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PROFESSORA Me. Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Acesse o seu livro também disponível na versão digital. GESTÃO ESPORTIVA Google Play App Store 2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação Kátia Coelho, Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio R. Lazilha, Diretoria de Pós-Graduação Bruno do Val Jorge, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva, Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Sabrina Novaes, Designer Educacional Patricia Peteck, Revisão Textual Anna Clara Gobbi dos Santos, Ilustração Geison Ferreira da Silva, Fotos Shutterstock. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SANTOS, Luciana Letícia Sperini Rufino dos. Gestão Esportiva. Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos. Maringá - PR.:Unicesumar, 2021. 136 p. “Graduação em Educação Física - EaD”. 1. Gestão . 2. Esporte . 3. Educação Física. EaD. I. Título. ISBN 978-65-5615-482-4 CDD - 22ª Ed. 796 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e, também, no exterior, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boas-vindas Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. boas-vindas Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional Janes Fidélis Tomelin Pró-Reitor de Ensino de EAD Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pós-graduação Leonardo Spaine Diretoria de Permanência autoraMe. Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos Olá! Meu nome é Luciana, sou professora de Educação Física e sempre tive uma proximidade muito grande com a área esportiva, mas não posso dizer que sempre fui uma atleta! No entanto, eu sempre pratiquei esportes, treinei todas as modalidades coletivas mais tradicionais, mas nunca me interessei pela competição. Eu gostava de acompanhar o processo, assistir e vivenciar aquilo tudo. Muito provavelmente isso tenha me influenciado na opção pela graduação em Educação Física e posteriormente no mestrado voltado ao estudo da Gestão Esportiva. Atualmente, eu trabalho com Educação Física Escolar, com a gestão de eventos esportivos promovidos pelo Governo do Estado e presto consultoria para instituições esportivas. Acredito que todo o conhecimento acadêmico precisa ser compartilhado com aqueles que estão no dia a dia da gestão, atuando diretamente com a essência do esporte, que é a sua vivência prática. Essa é uma das bases que me man- tém curiosa e atenta aos estudos na área, assim participo de dois grupos de estudos: o Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas de Esporte e Lazer, vinculado ao Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e também ao Grupo de Estudos: Gestão de Eventos Esportivos, junto com a equipe técnica, adminis- trativa e dirigentes esportivos que atuam nos eventos esportivos no Estado do Paraná. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8750 apresentação do material GESTÃO ESPORTIVA Me. Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos Era uma vez uma pequena cidade do interior que não possuía muitas atrações e possibilidades de lazer. Era muito comum a realização de torneios e campeonatos de futebol, sempre tinha muita torcida e a participação de equipes de toda a cidade. Certa vez, João, que era um dos grandes incentivadores e participantes desses eventos, foi convidado para assumir o cargo de gestor da Secretaria de Es- portes do município. Sem muita informação, João seguiu realizando os campeonatos já tradicionais. Conforme os meses foram passando, outros grupos de pessoas solicitaram a João que ele promovesse outros tipos de ações, para incentivar a prática esportivas para a criança, adolescen- tes e também atividades para os idosos. João afirmou que aquilo não poderia ser feito, pois já se gastava muito na realização dos eventos de futebol. Após alguns meses, o Ministério Público acionou João solicitando esclarecimentos sobre as políticas esportivas do município, uma vez que, prioritariamente, os recursos devem ser investidos em esporte educacional, o que claramente não acontecia na gestão de João. Qual foi o grande erro de João? Ignorar as demandas de outros grupos da população ou não buscar saber sobre as legalidades da gestão esportiva? Se João conhecesse alguns artigos da Lei Pelé, será que ele teria seguido o mesmo modelo de gestão? Será que João tinha formação da área esportiva ou apenas gostava de trabalhar com o esporte? Essa história sobre a gestão de João em seu pequeno município retrata a realidade de muitos mu- nicípios brasileiros, onde a gestão esportiva não caminha no mesmo sentido em que orienta a legisla- ção e segue tendo seus investimentos voltados a promoção de eventos pontuais destinados a grupos específicos. Conhecer as demandas sociais e procurar informação técnica são ações cruciais na vida de um gestor esportivo seja a sua atuação na gestão pública ou privada. O conhecimento teórico sobre o fenômeno com que estamos trabalhando, no caso o esporte, auxilia a compreender sua função social e o conhecimento técnico nos orienta a quais caminhos percorrer para alcançar os melhores resultados. Ao longo deste material, iremos abordar conteúdos relevantes para o trabalho da gestão esportiva, conhecendo o esporte como produto principal de trabalho e toda a sua relevância social e como produto. Ainda iremos trabalhar com ferramentas específicas no processo de elaboração de projetos esportivos, eventos esportivos, bem como estratégias de marketing e empreendedorismo no campo esportivo. Para auxiliar no processo de compreensão do trabalho do gestor esportivo, iremos trabalhar com pesquisa de campo, fórum e construção de fluxogramas de projetos para contextualizar a realidade da gestão em diferentes campos de atuação. A partir do conteúdo trabalhado, esperamos que você, estudante, consiga adquirir conceitos básicos de conhecimento do esporte enquanto produto e todo o seu potencial de consumo que pode ser explorado pela gestão esportiva, contribuindo para a sua formação inicial e atuação na gestão esportiva. Preparado para ingressar no campo da gestão esportiva? Bora lá! sumário UNIDADE I GESTÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER 10 UNIDADE II PLANEJAMENTO E GESTÃO APLICADOS AO CAMPO ESPORTIVO 32 UNIDADE III ELABORAÇÃO E GESTÃO DE PROJETOS ESPORTIVOS 56 UNIDADE IV ORGANIZAÇÃO DE GESTÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS 80 UNIDADE V MARKETING ESPORTIVO 108 GESTÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER Professora Me. Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos Oportunidades de aprendizagem Compreender o esporte enquanto um fenômeno social que não se restringe apenas a sua prática nos auxilia no trabalho a gestão de ações que permeiam o campo esportivo, assim, torna-se necessário conhecer um pouco de sua história, processo de relação com a sociedade e também legislações que regem as políticas de esporte no contexto brasileiro. unidade I 12 O esporte é considerado uma ferramenta social devido a sua complexidade em atender a diferentes demandas: educacio- nais, sociais, de saúde e também política. Entender o esporte como algo que extrapola a prática esportiva nos condiciona a pensar em toda essa sua amplitude. O esporte que conhecemos atualmente passou por diferentes etapas de promoção e signi- ficações, no entanto, sempre esteve a margem de fatos políti- cos e sociais extremamente relevantes. Assim como o futebol é para os brasileiros, o Rugby é, para os Sul-Africanos, uma pai- xão nacional. Mas nem sempre essa relação foi tranquila, assim como as questões políticas do país. Em 1995, a África do Sul recebeu a Copa do Mundo de Rugby. O país estava no proces- so pós Apartheid e tinha recentemente eleito Nelson Mandela como presidente. Naquele momento, a seleção sul-africana de Rugby era um símbolo da opressão de brancos em relação aos negros e por isso a equipe era “renegada” como representante nacional pela população negra. Tentando amenizar o confli- to entre seu povo, o presidente Mandela visualizou no esporte uma possibilidade de união do povo em uma paixão comum e, para isso, incentivou ações da seleção sul-africana com vistas a aproximá-la daqueles que até então a renegavam como símbo- lo nacional. A seleção sul-africana de Rugby, que não era uma equipe favorita ao título, foi campeã mundial em 1995, com apoio de torcedores brancos e negros. A relação entre esporte e política aparece claramente na his- tória de Nelson Mandela com o Rugby da África do Sul. Mas ela não é o único recorte histórico dessa relação: em diversos mo- mentos, líderes políticos utilizaram o esporte como ferramenta para atingir seus interesses, assim como em diversas situações o esporte foi utilizado como meio para manifestações políticas, e todas essas situações derivam de sua enorme visibilidade e capacidade de criar vínculos. Nesse sentido, não podemos mais entender o esporte apenas com seu significado de prática esportiva, precisamos entender que ele também pode ser vinculado a questões mais complexas do que apenas a sua prática. 