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RESUMO DA UNIDADE Dispositivos de automação, como controladores programáveis, são sistemas e métodos que recebem instruções ou outra unidade de interação de dados de um meio e fornecem instruções para um sistema ou serviço apropriado para processamento, retornando, opcionalmente, uma resposta como um conjunto de resultados. Um controlador lógico programável (CLP) ou controlador programável é um computador digital usado para a automação de processos eletromecânicos, como controle de máquinas nas linhas de montagem de fábricas, parques de diversão ou luminárias. CLPs são usados em muitas indústrias e máquinas. Diferentemente dos dispositivos de finalidade geral, o CLP foi projetado para várias entradas e saídas, faixas de temperatura estendidas, imunidade a ruídos elétricos e resistência a vibrações e impactos. Um CLP é um exemplo de sistema em tempo real, pois os resultados da saída devem ser produzidos em resposta às condições de entrada dentro de um tempo limitado, caso contrário, resultará em operações não intencionais. Nesse sentido, a presente unidade tem como finalidade integrar o aluno no âmbito da tecnologia do CLP. Para tanto, serão apresentados os conceitos relacionados ao CLP, assim como sua evolução histórica, os processos de aquisição de dados e aplicações práticas. Palavras-chave: engenharia, automação industrial, controlador lógico programável. SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 SUMÁRIO .................................................................................................................................2 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 CAPÍTULO 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS ...5 1.1 Definições, Evolução e Características .................................................................6 1.2 Arquiteturas e Aplicações ..................................................................................... 10 1.3 Sistemas e Comandos Analógicos e Digitais .................................................... 16 RECAPITULANDO............................................................................................................... 20 CAPÍTULO 2 - UNIDADE DE AQUISIÇÃO DE DADOS ............................................ 25 2.1 Componentes de um Sistema de Aquisição de Dados.................................... 26 2.2 Interface com o Processo ..................................................................................... 34 2.3 Programas e Protocolos........................................................................................ 37 RECAPITULANDO............................................................................................................... 39 CAPÍTULO 3 - APLICAÇÕES COM O CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL 45 3.1 Classificação dos CLPs......................................................................................... 45 3.2 Estados de Operação ............................................................................................ 50 3.3 Práticas de Programação de CLP ....................................................................... 53 3.4 Aplicações Práticas com Controlador Lógico Programável ............................ 57 RECAPITULANDO............................................................................................................... 62 FECHANDO A UNIDADE ................................................................................................... 67 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 70 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 71 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Automação industrial se refere ao uso de sistemas de controle (como controle numérico, controle lógico programável e outros sistemas de controle industrial), em conjunto com outras aplicações da tecnologia da informação (como tecnologias auxiliadas por computador CAD, CAM, CAx), para controlar máquinas e processos industriais, reduzindo a necessidade de intervenção humana. No âmbito da industrialização, a automação é um passo além da mecanização. Enquanto a mecanização forneceu aos operadores humanos máquinas para ajudá- los com os requisitos musculares do trabalho, a automação reduz bastante a necessidade de requisitos sensoriais e mentais humanos. Os processos e sistemas também podem ser automatizados. Assim, a automação desempenha um papel cada vez mais importante na economia global e na experiência diária. Os engenheiros se esforçam para combinar dispositivos automatizados com ferramentas matemáticas e organizacionais para criar sistemas complexos para uma gama de aplicativos e atividades humanas em rápida expansão. (ROCHA, 2008 p. 9). Atualmente, muitos papéis para seres humanos em processos industriais estão além do escopo da automação. O reconhecimento de padrões no nível humano, o reconhecimento de idiomas e a capacidade de produção de idiomas estão muito além das capacidades dos modernos sistemas mecânicos e de computador. Tarefas que exigem avaliação subjetiva ou síntese de dados sensoriais complexos, como aromas e sons, bem como tarefas de alto nível, como planejamento estratégico, atualmente exigem conhecimento humano. Computadores reforçados e especializados, chamados de controladores lógicos programáveis (CLP), são frequentemente usados para sincronizar o fluxo de entradas de (sensores) físicos e eventos com o fluxo de saídas para atuadores e eventos. Isso leva a ações controladas com precisão que permitem um controle rígido de quase todos os processos industriais. (ROCHA, 2008 p. 10). Diante do exposto, a presente unidade tem como objetivo apresentar os conceitos que sirvam de base ao estudo para o entendimento dos CLPs no contexto da automação industrial. A unidade inicia-se com a apresentação da evolução histórica do CLP, assim como com algumas definições básicas apresentadas no Capítulo 1, no qual também é abordada a contextualização do uso do CLP na indústria ao longo do tempo, apresentando, inclusive, como se deu o processo da substituição do uso de relés eletromecânicos por dispositivos automáticos e programáveis com demasiada eficiência, confiabilidade e flexibilidade em relação às tecnologias passadas. Adicionalmente, nesse mesmo capítulo, são apresentados conceitos sobre as arquiteturas dos CLPs, seus sistemas e comandos. No Capítulo 2, são apresentadas e exploradas as tecnologias necessárias para que haja a correta aquisição dos sinais e sua posterior conversão em dados. Sabe- se que os sinais físicos do ambiente têm característica analógica, seja ruído, temperatura, velocidade etc. Adquirir esses sinais para então criar uma avaliação pelo programa do CLP é necessário, contudo, isso só pode ocorrer com o tratamento adequado dispensado a esses sinais. Basicamente, esse tratamento divide-se nas etapas de condicionamento de sinais e conversão analógica – digital, que são processos apresentados neste capítulo. Por fim, no Capítulo 3, são abordadas algumas aplicações de uso do CLP na prática. Entretanto, para o entendimento por parte do aluno a respeito de cada aplicação, fez-se necessário discorrer inicialmente sobre a classificação dos CLP, estados de operação e boas práticas de programação. Quanto a este último, apresentar um software conduzido por etapas de boas práticas auxilia em diversos fatores, sendo eles: eficiência no tempo de manutenção e expansão do software, maior flexibilidade por parte de quem consegue alterar o código, confiabilidade, por apresentar um programa determinado em etapas que podem ser mais facilmente depuradas, entre outras vantagens que são também apresentadasno Capítulo 3. CAPÍTULO 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS Antes do advento dos circuitos lógicos, os sistemas de controle lógico eram projetados e construídos exclusivamente em torno de relés eletromecânicos. Isso não quer dizer que os relés estejam obsoletos nos projetos modernos, mas que foram substituídos em muitas de suas funções anteriores como dispositivos de controle no nível lógico. Agora, os relés são utilizados com mais frequência naquelas aplicações que exigem comutação de alta corrente e / ou alta tensão. Nesse sentido, os sistemas e processos que exigem controle de estado "on / off" abundam no comércio e na indústria modernos. Esses sistemas de controle raramente são criados a partir de relés eletromecânicos ou portas lógicas. Em vez disso, os computadores digitais preenchem a necessidade, que pode ser programada para executar várias funções lógicas – o que abrange a filosofia de uso do CLP. O controlador lógico programável, ou CLP, está presente em praticamente todos os processos de indústrias de fabricação atualmente. Inicialmente construído para substituir os sistemas de relés eletromecânicos, o CLP oferece uma solução mais simples para modificar a operação de um sistema de controle. Em vez de precisar reconectar um grande banco de relés, um download rápido de uma rotina ou atualização do dispositivo de programação permite controlar as alterações lógicas em questão de minutos ou até segundos. No final dos anos 1960, uma empresa americana chamada Bedford Associates lançou um dispositivo de computação chamado MODICON. Como sigla, significava Modular Digital Controller (do inglês, controlador digital modular), e mais tarde se tornou o nome de uma divisão da empresa dedicada ao projeto, fabricação e venda desses computadores de controle para fins especiais – principalmente para fins industriais. Outras empresas de engenharia desenvolveram suas próprias versões deste dispositivo, e ele acabou sendo conhecido em termos não proprietários como CLP, ou Controlador Lógico Programável. O objetivo de um CLP era substituir diretamente relés eletromecânicos como elementos lógicos, substituindo um computador digital de estado sólido por um programa armazenado, capaz de emular a interconexão de muitos relés para executar determinadas tarefas lógicas, ganhando então em eficiência e, principalmente, em flexibilidade, uma vez que o controlador pode ser programado e reprogramado tanto quanto necessário com mais facilidade que ajustar dezenas de relés. Diante do exposto, serão apresentadas as noções básicas relativas ao conceito, características, sistemas e aplicações no decorrer deste capítulo. 