Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 1 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. APOSTILA DIDÁTICA PARA USO SUPERVISIONADO NA DISCIPLINA DE TÉCNICAS PROJETIVAS CASA – ÁRVORE – PESSOA TÉCNICA PROJETIVA DE DESENHO H – T – P - 2020 - UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 2 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. ATENÇÃO: Esta apostila só poderá ser usada com a exclusiva finalidade de aprendizagem. Ela servirá apenas para ilustrar as aulas de Técnicas Projetivas do Curso de Psicologia, uma vez que as informações estão condensadas para este objetivo. A interpretação do HTP (técnica projetiva de desenho) só poderá ser realizada por meio do manual: HTP Manual e Guia de Interpretação – comercializado pela VETOR Editora e vendido exclusivamente para psicólogos. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 3 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. CASA – ÁRVORE - PESSOA (House – Tree – Person | HTP) TÉCNICA EXPRESSIVA-PROJETIVA DE DESENHO Por mais de 50 anos, os clínicos têm usado a técnica de desenho da Casa-Árvore-Pessoa para obter informações sobre como uma pessoa experiencia sua individualidade em relação aos outros e ao ambiente do lar, estimula a projeção de elementos da personalidade e de áreas de conflito, dentro da situação psicoterapêutica, permitindo que eles sejam identificados com o propósito de avaliação e usados para o estabelecimento de comunicação psicoterapêutica efetiva. Descrição Geral O HTP é uma abordagem à personalidade e foi originalmente planejado para ser aplicado em duas séries: 1ª) Série Acromática: Tarefa quase completamente não estruturada, consiste em convidar o indivíduo a fazer um desenho a mão livre apenas com lápis grafite de: a) uma casa, b) uma árvore e c) uma pessoa; costuma-se solicitar um desenho adicional de uma pessoa do sexo oposto à que foi primeiramente desenhada. Em seguida a cada desenho, efetua-se um inquérito posterior ao desenho, que envolve fazer uma série de perguntas relativas às associações do indivíduo sobre aspectos de cada desenho; alguns autores solicitam uma história para cada um dos desenhos. 2ª) Série Cromática: Nessa fase, o indivíduo efetua novamente os mesmos desenhos solicitados na série acromática (casa, árvore e pessoa(s)), dessa vez usando apenas crayons (giz de cera). Para estes desenhos coloridos é efetuado o inquérito (ou as histórias correspondentes). Essa abordagem em duas séries permite efetuar comparações entre elas, uma vez que, na primeira, o grafite possibilita melhor preensão do lápis no papel, o que facilita boa organização gráfica; com segunda série, apenas com giz de cera, é possível verificar a estrutura de personalidade, pois o crayon desliza mais facilmente no papel e não oferece o contorno que o grafite fornece. Casos patológicos costumam apresentar grande diferença entre as séries, sendo a segunda mais desestruturada, revelando mais claramente aspectos mais primitivos do psiquismo. Na prática clínica, objetivando reduzir o tempo de testagem e/ou não cansar demasiadamente o sujeito, convencionou-se efetuar-se a aplicação de modo híbrido: aplica-se apenas uma sequência de desenhos (casa, árvore e pessoa(s)), ofertando ao sujeito o lápis grafite e uma caixa de lápis de cor, contendo ao menos 12 cores. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 4 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. Objetivos e Aplicações Clínicas 1. Possibilita ao clínico o acesso às reações do indivíduo a uma situação consideravelmente não estruturada. 2. Ótimo instrumento para a projeção da personalidade, “possibilitando a manifestação mais direta de aspectos de que o sujeito não tem conhecimento, não quer ou não pode revelar, isto é, aspectos mais profundos e inconscientes; isso porque, sendo um meio menos usual de comunicação do que a linguagem, tem um conteúdo simbólico menos reconhecido. Além da projeção, mecanismos como identificação e introjeção podem eventualmente se manifestar, mas é certo que a expressão e a adaptação constituem dois importantes processos que têm lugar quando um desenho é produzido” (Van Kolck, 1984, p.2). 3. A capacidade do cliente e do clínico de permanecerem em contato e de articularem experiências sob essas circunstâncias é um importante indicador prognóstico. 4. Os desenhos também estimulam o estabelecimento de interesse, conforto e confiança entre o examinador e o cliente. 5. Para propósitos diagnósticos, fornece informações, que, quando relacionadas à entrevista e a outros instrumentos de avaliação, podem revelar conflitos e interesse gerais do indivíduo, bem como aspectos do ambiente que ele ache problemático. 6. Na psicoterapia em andamento, os desenhos podem refletir mudanças globais no estado psicológico de um indivíduo. População 1. O uso do HTP é mais adequado para indivíduos acima de 8 anos de idade. 2. É mais comumente aplicado em crianças. 3. A natureza atraente da tarefa de desenhar torna o uso do HTP especialmente adequado nas situações nas quais a comunicação verbal direta de materiais conflitivos é improvável por causa de obstáculos nas capacidades verbal e motivacional. Procedimentos de Aplicação 1. O HTP é aplicado geralmente em uma situação face a face, como parte de uma avaliação inicial ou de uma intervenção psicoterapêutica em andamento de um determinado indivíduo. 2. Os desenhos devem ser aplicados na seguinte ordem: a) CASA – Folha apresentada na posição horizontal b) ÁRVORE – Folha apresentada na posição vertical c) PESSOA – Folha apresentada na posição vertical d) PESSOA DO SEXO OPOSTO – Folha apresentada na posição vertical UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 5 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. Situação e Tempo de aplicação 1. O sujeito deve sentar-se em frente a uma mesa, em uma posição confortável para desenhar. 