13 EDUCAÇÃO FÍSICA Caro (a) aluno (a), para começarmos a conceituar sobre a Gestão Esportiva, é importante entendermos alguns fatores que agregaram ao esporte essa relevância social que o compete atualmente, o tornando objeto de estudo e produto de consumo. Para realizar essa importante tarefa iremos seguir uma linha do tempo muito simples, mas que agrega informaçõesimportantes para todo esse contexto que dividiremos em três momentos: esporte antigo, esporte moderno e esporte contemporâneo: DIÁRIO DE BORDO Convido você a realizar uma pesquisa rápida sobre situações históricas que envolvem os temas que iremos abor- dar nesta unidade: esporte e política. A própria história da seleção sul-africana em 1995 é uma situação muito inte- ressante, assim como os Jogos Olímpicos que ocorreram no período da Guerra Fria, a relação nacionalista promovida pelo governo brasileiro durante a Copa do Mundo de Futebol em 1970 ou então a clássica campanha da Democracia Corintiana, também durante o Regime Militar no Brasil. A partir de suas pesquisas, você consegue identificar o uso do esporte pela política em situações mais recentes? A utilização do esporte para fins que fogem a mera finalidade da prática esportiva também o caracteriza como im- portante fenômeno social. E no contexto municipal, você já observou ações em que a prática esportiva ou eventos esportivos foram utilizados de forma política e não apenas visando a promoção esportiva e sua continuidade ou benefícios sociais e profiláticos? Conhecer as ações que estão próximas a nossa realidade nos auxilia a compreen- der o objeto de estudo com maior clareza. Diante de toda reflexão realizada até o momento, convido você, aluno (a), a realizar suas anotações no Diário de Bordo, como forma de fixação de suas primeiras impressões relacionadas a contextualização do esporte enquanto fenômeno social. 14 ������������� �������������� Período em que as práticas corporais estavam atreladas a atividades de sobrevivên- cia, muito distante da lógica de competição do que conhecemos hoje. Primeiros registros da realização dos Jogos Olímpicos. ��������������� As práticas corporais ganham regras e se propagam para diferen- tes países. Destaque para a prática esportiva em Clubes Sociais. Tem início as competições e a nova era dos Jogos Olímpicos. �������� �������������� O período pós as grandes guerras trouxe novas orientações para as políticas sociais e incluíam o esporte como ferramenta social que deve abordar os contex- tos educacionais e de participação, não somen- te o rendimento. Desta- que para a inclusão do Esporte como direito social na Constituição Federal de 1988. ������� • Práticas corporais; • Sobrevivência; • Olimpismo - Grécia Antiga ������������� �������������� �������������� • Institucionalização das Práticas Corporais – Regras • INGLATERRA - Associativismo – Globalização • RETOMADA DO MOVIMENTO OLÍMPICO • Uso político do Esporte; • Guerra fria • Força das Nações • Nacionalismo • BRASIL: Decreto 3.199/1941 ��� ������ ��������������� • Manifesto Educação Física e Esporte • Esporte Participação • Caráter Social do Esporte • Esporte na constituição Federal de 1988 • Lei Zico – 1993 • Lei Pelé - 1998: Esporte Educacional, Participação, Rendimento e Formação ��� ��� � �� ��������������������� 15 EDUCAÇÃO FÍSICA ������������� �������������� Período em que as práticas corporais estavam atreladas a atividades de sobrevivên- cia, muito distante da lógica de competição do que conhecemos hoje. Primeiros registros da realização dos Jogos Olímpicos. ��������������� As práticas corporais ganham regras e se propagam para diferen- tes países. Destaque para a prática esportiva em Clubes Sociais. Tem início as competições e a nova era dos Jogos Olímpicos. �������� �������������� O período pós as grandes guerras trouxe novas orientações para as políticas sociais e incluíam o esporte como ferramenta social que deve abordar os contex- tos educacionais e de participação, não somen- te o rendimento. Desta- que para a inclusão do Esporte como direito social na Constituição Federal de 1988. ������� • Práticas corporais; • Sobrevivência; • Olimpismo - Grécia Antiga ������������� �������������� �������������� • Institucionalização das Práticas Corporais – Regras • INGLATERRA - Associativismo – Globalização • RETOMADA DO MOVIMENTO OLÍMPICO • Uso político do Esporte; • Guerra fria • Força das Nações • Nacionalismo • BRASIL: Decreto 3.199/1941 ��� ������ ��������������� • Manifesto Educação Física e Esporte • Esporte Participação • Caráter Social do Esporte • Esporte na constituição Federal de 1988 • Lei Zico – 1993 • Lei Pelé - 1998: Esporte Educacional, Participação, Rendimento e Formação ��� ��� � �� ��������������������� Figura 1 – A Evolução do Esporte 16 O esporte entendido como “Antigo” baseia-se nas práticas mais distantes, que originaram a primeira fase das olimpíadas gregas entre outras competições remotas do período. De acordo com Tubino (2010, p. 21), “na An- tiguidade, as práticas esportivas eram muito diferentes das atuais [...] muitas de caráter utilitário para a própria sobrevivência das pessoas”. Basicamente as práticas estavam associadas a corrida e ao nado, situações rotineiras para fugir de alguma situação ou na hora da caça. Com o passar do tempo, algumas práticas corporais tornaram-se institucionalizadas e passaram a seguir modelos estabelecidos e regras predeterminadas. De acordo com a literatura específica da área, o inglês Thomas Arnold, diretor do Rugby College, começou a codificar os jogos existentes com regras, ideia essa que se estendeu rapidamente por toda a Europa em meados dos anos de 1820 (TUBINO, 2010). É esse período que caracteriza o início da fase de Es- porte Moderno, quando se inicia o processo de institucionalização das práticas esportivas que passam a ser entendidas como modalidades es- portivas, o que contribuiu para sua disseminação em diferentes países. Portanto, essa nova fase tem sua origem atribuída aos ingleses, gran- des difusores da prática esportiva institucionalizada a partir de clubes e associações. Neste período, pouco se abordava sobre o rendimento ou a profissionalização do esporte: a prática era amadora e predominantemente re- alizada por clubes e grupos específicos (TUBINO, 2010; LINHALES, 1996). Figura 2 - Competição esportiva no início da década de 1900. Descrição da Imagem: Ilustração referente a uma competição de Golf, no início da década de 1900. Descrição da Imagem: Na figura, temos uma ilustração colorida de um infográfico apresentando a evolução do esporte. O esporte é dividido entre Antigo, Moderno e Contemporâneo. O Esporte Antigo é o período onde as práticas corporais estavam atreladas a atividades de sobrevivência, muito distante da lógica de competição do que conhecemos hoje. Primeiros registros da realização dos Jogos Olímpicos. No Esporte Moderno, as práticas corporais ganham regras e se propagam para diferentes países. Destaque para a prática esportiva em Clubes Sociais. Tem início as competições e a nova era dos Jogos Olímpicos. No Esporte Contemporâneo, o período pós as grandes guerras trouxeram novas orientações para as políticas sociais e incluíam o esporte como ferramenta social que deve abordar os contextos educacionais e de participação, não somente o rendimento. Destaque para a inclusão do Esporte como direito social na Constituição Federal de 1988. 17 EDUCAÇÃO FÍSICA No século XVIII, esportes como Golf, Canoagem e o Remo eram comuns em clubes ingleses, clubes frequentados pela ‘elite’ da sociedade. Assim como no restante do mundo, no Brasil, essas modalidades também tiveram sua inserção, bem como outros costumes ingleses, no entanto, essas modalidades foram perdendo espaço para modalidades que aparece- riam na sequência e se tornaram mais populares e acessíveis, como o futebol. Um dos exemplos que podemos citar é o Clube de Regatas do Flamengo, mais conhecido atualmente por sua equipe de futebol do que pela prática do remo. Nossa relação entre esporte e política ocorre a partir da terceira fase de nossa linha do tempo: o esporte contem- porâneo. Podemos dizer que esse período tem início após as grandes guerras ocorridas no início do século passado. Diversas foram as transformaçõesocorridas na sociedade de forma geral, tanto em questões políticas como em pro- dução de conhecimento e novas tecnologias. O campo esportivo acompanhou essa evolução e tornou-se aliado a diversos setores, principalmente econômico, político e social. Como mencionado anteriormente, o esporte, inicialmente, era tido como uma prática amadora e de socialização. Um dos maiores exemplos de sua evolução é a retomada do movimento olímpico. Em 1896, a partir da criação do Comitê Olím- pico Internacional, a promoção dos Jogos Olímpicos retomava as antigas práticas realizadas na Grécia antiga e teve como sede a própria Atenas. Para Tubino (2011, p.11) “com a restauração do movimento olímpico e sua imediata incorporação ao movimento esportivo, a ética esportiva passou a se apoiar no associacionismo e no chamado far play”. A partir deste novo