1.1 Definições, Evolução e Características O CLP ou Controlador Lógico Programável revolucionou a indústria de automação. Hoje, os CLP podem ser encontrados em tudo, desde equipamentos de fábrica a máquinas de venda automática, mas, antes do dia de Ano Novo de 1968, o controlador programável nem existia. Em vez disso, o que existia era um conjunto único de desafios que precisava de uma solução. Para entender a história do CLP, primeiro precisamos levar algum tempo para entender os problemas que existiam antes dos controladores programáveis. (SILVA, 2012 s/p). Antes dos dias do CLP, a única maneira de controlar as máquinas era através do uso de relés. Os relés funcionam utilizando uma bobina que, quando energizada, cria uma força magnética para puxar efetivamente um interruptor para a posição “ON” ou “OFF”. Quando o relé é desenergizado, o interruptor libera e retorna o dispositivo à sua posição padrão (“ON” ou “OFF”). Assim, por exemplo, se quiséssemos controlar um motor como ligado ou desligado, poderíamos conectar um relé entre a fonte de energia e o motor. Logo, era possível controlar quando o motor está recebendo energia – energizando ou desenergizando o relé. Sem energia, é claro, o motor não funcionaria, portanto, estamos controlando o motor. Esse tipo de relé é conhecido como relé de potência. É comum que haja vários motores em uma fábrica, os quais precisam ser controlados e, para tanto, muitos relés de potência eram adicionados. Portanto, as fábricas começaram a acumular armários elétricos cheios de relés de potência. Adicionalmente, outros relés eram responsáveis por ligar e desligar as bobinas, o que tornava os quadros elétricos consideravelmente maiores, conforme é observado na Figura 1. Esses relés são conhecidos como relés de controle, porque controlam os relés que controlam a chave que liga e desliga o motor. Nesta conjectura, é possível ter uma ideia de como as máquinas eram controladas antes da invenção do CLP e, mais importante, é possível visualizar alguns dos problemas desse sistema de controle eletromecânico por meio de relés. Figura 1. Casa de relés Fonte: Library Automation Direct (2019) Seguindo a linha de raciocínio, pensemos nas fábricas modernas e em quantos motores e interruptores “ON / OFF” seria preciso para controlar apenas uma máquina. Em seguida, adicione todos os relés de controle, o que resultaria em um pesadelo logístico. Todos esses relés precisavam ser conectados em uma ordem muito específica para que as máquinas funcionassem corretamente, e se um relé apresentasse algum problema, o sistema como um todo não funcionaria. (BISWANATH, 2014). A solução de problemas levaria horas e, como as bobinas falhariam e os contatos se desgastariam, havia necessidade de muitas soluções para vários problemas. Além disso, esse conjunto todo de relés ocupava muito espaço. Então, se alguma mudança for necessária, basicamente, seria necessário refazer todo o sistema. Neste sentido, torna-se claro que havia vários problemas na instalação e manutenção desses grandes sistemas de controle por relés. Como exemplo de problemas relacionados a aplicações com relés, pode-se destacar (BISWANATH, 2014): • Falha de contato entre as partes eletromecânicas; • Elevado custo de aquisição, devido à complexidade de componentes; • Desgastes das partes móveis; • Necessidade de instalação de um grande volume de relés; • A alteração da sequência de operação era dificultosa; • Necessidade de um grande número de manutenções preventivas. Diante desses e outros inconvenientes, descobrir a solução para esse conjunto de problemas era um grande desafio que os engenheiros da divisão Hydra-Matic da General Motors (GM) estavam enfrentando todos os dias. Felizmente, naquela época, o conceito de controle de computador havia começado a entrar em grandes empresas como a GM. De acordo com Dick Morley, pai indiscutível do CLP, "o controlador programável foi detalhado no dia de ano novo de 1968". Na época, uma lista de requisitos foi imposta pelos engenheiros da GM para a criação de um "controlador de máquina padrão". Era a esse pedido que Dick Morley e sua empresa, Bedford and Associates, estavam respondendo quando o primeiro CLP foi previsto. Além de substituir o sistema de relés, os requisitos listados pela GM para este controlador incluíam (BISWANATH, 2014): • Um sistema de estado sólido que fosse flexível como um computador, mas tinha um preço competitivo com um sistema de lógica de relé do mesmo tipo; • Manutenção e programação fáceis, de acordo com a maneira lógica de fazer as coisas já aceitas na lógica escada de relé; • Tinha que trabalhar em um ambiente industrial com toda a sua sujeira, umidade, interferências eletromagnéticas e vibração; • Ele precisava ser modular para permitir fácil troca de componentes e capacidade de expansão. O ambiente de programação do CLP exigia que ele fosse facilmente entendido e usado por eletricistas de manutenção e engenheiros da planta. À medida que os sistemas de controle baseados em relé evoluíram e se tornaram mais complicados, o uso de diagramas de fiação de localização de componentes físicos também evoluiu para a lógicado relé, sendo mostrada em escada. O fio energizado da potência de controle seria o trilho esquerdo, com a potência de controle neutra como o trilho direito. Os vários contatos de relé, botões de pressão, chaves seletoras, chaves de limite, bobinas de relé, bobinas de partida de motor, válvulas solenoides etc., mostrados em sua ordem lógica, formariam os degraus da escada. Portanto, foi solicitado que o CLP fosse programado, dessa maneira, pela lógica escada. Os primeiros CLP tinham a capacidade de trabalhar com sinais de entrada e saída, bobina de relé / lógica interna de contato, temporizadores e contadores. Os contadores e temporizadores usavam registros internos de tamanho de palavra; portanto, não demorou muito para que a matemática simples de quatro funções fosse disponibilizada. O CLP continuou a evoluir com a adição de one-shots, sinais de entrada e saída analógicos, contadores e temporizadores aprimorados, matemática de ponto flutuante, sequenciadores de bateria e funções matemáticas. A funcionalidade embutida de PID (controlado proporcional integral derivativo) foi uma grande vantagem para os CLP usados no setor de processos. Conjuntos comuns de instruções evoluíram para caixas de dados preenchidas em branco que tornaram a programação mais eficiente. A capacidade de usar nomes de tags significativos no lugar de rótulos não descritivos permitiu ao usuário final definir mais claramen te seu aplicativo, e a capacidade de importar / exportar os nomes de tags para outros dispositivos elimina os erros resultantes da entrada de informações em cada dispositivo à mão. À medida que a funcionalidade do controlador lógico programável evoluiu, os dispositivos e comunicações de programação também tiveram um rápido crescimento. Os primeiros dispositivos de programação foram dedicados, mas infelizmente o tamanho dos cases (maletas) eram consideráveis. Mais tarde, surgiram os dispositivos de programação portáteis, mas logo foram substituídos por softwares de programação proprietários executados em um computador pessoal. O DirectSOFT da AutomationDirect, desenvolvido pela Host Engineering, foi o primeiro pacote de software de programação de CLP baseado em Windows. Ter um PC se comunicando com um CLP ofereceu a capacidade de não apenas programar, mas também permitiu testes e solução de problemas mais fáceis. As comunicações eram realizadas a partir de protocolos, os quais serão apresentados em capítulo posterior. (SILVA, 2012 s/p). Em resumo, após todo o seu desenvolvimento tecnológico, tem-se que o controlador lógico programável (CLP) é um dispositivo de computador especial usado em sistemas de controle industrial. Devido à sua construção robusta, recursos funcionais excepcionais, como controle sequencial, contadores e temporizadores, facilidade de programação, recursos de controle e facilidade de uso de hardware - este CLP é usado como mais do que um computador digital para fins especiais, tanto em indústrias quanto em outras áreas do sistema de controle. A maioria das indústrias abrevia esses dispositivos como “PC”, mas também é usado para computadores pessoais; Devido a isso, muitos fabricantes nomearam esses dispositivos como CLP. Entre as principais características de um CLP estão (FRANCHI, 2008): • Elevada confiabilidade; • Reprogramável; • Imunidade a ruídos e interferências externos; • Isolação elétrica de entradas e saídas; • Detecção e diagnóstico automáticos de falha; • Modular e expansível para E/S (entrada e saída); • Operação em ambientes industriais; • Execução em tempo real; • Aplicável em ambientes de atmosfera explosiva. Essas características citadas são comuns a equipamentos industriais de diferentes arquiteturas em diversas aplicações. 