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Sinalização Celular COMUNICAÇÃO INTERCELULAR | CÉLULAS “CONVERSANDO” COM CÉLULAS o Com a coordenação é possível sincronizar tarefas, e para isso, foi necessária a especialização de: (1) células para percepção do meio ambiente (receptores sensoriais). (2) centro(s) integrador(es) dessas informações, onde a hierarquização e coordenação central (sistema nervoso) fossem realizadas. (3) efetuadores de respostas de ajuste homeostático (sistemas muscular, exócrino e endócrino). o As principais estratégias de comunicação entre células se dão por: (A) Mensageiros Intercelulares: O mensageiro é secretado por uma célula e vai atuar em células que o reconheçam. Essas células são denominadas células-alvo e o reconhecimento é feito por meio de receptores específicos para os mensageiros; (B) Comunicação por Junções Comunicantes: são canais nas membranas de duas células adjacentes, que permitem a passagem de pequenas moléculas, de maneira não seletiva. (C) Comunicação por Contato: estabelece-se entre proteínas de células adjacentes ou entre proteínas celulares e proteínas da matriz intercelular. Junções Comunicantes o Junção Gap: É uma simples estrutura formada por duas membranas justapostas, que continham um arranjo uniforme de conexões (conexons) posicionadas de cada lado das membranas. Este arranjo entre as membranas forma um poro, sendo o conjunto estrutural denominado junção comunicante (gap). Esse tipo de junção permite a passagem de íons e pequenas moléculas. o É bidirecional, pode ocorrer em qualquer lado da junção. ❖ Sinalizadores dependentes de contado: o Integrinas, proteínas transmembrânicas heterodiméricas que se conectam, via proteínas de ancoragem, ao citoesqueleto cortical de actina. o É regulada por sinalização intracelular, resultando em uma peculiar ativação das integrinas de “dentro para fora”. Essa ativação controla a força de adesão e migração celular. o Mas as integrinas também se comportam como receptores tradicionais, respondendo a ligantes extracelulares com cascatas intracelulares que modulam a polaridade celular, citoesqueleto, expressão gênica e proliferação. o A adesão celular mediada por integrinas pode envolver: (1) influxo de Ca2+; (2) ativação de enzimas que adicionam grupos fosfato a tirosinas, serinas e treoninas (tirosina e serina/treoninoquinases), como PKC e Akt; (3) ativação da família das Rho e Ras (pequenas GTPase monoméricas, ver “Receptores tirosinoquinases”); (4) mobilização de fosfoinositídios, pela ativação de fosfolipases. Mensageiros Extracelulares ❖ Mensageiros químicos intercelulares devem atingir células, denominadas células-alvo, que possam interpretar esses sinais, quando o mensageiro se liga, os receptores da célula-alvo mudam sua configuração. Em alguns casos, a célula-alvo modifica quimicamente o ligante, transformando-o em um composto para o qual ela dispõe de receptores. ❖ Eles são classificados de acordo com a distância que percorrem da sua síntese até a célula alvo. ❖ Parácrinos: São denominados assim os sinalizadores que são secretados pela célula produtora e atuam na célula adjacente. Quando produzido por células nervosas são chamados de neurotransmissores. Fenda sináptica: É o espaço entre neurônios, entre neurônios e fibras musculares ou neurônio e glândulas endócrinas ou exócrinas, onde são lançados os neurotransmissores. ❖ Autócrinos: São denominados assim os sinalizadores que são secretados pela célula produtora e atuam na própria célula produtora. ❖ Hormônios: São sinalizadores lançados na corrente sanguínea, cuja célula-alvo encontra-se distante. ❖ Os ligantes podem ainda ser classificados, quanto à sua solubilidade, em hidrossolúveis e lipossolúveis. ❖ Mensageiros Intercelulares Hidrossolúveis: São incapazes de atravessar o meio altamente hidrofóbico formado pelos lipídios que constituem a membrana celular; devem, assim, ser reconhecidos por receptores que estejam na membrana. Exemplos: Aminas e os derivados de aminoácidos, peptídeos e proteínas. ❖ Mensageiros Intercelulares Lipossolúveis: São capazes de atravessar o