cenário, o campo esportivo passou a vivenciar a questão de conflito entre a prática amadora e o profissionalismo. Descrição da Imagem: Tocha olímpica acesa para as Olimpí- adas de 2016 no Rio de Janeiro. A chama olímpica é até hoje um dos principais ele- mentos do “es- pírito olímpico” que se refere aos valores, como o fair play, de um atleta para a sua participação na competição. Figura 3: Chama Olímpica 18 Um dos fatos históricos que marcam o início da fase em que iremos chamar de contemporânea é registrada em 1936, no período pós 2º Guerra Mundial, quando os pri- meiros indícios de uso político do esporte tornaram-se mais evidentes. Tubino (2010) destaca o ideal da Alema- nha de Hitler em utilizar o esporte para a demonstração da pseudo supremacia ariana nos Jogos Olímpicos: Os ensinamentos de Hitler foram aproveitados pe- los lados capitalistas e socialistas durante a chamada guerra fria [...] se, por um lado, surgiram a busca da vi- tória a qualquer preço, o profissionalismo disfarçado, a exacerbação dos resultados, a maior interferência dos Governos (estados) no esporte, e consequentemente nas sociedades, casos cada vez mais constantes de do- ping e suborno, o esvaziamento do fair play, por outro lado não é possível negar que o movimento esportivo mundial cresceu muito, e paralelamente aumentou a relevância social deste fenômeno, pelas crescentes im- plicações que provocou” (TUBINO, 2010, p. 12). A partir desta nova lógica do cenário esportivo mundial, outros fatores importantes devem ser mencionados como a maior presença de modalidades esportivas na mídia impressa e audiovisual, o consumo social de eventos esportivos e tam- bém de sua prática, seja ela em âmbito amador ou profissional. O uso político do esporte gerou grande preocupação no meio acadêmico, levando à produção, na década de 1960, de vários manifestos de intelectuais do setor ou com ele envolvidos. Esses documentos manifes- tavam a contrariedade quanto ao aproveitamento do esporte como instrumento de propaganda polí- tica. Na Unesco, surgiu o movimento Esporte para Todos, que difundiu internacionalmente o conceito de esporte como todas as possibilidades da atividade motora humana capaz de promover o lazer, o prazer e a satisfação (ALVES; PIERANTI, 2007, p. 6). Assim como no âmbito competitivo entre a “força das nações” em simples e aleatórios confrontos esportivos, em outros setores o esporte passa a ser introduzido na agenda política como importante ferramenta social frente a questões educacionais e de saúde. No que tange às questões educacionais, passou a se tornar cada vez mais comum a inclusão da prática espor- tiva como ferramenta educacional em documentos que normatizam e orientam a infância e a adolescência. Tanto em relação as questões éticas, cívicas e morais que podem ser trabalhadas a partir da prática esportiva como tam- bém da inclusão de políticas esportivas no trabalho com crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. O Manifesto Mundial do Esporte, publicado em 1964, é o primeiro documento que passa a basear as novas pers- pectivas para o entendimento da prática esportiva para além do alto rendimento. Em 1978, é publicado pela Unes- co a Carta Internacional de Educação Física e Desporto, o documento reunia várias discussões relativas à prática esportiva na época, e ainda, de acordo com Tubino (2011, p.15) “lançou a perspectiva do direito à prática esportiva, o que aumentou consideravelmente a significação social des- te esporte reconceituado”. Para Alves e Pieranti (2007, p. 8): Reconhecida como fundamental ao desenvolvi- mento humano, a prática esportiva aproximou-se dos campos da saúde e da educação. Conforme foi Um grande exemplo dessa nova fase são as grandes competições esportivas, como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de Futebol masculino, que mobilizam diversos setores da sociedade através da mídia, que re- passa informações ou realiza a transmissão do evento para milhares de pessoas em diversos países. PENSANDO JUNTOS O esporte, em sua fase contemporânea, torna-se elemen- to importante no discurso político, utilizado com inú- meras finalidades por líderes de todo o planeta. 19 EDUCAÇÃO FÍSICA possível concluir a partir de experiências dos se- tores público e privado, o esporte ajuda a prevenir doenças, a evitar a evasão escolar, o uso de drogas e a criminalidade e a aumentar a auto-estima, a coo- peração, a solidariedade e a inclusão social. A partir de então, novos estudos começam a ser realiza- dos sob a nova perspectiva de entendimento e concei- tuação do esporte, bem como novas políticas públicas são pensadas e elaboradas a partir da compreensão do esporte em diferentes manifestações de cunho educa- cional, social e de rendimento esportivo. Compreender o fenômeno esportivo auxilia, sobretudo, a idealizar os melhores caminhos para conduzir o trabalho a ser de- senvolvido, inclusive com a gestão do esporte. Estima-se que a primeira normativa para o esporte no Brasil tenha ocorrido com a publicação do Decreto Lei nº 3.199, publicado em 1941. O decreto estabelecia as bases de organização do desporto em todo território nacional e institui o Conselho Nacional de Desportos como a principal instituição a orientar, fiscalizar e in- centivar a prática esportiva no país (BRASIL, 1941). De acordo com Linhales (1996, p. 85), que estudou toda a trajetória política do esporte no Brasil, o decreto de 1941 auxiliou na “construção da hegemonia do esporte, em relação às demais atividades corporais de movimento”. NOVAS DESCOBERTAS O filme Invictus é baseado na conquista da Copa do Mundo de Rugby, de 1995, pela Seleção Sul-Africana de Rugby. A narrativa mostra a utilização do esporte mais popular do país como ferramenta de Nelson Mandela, presidente do país na época, para tentar amenizar os reflexos do Apartheid e aproximar brancos e negros de objetivos comuns, como a paixão pelo esporte. É uma obra muito interessante para ob- servar como o esporte e a paixão de milhares por ele, pode se tornar uma ferramenta com viés e interesse político, mesmo que seja nas entrelinhas. A gestão de qualquer negócio, projeto ou evento requer conhecimento sobre o objeto em si, ou seja, para realizar uma boa gestão sobre algo, é preciso ter conhecimento sobre ele. No campo da gestão esportiva, é fundamental conhecermos as normativas que orientam as ações em âmbito público ou privado, desta forma, ter como base a legislação esportiva nacional é questão chave na gestão de qualquer negócio, projeto ou evento esportivo. Figura 4: Mulheres no esporte - A prática esportiva por mulheres era proibida pelo decreto brasileiro de 1941. Descrição da Imagem: A figura apresenta uma fotografia em pre- to e branco de três mulheres disputando uma bola de basquete. 20 O decreto também apresentava o primeiro sistema de or- ganização nacional de esportes, a partir da vinculação de Associações esportivas a Confederações esportivas e ao Conselho Nacional de Desportos, respectivamente (BRA- SIL, 1941). Posteriores ao decreto de 1941, outras regula- mentações foram publicadas, alterandoartigos do próprio decreto e também para outras orientações no campo es- portivo. No entanto, como tais documentos já foram alte- rados, não cabe a nós voltarmos nossos olhares para eles. Posto isso, entramos em tempos mais recentes da legislação esportiva brasileira e, como ponto de partida, temos a Constituição Federal de 1988. O novo texto cons- titucional tinha como referência não apenas as demandas de grupos ligados ao campo esportivo, mas também, os documentos internacionais que foram publicados duran- te o período em que o Brasil estava sob regime militar. Dois destes documentos já foram citados nesta unidade, são eles: o Manifesto Mundial do Esporte (1964) e a Carta Internacional de Educação Física e Esporte (1978). O texto constitucional menciona o esporte em seu ar- tigo 217, situado no capítulo III que se refere à Educação, a Cultura e ao Desporto. O artigo é curto, mas serve como base para todas as legislações esportivas no Brasil e informa que: É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades des- portivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; III - o tratamen- to diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional; IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgo- tarem-se as instâncias da justiça desportiva, regula- da em lei. § 2º A justiça desportiva terá o prazo má- ximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promo- ção social (BRASIL, 1988, [s.p.]). A partir de então, a promoção da prática esportiva passa a ser também dever do Estado, através de políticas públicas de investimento em ações e projetos para o campo esporti- vo. Não que anterior a 1988 não houvessem investimentos públicos no campo esportivo, mas a partir de então esta ação estava prevista como direito do cidadão brasileiro. Na década de 1990, buscou-se a elaboração de uma lei que regulamentaria o que estava previsto no texto constitucional. Para isso, em 1993, foi publicada a pri- meira Lei (após 1988) que institui