1.2 Arquiteturas e Aplicações A arquitetura CLP consiste em dois conjuntos principais, interno e externo. Projetar um sistema completo exigirá a exploração das muitas opções de arquitetura disponíveis. Indiscutivelmente, a coisa mais importante a ser decidida ao projetar um CLP é o tipo de arquitetura externa. O dispositivo precisa, junto com o local desejado, da tecnologia certa disponível para atender seus critérios de projeto. (ROCHA, 2008 p.15). Isso inclui basicamente o uso de algumas partes principais: • Fonte de alimentação de energia; • Unidade de processamento (CPU); • Módulos de entrada; • Módulos de saída; • Dispositivo de programação e monitoramento. O termo arquitetura pode se referir ao dispositivo em si, ao programa do CLP ou à combinação dos dois. Um projeto de arquitetura aberta permite que o sistema seja conectado facilmente a dispositivos e programas de outros fabricantes, utiliza componentes de prateleira que seguem padrões aprovados. (SILVA, 2012 s/p). Um sistema com arquitetura fechada, por sua vez, é aquele cujo projeto é patenteado, tornando-o mais difícil de ser conectado a outros sistemas. Além disso, a arquitetura pode ser dividida em dois grandes grupos, denominados de CLP fixos e CLP modulares. Um CLP fixo geralmente é pequeno, possui pouca memória e um número limitado de entradas e saídas, ou E / S, como normalmente referido. A CPU, a fonte de alimentação e o sistema de E / S são todos construídos como uma única entidade, portanto, todas as opções desejadas devem ser incluídas. Essa arquitetura de CLP geralmente é mais barata que a modular e possui uma funcionalidade mu ito básica, logo, não é expansível. O CLP fixo é a escolha ideal para pequenas máquinas compactas, com espaço e funcionalidade limitados e determinados. Ou seja, sua desvantagem é a falta de flexibilidade e, para o caso de defeito em uma parte do dispositivo, pode ser indicada a sua substituição por inteiro. Por mais poderosos que sejam os sistemas fixos especializados, apenas uma pequena parte da indústria que os usam, mais especificamente para circuitos de emergência ou segurança. A Figura 2 apresen ta a arquitetura básica de um CLP do tipo fixo. Figura 2 – Arquitetura básica CLP f ixo Fonte: Petruzella (2014) Em seguida, é possível notar na Figura 3 como os CLP do tipo fixo são compactos em relação à estrutura. Figura 3 – Exemplos comerciais de CLP f ixo Fonte: Petruzella (2014) CLPs modulares são sistemas adaptáveis que podem ser alterados com flexibilidade. Eles consistem em um chassi, trilho ou plano traseiro no qual uma coleção de módulos é incorporada a um sistema de interface. Os componentes necessários para um sistema completo são CPU, fonte de alimentação e módulos de E / S. A principal vantagem de uma arquitetura modular de CLP é a capacidade de escolher especificações individuais conforme necessário, como a quantidade e o tipo de módulos de E / S. Outras opções podem incluir placas de interface de rede, para módulos especiais – que estão em constante alteração. Um sistema desse tamanho exigirá um gabinete de controle para montagem e fiação. Atualmente, o setor usa os termos modular e CLP montado em gabinete ou rack de forma sinônima com bastante frequência. O controle modular básico consiste em um rack, uma fonte de alimentação de energia, módulo de unidade de processamento (CPU), módulos de interface E / S e uma interface de operação para programação e monitoração do conjunto. Cada módulo é conectado ao gabinete, que estabelece uma conexão com vários contatos, localizada na parte de trás, chamada de painel traseiro ou placa-mãe (backplane). O processador do CLP também é conectado na placa-mãe e pode se comunicar com todos os módulos. A seguir, a arquitetura modular está representada na Figura 4, na qual se pode observar cada módulo integrado ao conjunto CLP. Figura 4 – Arquitetura de CLP modular Fonte: Petruzella (2014) Em seguida, tem-se a ilustração de um CLP modular montado em gabinete representado na Figura 5. Figura 5 – Exemplo de um CLP do tipo modularFonte: Petruzella (2014) Independentemente do tipo de arquitetura, os CLP possuem três partes principais, conforme já mencionado, sendo elas: fonte de alimentação, unidade de processamento e módulos de entrada e saída. A fonte de alimentação normalmente fornece 125 a 220 VAC ou 3,3 a 24 VDC ao CLP, dependendo da aplicação e das circunstâncias da instalação, e pode ser integrado ao CLP, para o caso de CLP fixo ou em unidade externa, como no caso de CLP modular. É importante lembrar que a fonte do CLP deve estar separada da fonte dos sensores e atuadores, por motivos de isolamento elétrico e limitações de potência, sendo assim, devem possuir uma fonte de alimentação exclusiva. As fontes devem ser protegidas contra curtos-circuitos e sobrecargas. Como mencionado acima, essa voltagem é transferida para o backplane, fornecendo energia para os módulos de CPU e de interface E / S. A CPU, em um CLP, é uma unidade de processamento central baseada em microprocessador. O tipo de módulo de CPU necessário dependerá das necessidades levantadas pelo projetista, como operações aritméticas e lógicas, movimentação de blocos de memória, interface do usuário, acessibilidade à rede local e outras funções. Quer a CPU esteja montada em um rack, chassi ou unidade fixa, os dados são enviados pelo barramento de dados no plano traseiro. Um ciclo de tempo de varredura típico inicia a varredura, executa verificações internas, varre entradas, executa a lógica do programa e, finalmente, atualiza as saídas. As funções e opções disponíveis variam de acordo com a marca e o modelo usado. Existem dois tipos-padrão de memória que a CPU usará, carregará e trabalhará. Carregar memória significa realizar o armazenamento para o programa do usuário. Dependendo do módulo específico, pode ser RAM, ROM ou EPROM. A memória de trabalho é RAM integrada, usada para armazenar partes do programa do usuário necessárias para o processamento enquanto o CLP está em operação. Normalmente, quaisquer blocos de memória não necessários para a inicialização serão armazenados na memória de carregamento. Com os muitos módulos de E / S disponíveis, um projetista pode misturar e combinar os módulos para atender às necessidades da aplicação. Os dispositivos de E / S podem consistir em sinais digitais ou analógicos. A E / S digital é um sinal discreto que é simplesmente ativado ou desativado, como um interruptor de limite para entrada ou relé na saída. A E / S analógica converte uma tensão ou corrente em um valor equivalente pela CPU, como um termopar de entrada ou um regulador de pressão de saída. A maioria dos sistemas modulares permite a expansão de E / S, restrita apenas pelos recursos da CPU. Alguns exemplos de módulos de entrada são: interruptores e botões de pressão, dispositivos sensores, interruptores de limite, sensores fotoelétricos, sensores de proximidade, sensores de condição, pressostatos, interruptores de nível, interruptores de temperatura, interruptores a vácuo, interruptores de boia, codificadores etc. As saídas para os atuadores permitem que um CLP faça com que algo aconteça em um processo. Uma pequena lista de atuadores populares é apresentada abaixo em ordem de popularidade relativa: • Válvulas solenoides: saídas lógicas que podem alternar um fluxo hidráulico ou pneumático; • Luzes: saídas lógicas que geralmente podem ser alimentadas diretamente das placas de saída do CLP; • Partidas de motor: os motores costumam consumir uma grande quantidade de corrente quando iniciados, portanto, requerem partida de motor, que são basicamente relés grandes. • Servos motores – uma saída contínua do CLP pode comandar uma velocidade variável ou posição. Os CLPs são aplicáveis em toda e qualquer aplicação em que seja necessário automatizar processos ou máquinas, não abrindo mão da confiabilidade e capacidade em operar em ambientes severos. Estes dispositivos podem ser encontrados desde no controle de um elevador até em uma plataforma de extração ou produção de petróleo. O CLP é comumente encontrado em diversas aplicações, como: Controle de Turbomáquinas; Controle de processos e malhas de controle como vazão, nível, pressão e temperatura; Controle de Processos químicos; Controle de máquinas eletro-hidráulicas e/ou eletro-pneumáticas; Controle de motores elétricos e bombas; Controle de linhas de montagem e fabricação; Comandos e acionamentos elétricos em geral. (ROCHA, 2008, p. 12). No mesmo sentido, a aplicação do CLP não se limita ao setor industrial, podendo naturalmente ser encontrado em aplicações de automação de prédios e residências com finalidades diversas, como controlar bombas d’água, iluminação, automação de sistemas de proteção e combate de incêndio, controle de acesso, e até mesmo para o gerenciamento do uso de energia. 