://www.abed.org. br/arquivos/Avaliacao_na_EaD_Enilton_Rocha.pdf Acessado em 03 de dezembro de 2022. A Avaliação nos Cursos a Distância • 12/12 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 4 .2 A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Conhecer o conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem. • Explicar o processo de escolha de um AVA para o curso a distância. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A Escolha do AmbienteVirtual de Aprendizagem • 3/13 Introdução Diante de um novo contexto educacional, no qual o foco tem sido o ensino a distância em detrimento do ensino tradicional, presencial, surge uma grande preocupação, que se refere a como os cursos serão ministrados aos estudantes com maestria e eficácia. No ensino a distância, sabemos que o aprendiz deixa de ser ensinado e passa a ser aquele que escolhe o que quer aprender, como quer aprender, onde e quando quer aprender, sendo o responsável pelo seu processo de ensino-aprendizagem, utilizando para tanto um Ambiente Virtual de Aprendizagem. Podemos dizer que as plataformas de ensino possibilitam que os Ambientes Virtuais de Aprendizagem simulem uma sala de aula com a mesma qualidade ou até com uma melhor qualidade que a ofertada pelos cursos tradicionais. Claro que, para tanto, o curso precisa estar muito bem estruturado e o AVA precisa oferecer aos estudantes tudo o que eles precisam para se sentirem seguros e motivados. (Vieira & Luciano, 2005; EadBox, 2020) Conheçamos sobre em que consiste o AVA e como deve ser feita a sua escolha na hora de estruturar um curso a distância. Venha comigo! O conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem Para Vieira e Luciano (2005), os AVAs são cenários com diversas interfaces que permitem a interação entre os aprendizes e os diversos agentes (material, colegas, professores, tutores, departamento financeiro, secretaria, dentre outros setores). Eles possuem várias ferramentas que possibilitam a ação autônoma e monitorada dos aprendizes, por meio do uso de recursos que fazem com que ocorra tanto o aprendizado coletivo como o individual. Não é um local no qual apenas ‘textos’ devem ser inseridos. É fundamental que sejam programados recursos para interações, reflexões, e estímulos que permitam a (re) construção de saberes. Nele, os estudantes conseguem fazer anotações, resolver problemas, sanar dificuldades, fazer perguntas, entrar em contato com colegas e setores da instituição, percorrendo A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 4/13 seu caminho de conhecimento, trocando ideias e fazendo descobertas. (Vieira & Luciano, 2005) Está formado por um conjunto de ferramentas que estão disponíveis na internet, por meio das quais são ofertados os conteúdos das diversas disciplinas que fazem parte do curso e demais recursos. No AVA, o aprendiz pode fazer as diferentes atividades, debater, baixar e acessar os conteúdos das aulas, acompanhar o seu desempenho, ler o feedback de suas avaliações, acompanhar as informações passadas pela instituição, acessar bibliotecas virtuais de aprendizagem, dentre outras, quando quiser e de onde quiser, visto que geralmente os AVAs podem ser acessados tanto pelo computador quanto por aplicativos próprios para celulares e tablets. Vale ressaltar que um dos grandes desafios é que o AVA ‘desfaça’ a procrastinação dos estudantes, que tendem a postergar seus estudos por não realizar um bom planejamento entre tempos e tarefas. O aluno precisa entender que voltou a estudar e que precisa agir como estudante, pois, mesmo que o diploma do curso a distância tenha a mesma validade do diploma do curso presencial, no curso a distância o mais importante é o conteúdo e o aprendizado, e quem faz o ‘conhecimento’ do estudante é ele mesmo como sujeito ativo. Ele precisa ter consciência que o processo depende dele, que precisa realmente se engajar e tomar para si todas as responsabilidades, planejando e desenvolvendo eficazmente o seu aprendizado. (EadBox, 2020) Porém, escolher o melhor Ambiente Virtual de Aprendizagem não é tarefa fácil, porque é necessário, prioritariamente analisar qual o perfil do público alvo que irá utilizá-lo, que habilidades esses estudantes já têm e quais precisarão desenvolver. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 5/13 A escolha de um AVA para o curso EaD Certo, tudo claro até aqui, mas ainda estamos nos perguntando como podemos escolher adequadamente um AVA para o curso que está sendo estruturado. Um debate e uma avaliação criteriosa são fundamentais para essa escolha, para que o AVA esteja alinhado às metas da instituição de ensino, à infraestrutura que ela oferece e aos diferentes agentes educacionais envolvidos como professores, tutores, administradores, estudantes tradicionais e não tradicionais. Havendo esse alinhamento a chance de sucesso com certeza aumentará, assim como também o processo de ensino e aprendizagem será potencializado. Vamos estudar alguns questionamento que precisam ser feitos na hora de escolher o AVA mais adequado. (Instructure, 2021) Saiba Mais Para aprender mais sobre a importância dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem leia os seguintes textos que trazem diferentes experiências das instituições de ensino com os AVAs escolhidos. 1. Varella, P. G.; Vermelho, S. C.; Hesketh, C. G.; Silva, A. C. C. da. (2002). Aprendizagem Colaborativa em Ambientes Virtuais de Aprendizagem: a experiência inédita da PUCPR. Disponível em https://www.redalyc.org/pdf/1891/189118140002.pdf Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Riccio, N. C. R. (2010). Ambientes virtuais de aprendizagem na UFBA: a autonomia como possibilidade. Disponível em https:// repositorio.ufba.br/handle/ri/14230 Acessado em 17 de dezembro de 2022. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 6/13 A plataforma facilita o engajamento e as experiências de aprendizagem, atendendo às necessidades de educadores e alunos? A escolha da melhor plataforma deve levar em conta as necessidades de toda a comunidade educacional, buscando sua opinião sempre que possível. Devemos considerar que o medo das mudanças pode ser uma barreira ao uso da plataforma. Também devemos procurar saber o que estudantes e docentes esperam do curso para considerar maneiras de ajustar essas necessidades ao sistema que foi escolhido, identificando o que os motiva a se engajar. Algumas perguntas que podem ser feitas para estudantes e professores no intuito de escolher de forma mais eficiente a melhor plataforma giram em torno de: ● Que sistemas ou aplicativos estudantes e docentes usam para ver cursos? ● Quando e onde preferem ensinar e estudar? ● De quais ferramentas e metodologias gostam? ● Como as ferramentas podem propiciar interação e engajamento? A plataforma possibilita lidar com mudanças nas matrículas, colaboradores, tecnologias e demais informações necessárias ao gerenciamento do curso ao longo do tempo? Os gestores de tecnologia e de avaliação, junto com os líderes de departamento, precisam verificar, conforme o plano estratégico da instituição, se a plataforma comporta modificações significativas no número de matrículas, de colaboradores, de financiamentos, enfim, se tem estrutura para um crescimento não previsto. Também precisam considerar se a plataforma está atenta a fatores externos que podem influenciá-la. Devemos levar em conta se novos aplicativos e ferramentas tecnológicas educativas poderiam ser integradas à plataforma, propiciando uma maior inclusão, bem como se a plataforma seria capaz de se adaptar a circunstâncias imprevistas como o ocorrido com a pandemia da Covid-19. Não se pode esquecer de verificar se a plataforma é capaz de oferecer a estudantes e professores recursos de autoatendimento. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 7/13 Algumas perguntas que podem ser feitas para estudantes e professores no intuito de escolher de forma mais eficiente a melhor plataforma, nesse contexto, giram em torno de: ● A plataforma oferece recursos simples de autoatendimento para alunos e professores? ● É capaz de estimular o acesso igualitário e democrático? ● É capaz de se adaptar para se ajustar a mudanças urgentes no ensino- aprendizagem? A plataforma atende aos requisitos de segurança e confiabi- lidade? Professores e estudantes devem poder confiar na segurança da plataforma, sem medo de interrupções na entrega das informações ou no acesso à página, semtempos muito prolongados de resposta, sem perda de dados e tarefas. Neste caso, algumas perguntas que podem ser feitas para estudantes e professores giram em torno de: • Quais são os processos para a manutenção e sobre o tempo de inatividade que a empresa fornecedora oferece em caso de atualizações? • O fornecedor realiza auditorias para garantir a segurança dos dados da instituição? A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 8/13 A plataforma aumenta a capacidade de uso de dados da ins- tituição para melhorar o aprendizado? É fundamental que a plataforma forneça dados consistentes que permitam obter feedbacks aprofundados. Por exemplo, é importante que permita identificar os estudantes que apresentam dificuldades para direcioná-los a monitorias ou serviços de apoio, deixando os dados sobre o desempenho dos alunos acessíveis. Algumas perguntas que podem ser feitas a alunos e professores nesse sentido são: • Os relatórios são fáceis de acessar e usar e fornecem as informações necessárias? • Os dados são fáceis de exportar para ferramentas de análise? É possível testar o desempenho e os recursos da plataforma? É importante que administradores, alunos e professores possam percorrer as atividades pela plataforma e simular cenários. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 9/13 Também é interessante que a equipe possa buscar outras formas de usar a plataforma para impulsionar a flexibilidade e a colaboração entre os estudantes, docentes e gestão. Algumas perguntas que podem ser feitas neste contexto são: • Os usuários da plataforma gostam de suas aplicações? • A plataforma é fácil de usar? • Que aspectos mais agradam e desagradam? • O fornecedor oferece suporte para a criação e inserção de cursos e conteúdos? (Instructure, 2021) Agora, é possível compreender que o processo de escolha de uma boa plataforma de ensino-aprendizagem não é tarefa fácil. É necessário um período de análise completa, para que todas as necessidades do curso possam ser contempladas, não apenas no momento presente, mas que sejam capazes de ‘suportar’ o curso diante de mudanças e crescimentos futuros. Espero que tenham gostado deste conteúdo. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 10/13 Em Resumo Foi possível aprendermos, nesta aula, que diante de um novo contexto educacional, no qual o foco tem sido o ensino a distância em detrimento do ensino tradicional, surge uma grande preocupação, que se refere a como os cursos serão ministrados aos estudantes com maestria e eficácia. É necessário escolher um AVA que seja capaz de possibilitar a interação e a ação autônoma e monitorada dos aprendizes, por meio do uso de recursos que fazem com que ocorra tanto o aprendizado coletivo como o individual. Precisa ser uma plataforma na qual os estudantes consigam fazer anotações, resolver problemas, sanar dificuldades, fazer perguntas, entrar em contato com colegas e setores da instituição, trocando ideias e fazendo descobertas. Nele, o aprendiz precisa poder fazer as diferentes atividades, debater, baixar e acessar os conteúdos das aulas, acompanhar o seu desempenho, ler o feedback de suas avaliações, acompanhar as informações passadas pela instituição, acessar bibliotecas virtuais de aprendizagem, quando quiser e de onde quiser, visto que geralmente os AVAs podem ser acessados tanto pelo computador quanto por aplicativos próprios para celulares e tablets. Isso significa que a escolha precisa de um debate e uma avaliação criteriosa, para que o AVA esteja alinhado às metas da instituição de ensino, à infraestrutura que ela oferece e aos diferentes agentes educacionais envolvidos como professores, tutores, administradores e estudantes. