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Relatorio 2 Unid 1 3 Periodo

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18
 Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES
 Curso de Medicina
 Tutoria 3ª Etapa
 Unidade I
PROBLEMA SP2
"A teoria na prática é outra"
Adário Dantas Carneiro
Aline Ferreira Borges
Ana Luiza Delgado Eserian
Jéssica Maísa de Oliveira Lacerda
Kesley Vinícius de Alvarenga
Luana dos Reis Calcado Quaranta 
Maria Carolina Rezende Nahime
Maria Eduarda Machado Santana
Patrício Barbosa da Mota
Paula Jociane de Almeida Rabelo
Mineiros - Goiás
15/02/2018
Sumário
1.	OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM	3
2.	RESPOSTAS E DISCUSSÕES	4
3.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS	28
1. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
2.1 Objetivo Geral: 
Compreender o crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor da criança. 
2.2 Objetivos específicos:
· Definir o crescimento e desenvolvimento;
· Caracterizar o método de avaliação Capurro e outros;
· Descrever as etapas do crescimento normal e as formas de avaliação;
· Discorra a cerca da curva pondero-estatural;
· Aleitamento materno x Imunidade;
· Reconhecer as principais carências nutricionais na primeira infância e comentar sobre alimentação ideal;
· Discutir sobre o SISVAN;
· Relacionar as condições socioeconômicas com o desenvolvimento e crescimento da criança;
· Descreva a importância da puericultura;
2. RESPOSTAS E DISCUSSÕES
1. Definir o crescimento e desenvolvimento.
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança. O processo de crescimento é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal processo. Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino, pois diversos estudos atestam que alterações no crescimento fetal e infantil podem ter efeitos permanentes na saúde do adulto.
O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. Um estudo evidenciou melhorias no tocante ao conhecimento das mães sobre o crescimento de seus filhos com o aconselhamento baseado na utilização das curvas de crescimento.
O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais.
Costuma-se falar em desenvolvimento de forma distinta entre desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial, como uma forma de facilitar o estudo do desenvolvimento humano. Mas cabe apontar que tais aspectos estão interligados e influenciam-se mutuamente durante a vida do individuo.
Na estrutura fisiológica humana, o que é inato não é suficiente para produzir um indivíduo sem a participação do meio ambiente. Tudo em um ser humano (suas características, seus modos de agir, pensar, sentir, seus valores, etc.) depende da sua interação com o meio social em que vive. Portanto, o desenvolvimento da criança será sempre mediado por outras pessoas, pelas famílias, pelos profissionais de saúde, da educação, entre outros, que delimitam e atribuem significados à sua realidade.
A interação da criança com os membros de sua família e com a sua rede social de proteção assegura a sua sobrevivência e a sua relação com o mundo, contribuindo para o seu desenvolvimento psicossocial. Na sua relação com os adultos, ela assimila habilidades que foram construídas pela história social ao longo do tempo, tais como as habilidades de sentar, andar, falar, controlar os esfíncteres.
Durante os dois primeiros anos, um aspecto importantíssimo do seu desenvolvimento é o desenvolvimento afetivo, caracterizado no apego, que é o vínculo afetivo básico. A criança estabelece o vínculo com as pessoas que interagem com ela de forma privilegiada, com características de condutas, representações mentais e sentimentos. Nos anos pré-escolares, diferentes dimensões e estilos paternos têm efeitos sobre diferentes aspectos do desenvolvimento social e das personalidades das crianças: autoestima, desenvolvimento moral, conduta pró-social, autocontrole etc. Além da família, não podemos nos esquecer da escola, que se transforma rapidamente em um importante contexto de socialização, que se encarrega, principalmente, da transmissão do saber organizado, que é o produto do desenvolvimento cultural.
2. Caracterizar o método de avaliação Capurro e outros.
O Método de Capurro é realizado após o nascimento da criança, e avalia o desenvolvimento de cinco fatores físicos e dois neurológicos para determinar a idade gestacional do recém-nascido. 
	Formação mamilo
A
	Mamilo pouco visível
sem aréola
0
	Mamilo nítido; aréola lisa diâmetro
 < 0,75 cm
5
	Mamilo puntiforme aréola de borda não elevada
> 0,75 cm
10
	Mamilo puntiforme aréola de borda elevada
 > 0,75 cm
15
	