meio hidrofóbico das células, atuando assim pelos receptores intracelulares, ou seja, elas atuam dentro das células podendo chegar ao núcleo. Exemplos: Os esteroides, os hormônios da tireoide, a vitamina D, os eicosanoides e o óxido nítrico. Receptores de Membrana ❖ Eles são glicoproteínas integrantes da membrana, cujo domínio extracelular reconhece um ligante; assim, percebem mudanças nas características do ambiente. ❖ Resultado dessa interação com o ligante é o desencadear de reações intracelulares, responsáveis pela transmissão dessa informação para o meio intracelular, possibilitando respostas de ajuste celulares. ❖ Eles transmitem sinais extracelulares para o interior da célula, permitindo o reconhecimento de células e estruturas extracelulares, bem como de condições físicas e químicas do ambiente. ❖ Como ocorre a transmissão de Sinal? Ela se inicia quando o primeiro mensageiro se liga ao receptor específico, promovendo neste uma mudança conformacional. Com essa mudança o receptor é ativo, então inicia-se a transdução de sinal desencadeando a cascata de sinalização, logo, essa ativação do receptor levara a formação de segundos mensageiros intracelulares ou a liberação de Ca², a presença de segundos mensageiros levara a ativação de vias bioquímicas. Eles amplificam o sinal vindo do meio externo. ❖ Receptores Canais: Proteínas de canal formam poros nas membranas que, diferentemente das junções comunicantes que são permissivas, podem ser abertos ou fechados, sendo seletivos para determinados íons. • Há quatro tipos básicos de canais nas células dos organismos atuais: Aqueles modulados por voltagem, os canais receptores modulados por ligante extracelular (mensageiro intercelular), os modulados por ligante intracelular (segundo mensageiro) e os operados mecanicamente • Canais receptores abertos por ligante extracelular: Ocorre entre duas células nervosas ou entre um neurônio e uma célula efetuadora (como a muscular ou glandular exócrina ou endócrina). Sinapse Química: É a região de transmissão, onde os neurotransmissores são liberados, indo atuar em receptores de membrana na célula pós-sináptica. Canais receptores modulados por ligante extracelular: São especializados para, rapidamente, converterem um sinal químico em mudança no potencial de membrana da célula pós-sináptica, a qual é eletricamente excitável. Dependendo do íon para o qual o canal é seletivo, essa alteração no potencial de repouso da célula poderá: (1) levar à despolarização celular, como é o caso de alguns subtipos de receptores de acetilcolina e glutamato, que são canais de Na+ ou Ca2+, ou ... (2) dificultar eventual resposta de despolarização a um estímulo excitatório, como é o caso dos receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA) e de glicina, que são canais de Cl–. Excitatórios: São Neurotransmissores que despolarizam as células-alvo. Exemplo: acetilcolina e glutamato Inibitórios: São aquele que aumentam o limiar para a excitação. Exemplo: glicina e GABA Canal Receptor de Acetilcolina: Está presente na membrana da fibra muscular esquelética; ele é aberto por esse neurotransmissor, o qual é liberado por terminais axônicos de fibras nervosas motoras. Esse receptor tem cinco subunidades que se dispõem em anel rodeando o poro do canal e dispõe de dois locais de ligação para acetilcolina. Quando esses locais são ocupados pelo neurotransmissor, o canal se abre, permitindo grande influxo de Na+, que despolariza a fibra muscular e, em última instância, leva à sua contração. CanaisReceptores de Glutamato: São responsáveis pelo fenômeno conhecido como potenciação de longo termo, que resulta em formação de memória e aprendizado. O glutamato liberado pelo neurônio pré-sináptico liga-se aos dois receptores canais, o não NMDA e o NMDA, que se abrem. O não NMDA permite influxo de Na+, o que despolariza a membrana do neurônio pós-sináptico. Essa mudança de voltagem da membrana expele íons Mg2+ que bloqueavam o canal NMDA, fazendo com que este agora permita o influxo de íons Ca2+. Esse aumento de Ca2+ citoplasmático causa a inserção de mais receptores não