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Crimes contra a Administração Pública

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Prévia do material em texto

• Capítulo I – Dos crimes praticados por funcionário 
público contra a Administração em 
geral (arts. 312 a 327) 
• Capítulo II – Dos crimes praticados por particular 
contra a Administração em geral (arts. 
313 a 337-A) 
• Capítulo II-A – Dos crimes praticados por 
particular contra a Administração Pública 
estrangeira (arts. 337-B a 337-D) 
• Capítulo III – Dos crimes contra a Administração 
da Justiça (arts. 338 a 359) 
• Capítulo IV – Dos crimes contra as finanças 
públicas (arts. 359-A a 359-H) 
 
Crimes funcionais -> praticados por funcionário 
públicos nos exercícios de suas funções ou em 
razão dela. 
1. Crimes funcionais próprios (puros ou 
propriamente ditos): na falta da qualidade 
de funcionário público ao autor, o fato é 
atípico (atipicidade absoluta). 
Praticado por funcionário público – crime 
Praticado por quem não é funcionário público – 
não há crime. 
2. Crimes funcionais impróprios (impuros ou 
impropriamente ditos ou mistos): na falta 
da qualidade de funcionário público ao 
autor, desaparece o crime funcional, mas 
o fato se subsume (adequa) a outro tipo 
penal (atipicidade relativa). 
Peculato próprio: art. 312: “Apropriar-se o funcionário 
público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em 
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio” 
Se retira a qualidade funcionário público, teremos 
aqui o crime de Apropriação Indébita, e não de 
Peculado. 
Peculato impróprio: art. 312, § 1º: “Aplica-se a 
mesma pena, se o funcionário público, embora não 
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, 
(...), valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário”. 
Retirando a qualidade de funcionário público, 
teremos aqui o crime de furto. 
Conceito de Funcionário Público para o Direito 
Penal: 
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os 
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou 
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
Norma penal interpretativa. -> conceito amplo. 
Cargo público está previsto no art. 3, § 2º, da Lei. 
n. 8.112/90. Já o Emprego aqui se relaciona com a 
CLT. E a Função Pública se trata de qualquer pessoa 
que exerça qualquer tipo de função de natureza 
pública, remunerada ou não. 
Função Pública: Jurados do tribunal do júri, 
mesários eleitorais, Juiz de Paz, tabelião, agentes 
políticos, governador, deputado etc, estagiário, 
voluntário. 
Aqueles que exercem múnus público não é 
considerado FP -> tutor, curador, depositário, adm 
judicial, defensores dativos e depositário judicial. 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO 
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem 
exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou conveniada 
para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
Serviços Sociais Autônomos, ONG´S, Entidades de 
apoio, OSCIP´s etc. 
Ex: vigilante de uma repartição pública -> não é 
funcionário público. 
 
A equiparação do conceito de funcionário público 
prevista no art. 327, § 1º, CP, aplica-se a este 
somente na qualidade de sujeito ativo da infração 
penal ou também quando figura como sujeito 
passivo? Quando for a vítima. 
 1) Teoria Restritiva: somente na função de sujeito 
ativo (crime de injúria). -> não pode ser vítima. 
2) Teoria Extensiva (ou ampliativa): tanto quanto 
for sujeito ativo quanto for sujeito passivo (crime 
de desacato). -> pode ser vítima (MAJORITÁRIA) 
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando 
os autores dos crimes previstos neste 
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento (alto 
escalão/dirigentes) de órgão da administração 
direta, sociedade de economia mista, empresa 
pública 
ou fundação instituída pelo poder público. 
São punidos de maneira mais grave. 
Autarquias? STF 2019, não é permitido porque não 
é permitida analogia para prejudicar. 
É possível um particular praticar crimes funcionais? 
Sim, mas há dois requisitos. 
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as 
condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. 
Logo, é possível ao particular praticar crimes 
funcionais desde que: 
1) presente o concurso de pessoas, uma vez que a 
condição de funcionário público é uma 
elementar dos crimes funcionais e se comunica aos 
particulares que tiverem concorrido para 
prática do crime. -> pedir para algum amigo que não 
é funcionário público. Também responde pelo 
mesmo tipo penal do crime funcional 
2) a condição de funcionário público seja de 
conhecimento do particular. -> tem que saber que 
a outra pessoa era funcionário público. 
 Princípio da Insignificância nos crimes contra a 
Administração Pública. 
STJ: NÃO ADMITE 
Uma exceção: crime de descaminho – inferior a 
20.000 não se aplica o crime. 
STF: ADMITE 
Extraterritorialidade – Incondicional 
Ex: diplomatas 
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora 
cometidos no estrangeiro: I – os crimes: (...) 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do 
Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída 
pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a 
seu serviço; (...) 
Art. 33. (...) 
§ 4ª O condenado por crime contra a 
administração pública terá a progressão de regime 
do cumprimento da pena condicionada à reparação 
do dano que causou, ou à devolução do produto do 
ilícito praticado, com os acréscimos legais. 
Efeitos da condenação 
Art. 92. São também efeitos da condenação: 
I – a perda de cargo, função pública ou mandato 
eletivo: 
15m 
3 www.grancursosonline.com.br 
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: 
degravacoes@grancursosonline.com.br 
Crimes Contra a Administração Pública – Conceitos 
Introdutórios II 
DIREITO PENAL ANOTAÇÕES 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por 
tempo igual ou superior a um ano, nos 
crimes praticados com abuso de poder ou violação 
de dever para com a Administração Pública; 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade 
por tempo superior a 4 (quatro) anos 
nos demais casos. 
(...) 
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo 
não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. 
• Peculato – Tipos penais: 
– Peculato apropriação (art. 312, caput, 1ª parte) 
PROPRIO 
– Peculato desvio (art. 312, caput, 2ª parte) 
PROPRIO 
– Peculato furto (art. 312, § 1º) IMPROPRIO 
– Peculato culposo (art. 312, § 2º) 
– Peculato mediante erro de outrem – peculato 
estelionato (art. 313) 
– Peculato eletrônico (arts. 313-A - Inserção de 
dados falsos em sistema de informações e 313-B - 
Modificação ou alteração não autorizada de 
sistema de informações) 
 
➔ Tanto o peculato próprio quanto o peculato 
improprio são crimes funcionais impróprios 
(admitem ser cometidos por funcionário 
públicos, recaindo em outro tipo penal). 
 