1.3 Sistemas e Comandos Analógicos e Digitais Os CLPs podem ser descritos como pequenos computadores industriais com componentes modulares projetados para automatizar os processos de controle. Nesse sentido, os CLPs são os controladores por trás de quase toda automação industrial moderna, sendo considerados computadores complexos e poderosos. Porém, podemos descrever a função de um CLP em termos simples. O CLP, basicamente, recebe entradas, executa lógica nas entradas da CPU e, em seguida, liga ou desliga as saídas com base nessa lógica, conforme a sequência apresentada a seguir: 1. A CPU monitora o status das entradas (por exemplo, ligar, sensor de proximidade desligado, válvula 40% aberta etc.) a. As fontes de entrada convertem os sinais elétricos analógicos em tempo real em sinais elétricos digitais adequados. Esses sinais de entrada são, então, armazenados na memória como bits; 2. A CPU colhe as informações que obtém das entradas e executa lógica nas entradas; a. A lógica de controle ou as instruções do programa são gravadas no dispositivo de programação através de símbolos ou mnemônicos e armazenadas na memória do usuário; b. A CPU busca essas instruções na memória do usuário e executa os sinais de entrada manipulando, computando e processando os para controlar os dispositivos de saída; c. Os resultados da execução são armazenados na memória de imagem externa que controla as unidades de saída; 3. A CPU opera a lógica das saídas (por exemplo, desligar o motor, abrir a válvula etc.) a. A CPU também verifica os sinais de saída e atualiza o conteúdo da memória da imagem de entrada de acordo com as alterações na memória de saída; 4. A CPU também executa programação interna, funcionando como configuração e redefinição do timer, verificando a memória do usuário. Para que fique mais claro, é possível observar na Figura 6 um fluxograma básico das etapas para o funcionamento de um CLP. Figura 6 – Fluxograma de funcionamento de um CLP Fonte: Petruzella (2014) Fora do próprio CLP existem dois componentes muito importantes: o dispositivo de programação e a interface homem-máquina (IHM). O dispositivo de programação pode ser um computador de mesa, laptop ou instrumento portátil do mesmo fabricante. Conforme já mencionado neste capítulo, também existem CLPs de E / S fixos com telas e botões integrados que permitem que os programas sejam gravados diretamente no CLP. Enquanto o dispositivo de programação permite que o usuário visualize e modifique o código em execução no CLP, a IHM fornece um nível mais alto de abstração, modelando o sistema de controle como um todo. A Figura 7 mostra uma tela sensível ao toque integrada que pode ser usada na sala de controle ou no "campo" mais próximo do processo. Esses tipos de displays interativos são muito comuns e costumam ser montados diretamente no gabinete do CLP ou nas proximidades para uso do operador. Figura 7 – Exemplo comercial de um painel IHM Fonte: Allaboutcircuits (2018) O termo "campo" refere-se à área daplanta ou fábrica onde o controle real é feito. É aqui que você encontra bombas, motores, válvulas, sensores de temperatura e pressão, trocadores de calor, medidores de fluxo de massa, braços robóticos e matérias-primas. Nos grandes e complexos setores industriais de hoje, a IHM tornou-se um recurso crítico na implementação e implantação de um sistema de controle. Como o próprio nome indica, a interface homem-máquina é uma janela do usuário para o esquema ou processo de controle, que permite ao usuário monitorar, interagir e, se necessário, desligar o sistema de controle. Antes das IHM modernas, os operadores da planta contavam com paredes de medidores analógicos e lâmpadas para entender o estado de seus processos. A abertura de uma válvula para liberar a pressão em um tubo ou a subida de um circuito de controle de temperatura não podia ser realizada a partir de um mouse de computador ou tela sensível ao toque capacitivo, mas precisava ser transmitida por rádio a um operador externo que executava a ação manualmente. Para finalizar, uma grande vantagem dos CLPs que simplesmente não pode ser imitada por relés eletromecânicos é o monitoramento e controle remoto via redes de computadores digitais. Como um CLP nada mais é do que um computador digital para fins especiais, ele tem a capacidade de se comunicar com outros computadores com bastante facilidade por meio de comandos digitais. Por exemplo, um computador pessoal, dentro de um escritório, pode exibir uma imagem gráfica de um processo real do nível de líquido (em uma estação de bombeamento ou “elevação” para um sistema municipal de tratamento de águas residuais) controlado por um CLP, mesmo que a estação de bombeamento real esteja localizada a quilômetros de distância da tela do computador pessoal. RECAPITULANDO QUESTÕES DE CONCURSOS Questão 01 Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Técnico de Manutenção Júnior - Eletrônica A moderna automação industrial utiliza amplamente Controladores Lógico Programáveis (CLP) em suas linhas de produções. Sobre as características básicas dos CLP, afirma-se que: A - fazem apenas a transmissão de dados já previamente processados, não processando instruções. B - são projetados para operar em ambientes controlados, livres de qualquer interferência. C - são programados usando as linguagens Fortran, C ou C++. D - executam rotinas cíclicas de operação durante o funcionamento. E - possuem, como princípio fundamental, o fornecimento de sinais elétricos aos sensores que monitoram as saídas de outras máquinas. QUESTÃO 02 Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Técnico(a) de Manutenção Júnior - Eletrônica Uma das características do CLP é que: A - a manutenção é muito complexa, pois os CLP não apresentam o módulo de autodiagnose, dificultando a operação. B - a montagem fica muito prejudicada, devido aos conectores extraíveis, exigindo reservar grande período de tempo para sua execução. C - a composição é, basicamente, de unidade central de processamento, memória, entradas e saídas, que podem ser analógicas ou digitais. D - o trabalho em conjunto com SDCD e em redes, por questões técnicas, não é muito usado. E - a sensibilidade a ruídos eletromagnéticos é extremamente alta. QUESTÃO 03 Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Técnico de Manutenção Júnior - Eletrônica - 2014 A linguagem de programação LADDER ou programação por contatos, muito próxima aos esquemas de relés utilizados pelos eletricistas, tornou-se a linguagem mais utilizada para programação de CLP. PORQUE Os CLPs nasceram com a necessidade de substituir os controles mecânicos. A - as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B - as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. C - a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. D - a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. E - as duas afirmações são falsas. QUESTÃO 04 Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Técnico de Manutenção Júnior - Elétrica-2014 Em um processo industrial, uma malha utilizará um CLP para efetuar o controle do sistema hidráulico. Este sistema possui, como elementos sensores montados em tubulações e vasos, 3 indicadores de temperatura, cada um com um contato reversível, 2 indicadores de pressão, cada um com dois contatos independentes, 2 transmissores de nível com sinal de 4 – 20 mA e 1 transmissor de vazão com sinal de 0 – 10V. O CLP, para atender a esta malha, deve possuir, no mínimo, a seguinte configuração para as entradas desses sensores: Obs.: ED – Entradas Digitais EA – Entradas Analógicas A - 10ED + 3EA B - 9ED + 3EA C - 5ED + 2EA D - 4ED + 4EA E - 2ED + 1EA QUESTÃO 05 Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Técnico de Projetos, Construção e Montagem Júnior - Eletrônica- 2014 Os componentes básicos de um Controlador Lógico Programável (CLP) são: processador, unidade de memória, módulos de entrada e saída, dispositivo de programação e fonte de alimentação. Definem-se módulos de entrada e saída como o: A - local de programas de lógica, sequenciamento e operações de entrada e saída. B - local de processamento que determina os sinais de saída apropriados, conforme os sinais de entrada. C - dispositivo de conexão a outros elementos externos. D - dispositivo de programação que pode ser desacoplado do CLP. E - dispositivo de entrada da energia apropriada ao funcionamento do CLP. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Os sistemas de controle e a necessidade de controle estão presentes em todas as atividades, independentemente de sua natureza, ou seja, podem estar presentes no âmbito das indústrias, dos comércios e serviços, tendo como base a automação de processos industriais. Dessa forma, como o controle programável pode ser entendido? TREINO INÉDITO Assunto: Noções básicas de controladores programáveis O uso de relés em excesso pode ter como resultado uma diversidade de problemas, dessa forma, podem ser citados alguns exemplos nesse sentido, contudo, o único que não pode ser visualizado como um problema relacionado a aplicação com relés é: a) Mau contato b) Baixo custo c) Desgaste dos contatos d) Necessidade de instalação e inúmeros relés e) Complexidade de alteração na sequência de operação NA MÍDIA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL REQUER PLANEJAMENTO E PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, Ganesh Hegde desenvolveu boa parte da sua carreira no setor industrial, focado em projetos com foco no uso de soluções digitais para otimizar o trabalho realizado por fábricas de diversos segmentos. Conhecimento bastante útil nesse momento, no qual as empresas estão adaptando suas operações para se adequarem aos requisitos da Indústria 4.0, que pede por estações de trabalho mais conectadas e pessoal especializado em análise e extração de dados. No cargo de diretor de Product Marketing da GE Digital, Hedge esteve recentemente no Brasil para um evento organizado pela Aquarius Software, que oferece suporte na aplicação de todos os serviços que a GE Digital disponibiliza localmente para a indústria. Fonte: Computer World Data: 02 de outubro de 2019 Leia a notícia na íntegra: https://computerworld.com.br/2019/10/02/transformacao- digital-requer-planejamento-e-participacao-dos-colaboradores/ NA PRÁTICA CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS O primeiro CLP surgiu na indústria automobilística, até então um usuário em potencial dos relés eletromagnéticos utilizados para controlar operações sequenciadas e repetitivas numa linha de montagem. Este equipamento foi batizado nosEstados Unidos como PLC (Programable Logic Control), em português CLP (Controlador Lógico Programável) e este termo é registrado pela Allen Bradley (fabricante de