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Restauro de Patrimónios na Arquitetura

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Faculdade de ciências e Tecnologias
Cuso de Arquitetura
Conservação, Restauro e Reabilitação
RESTAURO 
Docente: Arq. Felisberto Mufanequiço
 Beira, Julho de 2021
1. INTRODUÇÃO 
 Cada época e cada sociedade buscam e renegam o seu passado de acordo com a sua visão daquele momento. O reconhecimento de uma obra como produto cultural é resultado desta consciência histórica que, através do tempo seguiu uma trajectória.
 Na época do Renascimento há grande interesse pela cultura grega clássica e os artistas deste período inspiram-se na Antiguidade grega para exprimir uma linguagem renovada. Era comum que edifícios que não prestassem mais para uso do momento fossem desmantelados para reutilização de algumas partes, ou alterados para que melhor correspondessem aos padrões estéticos e necessidades vigentes. 
1.1. OBJETIVOS DE ESTUDO
Objectivo Geral
Este trabalho tem como objectivo realizar um trabalho investigativo do tema de restauro de patrimónios.
Objectivos Específicos
Dar conhecer sobre os caminhos da arquitectura moderna, especificamente, da restauração do património moderno na sociedade contemporânea, pensando nos significados que a preservação desse legado tem em nossa actual sociedade;
Analisar as diferentes etapas e directrizes para o desenvolvimento do projecto de restauração no âmbito arquitectónico.
Dar a conhecer os estudos preliminares no estudo de um edifício em que se pretende intervir ou restaurar. 
2. RESTAURO
O PRINCÍPIO DA RESTAURAÇÃO
	Restauração é, naturalmente, o termo mais antigo e, por isso, o mais conhecido. Actualmente, caracteriza-se por representar a intervenção que devolve a unidade potencial da obra, que preenche as lacunas, que recompõe a imagem. De acordo com Cesare Brandi, “O restauro constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dupla polaridade estética e histórica, com vistas à sua transmissão ao futuro”.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO
	Os princípios e as instituições de conservação se consolidaram na França do século XIX. Motivada pelas ideias do Iluminismo e com o objectivo de impedir o vandalismo que acompanhou os períodos da Revolução Francesa, surgiu no país uma visão idealizada dos monumentos históricos apoiada jurídica e institucionalmente pela primeira vez. 
	2.1. Fundamentos teóricos do restauro
	Contudo, segundo Chão (2001), a Itália foi a primeira nação a pensar na protecção dos monumentos in loco. Estruturas romanas foram restauradas após escavações arqueológicas segundo critérios restritos de reintegração e consolidação – quando houve necessidade de elementos novos, estes foram adoptados diferentes dos originais, com o objectivo de se evitar a mimetização. 
	Na Grã-Bretanha, as Associações de Antiquários tomaram para si a protecção dos monumentos como resposta ao vandalismo religioso ocorrido no período da Reforma Luterana. Os monumentos religiosos da Idade Média eram vistos como “obras vivas da nação” e sua destruição despertou a indignação devido ao desperdício e a afronta ao nacionalismo.
	Os arquitectos de formação clássica passaram a reinterpretar a assimetria e as irregularidades das edificações, resultando em demolições e reconstruções arbitrárias. Contra essa conceição, mas defendendo reconstituições com base em hipóteses, emergiu Viollet-Le-Duc (1814-1879), arquitecto, restaurador e teórico autodidacta, que instituiu outro procedimento de restauração.
 
	Seu método propôs a utilização de elementos idênticos aos originais e, na inexistência de informações que precisassem quais eram estes, a utilização de elementos considerados mais coerentes com o estilo da construção, acarretando tentativas de reconstruções mimetizadas.
 	
Restaurar consistia em reconstituir a forma original, ou supostamente original, do edifício. Le-Duc não considerava plenamente a autenticidade do objecto. Na ausência de informações precisas sobre sua forma, designava-se um formato considerado coerente com obras do mesmo período. 