	Textura da pele
B
	Fina, gelatinosa
0
	Fina e lisa
5
	Lisa, com discreta descamação
superficial
10
	Grossa, com sulcos superficiais, descamação de mãos e pés
15
	Grossa, apergaminhada com sulcos profundos
 20
	Forma da orelha
C
	Chata, disforme pavilhão não encurvado
0
	Pavilhão parcialmente encurvado na borda
8
	Pavilhão parcialmente encurvado em toda borda superior
16
	Pavilhão totalmente encurvado
24
	
	Tamanho da glândula mamária
D
	Ausência de
Tecido mamário
0
	Diâmetro
 < 0,5 cm
5
	Diâmetro 0,5 cm a 1,0 cm
10
	Diâmetro> 1,0 cm
15
	
	Sulcos plantares
E
	Ausentes
0
	Marcas mal definidas na metade anterior da planta
5
	Marcas bem definidas na metade anterior e no terço anterior
10
	Sulcos na metade anterior da planta
15
	Sulcos em mais da metade anterior da planta
 20
	Sinal do Xale (posição do cotovelo)
 F
	Na linha axilar do lado oposto
 
 0
	Entre a linha axilar anterior do lado oposto e a linha média
 6
	Ao nível da linha média 
 12
	Entre a linha média e a linha axilar anterior do mesmo lado 
 18
	