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 11/13 Na ponta da língua A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 12/13 Referências Bibliográficas EadBox. (2020). O que é Ambiente Virtual de Aprendizagem: aprenda a explorá- lo. Disponível em https://eadbox.com/o-que-e-ambiente-virtual-de-aprendizagem/ Acessado em 04 de dezembro de 2020. Instructure. (2021). Guia para escolher uma plataforma de gestão de aprendizagem. Disponível em https://www.instructure.com/pt-br/canvas/recursos/portuguese-buyers- guide/guia-para-escolher-uma-plataforma-de-gestao-de-aprendizagem Acessado em 04 de dezembro de 2022. Vieira, Martha Barcellos & Luciano, Naura Andrade. (2005). Construção e Reconstrução de um Ambiente de Aprendizagem para Educação à Distância. Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponível em https://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/ textos_ead/643/construcao_e_reconstrucao_de_um_ambiente_de_aprendizagem_ para_educacao_a_distancia_ Acessado em 04 de dezembro de 2022. A Escolha do Ambiente Virtual de Aprendizagem • 13/13 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 4 .3 A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Compreender em que consiste a Inteligência Artificial e como foi a sua inserção na educação. • Explicar a ação da IA nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. • Estudar como ocorre o acompanhamento dos estudantes no AVA por meio da IA. A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 3/11 Introdução Uma das mais recentes ferramentas de interação no ensino a distância, que pode ser usado tanto na gestão dos cursos, quanto em sala de aula, é a Inteligência Artificial (IA ou AI - artificial Intelligence, em inglês). Por incrível que possa parecer, já é possível programar robôs para que interajam com os estudantes pela plataforma escolhida para o curso ou pelo próprio site da instituição. A forma mais comum é usar o recurso por meio de chatbots de IA, que usa o machine learning, também conhecido como ‘aprendizado das máquinas’, que se estiverem programados ensinarão aos estudantes (e demais usuários) como acessar as informações necessárias, caso as dúvidas sejam direcionadas para itens como ‘Financeiro’, “Revisão de Material’, ‘Notas’, ‘Certificados’, ‘Coordenação’, cadastrados antecipadamente, e assim sucessivamente. Caso o assunto não esteja nessa lista de opções, o chatbot pode responder que a dúvida será direcionada para a equipe de suporte, e assim o aluno terá um retorno breve. (Ead Plataforma, 2020) Esse foi apenas um pequeno exemplo do quanto a IA pode auxiliar nos cursos a distância. Vamos juntos, então, conhecer um pouco mais sobre esse recurso moderno e inovador. Uma breve contextualização da Inteligência Artificial Constantemente a sociedade passa por transformações nas suas diferentes esferas, e boa parte delas surge em função dos avanços tecnológicos. Aparecem novas demandas que precisam de novas competências e técnicas para que seja possível continuarmos evoluindo. A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 4/11 A IA é um recurso que surgiu em consequência do avanço das tecnologias e vem sendo uma grande aliada no progresso da humanidade visto que pode ser usada na resolução dos mais diversos problemas em diferentes níveis de dificuldade, como na correção automática de uma palavra pelo corretor ortográfico dos telefones celulares, até em tomadas de decisões, assumindo, muitas vezes, o lugar de um especialista, como ocorre na medicina, no mercado financeiro ou no ambiente profissional. (Nunes, Silva, Sousa & Sousa, 2020) A evolução da IA na educação O ato de ensinar sempretraz consigo alguma tecnologia como instrumento de suporte, desde a escrita na pedra, o giz branco, a caneta piloto, a caneta, o caderno, o livro, a lousa de vidro, a lousa eletrônica, os tablets, os computadores e smartphones, a internet, os AVAs e mais recentemente a Inteligência Artificial. O processo de ensino-aprendizagem vem sofrendo uma série de mudanças que transformaram a forma de agir de todos os agentes envolvidos. Essas mudanças dizem respeito ao acesso que a população passou a ter aos computadores, notebooks, smartphones, tablets e demais dispositivos, juntamente com o acesso à internet, e também à inserção de tecnologias como as videoconferências, as videoaulas, os podcasts e a própria inteligência artificial nas plataformas de ensino. (Santos, Winkler, Saba, Araújo & Jorge, 2021) Podemos dizer que, ainda que a passos lentos, a Inteligência Artificial vem sendo inserida na educação. Aplicada ao ensino, é uma área de pesquisa multi e interdisciplinar porque insere o uso de tecnologias da IA no processo de ensino-aprendizagem. Dentre os principais sistemas de educação que usam a IA, podemos citar os Sistemas Tutores Inteligentes Afetivos (STI), os Learning Management Systems (LMS), a Robótica Educacional Inteligente e os Massive Open Online Course (MOOC). Atualmente, o uso de tecnologias na educação está atrelado a três realidades tecnológicas diferentes, que juntas, mudaram o contexto educacional. Elas incluem as redes sem fio (Wi-Fi), as tecnologias móveis (celulares e tablets) e o armazenamento em nuvem. A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 5/11 Saiba Mais Para conhecer um pouco mais sobre a IA e sua aplicação na educação acesse os seguintes textos e reflita sobre essa inovação. 