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Casos Concretos 2 ao 6

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 Caso concreto aula 2: 
 
 
 EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 
 JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ 
 
 
 
 
 
 
 
PEDRO, (qualificação completa), vem respeitosamente à presença de Vossa 
Excelência, através de seu advogado legalmente constituído, amparado no artigo 
100 do Código Penal, apresentar QUEIXA-CRIME contra Helena, (qualificação 
completa), conforme exposto abaixo: 
 
 
I - DOS FATOS 
 
No dia 19/04/2016, o querelante com a intenção de comemorar o seu 
aniversário, com seus parentes e amigos, planejava uma reunião em uma famosa 
churrascaria de Niterói. Sendo assim, na manhã do seu aniversário, o querelante 
em sua rede social pessoal, publicou o seu convite de aniversário convidando os 
mesmo. 
No entanto, Helena, ex- namorada, que estava adicionada na rede social de 
Pedro, após visualizar a postagem do convite, com o dolo de ofender o querelante, 
afirmou: 
“não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, 
bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha”. 
Além disso, com o propósito de prejudicar e denegrir a reputação de Pedro, 
Helena continuou: 
“ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês 
passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no 
horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma 
ambulância para socorrê-lo!”. 
No momento da publicação, o querelante estava acompanhado em seu 
apartamento, de seus amigos Marcos, Miguel e Manoel, sendo visualizada a 
mensagem por todos, gerando assim muita vergonha e constrangimento no mesmo, 
fazendo com que a comemoração fosse cancelada. 
 
II- DO DIREITO 
 
Em face do exposto, é evidente o enquadramento da querelada no crime de 
difamação (art 139 Código Penal) e injuria (art 140 Código Penal). 
 
“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.” 
“Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo- lhe a dignidade ou o decoro.” 
 
Outro não é o entendimento de Cezar Roberto Bitencourt: 
 
Difamar consiste em atribuir fato ofensivo a reputação do 
imputado. Acontecimento concreto e não conceito ou 
opinião, por mais gravoso e aviltante que possa ser. 
Injuriar, é ofender a dignidade ou o decoro de alguém. 
Injuria, que a expressão da opinião ou o conceito do sujeito 
ativo. Traduz sempre desprezo ou menoscabo pelo o 
injuriado. É essencialmente uma manifestação do desprezo 
e desrespeito suficientemente idônea para ofender a honra 
da vítima em seu aspecto interno. 
 
Inclusive, a querelada, praticou crime por meio que facilite a divulgação da 
calúnia, da difamação ou da injúria, conforme previsto no art 141, inciso III. Motivo 
pelo qual, cabe a aplicação da causa especial do aumento de pena. 
 
“Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se 
qualquer dos crimes é cometido: 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da 
calúnia, da difamação ou da injúria.” 
 
III- DAS PROVAS E JUSTA CAUSA 
 
Esta presente no conteúdo impresso da mensagem ofensiva e na página da 
rede social, onde ela pode ser visualizada, conforme consta no inquérito policial. 
Sobre a produção de provas, requer a oitiva: 
• Marcos (qualificação completa) 
• Miguel (qualificação completa) 
• Manuel (qualificação completa) 
 
 
IV – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer o recebimento da denúncia, com a citação da 
querelada para responder à acusação, a produção das provas pretendidas e ao 
final, a condenação da querelada nos delitos tipificados nos arts. 139 e 140 do 
Código Penal, em concurso material (art 69 do CP), com a aplicação da causa 
especial de aumento da pena previsto no art. 141 III, do Código Penal. 
 
Termos em que pede deferimento, 
 
 
Niterói, data. 
 
 
 
 Advogado 
 OAB n° 
 
 
 
 
 
 
 Caso concreto aula 3: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE XXX 
 
 
 
 
 
Processo Nº: XXXXXXX 
 
 
 
 
 
MATEUS, brasileiro, estado civil, profissão, identidade número, CPF número, 
residente na rua, vem, por seu advogado constituído conforme procuração em 
anexo, perante Vossa Excelência, oferecer sua: 
 
 RESPOSTA DO RÉU 
 
Com base no artigo 396 do Código de Processo Penal alegando o seguinte: 
 
 
I - DOS FATOS 
 
Mateus, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como 
incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, todos do Código 
Penal, por crime praticado contra Maísa, de 19 anos de idade. Na peça acusatória, 
a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos termos de que no mês de 
agosto de 2016, em dia não determinado, Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, 
ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, 
aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a 
manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada 
em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de 
violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter 
conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de 
oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente 
o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
O réu afirma que a vítima não era deficiente mental, e que já a namorava há 
algum tempo. Disse ainda que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que 
moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a 
vítima eram consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação 
penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus 
informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e que a 
mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo. 
 