CLPs). Fonte: http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasivan/AULACLP.pdf PARA SABER MAIS Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=RnYqTpuLWAA https://www.youtube.com/watch?v=Jn7i7Jn-F1s https://www.mundodaeletrica.com.br/controlador-logico-programavel-clp/ CAPÍTULO 2 - UNIDADE DE AQUISIÇÃO DE DADOS A aquisição de dados é o processo de digitalização de dados e informações, para que possam ser exibidos, analisados, armazenados e distribuídos em um computador ou, para o caso em estudo, um CLP. De modo geral, um sistema de aquisição é usado em eletrônicos industriais e comerciais e em equipamentos ambientais e científicos para capturar sinais elétricos ou condições ambientais por meio de um dispositivo capaz de ler os sinais digitalizados e gravá-los. Um sistema de aquisição de dados inclui um conjunto de diferentes ferramentas e tecnologias projetadas para acumular dados. Geralmente, esses sistemas consistem em softwares e hadwares que representam o dispositivo de aquisição de dados (DAQ), juntamente com sensores e atuadores e, normalmente, requerem suporte de rede subjacente para comunicação de dados entre os softwares e hadwares DAQ. O hardware de aquisição de dados é uma categoria de hardware envolvida na agregação de sinais que podem ser enviados para um sistema de computador e usados como dados internos. Esse tipo de tecnologia relativamente convencional faz parte das interfaces do computador há algum tempo, mas também têm usos muito relevantes relacionados às tecnologias mais recentes, como plataformas móveis e sistemas de BigData – um termo que descreve um grande volume de dados que tem o potencial de apresentar informações que serão usadas em projetos de aprendizado de máquina e outros aplicativos avançados de análise. Esses tipos de hardwares utilizam um processo chamado condicionamento de sinal, no qual os dados analógicos devem ser convertidos em dados digitais com sensores e outras ferramentas. Para lidar com a cronologia do condicionamento de sinais, os usuários podem precisar definir taxas de amostragem e fornecer um tempo preciso para a análise dos dados do sistema de computador. Essas e outras métricas são uma grande parte do que os desenvolvedores analisarão ao implementar as configurações de hardware para aquisição de dados. (ROCHA, 2008 p.13) Diferentes tipos de hardware de aquisição de dados se conectam a slots de computador ou portas e conexões disponíveis em um ambiente de hardware de computador pessoal (PC, do inglês, Personal Computer). Alguns deles estão na forma de cartões, com componentes individuais para processamento de sinal e https://searchsqlserver.techtarget.com/definition/data-mining https://searchenterpriseai.techtarget.com/definition/machine-learning-ML manipulação de memória. Os hardwares normalmente consistem em componentes na forma de placas de expansão externas. Eles podem ser conectados ao computador através de uma interface de comunicação como PCI ou USB ou podem ser instalados diretamente na placa-mãe. O hardware pode estar conectado a um dispositivo de entrada, como um scanner 3D ou conversor analógico-digital. O sinal do dispositivo de entrada é enviado para o dispositivo/placa de hardware, que processa e envia para o software DAQ, onde é gravado para posterior revisão e análise. Os hardwares de aquisição de dados pegam um sinal analógico e o transmitem para um ambiente de CLP. Ferramentas, como temporizadores, podem atuar como módulos de hardware de aquisição de dados que convertem dados para um computador. Uma das aplicações mais promissoras do hardware de aquisição de dados é a conversão de dados ambientais em um controlador, para ajudar a automatizar o gerenciamento de instalações ou outras tarefas que costumavam exigir decisões humanas. Por exemplo, para dados analógicos como temperatura, umidade, várias partes moleculares por milhão e outras métricas são alimentadas em CLP com ferramentas como sensores. Esses computadores podem ser criados para ajustar os sistemas de hardware atmosférico ao microgerenciamento de espaços físicos sem nenhum envolvimento humano. Como se pode notar, os sistemas de aquisição de dados servem como ponto focal de um sistema, unindo uma ampla variedade de dispositivos, como sensores que indicam temperatura, fluxo, nível ou pressão. À medida que a tecnologia progrediu, esse tipo de processo foi simplificado, tornando-se cada vez mais preciso, versátil e confiável por meio de equipamentos eletrônicos. Os equipamentos variam de simples registradores de dados a CLP e sofisticados sistemas de computadores ou até smartphones, transformados em dispositivos de aquisição de dados portáteis. 2.1 Componentes de um Sistema de Aquisição de Dados Os sistemas de aquisição de dados consistem em três elementos essenciais – sensor, dispositivo DAQ (condicionamento de sinal e conversor analógico-digital) e computador, conforme pode ser visto na Figura 8, onde pode ser visto também o barramento do computador. Os elementos principais (sensor e dispositivos DAQ) da unidade de aquisição serão tratados em seguida. Figura 8 – Componentes de um sistema de aquisição de dados Fonte: National Instruments (2019) 2.1.1 Sensores Para um sistema eletrônico executar qualquer tarefa, é necessário que haja uma comunicação com os dados ou informações externas a ele, seja pela leitura de um sinal de entrada de um interruptor "ON/OFF" ou por alguma forma de ativação do dispositivo de saída para acender uma luz, e para captar essas informações são utilizados sensores e transdutores. A expressão "transdutores" é o termo coletivo usado para os sensores, que podem ser utilizados para detectar uma ampla gama de formas diferentes de energia, como movimento, sinais elétricos, energia luminosa, energia térmica ou magnética etc., e atuadores que podem ser usados para alternar tensões ou correntes. Existem muitos tipos diferentes de sensores e transdutores, analógicos e digitais e de entrada e saída disponíveis. O tipo de transdutor de entrada ou saída que está sendo usado depende realmente do tipo de sinal ou processo sendo "detectado" ou "controlado", mas pode-se definir um sensor e transdutores como dispositivos que convertem uma quantidade física em outra. Os dispositivos que executam uma função de "entrada" são comumente chamados de sensores porque "detectam" uma mudança física em alguma característica que muda em resposta a alguma excitação, por exemplo, calor ou força e transforma isso em um sinal elétrico. Os dispositivos que executam a função "Saída" são geralmente chamados atuadores e são usados para controlar algum dispositivo externo, por exemplo, movimento ou som. (SILVA, 2012 s/p). Os transdutores ou sensores do tipo de entrada produzem uma resposta de saída de tensão ou sinal que é proporcional à mudança na quantidade que eles estão medindo. O tipo ou quantidade do sinal de saída depende do tipo de sensor que está sendo usado. Mas, geralmente, todos os tipos de sensores podem ser classificados como dois tipos, sensores passivos ou ativos (ELECTRONICS TUTORIALS, 2014). Geralmente, os sensores ativos requerem uma fonte de alimentação externa para operar, chamada sinal de excitação, que é usado pelo sensor para produzir o sinal de saída. Os sensores ativos são dispositivos de geração automática, porque suas próprias propriedades mudam em resposta a um efeito externo. Sensores ativos também podem produzir amplificação de sinal. (ELECTRONICS TUTORIALS, 2014). Como exemplo de um sensor ativo, tem-se o sensor infravermelho que, além de capturar a presença de algum objeto, pode medir essa distância. Seu funcionamento ocorre basicamenteem duas etapas, sendo a primeira a emissão de raios infravermelhos e a segunda etapa é a responsável pela leitura desses raios, que tocam o objeto e retornam para o sensor – o sensor percebe a variação da intensidade dos raios infravermelhos, resultando em variação de tensão, que pode ser convertida e armazenada em um DAQ. A Figura 9 a seguir ilustra o funcionamento desse sensor na medição da distância do sensor ao objeto. Figura 9 – Exemplo de sensor ativo. Fonte: Adaptado de Robot C (2012) Ao contrário de um sensor ativo, um sensor passivo não precisa de nenhuma fonte de energia ou tensão de excitação adicional. Em vez disso, um sensor passivo gera um sinal de saída em resposta a algum estímulo externo. Por exemplo, um termopar que gera sua própria saída de tensão quando exposto ao calor. Os sensores passivos são sensores diretos que alteram suas propriedades físicas, como resistência, capacitância ou indutância etc. (ROCHA, 2008 p.15). Como exemplo de sensor passivo, e seguindo a lógica do exemplo mencionado para o sensor infravermelho ativo, tem-se o sensor passivo de presença. Este sensor, invés de ter emissão de raios infravermelhos, ele apenas os lê, ou seja, para que ele possa notar a presença de um objeto, este objeto precisa emitir luz infravermelho. Uma aplicação útil desta configuração é o sensor de presença de seres vivos, pois estes emitem calor em forma de luz infravermelha. A seguir, na Figura 10, é apresentado um exemplo desta aplicação. Figura 10 – Exemplo de sensor passivo Fonte: Adaptado de HowtoMechatronics (2019) Além disso, os sensores podem se classificar como analógicos e digitais. Os sensores analógicos apresentam, em sua saída, um sinal de tensão que deve ser proporcional à leitura que se tem interesse de medir. Ou seja, se existe um interesse em medir um valor de temperatura, o sinal de saída do sensor de temperatura será um sinal de tensão proporcional à temperatura naquele momento da medição. Por sua vez, os sensores do tipo digital produzem sinais de saída digital, ou seja, uma