1. Parreira, A.; Lehmann, L.; & Oliveira, M. (2021). O desafio das tecnologias de inteligência artificial na Educação: percepção e avaliação dos professores. Disponível em https://www.scielo.br/j/ ensaio/a/nM9Rk8swvtDvwWNrKCZtjGn/?format=html Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Machado, J. L. de A. (2021). Inteligência Artificial e educação. Disponível em http://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index. php/tremdeletras/article/view/1440 Acessado em 17 de dezembro de 2022. Essas tecnologias influenciam a Inteligência Artificial e são as responsáveis pelo surgimento de outras tecnologias como o Learning Analytics, o Big Data e o Machine Learning. (Valdati, 2020) A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 6/11 A ação da Inteligência Artificial nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem A Inteligência Artificial possibilita inserir nos cursos a distância ferramentas que podem facilitar o processo de ensino, propiciando aos estudantes uma aprendizagem personalizada e centrada em suas necessidades, visto que é inviável dispor de um docente para cada aluno. Os AVAs, quando bem escolhidos e desenvolvidos, juntamente com o acompanhamento dos tutores, supervisionando e gerenciando o progresso dos estudantes, possibilitam um estudo de qualidade. Vale ressaltar, no entanto, que uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos tutores nos AVAs é fazer o acompanhamento dos estudantes, justamente por ser um ambiente virtual, e não é fácil realizar uma supervisão mais individualizada. Sob esse aspecto, a IA pode possibilitar uma boa interatividade nos AVAs entre o ambiente e os diferentes usuários, oferecendo um ensino no ritmo do estudante, facilitando a comunicação síncrona e assíncrona, disponibilizando feedbacks e avaliações, propondo melhorias nos pontos fracos. No que se refere à estrutura dos AVAs, a IA possibilita que esses ambientes insiram metodologias ativas como a sala de aula invertida, a gamificação, a realidade aumentada, a realidade virtual, robôs educativos, a aprendizagem baseada em problemas, dentre várias outras, aumentando a motivação dos estudantes, criando atividades mais lúdicas e interessantes. Vale ressaltar que já existem plataformas de aprendizagem adaptativa, que, por meio da IA, usam tecnologias de tutores inteligentes e conseguem propor atividades personalizadas aos estudantes. Essas plataformas adaptativas contêm conteúdos e atividades com elementos da IA que são capazes de identificar as necessidades dos usuários, indicando caminhos, como refazer atividades, como rever alguns tópicos com falhas de absorção de conhecimento. Alguns exemplos são a Geekie Games e a Khan Academy. (Nunes, Silva, Sousa & Sousa, 2020) A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 7/11 Ainda com relação à estrutura dos AVas, a IA permite armazenar dados, tanto de alunos quanto de professores, que serão convertidos em informações à medida que esses dados estejam interconectados, auxiliando no diagnóstico do acompanhamento da aprendizagem dos estudantes, permitindo intervenções específicas. O acompanhamento do estudante no AVA com o auxílio da IA Já sabemos que nos cursos on-line temos os estudantes de um lado da tela e os mediadores do outro. O tutor acompanha seus alunos, e com o passar do tempo começa a identificar como esses alunos se expressam, e percebe que é possível identificar seus sentimentos pela forma como escrevem ou se manifestam (por meio da escolha das palavras usadas, dos elementos não verbais, do tempo que passa entre uma resposta e outra etc.). Ele começa, então, a prever as reações dos estudantes, identificando um aluno que reduz a sua interação ou cessa, podendo ser um indicativo da falta de motivação. O tutor percebe que em poucas semanas esse aluno pode desistir do curso. Esse acompanhamento é possível caso o tutor consiga observar cada aluno de forma individual, porém sabemos que no ensino a distância nem sempre essa interação próxima será possível, visto o grande número de alunos aos cuidados de cada tutor. A IA oferece recursos que podem mudar esse cenário, por meio do Colective Human Intelligence, por exemplo, que é um AVA de aprendizagem aberta, por ora apenas disponível em inglês, que identifica os sentimentos dos estudantes por meio de sua expressão escrita, e permite que sejam desenvolvidas atividades, como a gamificação, que podem favorecer o engajamento e aguçar a motivação dos estudantes. O Century Tech é outro projeto que utiliza a IA em um AVA e possibilita personalizar a aprendizagem dos estudantes, informando sobre o seu desempenho para os docentes, tudo em tempo real, permitindo, por meio da neurociência, identificar pontos de dificuldades dos alunos. Com essas informações, o AVA sugere diferentes trilhas de aprendizagens para os alunos, e os pais e tutores conseguem acompanhar o desempenho. (Rego, n.p.) A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 8/11 Apresentamos, nesta aula, apenas uma pequena parte dos benefícios do uso da Inteligência Artificial na educação, tanto para a parte gerencial do curso, quanto para sua aplicação em sala de aula. Esta é uma área que está realmente engatinhando, e podemos esperar, ao longo do tempo, muita evolução e inovação. Fique de olho! Em Resumo Ao longo desta aula, foi possível compreendermos que uma das mais recentes ferramentas de interação no ensino a distância, que pode ser usado tanto na gestão dos cursos, quanto em sala de aula, é a Inteligência Artificial, e por incrível que possa parecer, já é possível programar robôs para que interajam com os estudantes pela plataforma escolhida para o curso ou pelo próprio site da instituição. Também aprendemos que os AVAs já contêm conteúdos e atividades com elementos da IA que são capazes de identificar as necessidades dos usuários, indicando caminhos, como refazer atividades e como rever alguns tópicos com falhas de absorção de conhecimento. Portanto, aprendemos que a IA na educação ainda está engatinhando, mas já é possível contarmos com algumas aplicações interessantes que podem facilitar bastante o acompanhamento do estudante a distância. A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursosa Distância. • 9/11 Na ponta da língua A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 10/11 Referências Bibliográficas EadPlataforma. (2020). 