 
II - DOS FUNDAMENTOS 
 
Trata-se de erro de tipo caracterizado por excluir o dolo e, portanto, a própria 
tipicidade da conduta, pois o réu namorava a vítima há algum tempo e a mesma 
nunca demonstrou qualquer comportamento que o fizesse desconfiar de algum tipo 
de debilidade mental. 
Neste sentido é o recente decisum do STJ infracitado: 
 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ESTUPRO DE VULNERÁVEL - 
DEFICIENTE MENTAL - SENTENÇA ABSOLUTÓRIA - IRRESIGNAÇÃO 
MINISTERIAL - CONDENAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - 
DESCONHECIMENTO DA ENFERMIDADE DA VÍTIMA - ERRO DE TIPO - 
OCORRÊNCIA - CONDUTA ATÍPICA. A demonstração segura, pelas provas 
produzidas sob o crivo do contraditório, de que o acusado incidiu em erro de 
elemento constitutivo do crime de estupro de vulnerável, pois desconhecia a 
deficiência mental da vítima, impede sua condenação." (e-STJ, fl. 293). 
Opostos embargos de declaração (e-STJ, fls. 305-309), foram rejeitados (e-
STJ, fls. 311-314). Daí a interposição do recurso especial, no qual o Parquet 
sustenta negativa de vigência dos artigos 20 e 217-A, § 1º, do Código Penal. 
Argumenta o agravante, em síntese, que: a) "o artigo 217-A, parágrafo 1º, do 
Código Penal proíbe expressamente a prática de conjunção carnal ou de 
qualquer outro ato libidinoso com pessoa que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do 
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. Com 
efeito, a presunção de vulnerabilidade prevista no citado dispositivo legal 
possui natureza absoluta, razão pela qual é irrelevante o consentimento do 
ofendido" (e-STJ, fl. 325); e b) "ao contrário do argumento utilizado pelo 
Tribunal local, não é possível deduzir, de qualquer prova dos autos, que o 
distúrbio mental da vítima não pudesse ser de conhecimentodo acusado, 
não sendo tal alegação comprovada pela defesa. Mais, ao não averiguar a 
condição mental da vítima, mesmo após ser alertado, o agente assumiu o 
risco de praticar o delito em questão, mediante dolo eventual" (e-STJ, fl. 
327). Requer, assim, a condenação do agravado como incurso nas sanções 
do art. 217-A, § 1º, do Código Penal. Apresentadas contrarrazões (e-STJ, fls. 
334-343). O recurso foi inadmitido com fundamento na Súmula 7/STJ (e-
STJ, fls. 345-346). O Ministério Público Federal opinou pelo não provimento 
do agravo (e-STJ, fls. 379-383). É o relatório. Decido. O recurso não merece 
prosperar (...) O conjunto probatório indica que o réu não agiu movido pela 
vontade livre e consciente de praticar ato libidinoso com portador de doença 
mental; acreditava que o fazia com outro bêbado. Ante o exposto, com 
fundamento no art. 932, III, do CPC c/c art. 253, parágrafo único, II, a, do 
RISTJ, conheço do agravo para não conhecer do recurso especial. Publique-
se. Intimem-se. (Brasília (DF), 07 de maio de 2018. Ministro RIBEIRO 
DANTAS Relator.) 
 
É mister ressaltar que a conduta do réu, ao se enquadrar no inciso III do 
artigo 397 do Código de Processo Penal, deve conceder-lhe o direito que seja 
absolvido sumariamente pelo simples fato de que a situação narrada não constitui 
nenhum crime tipificado pelo Código Penal. 
 