coleção de valores “0” ou “1”. Esses valores obedecem a uma convenção pré-estabelecida. Por exemplo, pode-se definir que se o valor de tensão medido for entre 3 V a 5 V, o sensor considera que se tem um estado equivalente a 5 V, e que irá representar em sua saída o dígito “1”. Já, caso o valor de tensão medido estiver entre 0 V e 3 V, por exemplo, o sinal será considerado como de 0 V e a representação de saída será o dígito “1”. Esse foi um exemplo de caso com uma escala de 5 V, contudo, uma coleção de “0” poderia ser determinada a cada vez que a escala se torna mais sensível e a leitura seria mais precisa. Por sua vez, essa coleção de “0” e “1” pode ser convertida para um sistema de leitura usual como o decimal. Exposto tudo isso, pode-se resumir que um sensor é um dispositivo cujo objetivo é detectar características do ambiente. Ele detecta eventos ou alterações nas quantidades e fornece uma saída correspondente, geralmente como um sinal elétrico ou óptico, ou seja, converte fenômenos do mundo real como temperatura, força e movimento em sinais de tensão ou corrente que podem ser usados como entradas para os conversores analógico-digital. Sensores comuns incluem termopares e termistores para medir temperatura, acelerômetros para medir movimento e extensômetros para medir força. Ao escolher o sensor adequado para o seu sistema de medição, é importante considerar fatores como a precisão do sensor e o condicionamento do sinal necessário para gravar um sinal legível . 2.1.2 Conversor Analógico-Digital (A/D) Anos atrás, os dispositivos eletrônicos que são utilizados hoje – como telefones, computadores e televisões – eram de natureza analógica. Então, lentamente, os telefones fixos foram substituídos por telefones celulares modernos, as televisões e os monitores foram substituídos por displays de LED, os computadores com tubos de vácuo evoluíram para serem mais poderosos com microprocessadores e microcontroladores, e assim por diante. Na era digital de hoje, todos estamos cercados por dispositivos eletrônicos digitais avançados, o que pode nos enganar ao pensar que tudo à nossa volta é de natureza digital, o que não é verdade. O mundo sempre foi de natureza analógica, por exemplo, tudo o que os humanos sentem e experimentam (como velocidade, temperatura, velocidade do ar, luz solar, som etc.) é de natureza analógica. Porém, os dispositivos eletrônicos que funcionam com microcontroladores e microprocessadores não podem ler/interpretar esses valores analógicos diretamente, pois eles funcionam apenas de forma binária. Portanto, é necessário algo que converta todos esses valores analógicos em 0 e 1, para que os microcontroladores e microprocessadores possam entendê-los. Isso é chamado de conversão analógica-digital (A/D). Conversão Analógica-Digital (A/D). Um conversor A/D pode converter apenas valores de tensão analógicos em valores digitais. Portanto, qualquer parâmetro a ser medido deve ser convertido em tensão primeiro. Essa conversão pode ser feita com a ajuda de sensores. Por exemplo, para converter valores de temperatura em tensão, pode-se usar um termistor. De maneira semelhante, para converter brilho em tensão, podemos usar um LDR. Uma vez convertido em tensão, esses dados podem ser lidos com a ajuda dos conversores A/D. Para ilustrar, as etapas da conversão A/D para capturarão de um sinal de áudio são apresentadas na Figura 11 e a descrição de cada etapa discutida em seguida. Figura 11 – Etapas da conversão A/D de sinal de áudio Fonte: Adaptado de L2P Network (2010) A. O sinal de entrada de áudio é um sinal analógico de tensão variável. Este sinal de entrada acessa o dispositivo por meio de sensores, conforme já comentado na seção anterior. Neste exemplo, o sensor utilizado seria um microfone. Juntamente com esse sensor, tem-se o circuito condicionador de sinais, que será comentado no tópico seguinte. B. Em seguida, o sinal passa por um conversor analógico-digital (A / D). Este conversor mede a voltagem variável do sinal vários milhares de vezes por segundo, em intervalos de amostragem. C. Cada vez que a forma de onda é medida, um número binário (composto de 1 e 0) é gerado. Este número é proporcional à tensão do sinal no instante em que é medido. Cada 1 e 0 é chamado de bit, que significa dígito binário. D. Esses números binários são armazenados na mídia de gravação. Os números podem ser armazenados em fita, disco rígido, CD ou cartão de memória flash. Diante do exposto, pode-se perceber que a conversão analógica-digital é o centro de qualquer sistema de aquisição de dados, uma vez que, para a aquisição de dados, estes, a princípio, devem ser digitalizados. Para que o sinal entre no sistema de conversão A/D, ele deve estar em conformidade com as especificações de entrada. Para atender estas especificações, o sinal deve ser acondicionado, por meio do uso de circuitos condicionadores de sinais, apresentados a seguir. (ROCHA, 2008 p.16). 2.1.3 Condicionamento de Sinais O condicionamento de sinais é um processo de aquisição de dados e o instrumento usado para executar esse processo é chamado de condicionador de sinais. Este instrumento converte um tipo de sinal elétrico ou mecânico (sinal de entrada) em outro (sinal de saída). O objetivo é amplificar e converter esse sinal em um formato fácil de ler e compatível para aquisição de dados ou controle de máquina. (SILVA, 2012 s/p). A título de exemplo e ilustração da importância do circuito de condicionamento de sinais antes da realização da conversão analógica-digital, imaginemos o caso de um sinal de áudio emitido por uma pessoa e captado pelo microfone em sua mão. Este microfone recebe o sinal em baixíssima potência e com muito ruído. Portanto, e para que seja entãoconvertido na etapa de conversão A/D com eficiência, é preciso realizar algumas modificações no sinal sem perder a sua essência. Além disso, sabe-se que a entrada de um dispositivo de aquisição trabalha com valores positivos, logo, além da amplificação e filtragem do sinal, também se faz necessário o deslocamento (offset) deste sinal para valores positivos. Na Figura 12, a seguir, tem-se um exemplo de uma aquisição de dados de um sinal medido, no qual se observa a etapa do condicionamento de sinais antes de haver a conversão A/D. Figura 12 – Exemplo de aquisição com destaque para o condicionamento Fonte: Adaptado de Pixbay (2019) De acordo com a HBM (sem data), um condicionador de sinal ajuda a fornecer medições precisas, essenciais para a aquisição precisa de dados e o controle da máquina. Esses instrumentos podem executar diferentes funções, como: • Avaliação e funções inteligentes: Para fornecer benef ícios adicionais para o usuário e o processo, os condicionadores de sinal modernos têm funções extras para avaliação de sinal e pré-processamento de dados de medição. Isso ajuda a monitorar e avaliar avisos e alarmes diretamente através de uma saída de comutação elétrica rapidamente. Funções inteligentes adicionais, como um canal calculado interno, podem lidar com funções matemáticas, como a adição de sinais de sensores, até operações tecnológicas como um controlador PID. Essas funções ajudam a obter um sistema de reação rápida e reduzem a carga do controle da máquina. • Interfaces: Os conversores de sinal precisam transmitir os sinais do senso r através de interfaces e protocolos padrão para o controle da máquina. Essas interfaces podem ser analógicas ou digitais. As interfaces analóg icas comuns são sinais de tensão +/- 10 V ou corrente +/- 20 mA, fáceis de manusear, mas todo sinal precisa de uma f iação separada. As interfaces digitais modernas são projetadas como interfaces de barramento baseadas em Ethernet e permitem a conexão de vários componentes com apenas um f io. Isso reduz a f iação e também permite que informações adicionais sejam transmitidas, como informações de diagnóstico dos componentes, o que é muito importante para reduzir tempos de inatividade e acelerar a manutenção. 2.2 Interface com o Processo Para que seja realizada a interface entre o dispositivo de aquisição de dados, seja um computador ou um CLP, faz-se necessário um caminho eletricamente condutor ao longo do qual os dados são transmitidos dentro de qualquer dispositivo eletrônico digital. A este caminho refere-se o termo barramento, que consiste em um conjunto de condutores paralelos, que podem ser fios convencionais, faixas de cobre em uma placa de circuito impresso ou trilhas microscópicas de alumínio na superfície de um chip de silício. Cada fio carrega apenas um bit, portanto, o número de fios determina a maior palavra de dados que o barramento pode transmitir: um barramento com oito fios pode transportar apenas palavras de dados de 8 bits e, portanto, define o dispositivo como um dispositivo de 8 bits. Um barramento, normalmente, possui um circuito de memória de palavra única chamado latch conectado a cada extremidade, que armazena brevemente a palavra que está sendo transmitida e garante que cada bit tenha se estabelecido no estado pretendido antes que seu valor seja transmitido. O barramento, convencionalmente chamado pelo seu nome em inglês, bus, ajuda as várias partes do CLP a se comunicar. Se não houvesse barramento, haveria um grande número de fios conectando todas as partes. Seria como ter uma fiação separada para todas as lâmpadas e tomadas de sua casa. Como os dispositivos de aquisição de dados são conectados por um slot ou porta, o barramento funciona como uma porta de comunicação entre os dispositivos de aquisição de dados e o controlador, para transmitir instruções e dados de medição. A seguir, na Figura 13, tem-se a representação de arquitetura básica de um CLP, pela qual é possível identificar