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Prévia do material em texto

Antonio Carlos 
Gonçalves Fernandes
Antonio Carlos 
Gonçalves Fernandes
1ª Edição
Mogi das Cruzes
Esquadro & Compasso
2014
A SIMBOLOGIA DAS VELAS 
Copyright Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
Todos os direitos reservados por
Oriom Editora
ISBN
978-85-88773-29-5 
Editor
Manoel de Barros Cavalcante Filho
Projeto gráfico e diagramação
João Paulo Andrade Dias
Revisão
Josias Andrade
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Fernandes, Antonio Carlos Gonçalves
 A Simbologia das Velas / Antonio Carlos Gonçalves 
Fernandes, 1ª.Ed.-- Mogi das Cruzes, SP : Oriom Editora, 2014. 
Bibliografia
 1.Maçonaria 2. História 3. Simbolismo 4. Ritual 
I. Título
10-05483 CDD-981.612
 
 Índices para catálogo sistemático:
1. Maçonaria
www.editoraesquadroecompasso.com.br
email:cavalcante.manoel@gmail.com
Tel: 11 4723.3401 – Cel: 11 99501.6061
 Há três coisas consideradas 
importantes na vida, segundo o 
poeta cubano, José Marti: ‘‘plantar 
uma árvore, ter um filho e escrever 
um livro.” Plantar uma árvore é a 
garantia que o nosso meio ambiente 
será preservado. Ter um filho é a 
esperança de que a humanidade 
continuará existindo. Escrever um 
livro é a transmissão dos nossos 
valores, cultura e educação para as 
gerações seguintes.
PREFÁCIO
 A citação utilizada pelo autor do livro A Simbologia das Velas: “A coisa 
de maior extensão no mundo é o universo; a mais rápida, é o pensamento; 
a mais sábia, é o tempo; a mais cara e agradável de realizar é a vontade de 
Deus”, de Tales de Mileto, assim como as que transcrevo a seguir: “O amor 
não pode entrar em extinção, visto ser processo criativo que equilibra todas 
as formas de vida” e “todo trabalho é o autorretrato de quem o realizou” 
, me transportaram para um passado não muito distante quando no meu 
livro Terceirização, Paradoxos e contradições afirmei: Todo trabalho após 
realizado, parece que foi fácil fazê-lo, porém só quem efetivamente o fez ou 
quem teve a ousadia de idealizá-lo sabe quão difícil foi concluí-lo. 
 De fato, Antonio Carlos é a expressão máxima dessa minha afirmativa, quando 
ousou escrever esta obra “A Simbologia das Velas” e todas as demais de sua autoria. 
Foi ousado na escolha dos temas abordados e na profundidade de conteúdos.
 Ele não deixa por menos e se não bastasse a profundidade dos assuntos 
desenvolvidos, como Doutor em economia e como Professor, faz questão da 
didática e impõe aos seus leitores o entendimento de suas ideias, dos relatos, 
das narrativas, das teorias, e dos pensamentos desenvolvidos por meio de 
notas explicativas maravilhosas. 
 Nesta obra, o leitor se depara com Alquimia, Hermetismo, Ocultismo, Magia, 
Esoterismo, Maçonaria, História das Religiões, Filosofia e acontecimentos dos 
tempos antigos, da idade média e até nossos dias. Conhece ainda Os filósofos 
Gregos, Anjos, Santos e Profetas cujos legados formam a cultura do mundo.
 Ao me debruçar na leitura da Simbologia das Velas, a emoção me dominou 
o tempo todo, porque me veio a lembrança do meu irmão, amigo e incentivador, 
o velho professor, filósofo, educador, escritor, poeta e maçom de quatro costado 
Raimundo Rodrigues e que junto com outras expressões da cultura maçônica, foi 
o fundador da Academia Brasileira Maçônica de Artes, Ciências e Letras. Hoje 
está no céu fazendo sarau com os anjos, declamando suas poesias e contando 
suas histórias. Ainda bem que Antonio Carlos Gonçalves Fernandes está por 
aqui e vai continuar, por muito tempo, segurando o bastão dos grandes escritores.
 Como Já disse, Antonio Carlos é doutor em economia e esta é a Ciência 
que estuda a produção, a distribuição e o consumo das riquezas e, talvez, por 
sua formação, economista, pesquisador, maçom e ocultista, além de outras, é 
que produziu uma obra para ser distribuída e consumida, como uma riqueza.
Valeu a pena a emoção, as lágrimas, as lembranças e o conhecimento que esta 
obra me proporcionou. 
 Obrigado Ir .: Antonio Carlos Gonçalves Fernandes.
FRANCISCO GOMES DA SILVA
Sereníssimo Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de 
São Paulo -(GLESP) - 2008-2013.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
...............................................................................................................11 
CAPÍTULO I 
– A vela na maçonaria .................................................................................... 17
CAPÍTULO II 
– A origem do fogo ......................................................................................... 23
CAPÍTULO III 
– A arte na confecção e manuseio das velas .................................................. 37
CAPÍTULO IV 
– A utilização das velas e suas diferentes interpretações ......................................47
CAPÍTULO V 
– O fogo, como elemento de purificação ............................................91
CAPÍTULO VI 
– Simbolismo da luz nas diferentes religiões e sociedades herméticas .............105
CAPÍTULO VII 
– Rituais com o fogo ..........................................................................223
CAPÍTULO VIII 
– Conclusões finais ............................................................................229
11
INTRODUÇÃO
 “A coisa de maior extensão no mundo é o Universo; a 
mais rápida, é o pensamento; a mais sábia, o tempo; e a mais 
cara e agradável a realizar, é a vontade de Deus”
Tales de Mileto
(Filósofo Grego)
 Muitas vezes, ao adentrarmos em uma reunião de cunho 
filosófico/esotérico, verificamos a magnificência e esplendor 
do interior de um templo.
 Como sempre, é o microcosmo refletindo o macrocosmo(01), 
com toda a sua sapiência, equilíbrio e harmonia do Universo, 
comunicando seus segredos veladamente, quer seja através dos 
seus símbolos e alegorias que indelevelmente estão retratados 
sutilmente no interior de cada detalhe de sua decoração, quer 
seja no plano físico ou astral(02), em que nos encontramos.
 Partindo desse enfoque, é que nos faz refletir e indagar, 
no âmago de cada um de nós, a sua profunda interpretação 
de cada detalhe, de cada símbolo e alegoria representada, que 
conscientemente ou inconscientemente trabalhamos.
 Se analisarmos que quando estamos no interior de um 
Templo, na verdade estamos buscando a harmonização do nosso 
Templo Interior, do nosso Sanctum Sanctorum, com a incessante 
12
A Simbologia das Velas 
necessidade de vencer, com sinceridade e humildade, paixões 
e emoções, num momento de recolhimento e reflexão no mais 
íntimo do nosso ser, em busca do nosso Mestre Interno, ou do 
nosso EU SOU!
 Enfim, tentamos buscar e encontrar a lâmpada mística da 
verdadeira LUZ para obtermos nosso crescimento interior.
 Na verdade, a Luz que eternamente buscamos, tem como 
objetivo a Vida e sua Evolução na construção do nosso Templo 
Sagrado; lapidando nossa pedra bruta na mais perfeita pedra 
polida, por intermédio da argamassa mística que no dia-a-dia 
tentamos vencê-la através dos nossos pensamentos e ações.
 Como já foi dito inúmeras vezes, a maior Universalidade, 
é a Universidade da vida, pois somente aquele que vive e/
ou sabe a oportunidade que estamos tendo, acaba adquirindo 
pelo conhecimento de suas experiências, a sabedoria que Ele 
nos proporciona.
 Porém, para refletirmos sobre o verdadeiro valor de nossas 
vidas, precisamos primeiro fazer um reflexão sobre a ela!
 A vida nos faz vários chamamentos para acordarmos 
espiritualmente e nos despertar de muitas maneiras; seja através 
da dor, da doença, da perda de um ente querido, e também da 
felicidade; até por meio de um livro, da poesia, ou ainda, por 
meio de nossa própria intuição.
13
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 O Grande Arquiteto do Universo, com a sua Suprema 
Sabedoria, sabe muito bem os meios de alcançarmos a 
finalidade da vida, ou seja, da nossa evolução!
 Os caminhos para o crescimento são diversos.
 Temos o livre-arbítrio de escolhermos as flores ou 
os espinhos durante a nossa caminhada, e estes nos darãoa 
experiência e sobriedade ou, talvez, dores e sofrimentos para 
seguirmos em frente com amor no coração, ou espinhos na carne.
 Talvez por tudo isso, nem todos tornam-se belos e aptos 
para caminhar sempre felizes.
 Pois todo ser vivo vive de acordo com a sua espécie.
 Assim, cada um de nós procura, como uma nota musical, 
parodiando nosso Mestre Pitágoras, sua tecla no Universo Infinito 
para compor sua harmonia na vida.
 Entretanto, o homem insiste em viver fora da sua espécie e 
a destrói.
 A vida, a natureza, o Céu, a Terra e o Cosmos, são 
círculos em eterna harmonia e unificação.
 Tudo pertence ao Todo, tudo pertence ao Homem, mas 
este não vê no Todo, partes dele.
A Criação de Adão de Michelangelo
 Ele mata o próprio semelhante, como se a vida fosse 
propriedade sua, e o que é pior, esquece que temos de estar 
atentos a cada ser vivo, pois cada um é uma peça básica na 
engrenagem do mundo, que Deus criou, e nós, infelizmente 
não vemos!
14
A Simbologia das Velas 
 O Amor não pode entrar em extinção, visto ser processo 
criativo que equilibra todas as formas de vida.
 Aqueles que não sabem amar, não contribuem para a 
evolução do Planeta, e não são dignos de serem chamados de 
filhos de Deus.
 Alguém já disse: “Todo trabalho é o autorretrato de 
alguém que o idealizou”.
 Baseado nisso, vamos idealizar todo o bem de que 
somos capazes.
 Aí talvez, a voz silenciosa D’ Ele possa ser ouvida na 
nossa oração, num pássaro, no homem, enfim, nessa poesia 
infinita à qual denominamos vida!
 Encontremos enfim, o caminho que nos reconduza à senda 
mística que buscamos, obtendo todas as formas de “religar-se” 
com o Plano Divino, mesmo que para isso utilizemos algumas 
bengalas (velas, incensos, mantras, oração ...) que sirvam de 
apoio para canalizar nossas atenções psíquicas/espirituais.
 Desse modo, investiguemos com maior profundidade, 
sobre os mistérios que envolvem uma das “bengalas” (Luz), 
emanada simbolicamente, através dos candelabros místicos 
que estão nos altares mais sagrados de cada Templo Místico e 
Esotérico que frequentamos.