 
III - DO PEDIDO 
 
Perante o exposto, a defesa pleiteia a absolvição sumária do agente, nos 
termos do artigo 397, III do Código de Processo Penal. 
Por fim, a defesa indica as seguintes testemunhas que pretende ouvir em 
audiência de instrução e julgamento: 
 
1) Olinda, qualificação completa 
2) Alda, qualificação completa 
 
Termos em que pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
 
 Advogado 
 OAB n° 
 
 
 Caso concreto aula 4: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE CURITIBA/PR 
 
 
 
Processo nº. .… 
 
Autor: Ministério Público do Estado do Paraná 
 
Denunciado: Jorge 
 
 
 
Jorge, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade n°..., 
inscrito no CPF n °..., endereço eletrônico , domiciliado ..., residente (endereço 
completo), já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através 
do seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente perante Vossa 
Excelência, no termos do art. 57, caput da lei 11.343 c/c art. 403, §3° do CPP, 
tempestivamente, no quinquídio legal, apresentar 
 
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS 
 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
 
I - DOS FATOS 
 
Jorge, com 21 anos de idade, conheceu Analisa em um bar, linda jovem, por 
quem se encantou. Após um bate-papo informal, decidiram ir para um local mais 
reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou 
sexo oral e vaginal com Jorge. 
Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes 
trocado telefones e contatos nas redes sociais. No dia seguinte, Jorge, ao acessar a 
página de Analisa na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta 
possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa 
constatação. O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua 
residência, da denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai 
de Analisa, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato. 
 Por Analisa ser inimputável e contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos 
de idade, o Ministério Público Estadual denunciou Jorge pela prática de dois crimes 
de estupro de vulnerável, previsto o artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do 
Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime 
fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da 
agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP. 
 O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de 
Curitiba, no Estado do Paraná, local de residência do réu. Jorge, por ser réu 
primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu ao processo em 
liberdade. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a 
sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para 
frequentar bares de adultos. 
 As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que não 
sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. As testemunhas de defesa, 
amigos de Jorge, disseram que o comportamento e a vestimenta da Analisa eram 
incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa 
acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que Jorge não estava 
embriagado quando conheceu Analisa. 
 O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Analisa, por ser 
muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois 
acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 
(dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma 
oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos. 
 A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar 
que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos 
meses após o ato sexual. 
O Ministério Público, em suas alegações finais, pugnou pela condenação de 
Jorge nos termos da denúncia. No entanto, os fatos alegados pelo Ministério Público 
não devem prosperar. 
 
 
II - DOS FUNDAMENTOS 
 
Trata-se a hipótese de inegável erro de tipo, que exclui o dolo, uma vez que, 
após a instrução probatória, por qualquer perspectiva que se analise o caso em tela 
pode-se afirmar que não há consciência e vontade em praticar ato sexual com 
menor de 14 anos. Isso porque a própria ofendida em suas declarações afirma que 
costuma frequentar bares de adultos. 
No mesmo sentido, a prova testemunhal de defesa é firme em comprovar que 
a suposta vítima se vestia e se portava como pessoa adulta, incompatível com 
menor de 14 anos. Ademais, igualmente informaram que qualquer pessoa 
acreditaria ser pessoa maior de 14 anos. Destarte, no interrogatório o acusado 
lembrou que não desconfiou da idade da vítima justamente porque no local só é 
permitida a entrada de maiores de 18 anos. 
 
Corroborando a tese, segue, vejamos julgamento de caso idêntico: 
 
PENAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. ART. 217-A DO CP. ERRO DE 
TIPO. ART. 20, § 1º, DO CP. MENORIDADE DA VÍTIMA. 
DESCONHECIMENTO PELO AGENTE. COMPLEIÇÃO FÍSICA E 
COMPORTAMENTO SOCIAL. PERCEPÇÃO DE MAIOR IDADE. AMPARO 
EM SATISFATÓRIO CONJUNTO PROBATÓRIO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. 
1. A negativa de conhecimento da menoridade da vítima, amparada em 
satisfatório conjunto probatório demonstrativo de que a compleição física e o 
comportamento social da vítima inspiravam a percepção de maior idade, 
caracteriza o erro sobre elementar constitutiva do tipo previsto no artigo 217-
A do Código Penal, apto a evidenciar a ausência do dolo necessário à 
configuração do delito de estupro de vulnerável, quando ausente ameaça ou 
violência e presente o consentimento da menor. Precedentes deste eg. 
Tribunal. 2. Não provimento do recurso (TJ-DF - APR: 20120510030227 DF 
0002914-36.2012.8.07.0005, Relator: HUMBERTO ADJUTO ULHÔA, Data 
de Julgamento: 18/09/2014, 3ª Turma Criminal, Data de Publicação: 
Publicado no DJE : 23/09/2014 . Pág.: 276). 
 