	Posição da cabeça ao levantar o RN
( ângulo (Â) cervico-torácico)
 G
	
Totalmente deflexionada
 =270°
 0 
	
 entre 180° a 270°
 4
	
 = 180°
 8
	
Â< 180°
 12
	
· Método de Capurro Somático: soma-se os pontos adquiridos em A, B, C, D e E + 204 e divide por 7.
· Método de Capurro Somático-Neurológico: Soma-se os pontos adquiridos em B, C, D, E, F, G + 200 e divide por 7.
A avaliação maturacional da idade gestacional é uma ferramenta clínica que pode ser influenciada por determinados fatores biológicos. O conhecimento desta ferramenta de avaliação inclui o domínio dos métodos padronizados para a execução do exame e a consciência dos fatores intra-uterinos. Para obter um resultado com maior precisão, o exame físico do bebê deve ser realizado entre 12 e 20 horas após o nascimento. Para determinar a idade gestacional, o New Ballard avalia seis parâmetros neurológicos e seis físicos. O profissional responsável pelo exame atribui uma nota para cada indicador, conforme a tabela de parâmetros, cuja somatória determina a IG do recém-nascido.
 	Esse método é imprescindível quando não é possível determinar a data da última menstruação da mãe e o exame de ultrassonografia não foi realizado no início da gestação. Nestas condições, o New Ballard Score é preferíveis aos demais métodos de cálculo da IG existentes, pois é consideravelmente rápido e consegue avaliar um número maior de parâmetros que o método de Capurro.
Nesse método, o resultado é obtido com a soma simples da pontuação correspondente a todos os parâmetros avaliados. Na tabela abaixo, nós correlacionamosa idade gestacional (semanas e dias) à somatória encontrada. 
O método New Ballard caracteriza a maturação neuromuscular e física do feto, a descrição dos aspectos avaliados neste método compreendem : 
1. Postura 
O tônus muscular é refletido na postura preferida da criança em repouso e na resistência ao estiramento de grupos musculares individuais. Enquanto a maturação progride, o feto assume gradualmente o tônus passivo dos flexores que progridem em um sentido caudal-cranial, com extremidades inferiores ligeiramente antes das extremidades superiores. 
Dessa forma, infante prematuro exibe primeiramente o tônus extensor passivo sem oposição. Conforme o termo se aproxima, o RN apresenta progressivamente menos oposição ao tônus flexor, assim a postura fletida é um indício de maturação cerebral. Para iniciar a avaliação da postura, o infante é colocado em posição supina (se estiver em prono) e espera-se até que encontre uma postura relaxada ou preferida. Se o infante estiver em posição supina, a manipulação delicada (flexionar se estendido; estender se flexionado) das extremidades permitirá que o infante procure a posição da linha de base de conforto.
2. Ângulo de Flexão do punho
A flexibilidade e/ou a resistência da “janela quadrada” do pulso ao estiramento do extensor são responsáveis pelo ângulo resultante da flexão do pulso. 
Para a realização dessa manobra, o examinador endireita os dedos do infante e aplica pressão delicada no dorso da mão, perto dos dedos.
3. Retração do braço
Com o infante em posição supina, o examinador coloca uma mão abaixo do cotovelo para sustentação. Tomando a mão do infante, o examinador ajusta momentaneamente o cotovelo em flexão e então estende momentaneamente o braço antes de liberar a mão. O ângulo de recolhimento a que o antebraço retorna é anotado, e o quadrado apropriado é selecionado na folha da contagem. O RN extremamente prematuro não exibirá nenhum recolhimento do braço.
4. Ângulo Poplíteo
Esta manobra avalia a maturação do tônus passivo do flexor na junção do joelho testando a resistência à extensão da extremidade inferior. Com o infante em supino e sem fralda, a coxa é colocada delicadamente no abdômen com o joelho flexionado inteiramente. Depois que o infante relaxou nesta posição, o examinador segura delicadamente o pé pelos lados com uma mão e suporta lateralmente a coxa com a outra. Tomar cuidado para não exercer pressão nas extremidades, porque isto pode interferir com o exame. A perna é estendida até que uma resistência definitiva à extensão seja percebida. Neste momento o ângulo formado no joelho entre a perna e a coxa é medido.
É importante esperar até que o bebê pare de pular antes de estender o pé. A posição pélvica interferirá com esta manobra nas primeiras 24 a 48 horas da idade devido à fadiga intra-uterina do flexor. O teste deve ser repetido logo que a recuperação ocorra.
5. Sinal do Xale 
Esta manobra testa o tônus passivo dos flexores da cintura escapular. Com o infante em supino, o examinador ajusta a cabeça na linha média e segura a mão do infante, estabilizando o tórax com a outra mão ao mesmo tempo em que o polegar é colocado no cotovelo.
O examinador conduz o cotovelo através da caixa torácica, sentindo a flexão passiva ou a resistência à extensão dos músculos flexores posteriores da cintura escapular. O ponto na caixa torácica para que o cotovelo se move facilmente antes da resistência significativa é anotado.