 A essa “energia” que emana no interior dos nossos 
Templos, é que tentarei tratar aqui, convidando o querido 
leitor, a compartilhar da inteligência que Ele nos ofereceu; 
para refletir e indagar sobre o seu conteúdo místico, filosófico 
e esotérico, por onde se esconde a força do Grande Arquiteto 
do Universo.
15
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
Notas
 (01) - Macrocosmo/Microcosmo, termo muito 
empregado pelas escolas iniciáticas, desde a antiguidade.
Macrocosmo, segundo eles, representa o grande universo, ou 
ainda, o Sistemas Solar, o contrário de microcosmo (ou seja, o 
homem manifestado através de seu corpo físico).
 Macrocosmo-microcosmo significa, também, a relação 
entre o universo e o homem, considerado como medida de todas 
as coisas.
 O simbolismo do Homem Universal e as correspondências 
zodiacais, planetárias e dos elementos, constituem a base dessa 
relação.
 (02) – Corpo Astral, essência espiritual composta de 
matéria suficientemente fina para penetrar o corpo físico e, ao 
mesmo tempo, permanecer separada dele.
 O corpo astral contém as emoções, paixões e desejos. 
Essas qualidades podem sair do corpo físico e retornar, 
dependendo do lugar onde se encontra o corpo astral.
 Durante o estado de sono, por exemplo, o indivíduo 
pode receber impressões a grandes distâncias, por meio do seu 
corpo astral errante, quando alguém sonha com um amigo que 
o adverte de algum perigo iminente e, acordando, descobre 
que o perigo era real, e que aquele amigo realmente procurava 
alertá-lo sobre esse risco.
 O conceito de corpo astral é importantíssimo na magia e 
feitiçaria, pois aqueles que defendem a sua existência afirmam 
que ele pode separar-se do corpo físico por meio do fenômeno 
consciente da projeção astral, ou ainda no caso de traumatismo, 
provocado por acidente.
 Separado, o corpo astral pode viajar livremente (existem 
técnicas específicas para efetuar tal viagem) tanto através do 
mundo físico como no mundo astral.
16
A Simbologia das Velas 
 Segundo afirmam alguns ocultistas, o corpo astral 
abandona o cadáver de uma pessoa e passa a existir no chamado 
plano astral de existência.
Sua alma eventualmente desloca-se para planos ainda mais 
elevados, deixando o corpo astral (corpo de luz) no plano astral.
 Neste caso, o corpo astral, destituído de alma, seria um 
verdadeiro cadáver astral. Mas, segundo a teoria ocultista, o 
cadáver astral reteria sempre uma débil centelha de vida.
Ele conserva o desejo de viver, e pode ser novamente atraído 
para o mundo ordinário, onde pode prolongar indefinidamente 
a sua existência através da absorção da energia vital, emanada 
de criaturas vivas.
 Luz Astral significa no ocultismo, um oceano de inconsciência 
que interliga todas as coisas e todas as mentes, também conhecida 
por: Azoth, Magnésia ou Grande Agente Mágico.
 A luz astral, é feita de uma sutilíssima substância, que 
torna possível fenômenos, tais como a telepatia, a clarividência 
e profetismo.
 Ela existe muito além de nossos sentidos.
 É o meio plástico que o mago e iniciados, que pelo poder 
de sua vontade, a manipulam.
 Sua fluidez a torna tão suscetível a influências, que a luz 
astral pode transmitir as mais tênues ideias.
 Dirigindo o fluxo de sua vontade, no curso de rituais 
apropriados, o iniciado é capaz de provocar mudanças na 
luz astral.
17
CAPÍTULO I
A VELA NA MAÇONARIA
 Apesar de sabermos que na quase totalidade das Lojas 
Maçônicas, o uso de velas em suas sessões, é praticamente 
inexistente, dado a facilidade e praticidade em representá-
las através de lâmpadas incandescentes, inclusive muitas no 
formato de velas, existem algumas Lojas, que graças ao G.’. 
A.’. D.’. U.’., persistem em seguir as antigas tradições, face ao 
profundo significado místico e esotérico que representa a vela 
real (cera, pavio e chama natural), na prática litúrgica maçônica.
 Para aqueles que já participaram e trabalharam nas duas 
formas (velas naturais e velas artificiais) na liturgia maçônica, 
pode constatar a sutil diferença entre elas, pois a energia 
oriunda da chama de uma vela natural realmente se acentua de 
forma significante.
 Na Maçonaria as velas participam de um simbolismo 
muito profundo quando da invocação do G.’.A.’.D.’.U.’. no 
início das sessões ritualísticas. É importante o uso da força de 
vontade e o desejo na tela mental de se obter algo, quando se 
acende uma Vela.
 As velas naturais são usadas desde a mais remota 
antiguidade, desde o início dos tempos pelos pagãos e pelos 
povos primitivos, com a finalidade de iluminação ou para fins 
religiosos, místicos e iniciáticos.
 Os adeptos das mais variadas filosofias, sabedores de sua 
importância, utilizam as velas para realizar seus rituais, com 
fins esotéricos. 
 Visam através destas práticas liberar o seu subconsciente. 
 Quantos de nós já não ficamos contemplando uma 
fogueira acesa, imersos numa viagem pelo subconsciente, 
navegando em pensamentos vislumbrando as chamas que 
18
A Simbologia das Velas 
estalam oscilam e mudam de cor, parecendo que estão vivas e 
cintilam ao seu redor!
 Essa vivência diante do fogo e seu Ser Elemental 
(Salamandra), de forma quase que arquetípica, faz a bem da 
verdade, trazer do inconsciente coletivo, todas as manifestações 
de épocas e culturas antropológicas que estão arraigadas no 
nosso mais íntimo espaço-tempo, do nosso lugar sagrado, do 
nosso Sanctum Santorum.
 Dessa forma, o fogo passa a ter para nós, não apenas 
um valor utilitário em termos de energia para suprir nossas 
necessidades físicas e materiais. Sob o aspecto místico, o fogo 
também representa o processo de purgação, de purificação e 
regeneração, como a ave mitológica Fênix, que renasceu das 
próprias cinzas da antiga mitologia.
 A Voz de Deus, a Mente Cósmica, ou ainda, o Espírito 
Santo nos revela os grandes princípios importantes da era 
do conhecimento humano, que através do Fogo, reconduz 
e direciona o Homem para uma nova forma deexistência e 
conduta mais elevada espiritual!
 Todo esse trabalho para a construção do nosso Templo 
Interior, objetivo esse da Maçonaria Azul (simbólica), a partir do 
desbaste da Pedra Bruta, visa nada mais nada menos, que apenas 
aparar as imperfeições de nossa conduta, dos pensamentos, dos 
desejos, visando apenas à regeneração espiritual, moral, mental e 
física em cada participante da Arte Real.
 Por isso, para que possamos ser regenerados, devemos ser 
purificados da ganga bruta, da animalidade primitiva que pesa 
sobre nós, como verdadeiro “pecado original” mencionado na 
Bíblia Sagrada!
 Esse é o verdadeiro significado do Fogo para a purificação 
dos nossos sete corpos (físico, astral, mental...).
 Como nada acontece por acaso, é que a Maçonaria usa 
o fogo, concentrado na chama das velas, nos altares e em 
19
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
outros locais especiais, com “pompas e circunstâncias”, como 
importante instrumento nas suas cerimônias, principalmente 
quando nas suas provas de Iniciação, como principal objetivo, 
a purificação do candidato maçom.
 A luz simbolizada pela chama da vela também é 
significativa, para representar a sabedoria (compreensão 
esotérica) da iluminação pessoal. O conhecimento (semelhante 
à Luz) dissipa as trevas da ignorância e da indiferença. Como 
todo maçom, obreiros sociais, cabe-nos igualmente esse 
trabalho, olhar e relembrar sempre na mente consciente e 
inconsciente, que as velas acesas representam tal objetivo no 
nosso caminhar na senda da espiritualidade.
 A chama, que nada mais é que o eterno representar o 
fogo da energia divina que deve perpetuamente habitar em 
nossos corações, para que não sejamos frios no afeto, sem 
sentimentos, e destituídos de compaixão.
 A Luz não pode ser dissipada do Universo, pois ela 
é parte constituinte da matéria, pois a menor partícula de 
sua existência possui prótons e elétrons que orbitam em 
seu núcleo, com seu respectivo peso atômicos e massa, 
oscilando em sua órbita.
 Quando acendemos uma vela, misticamente, isso 
significa que certa intensidade de luz maior, que permeia 
todo o Universo, concentrou-se naquele objeto, em forma de 
chama, para um propósito específico, ou seja, nos ensinar algo, 
no caso da sessão ritualística.
 Terminada a cerimônia, ao apagarmos a vela, isso não 
significa que a Luz foi extinta, pois o mesmo se dá quando 
alguém morre. Sua alma não se extingue, mas é integrada ao 
cósmico de onde veio!
 A necessidade do silêncio em seus trabalhos exige 
muita concentração, imaginação e visualização, pois a 
vontade oriunda no Plano Mental requer que tais predicados 
20
A Simbologia das Velas 
sejam observados para a finalidade que se deseja obter. 
Normalmente costuma-se antes de suas sessões, queimar 
incenso para despertar a psiquê, como “bengala” ou apoio 
para os objetivos propostos.
 O uso das velas em Loja seria a continuação de um 
costume muito antigo religioso ou não. A tradição maçônica 
está ligada a todas as filosofias e a quase todas as religiões, 
em especial em muitos símbolos e alegorias desde os 
primórdios da Idade Média. Elas representam a Sabedoria, 
a Iluminação, o Conhecimento e a Realização Espiritual e 
ainda a Alma Imortal.
 O acendimento das velas obedece alguns princípios 
que seguem as antigas tradições. Sempre, o fogo sagrado 
deverá vir do Oriente, pois toda sabedoria vem do Oriente. 
As velas não podem ser acesas através de isqueiros, fósforos 
enxofrados, ou qualquer outro meio que produza fumaça ou 
cheiro desagradável. Igualmente, ao apagá-la, não poderá ser 
com o “hálito”, que é considerado impuro, ou com a mão. Esta 
tradição a Maçonaria foi buscar na antiga Pérsia (atual Irã), 
na qual o culto ao Fogo para eles era tão sagrado que jamais 
empregavam o “hálito”, ou sopro para apagar uma chama.
 Tal cerimônia nos lembra os três aspectos do 
G.’.A.’.D.’.U.’., os quais são simbolizados de seu estado 
incondicionado para o condicionado, na ordem de Sabedoria, 
Força e Beleza, durante a preparação da abertura da Loja para 
o início dos trabalhos da construção do Templo de Salomão da 
era moderna (seu “Templo Intrerior”).
 O ato de acender uma vela com intento religioso equivale 
a uma oração, e dependendo do fervor, crença e devoção 
daquele que o faz, sempre atrai do Alto um fluxo de energia. 