Peculato Próprio 
Crime Material que se consuma com a efetiva 
subtração da coisa; Funcional impróprio; ação 
pública incondicionada, admite tentativa; 
Embora seja um crime próprio pode ser praticado 
por particulado, respondem pro peculato também. 
É dividido em peculato apropriação e peculato 
desvio, como os próprios verbos utilizados no texto 
da lei traduzem: 
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de 
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
público ou particular, de que tem a posse em razão 
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio: 
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Apropriar-se – já tem a posse. 
Desviar a finalidade de um bem que esteja na sua 
posse. 
Ex; motorista do governador pega o carro para si -
> apropriou-se de um bem público. 
Ex 2: Policial rodoviário pegapara si veiculo 
apreendido -> bem particular. 
O proveito não necessariamente patrimonial, pode 
ser moral, sexual, prestigio. 
Peculato Impróprio (furto) 
Não tem a posse do bem, por isso terá que subtrair. 
Também chamado de peculato furto, a diferença 
para o peculato próprio é o agente não ter a posse 
do bem. Nesse caso, ele terá que subtraí-lo, mesmo 
verbo utilizado no crime de furto. 
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário 
público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja 
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. -> se não tem essa facilidade, não 
incorre o crime de peculato. 
Crime funcional improprio, APPI, tentativa, crime 
material. 
Peculato de Uso 
Ex: Motorista do governador, usa o carro para 
viajar para a praia. Não tem dolo de apropriar-se 
definitivamente, apenas temporariamente. 
Devolve o carro depois de uma semana. 
Responde pelo peculato? 
Bem infungível (não consumível) – não haverá 
crime de peculato, responde por ato de 
improbidade administrativa. 
Bem fungível e consumível -> fiança. Configura 
crime de peculato. 
Se for prefeito -> responde por outra lei. 
Não configura o crime de peculato 
• Servidor público que recebe seus vencimentos 
sem prestar os devidos serviços não comete o 
crime de peculato. A conduta é atípica, uma vez 
que não há apropriação, desvio ou subtração. Fica 
sujeito, porém, a sanções por improbidade 
administrativa (STJ, RHC 60.601/SP, Dje 
19/08/2016). Esse é o servidor que assina o ponto 
e vai embora, sem trabalhar aquele dia. Há nesse 
caso um enriquecimento ilícito e ele responde por 
improbidade administrativa, mas não peculato; 
• Não configura crime de peculato servidor público 
que utiliza do trabalho (serviços) de outro servidor 
público em proveito próprio (STF. Inq 3776, julgado 
em 07/10/2014). Todavia, se o servidor público que 
se utilizou da mão de obra for Prefeito, cometerá o 
delito do art. 1º, II, do DL 201/67. Ex.: O chefe de 
uma repartição pede favores pessoais a um 
funcionário subordinado, fazendo-o trabalhar para 
ele em vez de em prol do serviço público; 
• Não pratica peculato o depositário judicial que 
vende os bens em seu poder, uma vez que não é 
funcionário público para fins penais. Ao depositário 
judicial é atribuído um munus, pelo juízo, em razão 
de bens que, litigiosos, ficam sob sua guarda e zelo. 
(STJ, HC 402949/SP, Dje 26/03/2018) 
 
Peculato culposo 
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para 
o crime de outrem: 
Pena – detenção, de três meses a um ano. 
➔ Contribuir por meio de negligencia, 
imprudência, imperícia. 
➔ Qualquer crime, funcionário publico ou um 
particular. 
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do 
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue 
a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade 
a pena imposta. (extinção da punibilidade) -> só no 
peculato culposo, não se aplica ao peculato doloso 
➔ A qualquer momento da ação, antes do 
transito julgado. Se a reparação for depois, 
reduz a pena pela metade. 
Reparação do dano no crime de peculato doloso 
Não se aplica o benefício do parágrafo 3º, mas 
pode fazer jus a outros benefícios: 
– Se a reparação ocorre antes do recebimento da 
denúncia, será aplicada a diminuição da pena de 
um a dois terços em razão do arrependimento 
posterior (art. 16, CP), 
desde que presentes os requisitos; 
– Se a reparação ocorre após o recebimento da 
denúncia, mas antes do julgamento, 
poderá ser aplicada ao réu a atenuante genérica 
prevista no art. 65, III, b, CP; 
– Se a reparação ocorre após a sentença, mas antes 
do trânsito em julgado, poderá ser 
aplicada a atenuante genérica inominada do art. 
66, CP; 
– A reparação após o trânsito em julgado será 
condicionante para progressão do regime 
(art. 33, § 4º, CP). 
• Também é chamado de peculato estelionato. 
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer 
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por 
erro de outrem: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
➔ Ele não age de uma maneira para causar o 
erro na vítima, é um erro que a própria 
vítima comete. 
➔ Trata-se de um crime funcional impróprio. 
➔ Caso a qualidade de funcionário público 
seja retirada do sujeito ativo, o crime recai 
no art 169 do CP (APROPRIAÇÃO DE COISA 
HAVIDA POR ERRO). 
➔ Quando o agente coloca a vítima em erro, 
trata-se de um estelionato. 
➔ Utilidade econômica 
Inserção de dados falsos em sistema de informações 
• É chamado de peculato eletrônico. 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário 
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou 
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas 
informatizados ou bancos de dados da 
Administração Pública com o fim de obter 
vantagem indevida para si ou para outrem ou para 
causar dano: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa. 
Dolo especifico 
➔ Só pode ser praticado pelo funcionário 
publico autorizado, que tem acesso. 
➔ Funcionário público não autorizado ou 
particular – incide no crime do art. 299 
(falsidade ideológica). 
➔ Trata-se de um crime formal, de ação penal 
pública incondicional e cabe a tentativa. 
➔ O sujeito passivo é o Estado e a pessoa física 
ou jurídica prejudicada. 
Modificação ou alteração não autorizada de sistema 
de informações 
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, 
sistema de informações ou programa de informática 
sem autorização ou solicitação de autoridade 
competente 
Não tem dolo para vantagem indevida. 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, 
e multa. 
 Parágrafo único. As penas são aumentadas de um 
terço até a metade se da modificação ou alteração 
resulta dano para a Administração Pública ou para 
o administrado. 
Gerou um dano, cometido mediante dolo. 
• Trata-se de um crime próprio (pode ser praticado 
por qualquer funcionário 
público). 
• É um crime formal (se houve a ocorrência do 
resultado naturalístico; dano para a 
Administração), será aplicado o parágrafo único. 
• Só pode ser cometido mediante dolo 
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou 
documento 
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer 
documento, de que tem a guarda em razão do 
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente: 
 Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato 
não constitui crime mais grave (subsidiariedade 
expressa). 
O extravio do art. 314 tem que ser cometido por 
dolo. 
Subsidiariedade expressa prevista no preceito 
secundário do tipo penal 
• Exemplo: supressão de documento: 
Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em 
benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo 
alheio, documento público ou particular 
verdadeiro, de que não podia dispor: 
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o 
documento é público, e reclusão, de um a cinco 
anos, e multa, se o documento é particular 
➔ Vantagem, dolo específico. 
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas 
aplicação diversa da estabelecida em lei (em 
sentido estrito): 
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. 
Não é para o proveito do próprio agente.- se 
houver, peculato. 
Cometido por apenas funcionário público 
➔ Em prol da própria administração. 
➔ Trata-se de um crime de menor potencial 
ofensivo. 
➔ É uma norma penal em branco, ou seja, o 
art. 315 só terá validade se houver o 
complemento de outra lei. (não vale se for 
um decreto). 
➔ O sujeito ativo é o funcionário público que 
possa dispor das verbas. 
➔ Estado de necessidade: é uma excludente 
de ilicitude, ou seja, o funcionário não 
responderá pelo crime. 
➔ Se o funcionário cometer o crime do art. 
315, mas com a intenção de se beneficiar, 
também responderá por improbidade 
administrativa (Lei n.8.429/1992). 
➔ Trata-se de um crimede ação penal pública 
incondicionada, material, cabe tentativa e é 
funcional próprio. 
 
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa 
Funcionário Público 
Outra pessoa faz por pedido de um FP -> também 
responde por concussão (concurso de pessoas) 
Exigir- impor, ordenar. Não há solicitação, há 
EXIGENCIA DIRETA OU INDERETA. 
O particular não pratica nenhum crime. Sujeito 
passivo secundário 
Sujeito Passivo Primordial – Estado 
A doutrina diverge no que concerne uma vantagem 
indevida: 
 a) uma corrente defende que essa vantagem 
indevida tem que ser patrimonial; 
b) outra corrente defende que a vantagem 
indevida pode ser patrimonial ou de qualquer 
outra ordem (sentimental, moral, sexual etc.). 
Para fins de provas, deve-se adotar a 2ª corrente 
de pensamento. 
 
Crime Funcional Próprio – particular que exige não 
comete crime nenhum 
APPI, admite tentativa, dolo, crime formal -> se 
consuma com a exigência, não precisa obter a 
vantagem indevida. 
 