	2.1. Fundamentos teóricos do restauro 
	2.3. ETAPAS DE RESTAURAÇÃO
	Os projectos de restauração são momentos potencialmente interessantes de realização de um efectivo resgate da história do bem e da sociedade que o construiu. O processo de recuperação, conservação, habilitação ou restauração de um bem imóvel envolve uma série de etapas, que serão aqui mais bem detalhadas. Essas etapas podem ser apresentadas conforme demonstrado abaixo:
PESQUISA HISTÓRICA E ICONOGRÁFICA
	A pesquisa histórica e iconográfica tem papel fundamental na definição das directrizes de projecto, mas é uma das etapas mais difíceis de se realizar, face à dispersão em que se encontram os registos históricos. A pesquisa histórica deve ser construída a partir de diversas fontes de informação como: os registos oficiais; a revisão bibliográfica; a iconografia histórica; a história oral; os artigos jornalísticos, periódicos e outras fontes possíveis. 
	2.3. 1. Levantamento arquitectónico detalhado
	O levantamento arquitectónico destinado ao Registro gráfico de um edifício de importância histórica é realizado a partir de métodos específicos que permitem maior precisão na medição, permitindo o registo fiel das irregularidades e imperfeições que o edifício apresenta e, também, dos detalhes dos elementos arquitectónicos, integrados e ornamentais presentes no edifício.
	As medições devem ser precedidas da realização de croquis que permitam o registo das informações a serem colectadas e oriente os trabalhos. A partir daí, deve-se definir os níveis de medição, a partir dos quais serão tomadas as medidas horizontais e verticais. Os níveis são marcados com o auxílio de mangueiras de nível ou com teodolitos.
	Para minimizar as possibilidades de erros, recomenda-se que as medidas horizontais de cada pavimento sejam tomadas todas em um mesmo nível, uma vez que as paredes antigas, muitas vezes, apresentam desaprumos.
	2.3. 2. Levantamento fotográfico minucioso
	O edifício deve ser registado fotograficamente ou por outros meios que permitam a visualização do seu aspecto anteriormente à obra de intervenção. O registo fotográfico deve abranger todos espaços internos, todas as fachadas e todos os elementos arquitectónicos, integrados e ornamentais, além de detalhes da estrutura, da cobertura, das instalações, etc. O registo fotográfico deve mostrar, também, a inserção do edifício no seu entorno.
VISTORIA DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO E DAS PATOLOGIAS
	Assim como as medidas, o estado de conservação deve ser minuciosamente verificado e relatado. O relatório do estado de conservação deve ser organizado por grupos de elementos construtivos e deve se utilizar de todos os recursos necessários para ilustrar as patologias identificadas (desenhos, fotos, etc.).
	2.3. 3 Mapeamento de danos 
	O mapeamento de danos é o registo gráfico, o mais fiel possível, do estado de conservação e das patologias identificadas no edifício. Para tanto, deve-se criar uma simbologia para determinar cada uma das patologias encontradas, como perdas de materiais de revestimento; lacunas em alvenarias e outros elementos construtivos; irregularidades em esquadrias, telhados, etc.; rachaduras; desnivelamentos, etc.
DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO
	O Diagnóstico do Estado de Conservação deve ser feito com base no relatório do estado de conservação e no mapeamento de danos, buscando identificar as causas dos degradados neles registados. Considerar todo o universo que envolve o bem cultural como os factores climáticos; as características do solo; as edificações do entorno; as intervenções urbanísticas; os actos de vandalismo; as formas de utilização do bem; as características da construção original e das intervenções que a sucederam; etc.