 Temos consciência que o G.’.A.’.D.’.U.’. emite continu-
amente sua energia, e nós, maçons conscientes dessa Egrégo-
ra energética proveniente D’Ele, compete-nos simplesmente, 
“abrir” esse canal. 
21
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Seu símbolo no mundo físico é o Sol, que incessantemente 
derrama luz e calor sem que ninguém lhe peça que brilhe. Partindo 
desse enfoque, e consciente de nossa responsabilidade, pois temos 
o “conhecimento” dessa Energia, nos transmutamos de simples 
expectadores, para participantes ativos de todo esse cerimonial, 
pois nos tornamos, portanto, canais para o Seu serviço.
 Para todo esse processo da transmutação alquímica de 
nossa argamassa mística, para a construção do nosso templo 
Interior, é importante a atitude mental de cada irmão, pois há 
de se pensar no Amor Divino com redobrada intensidade. 
 Ao Venerável Mestre, sabedor de sua importante missão, 
cabe dirigir tais trabalhos como o Maestro dirige a sua Orquestra, 
cabendo a cada oficial desempenhar satisfatoriamente as suas 
funções, para o feliz êxito do Plano em construção, dependendo 
obviamente, da concentração e altruísmo de cada Ir.’. presente, 
pois sem esses pré-requisitos, a Grande Obra em andamento 
(aperfeiçoamento do ser humano em se tornar o Homem 
Adâmico) não poderá ter vida e resplendor!
23
Capítulo II
A Origem do Fogo
“Disse Deus: Haja Luz, e houve luz. 
– E viu Deus que a luz era boa,
e fez separação entre a luz e as trevas.
– Chamou Deus à luz Dia,
e às trevas, Noite ...”
Gênesis 1§, 4,5
 Triste deveria ser em tempos 
remotos, a vida do homem sem o fogo! 
 Apavorado, fugia ele em busca 
de sua caverna, quando horrível 
tempestade se desencadeava, e o 
raio, por entre as nuvens, vinha 
abater as corpulentas árvores dos 
bosques onde ele vivia.
 Aquela tempestade, pensava ele, era a vingança de um 
deus poderoso!
 Raiou, porém, o dia em 
que Prometeu(01), segundo a 
mitologia, desceu dos céus, onde 
roubou o “Fogo Sagrado” para 
entregar e auxiliar a humanidade, 
ensinando como deveria acender 
o fogo, segundo o processo de 
atrito de dois pedaços de madeira, 
24
A Simbologia das Velas 
usado aliás, até hoje, por algumas tribos selvagens, como 
reminiscência daqueles remotíssimos tempos da vida humana.
 Relata-nos a própria história que 
da haste do nártex, ou pramantha, 
o qual, pelo atrito de um disco de 
vidoeiro, o arâni fazia chispar a 
chama, com que o pastor do platô 
asiático fazia o fogo de seu lar; desse 
modo saiu o mito do Pramantha, 
ou do “ser 
exterioramente agitante, que extrai 
o desconhecido do conhecido, o puro 
viciado, no luminoso das trevas”.
 Quando os homens, no primeiro 
esforço da razão, saindo da barbárie, 
começaram a pôr o disco do Sol em 
relação aos fenômenos da luz e do calor, que eles sentiam 
intimamente ligados à sua segurança e a seu bem-estar, 
encaravam o Astro-Rei como um protetor, um amigo, dotado 
de um poder sobre-humano e misterioso.
 Nada lhes garantia que esse benfeitor, ao desaparecer 
todas as tardes, ou ao se afastar em cada outono, não os 
abandonasse para sempre.
 Daí um misto de temores e de esperanças que deu lugar 
às práticas do culto solar; uns procuravam obrigar o astro, por 
processos mágicos, a conservar seu curso ordinário; outros 
pretendiam mantê-lo em seu lugar, voluntariamente, por meio 
de preces, sacrifícios e protestos de amizade; outros ainda, 
procuravam dominá-lo em sua luta contra os poderes hostis 
das trevas e das nuvens.
 Pouco a pouco, é que se compreendeu que o Sol, a Lua e 
25
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
todos os demais astros seguem no céu uma rota fixa; que eles 
devem obedecer a um impulso cuja 
força vem de fora deles,e assim, a veneração se transporta 
do Sol sobre o Senhor do Sol, ou, simplesmente de Deus.
 Ao mesmo tempo, esta regularidade dos movimentos 
celestes fez conceber a ideia de uma ordem cósmica, 
compreendendo todos os fenômenos cuja permanência 
ou periodicidade pareciam necessárias à vida regular da 
natureza. 
 Por exemplo, assimilou-se a esta ordem cósmica a 
ordem moral, conjunto dos atos que o homem deve cumprir 
para completar seu destino de ser sociável e progressista.
 A manutenção da ordem física e da ordem moral, 
foi considerada como sinônimo do Poder que preside a 
evolução do Universo.
 Continuando a investigar sobre a natureza desse 
Poder, acreditou-se encontrar na Luz que reúne o atributo 
comum de todos os corpos celestes o pano onde são tecidos 
todos os detalhes da natureza, a fonte última do movimento, 
da vida e do pensamento, na superfície da Terra.
 Enfim, atrás da luz visível, percebe-se a luz incriada, 
da qual a mais alta manifestação é o Sol, no nosso mundo 
espiritual.
 Assim assimiladas, a luz e a razão vieram simbolizar 
uma e outra, e ambas, o Ser Indefinido e Incognoscível de 
que provêm todas as coisas. 
 O Ser Supremo, proclama o livro sagrado dos magos, 
o Avesta, é semelhante, de corpo à Luz, e de espírito à 
Verdade.
26
A Simbologia das Velas 
 Assim com o passar do tempo, no lugar da fogueira, 
usou-se a gordura animal para produzir uma tocha que 
afastaria os demônios (trevas) da noite e assim, 
 
 A VELA FORA INVENTADA! 
Simbolicamente, a luz sempre representou o poder 
do bem para a humanidade.
Em contraste, a escuridão significava ignorância, 
estupidez, maldade e o apego no materialismo.
 De fato, acreditava-se que toda a pessoa 
continha, dentro de si, uma centelha de luz divina, 
que poderia, por meio de uma conduta correta 
na esfera moral, ser insuflada até tornar-se uma 
chama de grande espiritualidade.
 Desse modo, a alma imortal era associada à 
chama de uma vela, tremulando nas trevas de um 
mundo cercado pela obscuridade profana.
Uma brisa suave, no entanto, poderia abafar esta humilde 
luzinha, mas que na quietude e tranquilidade, essa chama se 
erguia desafiante e forte.
 Como na vida cotidiana, em meio às tribulações, 
tormentos e provações, o espírito humano desafiava o assalto 
dos poderes ameaçadores das trevas.
 De crenças sublimes como esta, surgiu a prática de 
acender velas como arte da magia(02) de tranquilizar o espírito-
mente, a passar pelas vicissitudes, provações e desafios 
constantes de nossa vida cotidiana.
 E esse efeito mágico, na realidade, simboliza que, quando 
uma vela é acesa, ela faz parte de um ritual onde deve existir 
uma forte concentração mental, pois haverá, nesse momento, 
um processo de intervenção especial atendendo a um desejo, 
27
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
uma promessa, uma oferta, ou invocação, com fins religiosos, 
ou ainda, com intuitos mágicos.
UMA ARTE MÁGICA SIMPLES 
 Acender velas é a mais simples das artes mágicas, por 
empregar pouco ritual, poucos artefatos cerimoniais, e um 
linguajar facilmente compreensível a todos.
 Na magia das velas, o praticante não precisa saber 
dominar línguas antigas como o hebraico ou o sânscrito ou, 
ainda, desenterrar mandrágoras sobre a Lua cheia. 
 Mesmo nos velhos tempos, quando a magia era quase 
exclusivamente província do velho erudito que sabia ler e 
escrever, a magia das velas continuava a arte oculta natural, 
praticada pela gente simples, enfim, comum.
 Acender velas, por razões mágicas, não é difícil, mas 
pode-se dizer, sem muito temor de contradição, que é tão 
poderoso em sua ação quanto as palavras de invocação, 
círculos triplos e pentagramas do mago que pratica as mais 
elevadas artes mágicas.
28
A Simbologia das Velas 
 Uma lição que sempre devemos ter em mente, é que 
o ocultismo, basicamente, é um assunto simples; tornado 
complicado muitas vezes, por pura ignorância e insensatez 
daqueles que o praticam!
A “INICIAÇÃO” DO FOGO, 
NA INFÂNCIA 
 A maioria de nós já fez um 
primeiro ritual com velas, nos 
primeiros anos de nossas vidas! 
Basta lembrarmos dos nossos 
aniversários!
 Soprávamos as velas colocadas 
no bolo, e nossos pais pediam para 
nós fazermos um pedido.
 Muitas vezes fazemos sem 
saber o porquê, mas, é claro, se o 
fizéssemos com mais consciência, 
o ritual do aniversariante teria mais 
efeito e poder.
 Um dos dias mais especiais é, sem sombra de dúvida, o 
dia do nosso aniversário, pois representa o dia em que a nossa 
alma se materializou no plano físico.
 Os mestres nos ensinam que é o dia em que a alma está 
mais perto da natureza; portanto mais perto de Deus, onde 
deveríamos dedicar esse “espaço de tempo” (e digo deveríamos 
pois normalmente não o fazemos), para encontrarmos com 
o nosso próprio Deus Interior, fazer uma retrospectiva dos 
melhores e piores acontecimentos dos últimos 365 dias 
passados, e reavaliar com reflexão, o que de bom poderemos 
29
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
fazer, nesse novo ano (de aniversário) que se inicia, frente a 
experiência que vivenciamos até então!
 É como que se pudéssemos comungar com Ele, para 
aproveitar a chance que temos na nossa missão terrena para 
tentar cumprir com galhardia, a missão de nossa alma aqui 
na Terra.
 O dia do nosso aniversário não é um dia qualquer que 
mereça passar despercebido; mais do que isso, é preciso estar 
em “sintonia” com a deidade-fonte; e isso vale tudo para estar 
em harmonia consigo mesmo, vale até o simbolismo do apagar 
as velas de seu aniversário!
 As velas representam, nesse momento, aquela alma que 
encarnou e o assoprar significa o cumprimento do dharma 
desta alma ou a realização de tudo aquilo que veio fazer nesta 
encarnação, ou seja, a nossa missão.
 Também pode representar a realização de seus sonhos e 
desejos; por isso, antes de assoprá-la, concentre-se em todo o 
seu ser nos ideais acima citados.
 Pois bem, este costume de infância baseia-se em dois 
princípios mágicos muito importantes: a concentração do 
pedido e o uso de um símbolo, para a focalização.