 
Extorsão -> violência ou grave ameaça 
Concussão -> Nunca pode ser praticada por 
violência ou grave ameaça, se tiver o FP 
responderá por extorsão. 
Juiz impôs como obrigação e recebeu do réu 
polpuda soma para absolver o homicida – 
concussão (exigiu vantagem indevida) 
Apesar de ser um crime diferente, o excesso de 
exação foi mantido no mesmo parágrafo que o de 
concussão. 
Art. 316. 
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição 
social que sabe ou deveria saber indevido, ou, 
quando devido, emprega na cobrança meio 
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Ex. 1: suponha que um auditor da Receita Federal, 
na cobrança de um tributo devido, se dirige a um 
estabelecimento inadimplente e cola ali uma faixa 
dizendo que o estabelecimento está inscrito na 
dívida ativa. Apesar de ser um fato, esse é um meio 
vexatório de cobrança, um meio indevido. Esse 
funcionário público responderia então por excesso 
de exação; 
Ex. 2: um funcionário que atua no fisco faz uma 
exigência e cobra mais tributo do que é devido ao 
fisco, mas não para si próprio e sim em favor do 
Estado. 
Não cobra pra si e sim em favor do Estado. 
A respeito do excesso de exação qualificado: 
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio 
ou de outrem, o que recebeu indevidamente para 
recolher aos cofres públicos: Pena – reclusão, de 
dois a doze anos, e multa. -> beneficio próprio. 
a) Formal – Não exige o pagamento pelo particular, 
basta a exigência da vantagem indevida; 
b) De ação penal pública incondicionada; 
c) Admite a tentativa; 
d) Pode ser praticado mediante dolo direto ou dolo 
eventual; 
e) Funcional próprio. 
 
Corrupção Passiva 
Corrupção passiva 
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa. 
Corrupção passiva própria -> finalidade praticar ato 
injusto, ilícito 
 Corrupção passiva imprópria -> visa a prática de 
ato legítimo. 
Antecedente: em razão de uma ação futura. 
Subsequente: recompensa por um fato já ocorrido 
NÃO SE APLICAM PRINCIPIO DA INSIGNIFICANCIA 
NOS CRIMES CONTRA ADM PUBLICA 
Corrupção passiva Pequenas doações e presentes 
entregues a funcionários públicos configura o 
crime de corrupção passiva? 
1ª Corrente – Não, pois aplica-se o princípio da 
insignificância. 
• Essa corrente vai de encontro à Súmula 599 do 
STJ. 
2ª Corrente – Não, pois há ausência de dolo por 
parte do funcionário público. 
 • Corrente majoritária. 
3ª Corrente – Sim, pois o funcionário público deve 
se eximir a obter qualquer tipo de vantagem 
indevida no exercício da função. 
Sempre que há corrupção passiva vai ter corrupção 
ativa? Sim, se o particular não concordar com a 
solicitação da vantagem indevida do FP. 
Entretanto, no que tange os verbos “receber” e 
“aceitar promessa” a corrupção passiva pressupõe 
a corrupção ativa. 
Regra adotada pelo Código Penal no 
concurso de pessoas: Teoria monista ou 
unitária CP, 
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o 
crime incide nas penas a este cominadas, na medida 
de sua culpabilidade. -> mesmo se um deles estiver 
feito o disparo, todos respondem por homicídio. 
Exceção pluralística 
Os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa são 
uma exceção pluralística à teoria monista. Não haverá 
concurso de pessoas, os tipos penais são distintos. 
Corrupção passiva exaurida 
Art. 317 – (...) § 1º A pena é aumentada de um terço, se, 
em consequência da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de 
ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
O funcionário pratica de fato o ato para o qual tinha 
recebido vantagem indevida. 
Corrupção passiva privilegiada -> não há vantagem 
indevida. 
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou 
retarda ato de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo a pedido ou influência de 
outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano, 
ou multa. 
Um amigo pediu, alguém que ele gosta – corrupção 
passiva privilegiada. 
Para satisfazer interesse ou sentimento pessoal -> 
prevaricação. 
OBS: corrupção ativa e passiva não são bilaterais. 
Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, 
a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa 
Art 334 e 334-A particulares contra a 
administração pública. 
Descaminho fraude empregado para iludir a 
fiscalização para não pagar os impostos. 
Contrabando – importar ou exportar mercadoria 
proibida. 
No art 318 – pune a conduta do funcionário público 
que facilita o contrabando ou descaminho. Não é 
qualquer FP, é aquele que tenha atribuição de fazer 
a fiscalização alfandegária. 
A facilitação pode ser praticada por meio de uma 
conduta comissiva ou omissiva. 
Exceção pluralística -> no concurso de pessoas. No 
caso desse artigo, um particular ou vários 
particulares e um Funcionario facilitando, ele não 
responde pelo contrabando ou descaminho. Pois o 
crime do art 318 é mais grave. 
Crime próprio, APPI, formal (só precisa ter a 
facilitação), justiça federal (contrabando e 
descaminho tb), 
 Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
 Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. → 
todos os institutos da Lei n. 9.099
Retardar ou deixar de praticar -> crimes omissivos 
próprios. Em omissão não é admitido tentativa. 
Praticar -> crime omissivo. Admite tentativa. 
Ato de ofício -> todo e qualquer ato de 
competência ou atribuição da função ou cargo 
público. 
Interesse – qualquer proveito ou vantagem 
indevida. (moral) 
Sentimento pessoal -> amor, ódio, vingança, 
ciúme. 
Mediante dolo com uma especial finalidade de agir 
– interesse de obter vantagem patrimonial, pode 
sim haver vantagem patrimonial. 
Dolo especifico para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal 
Crime formal, appi, crime de mão própria -. Não 
pode ser delegada a terceiro. 
Situações em que não se vislumbra prevaricação. 
➔ Quando o ato omitido ou retardado não é 
de competência do funcionário publico – 
não é ato de oficio 
➔ Ato de oficio não praticado por mera 
desídia (preguiça), uma vez que não 
representa, por si só, uma satisfação de 
interesse ou sentimento pessoal. -> ela por 
si só não configura, mas se tiver um 
interesse vai configurar prevaricação. STJ 
Qual crime comete o funcionário publico que 
descumpreordem ou mandado judicial? Não é 
desobediência (quem pratica esse crime é o 
particular) O FP responde prevaricação se for 
por interesse ou sentimento pessoal. Se não 
tiver essa finalidade especifica é fato atípico, 
porem responde por improbidade 
administrativa. 
Também chamado de prevaricação imprópria. 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária 
e/ou agente público, de cumprir seu dever de 
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, 
de rádio ou similar, que permita a comunicação 
com outros presos ou com o ambiente externo: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano 
Crime doloso. Omissivo próprio (não é cabível a 
tentativa). Crime de ação penal pública 
incondicionada, crime formal). 
Aparelho telefônico ou de comunicação no interior 
dos presídios 
➔ Diretor do presidio: prevaricação 319 -A 
➔ Particular: alguém que esconde no corpo 
para entregar para outra pessoa dentro do 
presidio, art 349 – A 
➔ Interno: Falta grave 
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração 
no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente: Pena – detenção, de 
quinze a um mês, ou multa. 
Crime doloso 
No âmbito da administração Pública 
O subordinado praticou uma infração no exercício 
do cargo, o supervisor deve responsabilizar, ou 
quando outro subordinado não leva o fato ao 
conhecimento da autoridade competente. 
Indulgencia é pena ou compaixão, misericórdia. Se 
o funcionário oferecer dinheiro para que não seja 
responsabilizado, o superior reponde por 
corrupção passiva e o subordinado por corrupção 
ativa. 
Crime próprio – só funcionário publico 
Funcional Próprio – se retirar a qualidade de 
funcionário público, essa conduta não recairia em 
qualquer tipo penal -> atipicidade de conduta. 
Crime formal – mesmo se agente venha ser 
responsabilizada dps 
APPI, crime omissivo próprio/ puro -> não há 
tentativa 
 Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, 
interesse privado perante a administração pública, 
valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único. -> legítimo. 
Se o interesse é ilegítimo: (modalidade qualificada) 
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da 
multa 
Patrocinar- advogar, defender 
Interesse privado legitimo -> um delegado vai 
tentar soltar um amigo que foi presa em outra 
delegacia, mesmo se for inocente. 
Se não usar a qualidade de funcionário – não 
praticou crime. 
Tem que ser interesse privado alheio. 
Crime formal, tentativa cabível, APPI, crime 
funcional próprio – 
Art. 322. Praticar violência, no exercício de função 
ou a pretexto de exercê-la: 
 Pena – detenção, de seis meses a três anos, além 
da pena correspondente à violência. 
Sujeito ativo: Funcionário Público – crime próprio, 
crime funcional. 
Violência Física por meio de lesão corporal ou via 
de fato. 
Violência Arbitrária – injustificada, sem ser 
necessária. 
Concurso material obrigatório: se gerar a lesão 
corporal, aplica a pena dessas condutas. Vias de 
Fatos serão absolvidas pelo artigo 322. (principio 
da consunção) 
 
Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos 
permitidos em lei: Pena – detenção, de quinze dias 
a um mês, ou multa. § 1º Se do fato resulta prejuízo 
público: 
 Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa 
O que este tipo penal incrimina é o abandono do 
cargo público. 
Abandono de cargo público – Lei n. 8.112/1990. 
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e 
responsabilidades previstas na estrutura 
organizacional que devem ser cometidas a um 
servidor. 
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a 
todos os brasileiros, são criados por lei, com 
denominação própria e vencimento pago pelos 
cofres públicos, para provimento em caráter 
efetivo ou em comissão. 
Deve ser avaliado se é um tempo relevante para 
gerar perigo de lesão – crime de perigo concreto. 
Abandono – crime omissivo próprio. 
Crime formal, APPI, mão própria, não há coatoria. 
Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes 
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a 
exercê-la, sem autorização, depois de saber 
oficialmente que foi exonerado, removido, 
substituído ou suspenso: 
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou 
multa. 
Esse crime é diferente do crime de usurpação de 
função pública. 
CP Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: 
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e 
multa. -> sujeito comum, que atua como se fosse 
funcionário publico 
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere 
vantagem: 
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
O crime do art. 324 é um crime funcional, somente 
um funcionário público pode cometê-lo. Saber 
oficialmente: comunicação pessoal. Conduta 
dolosa, crime de mão própria, ação penal pública 
incondicionada, crime formal e a tentativa é 
possível. 
Tem que ter uma comunicação pessoal, pois se ele 
não sabia, não há dolo. 
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão 
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou 
facilitar-lhe a revelação: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou 
multa, se o fato não constitui crime mais grave. -> 
subsidiariedade expressa. 
Revelar – conduta direta. 
Facilitar a revelação – conduta indireta. 
Subsidiariedade expressa. 
 