	2.3. 4. Prospecções arquitectónicas e arqueológicas
	Para que se possa realizar uma pesquisa mais profunda, torna-se necessária a realização de prospecções – pesquisas realizadas no próprio bem -, que devem seguir os critérios de uma pesquisa arqueológica. A Arqueologia é a ciência que estuda o homematravés da sua cultura material, e se tem revelado eficaz no trabalho de recuperação histórica, não só para suprir a ausência de dados bibliográficos, mas também para dialogar com os documentos escritos existentes.
	As realizações de prospecções arquitectónicas e arqueológicas devem ser precedidas e orientadas por um Projecto de Arqueologia, que pode ser implantado em etapas dada à diversidade de situações em que se encontram os bens imóveis. A situação ideal, porém, tanto para a pesquisa arqueológica quanto para o projecto de restauração, é que a primeira possa ser realizada integralmente antes da elaboração do segundo. Mas, isso nem sempre é possível face às razões diversas, especialmente em decorrência de o imóvel estar em uso.
	3. TIPOS DE RESTAURO
 3.1. RESTAURO ESTILÍSTICO 
	Tem como base na restauração a linha de pensamento a reconstituição formal. Ele visa construir o monumento na sua forma primitiva, descobrindo as leis que motivaram a origem do monumento, o restaurador pode descobrir o que falta. 
Reconstituição formal 
	Linha de pensamento que tem como influência o Restauro Estilístico sendo o seu grande expoente Viollet Le-Duc (século XIX). Recomposição do monumento, tendo a unidade estilística como directriz. O monumento é avaliado principalmente pelo seu vocabulário formal (predomínio do estilo). Esta corrente de pensamento é caracterizado pelo: 
Busca unidade estilística do edifício. 
Monumento avaliado principalmente pelo vocabulário formal. 
“Depuração” do monumento através da remoção dos acréscimos, busca do estilo “puro”. 
	3.2. Restauro romântico
	Nasceu em 1819, crítico de arte. Século XIX e teve Grande influência Inglaterra pelo John Ruskin. Admirador do gótico como Viollet – Le Duc. John Ruskin amava o gótico pelo seu poder de sugestão, à nervura, superfície, altura, detalhe. Viollet – Le Duc no gótico se interessava pelo seu funcionamento e estrutura. 
	John Ruskin: Arte tem que ter emoção, vale pelo seu poder de sugestão (ruínas). Ruskin – autenticidade da matéria é que trás as marcas do tempo e com o passar do tempo é que se acrescenta a esteticidade. 
 JOHN RUSKIN 
 O restauro é a pior destruição que o edifício pode sofrer, acompanhada da falsa descrição da coisa que perdemos. 
O intuito era deixar o monumento tal como se apresentava com antipatia, total a qualquer tipo de acção cirúrgica à qual os arquitectos restauradores estão sujeitos. 
 Procurava conservar todas as adições e modificações realizadas no decorrer do tempo e conservando inclusive as marcas da própria passagem no tempo. 
CAMILLO BOITO 
	Tenta fazer uma fusão entre as duas concepções antagonistas Le-Duc (positivista, objectivo) e Ruskin. (romântico e sugestivo). 
3.3 Restauro moderno - Camillo Boito 
Respeitar todos os acréscimos que tenham valor de arte, mesmo que não mostre a unidade do monumento. 
As adições (acréscimos) e renovações deveriam ser evitadas mas, caso necessárias, somente poderiam ser feitas baseadas em documentos seguros e fidedignos. 
Não se trata de conservar o tempo - Se conserva o monumento mais original tendo que ficar fixo no decorrer do tempo. 
	3.2. Restauro histórico - Luca Beltrami 
	O monumento é considerado como um documento. As intervenções nelas feitas são baseadas em dados de arquivos, livros, gravuras. Assim como na análise da própria construção. As recriações do restauro estilístico (Le-Duc), deveriam ser substituídas pelas intervenções fundamentadas em provas fornecidas pela pesquisa histórica e pelo próprio objecto em estudo, alta dose de subjectividade. 