 Isso quer dizer que se você deseja que algo lhe aconteça 
precisa, primeiro, se concentrar (desejar, fazer o seu pedido), 
então, após essa concentração, associar esse desejo mágico, 
ao ato simbólico de soprar as velas (visualizar o desejo sendo 
realizado, através da sua “tela mental”).
 A força de sua vontade fará o 
sonho realizar-se! 
 Técnicas análogas são usadas na 
magia e no ritual das velas. 
 Diversamente de muitas formas 
30
A Simbologia das Velas 
da mais alta magia, não é preciso qualquer crença religiosa 
especial para efetuar o ritual das velas. 
Pode-se ser um cristão, budista, muçulmano, hindu, judeu, 
ou nenhum dos anteriores, porque para o ritual das velas, é 
necessário usar a força da própria vontade, o desejo e o 
poder da própria mente para obter os resultados esperados 
(visualização), ou aqueles que Deus assim achar que possa 
merecer!
 Mas de tudo o que foi comentado, não terá nenhum êxito, 
se não houver uma forte crença em um Ser Supremo, de uma 
Mente Cósmica, enfim, de um Grande Arquiteto do Universo!
Sem essa fé, nenhum enfoque do ocultismo e assuntos psíquicos 
poderá ser válido.
 Vale a pena ressaltar que isto não significa que não se 
possa categoricamente empregar ritual ou orações de qualquer 
religião na magia das velas.
 Como já foi dito anteriormente, a chave para o ritual é a 
concentração e, em última instância, é a mente do praticante, 
ou ainda, daqueles que participam desse cerimonial, que faz 
com que se realize todo o trabalho, de acordo com a finalidade 
escolhida (invocação, agradecimento ou, ainda, de meditação).
 Qualquer um que queime uma vela, por razões mágicas, 
procura liberar e usar a mente subconsciente.
 E uma das pedras fundamentais do ocultismo, é que 
a mente esteja dividida em três níveis distintos a saber: o 
consciente; o subconsciente e o supraconsciente(03). 
31
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Quando se pratica a magia, o principal objetivo do mago 
(iniciado),é desviar-se da mente consciente (pois ela 
está condicionada pelos padrões convencionais da personalidade), 
para poder penetrar o subconsciente, pois esta não reage às 
palavras tornando-se, assim, um poderoso agente que, quando 
libertado do cativeiro mental e controlado, poderá causar 
alterações nos padrões ambientais.
 É o nível do “sentimento” psíquico, e da própria 
telepatia(04), que uma vez liberado, acaba interagindo para as 
coisas que se deseja.
 Há, porém, alguns ocultistas que deixam totalmente o 
lado subconsciente, e procuram estabelecer contato com seu 
“EU SUPERIOR”, ou também chamado por alguns de “anjo 
da guarda”.
 O verdadeiro iniciado, que deseja sinceramente praticar 
o ritual das velas, pode ver concretizado os seus desejos e 
anseios, ao perceber a manifestação do progresso, rumo à 
perfeição da senda psicoespiritual.
 Convém ressaltar porém que a magia, como todos os 
instrumentos das forças ocultas, é uma espada de dois gumes, 
se usada para o fim errado os resultados poderão voltar-se para 
si mesmo.
 Como dizem os grandes ocultistas, seu efeito será 
multiplicado em relação ao ímpeto original.
Isto é reconhecido num antigo provérbio que diz que “as pragas 
voltam três vezes mais forte a quem as enviou”.
 As pessoas que brincam com o oculto ou mágico, 
costumam queimar os dedos antes de aprender a levar o 
assunto a sério; principalmente para aqueles que participam 
de cerimônias sem a devida preparação e/ou seriedade para os 
trabalhos realizados em um templo sagrado!
32
A Simbologia das Velas 
Notas
(01) - Prometeu – foi o herói de um dos mais importantes 
mitos de todos os tempos. Pro (antes) e Manthanéin (saber), 
ou seja, o poder de predizer, tal qual um oráculo.
 Segundo conta a lenda, Prometeu, o titã rebelde, era 
filho do titã Jápeto e de Clímene, de acordo com Hesíodo. 
Cronos, pai de Zeus, era irmão de Jápeto, sendo portanto, 
Zeus considerado como primo. Zeus, por ser primogênito, 
ficou com o comando do mundo celestial. Era o mais venerado 
e poderoso deus da Grécia. Prometeu resolveu presentear 
Zeus e os homens, que receberiam a metade de um boi, 
sendo que uma parte ele colocou apenas ossos sob a banha 
do animal, e na outra, as víceras, mais valiosas, cobertas 
pela pele. Zeus escolheu o monte de banha, e foi enganado. 
Com muita fúria, Zeus aceitou a opção, mas como castigo, 
tomou o fogo dos homens. O fogo simbolicamente representa 
a sabedoria, ou seja, o conhecimento. Isso fica claro quando 
se analisa um culto muito famoso naquela época. A deusa 
da sabedoria, da inteligência, do ofício e da guerra justa era 
Atena Nike, uma virgem cuja veneração perdurou por mais de 
500 anos. Prometeu, não se conformou com a perda do fogo, 
pela humanidade. Aproveitando um momento de distração 
dos deuses, roubou esse elemento e entregou novamente 
aos homens. A partir daí, a habilidade de construir casas de 
madeira e tijolos, e o domínio da escrita, da astronomia e 
da matemática passavam a ser acessíveis aos mortais, assim 
com a possibilidade de dominar os animais domésticos, de 
cultivar plantações e de criar objetos de arte. Em represália, 
Zeus armou uma terrível vingança. Mandou Hefesto, o 
habilidoso deus ferreiro, construir uma mulher maravilhosa, 
com todos os atributos que os deuses poderia oferecer. Foi 
33
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
chamada de Pandora, ou aquela que tem todos os atributos, 
Pan, significa “todos” e dora, significa “dons”. Afrodite, a 
presenteou com as armas da sedução. Hermes, com os poderes 
do convencimento. Atena, ensinou-a como tecelar, e muitos 
outros imortais colaboraram na finalização desse artefato 
fascinante. Depois, ela foi presenteada a Epitolomeu, que 
imediatamente ficou apaixonado, e propôs casamento à jovem. 
Uma pequena caixa foi presenteada por Zeus a Pandora em 
homenagem ao casamento.Era um baú. O irmão do noivo, 
Prometeu, com sua visão profética, veio desesperadamente 
avisá-lo para tomar cuidade e não se casar, pois tudo aquilo era 
objeto de vingança. Mas não adiantou. Na noite de núpcias, o 
presente de Zeus se abriu e tudo que estava dentro escapou. A 
chamada caixa de Pandora continha as mazelas, as desgraças, 
as aflições e todas as formas de maldade e azar que podem 
acometer a humanidade, agora tais entes estavam livres para 
atacar as almas das pessoas em geral. A vingança de Zeus 
havia triunfado. Pandora fechou rapidamente a caixa, mas não 
evitou que todas as perversidades saíssem. Este gesto impediu 
que um último elemento escapasse: a esperança. Em relação 
a Prometeu, Zeus foi mais impiedoso. Ordenou que Hefesto 
o acorrrentasse no monte Tártaro, perto dos portais de Hades. 
Ali, perante o céu infinito, ele sofreria o ataque diário de uma 
águia gigante, que vinha e devorava seu fígado. À noite, esse 
órgão se regenerava, para ser novamente destruído pela ave no 
dia seguinte. Isto deveria perdurar por toda a eternidade, mas 
depois de muito tempo Heracles, também conhecido como 
Hércules, matou a águia e libertou Prometeu de suas algemas. 
O significado esotérico desse mito helênico está relacionado 
com a incessante e perene angústia do homem em busca do 
conhecimento e da consciência superior ou divina.
 Prometeu roubara o Fogo Divino para que os homens 
pudessem atuar conscientemente, no caminho de sua evolução 
34
A Simbologia das Velas 
espiritual, transformando assim, um simples animal terrestre 
num deus potencial e livre.
(02) - Magia, seu termo deriva da raiz “magi” que 
simplesmente significa “sábios”, e se refere a uma casta de 
sacerdotes da Pérsia.
 Um mago é simplesmente um homem sábio, versado 
nas Artes Ocultas da Natureza, que não são conhecidas, ou 
reconhecidas pela maioria das pessoas.
 As culturas antigas não faziam distinção entre magia e 
outras formas de entender e dominar o universo; seja ciência, 
religião, filosofia, poesia, arte, etc...
 A alta magia, especialmente, era um mundo independente 
e se baseava na crença de que o homem é um microcosmo que 
reflete o macrocosmo.
 Dessa forma, todos os elementos do mundo, pedras, 
plantas, planetas, metais e estrelas, estão intimamente ligados 
aos medos, desejos, à saúde e ao físico humano.
 A distinção entre a magia branca e negra, não era muito 
conhecida no ocultismo primitivo, que tentava conhecer, 
sintetizar e mesmo controlar o universo.
 O cristianismo medieval, por seu lado, acreditava que a 
magia, por envolver espíritos desconhecidos, poderia desafiar 
Deus e tentar controlar o universo, sendo considerada sempre 
perigosa e má.
 A magia teve em sua base, o conhecimento astrológico 
e numerológico dos babilônios, as especulações filosóficas de 
Pitágoras e dos primeiros pensadores gregos e as tradições persas.
 Mais tarde, a isso, se juntou as tradições judaico-cristãs.
(03) - Mente Consciente, sob circunstâncias normais, está 
ativa nas horas de vigília e controla as funções do corpo e as 
ações do indivíduo.
35
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Durante o sono, a mente subconsciente assume o 
comando; com o relaxamento do corpo, a mente consciente 
se refresca.
 Este período de atividade mental, é usualmente 
caracterizado por sonhos, visões e, por vezes, pesadelos.
Tudo isso emerge no subterrâneo do subconsciente, onde 
se escondem todas as numerosas imagens atávicas de nossa 
natureza animal.
 Em todas as ocasiões, despertos ou adormecidos, 
o supraconsciente está ativo, mantendo os dois outros 
aspectos da mente integrados e sincronizados.
Muito embora tenhamos consciência dos aspectos 
conscientes e subconscientes, raramente a pessoa se 
encontra face a face com a mente supraconsciente, ou o 
aspecto superior da própria identidade.
(04) - Telepatia, é definida como sendo a transmissão de 
palavras, ideias ou mensagens, sem o intermédio de órgãos 
sensoriais.
Ela começou a ser estudada a partir de 1825, quando da 
realização das primeiras experiências magnéticas.
Esse termo, proveniente do grego, (TELE + PHATOS + 
IA), que em sua tradução literal significa “sofrer a distância”,pois antigamente costumava-se estudar apenas e tão somente 
fenômenos considerados tristes.
37
Capítulo III
 A Arte na Confecção e Manuseio das Velas
Manejar o silêncio, é mais difícil
 do que manejar as palavras.