Crime próprio – será praticado pelo funcionário 
público ainda que aposentado. 
Crime doloso, cabe tentativa, de ação penal pública 
incondicionada e é crime formal. 
A facilitação pode ocorrer por meio omissivo. 
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, 
fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer 
outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas 
a sistemas de informações ou banco de dados da 
Administração Pública; 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
 § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à 
Administração Pública ou a outrem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
A conduta do § 2º é qualificadora. Crime de dano. 
Art. 326 – Devassar o sigilo de proposta de 
concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o 
ensejo de devassá-lo: REVOGADO 
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa. 
O art. 326 do Código Penal foi tacitamente 
revogado pela Lei n. 8.666/1993: 
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada 
em procedimento licitatório, ou proporcionar a 
terceiro o ensejo de devassá-lo: 
 Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e 
multa. 
Funcionários públicos para fins penais: servidor, 
ocupante em cargos por omissão, emprego público 
contratado sob o regime da CLT, cidadão nomeado 
para compor as mesas receptoras de votos e de 
justificativas no dia das eleições, servidor 
temporário. 
Dos crimes praticados por particular contra 
a administração em geral 
Qualquer pessoa por praticar esses crimes até 
mesmo um funcionário publico fora de sua função 
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: 
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e 
multa. 
Usurpar – assumir, exercer, desempenhar 
indevidamente. 
Sujeito ativo – Particular ou Funcionário Público. 
I – Usurpação de função pública – o sujeito ativo 
pratica atos de ofício inerentes à função pública 
usurpada como se legitimado fosse. – crime do art 
328. 
II – Quem simplesmente se intitula ou se apresenta 
como funcionário público, sem praticar atos de 
ofício, não incorre no crime de usurpação de 
função pública. Essa conduta pode incidir na 
contravenção penal prevista no art. 45, do 
Decreto-Lei n. 3.688/1941 (Lei das Contravenções 
Penais): “Fingir-se funcionário público: Pena – 
prisão simples, de 1 a 3 meses, ou multa” 
III – Se o agente se apresenta como servidor 
público com a finalidade de colocar a vítima emerro e obter vantagem patrimonial indevida, o 
agente incorrerá no crime de estelionato. 
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere 
vantagem: Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e 
multa. – FIGURA QUALIFICADA. 
Pode ser qualquer vantagem. 
O caput é crime formal, já o parágrafo único é 
crime material ou causal. Se consuma com a efetiva 
auferição de vantagem. Pode ser tanto um crime 
de competência estadual ou federal 
É necessário que aja a pratica de atos de oficio, 
decorrente de exercício ilegal da função, ele entra 
no cargo. 
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, 
mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio: 
Pena – detenção, de dois meses a dois anos. 
Não precisa que seja uma grave ameaça 
A pessoa tem que estar prestando auxílio para um 
funcionário público. O particular sobre a violência 
ou ameaça. 
Sujeito passivo: Estado, Funcionário Público ou o 
particular. 
Resistencia ativa: há violência ou ameaça ao 
funcionário público ou ao particular que lhe preste 
auxílio. Se a finalidade for de impedir a execução 
de ato legal, configura o crime de resistência. 
Resistencia passiva: O indivíduo se opõe à prática 
de um ato legal sem a utilização de violência ou 
ameaça. Não haverá crime de resistência, mas a 
conduta pode se subsumir ao crime de 
desobediência (art. 330, CP). 
Situações que não configuram o crime de 
resistência 
• Quando a resistência é passiva – pode configurar 
o crime de desobediência (art. 330, CP) 
 • Quando o agente profere xingamentos ou 
pratica comportamentos com a intenção de 
humilhar o servidor público (exemplo: cuspe) – 
pode configurar o crime de desacato (art. 331, CP) 
->Vias de fatos 
• Quando a ordem que o funcionário público visa 
cumprir é manifestamente ilegal. 
 • Quando o próprio funcionário público se excede 
no cumprimento da ordem legal e se utiliza de 
violência não justificada. Nesse caso, a violência 
exercida pelo particular configura legítima defesa. 
O crime de resistência (art. 329, CP) absorve 
o crime de desobediência (art. 330, CP)? 
 Sim, desde que praticado no mesmo contexto 
fático. Isso ocorre porque a conduta de 
desobedecer a ordem legal de funcionário público 
integra o tipo penal da resistência, com a distinção 
que, nesse caso, haverá ainda a oposição mediante 
violência ou ameaça. 
Não há que se falar no crime de resistência sem 
que haja uma desobediência. Aplica-se o princípio 
da consunção. 
RESISTENCIA = DESOBEDIENCIA + VIOLENCIA E 
AMEAÇA. 
O crime de resistência (art. 329, CP) absorve o crime 
de desacato (art. 331, CP)? 
1ª corrente: o crime de resistência absorve o crime 
de desacato, pois trata-se de conduta mais ampla, 
à qual está inserido o desacato. 
2ª corrente: o crime de desacato absorve o crime 
de resistência, uma vez que a pena do primeiro 
(detenção, de 6 meses a 2 anos) é superior à pena 
do último (detenção, de 2 meses a 2 anos). 
3ª corrente: há concurso material entre resistência 
e desacato. O desacato não configura um meio de 
prática do crime de resistência. 
A 1ª e a 3ª corrente sãos as mais aceitas pela 
doutrina. 
Art. 329, § 1º Se o ato, em razão da resistência, não 
se executa: 
Pena – reclusão, de um a três anos. 
O caput é um crime formal e o § 1º é um crime 
material 
Dolo, APPI, 
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem 
prejuízo das correspondentes à violência -> 
concurso material obrigatório. 
Resistência com violência + lesão corporal (leve, 
grave, gravíssima, homicídio etc) 
Resistência com ameaça – só a pena da resistência 
Art. 330. Desobedecer (recusar o cumprimento) a 
ordem legal de funcionário público: 
 Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e 
multa. 
Ninguém é compelido a obedecer a ordem ilegal 
É diferença de ordem injusta -> a pessoa que 
recebeu o comando, mesmo ele achando injusta 
deve obedecer. 
Crime forma, APPI, menor potencial ofensivo, Dolo, 
Sujeito ativo -> crime comum, qualquer pessoa 
pode ser. FP pode ser, desde que a ordem não seja 
relacionada às suas funções. 
Desobediência comissiva -> tentativa 
Desobediência omissiva – ordem legal positiva, 
para que o particular FAÇA alguma coisa. Não há 
tentativa. 
Situações que não configuram o crime de 
desobediência 
1) Quando a lei determina sanção 
administrativa ou civil para o 
descumprimento de ordem legal. Ex.: art. 
238, CTB. STF, HC 88.452/RS. 
• CTB: Art. 238. Recusar-se a entregar à 
autoridade de trânsito ou a seus agentes, 
mediante recibo, os documentos de 
habilitação, de registro, de licenciamento de 
veículo e outros exigidos por lei, para 
averiguação de sua autenticidade: Infração – 
gravíssima; Penalidade – multa e apreensão do 
veículo; Medida administrativa – remoção do 
veículo. -> tem sanção especifica para essa 
situação. 
OBS.: Incorre no crime de desobediência, 
todavia, se houver previsão expressa da 
aplicação cumulativa desse delito (ex.: art. 219, 
CPP). 
• CPP: Art. 219. O juiz poderá aplicar à 
testemunha faltosa a multa prevista no art. 
453, sem prejuízo do processo penal por crime 
de desobediência, e condená-la ao pagamento 
das custas da diligência. 
2) Quando a desobediência se dá em razão de 
ordem que possa acarretar autoincriminação ou 
prejuízo. Isso porque não há intenção por parte 
do agente de desobedecer a ordem, mas sim de 
preservar o interesse próprio. É uma 
manifestação do nemo tenetur se detegere 
(não produzir provas contra si mesmo). -> 
reprodução simulada dos fatos de um crime, o 
particular pode recusar. 
3) Descumprimento de medida protetiva de 
urgência no âmbito da Lei Maria da Penha (Lei 
n. 11.340/2006). (STJ, Resp 1.374.653/MG, 
julgado em 11/03/2014, Info 538) -> alteração 
na lei maria da penha, a desobediência tem 
uma punição especifica. 
4) Quando a notificação (com a determinação 
ou ordem) for emitida pela via postal. Exige-se a 
notificação pessoal do responsável pelo 
cumprimento da ordem. (STJ, HC 226.512/RJ, 
julgado em 09/10/2012, Info 506. 
5) Quando há previsão de multa diária 
(astreinte) fixada pelo magistrado com a 
finalidade específica de compelir o devedor a 
cumprir o preceito. STF, HC 86.254/RS. -> a 
