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Puerpério Puerpério Fisiológico É um período fisiológico de modificações que ocorrem na genitália da fêmea, com o objetivo de recuperação das modificações feitas pela prenhez. 1) Eliminação das secundinas ou dos anexos placentários (delivramento - liberando a placenta) 2) Involução uterina (volta do útero de antes da gestação) O delivramento é o período que vai do final do parto até a eliminação das membranas fetais. Esse processo ocorre com várias alterações, começando por um processo de contração do útero (auxiliando na perda da aderência materna fetal). Toda essa atividade auxilia na redução do tamanho do útero. Além disso, o cortisol do parto induz as modificações celulares, induzindo a migração de algumas células da porção fetal para porção materna, conforme elas migram, a fêmea reage como se fosse um corpo estranho e com isso ela ativa o sistema imune que acaba atacando e rejeitando o tecido placentário. Para que ocorra a expulsao da placenta de forma normal, é preciso ter a maturação da placenta associado a essas mudanças endócrinas no final da gestação. Um dos fatores que causam a retenção de placenta, seria por exemplo, um parto prematuro, pois sem a placenta madura não teria cortisol nem as modificações celulares. Depois do parto se tem a redução do fluxo sanguíneo para o útero, e com isso diminui a pressão sanguínea nos vilos coriônicos, e isso faz com que os vilos se desprendam das criptas carunculares. Envolve a contração física do útero . Antes do parto se tem a presença da progesterona, que depois do parto caem os níveis. Os lisossomos antes do parto estavam estáveis por conta da presença de progesterona, como não tem mais os lisossomos liberam enzimas que digerem as células e a parede que se proliferou. Fase 1 - Delivramento Fase 2- Involução Uterina Tambem tem apoptose celulas (morte celular programada) que em associação com os lisossomos permite a regeneração do endométrio. Lóquios São secreções que vão estar na cavidade uterina e vão ser secretados (restos de fluidos fetais, sangue da ruptura do cordão umbilical, etc). A duração e coloração dos lóquios são variáveis com a espécie e tempo pós parto. Concluindo, o puerpério é importante pois esta ligado diretamente aos índices reprodutivos: - Intervalo entre partos - Taxa de serviço - Número de serviços por concepção - Taxa de concepção - Taxa de prenhez É essencial para a manutenção da fertilidade da fêmea, consequentemente, do rebanho. Afecções que são decorrentes do parto, que podem estar envolvendo a fase de delivramento, involução uterina ou retorno cíclico da atividade ovariana. - Retenção de placenta - Prolapso uterino Retenção de Placenta Atonia Uterina Afecções do Puerpério Ausência de contrações uterinas após o parto, que muitas vezes é decorrente de uma atonia uterina durante o parto. Essa atonia pode acontecer quando os níveis de ocitocina e prostaglandina não são suficientes, diminuindo as contrações do miométrio. Muitas vezes não são suficientes nem para expelir o feto. O diagnóstico é feito com a palpação uterina e ultrassonografia. - Flacidez uterina, aumento de volume e espessura uterinas - Ausência de corrimento vaginal no pós parto - Não se vê a presença de lóquios O tratamento é feito com drogas ecbólicas (promovem a crontação da musculatura lisa): ocitocina e prostaglandina, para promover a contratibilidade do útero. Avaliando o quadro, é possível saber se é necessário antibioticoterapia e lavagem. Partos prematuros, gemelaridade, indução do parto, isso tudo tem relação com a imaturidade da placenta, e é preciso de uma placenta madura para ter todas as modificações endócrinas. - Parição: animais pluríparas e idosas - Infecções do aparelho reprodutivo - Deficiência vitamínica (A, E, selênio) - Hiperproteinemia Sinais Clínicos: Tratamento: Medidas profiláticas: Complicações: - Indução do parto, parto prematuro, gemelaridade - Hipocalcemia, atonia uterina, distocias É mais grave e mais raro acontecer nas águas, pois a placenta delas é difusa, então tem as microvilosidades dispersas por toda a superfície do útero, então as quando tem a retenção de placenta todas as microvilosidades não se desprenderam, e isso acaba se tornando mais difícil da placenta soltar, a égua pode entrar em um quadro de sepcemia, ter cólica, etc. - Restos placentários na rima vulvar - Odor - Corrimento serossanguíneo - Hipertermia - Inapetência - Diminuição da produção leiteira - Rejeição à cria - Agentes ecbólicos (ocitocina) - Lavagem uterina (sol. fisiológica aquecida) - Antibioticoterapia - Controle da endotoxemia - Infusões pela artéria umbilical Não acontece em cadelas e gatas pois elas eliminam a placenta junto ao feto. - Suplementação com vit E e selênio durante o período seco - Administração de ocitocina no pós parto imediato ou pós cirúrgico - Administração de prostaglandina no pós parto imediato (questionável) - Metrite, endometrite, septicemia, laminite - Cetose e deslocamento de abomaso - Morte Metrite Puerperal Inflamação de todas as camadas uterinas durante o período pós-parto, com comprometimento sistêmico da fêmea. - Metrite aguda (até 14 dias pós parto) - Metrite subaguda ou crônica (acima de 14 dias pós parto) Predisposição: - Retenção placentária - Distocias - Natimortalidade Sinais Clínicos: Tratamento Normalmente acontece logo depois do parto ou no puerpério imediato mesmo. - Tração forçada (quando vai atuar em uma distocia pode levar a um prolapso uterino) - Retenção de placenta - Idade - Fetos enfisematosos - Lesões do canal do parto - Hiperestrogenismo - Atonia uterina por hipocalcemia, com contração abdominal (como o útero não está firme, quando ela contrai o abdome pode ter o deslocamento do útero pela rima vulvar) - Exteorização de graus variados do útero pela rima vulvar (total ou pacial) - Alterações de estado geral: tenesmo, dor abdominal, choque hipovolêmico - Diferenciação com prolapsos de vaginal/bexiga e neoplasias vaginais - Lavagem, lubrificação e proteção do tecido - Excisão de tecido necrótico - Anestesia epidural + sedação - Redução manual (decúbito e posicionamento adequado) - Redução cirúrgica: laparotomia + pexia ou OHE - Grandes animais: sutura de Bühner para retenção - ATB local e/ou sistêmica Prolapso Uterino É o deslocamento do útero da sua posição anatomica original atraves da rima vulvar, então se tem o deslocamento do útero (inversão e exteriorização) - Gemelaridade - Gestação prolongada Sinais Clínicos: Diagnóstico: Tratamento: - Manejo sanitário inadequado - Alterações de invulação uterina - Primíparas ou idade avançada - Corrimento vaginal fétido (como é nas primeiras semanas após o parto, a cérvix ainda esta dilatada, por isso se observa uma secreção purulenta sendo eliminada por via vulvar) - Cérvix dilatada - Diminuição na produção de leite - Hipertermia ou normotermia - Anorexia - Depressão - Rejeição à cria (por conta de todo o quadro clínico) - Pequenos animais: choque (hipovolemia/desidratação) - Anamnese + exame físico - Palpação retal (grandes animais): aumento uterino, assimetria de cornos - Vaginoscopia - US uterino - Hemograma - Mocrobiológico de vagina - Antibioticoterapia sistêmica e local - Lavagens uterinas constantes (nas éguas) - Agentes ecbólicos: prostaglandina 2alfa - Analgesia e suporte - Pequenos animais: retirada dos filhotes e manejo de órfãos Se não tratadas adequadamente podem levar a diminuição da fertilidade, e pensando em animais de produção, mais perdas econômicas. Laceração de Períneo É um trauma que normalmente acontece no pós parto, no momento do parto, causado pela passagem do feto pelo canal do parto. Normalmente acontece quando o casco do feto passa rasgando o canal do parto. Grau 1: mucosa do vestíbulo + pele da comissura dorsal da vulva Grau 2: mucosa e submucosa do vestíbulo + pele comissura dorsal da vulva + músculo do corpo perineal Grau 3: todos anteriores + mucosa e submucosa retal, septo perinel e esfíncter anal Fístula reto-vaginal: idem grau 3, porém sem envolvero períneo e esfíncter anal Sinais clínicos: - Fezes em vagina - Corrimento vaginal mucopurulento Fatores predisponentes: É uma alteração metabólica decorrente da súbita mudança na demanda de cálcio, então justamente, pois se tem uma necessidade grande de cálcio para suprir a produção de colostro, parto e inicio da lactação. O que acontece é que essa alteração metabólica é regulada por dois organismos compensatórios: aumento da reabsorção intestinal de cálcio e reabsorção óssea. O cálcio é importante para contração muscular, ossos, dentes, coagulação sanguínea, permeabilidade de membrana, excitação neuromuscular, transmissão impulso nervoso, ativação de sistemas enzimáticos, etc. - Dieta inadequada: hipocalcemia/hipercalemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia - Idade (influencia na capacidade da fêmea de responder a demanda de cálcio, então as vacas mais velhas tem mais desmineralização óssea) - Tamanho da ninhada: grande (precisa de mais cálcio para mineralização fetal, para produção de leite, etc - Porte Caso suplemente cálcio no periodo de gestação, o excesso de cálcio faz com que a glândula nao produza hormônio, diminuindo a atividade da glândula, mas na como durante toda a gestação o cálcio é muito necessário no parto, - Deformações anatômicas de períneo - Hemorragia de via fetal mole Diagnóstico Tratamento Todos os sinais clínicos dependem do grau de laceração. - Histórico clínico + sintomatologia - Inspeção e palpação vaginal e retal - Perineoplastia: correção plástica Reparo em 2 estágios - primeiro faz a reconstrução da delimitação reto-vaginal, espera 3 a 4 semanas, e depois faz a reconstrução do corpo perineal. Reparo em 1 estágio - faz uma sutura de forma que se reconstrua tanto a delimitação reto-vaginal como o corpo perineal. Hipocalcemia Puerperal Sinais clínicos Complicações: Diagnóstico Diagnóstico diferencial: Tratamento: na produção do colostro, do leite, na mineralização, e a suplementação sozinha não vai dar conta, e como a glândula não vai estar atuando adequadamente, vão falhar os mecanismos compensatórios, e por conta disso se desenvolve a hipocalcemia puerperal. Por esse motivo, não se deve suplementar cálcio durante o período de gestação pois queremos que os mecanismos compensatórios funcionem de maneira adequada, principalmente pela glândula paratireoide. - Cadela: hipertermia, espasmos musculares, polidipsia, taquicardia, convulsões, emese e taquipneia. - Gata e vaca: hipotermia/normotermia, hiperexcitabilidade, hipersensibilidade, incoordenação, paralisia flácida, resfriamento de extremidades, timpanismo (vaca). É diferente pois nas vacas quando caem os níveis, se tem um bloqueio na transmissão de acetilcolina, que é justamente quem é responsável pela contratibilidade do muscula causando paralisia flácida. Já nas cadelas, a redução faz o aumento da permeabilidade de membrana, e com isso se tem uma despolarização facilidade (fica com contrações musculares involuntárias mais acentuadas). - Falência cardiorrespiratória - Hipertermia intensa (cadela) - Edema cerebral - Morte - Anamnese + exame físico - Ca ionizado total < 0,8mmol/L (1,2 - 1,4) ou 4,0 mg/100 mL - Hipoglicemia: especialmente nos casos em que não há resposta ao tratamento com cálcio - Epilepsia, meningoencefalite - Envenenamento (cafeína, stricnina) - Gluconato de cálcio 10% IV 0,5 - 1,5mL/kg, lento e monitorado. Reavaliar Ca ionizado após infusão. - Carbonato de cálcio (VO): 110mg/kg/dia - Separar a ninhada da mãe - Controlar a temp corpórea: hipertemia nas cadelas NÃO SUPLEMENTAR CÁLCIO DURANTE A GESTAÇÃO: INIBIÇÃO DA PARATIREÓIDE!