NMDA na membrana e ativa a síntese de óxido nítrico no neurônio pós-sináptico, que retroalimenta positivamente o neurônio pré-sináptico, estimulando a liberação de mais glutamato. ❖ Receptores acoplados à proteína G • São de origem remota; possui, sete domínios transmembrânicas, discretas e previsíveis alças transmembrâ-nicas, consistindo em domínios hidrofóbicos. • Os estímulos extracelulares capazes de ativar os receptores dos sete domínios incluem: fótons (opsinas), íons, odorantes, aminoácidos, peptídios etc. • Os mensageiros extracelulares ligantes de GPCR induzem mudanças conformacionais no receptor, que recruta e ativa diferentes proteínas G; estas são assim chamadas por ligarem-se a nucleotídeos de guanina, GDP e GTP. • Proteínas G:São heterotrímeros, constituídos por subunidades α (alfa, são 20 subtipos dela), β (beta) e γ (gama). Gα está acoplada a GDP, do lado interno da membrana plasmática; quando o ligante se liga ao receptor, este sofre mudança conformacional (alostérica), promovendo uma alteração alostérica também na proteína G. Esta libera GDP e liga-se a GTP, o que faz com que Gα seja ativada e desligue-se do dímero β. Agora, Gα liga-se a uma enzima, podendo acarretar estimulação ou inibição de sua atividade catalítica. Essas enzimas catalisam a geração de mensageiros intracelulares, como: 3’,5’- monofosfato de adenosina cíclico (cAMP), fosfoinositídios, diacilglicerol e outros segundos mensageiros. Estes segundos mensageiros, por sua vez, ativam cascatas quinásicas e fosforilam fatores citosólicos e de transcrição nuclear. O dímero βγ também é capaz de modular a atividade de enzimas, de canais e de receptores de membrana. • Receptores acoplados a proteínas Gs e Gi, cAMP e PKA • Após a ativação do receptor, a adenililciclase é ativada pela subunidade α (alfa) da proteína trimérica Gs e passa a sintetizar cAMP a partir de ATP. Depois da estimulação da Gαs, os níveis de cAMP podem aumentar em até 20 vezes o nível basal. • Existem dez tipos conhecidos de adenililciclases em mamíferos. Esses dez tipos estão sendo agrupados em duas classes distintas: nove deles ligados à membrana plasmática (TmAC1 a TmAC9) e um solúvel (ACs, encontrado no citoplasma, núcleo e nas mitocôndrias). • Em receptores de acetilcolina do tipo muscarínico, a subunidade αi inibe a adenililciclase, diminuindo o nível de cAMP, enquanto a subunidade βγ liga-se a canais de K+, abrindo-os, hiperpolarizando a fibra muscular cardíaca e inibindo sua contração. • É comum que, dependendo do tipo celular, o cAMP, em vez de ativar a PKA, ligue-se diretamente a canais iônicos, abrindo-os. • Receptores acoplados a proteínas Gq, fosfoinositídios, Ca2+ e PKC • Quando a proteína Gq é estimulada (normalmente, por mensageiros extracelulares mobilizadores de Ca2+), promove a ativação da enzima fosfolipase Cβ (PLCβ). Uma vez ativada, a PLCβ promove a catálise do fosfolipídio de membrana 4,5- bifosfato de fosfatidilinositol, gerando 1,4,5- trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). • As isoformas da fosfolipase C (PLC) que catalisam a quebra de polifosfoinositídios (PI) em trifosfato de inositol (IP3), com subsequente liberação de Ca2+ de estoques intracelulares, e diacilglicerol (DAG), foram caracterizadas e classificadas em três tipos: Isoformas β: São conhecidas por mediarem a hidrólise de PI após ativação de receptores acoplados a proteínas G por certos hormônios, neurotransmissores e agonistas relacionados. Isoformas ϒ: Medeiam a hidrólise de PI induzida por atividade intrínseca de receptores tirosinoquinases ligados a fatores de crescimento ou tirosinoquinases citoplasmáticas solúveis que são elementos de vias de sinalização de certos receptores. Isoformas δ: Catalisam a hidrólise de fosfatídios da esfingomielina (SM) e da fosfatidiletanolamina (PE), fazendo parte das vias da fosfolipase C fosfatidilcolina-específica (PC-PLC). • IP3 é hidrossolúvel, difundindo-se da membrana para o interior da célula, onde se ligará aos chamados receptores de IP3 (IP3R); Esta ligação levará à abertura desses canais de Ca2+, liberando os estoques deste íon