própria decisão judicial já traz uma sanção 
específica. 
6) Quando há um mero pedido ou solicitação do 
funcionário público. Para que o agente incorra 
no delito de desobediência deve haver uma 
ordem ou determinação e, se necessário, ser o 
agente advertido de que a desobediência 
configura crime (STF, HC 90.172/SP) 
7) A conduta de Defensor Público Geral que 
deixa de atender à requisição judicial de 
nomeação de defensor público para atuar em 
determinada ação penal (STJ. HC 310.901-SC, 
julgado em 16/6/2016, Info 586) 
8) Quando o agente estiver amparado em causa 
excludente da ilicitude (ex.: age acobertado 
pelo estrito cumprimento do dever legal o 
advogado que deixa de prestar informações 
acerca de fatos que possam prejudicar seu 
cliente, em que pese a determinação de 
funcionário público) 
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA VS PRINCÍPIO DA 
ESPECIALIDADE 
• O princípio da especialidade torna o crime de 
desobediência subsidiário. -> só será aplicado 
quando houver outra norma mais específica ao 
caso. 
Desobediência a decisão judicial sobre perda 
ou suspensão de direito 
• Aplica-se o crime previsto no art. 359, CP: 
“Exercer função, atividade, direito, autoridade 
ou múnus, de que foi suspenso ou privado por 
decisão judicial: Pena – detenção, de três 
meses a dois anos, ou multa.” 
Desobediência (recusa) a se identificar à 
autoridade pública -> aquele que se silencia a 
solicitação de identificação à autoridade. 
(contravenção penal) 
• Aplica-se a contravenção prevista no art. 68, 
LCP (Decreto-Lei n. 3.688/1941): “Recusar à 
autoridade, quando por esta, justificadamente 
solicitados ou exigidos,dados ou indicações 
concernentes à própria identidade, estado, 
profissão, domicílio e residência: Pena – multa, 
de duzentos mil réis a dois contos de réis.” 
Desobediência à decisão que impôs a violação 
à suspensão ou à proibição de obter CNH 
• Aplica-se o crime previsto no art. 307, CTB 
(Lei n. 9.503/1997): “Art. 307. Violar a 
suspensão ou a proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor imposta com fundamento neste 
Código: Penas – detenção, de seis meses a um 
ano e multa, com nova imposição adicional de 
idêntico prazo de suspensão ou de proibição.” 
Art. 331. Desacatar funcionário público no 
exercício da função ou em razão dela: Pena – 
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
Menosprezar/humilhar o servidor por meio de 
gestos e palavras. 
Tem que ter intenção, dolo. 
É um crime de forma livre. 
Trata-se de um crime formal 
Sujeito passivo: estado (primordial), FP 
Tentativa: Verbal – não 
Outros meios, é possível a tentativa 
APPI 
1) Primordialmente, será o Estado. 
2) Secundariamente, o servidor ofendido. A 
ofensa pode se dar: 
 i. No exercício da função (in officio), 
independentemente do local e da relação com 
sua função. 
 ii. Fora da função, mas em razão dela (nexo 
funcional – propter officium). Chamar um 
funcionário de corrupto. N 
A ofensa tem que ocorrer na presença do 
funcionário público, mas em razão de suas 
funções. (pelo telefone, imprensa, por carta -> 
pode ser injuria) 
SUJEITO ATIVO DO CRIME DE DESACATO 
 1) Particular (inclusive o funcionário público 
fora de sua função). 
2) Funcionário público, no exercício ou em 
razão de sua função. Há três correntes: 
a) Não pode o FP ser responsabilizado por 
desacato. De acordo com essa corrente, o 
delito de desacato só pode ser cometido por 
pessoas estranhas à função pública 
(extraneus), uma vez que se encontra inserido 
no capítulo de crimes praticados por particular 
contra a administração em geral (teoria pouco 
aceita). 
b) Pode o FP praticar desacato, desde que a 
ofensa seja praticada contra seu superior 
hierárquico. Não haverá, portanto, desacato se 
o sujeito passivo for funcionário público com 
igual função ou hierarquia (teoria pouco 
aceita). 
c) Pode o FP praticar desacato, 
independentemente da função exercida pelo 
sujeito passivo ou de subordinação hierárquica. 
(STJ, HC 104.921/SP, DJe 26/10/2009) 
Advogado, no exercício de sua atividade, pode 
ser sujeito ativo do crime de desacato? 
• Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/1994), Art. 7º, 
§ 2º: “O advogado tem imunidade profissional, 
não constituindo injúria, difamação ou 
desacato puníveis qualquer manifestação de 
sua parte, no exercício de sua atividade, em 
juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções 
disciplinares perante a OAB, pelos excessos que 
cometer. -> o advogado pode ser sujeito ativo 
de desacato, não será nos crimes de injuria e 
difamação. 
ATENÇÃO 
1) Não se admite a exceção da verdade (provar 
que falou a verdade) no crime de desacato. 
Primeiro, porque não há previsão legal e, 
segundo, porque o bem jurídico atingido é a 
função pública, e não a honra do servidor. -> 
mesmo se aquilo que disse for verdade, 
responderá por desacato 
 2) Ofensa dirigida a vários servidores, no 
mesmo contexto fático, configura somente um 
crime de desacato. O sujeito passivo primordial 
é o Estado e este só foi atingido uma vez. 
3) Não há crime de desacato quando a ofensa 
se refere a reclamações do serviço público 
prestado pela repartição, desde que não haja 
ofensa ao servidor. 
 4) Não há crime de desacato se a ofensa é 
proferida em contrapartida a comportamento 
ilegal ou desproporcional do servidor. 
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para 
si ou para outrem, vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado 
por funcionário público no exercício da função: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e 
multa. Parágrafo único. A pena é aumentada da 
metade, se o agente alega ou insinua que a 
vantagem é também destinada ao funcionário. 
Uma forma especial de estelionato – a pessoa 
que exige a vantagem utiliza da fraude, mente 
sobre a influência para receber a vantagem. 
A pretexto de influir quer dizer que ele não tem 
a capacidade de influir. 
A vítima do crime também tem um dolo, pois 
ela dá uma vantagem para o autor acreditando 
que ele poderá alterar algo em favor dela. 
• A pessoa que cai no golpe (vítima) é chamada 
de corruptor putativo. Essa pessoa não pratica 
nenhum crime e é a vítima secundária 
Trafico de influencia -> A concede uma 
vantagem para que B possa influir no ato de um 
funcionário público, mas o B não tem qualquer 
relação com o funcionário público. B responde 
de tráfico de influência, A acredita que está 
praticando um crime, mas não pratica qualquer 
crime. Na verdade, A é uma vítima secundária 
do crime. (ESTADO É O SUJEITO PASSIVO 
PRIMORDIAL) 
Corrupção -> A entrega dinheiro para B que vai 
influenciar o fp, esse fp vai receber dinheiro 
para deixar de praticar seu ato de oficio. O 
funcionário público responde por corrupção 
passiva, B responde por corrupção ativa e o A 
responde corrupção ativa na modalidade de 
participe (não foi ele que participou ativamente 
na corrupção) 
Nas modalidades “solicitar” e “exigir”, o crime é 
formal. Já na modalidade “obter”, o crime é 
material. 
• A vantagem pode ser econômica, moral, 
sexual, de prestígio etc. 
 • Trata-se de um crime que só pode ser 
cometido por dolo, a tentativa é possível, é de 
ação penal pública incondicionada e é de 
elevado potencial ofensivo. 
• É de tipo misto alternativo -> se no mesmo 
contexto fático ele solicita, exige e obtem: ele 
pratica só um crime. 
Fraude especifica no sentindo de possuir 
influencia perante um FP. (qualquer FP) 
Exploração de prestigio -> no ato de juiz, 
jurado, órgão do Ministério Público, 
funcionário de justiça, perito, tradutor, 
intérprete ou testemunha. 
 Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem 
indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: -
> crime formal 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de um 
terço, se, em razão da vantagem ou promessa, 
o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou 
o pratica infringindo dever funcional. -> crime 
material 
Tipo misto alternativo. 
Vantagem de qualquer tipo. 
Ato de ofício -> fora da sua competência: não 
há corrupção ativa. 
• É possível a prática de corrupção passiva sem 
que haja corrupção ativa? Sim. 
• É possível a prática de corrupção ativa sem 
que haja corrupção passiva? A resposta 
também é positiva (RHC 70.059/GO, Dje 
04/11/2016), portanto, a corrupção nem 
sempre é crime bilateral. 
Teoria pluralista (ou pluralística): se os crimes 
de corrupção passiva e corrupção ativa 
ocorrerem no mesmo contexto fático, não será 
adotada a teoria monista (ou unitária), prevista 
no artigo 29 do Código Penal. -> não 
respondem por concurso de pessoa, cada um 
responde por um crime. 
 