a interface entre os blocos realizada pelos barramentos (bus). Figura 13 – Diagrama de blocos de um CLP Fonte: Adaptado de Dunn (2006) Os dispositivos de aquisição de dados para os barramentos de computador podem ser USB, PCI, PCI Express e Ethernet. Há também os dispositivos de aquisição de dados para comunicações sem fio no padrão 802.11 Wi-Fi. Há muitos tipos de barramentos, cada um deles oferece diferentes vantagens para diferentes tipos de aplicações. (SILVA, 2012 s/p). Portanto, pode-se perceber que um barramento transfere sinais elétricos de um lugar para outro e está conectado à CPU através das unidades de interface de barramento. Os dados trafegam entre a CPU e a memória ao longo do barramento de dados. A seguir, na Figura 14, tem-se o diagrama de blocos da interface de processamento do CLP, no qual evidenciam-se as integrações entre as partes ativas do controlador e os barramentos de dados e de endereços. Figura 14 – Diagrama de blocos de interfaces Fonte: Adaptado de Dunn (2006) A unidade central de processamento, CPU, pode ser dividida em processador, memória e unidades ou módulos de entrada e saída, conforme apresentado na Figura 14. As unidades são interconectadas por um barramento de dados bidirecional de determinado tamanho de palavra, um barramento de endereço unidirecional e um barramento de habilitação unidirecional – sinal que ativa barramento. Os barramentos de habilitação e endereço são controlados pelo processador, que usa instruções de software para seu gerenciamento. Ao endereçar um módulo de entrada, o módulo é selecionado com seu código de barramento habilitado. O barramento de endereço pode ser usado para selecionar quais dados de entrada externa devem ser colocados no barramento de dados bidirecional. Esses dados são transferidos para a memória para aguardar a próxima etapa das instruções do software. Os módulos de saída são endereçados e selecionados da mesma maneira que os módulos de entrada. A unidade é selecionada pelo código de habilitação e o barramento de endereços direciona os dados colocados no barramento de dados da memória do processador para sua saída. Adicionalmente, existem algumas definições básicas sobre as interfaces do processamento de dados para o caso do CLP. O processador em um sistema CLP possui um software que é facilmente programável e flexível, fazendo com que o programa inicie, atualize e modifique. Os CLPs, como já abordado, são configurados para receber um certo número de entradas (analógicas e digitais) e controlar um certo número de saídas, como atuadores, monitores ou outros tipos de dispositivos. Neste sentido, eles são classificados em low-end, midrange e high-end, de modo que: • O low-end é expansível de 64 até 256 E / S; • O midrange é expansível até 2.048 E / S; • O high-end é expansível até 8.192 E / S. Os CLPs têm a capacidade de se comunicarem em uma rede local (LAN, do inglês, Local Area Network) ou em uma área ampla (WAN, do inglês, WideArea Network). Eles enviam dados operacionais para e são controlados a partir de um terminal de computador central. Ademais, quando os loops de controle individuais dos CLPs não são independentes em um processo, mas são inter-relacionados suas variáveis são medidas e podem ser monitoradas e variáveis manipuladas são controladas simultaneamente. Além disso, vários processadores também podem ser conectados a um computador central para funções de controle complexas. 2.3 Programas e Protocolos A operação de dispositivos CLPs precisa de padrões industriais para a automação dos processos eletromecânicos que “acionam” o dispositivo. O uso de padrões industriais oferece confiabilidade, disponibilidade e capacidade de manutenção necessárias. Os CLPs estão bem adaptados a uma variedade de tarefas de automação. Estas são, tipicamente, processos industriais nafabricação, nos quais o custo de desenvolvimento e manutenção do sistema de automação é alto em relação ao custo total da automação e onde seriam esperadas alterações no sistema durante sua vida operacional. Isso torna o uso de CLP para automação de equipamento muito atraente. O recondicionamento de componentes existentes usando um CLP geralmente resulta na opção mais apropriada. O programa do CLP fornecido pelo fornecedor geralmente é especializado em aplicações específicas de fábrica. Os fornecedores oferecem protocolos diferentes para fazer interface com um CLP, dependendo do seu tipo. Os grandes fornecedores têm seus próprios protocolos, por exemplo, comunicação Siemens S7. De modo geral, os fornecedores tendem a usar protocolos padronizados, por exemplo, o protocolo modbus em vários dialetos. As API (Interfaces de Programação de Aplicações, do inglês Application Programming Interfaces) para esses protocolos variam entre: • Código fechado; • Código aberto; • Terceiros; • C / C ++; • Java; • http; • sem conexão. Um requisito universal dos DAQ com um componente de controle é a necessidade de programar. Não há dois aplicativos de controle iguais, o que significa que não é possível oferecer uma solução pronta para uso. Mas uma vez que o limite de programação é ultrapassado, as coisas tendem a ficar muito complicadas muito rapidamente. Você começa com as ferramentas de programação suportadas pelo hardware e, em seguida, procura um ambiente de programação compatível para que as duas possam ser mescladas para alcançar o resultado desejado. Exemplos de uso geral são o suporte a programação .NET ou ActiveX para o hardware que pode ser aplicado a linguagens de programação onipresentes como Visual BASIC, uma linguagem .NET e até o LabVIEW. Além da necessidade de programar no que pode ser um ambiente exótico, complexo e talvez não familiar, essa abordagem exige que o CLP seja conectado a um PC durante o teste, o que pode não ser desejado ou mesmo prático. 39 RECAPITULANDO QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 01 Ano: 2019 Banca: UFGD Órgão: UFGD Prova: UFGD - 2019 - UFGD - Técnico em Eletromecânica Quanto à linguagem Ladder ou “linguagem de diagrama de contatos”, utilizada em Controladores Lógicos Programáveis (CLP), assinale a alternativa correta: A - O contato NA é um contato de negação ou inversor. B - A linguagem Ladder é também conhecida por “diagrama de blocos lógicos”. C - Relés internos são elementos utilizados para armazenamento permanente de dados (bits). D - O contato que usamos na programação (NA ou NF) sempre representa o estado da entrada física do CLP. E - Enquanto uma bobina com endereço de saída estiver acionada, um par de terminais no módulo de saída será mantido em condição de condução elétrica. QUESTÃO 02 Ano: 2017 Banca: CS-UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2017 - UFG - Engenheiro - Área Mecânica O controlador lógico programável (CLP) é um equipamento fundamental no processo de automação industrial. O CLP típico é composto de fonte de alimentação, unidade de processamento central (CPU), seção do programa e seções de entradas e de saídas. Assim, no CLP: A - o CPU possui cinco modos de operação: (1) programação (program), (2) execução (run), (3) parada (stop), (4) término (end) e (5) reinício (reset). B - a seção de saídas apresenta circuitos de potência com capacidade para acionar atuadores monofásicos e motores trifásicos. C - a seção de entradas possibilita a ligação de sensores analógicos ou digitais e comandos de outros dispositivos. D - o RS232, profibus, STL e Ladder são exemplos de linguagens de programação 40 QUESTÃO 03 Ano: 2015 Banca: IF-RS Órgão: IF-RS Prova: IF-RS - 2015 - IF-RS - Professor - Controle, Automação e Instrumentação Industrial Em relação às entradas e saídas digitais do controlador lógico programável (CLP), analise as afirmativas abaixo identificando com um “V” quais são VERDADEIRAS e com um “F” quais são FALSAS: ( ) Um sensor de 3 fios, devidamente ligado a uma entrada tipo fonte, tem seu fio VCC ligado ao V+ da fonte e ao Comum da entrada do CLP. O seu terminal GND é ligado apenas ao V- da fonte. ( ) O nível de tensão da saída de um sensor PNP vai comutar entre o fornecimento de uma tensão e um circuito aberto, exibindo assim uma lógica positiva (manda um sinal positivo para indicar que está ativado). ( ) A saída digital à relé é muito utilizada por ser praticamente imune a qualquer tipo de transiente da rede. ( ) O módulo com saída digital a transístor é recomendado quando são utilizadas fontes de corrente contínua. Tem capacidade para, aproximadamente, 10x106 acionamentos e comumente podem suportar correntes até 20 A. Analise as afirmativas acima identificando com um “V” quais são VERDADEIRAS e com um “F” quais são FALSAS, na sequência de cima para baixo. A - V, V, V e F. B - F, V, F e F. C - F, F, V e V. D - V, F, F e F. E - V, V, F e V. QUESTÃO 04 Ano: 2017 Banca: FCM Órgão: IF-RJ Prova: FCM - 2017 - IF-RJ - Técnico Laboratório - Eletrotécnica/ Eletrônica / Instrumentação 41 Analise as seguintes afirmativas, referentes aos sensores de proximidade, utilizados como dispositivos de entrada dos controladores lógicos programáveis, e marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso. ( ) Nos sensores indutivos, seu alcance independe do tamanho do alvo em relação à face ativa e dos diferentes tipos de metais. ( ) Nos sensores capacitivos, materiais com pequena constante dielétrica podem ser detectados por barreiras que possuam materiais com grandes constantes dielétricas. ( ) Nos sensores ópticos para a detecção do feixe de luz, o fototransistor ou fotodiodo são os mais utilizados pela robustez, em estado sólido, proporcionando uma variação de corrente. ( ) Os sensores por feixe retrorreflexivo são complexos na instalação, apresentando baixa sensibilidade e alcance maior que o de feixe transmitido. ( ) Nos sensores ultrassônicos, empregando a frequência de 5 MHz, o tamanho e o material do alvo, acusticamente absorventes, proporcionam uma ampliação da distância sensora. A sequência correta é: A - F, F, V, F, F. B - F, V, F, V, V. C - F, V, V, F, V. D - V, F, V, V, F. E - V, V, F, V, V. QUESTÃO 05 Ano: 2016 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2016 - IF-PE - Técnico de Laboratório - Eletroeletrônica Sobre os conversores A/D e D/A, é possível afirmar que: I. a conversão D/A é o processo de conversão de uma tensão ou corrente para um valor representado em código digital (como binário ou BCD). II. a função do transdutor é converter a variável física em elétrica. Alguns transdutores comuns são sensores de temperatura, fotocélulas e fotodiodos. 