do RE/RS para o citoplasma. RyR também é um tipo de canal intracelular. Receptores com atividade enzimática intrínseca Quatro tipos de domínios enzimáticos encontrados como receptores de membrana: • Receptores tirosinoquinases: Mensageiros extracelulares, ao ligarem-se ao receptor tirosinoquinase, ativam sua autofosforilação sobre um resíduo Cys; então, o receptor se dimeriza, desencadeando uma cascata de fosforilação de proteínas, muitas delas tirosinoquinases citosólicas. Algumas delas entram no núcleo e fosforilam fatores de transcrição. • Receptores serina/treoninoquinases O ligante fator de crescimento transformante beta (TGF-b), cuja ligação ativa a capacidade quinásica do receptor que fosforila proteínas Smad citoplasmáticas, que se movem para o núcleo, onde formam dímeros com outra proteína Smad, os quais agora se ligam ao DNA, reprimindo ou estimulando a transcrição do gene-alvo. • Receptores tirosinofosfatases: Os receptores semelhantes a tirosinofosfatases, quando ativados por ligantes, desfosforilam proteínas celulares. • Receptores guanililciclases: o O hormônio peptídico denominado peptídios atrial natriurético (ANP), produzido preferencialmente pelas células musculares cardíacas atriais e ventriculares, é lançado na circulação e vai ativar receptores de membrana que são guanililciclases (GC) de membrana. A sua ativação leva à conversão de trifosfato de guanosina (GTP) em 3’,5’-monofosfato de guanosina cíclico (cGMP). o Existem outros dois hormônios análogos ao ANP: O BNP, produzido também no coração (cardiomiócitos ventriculares, principalmente), e o CNP, formado nas células endoteliais dos vasos. o O que os três hormônios têm em comum? Os três exibem atividade vasodilatadora e abaixam a pressão arterial por aumentar a excreção renal de sódio e água. o Quais os principais tipos de receptores para os peptídios atrial natriurético? NPR-A/B e NPR-C. Receptores Intracelulares Regulam a expressão gênica de modo direto, pois são fatores de transcrição ativados por ligantes, situados no citoplasma ou no núcleo. • Receptores de Esteroides: o São proteínas com afinidade por determinado esteroide que, uma vez complexados com o ligante, irão se dimerizar e se ligar a elementos responsivos localizados no promotor do gene-alvo. o Possuem três domínios funcionais: Domínio em dedo de zinco que é necessário para ligação ao DNA. A região N-terminal de ligação ao promotor. A região C-terminal que é responsável pela ligação ao hormônio e à segunda unidade do dímero. Alguns receptores de esteroides estão no núcleo, associados a desacetilases, mantendo a expressão do gene reprimida, a ele ligados mesmo na ausência do hormônio. Após a ligação do hormônio ao seu receptor, o complexo se separa da desacetilase; então, recruta acetilases e liga-se a regiões específicas responsivas a esteroides, ativando a expressão gênica. Em outros casos, a ligação do complexo ao promotor pode reprimir o gene.Alguns receptores estão no citoplasma, por exemplo os de glicocorticoides. O cortisol atravessa a membrana plasmática e liga-se ao seu receptor. O complexo resultante tem o domínio de ligação ao DNA comprometido por ligação a proteínas. A dissociação do complexo libera a subunidade receptor/cortisol, agora na forma ligante ao DNA. O receptor ativado forma um homodímero e se transloca para o núcleo, onde se liga a elementos responsivos específicos ao cortisol (GRE) no DNA, para ativar a transcrição gênica. Respostas Primarias: São respostas rápidas, isso ocorre por causa do aumento da expressão de genes comuns, como cfos, independente do tipo de célula-alvo. Respostas Secundarias: São respostas tardias e especificas ao tecido-alvo. • Óxido nítrico, guanililciclases, cGMP e proteinoquinases dependentes de cGMP (PKG) o Óxido nítrico (NO): É uma das mais importantes moléculas sinalizadoras, em neurônios e no sistema imunológico. Ele difunde-se livremente através de membranas celulares. No entanto, sua meia-vida é muito curta, transformando-se rapidamente em nitratos e nitritos, por isso atua de modo parácrino e autócrino. A sinalização evocada por