7 ferramentas de interação na EAD. Disponível em https://blog. eadplataforma.com/gestao/ferramentas-interacao-ead/ Acessado em 07 de dezembro de 2022 Nunes, Adailton Antônio Galiza; Silva, Desirée Moura Rodrigues da; Sousa, Jucilene Oliveira de; & Sousa, Marcos da Silva. (2020). Aplicação da IA na educação: proposta de utilização de um AVA com IA. Rev. InovaEduc, Campinas, SP, n.7, p.1-18. Disponível em https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/inovaeduc/article/view/15213/10149 Acessado em 07 de dezembro de 2022 Rego, Izabel. (n.d.) Como a Inteligência Artificial vai revolucionar os Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Disponível em https://izabelrego.com/2019/07/08/como- a-inteligencia-artificial-vai-revolucionar-os-ambientes-virtuais-de-aprendizagem/ Acessado em 07 de dezembro de 2022 Santos, Sanval Ebert de Freitas; Winkler, Ingrid; Saba Hugo; Araújo, Marcio Luís Valença & Jorge, Eduardo Manuel de Freitas. (2021). Inteligência artificial em ambientes virtuais de ensino e aprendizagem: Uma proposta de modelo. Research, Society and Development, v. 10, n. 4. Valdati, Aline de Brittos. (2020) Inteligência Artificial - AI. [livro eletrônico]. Curitiba: Contentus. A Inteligência Artificial na Gestão dos Cursos a Distância. • 11/11 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 4 .4 O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 2/15 Objetivos de Aprendizagem • Compreender a origem do Moodle e sua evolução. • Explicar as principais características e ferramentas do Moodle. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 3/15 Introdução Já sabemos que a educação a distância é uma modalidade de ensino por meio da qual estudantes e professores não se encontram no mesmo lugar, em um mesmo momento, por isso é fundamental que se escolha uma plataforma de ensino condizente com os objetivos da instituição e que reflita as necessidades dos alunos. Portanto, a mediação tecnológica precisa estar presente. Vale ressaltar que é uma forma de ensino que pode ser implementada tanto para a educação básica quanto para a educação superior. Nesta modalidade, caracterizamos o aprender a aprender, por meio do ensino colaborativo, que transforma o estudante em um sujeito ativo e autônomo, capaz de adquirir uma formação crítica, humana, ética, que respeita a diversidade e que se firma como um agente transformador da sociedade na qual vive. O contexto educacional vem sofrendo inúmeras transformações e mudanças, e assim, o ensino a distância vem ganhando espaço, porém alunos e professores precisam assumir novos papéis. No caso do docente, ele deixa de ser o detentor do saber para ser o mediador e facilitador do conhecimento, e o aprendiz passa a ser o responsável por construir o seu saber, pela interação com o meio no qual se insere. Assim, com o avanço da tecnologia e o crescimento do ensino a distância fez-se necessário o surgimento de ambientes de aprendizagem inteligentes e dinâmicos que permitissem oferecer um ensino mais democrático, para todos. (Lima, 2021) Vamos conhecer, então, sobre o Moodle, que é uma das plataformas de aprendizagem mais utilizadas atualmente, no planeta, seus benefícios e características. Espero que goste! A origem do Moodle Em 1970, Martin Dougiamas, o criador do Moodle, estudava no deserto da Austrália, por meio do rádio e de material que lhe era enviado por correspondência (uma das formas inovadoras originais do ensino a distância). Era o início de seu interesse pelo ensino a distância. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 4/15 Em 1999, enquanto estudava na Curtin University, começou a idealizar o Moodle como pesquisa para a obtenção de seu título de Phd. Em 2002, ocorreu o lançamento da versão 1.0 do Moodle, já como um software livre e gratuito. Em pouquíssimo tempo, o mundo já usava e se encantava pela plataforma. Em 2008, seu criador recebeu o prêmio ‘Open Source’ na categoria Enabler na educação, por causa do Moodle. E em 2005, tornou-se o AVA mais popular do mundo, alcançando cerca de 223 países e um enorme número de usuários (Lima, 2021). Em 2022, o Moodle completou 20 anos. Figura 1 - Os 8 países que mais usam o Moodle Fonte: adaptado de Lima, 2021, n.p O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 5/15 O Moodle O Moodle, cuja sigla em inglês representa Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment, ou seja, Ambiente de Aprendizado Modular Orientado ao Objeto, é uma plataforma digital, um software livre, desenvolvido para a produção de cursos e de sites na internet e que pode ser configurado conforme as características dos cursos e suas necessidades. É uma plataforma amigável, intuitiva e com acesso facilitado, que apresenta uma série de recursos que auxiliam no ensino, sendo possível: • inserir e disponibilizar materiais didáticos; • realizar diversos tipos de atividades e avaliações; • propor debates e conversas; • interagir; • obter informações, etc. (Criativa EaD, 2020) Saiba Mais Para conhecer mais sobre a plataforma Moodle, leia os seguintes textos. 