2. A aplicação requer de 30 a 90 minutos, dependendo do número de desenhos solicitados pelo examinador, porém não há limite de tempo para a execução dos desenhos. 3. No mínimo, devem ser pedidos três desenhos e feito um inquérito/história posterior ao desenho de cada um deles. Material para aplicação 1. Vários lápis pretos nº 2, apontador, lápis de cor. 2. Borracha: em posse do aplicador e fora da vista do examinando; caso ele solicite e o aplicador não consiga demovê-lo da ideia, entregar a borracha, anotar a parte do desenho que foi apagada e, em seguida, voltar a borracha para a posse do aplicador. Instruções a) CASA: “Eu quero que você desenhe uma casa. Você pode desenhar o tipo de casa que quiser. Faça o melhor que puder e pode levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível”. b) ÁRVORE: “Eu quero que você desenhe uma árvore da melhor maneira que puder”. c) PESSOA: “Eu quero que você desenhe uma pessoa da melhor maneira que puder” d) PESSOA DO SEXO OPOSTO: “Eu quero que você desenhe uma pessoa do sexo oposto ao desenho que você desenhou anteriormente da melhor maneira que puder” Inquérito Posterior ao Desenho / Solicitação das histórias 1. Uma vez que o desenho esteja completo, é essencial dar ao indivíduo uma oportunidade de definir, descrever e interpretar cada desenho e para expressar pensamentos, ideias, sentimentos ou memórias associadas. 2. O principal objetivo, entretanto,é compreender o sujeito extraindo o maior número possível de informações sobre o conteúdo e o contexto de cada desenho. Detalhes que forem adicionados durante o inquérito também devem ser identificados. 3. O inquérito deve ser realizado após a realização de cada desenho. 4. Muitos autores preferem a solicitação de uma história para cada desenho, de modo que o sujeito efetue livremente as associações com o material produzido. Após, o aplicador busca colher informações sobre o enredo e o desfecho de cada história, os pensamentos e os sentimentos dos personagens, assim como esclarecer pontos dúbios dela; pode-se completar as perguntas com algumas fornecidas pelo inquérito proposto pelo autor. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 6 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. INQUÉRITO CASA 1. De que esta casa é feita? 2. Esta é a sua própria casa? De quem ela é? 3. Você gostaria que essa casa fosse sua? Por que? (caso não seja do sujeito) 4. Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que quisesse, qual quarto você escolheria para você? Por que? 5. Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por que? 6. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou longe? 7. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão de que ela está acima, abaixo ou no mesmo nível do que você? 8. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar? 9. É um tipo de casa feliz, amigável? 10. O que nela lhe dá essa impressão? 11. Como está o tempo nesse desenho? (período do dia e do ano; céu; temperatura) 12. De que tipo de tempo você gosta? 13. De quem esta casa o faz lembrar? Por que? 14. Do que esta casa mais precisa? Por que? 15. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da casa), quem seria? 16. A que parte da casa esta chaminé está ligada? INQUÉRITO ÁRVORE 17. Que tipo de árvore é esta? 18. Onde esta árvore realmente está localizada? (a localização deve ser definida, por ex., se o sujeito diz na floresta, deve-se perguntar o que é uma floresta) 19. Mais ou menos qual a idade desta árvore? 20. Esta árvore está viva? 21. O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva? 22. O que provocou a sua morte? (se não estiver viva) 23. Ela voltará a viver? 24. Alguma parte da árvore está morta? Qual parte? O que você acha que causou a sua morte? Há quanto tempo ela está morta? 25. Para você esta árvore lhe parece mais um homem ou uma mulher? 26. O que nela lhe dá essa impressão? 27. Quando você olha para esta árvore, você tem a impressão de que ela está acima, abaixo ou no mesmo nível do que você gosta? 28. Como está o tempo nesse desenho? (período do dia e do ano; céu; temperatura) 29. Há algum vento soprando? Mostre-me em que direção ele está soprando. Que tipo de vento é esse? 30. O que esta árvore faz você lembrar? 31. Esta árvore é saudável? O que nela lhe dá essa impressão? 32. Esta árvore é forte? O que nela lhe dá essa impressão? UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 7 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 33. Do que esta árvore mais precisa? Por que? 34. Alguém já machucou esta árvore? Como? 35. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da árvore), quem seria? INQUÉRITO PESSOA 36. Esta pessoa é um homem ou uma mulher? (menino ou menina?) 37. Quantos anos ele (a) tem? 38. Quem é ele (a)? 39. Ele (a) é um parente, um amigo ou o que? 40. Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando? 41. O que ele (a) está fazendo? Onde ele (a) está fazendo isso? 42. O que ele (a) está pensando? 43. Como ele (a) se sente? Por que? 44. Em que a pessoa faz você pensar ou lembrar? 45. Esta pessoa está bem? 46. O que nele (a) lhe dá essa impressão? 47. Esta pessoa está feliz? 48. O que nele (a) lhe dá essa impressão? 49. A maioria das pessoas é assim? Por que? 50. Você acha que gostaria dessa pessoa? 51. Por que? 52. Como está o tempo nesse desenho? (período do dia e do ano; céu; temperatura) 53. De quem essa pessoa o faz lembrar? Por que? 54. Do que essa pessoa mais precisa? Por que? 55. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da pessoa), quem seria? Avaliação das Respostas do Inquérito Posterior ao Desenho a) As respostas dadas durante o inquérito devem ser avaliadas de acordo com diversas dimensões. b) Uma pessoa média, bem ajustada vê a casa ocupada por um ser vivo e vê a árvore e a pessoa vivas. c) Respostas ao inquérito que descrevem a casa temporariamente desocupada ou deserta, a árvore morrendo ou morta e a pessoa doente, morrendo ou morta parecem revelar um desajustamento emocional. d) Muitas vezes, objetos aparentemente irrelevantes desenhados ao redor do tema do desenho representam membros da família ou pessoas com as quais o indivíduo está intimamente ligado na vida diária. A sua relação especial com o objeto desenhado pode ser paralela à proximidade ou distância destas relações pessoais. Estes detalhes devem ser sempre investigados. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 8 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. PARTE A: INTERPRETAÇÃO – ASPECTOS ADAPTATIVOS 1. É determinado pelo material oferecido pelo indivíduo e pela adequação à tarefa solicitada. Portanto, verificar se o desenho está adequado ao solicitado ou se trata-se de uma produção convencional (estereotipada), original ou fantasiosa. 2. Sua análise consiste em verificar: a) nível de maturidade (idade) b) evolução geral do grafismo c) adequação ao sexo d) nível sócio-econômico-cultural e) patologias PARTE B: INTERPRETAÇÃO – ASPECTOS EXPRESSIVOS A. Corresponde ao “como” a pessoa desenha. Representa a qualidade gráfica da produção, o estilo de resposta particular do sujeito. Podem ser analisados: a) Organização gráfica do desenho b) Aspectos que estruturam o desenho B. Os aspectos expressivos são os mais estáveis, mais fixos da personalidade; são menos acessíveis ao controle consciente do sujeito e, portanto, mantêm-se ao longo da vida e suas alterações podem caracterizar: a) Quadros psicopatológicos b) Quadros neurológicos ou de alterações cerebrais por uso de álcool e outras drogas. 1. POSIÇÃO DA FOLHA Uma vez que a folha representa o ambiente e o aplicador entrega a folha em uma determinada posição (horizontal ou vertical), a maneira como o examinando lida com a folha, podemos verificar como ele se coloca no meio e como o manipula. a) Posição apresentada ou acomodação para a atividade gráfica: adequação ao meio. b) Modificação radical da posição (de horizontal para vertical, e vice-versa): liberdade em relação à ordem dada e indício de espírito curioso e cheio de iniciativa; porém, também pode representar oposição e negativismo, ao não aceitar o ambiente como ele se apresenta. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 9 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 2. TAMANHO / PROPORÇÃO (da figura em relação à página) A - Folha: representa o ambiente. B - Desenho: representa o sujeito. Exprime a relação dinâmica do indivíduo com seu ambiente; como está reagindo às pressões do mesmo: se com sentimentos de inadequação e inferioridade, em um extremo, se com fantasias compensatórias de supervalorização, em outro. As relações de proporção expressas pelo indivíduo em seus desenhos frequentemente revelam os valores atribuídos pelo indivíduo aos objetos, situações e pessoas. Relações proporcionais nos desenhos também fornecem um índicegrosseiro da capacidade do indivíduo para atribuir valores objetivos aos elementos da realidade e realizar julgamentos com facilidade e flexibilidade. a) Muito grande (folha toda ou quase): evidência de agressividade e descarga motora. Quando exagerado, saindo do papel = sugere sentimento de constrição por parte do ambiente, com fantasia compensatória; b) Grande (2/3 e metade folha): necessidade de expansão, domínio do meio com maior valorização de si; c) Médio (1/3, 1/4, 1/6 e 1/8 da folha): adequação ao meio ambiente. d) Pequeno (1/16 e 1/32 da folha): inferioridade, inibição, comportamento emocionalmente dependente e ansioso. e) Muito pequeno (1/64 e 1/128 da folha): sentimento de inadequação, e mesmo rejeição pelo ambiente; insegurança, retraimento, tendência ao isolamento e depressão. 3. LOCALIZAÇÃO NA FOLHA (segundo Odete Lourenção Van Kolck) 4º QUADRANTE 1º QUADRANTE - Passividade - Atividade de Expectativa diante da vida - Inibição, reserva, nostalgia - Desejo de retornar ao passado e/ou permanecer absorto em fantasia - Contato Ativo com a Realidade - Rebelião e Ataque (criar, fazer) - Projetos para o Futuro 3º QUADRANTE 2º QUADRANTE - Conflitos - Egoísmo - Regressão - Fixação em Estágio Primitivo - Força dos desejos, impulsos e instintos - Obstinação e teimosia Alguns desenhos não se localizam em um quadrante específico, pois metade do desenho pode estar em um quadrante e a outra metade no quadrante ao lado. Assim, prevalece a localização superior, inferior, direita ou esquerda da folha. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 10 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. a) Parte superior da Folha: Espiritualismo, Misticismo, Energia; Objetivos muito Altos, possivelmente inatingíveis; Satisfação na Fantasia; “estar no ar”; b) Parte inferior da Folha: Materialismo; Fixação à Terra e ao Inconsciente; Orientação para o Concreto; Insegurança e Inadequação com Depressão; c) Lado Esquerdo da Folha: Introversão, Egoísmo, Predomínio da Afetividade, do Passado e do Esquecido, Comportamento Compulsivo; d) Lado Direito da Folha: Extroversão, Altruísmo, Atividade, Socialização, Relação com o Futuro, Progresso; e) Central (no meio da página): rigidez, comum em crianças pequenas. Quando o desenho se localizar ao redor do ponto médio geométrico exato da página, o indivíduo geralmente é rígido para compensar a ansiedade e insegurança. 