George lemenceu
 Qual o tipo de velas mais indicado para utilizar nos 
rituais mágicos? 
 Segundo os místicos, o tamanho e o formato não são 
preponderantes, para o sucesso do ritual.
 A maioria dos praticantes tenta reduzir todas as suas 
velas a um só tamanho e forma, se possível, pois facilita a 
execução desse cerimonial.
 Na magia das velas, é importante ter em mente que 
as velas a serem utilizadas devem ser novas, não sendo 
aconselhável a utilização de outras velas que já tenham sido 
usadas em outros rituais.
38
A Simbologia das Velas 
 Há uma razão esotérica muito forte para esta insistência, 
pois as vibrações captadas nas outras reuniões, carregadas pela 
egrégora(01) de forma-pensamento, estão impregnadas nas 
velas que estarão sendo reutilizadas.
 Isto significa dizer que os objetivos da reunião a ser 
realizada, poderão ser atrapalhados e/ou misturados com as 
emanações vibratórias captadas na reunião anterior!
O RITUAL DA CONFECÇÃO E PREPARAÇÃO
 Alguns ocultistas fazem as suas próprias velas, e este 
exercício é muito útil, pois não só impregna a vela com suas 
vibrações pessoais, como também, o ato de confeccioná-las, 
faz com que a pessoa possa impregná-la com os seus próprios 
pensamentos vibratórios(02), para a finalidade que deseja 
praticar a magia.
 Nesse momento, é importante utilizar-se das forças 
psíquicas-espirituais do pensamento, para a confecção das velas.
 A liturgia católica prescreve que as velas devem ser 
feitas, ao menos, com mais da metade de cera de abelha.
 Na realidade, o ideal é confeccioná-la com 100% de 
cera pura.
 Como o preço dessa vela seria muito alto, a Igreja 
permitiu que se misturasse à cera, a estearina (éster esteriático 
da glicerina).
39
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 A matéria de que é feita a vela, deve ser tão pura e tão 
natural quanto possível, e só a cera de abelha corresponde a 
essas qualidades.
 Vale a pena ressaltar também, que o simbolismo da 
própria abelha (muito utilizado nos USA como referência 
maçônica), contribui com o seu sentido de Trabalho, Justiça, 
Atividade e Esperança.
 A confecção de velas não é tão difícil, pois muitas lojas do 
ramo vendem a cera e os moldes necessários a essa atividade.
 A cera quente (derrete a 82º C) é vertida num molde 
apropriado, no meio do qual se coloca o pavio, e então deixa-
se esfriar, para que ela se solidifique.
 Interessante notar, que para ter um efeito mágico/
esotérico/espiritual mais compensador, importante seria, 
ao inserir a cera derretida no molde, utilizar com técnicas 
respiratórias e a força do pensamento, bem como as palmas das 
mãos voltadas para o molde da vela (a energia concentrada), o 
desejo e o intuito (finalidade) do motivo da cerimônia que será 
utilizada a vela. 
 Perfumes ou corantes podem ser acrescentados à 
cera durante o processo de aquecimento, e, quando a mesma 
já estiver fria, o molde é removido, deixando uma vela 
completamente formada. 
 Esse processo acima mencionado, parece um pouco 
trabalhoso, mas o seu efeito mágico será recompensador. 
 Para que possamos participar do ritual, necessitamos 
estar em harmonia no plano físico/espiritual (exterior/interior) 
para obtermos a concentração necessária.
 Isso significa dizer que não só aquele que estiver 
acendendo a vela deve concentrar seu pensamento com 
vibrações de formas-pensamentos adequadas para o ato que 
irá realizar, como também todos os demais que irão participar 
do cerimonial.
40
A Simbologia das Velas 
 O incenso(09) também é indicado durante a queima das 
velas, pois ele possibilita criar uma atmosfera propícia, além 
de ser um agente estimulante dos nossos sentimentos mentais 
e psíquicos.
 Uma das etapas mais importantes da queima das velas, 
é a “oleada”.
 Essa prática, cultivada há séculos por muitos países 
da Europa, tem como finalidade criar um elo psíquico 
entre ela e o praticante da magia, através da importante 
experiência sensorial do tato.
 Só pelo tato que o bebê, em seu desenvolvimento, 
aprende logo a se relacionar e a “entender” o mundo.
 Oleando fisicamente a vela, você estará passando para 
ela, através de suas mãos, as suas próprias vibrações, ou a 
energia vital(03), e, portanto, tornando a vela uma extensão dos 
poderes da sua mente.
 O propósito de olear a vela é visto como um magneto 
psíquico entre ela e o iniciado sendo, um lado, o pólo norte e, 
o outro, o pólo sul.
 Ao untar a vela (correto seria derramar nas mãos, um 
pouco de azeite), o praticante deve esfregar o líquido a partir 
do topo, ou pólo norte, dirigindo-se para baixo.
Todo tempo o óleo deve ser esfregado para baixo, pois esse 
processo depois é revertido, ou seja, começando no pólo sul e 
dirigindo-se para cima (pólo norte).
Enquanto o mago estiver oleando a vela, deve focalizar a sua 
mente no propósito que tem em vista para o acendimento da 
vela mágica.
 A concentração é muito importante para que o 
resultado possa ser obtido e/ou esperado.
 Deve-se concentrar nas razões para olear a vela, 
tentando “visualizar” a concretização do “seu” desejo.
41
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Fazendo isso você estará, subconscientemente, 
projetando seus pensamentos pelo éter, construindo uma 
“imagem astral” do que quer, para que a sua mentalização se 
torne realidade.
A IMPORTÂNCIA NA PROJEÇÃO DA 
FORMA-PENSAMENTO
 A casa do sonho de qualquer arquiteto, o livro de sucesso 
de qualquer escritor, ou a obra-prima de qualquer pintor, foi 
primeiro concebida na imaginação, e na mente do artista.
 Assim, todo o ato cumprido, todo resultado perfeito do 
trabalho mágico, é primeiro praticado e depois finalizado na 
mente do mago.
 Os atos e/ou rituais que foram expostos, são destinados 
a agir como agentes solidificadores para concretizar uma 
forma de pensamento projetada e enviada pela mente de 
quem acende a vela.
 Em essência, o ritual age como o impulso que 
traz o pensamento, desde a imaginação completada, até a 
manifestação física no plano material.
 A rigor, segundo alguns ocultistas, a pessoa que encetar 
a prática das velas precisa privar o corpo do essencial à vida.
42
A Simbologia das Velas 
 Porém, pode-se descobrir que a abstinência de 
comida pesada e condimentada algumas horas antes de 
um ritual, pode ser benéfico para se atingir os resultados 
esperados, caso seja necessário trabalhar-se isoladamente 
para a realização de um pedido!
 Recomenda-se, também, a abstinência sexual 24 horas 
antes do ritual, pois ajuda a carregar as baterias psíquicas, que 
podem ser esgotadas pelo ato sexual.
 Usualmente, o mago deve tomar banho antes de 
começar, para lavar simbolicamente os pensamentos negativos, 
bem como a impureza de seu corpo. Em outro nível, está 
limpando a sua própria aura.
COMO ACENDER A CHAMA (FOGO)
 Recomenda-se não acender as velas com isqueiros, 
pois estes usam essências minerais malcheirosas e fuliginosas.
 
 A princípio, deve-se utilizar fósforos que não 
contenham enxofre; acender uma vela intermediária e, com a 
ajuda desta, transmitir o “fogo” para as demais velas que serão 
utilizadas no ritual.
 Tanto a chama como a vela, devem ser “puras” para a 
perfeita transmissão das vibrações e desejos “projetados pela 
tela mental“ durante o cerimonial.
43
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
COMO APAGAR A CHAMA (FOGO) 
 Recomenda-se apagar a vela sempre com o “apaga-
luzes” sem jamais soprá-la, para que não seja contaminado o 
“fogo sagrado” com o seu hálito impuro.
 Parece ser estranho essas prescrições, mas elas são 
largamente utilizadas desde a antiga tradição ligada ao culto 
do Fogo. 
 Os Persas (atual Irã) guardam o fogo com muito 
cuidado, pois segundo eles, não existe nada que represente tão 
bem a divindade quanto a beleza do “fogo”.
 É esse o motivo pelo qual eles nunca assopraram uma vela, 
nem uma lâmpada,e nunca tomaram a iniciativa de apagar o fogo 
com água, mesmo quando a casa corre o risco de ser consumida; 
ao contrário, eles procuram abafá-lo com terra.
 Um outro culto do fogo, de uma antiga civilização do 
extremo oriente, consiste em conservá-lo com uma matéria que 
não produza fumaça, nem mau cheiro, em não lançar ao fogo 
nada que seja sujo, nem qualquer espécie de imundície; em não 
deixá-lo se extinguir, em não acendê-lo com a boca, de medo de 
impedir com que o fogo sinta algo de mau que possa infectá-lo; de 
tal forma que se por acaso ele se apagar, será preciso ir buscá-lo 
num vizinho, ou reacendê-lo com uma ventarola. 
 Esse culto consiste ainda em não tocar num fogo que 
tenha sido alimentado e mantido com ossos, excrementos ou 
qualquer outra imundície.
44
A Simbologia das Velas 
Notas
(01) - Egrégora, são entidades (energias astrais) ocultas, 
resultado de uma forma-pensamento coletiva.
Essas emanações sempre trazem consequências positivas ou 
patológicas.
 Os pensamentos, os sentimentos e as ações liberam energias 
que, de forma consciente ou inconsciente, vão impregnando os 
diversos ambientes. Nesse processo, o halo energético que nos 
envolve modifica-se e adquire aspecto compatível. Dessa forma, 
podemos dizer que a nossa aura representa a nossa egrégora, ou 
seja, o que temos de mais íntimo.
 Quanto mais elementos energéticos forem liberados, 
mais consistentes serão as egrégoras, podendo essas ser 
classificadas em individuais ou coletivas.
 As egrégoras individuais, por exemplo, seriam 
constituídas por uma pessoa que mora sozinha.
 Já as egrégoras coletivas são mais consistentes, devido 
aos percentuais de energias liberadas. (Mais detalhes, ver livro 
Egrégoras, Influências Energéticas na Aura Humana, Roberto 
Epifânio da Silva – Ed. Universalista – 1995.)
 Segundo alguns ocultistas, as egrégoras são imagens 
formadas na tela mental (plano mental), geradas por uma 
coletividade agrupadas em um mesmo local, emitindo vibrações 
fortes e idênticas, ou seja, pensamentos da mesma natureza, um 
ser verdadeiro ganhará vida e ficará animado de uma força boa ou 
má (dependendo da forma-pensamento emitida).