Não há que se falar em dupla responsabilidade penal pelo estupro de 
vulnerável, pois trata- se tal crime de tipo penal misto alternativo ou crime de ação 
múltipla. Dessa forma, ainda que praticada mais de uma conduta no mesmo 
contexto fático, o que ocorreu no caso em comento, o agente deve responder por 
um único crime. Conclui-se, então, que a acusação se equivocou na inicial 
acusatória ao imputar duas vezes o crime de estupro de vulnerável.Na hipótese de ser reconhecido o concurso de crimes, deve-se aplicar a 
regra da exasperação diante da evidente presença da ficção jurídica do crime 
continuado. Estão presentes todos os requisitos do art. 71 do CP, tratando-se de 
crimes da mesma espécie, praticados na mesma circunstância de tempo, lugar e 
modo de execução. A pena, caso imposta, deve ser majorada no mínimo legal de 
um sexto. Fortalecendo a tese acima, vejamos o julgamento do STJ: 
 
Concurso de crimes (estupro e atentado violento ao pudor). Crime 
continuado (reconhecimento). 1. Conforme ensina Fragoso em suas 
"Lições", "crimes da mesma espécie não são aqueles previstos no mesmo 
artigo de lei, mas também aqueles que ofendem o mesmo bem jurídico". 2. 
Assim, porque o estupro e o atentado violento ao pudor são crimes 
praticados contra a liberdade sexual, é de se adotar a posição segundo a 
qual constituem crimes da mesma espécie. 3. Na hipótese dos autos, os 
crimes contra os costumes praticados hão de ser havidos como continuação 
um do outro, aplicando-se-lhes, quando da fixação da pena, o disposto no 
art. 71 do Cód. Penal. 4. Recurso especial do qual se conheceu pela 
divergência, mas ao qual se negou provimento. (STJ - REsp: 1107286 MG 
2008/0286707-7, Relator: Ministro NILSON NAVES, Data de Julgamento: 
07/05/2009, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: --> DJe 13/10/2009) 
 
Além disso, não há o que se falar em embriaguez pré-ordenada, posto que o 
réu, no momento em que conheceu Analisa não ostentava tal condição. As 
testemunhas de acusação não viram os fatos e não comprovação que naquele 
momento Jorge estava de fato embriagado. Logo, é justo o entendimento de medida 
que afasta a agravante, caso não seja reconhecida a atipicidade da conduta. 
Quanto à aplicação do Regime Semiaberto, o STF declarou a 
inconstitucionalidade do art. 2°, § 1° da lei 8.072/90 (Lei dos crimes hediondos), 
informando em sua decisão que, para a fixação do regime inicial fechado deve-se 
primeiro analisar o caso concreto e não somente a pena em abstrato. Sabe-se que o 
crime descrito no art. 217-A do CP é hediondo, no entanto, segundo o supracitado 
entendimento da corte superior, é necessário averiguar-se cada caso para a 
aplicação ou não do regime inicial fechado. 
No caso em tela, temos o réu, primário e de bons antecedentes, empregado, 
residência fixa, que não faz jus à aplicação do referido regime inicial, tendo em vista 
que, diante do reconhecimento de crime único, a pena deverá ser fixada em 8 anos 
de prisão. Nesse sentido: 
 
APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. (ART. 217-A DO 
CP). RECURSO ESPECIAL. REGIME PRISIONAL INICIALMENTE 
FECHADO. CRIME HEDIONDO. MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. 
INCOSTITUCIONALIDADE DO ART. 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90. 
ALTERAÇÃO PARA O SEMIABERTO. OBSERVÂNCIA DOS ARTIGOS 33 E 
59 DO CÓDIGO PENAL. RECURSO PROVIDO. 1.O Plenário do Supremo 
Tribunal Federal declarou, por maioria, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 
2º da Lei 8.072/1990 (redação dada pela Lei 11.464/2007), que determinava 
o cumprimento da pena de crimes hediondos, tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e terrorismo no regime inicial fechado (HC 111.840/ES). 2. 
Nesse sentido, a determinação do regime inicial de cumprimento da pena 
observará o regramento previsto no Código Penal, vale dizer, a quantidade 
da pena (artigo 33, § 2º) e as condições pessoais do condenado (artigo 33, § 
3º). 3. Atendendo-se a determinação do egrégio Superior Tribunal de Justiça, 
que deu provimento ao recurso especial apresentado pelo réu, retifica-se o 
regime inicial de cumprimento da pena. 4. Considerando que o réu é 
primário, nenhuma circunstância judicial do artigo 59 do Código Penal lhe foi 
considerada desfavorável e a pena privativa de liberdade restou estabelecida 
em 8 (oito) anos de reclusão, impõe-se a fixação do regime inicial 
semiaberto para o cumprimento da pena, conforme determinação do art. 33, 
§ 2º, alínea “b”, e § 3º, do Código Penal. 5. Recurso provido. (TJ-DF - APR: 
20100910155172, Relator: SILVÂNIO BARBOSA DOS SANTOS, Data de 
Julgamento: 09/07/2015, 2ª Turma Criminal, Data de Publicação: Publicado 
no DJE : 17/07/2015 . Pág.: 86) 
 
 
 
III - DOS PEDIDOS 
 
Perante o exposto requer: 
a) A absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CPP por ausência de 
tipicidade; 
b) Caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o 
afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência 
de crime único; 
c) Fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante de 
embriaguez preordenada e a incidência da atenuante da menoridade; 
d) Fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base 
no art. 33, §2°, alínea “b” do CP, diante da inconstitucionalidade do art. 2°, § 
1° da lei 8.072/90. 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
 
Local, data. 
 
 
 Advogado 
 OAB n° 
 
 
 Caso concreto aula 5: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO 
JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO … 
 
 
 
 
 
Processo nº. … 
 
Autor: Ministério Público Estadual 
 
Denunciado: Tício 
 
 
 
 
 
TÍCIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade n°..., 
inscrito no CPF n °..., endereço eletrônico..., domiciliado ..., residente (endereço 
completo), devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe 
move o Ministério Público, vem por seu advogado, com endereço profissional na..., 
bairro..., cidade..., Estado..., respeitosamente à presença de Vossa Excelência 
interpor 
 
 ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
nos termos do art. 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir 
expostos: 
 
I - DOS FATOS 
 
Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma 
após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que 
Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem 
observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de 
futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao 
fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os 
bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital 
mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. 
Contudo, na mesma ocasião constatou- se que a gravidez de Maria havia sido 
interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme 
comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. 
 Com base nessas informações, o Ministério Público da Comarca da Capital 
do Estado XXXXX ofereceu denúncia em face de Tício e imputou ao mesmo a 
conduta descrita no delito de aborto provocado por terceiro e, assim, incurso nas 
penas do art. 125 do CP. O processo foi normalmente instruído, tendo sido 
realizadas todas oitiva da vítima Maria, das testemunhas arroladas pela acusação e 
pela defesa e, em seguida com o interrogatório do acusado Tício, tudo na forma do 
art. 411 do CPP. 
 
 
II - DOS FUNDAMENTOS 
 
Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto 
no art. 125 do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, 
o entendimento do Ministério Público mostra-se claramente equivocado. Sabe-se 
que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação no 
referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir 
o resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve 
consciência, muito menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do 
feito. Logo, se não há dolo na conduta do denunciado, não há que se falar em 
acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em vista que neste crime não é cabível a 
modalidadeculposa. Na mesma esteira está o entendimento da jurisprudência: 
 
PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOCADO - AUSÊNCIA DE DOLO - 
IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚNICO PERITO - 
POSSIBILIDADE. 1. Diante dos princípios ""pas de nullité sans grief"" e da 
instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não 
se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte 
prejuízo para a acusação ou para a defesa, bem como o que não tenha 
influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 2. De 
acordo com a jurisprudência sedimentada nos Tribunais Superiores, bem 
como na Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado 
por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica-se aos 
casos em que a perícia for realizada por peritos leigos. 3. Diante da ausência 
do elemento subjetivo do dolo específico na conduta do agente, denunciado 
por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que 
o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso, 
não há elementos para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de 
provocar o aborto da gestante e a morte do feto, impondo-se, nos termos do 
art. 409, do CPP, a sua impronúncia. Preliminares rejeitadas. Recursos 
desprovidos. (TJ-MG 104700502364420011 MG 1.0470.05.023644-2/001(1), 
Relator: ANTÔNIO ARMANDO DOS ANJOS, Data de Julgamento: 
04/03/2008, Data de Publicação: 09/04/2008) 
 
Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e 
gerar o resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando 
negativamente a denúncia do MP, na forma do art. 415, III do CPP. 
 