Propõe dar máxima importância às obras de Manutenção e de Consolidação para salvar o monumento; 
Limita o caso de reconstrução: Reconstruir somente aqueles elementos nos quais seja demonstrada a legitimidade e a utilidade, mas do que com a unidade arquitetônica. 
	4. Cartas do Restauro 
 4.1. O documento resultante do congresso tem como base os preceitos de Boito e é considerada a primeira carta de restauração 
VALOR DE ANTIGUIDADE OU VALOR DO ANTIGO 
A eficácia estética do monumento reside nos traços de decomposição da obra acabada pelas forças mecânicas e químicas da natureza, não tem interesse na conservação do monumento em seu estado original; 
Valor fundamentado na degradação;
O monumento emana sentimento, emoção mesmo com pouca informação do material, das formas do que foi;
 Marca o transcorrer do tempo, não está ligado ao intelecto. 
	4.2 Valor histórico 
O valor histórico é tanto mais alto no monumento, quanto mais transparece o estado original;
Não se trata de conservar o tempo - Se conserva o monumento mais original tendo que ficar; fixo no decorrer do tempo;
Ele é documento, valor de informação, valor científico;
Deter toda degradação a partir da intervenção no monumento. 
VALOR DE REMEMORAÇÃO INTENCIONAL
Reivindica para o monumento a imortalidade, o eterno presente, a perenidade do estado original. A acção dos agentes naturais, que se opõe a realização dessa exigência, deve assim ser combatida com energia, e seus efeitos contrariados sem cessar. 
Permite a intervenção mesmo que a degradação não seja natural, leve em conta as degradações anteriores. 
	4.3 Valor de uso/ instrumental 
A existência do edifício - O edifício tem que continuar existindo para que se impeça a sua degradação;
Para você respeitar o antigo é necessário você usar o moderno (pessoas, etc.) ou o próprio uso moderno, para mostrar o quanto ele é antigo.
VALOR ARTÍSTICO 
 Valor de Novidade – tudo que é novo tem que ter valor de novidade, tem que estar íntegro (concluído) sua forma e cor;
 O valor de novidade é o maior inimigo do valor antigo. 
	4.4 Carta de restauro de Atenas 
RESTAURO CIENTÍFICO - Gustavo Giovannoni (Itália)
	o Restauro científico tem sua origem na teoria de Gustavo Giovannoni, que adopta a postura de que o valor histórico do monumento tem mais importância e relevância do que os elementos formais. 
	Gustavo Giovannoni - carta del restauro italiano -1932 
Propõe dar máxima importância às obras de Manutenção e de Consolidação para salvar o monumento; 
 Limita o caso de reconstrução: Reconstruir somente aqueles elementos nos quais seja demonstrada a legitimidade e a utilidade, mas do que com a unidade arquitectónica. Elementos Acrescentados, documentação apontando data; 
 Complemento de antigas linhas, materiais diversos dos primitivos e modelos de invólucro e ornamentos esquemáticos de modo a obter efeito sintético, sem provocar engano da imitação. 
RESTAURO CRÍTICO – Cesare Brandi 
Reelaborou a teoria de Camillo Boito: 
 Conferiu grande importância aos valores históricos e documentais do um monumento; 
 Valores históricos - mais relevantes do que os elementos formais. 
	4.5. Carta de Veneza 
	Após apresentar o presente trabalho, concluiu-se que, não se restaura por analogia. A obra de arte é única o restauro está destinado a desenvolver a unidade potencial. Deve desenvolver sugestões implícitas, ditas nos próprios fragmentos, tal intervenção integrativa cai naturalmente sobre a instância estética e histórica, deverão determinar para o restaurador até a que momento da obra de arte deve restabelecer evitando nesse processo, tanto a ofensa estética quanto a ofensa histórica. 
	5. Conclusão 
Discentes:
Amina Magalhães
Elsa Sande
Humaira Esmail
José Nahemo
Natércio Paia
Beira, Julho de 2021 
FIM!

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