normas para o des- porto nacional de acordo com a nova constituição. A Lei Zico, como era chamada foi substituída em 1998 pela Lei Pelé (Lei nº 9.615/1998), que atualmente é a legisla- ção que normatiza e orienta o campo esportivo nacional. Dentre todo o texto da Lei Pelé, dois artigos são fun- damentais para o campo da gestão esportiva, são eles o capítulo II que se refere aos princípios fundamentais e o capítulo III, da natureza e finalidade esportiva. São considerados como princípios fundamentais: a soberania, a autonomia, a democratização da liberdade, do direito social, da diferenciação, da identidade nacio- nal, da educação, da segurança e três que daremos maior ênfase: da qualidade, da descentralização e da eficiência (BRASIL, 1998). Os três últimos princípios citados são extremamente importantes para qualquer gestor que atue no campo esportivo. De acordo com a legislação, o princípio da qualidade deve assegurar a valorização dos resultados desportivos; o princípio da descentralização é “consubstanciado na organização e funcionamento har- 21 EDUCAÇÃO FÍSICA mônicos de sistemas desportivos diferenciados e autônomos para os níveis federal, estadual, distrital e municipal” (BRA- SIL, 1998, [s.p.]); e o princípio da eficiência refere-se ao estímulo a competência esportiva e também administrativa. Outro importante recorte deste capítulo refere-se à gestão esportiva profissional que deve estar sujeita aos princípios da transparência financeira e administrativa, da responsabilidade social de seus dirigentes, do tratamento diferenciado em relação ao esporte não profissional e também da participação na organização esportiva do país (BRASIL, 1998). No que corresponde a finalidade esportiva, a Lei Pelé reconhece quatro perspectivas para a prática esportiva no país, a saber: o esporte educacional, o esporte de participação, o esporte de rendimento, e a perspectiva do esporte de formação que foi inserida como finalidade esportiva posteriormente pela Lei n° 13.155/2015. A manifestação educa- cional está associada ao desenvolvimento integral do indivíduo e pode ser relacionada ao esporte desenvolvido em ambiente escolar, pela disciplina de Educação Física e também por ações sociais que trabalham com o esporte em contra turno escolar (BRASIL, 1998). Figura 5: Esporte Educacional. Descrição da Imagem: Na figura, há uma fotografia colorida representando adolescentes jogando voleibol em um ginásio. 22 Por vários anos, essa manifestação foi muito questionada por ser frequentemente associada à iniciação esportiva e treinamentos voltados a categorias de base, onde havia a competitividade, mas não dentro de uma perspectiva de rendimento. Assim, em 2015, a categoria de esporte de formação foi inserida como uma nova manifestação, pois con- templava a iniciação esportiva com o objetivo de aperfeiçoamento esportivo para fins competitivos. A manifestação de esporte de participação está basicamente relacionada à prática esportiva no tempo livre, como meio de promoção da saúde (BRASIL, 1998). Por fim, a manifestação de rendimento que de acordo com o documento deve ser “praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e interna- cionais, com a finalidade de obter resultados [...]” e promover a integração entre nações, podendo ser organizado como profissional e não profissional (BRASIL, 1998, [s.p.]). Essas quatro manifestações esportivas orientam diversos outros documentos que, de alguma forma, contem- plam a prática esportiva, como projetos, programas e ações promovidas ou financiadas pelo poder público. É im- portante estar atento, também, ao fato de que todas as legislações esportivas que vieram posteriormente a Lei Pelé, sejam elas em âmbito federal, estadual ou municipal devem estar em conformidade com o que está regulamentado pela Lei nº 9.615/1998, ou seja, pela Lei Pelé. Duas legislações importantes no âmbito esportivo e da constante busca pela profissionalização da gestão espor- tiva no Brasil foram publicadas nos anos 2000. Em 2001, é publicada a Lei nº 10.264 popularmente conhecida como Lei Agnelo Piva, que prevê o repasse de recursos adquiridos com a loteria federal para a promoção do esporte univer- sitário e escolar através do Comitê Olímpico Brasileiro. Já em 2006, é publicada a Lei Federal de Incentivo ao Esporte (Lei nº 11.438), que indica a destinação de recursos através de renúncia fiscal de empresas privadas para projetos esportivos previamente selecionados pelo governo federal. Ambas as legislações estão diretamente relacionadas ao incentivo de prática esportiva a partir do financiamento das ações. Junto com as novas alternativas de investimento, também crescem os instrumentos de fiscalização e controle dos gastos realizados a partir dessas novas fontes de investimento. Não que não exista desvios ou corrupção na gestão desses recursos, mas o trabalho de prestação de contas e transparência de gastos exige das instituições beneficiadas uma gestão qualificada e profissional. Uma má gestão ou prestação de contas realizada inadequadamente poderia (e pode) compro- meter o desenvolvimento de um projeto e a reputação da instituição beneficiada acarretando não apenas a inviabilidade de novos recursos públicos como também a dificuldade em futuras captações de recursos privados, uma vez que nenhu- ma empresa iria querer ser associada a uma instituição que aparenta ter uma gestão não profissional. Em um estudo realizado com municípios mineiros que receberam recursos estaduaisatravés de legislações espe- cíficas de incentivo/financiamento, Silva et al. (2013, p. 35) enaltecem que analisando a gestão esportiva dos municí- pios após o recebimento dos recursos: [...] os resultados do estudo sugerem que a política do ICMS Esportivo mostrou-se efetiva por contribuir principalmente para: (a) melhoria na organização de informações esportivas; (b) melhoria na interação entre os atores esportivos locais em decorrência, entre outras, da própria necessidade de se conseguir informações e documentos com - probatórios para fins do ICMS Esportivo; e (c) ampliação do número de atividades esportivas oferecidas à população (grifo nosso). 23 EDUCAÇÃO FÍSICA Assim como a política de incentivo mineira, estados e municípios também possuem autonomia para elaborar e propor políticas específicas de incentivo a pratica esportiva. É possível encontrarmos diversas modalidades de financiamento esportivo tanto para ações e projetos do setor público como também em parcerias com instituições privadas. Compreender que existem documentos e normas que orientam a gestão esporti- va no Brasil é um enorme passo para o desenvolvimento de um trabalho profissional e de qualidade. Caminhar sob a luz do conhecimento nos leva a escolher os melhores caminhos e arriscar em momentos oportunos, estando sempre um passo à frente dos demais, buscando desempenhar o melhor trabalho. A formação inicial em Educação Física é um dos mais importantes pilares para contribuir com esse processo. A ligação entre Esporte e Educação Física é consideravelmente antiga e, assim como a prática esportiva, a Educação Física enquanto área de conhecimento teve relevante crescimento nos últimos anos. Para Bratch (2000) o esporte, enquanto fenômeno cultu- ral, foi inicialmente assimilado pela educação física, sem descaracterizar a função social hegemônica da disciplina, o desenvolvimento da aptidão física, mas, de acordo com o autor, “paulatinamente, o esporte se impõe à EF, ou seja, instrumentaliza a EF para o atingimento de objetivos que são definidos e próprios do sistema esportivo” (BRATCH, 2000, p. 15). Para Castellani Filho (2013), a relação entre esporte e a educação física em âmbito escolar está longe de ser caracterizada como uma relação tranquila, para ele: Em alguns momentos, o esporte entrou na escola sem pedir licença, impingindo a ela seus códigos e significados; em outros, foi recebido de braços abertos, à medida que se propunha a levar o nome da instituição aos mais altos (e, em boa parte das vezes, inima- gináveis) lugares – a assimilação bastante rápida pela escola do baixo custo do marketing conseguido por meio do esporte tem parcela considerável de responsabilidade por essa postura amigável [...] (CASTELLANI FILHO, 2013, p. 27-26). Neste sentido, podemos afirmar que Educação Física e Esporte, historicamente, são áreas associadas, não totalmente dependentes uma da outra, mas que em diversas situações uma se apoia na outra. Inicialmente, esteve associado às escolas de ginásti- cas, que são conhecidas como as precursoras das primeiras escolas de Educação Físi- ca, em seguida com a predominância da perspectiva técnica esportiva muito presente na dinâmica da Educação Física Escolar durante as décadas de 1970 e 1980. Como já mencionado, a partir da década de 1960, iniciam-se novas discussões relaciona- das a outras manifestações esportivas para além da perspectiva de rendimento, estas discussões estão respaldadas também no campo da Educação Física enquanto área de conhecimento, que amplia seus seu campo de atuação para além do cenário escolar e do treinamento esportivo. 