 Segundo J. Boucher, a palavra egrégora vem do grego 
egrêgorein, significando velar, e designa no Livro de Enoch, 
os anjos que juraram velar sobre o Monte Hermon, por isso se 
traduz egrégoras por vigilantes, e diz:
45
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Chama-se egrégora uma entidade, um ser coletivo 
originado por uma Assembleia.
 Cada Loja possui a sua egrégora; cada Obediência 
tem a sua e a reunião de todas essas egrégoras forma a 
Grande Egrégora Maçônica, almejada e desejada por todos 
os Maçons.
(02) - Pensamento, todo o pensamento possui um campo 
energético, que faz com que a força vibratória se manifeste, 
quer ela seja voluntária ou não; interferindo no objetivo em 
que se está direcionando.
 Nesse momento, é bastante oportuno relembrar da Lei 
da Causa-Efeito, ou ainda, da Lei da Ação e Reação onde 
tudo o que semeares, será colhido no Amanhã.
A isso, os grandes ocultistas chamam-no de forma-pensamento, 
que possui uma definição bastante interessante.
 Segundo Madame Blavatsky (Doutrina Secreta) diz, 
resumidamente:
 1. São “imagens ou formas” geradas pela energia dos 
nossos pensamentos no “Plano Mental”, de forma individual 
ou ainda, coletiva que podem interferir no nosso “Plano 
Físico”, dependendo da intensidade e vontade (consciente/
inconsciente) daqueles que assim o fizerem.
 2. Essas formas-pensamento carregam, em si, 
sentimentos e pensamentos (pessoais ou coletivos) que podem 
atuar de maneira:
 3. BENÉFICA (Amor, Paz, Carinho, Fraternidade, 
Tranquilidade, Lealdade, Amizade,...).
MALÉFICA (ocasionada de forma não intencional pela 
própria humanidade {grandes catástrofes} e pelo próprio 
homem {ódio, ciúmes, raiva, ...}).
Mais detalhes, ver as belas obras (Doutrina Secreta – 
Blavatsky e O Lado Oculto das Coisas – C.W. Leadbeater).
46
A Simbologia das Velas 
(03) - Energia vital, ou mesmerismo, é um termo que foi 
descoberto por Franz Mesmer (daí o seu nome) em 1779, para 
a energia magnética que o ser humano possui, tendo estudado 
com especial atenção os surpreendentes efeitos que esse 
magnetismo se manifesta. 
 Esse princípio é exposto em De Planetarium Influxu:
 Corpos celestes e terrestres influenciam-se uns com os 
outros e essa mútua influência depende de um fluido contínuo, 
sutil e universal.
 Leis desconhecidas governam essas influências e 
efeitos alternativos são produzidos (fluxo e refluxo); o corpo 
humano tem essas propriedades magnéticas, e esse magnetismo 
é suscetível a várias influências.
 É interessante notar que, desde à época dos essênios, 
eles já conheciam os seus efeitos benéficos, através da 
imposição das mãos para diversas finalidades de cura.
 A Igreja também conhecia há muito tempo esse artifício, 
utilizando-a até os nossos dias, nas cerimônias litúrgicas 
(inclusive nos casamentos, onde os padrinhos abençoam os 
noivos durante o juramento, com a imposição das mãos).
47
Capítulo IV
A Utilização das Velas e suas Diferentes Interpretações
A coisa mais bonita que podemos
 experimentar, é o misterioso.
A. Einstein
 Este capítulo resume as principais utilizações, bem 
como as suas interpretações nas diferentes culturas e classes 
sociais do mundo ocidental e oriental.
VELAS, SUAS CORES E SIGILOS ASTROLÓGICOS
 Uma vez preparadas as velas, tanto no “plano físico” 
como no “plano mental”, precisamos estar cônscios do 
propósito que deveremos “trabalhar”.
 O ritual de velas pode ser executado por numerosos 
motivos, desde superar maus hábitos, limpar atmosferas 
perturbadas, proteção contra forças negativas, reconquistar 
a saúde perdida, bem como desenvolver poderes psíquicos.
 COR
 Um dos mais importantes requisitos 
ao acender uma vela, é a sua cor.
 A cor é um auxiliar poderoso, pois 
todas as cores estão associadas às emoções 
e desejos humanos.
 Utiliza-se para isolar e descrever certas 
reações psicológicas de felicidade, alegria e 
bom humor ou, ainda, miséria, ira e depressão.
48
A Simbologia das Velas 
 As cores são luzes vibrando com energias diferentes.
Por exemplo, o vermelho e o negro vibram mais devagar que 
o branco ou o azul, assim são registradas em nossos nervos 
ópticos como tons mais escuros, e por isso causam diferentes 
reações no observador.
 Testes realizados em hospitais, provam que os pacientes 
recuperam-se mais depressa em enfermarias pintadas de verde 
ou azul, do que em cores monótonas, como cinza e castanho.
 Ficamos mais alegres em dias ensolarados, quando a 
escala de tons predominantes é azul e verde, do que em dias 
nebulosos, quando se evidenciam o cinza, o preto e o marrom.
 Por causa dos diferentes efeitos da cor no psiquismo 
humano e no ambiente, é que velas de diferentes cores são 
usadas para variar os propósitos mágicos. 
 Para sua orientação segue, abaixo, a lista das principais 
cores do espectro e uma interpretação para elas:
Branco – A pureza, a espiritualidade, e as aquisições mais 
elevadas da vida, que podem ser atingidas pelo homem 
aperfeiçoado;
Vermelho – Saúde, energia, força, potência sexual e coragem;
Rosa – Amor, afeto, e todas as melhores virtudes românticas;
Amarelo – Intelecto, imaginação, poder mental, espiritualidade, 
sabedoria, verdade, criatividade artística, encanto e confiança;
Verde – Abundância, fertilidade, sorte e generosidade;
Azul – Inspiração, verdade, poder oculto e proteção mágica. É 
a cor da compreensão e da boa saúde;
Púrpura – Sucesso nas finanças e ações. Capacidade psíquica 
superior, força, idealismo e dignidade;
Dourado – Atrai influências superiores;
Prateado – Remove as forças negativas e abre as portas do 
plano astral.
49
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Como cada cor relaciona-se 
a uma “nota” psíquica, ela também 
relaciona-se aos signos do zodíaco, 
pois a astrologia pode ser um fator 
importante no ritual das velas, por suas 
associações aos anjos planetários.
 Convém notar que o poder 
mágicoterá uma melhor performance, 
se descobrir qual o signo da pessoa 
(caso o ato mágico seja para uma pessoa), bem como a vela da 
cor zodiacal para representar a pessoa beneficiada.
 Caso haja interesse sobre o assunto, recomendo a 
leitura do livro Cromoterapia Aplicada, de René Nunes, 
o qual explica com maior profundidade as suas relações e 
influências nos corpos físico, astral e mental.
ELEMENTOS BÁSICOS DA MAGIA DAS VELAS
 Neste trabalho podem ser identificados os seguintes 
elementos básicos:
 Primeiro, o uso de velas de diferentes cores para 
representar o assunto a ser solicitado, e as pessoas envolvidas.
 Segundo, o uso do dia associado ao assunto, e a 
invocação do anjo, ou divindade que governa esse pedido. 
Exemplo: Sexta-Feira = Anjo Anael.
 Terceiro, a oração pela intenção, a concentração e 
visualização bem como o ato simbólico de unir (pedido X 
queima da vela).
 Por fim, a execução da cerimônia com a Lua crescente, 
pois segundo alguns ocultistas, em todos os tipos de magia as 
fases da Lua são importantes pois quando ela está crescente, 
50
A Simbologia das Velas 
atraímos boas condições, quando está minguante, afastamos 
más influências.
 É verdade que a Lua apenas 
reflete os raios do Sol, mas o faz de 
maneira a causar certos graus de 
polarização mágica.
 O poder psíquico tem 
marés altas e baixas com a Lua, e 
uma pessoa conhecedora da magia, 
segue estas marés.
 VELAS PARA A DOENÇA E A MORTE
 Uma grande quantidade de tempo é passada pelos 
ocultistas a curar os doentes, pois é dever tácito do estudioso da 
ciência esotérica usar seu conhecimento em benefício do próximo.
 O ritual de velas normalmente faz o seu papel nessa 
atividade essencial, porque há o encantamento de cura que 
pode restaurar a saúde e o vigor dos fracos e doentes.
 Estes trabalhos normalmente podem ser feitos pelo 
iniciado para dar conforto a outrem, ou para restaurar sua 
própria saúde, num momento de necessidade.
 As questões de saúde são tra-
tadas pelo Arcanjo Rafael, mensagei-
ro dos deuses, conhecido pelos gregos 
antigos como Hermes; pelos romanos 
como Mercúrio; pelos egípcios como 
Tehuti (Thoth) ou, ainda, pelos celtas, 
como Merlim. 
 É tido como inventor da escrita, 
por alguns ocultistas, da astronomia, e 
das figuras do Tarô.
51
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Numa visão astral, veste-se como um peregrino, com 
uma túnica amarela e um chapéu de abas largas, sandálias 
aladas, e um bordão com duas serpentes enroladas, símbolo 
arcaico da medicina. 
 Como já vimos na nossa lista de cores, o vermelho se 
associa à boa saúde.
 É a cor do fogo, que representa a força da vida, e quando 
as pessoas estão saudáveis, é considerada sinal de vigor.
 Assim para a cura, acendem-se velas vermelhas, mas 
como a saúde também vem sob Rafael, podem ser combinadas 
com velas amarelas.
GUIAS DE CORES PARA CURA
 Ao curar, certas cores são tradicionalmente associadas 
a diversas doenças, e às suas respectivas curas.
 Conforme alguns ocultistas, pode-se associar velas de 
diferentes cores, para diferentes doenças.
 Segue abaixo, uma escala espectral, bem como as suas 
qualidades curativas:
Vermelho – Debilidade física, problemas sanguíneos, 
resfriados e deficiências vitamínicas;
Laranja – Asma, febres, bronquites, tosse, deficiências 
digestivas e artrite;
Amarelo – Problemas estomacais, doenças de pele e 
doenças nervosas;
Verde – Problemas cardíacos, alta pressão arterial, úlceras 
e cânceres;
Azul – Todas as afecções de garganta, dor de dente, dor de 
cabeça, enxaquecas e insônia;
Branco – Usado na cura de qualquer doença grave.
52
A Simbologia das Velas 
 ESPÍRITOS PRESOS À TERRA
 Nas cerimônias de exorcismo, 
queimam-se velas brancas.
 Se o ocultista sabe, através 
dos resultados de sua observação 
psíquica, que um determinado espírito 
humano preso à Terra, é o responsável 
pelas assombrações, ele pode rezar 
para o anjo Azrael encaminhar a alma 
errante e guiá-la ao outro mundo. 
 Esta é uma das tarefas deste 
anjo, que no antigo Egito era conhecido como Anúbis o deus-
chacal e “Abridor dos Caminhos” para os mortos.