Situações que não caracterizam o crime de 
corrupção ativa 
1) Particular que solicita ao funcionário público 
para “dar um jeitinho” em alguma situação de 
seu interesse. Não caracteriza corrupção ativa 
pois não há oferecimento ou promessa de 
vantagem indevida. Entretanto, o funcionário 
público que cede ao pedido será 
responsabilizado pelo crime de corrupção 
passiva privilegiada (art. 317, § 2º, CP) e o 
particular responderá como partícipe desse 
crime. -> não houve o oferecimento de 
vantagem. Se o fp ceder o pedido, ele responde 
por corrupção passiva privilegiada e quem 
pediu responde como participe. 
2) “Carteirada” não configura corrupção ativa, 
pois não há qualquer oferecimento de 
vantagem indevida. Todavia, pode caracterizar 
abuso de autoridade(Lei n. 4.898/1965). 
 
 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o 
pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de 
mercadoria. 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 A conduta do agente é importar ou exportar 
um produto sem paga os impostos utilizando 
da fraude. 
Mediante dolo. 
Se não há emprego de fraude, trata-se de um 
ilícito tributário, e não de um descaminho. 
É cabível a suspensão condicional do processo 
Pode ser praticado por particular ou 
funcionário público não responsável pela 
fiscalização. Se for responsável responde pelo 
art. 318. (facilitação de contrabando e 
descaminho). 
Sujeito passivo? 
Imposto de importação, imposto de 
exportação, imposto sobre produtos 
industrializados -> União, Estado. Competência 
a Justiça Federal. 
Compete à Justiça Federal o julgamento dos 
crimes de contrabando e de descaminho, ainda 
que inexistentes indícios de transnacionalidade 
na conduta 
Súmula n. 151 do STJ: A competência para o 
processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se pela 
prevenção do Juízo Federal do lugar da 
apreensão dos bens. 
Crime tributário formal -> ainda que ele 
obtenha vantagem, a partir do momento que 
ele utiliza da fraude consume o crime de 
descaminho. 
Não se exige a constituição definitiva do credito 
tributária para configurar descaminho. 
Em outras palavras, não é necessária a prévia 
constituição definitiva do crédito tributário 
para configurar descaminho. O crime se 
consuma com a simples conduta de iludir o 
Estado quanto ao pagamento dos tributos 
devidos quando da importação ou exportação 
de mercadorias. 
1) O pagamento do tributo não extingue a 
punibilidade do crime de descaminho (STJ, RHC 
43.558/SP, julgado em 05/02/2015, Info 555). 
Os crimes tributários materiais têm a sua 
punibilidade extinta com o pagamento do 
tributo até o recebimento da denúncia. O 
descaminho não pode ser equiparado a esses 
crimes e, portanto, não possui tal benefício. 
2) É dispensada a existência de procedimento 
administrativo fiscal com a posterior 
constituição do crédito tributário para a 
configuração do crime de descaminho, tendo 
em conta sua natureza formal (STF. 1ª Turma. 
HC 121798/BA, julgado em 29/5/2018. Info 
904). 
Súmula n. 17 do STJ: Quando o falso se exaure 
no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, 
é por este absorvido. 
Falso praticado com finalidade de praticar 
descaminho -> falsifica um documento. Se for 
usado como meio para praticar o descaminho, o 
agente responde só por descaminho. Ainda que 
ele tenha pena inferior ao crime de falsidade. 
Descaminho e Princípio da 
Insignificância 
1) O descaminho é considerado um crime 
contra a ordem tributária e, portanto, 
segue a regra da possibilidade de aplicação 
do princípio da insignificância, desde que o 
valor seja inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais) (STJ. 3ª Seção. REsp 1.709.029/MG, 
julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) 
e STF. 2ª Turma. HC 136843, julgado em 
08/08/2017) 
2) Para fins de aplicação da insignificância, 
não devem ser incluídos os valores de juros 
e multa. O valor a ser considerado é aquele 
fixado no momento da consumação do 
crime. stj 
3) Se o agente for um criminoso habitual, não 
será aplicado o princípio da insignificância, 
a menos que as situações fáticas no caso 
concreto demonstrem que a medida é 
socialmente recomendável – stj 
§ 1º Incorre na mesma pena quem: - Descaminho 
por assimilação 
 I – pratica navegação de cabotagem, fora dos 
casos permitidos em lei (via marítima): 
 II – pratica fato assimilado, em lei especial, a 
descaminho; 
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito 
ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio 
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, mercadoria de procedência estrangeira 
que introduziu clandestinamente no País ou 
importou fraudulentamente ou que sabe ser 
produto de introdução clandestina no território 
nacional ou de importação fraudulenta por parte 
de outrem; -> expõe a venda produto da pratica de 
descaminho 
 IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria de 
procedência estrangeira, desacompanhada de 
documentação legal ou acompanhada de 
documentos que sabe serem falsos 
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os 
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino de mercadorias 
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. -
> não importa quem a pratica, incide 
§ 3º A pena aplica-se em dobro (de 2 a 8 anos) se o 
crime de descaminho é praticado em transporte 
aéreo, marítimo ou fluvial (clandestino). 
375 STJ -> transporte clandestino. Voo particular 
não. 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos 
 
• A mercadoria proibida pode ser: 
– Relativa; 
– Absolutamente proibida: não podem entrar 
no território nacional e podem configurar tipos 
penais específicos (ex.: tráfico de drogas 
internacional). 
• Trata-se de um crime que só pode ser 
cometido mediante dolo, é de ação penal 
pública incondicionada, é possível a tentativa e 
é de elevado potencial ofensivo. 
O sujeito passivo é a União/Estado. 
• Compete à Justiça Federal o julgamento dos 
crimes de contrabando e de descaminho, ainda 
que inexistentes indícios de transnacionalidade 
na conduta. (STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. 
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
26/09/2018, Info 635) 
Súmula n. 151 do STJ: A competência para o 
processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se pela 
prevenção do Juízo Federal do lugar da 
apreensão dos bens. 
➔ Não se trata de crime tributário 
➔ Não aplica o princípio de insignificância 
Por que não é possível aplicar o princípio da 
insignificância ao crime de contrabando? O 
bem juridicamente tutelado no crime de 
contrabando vai além do mero valor pecuniário 
do imposto elidido, alcançando também o 
interesse estatal de impedir a entrada e a 
comercialização de produtos proibidos em 
território nacional, por razões de segurança 
pública, saúde pública, moralidade 
administrativo, etc. Trata-se, assim, de um 
delito pluriofensivo (STJ. 6ª Turma. AgRg no 
REsp 1472745/PR, julgado em 01/09/2015). 
• Exceção: contrabando de pequena 
quantidade de medicamento para uso próprio 
(STJ, Edcl no AgRg no REsp 1708371/PR). 
Jurisprudência no Crime de Contrabando 
1) A importação não autorizada de cigarros ou 
de gasolina constitui crime de contrabando, 
insuscetível de aplicação do princípio da 
insignificância (STJ, RHC 071203/RS, 
julgado em 22/11/2016). 
2) Configura crime de contrabando a 
importação não autorizada de arma de 
pressão por ação de gás comprimido ou por 
ação de mola, independentemente do 
calibre (STJ, AgRg no REsp 1479836/RS, 
Julgado em 18/08/2016). 
3) A importação irregular de colete à prova de 
balas configura crime de contrabando (STJ, 
RHC 62.851/PR, Dje 26/02/2016). 
4) A importação clandestina de 
medicamentos configura crime de 
contrabando, aplicando-se, 
excepcionalmente, o princípio da 
insignificância aos casos de importação 
não autorizada de pequena quantidade 
para uso próprio (princípio da 
proporcionalidade) 
Art. 334-A. (…) § 1º Incorre na mesma pena 
quem (contrabando por equiparação): I – 
pratica fato assimilado, em lei especial, a 
contrabando; -> norma penal em branco 
O Decreto-Lei n. 399/1968 determina que 
charutos e cigarros com aquisição irregular de 
origem estrangeira configurarão o crime de 
contrabando. 
II – importa ou exporta clandestinamente 
mercadoria que dependa de registro, análise 
ou autorização de órgão público competente 
(exemplos: gasolina e pedras preciosas); 
III – reinsere no território nacional mercadoriabrasileira destinada à exportação; 
IV – vende, expõe à venda, mantém em 
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria 
proibida pela lei brasileira; 
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria proibida 
pela lei brasileira. 
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para 
os efeitos deste artigo, qualquer 
forma de comércio irregular ou clandestino de 
mercadorias estrangeiras, inclusive 
o exercido em residências. 
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de 
contrabando é praticado em transporte aéreo, 
marítimo ou fluvial. 
Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, 
inutilizar ou conspurcar edital afixado por 
ordem de funcionário público; violar ou 
inutilizar selo ou sinal empregado, por 
determinação legal ou por ordem de 
funcionário público, para identificar ou cerrar 
qualquer objeto: 
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou 
multa 
Esse é um crime que teve a sua incidência 
prática muito reduzida nos últimos anos, mas 
continua sendo válido. 
• Crime material. 
• Sujeito ativo: crime comum. 
 • Sujeito passivo: Estado. 
• Cometido mediante dolo, ação penal pública 
incondicionada e admite a tentativa. 
 