24 Obviamente a Educação Física enquanto área de conhecimento e também enquanto disciplina curricular é à base de formação e estruturação para esse novo cenário esportivo. Tanto em relação à formação dos profissionais, como através da Educação Física Escolar como iniciação da criança na vida esportiva, seja sua opção no futuro para o ren- dimento ou para a prática amadora. Neste mesmo sentido, podemos indicar que, a partir de 1990, novas conceituações foram ganhando espaço no cenário nacional, para o esporte em ambiente escolar, o esporte no tempo livre e o esporte como medida profilática. No Brasil, o esporte de rendimento era reproduzido nas escolas e fora do âmbito institucionalizado. As pessoas re- conheciam as práticas físicas ligadas a qualquer tipo de jogo/esporte como recreação. Foi a Comissão de Reformu- lação do Esporte Brasileiro de 1985, presidida por Manoel Tubino e instalada pelo Decreto nº 91.452, que sugeriu, sob a forma de indicações, que o conceito de Esporte no Brasil fosse ampliado, deixando a perspectiva única do desempenho e, também, compreendendo as perspectivas da educação e da participação (lazer). Foi assim que foram introduzidas, na realidade esportiva nacional, as manifestações Esporte-educação, Esporte-participação (lazer) e Esporte-performance (desempenho) (TUBINO, 2010, p. 29). Esse avanço em publicar novos conceitos contribui na formulação de novas perspectivas para se pensar a prática espor- tiva – como a Lei Pelé -, o qual também colabora com a ampliação de áreas de atuação profissional. A publicidade do esporte e todo o seu potencial educativo e político, uma vez que eventos esportivos atingem um grande número de pes- soas, nesse sentido, pode ser entendido por muitos como um setor com grande potencial político e comercial - seja para alcançar um número maior de pessoas, para a promoção de uma ideia comum ou até mesmo para a promoção pessoal. Junto com o conceito de esporte-educação, ampliou-se a presença da prática esportiva como ferramenta educa- cional, tanto em políticas educacionais como em políticas socioeducativas, desenvolvidas em contra turno escolar. Já no que tange o conceito esporte-participação, o discurso da prática esportiva caminhou no sentido do esporte como medida profilática, ou seja, como ferramenta de promoção de qualidade de vida e saúde. A Carta internacional de Educação Física e Desportos é um dos principais documentos para essa mudança de paradigmas, ela apresenta 10 artigos de orientação em relação à Educação Física e ao Esporte. Os artigos referem-se respectivamen- te: a temas como educação física e esporte como direito fundamental; como elemento educacional; à necessidade de que seus programas satisfaçam necessidades individuais e fundamentais; ao ensino, treinamento e gestão, que precisa realizado por profissionais da área, que os equipamentos e instalações esportivas sejam adequadas para a prática; à importância de pesquisa, avaliação, informação e documentação para o avanço das ações; à relação direta de positiva com a mídia; aoincentivo por parte das instituições nacionais e a cooperação internacional como parte essencial para a promoção equilibrada de ações na área (UNESCO, 1978). A partir da leitura do documento, é possível observar muita similaridade com diversas iniciativas que já ocorrem no cenário esportivo e da Educação Física, bem como políticas públicas que foram formuladas e implementadas seguindo o mesmo viés do documento. EXPLORANDO IDEIAS 25 EDUCAÇÃO FÍSICA Em todas essas políticas, o profissional de educação física aparece como agente principal ou mediador das ações, garantindo, assim, o auxílio de um profissional da área no desenvolvimento das ações e prevendo que essa presença garanta condições de um trabalho bem realizado. A ampliação de conceitos relacionados à prática esportiva ganha espaço para a implementação de novas políticas públicas voltadas principalmente para a área educacional e de par- ticipação, as ações voltadas ao rendimento esportivo, em sua maioria, vêm ocorrendo por parcerias entre governos e instituições privadas como associações, federações e confederações. A relação entre confederações e federações esportivas com o poder público pode ser mencionada desde os re- gistros do decreto de 1941. Essa relação advém desde questões administrativas até as financeiras, uma vezque, desde muito antes da Lei Agnelo Piva (2001), já ocorriam repasses financeiros do governo para estas instituições esportivas. No entanto, atualmente, cabe destaque para as associações esportivas, grandes responsáveis pela execução e promo- ção efetiva da prática esportiva tanto na iniciação como no esporte de alto rendimento. Muitas vezes, é a partir destas associações que os atletas são formados e ganham destaque para posteriormente serem contratados por algum clube ou selecionados para competições através das federações e confederações. Por denominação jurídica e finalidade de instituição privada sem fins lucrativos, essas associações são intituladas de “terceiro setor”, pois suas ações não se enquadram como instituição pública e nem tão pouco privada com visão de lucro. Muitas políticas são voltadas especificamente para o financiamento de ações e projetos desenvolvidos por essas instituições do terceiro setor, como exemplo, podemos mencionar a Lei Federal de Incentivo ao Esporte. Figura 6: Terceiro Setor. Descrição da Imagem: Crianças dispostas em raias para uma corrida de atletismo. O terceiro setor é composto por instituições sem fins lucrativos e é comum que promovam projetos de iniciação esportiva. 26 Todas estas questões políticas que envolvem o campo es- portivo a partir da publicação da Constituição Federal de 1988 acarretam também novas perspectivas para a gestão esportiva no país, bem como a necessidade de formação e capacitação dos profissionais que atuam nesta área. Em uma análise realizada por um grupo de pesquisadores em 2018, foi possível observar o perfil de gestores esportivos a partir de outros estudos realizados anteriormente em diferentes pesquisas sobre gestão esportiva. [...] verificou-se que os profissionais à frente das en- tidades esportivas no país são homens, com idade média de 42 anos, formação predominante em Edu- cação Física e Administração e tempo de experiên- cia de 14 anos. Além disso, esses gestores atuam em diferentes organizações públicas e privadas, como: associações, clubes, federações, academias de ginásti- ca, órgãos de gestão pública federal, estadual e muni- cipal e foram identificados em alguns estudos como ex-praticantes das modalidades esportivas que coor- denam atualmente (ZANATTA, et al. 2018, p. 301). O curso de graduação em Educação Física aparece como pilar da formação de parte desses gestores, bem como a experiência esportiva na modalidade em que gerenciam. Isso demonstra a grande importância da Educação Física enquanto área de conhecimento e como agente formado- ra daqueles que atuam na gestão de ações esportivas no país, seja em nível de graduação, pós graduação e cursos de formação continuada. De acordo com Rocha e Bastos (2011), os primeiros estudos sobre gestão esportiva ocor- reram nos Estados Unidos a partir da década de 1960, mediante a crescente visibilidade televisiva e consumo de produtos esportivos ocorre a necessidade de análise sobre a gestão do esporte profissional e universitário americano. Já no Brasil, esse movimento ocorre principalmen- te a partir da década de 1990, com o crescimento do marketing esportivo como ferramenta fundamental para os negócios esportivos. Devido ao crescimento da mídia televisiva e do investimento em campanhas publi- citárias, torna-se crescente o vínculo de grandes marcas a equipes esportivas e também em equipes de represen- tação nacional, como as seleções de futebol e voleibol. Neste sentido, assim como no cenário americano, no Brasil também cresce a preocupação com a gestão e profissionalização no campo esportivo, seja por parte do atleta como por parte do gestor. [...] um dos fatores que explicam o sucesso do marketing esportivo é o fato do empresariado ter descoberto que o investimento em atividades não relacionadas diretamente a atividade fim da empresa passou a ocupar um papel estratégico e decisivo no mercado, de tal modo que a influência que o marke- ting esportivo exerce no comportamento do público e consumidores, em relação à empresa, ajudando a construir uma imagem vitoriosa e de sucesso, passou a ser rigorosamente considerado no planejamento estratégico das empresas em geral (POIT, 2006, p. 57). A profissionalização da gestão esportiva passou a ser ques- tão fundamental para projetos de sucesso, não somente porque a legislação tornou-se mais rigorosa e os instru- mentos de fiscalização também cresceram, mas também por exigência de mercado. E não podemos esquecer que tais cuidados também abrangem o setor público que em diversas situações atua como agente parceiro de ações pri- vadas em uma política de parceria público-privada. Neste enredo, devemos destacar o conceito de go- vernança, palavra que vem ganhando cada