 CERIMÔNIAS FÚNEBRES
 Para ajudar a passar o espírito moribundo para o outro lado 
da vida, o mago faz um ritual (assim como a missa de réquiem), 
facilitando a transição da existência física à espiritual.
 Devem ser queimadas velas brancas ou prateadas, e pode-
se recorrer a velas longas, como as usadas nos altares das igrejas.
 Dá-se preferência a velas de cera pura de abelha, onde 
podem ser compradas em casas de artigos religiosos.
 Conforme nos instruem os magos, antes de acender as 
velas pense no falecido, tal como o viu pela última vez, em 
momentos de felicidade e de alegria.
 Acenda as velas e faça uma oração, ficando sentado 
esperando que a vela se acabe, pois o Ser Elemental do 
Fogo (Salamandra) magnetiza o ambiente com as formas-
pensamento produzida pelo magista.
53
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 VELAS PARA PROTEÇÃO
 Um assunto popular para os estudiosos no ocultismo, 
é o estado psíquico, bem como a “defesa pessoal psíquica”, 
termo esse escrito por Dion Fortune, em 1935, o qual fala 
sobre os males causados pelo abuso do poder da magia.
 Como sabemos, as velas têm uma grande vantagem 
sobre as forças negativas: são um símbolo da luz (física e 
metafórica), ou seja, luz do conhecimento, que é a maior arma 
do mago em sua luta contra os poderes adversos.
 Nos antigos Mistérios, o pedido do neófito ao iniciador 
era: “Das trevas guia-me à luz; do irreal guia-me ao real”.
 O mago faz a melhor proteção possível, cercando-se 
de um círculo de velas acesas, pois sabedor que os atentados 
mágicos vêm em ondas (e não de maneira continuada), 
dificulta o atacante que não tem tempo e nem energia para 
um assalto prolongado.
 Esse recurso uti-
lizado pelos magos, é 
um poderoso dispositi-
vo, pois no simbolismo 
esotérico o círculo repre-
senta a eternidade, que 
não tem começo nem fim 
não podendo ser rompi-
do nem destruído.
 Desse modo, o mago estará rodeado de um símbolo 
composto pela força mais importante que a humanidade co-
nhece: o Fogo.
 Dentro do tal círculo nada deve temer, pois a luz 
afasta as sombras, desvelando a verdadeira face do medo.
54
A Simbologia das Velas 
 ARCANJO PROTETORES
 No mundo esotérico, quando se trabalha com fogo, o 
círculo mágico das velas deve-se acender uma outra vela perto 
de você, imaginando nos quatro pontos cardeais do círculo, 
quatro figuras angelicais.
 São os arcanjos protetores (Miguel, Rafael, Gabriel e 
Auriel)(01).
 Deve-se imaginá-los com os rostos para fora, as mãos 
descansando à frente do corpo, sobre a empunhadura de 
espadas longas.
 Miguel é o guardião das portas do mundo inferior, na 
antiga mitologia, e é a ele que se deve dirigir as orações por 
ajuda e proteção.
 Após a realização de uma oração, realiza-se o sinal da 
cruz imaginando a mais pura luz dourada.
 O sinal da cruz é utilizado pelos 
magos para fechar o corpo e a aura, 
para evitar que vibrações negativas 
possam penetrar em seu corpo.
 Normalmente, utilizam-se velas 
na cor azul, prateada ou dourada, 
para atrair as boas influências e afastar 
as forças negativas.
 Um outro aviso importante 
que os magos recomendam, é que não 
basta apenas pensar que o cerimonial 
de preparar as velas, oleá-las e acendê-las seja suficiente, 
deixando para um segundo plano, as orações.
 Elas são igualmente importantes, pois a mímica 
simbólica está funcionando nos níveis astrais, planos estes por 
onde se dá a eficácia da magia.
55
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 A magia pode ser feita e realizada no plano físico, 
mas a principal operação se dá no plano astral.
 Vale a pena ressaltar que as velas são agentes 
focalizadores da mente, e auxiliares da concentração.
 Descuidar-se do papel especial das velas durante os 
trabalhos mágicos, é privá-las da força que poderá ajudá-lo em 
seus desejos.
 O ritual das velas é umaarte antiga que perdurou ao 
longo de muitas eras, é por isso que funciona, pois senão teria 
se perdido na poeira do tempo.
 ABRINDO A PSIQUÊ
 Após a aplicabilidade das velas em várias funções, 
vamos analisar a prática e percepção extra-sensorial e a 
mediunidade.
 Há muito que se faz a falsa suposição de que uns poucos 
“escolhidos” têm poderes psíquicos, e que são concedidos a 
esta elite por cortesia especial de Deus.
 Tal como em muitas crenças populares, no oculto, ela 
é totalmente incorreta, pois todos nós contemos os mesmos 
potenciais psíquicos de mediunidade.
 Os poderes psíquicos são nossa herança comum em 
todos os seres humanos.
 Se analisarmos até mesmo os psicólogos, estão 
começando, apesar de relutantes, a admitir que a humanidade 
só usa um terço de sua capacidade mental total, sendo que 
a exploração do restante (dois terços) é que os ocultistas se 
utilizam à busca da verdade.
 Eles acreditam que em uma época anterior da evolu-
ção humana, os poderes psíquicos funcionavam plenamente, 
mas ao longo de milhares de anos, estas capacidades espe-
ciais involuíram.
56
A Simbologia das Velas 
 Hoje, permanecem ocultas naqueles dois terços que 
ignoramos e, por causa da falta de uso, é difícil despertar 
esses poderes.
 Em alguns casos, existem pessoas que já nascem com 
seus dons ativados.
 Alguns retêm a percepção extra-sensorial durante a 
infância e a perdem com a maturidade, mas outros a conservam 
por toda a vida. Outros, possuem um potencial psíquico bem 
próximo à superfície, e com um pouco de treinamento, logo 
vem à tona.
 Todos nós temos lampejos da supraconsciência ao longo 
de nossas vidas normalmente em períodos de tensão, perigo ou 
outros motivos emocionais, mas infelizmente essas energias não 
são treinadas (não a controlamos), e elas vão e vêm.
 Somente com o treinamento constante, vigilante e 
atento é que nos possibilitará obter um alicerce moral e 
ético, para usarmos como medida quando nos defrontarmos 
com o dilema do que, e quando usar em benefício alheio.
 Com a magia das velas, a principal aplicação daquele 
que a praticar, é a meditação, ou seja, (medita + ação), 
entenda-se por “pensamento planejado”, ou contemplação.
 A técnica para ficar 
no estado de contemplação, 
consiste na escolha de um 
certo tema, símbolo abstrato 
ou ideia, visualizando-o men-
talmente, e tentando desco-
brir unicamente pela arte de 
pensar tudo sobre ele, obser-
vando-o sob todos os seus ân-
gulos, obtendo a sua compre-
ensão total. 
57
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 Essa técnica também é conhecida como ABSTRAÇÃO, 
ou seja, sinta seu corpo flutuar, e “veja” o tema por você 
selecionado em um círculo mágico, sendo realizado, sendo 
concretizado. Pronto; está feita contemplação.
 Alguns livros comentam que a meditação e/ou 
contemplação, consiste em sentar-se quieto, esvaziar a mente, 
e não pensar em nada, em especial (esse é um dos conceitos de 
J. Krishinamurti, o qual possui inúmeros livros que explica 
detalhadamente, tais técnicas aqui mencionadas) no estado 
contemplativo.
 Isso é uma outra corrente no qual também está correta, 
mas na meditação, o que se quer dizer é que as ideias e a 
inspiração vêm em nossas mentes mais facilmente quando nós 
estamos ativos, aí nesse momento, nós estamos fazendo uma 
meditação ativa.
 CLARIVIDÊNCIA E MAGIA DAS VELAS.
 Os ocultistas dizem que o desenvolvimento da 
clarividência, por meio das velas, deve ser efetuado em uma 
noite de Lua crescente.
 Diz-se que as marés afetam a intensidade da 
clarividência criando, desse modo, efeitos psíquicos mais 
poderosos quando praticada por um mago.
 Normalmente, recorre-se à seguinte técnica:
Utiliza-se nove velas acesas, que deverão estar queimando 
numa mesa à sua frente.
 Atrás delas, coloca-se um espelho para refletir a sua luz.
 Sente-se olhando para a chama, inspirando em três 
tempos, e expirando em cinco tempos.
 Acalme a sua mente, esquecendo de todo o tipo de 
preocupações, pensando apenas no que está fazendo nesse momento.
58
A Simbologia das Velas 
 Pegue a vela à sua frente e a mova por um lado, e passe 
a fitar o espelho.
 Depois de alguns momentos, o espelho pode embaçar-
se, ou luzes coloridas poderão ser vistas a flutuar nele.
 Em alguns casos, clarões fortes ou formas 
turbilhonantes, poderão aparecer numa espécie de fogo.
 Tudo isso é sinal que a sua clarividência está aparecendo 
gradualmente.
 Símbolos então passarão a ser vistos no espelho: 
rostos humanos e não-humanos; lugares e paisagens iluminadas 
por cores astrais; cordilheiras exóticas iluminadas por céus de 
cores estranhas, e outras paisagens e símbolos estranhos.
 O plano astral desdobrará seus segredos para 
o praticante.
 Recomenda-se nunca ficar olhando por muito tempo, 
devendo-se lutar contra o desejo de “perder-se” no mundo 
astral que vê.
 Lewis Carroll quando escre-
veu Alice no País das Maravilhas 
conhecia esse segredo, pois sabia do 
Fio de Ariadne(02) oculto para mui-
tos, mas conhecido por poucos!
 Muitos ocultistas investi-
gam o astral, e descobrem mais 
interessantes que o plano da Ter-
ra, tornando-se “prisioneiros” 
do mundo das “fadas”, e chegan-
do à loucura.
 As cores das velas recomendadas são as de cor púrpura, 
pois atraem influências psíquicas.
 O espelho uma vez utilizado com frequência, o vidente 
será capaz de discernir agouros futuros pelos símbolos e 
imagens que nele aparecerão.
59
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 ORIENTAÇÃO ANGELICAL
 Se analisarmos a Bíblia, 
encontraremos muitas referências 
a respeito de anjos que apareceram 
à humanidade e a guiou com sabe-
doria e conhecimento.
 Dentre eles, o mais co-
nhecido é o Arcanjo Gabriel que 
anunciou a Maria que conceberia 
um menino que viria a ser conhe-
cido como “Jesus”.
 Em outros casos, é a 
história dos “filhos de Deus” que casaram com as “filhas dos 
homens”, e são mencionados no livro de Gêneses, capítulo VI, 
versículos de 1 a 4.