4. QUALIDADE DA LINHA O tipo da linha e a consistência do traçado indicam a manifestação de energia, vitalidade, decisão, iniciativa, em um extremo e de emotividade, insegurança, falta de confiança em si, ansiedade, em outro. a) Muito Forte: - Quando usados em todo o desenho: tensão emocional. - Usados em detalhe específico: deve-se presumir uma fixação no objeto desenhado. b) Muito Leve: - Traçados extremamente leves usados em todo o desenho: indicam um sentimento de inadequação, indecisão ou sensibilidade artística. c) Normal: Bom tônus, equilíbrio emocional e mental. d) Traço contínuo: decisão, rapidez, energia, esforço dirigido, autoafirmação. e) Traço de avanços e recuos: emotividade, ansiedade, falta de confiança em si, timidez, insegurança, hesitação ao encontrar novas situações, mas também sentido artístico, intuição, sensibilidade. f) Traço interrompido: incerteza, indecisão, temor e angústia. g) Traço trêmulo: medo, insegurança, sensibilidade; e se presente em todo o desenho = intoxicação do eixo nervoso por alcoolismo ou fadiga extrema. 5. TRANSPARÊNCIA Os indivíduos que apresentam um desenho em que um objeto, que normalmente estaria coberto por alguma coisa esteja ainda visível cometem uma falha grave no teste de realidade. Uma vez que as transparências implicam em uma falha na função crítica, presume-se que elas indiquem nos desenhos dos indivíduos sem deficiência mental a extensão em que a organização da personalidade está rompida por fatores funcionais, orgânicos ou ambos. Portanto, indicam pobre orientação para a realidade. Não incomum em crianças. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 11 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 6. MOVIMENTO A presença do movimento denota iniciativa, criatividade, inteligência, autonomia e autoafirmação. a) Movimento dado em figuras humanas: iniciativa, energia, vitalidade, pró-atividade. b) Movimento dado em fenômenos da natureza: denota atitude mais passiva em relação ao meio externo, sentimentos de impotência. 7. SIMETRIA a) Simetria excessiva: rigidez, fragilidade. 8. DETALHES 8A) Detalhes Essenciais: I) A ausência de apenas um detalhe essencial deve ser vista como significativa. II) Indivíduos com lesão cerebral, retraídos ou deprimidos tendem a desenhar o mínimo de detalhes para cada desenho. a) CASA: parede, telhado, porta, janela, chaminé (comumente omitida por crianças pequenas). b) ÁRVORE: Tronco e pelo menos um galho. c) PESSOA: Cabeça, tronco, braços, pernas, traços faciais. Omissões de partes do corpo são comuns em crianças pequenas. 8B) Detalhes Não Essenciais I) O uso limitado de detalhes não essenciais indica bom contato com a realidade e uma interação sensível, provavelmente bem equilibrada com o ambiente. II) Os obsessivo-compulsivos tendem a desenhar um maior número de detalhes deste tipo. a) CASA: ênfase em cortinas; calhas; venezianas; etc. b) ÁRVORE: ênfase na casca da árvore, folhas soltas, raízes omitidas, trepadeiras, frutas etc. c) PESSOA: roupas, genitais desenhados, pés etc. 8C) Detalhes irrelevantes a) CASA: nuvens, sombras, montanhas, degraus e caminhos longos ou estreitos, arbustos excessivos etc. b) ÁRVORE: nuvens, sombras, arbustos excessivos etc. c) PESSOA: bengalas, espadas, armas etc. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 12 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 8D) Detalhes Bizarros: a) Órgãos internos vistos por meio da roupa ou pele e parede transparente de forma que se observem os objetos dentro da casa, sugerem desordem emocional. b) Em crianças pequenas, não apresentam significado patológico. PARTE B: INTERPRETAÇÃO – ASPECTOS PROJETIVOS 1. Considera “o quê” a pessoa desenha. 2. Refere-se aos elementos do tema, que foram enfatizados ou omitidos. 3. O conteúdo é mais passível de influências externas, mais vulnerável, pois mais acessível pelo consciente. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DESENHO DA CASA A. Ao desenhar a casa, o sujeito revela sua capacidade para agir sob estresse e tensões nos relacionamentos humanos mais íntimos, bem como sua capacidade para analisar criticamente problemas criados pela situação do lar. B. Representa o lar e suas implicações: clima da vida doméstica e as inter-relações familiares (atuais e da infância). C. Hammer (1991): percepção de família (atual, passada ou em um futuro idealizado) e projeção de aspectos do ego com esta percepção, como um auto-retrato. D. Relações com a figura materna, pois a interação infantil mais característica é com a mãe. E. Crianças: relacionamento com os pais e irmãos. F. Adultos: relações com os demais membros. Sujeitos mais comprometidos podem projetar relações mais regressivas. a) Paredes As paredes simbolizam a capacidade de auto sustentação, integração e controle dos impulsos. Representam por hipótese o ego do sujeito, indicando sua força, fraqueza ou deterioração. a) Paredes menores que o teto ou corpo da casa pequeno e teto grande: tendência a buscar satisfação na fantasia e na atividade imaginativa. b) Paredes maiores que o teto ou corpo da casa grande e o teto pequeno: menor valorizaçãoda fantasia, tendência à objetividade, maior controle racional sobre a vida instintiva, com comportamento mais prático e voltado para a realidade concreta. c) Ausência de paredes: contato pobre com a realidade. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 13 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. b) Telhado Quando a casa é considerada um autorretrato do indivíduo, o telhado representa as áreas do pensamento e da fantasia, os impulsos e as tentativas de controle, e de forma rudimentar o ego do indivíduo. a) Telhado grande em relação ao resto da casa: o indivíduo pode dedicar muito tempo procurando satisfação na fantasia. b) Telhado de tamanho adequado: equilíbrio entre a fantasia e a realidade, interação equilibrada com o ambiente. c) Ausência de telhado: constrição, tendência para o pensamento mais concreto, repressão da vida de fantasia, vulnerabilidade. c) Porta A porta indica o local de passagem entre dois estados, entre dois mundos, entre o conhecido e o desconhecido, entre o interior e o exterior e simboliza o contato, o relacionamento e a interação com o ambiente, a acessibilidade. a) Portas muito pequenas em relação às janelas e a casa em geral: retratam os sentimentos de inadequação do indivíduo e relutância em fazer contatos. b) Portas muito grandes: sugerem grande dependência dos outros. c) Ênfase no revestimento, porta com fechadura e/ou dobradiça ou olho mágico: sugerem uma sensibilidade defensiva, medo do perigo externo. d) Ausência de porta: inacessibilidade, isolamento. e) Porta aberta: necessidade interna de receber calor emocional do exterior e de expressar acessibilidade (quando existem pessoas morando na casa). Quando a casa é vazia (não existe ninguém morando), a porta aberta indica sentimento de extrema vulnerabilidade, carência afetiva, necessidade de reforço emocional de fora e falta de adequação das defesas do ego. f) Porta aberta e um caminho à vista: pessoa equilibrada ou que procura novos caminhos. g) Porta fechada: autodefesa e defesa contra o mundo. h) Porta bem acima da linha que representa o chão da casa, sem que apareçam degraus: isolamento do meio ambiente e tentativa de se conservar inacessível nas relações interpessoais; os contatos são unicamente segundo as próprias conveniências. d) Janela É o meio secundário de interação com o ambiente. Representa uma maneira de comunicação menos direta e menos imediata com o mesmo. Enquanto abertura para o ar e para a luz, a janela simboliza a receptividade. a) Janela com grades, vidraças fechadas e /ou fechadas com trinco: medo defensivo do perigo externo, desejo de proteção e/ou defesa contra os impulsos ou estímulos externos, isolamento, barreira nos contatos sociais. b) Venezianas, sombreamento e cortinas na janela que não estão completamente fechadas: indicam uma interação com o ambiente conscientemente controlada, que é acompanhada por alguma ansiedade. Se os três forem usados, o indivíduo é provavelmente muito defensivo. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 14 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. c) Janelas fechadas com persianas ou cortinas: retraimento, cautela nas trocas interpessoais e relutância em interagir com os outros. d) Ausência de janela: retraimento. e) Janela aberta: controle do ego pobre. f) Janela com florzinhas: otimismo, interesse pela aparência, preocupação com o exterior, vaidade. g) Janela no telhado (sótão): dificuldade de contato direto, contato vivido mais na base da fantasia e na imaginação, riqueza de vivência interior e tato por meio de um meio mais intelectualizado. h) Janela fechada e porta aberta: dificuldade de se mostrar no contato interpessoal, conflitos e medo de rejeição. i) Janela fechada e porta fechada: isolamento emocional e afastamento do contato interpessoal. j) Janela aberta e porta fechada ou pequena: timidez ou receio no contato afetivo e interação mais controlada com os outros. k) Janela aberta e porta aberta: extroversão, necessidade de contato afetivo, dependência. e) Chaminé Em pessoas bem ajustadas, a chaminé via de regra representa apenas um detalhe à representação da casa. Detalhe este que atualmente não é essencial no nosso meio devido à propagação do aquecimento elétrico, ao clima tropical e de poucas casas possuírem lareira. Para alguns adultos a chaminé pode representar um símbolo fálico ou indicar o nível de maturidade sensual (emerge do corpo da casa) embora isso não seja obrigatório em todos os desenhos, pois também simboliza afeto, tensão interior ou no lar. a) Chaminé muito grande: em crianças – necessidade de chamar atenção e de ser vista, notado. Em adultos – preocupação a respeito das questões sexuais com necessidade de demonstrar virilidade, tendências exibicionistas e sentimentos compensatórios para inadequação fálica. b) Chaminé desenhada com facilidade e sem distorções ou ênfases, ou proporcional a casa: implica que o indivíduo tem uma maturidade e equilíbrio sensual satisfatório. Pode indicar ainda calor no lar, bom ajustamento familiar e pessoal. c) Antenas ou outros símbolos fálicos: indícios de fantasias sexuais ou comunicação com o mundo externo. f) Fumaça Simboliza a respiração e, portanto, a expressão da vida dentro da casa. Sentimentos de pressões ambientais podem ser expressos simbolicamente por fumaça que, em vez de sair da chaminé em direção ao céu, desvia para um lado, indicando que o vento está soprando. A magnitude da pressão pode ser expressa pelo grau de desvio da fumaça de um curso direto ou quase direto para cima. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 15 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. a) Abundância de fumaça, em negrito, densa e/ou exagerada: indica considerável tensão interna, presumivelmente ocasionada por relações insatisfatórias com aqueles com quem o indivíduo vive. b) Fumaça em novelo: conflitos internos e externos ou esforço para extravasar energia intelectual (comum em pessoas que veem o lar como um lugar de conflitos, turbulência e inquietação). g) Acessórios no desenho da Casa a) Quando aparecem acessórios no desenho da casa, estes devem ser analisados de acordo com o conjunto dos desenhos. b) Detalhes bem organizados na maioria das vezes indicam boa relação com o meio externo e maior possibilidade de a ansiedade ser bem canalizada e controlada. c) Por outro lado, alguns indivíduos revelam diretamente a sua falta de segurança ao circundar ou apoiar sua casa com arbustos, árvores e outros detalhes que não estão relacionados com a instrução dada. Indica que quanto maior a quantidade desses detalhes, mais intenso é o sentimento de insegurança ou a falta de proteção. h) Tipos de casas Ao analisar a casa como um todo, observa-se que, além de o sujeito mostrar como se relaciona com o meio, pode por meio de o desenho expor todos os seus sonhos e fantasias de realização, assim como a precariedade de sua vida. i) INDICADORES PSICOPATOLÓGICOS DO DESENHO DA CASA a) Psicose: Ausência de partes essenciais (inacessibilidade ou mau contato com ambiente); transparência e perspectiva bizarra (representação ilógica da realidade); sincretismo do telhado (o telhado é a casa inteira: revela elevado grau de fantasia); parede fendida (quebra do contato com realidade). b) Depressão: Casa simples, vazia, pobre, portas abertas. c) Hipomania: Casa em perspectiva, com tamanho grande, ênfase nas portas e presença de flores. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DESENHO DA ÁRVORE A. Pela falta de relação direta entre uma árvore e a personalidade, o desenho revelaos aspectos mais profundos da personalidade, no tocante ao desenvolvimento e equilíbrio emocionais, sendo ela a representação do desenvolvimento emocional do indivíduo e sua relação com o ambiente. Para alguns, revela as relações com a figura paterna. B. Hammer (1991): autoimagem e/ou autoconceito; sentimentos mais duradouros e profundos; desenho menos suscetível a mudanças em teste-reteste. Groth-Marnat (1999): diferentes aspectos do self. C. Organização geral: equilíbrio emocional; fases de desenvolvimento (raiz à copa). UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 16 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 1. Tronco O tronco parece representar o sentimento básico de poder do indivíduo e a força interior do sujeito, o que significa, em terminologia psicanalítica, a “Força do Ego”, a área básica do autoconceito. a) O tronco desenhado facilmente: interação bem equilibrada com o ambiente. b) O tronco é desenhado com linhas muito pesadas e consistentes: refletem a presença de ansiedade. c) Cicatrizes desenhadas no tronco: devem ser investigadas durante o Inquérito Posterior ao Desenho. Possível trauma. d) Tronco com base larga: dependência. e) Tronco longo: regressão, inadequação. f) Tronco com base estreita: dificuldade de controle. 2. Galhos Os galhos, por seu tamanho e posição em relação ao tronco e à página, parecem indicar os recursos de obtenção de satisfação do indivíduo. a) Galhos reforçados: sugerem um sentimento de inadequação na busca de satisfação. b) Simetria absoluta na estrutura dos galhos: implica sentimento de ambivalência e incapacidade em aceitar dominância para qualquer forma de ação. 3. Folhas A folhagem é frequentemente desenhada empregando sombreamento e, às vezes, com detalhe cuidadoso; um sistema de galhos e a casca da árvore são comuns. As folhas podem ser cosméticas ou funcionais. Como enfeites (cosméticas), elas decoram e cobrem o esqueleto da árvore. Funcionalmente, elas servem para estabelecer o contato mais imediato e direto com o ambiente. a) Folha de tamanho exagerado: imaturidade, desejo de mascarar sentimentos de inadequação básicos com uma capa de ajustamento superficial. b) Folhas miúdas e numerosas: minuciosidade, preocupação com detalhes, tendência à rigidez. c) Folhas caindo: sentimentos de impotência, desvitalização, depressão. 4. Copa A copa representa o ponto de contato da árvore com o ambiente; campo de expressão da árvore; zona de relação recíproca entre o de dentro e o de fora; zona de assimilação, de respiração; portanto, plano de realização da personalidade, contato com os outros, comportamento em relação à realidade. a) Copa achatada ou apoiada na borda da folha: forte pressão do ambiente, inibição, obediência, sentimento de inferioridade. b) Copa pequena até aos 9 ou 10 anos, é normal; além dessa idade indica: infantilidade, imaturidade, regressão neurótica. c) Copa grande: fantasia, vaidade, narcisismo, entusiasmo, exibição. d) Ausência de copa, copa incompleta ou dificuldade em completá-la: dificuldade nas relações pessoais, indefinição e dificuldade para achar soluções adequadas. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 17 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. e) Copa pendendo aos lados dos troncos: Cansaço, depressão, falta de energia, passividade, indecisão, apatia. f) Linha separando a copa do tronco: Indica dificuldade em canalizar a energia para realização. 5. Raiz A estrutura da raiz para a maioria dos indivíduos parece representar, em um nível superficial, a fonte de satisfação elementar e a estabilidade das forças da personalidade. Em um nível mais profundo, a estrutura da raiz representa impulsos básicos. a) Linha de terra, debaixo da qual fica subentendida a raiz: também indica equilíbrio, maturidade. b) Raízes visíveis: indício de desenvolvimento incompleto. Imaturidade, mas não relacionada diretamente com nível intelectual. Primitivismo. Vida instintiva. 6. Flores e frutos a) As flores são a produção mais delicada da árvore, nos falam da aparência, da estética, do enfeite, da graciosidade e da beleza. Simbolicamente pode sugerir uma necessidade de revestir-se de boa aparência (máscara), preocupação com a fantasia e com a beleza. b) Os frutos simbolizam o rendimento da árvore, a sua utilidade, o desejo de realização e produtividade. 7. Idade atribuída à árvore A idade que o indivíduo dá à sua árvore simboliza o nível de maturidade psicossexual, e o adequado é que seja próxima a idade dele. Geralmente as pessoas prendem-se a uma faixa etária de maior satisfação ou fixam-se em vivências traumáticas. a) Idade próxima à do paciente: bom nível de maturidade psicossexual. b) Idade aquém a idade do paciente: imaturidade ou vivencias traumáticas. c) Idade muita além da idade do paciente: vivências depressivas e inadequadas para a idade e necessidade de crescer logo. 8. INDICADORES PSICOPATOLÓGICOS DO DESENHO DA ÁRVORE a) Psicose: Tronco fendido (desorganização da personalidade); copa mínima (mau contato ou afastamento da realidade). b) Depressão: Árvore desprotegida, tênue, desvitalizada; com nódulos, sombreamento; ramos frágeis e copa pequena. c) Hipomania: Grande dimensão, expansiva, ultrapassando limites; Copa esférica; ramos para fora e para o alto. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 18 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DESENHO DA PESSOA A. Esse desenho é a representação mais próxima ou direta do próprio indivíduo; por este motivo, o desenho de figuras humanas é percebido pelos examinandos como uma exposição pessoal. Além de ser a expressão da imagem corporal, o desenho da pessoa indica a capacidade do sujeito de atuar em relacionamentos e de submeter o self e as relações interpessoais à avaliação crítica objetiva. B. Hammer (1991): grau de ajustamento psicossocial. C. Indica autoimagem, autoconceito, visão idealizada de si mesmo ou visão de outra pessoa significativa. D. Representação das características psicológicas ou físicas: como são percebidas, sentidas imaginadas ou projetadas. E. Dois pontos importantes do desenho: i. Pescoço: separa a cabeça do tronco, sendo a primeira representativa dos aspectos intelectuais e detentora do controle racional dos impulsos e/ou das fantasias, estes representados pelo tronco. ii. Linha da cintura: separa a área genital do restante do tronco e, portanto, características específicas do desenho nessa área (ênfase, muitos detalhes, traço tênuo) podem indicar conflitos com a sexualidade. 1. Cabeça Geralmente é desenhada em primeiro lugar. É a parte do corpo mais exposta e considerada o centro do poder intelectual, racional, social e do controle dos impulsos corporais. a) Cabeça grande: valorização da inteligência, ênfase na fantasia como fonte de satisfação, aspirações intelectuais, compensação por sentimentos de inferioridade e introspecção. b) Cabeça pequena: sentimento de menosvalia, inferioridade, inadequação com crítica. 2. Cabelo O cabelo é a expressão do que está vivo e crescendo. Simboliza vitalidade, virilidade, força, sensualidade e sexualidade. a) Cabelo bem cuidado e/ou bem penteado: interesse pela aparência social, desinibição, facilidade em mover-se no ambiente e bom equilíbrio psicossexual. b) Cabelo desordenado: infantilidade, sensibilidade primitiva ou discordância entre as limitações e as convenções de ordem social; em alguns adultos sugere confusão relacionada com fantasias sexuais. 3. Olhos Simboliza o contato com o mundo exterior, a percepção da realidade,a discriminação perceptiva do ambiente e o controle. Grande parte da comunicação social concentra- se nos olhos; “Os olhos são o espelho da alma” e podem tanto expressar amor e compaixão como hostilidade e desprezo. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 19 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. a) Omissão dos olhos: Imaturidade afetiva – psicossocial. Egocentrismo. Pode ser dissimulação de uma atitude imatura para responder a um estímulo exterior. Pode ser problema patológico. b) Olhos representados por um ponto: Podem ser meio imaturo de enfrentar a vida. Aspecto regressivo na maturidade afetiva. c) Olhos bem trabalhados: indício de feminilidade, sensualidade. d) Olhos fechados ou semifechados: estado de dependência ou passividade frente ao meio, recusa do meio. 4. Sobrancelhas As sobrancelhas sugerem atitudes de arrogância, dúvida, como de autoritarismo. a) Sobrancelhas levantadas: livre expressão, arrogância, desdém ou dúvida. b) Sobrancelhas em traços finos: fina sensibilidade. c) Sobrancelha peluda e farta: sensualidade primitiva. 5. Nariz Essencialmente, o nariz é possuidor de simbolismo sexual. a) Nariz grande: virilidade. Sexo em grande escala. Desenhado por homem, pode ser mecanismo de compensação – homens frios. b) Nariz curto pequeno: temor de castração. Consciência de debilidade sexual. 6. Boca A boca é o órgão receptor das mais primitivas sensações de prazer ou desprazer e é a zona de fixação precoce, com efeito, pela vida afora (satisfação da libido oral). Representa a assimilação de novas ideias e a nutrição, permite a comunicação, o intercâmbio social, dar e receber afetos, agredir, maltratar, ferir, etc. a) Boca grande: relaciona-se a uma ambição, desejo de inter-relação social; necessidade física; ambicioso. b) Dentes na boca: agressividade oral. c) Boca aberta: passividade oral ou desejo de receber. 7. Queixo Simboliza força, autoridade, autoafirmação e determinação – “pessoa de queixo duro”. Trata-se de um símbolo sexual. a) Quadrado: afirmação social ou sexual, teimosia, firmeza, decisão e símbolo masculino. b) Redondo: delicadeza e feminilidade. c) Muito pequeno: sentimento de inferioridade e inadequação; dificuldades sexuais. d) Grande: tendências agressivas e, se for muito exagerado, pode significar sentimentos compensatórios de fraqueza e indecisão. 8. Orelhas a) Omissão: é comum. b) Ênfase na orelha: resistência à autoridade. c) Orelhas muito grandes: sensibilidade à crítica e desejo de aprovação social. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 20 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 9. Bigode e/ou barba Simboliza na esfera da sexualidade a luta pela virilidade, principalmente entre aqueles que têm fortes sentimentos de inadequação sexual ou dúvidas sobre a masculinidade. 10. Pescoço O pescoço simboliza a comunicação da alma com o corpo, a zona de conflito entre o controle das emoções, dos sentimentos e dos impulsos corporais. Constitui a conexão entre o corpo (impulsos e sentimentos) e a cabeça (pensamento e controle). Controla a organização corporal e serve como ligação entre os impulsos instintivos do corpo e o controle exercido pelo cérebro. a) Omissão: Dificuldade maior de controle entre os aspectos intelectuais e os impulsos do corpo. Dificuldade de coordenação dos impulsos sexuais e agressivos. b) Pescoço fino e comprido: Mecanismo de compensação. Pessoa de controle rígido. Moralismo. 