dia mais espaço dentro da gestão pública e privada. No que tange o ambiente público, Frey (2004, p. 121) impli- ca que o termo se refere à “necessidade de mobilizar todo conhecimento disponível na sociedade em bene- fício da melhoria da performance administrativa e da democratização dos processos decisórios locais”. Em 27 EDUCAÇÃO FÍSICA resumo, podemos afirmar que a governança está ligada ao processo de governabilidade e gerenciamento das institui- ções, aumentando, assim, seu nível de confiança. Desse modo, tratando de gestão esportiva e financia- mento de ações, quanto maior o nível de confiança que uma instituição apresenta – seja ela uma confederação, federação, associações, clubes ou equipes – maior seu potencial de atrair investimentos e mídias. E, neste sentido, muitas instituições esportivas vêm investindo na qualificação e profissionalização de sua gestão, tendo como consequência deste investimento o resultado, comercial e dentro de quadra/campo. Para que essa capacitação seja realizada ou que ocor- ram cursos específicos de gestão esportiva, é necessário que o campo acadêmico contribua com estudos e publicações na área. Assim como essa disciplina, o curso de bacharela- do em Educação Física ainda é a principal formação para a área de gestão esportiva no país, no entanto, é crescente o número de cursos de especializações nesta área. Não podemos deixar de mencionar que um fator impor- tante para um notável crescimento da área é o surgimento de diferentes entidades que enlaçam o tema da gestão esportiva, como a Associação Brasileira de Gestão do Esporte, Asso- ciação Brasileira de Profissionais e Empresas de Marketing Esportivo, Associação Brasileira de Marketing Esportivo, Academia Brasileira de Marketing Esportivo, Associação Brasileira dos Lojistas de Equipamentos e Materiais Esporti- vos, Instituto Brasileiro de Direito Desportivo e a Associação Brasileira da Indústria do Esporte (ROCHA; BASTOS, 2011). Quanto maior o número de entidades vinculadas a área, maior são as possibilidades de viabilizar melhorias para o campo da gestão esportiva. Com tudo, o campo de gestão es- portiva brasileiro ainda encontra-se em fase de expansão e aprofundamento teórico. Neste sentido, conhecer as bases le- gais e as estratégias de administrar esse campo extremamen- te relevante cultural e socialmente são etapas fundamentais para um gestor esportivo. 28 As políticas esportivas estão imersas em diversas ações, programas e projetos. Desde os tex- tos legislativos até a execução de um projeto de iniciação esportiva. Uma maneira interes- sante de realizar essa aproximação é pesquisar sobre projetos e programas desenvolvidos em estados e municípios. Ou até mesmo nas plataformas digitais do Governo Federal, onde facilmente encontramos as legislações esportivas e alguns projetos que surgiram tendo elas como elemento base de formulação. NOVAS DESCOBERTAS Se eu quiser saber mais informações sobre as políticas esportivas do Estado do Paraná, eu acesso o portal Paraná Esporte e encontro algumas informa- ções, como o programa PROESPORTE, que é uma Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Que tal procurar saber quais as políticas esportivas que o seu estado está desenvolvendo?Tenho certeza que você irá descobrir muitas coisas interessantes a respeito do cenário esportivo de sua região! Enquanto profissionais da área esportiva, compreender a relação e associação que existe entre o esporte e o cenário político nos auxilia a observar contextos em que estamos inseridos ou que pretendemos nos inserir. A atuação na gestão esportiva tanto em âmbito público ou privado exige do profissional competências que ultrapassam o conhecimento de técnicas e ferramentas práticas, ela nos exige subjetividade. Observar, buscar informação e analisar diferentes cenários não apenas contribui com a nossa formação profissional, como também nos auxilia a refletir sobre ela, nos capacitando ainda mais enquanto profissionais. Para reforçar nossa discussão sobre a relação entre esporte e política, convidei o professor Fernando Starepra- vo, que é Doutor em Educação Física e autor de diversos trabalhos sobre políticas de esporte. http://www.esporte.pr.gov.br/ https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8652 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8654 29 atividades de estudo 1. Leia com atenção o trecho abaixo: “O Esporte Moderno recebeu um grande estímulo com a restauração dos Jogos Olímpicos por Pierre de Coubertin, em 1896 (Atenas). O reinício do movimento olímpico consolidou o Esporte e ainda trouxe o se- gundo suporte da Ética esportiva: o Fair-play” (TUBINO, 2010, p. 24). A partir do trecho citado e do conteúdo desta unidade, assinale a alternativa que apresenta a principal característica do Esporte Moderno: a. Inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos. b. Codificação das regras de práticas esportivas tornando-as institucionalizadas. c. Grandes campeonatos americanos de Remo. d. Publicação das regras de Turfe em diferentes idiomas. e. Os métodos de treinamentos publicados por Thomas Arnold. 2. Podemos considerar que os clubes foram espaços importantes para o desenvolvimento do Esporte Moderno. Em relação a prática esportiva realizada por clubes ingleses, assinale a alternativa correta: a. A prática esportiva era realizada de forma amadora. b. Ocorriam grandes investimentos para a contratação de atletas. c. O futebol era a principal modalidade esportiva entre os clubes. d. Os clubes investiam prioritariamente no esporte de rendimento. e. O objetivo dos clubes era obter lucro com a realização de grandes competições. 3. Sobre o olimpismo, leia com atenção as afirmações a seguir: I. Tem como um de seus princípios básicos o jogo limpo, intitulado de “fair play”. II. O movimento olímpico prioriza a prática esportiva amadora. III. A primeira edição da retomada dos Jogos Olímpicos ocorreu em 1896 em Atenas, na Grécia. IV. A edição de 1936 não foi realizada devido à Guerra Fria. Assinale a alternativa correta: a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas I e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas II, III e IV estão corretas. e. Nenhuma das alternativas está correta. 30 atividades de estudo 4. De acordo com o conteúdo estudado, quando mencionamos o Período Contemporâneo do esporte, um importante referencial teórico é o Manifesto Mundial do Esporte. Sobre esse documento, leia com atenção as afirmações abaixo e assinale verdadeiro (V) ou falso (F): ( ) Foi elaborado e publicado pelo Comitê Olímpico Internacional. ( ) O Manifesto Mundial do Esporte, publicado em 1964. ( ) Introduziu a discussão da prática esportiva como direito social. Assinale a alternativa correta: a. F; V; V. b. F; F; V. c. V; F; V. d. F; F; F. e. V; V; V. 5. A Carta Internacional de Educação Física e Desportos foi publicada em 1978 e apresenta artigos de orientação em relação à Educação Física e ao Esporte. Sobre isso, leia com atenção as afirmações abaixo: I. O documento indica que o treinamento e a gestão esportiva sejam realizados por profissionais da área da Educação Física. II. A carta defende que equipamentos e instalações esportivas sejam adequadas para a prática. III. O documento entende educação física e esporte como direito fundamental. IV. Indica que educação física e esporte colaborem com necessidades governamentais. Assinale a alternativa correta: a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas I, II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas III e IV estão corretas. 31 atividades de estudo 6. As legislações esportivas devem ser consideradas como base para a formulação de políticas esporti- vas em todo o território nacional. Assinale a alternativa que apresente a primeira legislação que regu- lamentou a prática esportiva no Brasil: a. Constituição Federal, em 1988. b. Lei Agnelo Piva, 2001. c. Lei nº 9.615/1998, a Lei Pelé. d. Decreto Lei º 3.199/1941. e. Política Nacional do Esporte, 2006. 7. Leia com atenção o trecho abaixo: “O esporte e o lazer assumem, pela primeira vez na história do Brasil, papel de destaque no ordenamento jurídico constitucional brasileiro na Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). O esporte assume desig- nação específica no título VIII – Da Ordem Social, no Capítulo III Da Educação, Da Cultura e do Desporto, na Seção III - Do Desporto, Art. 217. Já o lazer não teve concertação política capaz de incluí - lo como seção. Por ser portador de interesses difusos, não vinculado a um determinado grupo de interesse, e abrigar di- ferentes áreas (educação física, cultura, turismo, por exemplo), o tema não pode ser privilegiado” (SANTOS, et al. 2019, p. 52). Sobre a presença do esporte na Constituição Federal de 1988, é correto o que se afirma em: a. O esporte foi classificado em esporte educacional, de participação, rendimento e formação. b. Indicou a destinação de 2% da renda oriunda das loterias federais para a prática esportiva no país. c. Indicou como prioritária a destinação de recursos públicos para o esporte educacional e, apenas em casos específicos, para a do esporte de alto rendimento. d. O esporte está incluso no artigo específico dos direitos sociais. e. Prevê que o esporte de formação deve ser iniciado junto às práticas esportivas desenvolvidas em âm- bito escolar pela Educação Física. Professora Me. Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos Oportunidades de aprendizagem Com o intuito de auxiliar na reflexão de boas práticas para a gestão esportiva, iniciaremos a abordagem dos temas de planejamento e gestão das ações no campo esportivo, com vistas a qualificação das ações e reconhecimento profissional dos agentes que atuam no campo esportivo. PLANEJAMENTO E GESTÃO APLICADOS AO CAMPO ESPORTIVO unidade II 34 A profissionalização da gestão esportiva no Brasil vem ocorrendo gradativamente. Alguns relatos históricos apontam que esse movimento começou com o voleibol já na década de 1980. Até mesmo o futebol, que é o esporte mais popular do nosso país, ainda está iniciando a pro- fissionalização de sua gestão, mas já apresenta indícios de grandes avanços. Um exemplo muito interessante sobre essa mudança no cenário esportivo nacional foi à criação da Liga Nacional de Basquete em 2008, que apostou na profissionalização de sua gestão esportiva e atualmente é uma das referências esportivas quando o assunto é ges- tão e marketing esportivo no Brasil. Todos esses exemplos nos apresentam um cenário promissor para o profissional de Educação Física perante a gestão esportiva, uma vez que, com todo o potencial esportivo que temos em nosso país, muitas instituições esportivas ainda estão iniciando a profissionalização de sua gestão. Como podemos observar na Unidade I, o esporte, no Brasil, há muitos anos, é desenvolvido com a tutela financeira do Estado em seus diferentes níveis de go- verno (federal, estadual e municipal). Essa dependência acarretou em muitos casos diversos conflitos de inte- resses em que a finalidade esportiva perdia espaço para interesses pessoais e/ou econômicos. Com o avanço de legislações regulamentadoras e que prezam pela quali- dade do serviço realizado com o financiamento público, muitas instituições esportivastiveram que capacitar os agentes que trabalhavam com sua gestão. Todo esse ce- nário de readequação pode ser conciliado ao avanço da disponibilidade de ferramentas administrativas e tam- bém ao cenário contemporâneo do esporte mundial que não comporta antigos modelos de gestão praticados até então por muitas instituições. Para iniciar nossa imersão no conteúdo de planeja- mento aplicado à gestão esportiva, podemos assistir ao exemplo de gestão esportiva que é baseada em planeja- mento estratégico e que pensa no esporte para além da prática esportiva em busca de resultados pontuais, bus- cando ações que promovam o avanço do esporte e da viabilidade profissional junto ao cenário esportivo: Pensar o esporte para além da prática esportiva e da obtenção de títulos é uma crescente dentro do cenário esportivo. A gestão esportiva pensa em todo o processo que culmina da prática esportiva de excelência e que atenda os objetivos da instituição que podem não estar pautados apenas na obtenção de títulos. No decorrer dos estudos nesta unidade, iremos abordar questões diretamente relacionadas à gestão esportiva, quando certamente novas inquietações irão surgir. A ERA DO PEIXINHO A pro�ssionalização do voleibol e a transformação no segundo esporte mais popular no Brasil, a partir das con- quistas em quadra e também fora dela, junto a melhorias em qualidade de condições de treinamento e oferta de possibilidades aos atletas. CLUBE ATLÉTICO TUBARÃO A junção de clube esportivo com em- presa privada cresce a cada ano e, junto a esse vínculo, ações que estabe- lecem diferentes objetivos que envol- vem a vivência esportiva e vão além de apenas uma disputa por títulos. ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DO RED BULL BRASIL Necessidade de pro�ssionalização da gestão esportiva em clubes de fute- bol no Brasil. O porquê dessa pro�s- sionalização é necessária. Quadro 1: Exemplos de gestão esportiva baseada em planejamento estratégico. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10492 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10493 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10494 35 EDUCAÇÃO FÍSICA Esta unidade é voltada a apresentação de conceitos e estratégias de planejamento aplicado ao campo esportivo. Após conhecermos um pouco mais sobre o esporte enquanto fenômeno social, agora chegou a hora de compreender as bases de planejamento para que as ações e projetos esportivos sejam postos em prática com excelência. Para iniciar esse processo, é importante realizar a conceitualização de alguns termos utilizados. É muito comum que os termos “gestão” e “administração” sejam utilizados como sinônimos, do que não está absolutamente certo, mas, também, não está totalmente errado. É preciso identificar o contexto onde ele está inserido, assim, alguns autores discutem sobre essa utilização e apontam duas diferenças para utilizarmos os termos: A primeira diferença é que administração seria uma função determinativa, que aconteceria nos altos escalões das em- presas, enquanto que gestão seria uma função executiva, que aconteceria nos escalões inferiores. A segunda diferença é que administração seria praticada em órgãos públicos ou em organizações sem fins lucrativos, enquanto que gestão seria praticada em empresas privadas e na indústria (ROCHA; BASTOS, 2011, p. 93 - 94). Como podemos observar, ambas as diferenças apresentadas fazem referência à promoção de algo; em outras palavras, executar ações. Vamos delimitar, então, que nosso entendimento de gestão será o desenvolvimento, execução das ações e que a administração será a forma que iremos conduzir este trabalho, ou seja, a administração enquanto ciência nos apresenta ferramentas para realizar a melhor gestão do trabalho. Outra dúvida frequente é em relação aos dois termos associados ao setor público e ao setor privado, e o que vale enfatizar é que a única diferença a ser destacada é a finalidade das ações. O setor público realiza o tra- balho voltado ao interesse público, por isso utiliza de ferramentas que orientam este viés de trabalho. Já o setor 36 privado realiza o trabalho com vistas a obter lucro e resultados específicos, utilizando ferramentas administrativas que os orientem atingir esse objetivo. Trazendo para o campo esportivo, podemos exemplificar como modelo de gestão pública o trabalho realizado por secretarias e departamentos de esportes em estados e municípios brasileiros. No setor privado, temos dois exemplos de gestão: a gestão de uma empresa esportiva como uma academia, escola de natação, escolinha de iniciação esportiva, entre outras; e as associações, confederações e federações esportivas, que, mesmo juridicamente sendo empresas privadas, não visam obter lucro, sendo consideradas como empresas de um terceiro setor da economia (quando não é pública, mas também não visa lucro). 3º Setor: Entidades privadas sem �ns lucrativos - Organizações não governamentais como associações. 2º Setor: Empresas Privadas. 1º Setor: União, estados, distrito federal e municípios - Poder Público. Figura 1: Setores da economia.Fonte: o autor. Descrição da Imagem: Na imagem, temos a ilustração de uma pirâmide dividida em três partes, simbolizando os três setores eco- nômicos do Brasil, sendo eles o 1º Setor: União, estados, distrito federal e municípios - Poder Público; 2º Setor: Empresas Privadas; e 3º Setor: Entidades privadas sem fins lucrativos - Organizações não governamentais como associações. Uma importante ferramenta de administração são as legislações que auxiliam o trabalho e também a fisca- lização do trabalho realizado. Por exemplo, um Departamento de Esportes municipal deve prestar contas de suas despesas da mesma maneira que uma Confederação esportiva que recebe recursos públicos deve prestar contas de suas despesas. Uma está atrelada a gestão pública e a outra está atrelada a gestão privada, no entanto, as duas recebem recursos públicos e, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, devem prestar contas sobre suas finanças (BRASIL, 2000). 37 EDUCAÇÃO FÍSICA No caso de empresas privadas, esses mecanismos de fiscalização normalmente estão relacionados aos impostos cobrados, certidões de regularidade, filiação aos conselhos da classe, entre outras. O importante é compreendermos que a gestão de qualquer negócio terá ferramentas de controle e que, se a administração for realizada de forma profis- sional, tais ferramentas não serão problemas para o gestor. No que tange o processo de profissionalização da gestão esportiva no Brasil, em 2015, foi publicada a Lei nº 13.155, que estabelece princípios e práticas de responsabilidade fiscal e financeira para uma gestão transparente e democrática em entidades desportivas profissionais de futebol (BRASIL, 2015). Apesar de ser voltada a apenas uma modalidade es- portiva, a Lei nº 13. 