 
III - DO PEDIDO 
 
Perante o exposto, requer-se: 
 
A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP. 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
 Advogado 
 OAB n° 
 
 
 Caso concreto aula 6: 
 
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA XX VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DA CAPITAL 
 
 
 
 
 
Processo nº: XXXX 
 
 
 
 
 
ALBERTO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade n°..., 
inscrito no CPF n °..., endereço eletrônico…., domiciliado ..., residente (endereço 
completo), vem, por meio do advogado infra assinado, com endereço profissional 
na..., bairro..., cidade..., Estado...,, requerer a concessão de 
 
 LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição da República Federativa 
do Brasil e no art. 310, I do Código de Processo Penal, pelos seguintes fatos e 
fundamentos: 
 
 
I - DOS FATOS 
 
Alberto, ora Requerente, e Benedito foram presos em flagrante por agentes 
policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, 
Tipo Uno, que haviam acabado de furtar. O veículo quando da subtração, 
encontrava-se estacionada regularmente em via pública da Capital. O Dr. Delegado 
de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os fatos como 
incursos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal. Motivo pelo qual não arbitrou 
fiança, determinando o recolhimento de ambos ao cárcere e entregando-lhes nota 
de culpa. A cópia do Auto de Prisão em Flagrante foi remetida pelo juiz da 4ª Vara 
Criminal da Capital, Alberto reside na Capital, é primário e trabalhador. Lavrado o 
Auto de Prisão em Flagrante, o acusado encontra-se preso, como autor do delito 
previsto no art. 180 do CP. 
 
 
II – DOS FUNDAMENTOS 
 
O artigo 302 do CPP dispõe que é considerado flagrante delito quando, quem 
está cometendo a infração penal, acaba de cometê-la, é perseguido, logo após, de 
cometer a infração penal ou é encontrado, logo depois, com objetos que façam 
presumir ser ele o autor da infração. 
O acusado foi preso, no dia XX/XX/20XX, dirigindo o veículo produto de 
roubo, que, segundo narrou a vítima, ocorreu no dia XX/XX/20XX, ou seja, 2 dias 
anteriores à prisão, o que não caracteriza nenhuma das circunstâncias previstas no 
referido dispositivo legal, demonstrando claramente a inexistência de possibilidade 
de prisão em flagrante do acusado. 
Não obstante ter a suposta vítima reconhecido o acusado como sendo o 
autor do roubo, esse fato, por si só, não importa na imediata possibilidade de prisão 
em flagrante do acusado, pois, conforme exposto, não houve a ocorrência de 
nenhuma das circunstâncias previstas no artigo 302 do CPP. 
Frente a isso, não resta outra alternativa a não ser o reconhecimento da 
ilegalidade da prisão em flagrante do acusado, devendo a medida cautelar ser 
imediatamente relaxada, já que o instituto do relaxamento da prisão previsto no art. 
5º, LXV, da CF, consagra o direito subjetivo ao qual possui todo e qualquer cidadão 
em ter imediatamente sua prisão relaxada no caso de ilegalidade. 
Assim, estando-se diante de uma prisão em flagrante ilegal não há dúvidas 
de que esta deverá ser relaxada. É o que se depreende dos incisos LXVI, LIV e LVII 
do art. 5º, da Carta Magna, que dizem o seguinte: 
 
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança; (...) 
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; (...) 
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória. (BRASIL, 1988) 
 
 
 
IV – DOS PEDIDOS 
 
Perante o exposto, requer a Vossa Excelência, nos termos do art.310, 
parágrafo único, do CPP a concessão da Liberdade Provisória, inexistindo requisitos 
autorizadores da prisão preventiva e, comprometendo-se a comparecer a todos os 
atos do processo, postula-se após o parecer do Digno Representante do Ministério 
Público, seja arbitrada a fiança para o referido caso. 
 Requer, por ato contínuo, a expedição do Alvará de Soltura competente para 
o cumprimento imediato pela autoridade policial que mantém sua custódia. 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
 
Local, data. 
 
 
 Advogado 
 OAB n°

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