11. Ombros Simbolizam a força, poder físico, autoridade, autoafirmação, autonomia e domínio sobre o ambiente. a) Exagerados: Mecanismo de compensação. Autocrítica. Impulso de poder físico. b) Ombros estreitos em relação ao corpo: depressão, sentimento de menos valia. 12. Braços Braços e mãos relacionam-se ao desenvolvimento do eu e à sua adaptação social, ou inter-relação com o ambiente. A extensão, direção e influência das linhas dos braços relacionam-se com o grau e espontaneidade da pessoa no ambiente. a) Braços para trás: Falta de confiança. Insegurança de sua participação no meio ambiente. b) Braços muito longos: ambição por alguma aquisição ou proeza, dependendo de outros traços. c) Braços finos: indício de introversão. Não reage aos impulsos interiores, dificuldade física ou psíquica. 13. Mãos a) Ausência: Falta de confiança nos contatos sociais, na produtividade, ou em ambos. b) Mão maior em relação às outras partes do corpo: ambição em todos os sentidos. Sentimento de menos valia. c) Mãos fechadas: Dificuldade nas relações sociais, repressão, agressividade, fantasia dessa agressividade. d) Mão em bolacha: com problemas de agressividade. e) Mão aberta: necessidade de afeto e inter-relação. 14. Dedos a) Em alfinetes: agressividade. b) Quando retocados, apagados: personalidade reprimida, agressividade reprimida, impulsividade. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 21 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 15. Pernas Pernas e pés são fontes de conflitos e dificuldades. A recusa em completar o desenho, além da cintura, ou usar poucas linhas para completá-lo indica perturbação sexual. a) Pernas longas: Necessidade de autoafirmação social, locomoção, ambição, fuga do meio ambiente ou desajuste ao ambiente. b) Pernas curtas: situação de fato ou problema somático. Em negrito: conflito. 16. Pés Indicam a segurança geral do indivíduo, em caminhar no meio ambiente. a) Omissão dos pés ou pernas: cerceamento, dificuldade de contato. Sentimento de menos valia. b) Pés, um para um lado e outro para o outro lado: indecisão, ambivalência de comportamento, atitudes pessoais. c) Várias tentativas: Censura à figura humana, à figura projetada: dissimulação de conflito, oposição. 17. Tronco Representa a sede da vida instintiva e emocional. a) Arredondado: indica feminilidade. b) Ênfase no tronco: preocupação com o poder físico. c) Anguloso: agressividade, masculinidade. 18. Roupas e Acessórios A roupa teria surgido por necessidade de proteção, pudor e socialização. a) Salto de sapato marcado, alto e em negrito: indica problema sexual. Problema de masturbação, narcisismo com ambivalência sexual. b) Cinto: exagero de controle. c) Cigarro, cachimbo, revólver, bengala, guarda-chuva: símbolos que dão ênfase à virilidade. d) Chapéu: proteção – correlação com o telhado da casa 19. Paisagem como tema de fundo no desenho da figura humana: tendência a sonho, indolência, fantasia, afetividade e capacidade de observação. 20. Acréscimo de outra figura: solidão, necessidade de companhia afetiva real ou sensação de incompetência (comum nas crianças criadas em instituições ou famílias grandes com provação cultural). UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 22 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. 21. INDICADORES PSICOPATOLÓGICOS DO DESENHO DA PESSOA A. Psicose: a) Partes essenciais - ausência: falta de percepção do corpo. b) Transparência, vendo-se órgãos internos: representação ilógica da realidade. c) Cabeça e corpo em direções opostas: ambivalência. d) Omissão da roupa ou ênfase nos órgãos sexuais: desconsideração de normas sociais ou agressividade. e) Superacentuação de olhos ou orelhas: hipervigilância paranóide ou componentes alucinatórios. f) Perfil sem cabelo, rosto parecido com máscara e físico magro, rígido ou desvirilizado: desenho típico do esquizofrênico. B. Depressão: a) Figura frágil, mas organizada: impotência. b) Ênfase na cabeçae tronco. c) Semblante triste. d) Figura simétrica: controle obsessivo. C. Hipomania: a) Desenho de tamanho grande. b) Braços para fora e para o alto. c) Fisionomia com expressão de triunfo (sorriso “boca de palhaço”). d) Impressão de imaturidade, de infantilidade. PARTE D: INDICADORES DE DISFUNÇÃO CEREBRAL NOS GRÁFICOS 1. Muitas rasuras e piora no desempenho. 2. Queixas sobre a incapacidade de concluir a tarefa. 3. As figuras desenhadas são simples, concretas. 4. A qualidade do traçado está comprometida: linhas quebradas, esboçadas, irregulares. 5. Dificuldade na simetria: falta de equilíbrio. 6. Problemas de organização, principalmente nas relações das partes com o todo. 7. No desenho da casa, as dificuldades aparecem precocemente. 8. Fadiga: leva a piora do desempenho nos últimos desenhos. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 23 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: BUCK, J. H.T.P: casa-árvore-pessoa – técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. RETONDO, M.F.N.G. Manual prático de avaliação do HTP (casa-árvore-pessoa) e família. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. VAN KOLCK, O.L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: E.P.U., 1984. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 24 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. ANEXOS UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 25 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 26 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA APOSTILA HTP 27 MATERIAL EXCLUSIVO PARA APRENDIZADO. VEDADO PARA DEMAIS FINALIDADES. PROIBIDA DIVULGAÇÃO A PÚBLICO LEIGO E/OU EM MÍDIAS ELETRÔNICAS.
Compartilhar