155 apresenta-se como uma importante ferramenta de gestão, uma vez que o futebol é a modalidade mais praticada no país, com imenso potencial comercial e grande histórico de gestões não profissionais que acarretaram dividas e insegurança financeira em diversas equipes profissionais e amadoras. Neste sentido, é importante enfatizar que as ferramentas de administração selecionadas pelos gestores do tra- balho são fundamentais no desenvolvimento das ações. Você se lembra do termo “governança”, mencionado na Unidade I? Pois então, ele se encaixa perfeitamente no trabalho do gestor. O gestor que apresenta governabilidade, ou seja, um cenário estável e confiável para conduzir as ações, certamente será um gestor com bom reconhecimento de seu trabalho, tanto no setor público como no privado. A figura de gestor é altamente relevante dentro da instituição, já que é a partir dele que as ações técnicas são direcionadas; é importante mencionar que, em muitas situações, esse gestor não possui uma grande equipe de traba- lho. Uma pesquisa realizada para identificar o perfil dos gestores esportivos no Brasil identificou que: [...] os profissionais à frente das entidades esportivasno país são homens, com idade média de 42 anos, formação pre- dominante em Educação Física e Administração e tempo de experiência de 14 anos. Além disso, esses gestores atuam em diferentes organizações públicas e privadas, como: associações, clubes, federações, academias de ginástica, órgãos de gestão pública federal, estadual e municipal e foram identificados em alguns estudos como ex-praticantes das mo- dalidades esportivas que coordenam atualmente (ZANATTA, et al., 2018, p. 301). Relacionar a teoria com a realidade da gestão esportiva é um exercício que exige proximidade e convívio com instituições esportivas, além de recorrentes análises sobre o trabalho desenvolvido. A execução das ações está di- retamente atrelada ao financiamento das atividades, como já mencionado, no cenário brasileiro esse financiamen- to ainda é muito dependente do poder público. Mesmo que muitas instituições tenham personalidade jurídica privada, grande parte de seus recursos financeiros ainda são oriundos de recursos públicos através de convênios, leis de incentivo fiscal e legislações específicas. Então, se pautarem apenas a questão de recursos financeiros, já é um trabalho que exige muito do gestor esportivo, não apenas de buscar tais recursos, mas também de conhecer as fontes que podem gerar esses recursos e a aplicabilidade deles nos projetos de sua instituição. Pensando na responsabilidade que carrega essa figura tão importante e necessária dentro da gestão esportiva, podemos apontar algumas características importantes a serem consideradas: 38 Figura 2 - Principais competências para a gestão esportiva apresentadas na literatura específica / Fonte: BERNABE, 2016, p. 90-91. Descrição da Imagem: na figura a seguir, temos uma ilustração colorida com três caixas de texto, cada uma delas apresentando as principais competências para a gestão esportiva, com base na literatura específica. Começando por Jamieson (1987), ele afirma ser as competências deci- sórias, de planejamento, de controle orçamentário e de comunicação. Em seguida, Tavares (2011) diz ser o planejamento, seja ele de relações públicas, de marketing, de processos de liderança e de tomada de decisão. Para finalizar, Joaquim, Batista e Carvalho declaram ser o planeja- mento de atividades, projetos e eventos; gestão de recursos sejam eles humanos, financeiros, relacionados a instalações ou equipamentos; de liderança; de marketing; e de coordenação de equipes. O planejamento é mencionado nas três referências sobre competências do gestor esportivo, justamente por ser uma das ações fundamentais para a gestão de qualquer negócio ou projeto esportivo, desde ações pontuais até ações pensadas em longo prazo. Entre a idealização de uma ação até a sua execução são necessárias várias etapas, que, quanto mais pensadas e analisadas, conduzem aos melhores caminhos para a execução e, assim, atingem os objetivos idealizados inicialmente. Empresas de todos os tipos estão chegando à conclusão de que essa atenção sistemática à estratégia é uma ativi- dade muito proveitosa. Empresas pequenas, médias e grandes, distribuidores e fabricantes, bancos e instituições sem finalidade de lucro, todos os tipos de organizações devem decidir os rumos que sejam mais adequados aos seus interesses (ALDAY, 2000, p. 10). Uma administração baseada em ações planejadas tende a alcançar objetivos mais concretos do que a de uma ad- ministração que atua conforme as demandas. Para Coltro e Pazzini (2016) instituições que não pautam sua ad- ministração em ações planejadas tendem a caminhar conforme a concorrência e correm o risco de estar sempre Jamieson (1987) Competências decisórias, de planejamento, de controle orçamentário e de comunicação. Tavares (2011) Planejamento, de relações públicas, de marketing, de processos de liderança e de tomada de decisão. Joaquim, Batista e Carvalho (2011) Planejamento de atividades, projetos e eventos; gestão de recursos seja eles humanos, �nanceiros, relacionados a instalações ou equipamentos; de liderança; de marketing; e de coordenação de equipes. 39 EDUCAÇÃO FÍSICA um passo atrás. De acordo com os autores, essas situações podem ocorrer quando os gestores se concentram muito no cotidiano operacional e não exercem a função de planejamento, ou seja, não pensam em ações em médio e longo prazo, agindo de acor- do com prioridades pontuais e, com isso, podem muitas vezes não enfrentar as causas reais dos problemas (COLTRO; PAZZINI, 2016). NOVAS DESCOBERTAS O artigo Influência dos Stakeholders na gestão e no controle das organiza- ções esportivas retrata os impactos dos stakeholders no gerenciamento das organizações esportivas. Stakeholders são pessoas influentes dentro da ges- tão das organizações, que nem sempre fazem parte da diretoria ou ocupam cargos na instituição, no entanto, possuem influência no processo decisório. A gestão amadora ainda é recorrente, mesmo que em instituições que promovam o es- porte de alto rendimento profissional. Nesse sentido, Galindo (2005, p. 61) reforça que na gestão esportiva “não existe mais espaço para a desinformação e amadorismo barato ou para uma abordagem de gestão baseada no ‘achismo’ desconsiderando a legalidade e os paradigmas existentes sobre o desenvolvimento adequado da prática esportiva”. Ain- da que a profissionalização da gestão esteja vinculada a investimentos financeiros para a contratação de profissionais, capacitação profissional e estratégias de ação, o cenário esportivo não comporta mais uma gestão precária e amadora. Com o avanço das ferramentas de fiscalização e também do acesso dos profis- sionais da área a ferramentas de administração, diante da evidente necessidade de qualificar o desempenho da gestão de suas instituições, assistimos o crescente avanço da profissionalização da gestão esportiva. Essa profissionalização acarreta mais go- vernabilidade para as instituições, segurança para os patrocinadores e oportunidades para os atletas e demais beneficiários. Esse processo de profissionalização solicita a capacitação de profissionais para aten- der as demandas da instituição, desde aqueles que realizam a gestão ou do suporte finan- ceiro que a instituição possui para realizar a contratação de profissionais que realizam o trabalho de assessoria e consultoria esportiva, tanto aqueles que promovem a capaci- tação das pessoas diretamente envolvidas na gestão da instituição esportiva. Em ambos os casos, o caminho de profissionalização é conduzido em grande proximidade ao setor empresarial e administrativo, no entanto, buscando associar as ferramentas do campo empresarial para o campo esportivo. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8653 40 Neste sentido, é importante partirmos do princípio de que todo processo de trabalho tem início a partir de um planejamento. No campo profissional, todas as nossas ações necessitam de um planejamento ou um simples desenho da ação. Por exemplo, quando pensei na disciplina de Gestão Esportiva, eu desenhei um roteiro de temas que devería- mos abordar e, a partir desse desenho, surgiram unidades e tópicos de assuntos. Para realizar a gestão de um negócio/ projeto, é necessário seguir essa mesma lógica de pensamento: [...] cabe à gestão da empresa definir seus objetivos e políticas, coordenar e direcionar esforços visando um melhor e mais claro controle do desempenho atingido. Pois planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações coordenadas, integradas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro (COLTRO; PAZZINI, 2016, p. 138). No campo esportivo, é muito comum utilizarmos o termo “projeto”, contudo, o projeto é tudo aquilo que apresenta início, desenvolvimento e conclusão. Logo, se o seu trabalho possui esse ciclo, podemos chamar de projeto, mas, caso ele seja uma ação permanente, não devemos chamar de projeto e sim de ação ou trabalho. Campestrini (2016) nos apresenta uma nomenclatura que acaba abrangendo tanto um projeto como
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