1. Loubak, A. L.. (2019). O que é Moodle? Conheça a plataforma de ensino à distância. Disponível em https://www.techtudo.com. br/noticias/2019/10/o-que-e-moodle-conheca-a-plataforma-de- ensino-a-distancia.ghtml Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Martins, A. E.; & Reis, F. L. dos R..A importância das plataformas no ensino a distância. In: Costa, F. A.; Páscoa R.; Cruz, E.; Spilker, M. J.; & Vasques, P. (2008) Comunidades de Aprendizagem Aprendizagem Moodle. Disponível em https://www.researchgate. net/publication/313878253_Comunidades_de_Aprendizagem_ Moodle Acessado em 17 de dezembro de 2022. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 6/15 Funciona como uma sala de aula on-line na qual os docentes podem compartilhar os materiais com os conteúdos das disciplinas, propor atividades e estimular debates por meio dos fóruns. Os estudantes, por sua vez, podem interagir, baixar os materiais para estudo, obtendo diversas trocas de conhecimento e arquivos multimídia. As características do Moodle Um dos grandes objetivos da plataforma Moodle é propiciar uma pedagogia socioconstrutivista, 100% on-line, por meio da colaboração, da reflexão crítica, de discussões e interações que permitam a troca contínua de conhecimentos. O Moodle tem uma interface simples, eficiente, leve e fácil de instalar, e também é seguro porque seus formulários são checados, os cookies são decodificados e os dados são validados. Dentre suas características, podemos citar: • uso gratuito: seu uso é livre e grátis; • flexibilidade: várias funcionalidades podem ser inseridas conforme as necessidades das instituições; • adaptabilidade: é possível sua adaptação para qualquer negócio; • apresenta atualizações: acompanhadas por um comunidade desenvolvedora; • possui funcionalidade modular: apresenta módulos plug-ins que podem ser inseridos no software conforme as necessidades; • não é estático: recursos novos podem ser adaptados. • é simples de usar. Além dessas características, o Moodle possui ainda recursos de gamificação que deixam os cursos mais dinâmicos e lúdicos. Os emblemas existentes dentro da plataforma, como as medalhas, vão sendo entregues ao estudante conforme ele vai concluindo as atividades solicitadas.O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 7/15 Uma outra caraterística muito importante, se não for a mais importante, é a aprendizagem colaborativa, visto que os estudantes conseguem expor seus pontos de vista por meio de suas participações síncronas e assíncronas em chats e fóruns, interagindo com os colegas e mediadores, participando ativamente de seu processo de aprendizagem. (Lima, 2021) As principais ferramentas e recursos do Moodle A plataforma possui uma série de recursos e utilidades que amplificam a sua importância como um AVA completo e atrativo. Nela, os estudantes aprendem a aprender, de forma interativa e colaborativa, tornando-se um sujeito autônomo, produtor do seu próprio saber. Por meio das suas ferramentas, eles têm acesso aos materiais, elaboram textos, participam de debates e reflexões, fazem atividades e testes, desenvolvem pesquisas, reveem os resultados das atividades, verificam seu desempenho, entre outras funções. Dentre os módulos, encontramos o módulo tarefa, o módulo chat, o módulo pesquisa de opinião, o módulo fórum, o módulo questionário, o módulo recursos, o módulo pesquisa e avaliação e o módulo laboratório de avaliação. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 8/15 Os questionários, por exemplo, podem ser utilizados para autoavaliação, lista de exercícios, testes rápidos, provas virtuais, etc. (Prado & Freitas, 2015) Figura 2 - Principais recursos do Moodle Fonte: Cead, 2020, p. 6-7 O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 9/15 Figura 3 - As Atividades do Moodle O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 10/15 O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 11/15 Fonte: Cead, 2020, p. 8-13 Vale ressaltar que os recursos e ferramentas apresentados variam conforme a versão e a instituição que a usa, visto ser uma plataforma dinâmica. Espero que tenha gostado. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 12/15 Em Resumo Vimos, ao longo da aula, que o Moodle funciona como uma sala de aula on-line na qual os docentes podem compartilhar os materiais com os conteúdos das disciplinas, propor atividades e estimular debates por meio dos fóruns. Os estudantes, por sua vez, podem interagir, baixar os materiais para estudo, obtendo diversas trocas de conhecimento e arquivos multimídia. A plataforma possui uma série de recursos e utilidades que amplificam a sua importância como um AVA completo e atrativo. Nela, os estudantes aprendem a aprender, de forma interativa e colaborativa, tornando-se um sujeito autônomo, produtor do seu próprio saber. Por meio das suas ferramentas, os estudantes têm acesso aos materiais, elaboram textos, participam de debates e reflexões, fazem atividades e testes, desenvolvem pesquisas, reveem os resultados das atividades, verificam seu desempenho, entre outras funções. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 13/15 Na ponta da língua O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 14/15 Referências Bibliográficas Centro de Educação a Distância. (2020). Principais Ferramentas da Plataforma Moodle. Disponível em http://www.cead.ufjf.br/wp-content/uploads/2020/09/07-principais- ferramentas-tuto-prof-1920g1.pdf Acessado em 27 de dezembro de 2022. Criativa EaD. (2020). O Que É O Moodle E Quais Suas Principais Características?. Disponível em https://www.criativaead.com.br/blog/o- que- e-moodle/#:~ : tex t=Moodle%20%C3%A9%20uma%20plataforma%20 online,%2DOriented%20Dynamic%20Learning%20Environment%E2%80%9D Acessado em 10 de dezembro de 2022. Lima, José Maria Maciel. (2021) Plataforma Moodle: A educação por mediação tecnológica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 01, Vol. 07, pp. 17-37. Disponível em https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ educacao/plataforma-moodle Acessado em 10 de dezembro de 2022. Prado, Brenno Marcus Pereira do; & Freitas, Filipe Santana de. (2015) O Moodle e o ensino à distância: Resistência ao uso da ferramenta. Disponível em https://docplayer. com.br/4471967-O-moodle-e-o-ensino-a-distancia-resistencia-ao-uso-da-ferramenta. html Acessado em 20 de dezembro de 2022. O Moodle como Plataforma de Ensino a Distância • 15/15 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012 O Futuro do Ensino a Distância D IS TA N CE L EA RN IN G T EC H N O LO G IE S A N D A PP LI CA TI O N S - E D U 61 2 - 4 .5 O Futuro do Ensino a Distância • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Explicar quais os fatores que podem influenciar o ensino a distância. • Compreender o que nos espera no futuro do ensino a distância. O Futuro do Ensino a Distância Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes. O Futuro do Ensino a Distância • 3/12 Introdução Já sabemos que a educação a distância evolui à medida que a tecnologia evolui, e a cada dia que passa vem se mostrando, cada vez mais, uma tendência para os próximos anos, além de estar favorecendo muitas oportunidades de negócio, portanto, provavelmente, continuará se desenvolvendo e evoluindo, e precisamos nos adaptar a ela. A evolução das redes, a interatividade cada vez mais crescente, e as novas mídias que surgem a cada dia estão criando um novo tipo de cenário de ensino-aprendizagem, e precisamos estar preparados e atentos para evitarmos a evasão dos estudantes. É necessário que todos os envolvidos com o ensino a distância tenham consciência desse novo contexto e que consigam inovar e enxergar alguns cenários potenciais para o futuro, para que possam se preparar e se antecipar. Precisamos nos lembrar que qualquer previsão futura pode se mostrar desatualizada em pouco tempo, visto que a evolução nas tecnologias dos computadores móveis, no streaming de áudios e vídeos, nos leitores de feeds RSS e podcasting (iPod + broadcasting) permitiram, em breve período de tempo, inserir recursos educativos antes inimagináveis. O open learning, conhecido como estudo aberto e flexível, e o estudo independente estão se aperfeiçoando a cada dia. Várias instituições de ensino já aceitam e incorporam experiências de vida dos aprendizes, viagens ao exterior, estudos independentes, summer courses, que são estudos intensivos realizados muitas vezes em períodos de férias, estudos realizados em casa com orientação, dentre outras formas de aprendizagem. Também ouvimos falar cada vez mais nos ubiquitous learning, pervasive learning e distributed learning, que são o u-learning, ou aprendizagem onipresente, a aprendizagem generalizada e a aprendizagem distribuída que se caracterizam pela aprendizagem disseminada por toda parte e acessível de qualquer lugar e para todos, sem os limites da sala de aula. (Maia & Mattar, 2007) Estudemos agora sobre as perspectivas futuras para o ensino a distância no mundo. Vamos juntos! O Futuro do Ensino a Distância • 4/12 Fatores que podem influenciar o ensino EaD Simpson (2013) aponta 4 fatores que podem influenciar o futuro do ensino a distância. 1. Custo: ao ser menos oneroso do que o ensino tradicional, o futuro nesse aspecto é promissor. Ao não precisar manter uma estrutura física com tudo que a modalidade presencial precisa, termina tendo um dispêndio bem menor para as instituições. Para os estudantes também, visto que não terão gastos com a locomoção, os materiais podem ser obtidos de forma digital, e as mensalidades tendem a ser mais baixas do que as dos cursos presenciais. 2. Sustentabilidade: apesar de ser estranho ver esse termo associado à educação, o autor explica que a educação é uma atividade que também precisa de energia. Levando em conta que os aprendizes estudam, na maior parte dos casos, em casa e não demandam consumo extra de energia, é interessante ressaltar que tantoa produção de CO2 quanto o consumo de energia seja menor do que o consumido no ensino presencial. 3. Acesso: estudantes que vivem ou trabalham em qualquer lugar do mundo, nas regiões mais remotas, ou com problemas de acessibilidade, ou com baixo poder aquisitivo, conseguem estudar a distância, tornando esse estilo de aprendizagem mais democrático. 4. Retenção e desistência: estudos indicam que o índice de desistência dos estudantes do ensino a distância é bastante maior do que o índice nos cursos tradicionais, talvez pela maior necessidade de estudo autônomo e responsável por parte dos estudantes, que precisam ser sujeitos ativos de seus processos de ensino-aprendizagem, e muitos não se adequam a esse novo estilo. (Simpson, 2013) Bussler, Hsu, Storopoli e Maccari (2019) também enfatizam alguns fatores que podem ser críticos para o sucesso de um curso EaD e que podem influenciar no futuro. O Futuro do Ensino a Distância • 5/12 Quadro 1 - Fatores críticos de sucesso de EaD Fonte: Bussler, Hsu, Storopoli & Maccari, 2019, p. 9 O Futuro do Ensino a Distância • 6/12 Saiba Mais Para conhecer mais sobre aprendizagem ubíqua leia os seguintes textos. 1. Aresta, M.; Fernandes, A.; & Ribeiro, A. I. (2022). Cenários de aprendizagem ubíqua: novos desafios. Disponível em https:// estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/99822 Acessado em 17 de dezembro de 2022. 