NO depende de sua ligação a proteínas intracelulares receptoras, que tenham um íon metálico (p. ex., ferro) ou um átomo de enxofre (p. ex., cisteínas). Mudanças alostéricas nessa proteína levam à formação de um segundo mensageiro, que desencadeia uma cascata de reações. Receptores de NO: Guanililciclase: A estimulação das enzimas guanililciclases, solúveis no citosol ou ligadas à membrana plasmática, leva à formação de GMP cíclico. cGMP: Ele pode atuar de três maneiras diferentes, dependendo do ambiente celular em questão. Como modulação da concentração de cAMP, ativando ou inibindo uma fosfodiesterase específica para cAMP. Ou na retina, ou no sistema olfatório, o cGMP abre canais catiônicos modulados por nucleotídeos cíclicos, os quais são essenciais para a geração de sinal nestes sistemas sensoriais. Finalmente, o cGMP ativa proteinoquinases dependentes de cGMP (PKG), eliciando uma grande gama de respostas celulares. Proteinoquinases: dependentes de cGMP emergiram como importantes quinases componentes de cascatas de sinalização. As PKG pertencem à família de proteinoquinases que fosforilam, preferencialmente, resíduos de serina/treonina, dispondo de três domínios funcionais: 1. Um domínio N-terminal 2. Um domínio regulatório R, contendo dois locais para ligação do cGMP 3. Um domínio catalítico C, apresentando dois domínios: um para a ligação do complexo Mg2+- ATP e outro de ligação a peptídios. Este último catalisa a transferência da ligação do fosfato gama do ATP para o resíduo de serina/treonina da proteína-alvo. As funções mais bem estudadas da PKG é o controle do tônus da musculatura lisa. As células dessa musculatura são o componente principal dos vasos sanguíneos; elas controlam seu tônus e detêm papel central na patogênese da aterosclerose e de outras doenças vasculares. Modulação de Sinal • Regulações positiva e negativa do receptor: o O número de um dado receptor pode ser modulado, de modo negativo ou positivo, diretamente por seu ligante extracelular (regulação homoespecífica) ou por mensageiros seletivos para outros receptores (regulação heteroespecífica). o A afinidade com que um mensageiro extracelular liga-se a seu receptor também pode ser alterada positivamente; assim, quando a ligação inicial de uma molécula do ligante a um receptor facilita a união das moléculas seguintes aos outros receptores, diz- se que o cooperativismo é positivo. Porém, quando a afinidade é reduzida pela ligação inicial, diz-se que o cooperativismo é negativo. • Proteinoquinases e Fosfatases: o Praticamente todas as rotas intracelulares são regulados por fosforilação. o A adição ou subtração de grupos fosfato em substratos proteicos representa a maneira mais comum utilizada pela maioria das células dos eucariotos para regularem suas atividades, pelo delicado balanço entre fosfatases e quinases. o Elas viabilizam a propagação do sinal vindo do meio extracelular desencadeando, por sua vez, uma cascata de transdução intracelular. O caráter rápido e reversível desta reação possibilita à célula ajustar-se aos inúmeros sinais que se propagam a todo momento nas suas diversas cadeias bioquímicas. o Esta rede de sinais, regula praticamente todas as funções celulares: desde mitogênese, diferenciação, secreção, síntese, até morte celular. o As responsáveis pela subtração de grupos fosfato, ou seja, as da família das fosfatases, geralmente sinalizam o término da resposta. São três grandes famílias de fosfatases: As tirosinofosfatases, as serina/treoninofosfatases e aquelas que atuam em resíduos tirosina, serina e treonina. • Conversas Cruzadas: As vias de sinalização interferem umas com as outras, de modo que a resposta final do ajuste homeostático de uma célula a sinais extracelulares dependerá do balanço das estimulações e inibições que determinada enzima, fator de transcrição ou, em última instância, o promotor gênico recebe. Finalização de sinal Os processos mais conhecidos de finalização de sinal incluem: • Fosforilação/desfosforilação de proteínas A fosforilação de substratos por proteinoquinases é terminada pela retirada do grupo fosfato, por