 Outras referências são feitas no Livro de Enoch, 
apócrifo, onde são descritos como “anjos caídos”, que 
ensinaram às mulheres as artes da magia, civilização e ciências.
 Acredita-se que dentre os dons concedidos à 
humanidade por tais anjos caídos estava o fogo, sendo que a 
magia das velas é a utilização mágica do fogo. 
 Na tradição hebraica, a arte mágica das velas é colocada 
sob o domínio de um anjo cujo nome é “Portador da Luz”, 
mas com os atributos do Arcanjo Miguel.
 Segundo alguns, os anjos são compostos de energia 
pura, muito embora escritores e sensitivos representam-nos 
sob forma humana, essa é apenas a forma que adotam ao tratar 
com a humanidade.
 Os anjos foram os criados em primeiro lugar pelo 
Senhos dos Mundos e Criador do Universo, e devem-Lhe uma 
pesada responsabilidade, enquanto Instrutores.
 Os estudiosos em angeologia, afirmam que há anjos 
60
A Simbologia das Velas 
menores, onde na magia das velas se direciona com os arcanjos 
que governam os planetas do sistema solar: Mercúrio, Vênus, 
Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão, onde 
para propósitos ocultos, as duas “luminárias” Sol e a Lua, são 
consideradas “planetas”, muito embora sejam consideradas 
estrela e satélite, respectivamente.
 FRAGMENTO SOBREVIVENTE
 Estes anjos têm analogias e correspondências com 
os deuses das antigas religiões “pagãs” e, examinando essas 
relações, logo percebemos que não estamos tratando de 
várias religiões, mas com os símbolos de uma só, tão velha 
como a humanidade.
 Esta religião foi dada à humanidade por “deuses” e 
“anjos” há milhares (ou mesmo milhões) de anos, e a ciência 
que é velada sob o nome de “ocultismo” é o que sobreviveu 
daquele ensinamento universal de origem divina.
 A arte e o ritual das velas, é uma pequena parte da 
antiga religião.
 De fato, toda a religião particular da humanidade, é 
meramente vinho velho em odres novos, e é a vinha mística 
que criou o vinho a que a humanidade agora deve retornar.MAGIA NEGRA
 Não podemos ignorar 
os aspectos tenebrosos da 
magia das velas, e os místicos 
fazem a distinção entre “magia 
branca”, altruísta, e a “magia 
negra”(03) egoísta. 
61
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
 A energia espiritual mobilizada pela magia é uma força 
neutra, que pode ser usada para construir ou destruir.
 A responsabilidade final pelo uso da energia, dependerá 
dos motivos morais do mago.
 Quanto às velas negras, juntamente com as vermelhas, 
podem ser usadas em rituais de magia negra, mas tudo vai 
depender do contexto, do ritual, das orações e intenção das cores.
 As velas negras podem também ser usadas em rituais 
fúnebres e junto com as azuis, tendo a conotação cabalística 
de espiritualidade.
 A NOVENA MÍSTICA
 Dizem que a arte imita a vida, o que limita em muito a 
expressão artística; fazendo tal analogia, poderíamos também 
dizer que a religião imita a magia.
 De fato, a magia é a mais velha das duas, e na 
antiguidade, os principais praticantes da religião eram 
reconhecidos como sendo não meramente os celebrantes do 
dogma, mas verdadeiros “magos-sacerdotes”.
 Portanto, nós não devemos nos surpreender que um 
dos mais poderosos rituais mágicos disponíveis para a magia 
das velas é também uma devoção da igreja católica.
 Ela é chamada de “novena”, que o dicionário descreve 
como “orações ou cerimônias 
especiais oficializadas por nove 
dias seguidos”.
 Sendo uma cerimônia com-
partilhada por magos em geral, uti-
lizando como figura ao lado (Selo 
de Salomão) e pelos católicos, é um 
exemplo da unidade em meio à di-
versidade, característica do espírito.
62
A Simbologia das Velas 
 A chave do sucesso no trabalho mágico, é o esforço 
concentrado e acumulado das energias envolvidas com ou 
sem as velas ou, ainda, outros instrumentos simbólicos.
 A novena ilustra isso, pois nos mostra a necessidade 
do magista projetar no período da concentração, suas orações, 
ou ordens mágicas, de maneira que forças superiores sejam 
sintonizadas por esta constante repetição de um desejo.
 Sessões de oração, mantras(04), vigílias e pedidos são 
características regulares das religiões tradicionais.
 Nas igrejas, as velas são acesas para os santos, e 
o fiel ajoelha-se durante horas, para que suas devoções 
sejam recompensadas.
 No Oriente, nos templos bu-
distas era usado um instrumento 
religioso de desenho peculiar, para 
fazer os pedidos.
 Era conhecido como “roda de 
orações”, ou “moinho de orações”, e 
consistia de um tambor oco que girava 
em torno de um eixo de madeira. 
 Ligada ao tambor, uma bola de 
madeira na ponta de uma corrente, e uma vez colocada em 
movimento rotativo, a bola mantém o tambor girando com 
um pequeno impulso da mão.
 Dentro do tambor, um pedaço de pergaminho dobrado, 
com centenas de orações.
 Armado com essa engenhosa “máquina automática de 
orações”, o lama tibetano podia fazer a sua oração ao infinito 
com pouco esforço, físico ou mental.
 Já no Ocidente, vemos que os magos, além dos santos, 
recorrem à hierarquia angelical cabalística e ao panteão pagão.
São todos símbolos de uma mesma realidade espiritual, vestida 
63
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
de formas diferentes.
 Na realidade, santos são homens divinizados, mas os 
anjos ou deuses nunca foram humanos, nem nunca o serão.
 No catolicismo, segundo os magos apregoam, os 
católicos geralmente dirigem-se aos santos, deixando de fora os 
anjos, fazem uma omissão que enfraquece o poder tradicional 
da novena.
 Segundo os místicos, a cada hora do dia e da noite, 
estamos sob o domínio de um anjo, o que significa que um 
determinado anjo governa as atividades de cada hora, sendo 
então sua força mais forte, bem como a influência astral de 
seu planeta.
 Muitos podem se perguntar que isso não faz muito 
sentido, do ponto de vista racionalista, nem do cientificista, 
mas tudo o que é da magia ou do ocultismo, lida com as leis 
naturais além do espectro da ciência de uma natureza que a 
física ainda está por descobrir.
GOVERNOS DAS HORAS
 Se passarmos por cima das crenças individuais, e 
aceitarmos o conceito dos anjos das horas que os místicos/
esotéricos apregoam, teremos então os seguintes governos 
individuais dos diferentes membros da hierarquia angelical, 
conforme descrição abaixo:
00:00---01:00 h ...Saquiel 12:00---13:00 h ...Miguel
01:00---02:00 h ...Anael 13:00---14:00 h ...Gabriel
02:00---03:00 h ...Auriel 14:00---15:00 h ...Samael
03:00---04:00 h ...Cassiel 15:00---16:00 h ...Rafael
04:00---05:00 h ...Miguel 16:00---17:00 h ...Saquiel
64
A Simbologia das Velas 
05:00---06:00 h ...Gabriel 17:00---18:00 h ...Anael
06:00---07:00 h ...Samael 18:00---19:00 h ...Auriel
07:00---08:00 h ...Rafael 19:00---20:00 h ...Cassiel
08:00---09:00 h ...Saquiel 20:00---21:00 h ...Miguel
09:00---10:00 h ...Anael 21:00---22:00 h ...Gabriel
10:00---11:00 h ...Auriel 22:00---23:00 h ...Samael
11:00---12:00 h ...Cassiel 23:00---24:00 h ...Rafael
 Os místicos dizem que 
rezar a novena pela primeira vez, 
é como estar na “roda de orações”, 
ou ainda, como “A Roda “, ou 
seja, a décima carta do Tarô, 
que transporta o veículo de seus 
desejos. 
 É a Roda do Carro (a sétima 
carta do Tarô) que, segundo os que 
possuem o conhecimento do jogo, 
significa a representação da vontade 
como o carro-chefe, usado pela mente para atingir seus objetivos. 
 Cada dia é o primeiro dia que 
lhe resta da vida, mas o dia que se 
acende a primeira vela da novena, é 
muito especial, pois estará colocando 
em movimento a barca que trará de 
volta seus desejos e, ao rezar a nove-
na, não estará invocando apenas um 
anjo, como nos outros encantamentos 
de velas, mas poderá invocar vários 
dos principais anjos.
 Segundo esses místicos, é a sua 
força combinada que desencadeia os 
poderes menores que lhe serão envia-
dos na forma de acontecimentos, que 
65
Antonio Carlos Gonçalves Fernandes
lhe facilitarão o caminho para o sucesso do pedido.
 É recomendado que para o início de uma novena, seja 
utilizado um bom estoque de velas as quais deverão estar 
sempre acesas ao longo de todo o ritual. 
 Velas de sete dias, ou de tamanho grande podem ser 
usadas, bem como lamparinas de óleo; seus recipientes podem 
ser de vidro espesso, nas diferentes cores que representem os 
planetas governados pelos anjos. 
 ANJO GOVERNANTE
 Os místicos definem o anjo governante como sendo o 
anjo que governa o signo zodiacal, sob o qual a pessoa que 
participará do cerimonial nasceu.
 Geralmente, após a descoberta do anjo, se realiza uma 
novena no dia desse anjo, ou na sua hora.
 A novena deverá terminar em seu dia ou sua hora, no 
último minuto.
 Convém ressaltar que a cada novena, deve pedir-se 
uma só coisa, pois esta cerimônia não se destina a tratar de 
uma multidão de coisas, nem de coisas insignificantes.
 Tem que se estar consciente que os resultados não são 
de imediatos, pois como em toda a magia, leva-se tempo para 
que as forças se sintonizem e as marés fluam e refluam para 
produzir seus resultados.
 Recomenda-se que, durante o ritual, as velas devam 
ficar queimando o tempo todo; o número de velas, nesse caso, 
não é muito importante.
 Uma vez acesas, as velas devem ser regularmente 
cuidadas, e se não dispuser de velas de grande tamanho que 
durem todos os nove dias, pode-se usar velas pequenas, em 
rotação, acendendo um conjunto de velas nas anteriores, mas 
nunca deixando que nenhuma se apague.
66
A Simbologia das Velas 
 É fato bem conhecido que as chamas das velas emitem 
uma sutil energia elétrica, e é este campo de força, ou também 
conhecido como shekinah, que o adepto está tentando canalizar.
A HIERARQUIA ANGELICAL
 Como já foi visto, cada aspecto da vida humana é do-
minado por um diferente anjo planetário, ou Elohim.
 Com base nesses fatos, segue abaixo os anjos e os 
planetas correspondentes que governam, bem como as suas 
esferas de influências.
MIGUEL – Arcanjo do Sol. Governa todas as questões de 
ambição, carreira e finanças pessoais.

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