42 III. a saída elétrica analógica do transdutor serve como entrada analógica do conversor analógico-digital (ADC). Este converte essa entrada analógica em saída digital, que consiste de um número de bits que representa o valor da entrada analógica. IV. a resolução de um conversor D/A é definida como a menor variação na saída analógica como resultado de mudança na entrada digital. V. erro de offset é o desvio máximo da saída do conversor digital-analógico (DAC) do valor esperado (ideal), expresso como porcentagem do erro de offset. Então se o conversor apresentar um erro de offset de ±0,05% e esse conversor tem tensão de entrada 10V, esse percentual de erro de offset é de até 5 m. V. Estão CORRETOS os itens: A - I, II e III. B - I, II e IV. C - II, III, IV e V. D - II, III e IV. E - II, IV e V. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Diante dos controles programáveis existe uma variedade de sistemas e métodos que tratam acerca da referida temática, dessa forma, os sistemas de aquisição são conhecidos como a utilização de diversas ferramentas e tecnologias projetadas paraagrupar uma grande quantidade de dados. Assim, o que pode ser entendido como a aquisição de dados? TREINO INÉDITO Assunto: Aspectos gerais acerca das unidades de aquisição de dados Os denominados _________ necessitam de uma fonte de alimentação externa para que funcionem de forma devida, sendo ela chamada de sinal de excitação, o qual é utilizado para produzir o sinal de saída. O trecho em questão é corretamente preenchido pelo seguinte termo: a) Sensor 43 b) Sensor ativo c) Hardware d) DAQ e) Sensor passivo NA MÍDIA COMO AS PESSOAS ESTÃO USANDO OS DISPOSITIVOS DE AQUISIÇÃO DE DADOS DA NATIONALINSTRUMENTS Engenheiros e cientistas de praticamente todos os setores, aplicações e regiões do mundo confiam e utilizam os produtos de aquisição de dados (DAQ) da NationalInstruments. Seja para a validação e verificação do protótipo de um projeto, ensino no laboratório de uma universidade, diagnóstico de problemas de funcionamento de máquinas ou controle de um processo de fabricação, a NationalInstruments tem soluções de medição que podem atender suas necessidades e contribuir para o seu sucesso. Fonte: NationalInstruments Data: Sem data Leia a notícia na íntegra: https://www.ni.com/data-acquisition/applications/pt/ NA PRÁTICA AQUISIÇÃO DE DADOS Quando nós ficamos frente a um pasto e anotamos o número de bezerros, por exemplo, estamos efetuando uma aquisição e armazenando o resultado no papel. O ser humano dispõe de 5 sentidos para fazer a “aquisição” de sinais provenientes do meio físico: • Visão • Audição • Paladar • Tato • Olfato 44 Você pode executar uma aquisição de dados de diversas formas, inclusive manualmente, conforme o exemplo anterior. A forma mais interessante de automatizar a aquisição de dados é por meio eletrônico e software. A figura abaixo apresenta um diagrama comum à maioria dos sistemas de aquisição eletrônicos. O sinal de interesse está sempre no ambiente físico real. Através de transdutores, ele é convertido em sinal elétrico, podendo ser tratado pela eletrônica. Após todo o tratamento, os resultados poderão ser armazenados de forma conveniente, mas deverão ser novamente transformados em alguma forma perceptível pelos nossos sentidos para serem entendidos. Esta transformação final se dá pelo que chamamos de interface homem-máquina ou simplesmente IHM. Quando o equipamento, além de efetuar a aquisição de sinais, tem alguma ação sobre o meio físico, podemos dizer que ele exerce um controle sobre o ambiente físico. Como exemplo, podemos imaginar um equipamento que mede a intensidade de luz de uma sala e automaticamente corrige a iluminação. Neste caso, o equipamento efetua uma aquisição (mede a intensidade da luz) e também um controle (atua sobre a iluminação da sala). As aquisições serão feitas por entradas do equipamento e os controles por saídas. Fonte: http://www.eletronpi.com.br/aquisicao_de_dados.aspx PARA SABER MAIS Acesse os links: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4203391/mod_resource/content/0/eTecCLP. pdf https://www.youtube.com/watch?v=QB4O23VBiu4 45 CAPÍTULO 3 - APLICAÇÕES COM O CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL O CLP foi desenvolvido para substituir os grandes painéis de controle de relés lógicos eletromecânicos. Os CLPs são dispositivos capazes de supervisionar em tempo real os sinais emitidos por sensores e, inclusive, tomar decisões baseadas em lógicas pré-estabelecidas, proporcionando automação ao sistema. Nesse sentido, os controladores lógicos programáveis (CLPs) são aplicados a uma ampla gama de tarefas de controle, de plantas industriais a brinquedos, de máquinas de ordenha a barreiras contra tempestades, de elevadores a eletrodomésticos. Muitas de suas aplicações são críticas em termos de segurança, como sistemas de controle de tráfego ou fábricas de produtos químicos, ou em um sentido econômico, em que os custos saem rapidamente do controle, por exemplo para desligar uma fábrica ou replicar um bug em milhares de cópias de um controlador de ar. Devido à sua construção robusta, recursos funcionais excepcionais, como controladores PID (proporcional integral derivativo), controle sequencial, temporizadores e contadores, facilidade de programação, recursos confiáveisde controle e facilidade de uso de hardware, tem-se na CLP mais do que um computador digital para fins especiais, tanto em indústrias quanto fora das indústrias, em outras áreas que necessitem de um sistema de controle. Diferentes tipos de CLP de grande número de fabricantes estão disponíveis no mercado atual , a depender de sua aplicação. 3.1 Classificação dos CLPs Como em qualquer peça de tecnologia, todo dispositivo deve chegar a um ponto em que possa ser dimensionado ou projetado para aplicações mais específicas: em larga, pequena ou média escala, sendo analógico, digital, direto atual ou corrente alternada – a depender da finalidade. O controlador lógico programável básico se adaptou a esses avanços tecnológicos, ramificando-se em diferentes tipos que se adéquam a cada aplicação específica e, portanto, maximizando os recursos econômicos de cada consumidor. 46 Os tipos de CLP podem ser classificados de acordo com alguns parâmetros. No entanto, vale lembrar que algumas sobreposições podem ser aplicadas, criando, assim, uma combinação de tipos de CLPs por fabricante. Quando se trata dos tipos de CLPs, as duas classificações quanto à arquitetura, se do tipo fixo ou modular, são a resposta mais comum que você encontrará em qualquer fonte, simplesmente porque são as menos sutis de todas as classificações disponíveis. Os tipos de arquiteturas fixa e modular foram apresentados no Capítulo 1 e são mais uma vez citados aqui apenas para elucidar sobre como se classificam os CLPs no mercado. 3.1.1 Classificação de Acordo com a Arquitetura Sobre a classificação a partir da arquitetura, é possível em termos considerando, em analogia, que um computador notebook seria como o CLP fixo, enquanto o computador de mesa, o de arquitetura modular. Os notebooks geralmente possuem uma RAM e memória de disco rígido HD fixas e geralmente são mais caros para atualizar. A compatibilidade do disco rígido e da RAM também é um problema nos notebooks, se houver expansões disponíveis. Os computadores de mesa, por sua vez, possuem slots que permitem ao usuário conectar ou substituir peças existentes para atualizar seu computador. A RAM ou o disco rígido, por exemplo, podem ser facilmente substituídos, basta remover o existente de suas respectivas conexões e substituí-lo por um novo. Embora os notebooks geralmente tenham maiores vantagens do que o PC pelo mesmo preço (por serem portáteis), os limites de seu poder de processamento são baixos, em comparação aos dos computadores de mesa. No mesmo sentido, o CLP fixo pode inicialmente ser superior ao CLP modular; mas, a longo prazo, o CLP modular ainda oferecerá uma maior vantagem econômica em aplicações altamente exigentes devido à sua flexibilidade de expansão e capacidade de integração com módulos robustos. Ainda sobre as características do CLP fixo ou modular, é válido relembrar alguns de seus principais aspectos: 47 • CLP fixo, compacto ou integrado: é construído por vários módulos em um único gabinete. Portanto, os recursos de E / S são decididos pelo fabricante, mas não pelo usuário. Alguns dos CLPs integrados permitem conectar alguns recursos de E / S adicionais para torná-los, de certo modo, um pouco modulares; • CLP modular: é construído com vários componentes conectados a um rack (gabinete) ou barramento comum com recursos de E / S extensíveis. Ele contém módulo de fonte de alimentação, CPU e outros módulos de E / S que estão conectados juntos no mesmo gabinete, podendo ser dos mesmos fabricantes ou de outros. Esses CLPs modulares
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