fosfatases. Como já discutido anteriormente, trata-se de um mecanismo fisiológico ágil, na medida em que a regulação da resposta é feita com rapidez e refinamento. • Dessensibilização: o É um processo de atenuação do sinal, desencadeado, sob condições de estimulação longa, por muitos hormônios e neurotransmissores. o A dessensibilização pode ocorrer ao nível do receptor ou de componentes da via de sinalização. o Ao nível de receptor, geralmente envolve internalização do complexo receptor/ligante, por endocitose; ou pode englobar mudança conformacional do receptor, por sua fosforilação ou pela ligação a uma proteína citoplasmática. Esta mudança conformacional coloca o receptor em uma conformação inadequada para ele se ligar novamente ao ligante ou ativar a proteína G. o β-arrestinas: São importantes para a sinalização da degradação de receptores acoplados à proteína G (GPCR). (1) Isso ocorre devido ao fato de as β-arrestinas aproximarem esses receptores de segundos mensageiros, como cAMP e diacilglicerol (DAG), fazendo então com que estes entrem em contato com fosfodiesterases ou enzimas dependentes de DAG. A ativação dessas enzimas promoveria a degradação desses receptores. (2) A ativação de receptores GPCR geralmente resulta em sua rápida fosforilação por quinases específicas (GRK), normalmente sobre resíduos de serina ou treonina localizados no seu domínio intracelular. Essa fosforilação proporciona uma superfície de ligação para proteínas adaptadoras, como as β- arrestinas que são recrutados a partir do citoplasma para o receptor fosforilado na membrana plasmática. Essa ligação desacopla o receptor da proteína G associada por meio de um processo que envolve o impedimento estereoquímico, encerrando assim a ativação da proteína G pelo receptor e culminando no processo conhecido como dessensibilização. o Essa fosforilação possibilita, então, a ligação da arrestina à porção citoplasmática do receptor fosforilado. É possível duas rotas serem seguidas a partir desse evento: (1) o receptor pode ter sua conformação modificada, o que impede a ativação da proteína G ou (2) ele, agora, está apto a associar-se a componentes da maquinaria endocitótica e ser internalizado. o O resultado final do processo acaba sendo a internalização destes receptores em vesículas, denominadas endossomos. Duas rotas podem ocorrer a seguir:a reciclagem do receptor à membrana ou a degradação do receptor • Ubiquitinação: o Os sistemas proteolíticos intracelulares reconhecem e destroem as proteínas danificadas ou com erros de configuração, as cadeias peptídicas incompletas e as proteínas regulatórias. o Há mecanismos para a degradação proteica dentro das células, em resposta a estresse celular, são: (1) As proteases da família das calpaínas que consistem em grandes complexos com múltiplas subunidades, localizados no núcleo e no citosol. Têm atividade peptidásica e funcionam como uma máquina catalítica que, seletivamente, degrada proteínas intracelulares. (2) A via ubiquitina-proteassomo que atua, amplamente, na reciclagem de proteínas. Ela desempenha um papel central na degradação de proteínas regulatórias importantes, em uma variedade de processos de sinalização celular, incluindo: ciclo celular, transcrição, modulação de receptores de membrana e de canais iônicos, ou processamento e apresentação de antígenos. • Proteínas reguladoras de proteínas G Essa família de mais de 30 proteínas intracelulares modula negativamente a cascata intracelular sinalizada pela ativação de receptores acoplados a proteínas G. Embora a atividade GTPásica endógena da proteína Gα seja lenta, sua taxa é acelerada dramaticamente pelas proteínas RGS, que se ligam à subunidade Gα acoplada a GTP, aumentando sua atividade GTPásica. Com isso, as subunidades Gα retornam ao estado inativo ligado a GDP, reassociando-se aos dímeros Gβγ. Ao acelerar o retorno da proteína G ao estado inativo de heterotrímero, as RGS terminam a ativação dos efetores pelas subunidades Gα e Gβγ, regulando dessa maneira a cinética e a amplitude do sinal.
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