2. Mesquita, C. A. Mesquita, Caiado, R. V. R. Caiado. (2021). Língua portuguesa e tecnologias digitais móveis: a iniquidade da aprendizagem da leitura na era pandêmica. Disponível em http:// www.unicap.br/ocs/index.php/sellu/selluii/paper/view/1819 Acessado em 17 de dezembro de 2022. O Futuro do Ensino a Distância • 7/12 O futuro do ensino a distância É importante relembrarmos, ao pensar no futuro da educação a distância, que passamos nos últimos anos, em virtude da pandemia da Covid-19, por um momento ímpar em todos os âmbitos das sociedades, inclusive na educação. Enquanto a educação a distância vinha, aos poucos, ganhando força no mundo, o ensino remoto ganhou os holofotes e precisou ser implementado, em regime de urgência, em todas as escolas do mundo. Foi uma adequação ao ensino presencial, que precisou ser paralizado, e que precisava encontrar uma forma de não frear o processo de ensino-aprendizagem de todos os estudantes do mundo. Instituições de ensino, profissionais da área e estudantes precisaram se desdobrar para conseguir assumir novos papéis e continuar os estudos. Instituições, aprendizes e professores precisaram adquirir ou conseguir equipamentos como computadores, tablets e celulares para ensinar e aprender, assim como uma internet boa para alcançar uma conexão eficiente para que o processo pudesse ocorrer. Não foi nada fácil, houve uma adaptação por parte de todos, e finalmente, com a redução do índice de contaminação da pandemia, aos poucos o mundo pôde voltar para a sala de aula presencial, e novamente passa-se a pensar na importância do ensino a distância. Vale relembrar que ensino remoto e ensino a distância são modalidades diferentes, pois, enquanto o ensino remoto foi uma adequação emergencial para que não se parasse o ensino tradicional, o ensino a distância é uma modalidade que cresce pela escolha dos estudantes, que, por uma série de motivos, preferem não se deslocar fisicamente para uma instituição de ensino. De qualquer forma, tivemos que nos readequar, e pessoas (estudantes, professores e gestores) que nunca tinham tido acesso ao ensino digital, ou quase nada, passaram a ter, ao menos, um conhecimento básico sobre o uso de tecnologias inovadoras em educação e surgiu uma nova forma de ‘fazer educação’. Esse fato também influencia, nos dias atuais, a evolução do ensino a distância daqui em diante. Temos certeza, neste momento, que o ensino nunca mais será o mesmo. O Futuro do Ensino a Distância • 8/12 Também podemos pensar que o ensino a distância traz como perspectiva de futuro a formação de cidadãos e profissionais cada vez mais disciplinados, autônomos, que sabem gerenciar seus tempos, organizar suas rotinas, resolver problemas, que são responsáveis pelo planejamento de suas atividades e que estão focados em atingir resultados, conforme suas necessidades. Com certeza o ensino EaD formará seres humanos mais preparados para a vida em comunidade visto que praticam continuamente a interatividade e a colaboração, convivendo com as diversidades e com mais domínio sobre as diferentes tecnologias. Em se tratando de tecnologias vale ressaltar que uma tendência de futuro é que o ensino EaD insira, cada vez mais, experiências acadêmicas que envolvam o metaverso, a inteligência artificial, os chatbots, a gamificação, os microlearning, os mobile learning, as transmissões ao vivo e vários outros recursos. Claro que este assunto não se esgota por aqui, mas espero que tenha aproveitado para conhecer um pouco mais sobre o ensino a distância e sua prospecção futura. Bons estudos! Em Resumo Aprendemos, nesta aula, que a educação a distância evolui à medida que a tecnologia evolui, e vem se mostrando, cada vez mais, uma tendência para os próximos anos, além de estar favorecendo muitas oportunidades de negócio, portanto, provavelmente, continuará se desenvolvendo e evoluindo, e precisaremos nos adaptar a ela. Dentre alguns dos fatores que podem influenciar a EaD no futuro, estão o custo, a sustentabilidade, a facilidade de acesso, a retenção e a desistência. Estudamos também que qualquer previsão futura pode se mostrar desatualizada em pouco tempo, visto que a evolução nas tecnologias dos computadores móveis, no streaming de áudios e vídeos, nos leitores de feeds RSS e podcasting (iPod + broadcasting) permitiram, em breve período de tempo, inserir recursos educativos antes inimagináveis. Finalmente, vimos que em se tratando de tecnologias vale ressaltar que uma tendência de futuro é que o ensino EaD insira, cada vez mais, experiências acadêmicas que envolvam o metaverso, a inteligência artificial, os chatbots, a gamificação, os microlearning, os mobile learning, as transmissões ao vivo e vários outros recursos. Espero que tenha gostado de adquirir todos os conhecimentos passados nesta disciplina. Até a próxima. O Futuro do Ensino a Distância • 9/12 Aplicação prática Caso tenha curiosidade, pesquise sobre o futuro da EaD no Brasil Pimentel, N. M. (2016). O Desenvolvimento e o Futuro da Educação a Distância no Brasil. Disponível em https://revista.ibict.br/inclusao/article/ view/4178 Acessado em 17 de dezembro de 2022 O Futuro do Ensino a Distância • 10/12 Na ponta da língua O Futuro do Ensino a Distância • 11/12 Referências Bibliográficas Bussler, Nairana Radtke Caneppele; Hsu, Pang Lien; Storopoli, José Eduardo; & Maccari, Emerson Antonio. (2019) Cenários para o futuro da educação a distância. Revista Gestão & Tecnologia, Pedro Leopoldo, v. 19, n. 1, p. 04-26, jan./mar. Disponível em http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/view/1602/928 Acessado em 20 de dezembro de 2022. Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall. Simpson, Ormond. (2013). O Futuro da Educação a Distância: Que fatores afetarão como a educação a distância se desenvolverá no futuro? Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponível em http://seer.abed.net.br/index.php/RBAAD/article/ view/251/148 Acessado em 10 de dezembro de 2022. O Futuro do Ensino a Distância • 12/12 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Educação a distância sem segredos Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos InterSaberes, 2012