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou 
parcialmente, livro oficial, processo ou 
documento confiado à custódia de funcionário, 
em razão de ofício, ou de particular em serviço 
público: 
 Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato 
não constitui crime mais grave. 
• Crime expressamente subsidiário. 
 • Crime material. 
• Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
• Sujeito passivo: Estado. 
• Crime de ação penal pública incondicionada 
Incluído pela Lei n. 9.983, 
de 2000) 
Obs.: Esse crime se assemelha ao crime do art. 
168-A: apropriação indébita previdenciária. 
Neste caso, a pessoa faz o desconto da parte 
que deveria ser recolhida da folha de 
pagamento à previdência, mas não recolhe. 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição 
social previdenciária e qualquer acessório, 
mediante as seguintes condutas: - desconta as 
contribuições da folha de pagamento, mas não 
paga a previdência. 
 I – omitir de folha de pagamento da empresa 
ou de documento de informações previsto pela 
legislação previdenciária segurados 
empregado, empresário, trabalhador avulso ou 
trabalhador autônomo ou a este equiparado 
que lhe prestem serviços; 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos 
próprios da contabilidade da empresa as 
quantias descontadas dos segurados ou as 
devidas pelo empregador ou pelo tomador de 
serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou 
lucros auferidos, remunerações pagas ou 
creditadas e demais fatos geradores de 
contribuições sociais previdenciárias: -> reduz o 
que ele faturou no mês, reduzindo o valor que 
deve de contribuições sociais previdenciárias. 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e 
multa. Obs.: Condutas omissivas próprias. Não 
admitem tentativa. 
A sumula 24 do stf se aplica. 
Elemento subjetivo: dolo genérico de não 
pagar ou pagar menos contribuição – Não se 
exige dolo específico de fraudar a previdência 
(STJ, AgRg no AREsp 840609/SP, 14/03/2017). 
Obs.: Deve ter o dolo de não efetuar os 
pagamentos devidos. Sujeito ativo: qualquer 
pessoa. Sujeito passivo: União (não é o INSS). 
Obs.: O INSS não é responsável pela 
arrecadação das contribuições previdenciárias, 
mas era até 2009. 
Competência: Justiça Federal 
Exceção: sonegação de contribuições 
previdenciárias dos servidores públicos dos 
Estados, DF e municípios (art. 149 § 1º, CF) 
Crime de ação penal pública incondicionada. 
Aplica-se o princípio da insignificância? Sim, 
desde que o valor devido não ultrapasse R$ 
20.000,00 (vinte mil reais) – posição do STJ e 
STF. 
Dificuldades financeiras podem excluir a 
culpabilidade? Sim, pela inexigibilidade de 
conduta diversa. Todavia, essas dificuldades 
devem ser provadas (STF, AP 516/DF, julgado 
em 27/09/2010, Info 602). 
O crime de falso pode ser absorvido por este 
delito? Sim, quando cometido única e 
exclusivamente para viabilizar a prática do 
crime de sonegação de contribuição 
previdenciária, é por este absorvido (princípio 
da consunção) (AgRg no AREsp 386863/MG, 
julgado em 06/08/2015). 
 
Art. 338. Reingressar no território nacional o 
estrangeiro que dele foi expulso: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem 
prejuízo de nova expulsão após o cumprimento 
da pena 
O expulso não pode voltar em um determinado 
tempo. O crime pune o estrangeiro que 
reingressa antes do prazo. Ele precisa sair e 
reingressar no território nacional. 
Art. 339. Dar causa à instauração de 
investigação policial, de processo judicial, 
instauração de investigação administrativa, 
inquérito civil ou ação de improbidade 
administrativa contra alguém, imputando-lhe 
crime de que o sabe inocente: -. Pode ser que 
não houve crime, ou houve, mas sabe que não 
é o autor. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o 
agente se serve de anonimato ou de nome 
suposto. 
 § 2º A pena é diminuída de metade, se a 
imputação é de prática de contravenção. 
Na calunia, o dolo do agente não é levar a 
polícia, apenas ofender a honra da vítima. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive o 
advogado no exercício de suas funções. 
Sujeito passivo: PJ, PF e Estado. 
Dolo: movimentar o aparelho estatal em 
desfavor de alguém que sabe ser inocente. Há 
a comunicação do fato à autoridade pública. 
Dar causa-> forma livre, qualquer jeito. 
Denúncia anônima. 
TENTIVA, CRIME MATERIAL, APPI. 
Não configura o crime de denunciação 
caluniosa: 
1. Quando o agente imputa falsamente a 
alguém a prática de um crime e dá causa à 
instauração de procedimento investigatório. 
Todavia, a investigação constata que, de fato, 
havia o envolvimento do imputado na prática 
da infração penal. (imputação subjetivamente 
falsa, mas objetivamente verdadeira – crime 
putativo); 
2. Quando alguém dá causa a investigação, sem 
saber ao certo se o agente é culpado ou 
inocente. A denunciação caluniosa só pode ser 
cometida mediante dolo direto. Não se admite 
modalidade culposa, tampouco o dolo eventual 
(STF, Inq 3133/AC, julgado em 05/08/2014, Info 
753); 
3. Quando alguém imputa majorantes e/ou 
qualificadoras falsas de um crime que foi 
praticado pelo autor; 
4. Quando alguém imputa falsamente um 
crime a outrem, mas aponta a presença de 
causas excludentes de ilicitude. Ex.: relatar à 
polícia, falsamente, que um desafeto tentou 
lhe matar, mas que ele agiu em legítima defesa; 
5. Quando o comunicante do crime se equivoca 
em relação ao nome do autor e informa nome 
de inocente. Estará presente o erro de tipo (art. 
20, CP), que exclui o dolo. 
1. O agente que dá causa à instauração de 
investigação criminal ou demais 
procedimentos previstos no art. 339, CP, 
imputando falsamente crime a diversas 
pessoas, sabendo-as inocentes, será 
responsabilizado por tantos crimes quanto 
forem as vítimas, em concurso formal 
impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, CP); 
2. Por outro lado, se o agente der causa à 
instauração de vários procedimentos contra 
pessoas diversas e em contextos fáticos 
distintos, responderá pelos vários delitos, em 
concurso material (art. 69, CP), a menos que 
seja possível a aplicação, ao caso, da 
continuidade delitiva (art. 71, CP); 
 3. Por fim, vários crimes falsamente imputados 
a um só agente configuram crime único. 
Art. 340. Provocar a ação de autoridade, 
comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verificado: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Ele diz que houve um crime que não aconteceu, 
não imputa o autor. 
Crime material 
Tentativacabível, APPI 
Pontos de destaque: 
1. Para configurar o crime de falsa comunicação: 
a) Não se faz necessária a instauração de 
investigação policial, processo 
judicial, investigação administrativa, inquérito 
civil ou ação de improbidade administrativa. 
b) A falsa narrativa pode ser de crimes em que 
o comunicante seja uma suposta vítima ou não. 
Não incide esse delito (art. 340, CP) se o crime 
falsamente comunicado é condicionado à 
representação ou de ação penal privada e foi 
comunicado por quem não é vítima. Somente o 
titular da representação ou da queixa poderá 
praticar a infração. 
2. A falsa narrativa pode ocorrer nas seguintes 
hipóteses: 
a) Quando o crime ou contravenção não 
ocorreu; 
b) Quando houve crime ou contravenção, mas 
completamente distinto daquele que foi 
comunicado 
Não configura o crime de comunicação falsa 
(art. 340, CP): 
 • notícia de fato atípico (ex.: adultério, dano 
culposo etc.); 
• notícia de fato com a punibilidade extinta 
(prescrição, decadência etc.); 
• se a intenção do agente, ao comunicar 
falsamente um crime, é de obter, 
indevidamente, seguro ou indenização. Nesse 
caso, incide o tipo penal previsto no art. 171, § 
2º, V, CP (fraude para recebimento de 
indenização ou valor de seguro). 
Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de 
crime inexistente ou praticado por outrem: 
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou 
multa 
Pontos de destaque: 
 • O crime de autoacusação falsa se consuma 
ainda que a motivação do autor, ao se acusar 
perante a autoridade, seja altruísta, para 
proteger o sujeito ativo. 
• Não incorre no crime de autoacusação falsa o 
partícipe do crime que se apresenta como 
autor. 
• Haverá concurso formal impróprio (CP, art. 70 
– 2ª parte) entre autoacusação falsa (CP, art. 
341) e denunciação caluniosa (CP, art. 339) se 
o agente se acusa de ter praticado um crime 
inexistente em conluio com terceiro, sabendo-
o inocente e dando causa à instauração dos 
procedimentos previstos em lei. 
Crime comum, sujeito passivo Estado,

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