6. Manobra de Calcanhar à Orelha 
Esta manobra mede o tônus passivo flexor da cintura pélvica ao testar a flexão passiva ou a resistência à extensão dos músculos flexores posteriores do quadril. O infante é colocado em supino e a extremidade inferior flexionada é trazida para descansar no colchão ao lado do tronco do infante. O examinador suporta a coxa lateralmente ao lado do corpo com a palma de uma mão. A outra mão é usada para segurar o pé e puxá-lo para a orelha ipsilateral. O examinador sente a resistência à extensão dos flexores posteriores da cintura pélvica e anota a posição do calcanhar onde a resistência significativa é percebida. 
Maturidade Física
1. Pele 
A Maturação da pele fetal envolve o desenvolvimento de suas estruturas intrínsecas simultaneamente à perda gradual de seu revestimento protetor, o vérnix caseoso. Então ela engrossa, seca e torna-se enrugada e/ou descamada, podendo-se desenvolver um rash enquanto a maturação fetal progride. Estes fenômenos podem ocorrer em ritmos variados no feto dependendo das condições maternas e do ambiente intra-uterino.
Antes do desenvolvimento da epiderme com seu estrato córneo, a pele é transparente e adere ao dedo do examinador. Mais tarde alisa, engrossa e produz um lubrificante, o vernix, que desaparece até o final da gestação. No termo e no pós-termo, o feto pode expelir mecônio no líquido amniótico. Isto pode acelerar o processo de secagem, causando descascamento, rachaduras, desidratação, dando, então, aparência de pergaminho à pele. 
2. Lanugo 
Lanugo é o cabelo fino que cobre o corpo do feto. No prematuro extremo, a pele não apresenta lanugo. Ele começa a aparecer aproximadamente na 24º a 25º semana e é geralmente abundante, especialmente entre os ombros e na parte superior do dorso, na 28º semana da gestação.
A rarefação ocorre primeiro na parte mais baixa do dorso, desgastando-se enquanto o corpo fetal se curva para frente ao longo do processo de maturação, assumindo a posição fletida. As áreas “calvas” surgem e tornam-se maiores sobre a área lombo-sacra. No termo, a maioria do dorso é desprovida de lanugo, isto é, “calva”.
A variação na quantidade e na posição do lanugo em uma dada idade gestacional pode ser atribuída em parte a características familiares ou étnicas e a determinadas influências: hormonais, metabólicas, e nutritivas. Por exemplo, os infantes de mães diabéticas têm lanugo abundante na parte superior do dorso até o termo. 
3. Superfície Plantar 
Este tópico refere-se aos sulcos principais na planta do pé. Os primeiros sulcos aparecem na porção anterior da planta do pé. Isto pode ser relacionado à flexão do pé intra-útero e à desidratação da pele. Os RN de origem não branca têm poucos sulcos no pé ao nascimento. Não há nenhuma explicação conhecida para esta evidência. 
Os infantes muito prematuros e extremamente imaturos não têm nenhum sulco detectável no pé. Para auxiliar na definição da idade gestacional destes infantes, usa-se a medida do comprimento do pé ou a distância calcanhar-hálux. Isto é feito medindo a distância entre a parte traseira do calcanhar e a ponta do hálux. Para distâncias do calcanhar-hálux menor que 40 milímetros, a contagem menos dois (- 2) é atribuída; para aqueles entre 40 e 50 milímetros, a contagem menos um (- 1) é atribuída.
4. Glândula Mamária 
A glândula mamária consiste no tecido do peito que é estimulado para crescer por estrógenos maternos e pelo tecido adiposo que é dependente do status nutritivo fetal. O examinador anota o tamanho da aréola e a presença ou a ausência de borda (criado pelo desenvolvimento das papilas de Montgomery). O examinador deve palpar o tecido mamário abaixo da pele prendendo-o entre o polegar e o indicador, estimando seu diâmetro em milímetros, e selecionando o quadrado apropriado na folha da contagem.
Sub ou sobrenutrição do feto pode afetar o tamanho do peito para a idade gestacional. O efeito do estrogênio materno pode produzir a ginecomastia neonatal do segundo ao quarto dia de vida extra-uterina.
5. Olhos/orelhas
O pavilhão auricular fetal muda de configuração e aumenta a quantidade de cartilagem enquanto a maturação progride. A avaliação inclui a palpação da espessura da cartilagem, dobrando então o pavilhão para frente e soltando-a. O examinador observa a velocidade com que a orelha dobrada retorna à posição de repouso quando liberada, selecionar então o quadrado que descreve melhor o grau de desenvolvimento cartilaginoso. Em infantes muito prematuros, a orelha pode permanecer dobrada quando liberada. Em tais infantes, o examinador anota o estado do desenvolvimentoda pálpebra como um indicador adicional da maturação fetal. O examinador coloca o polegar e o indicador nas pálpebras, afastando-as delicadamente. O infante extremamente imaturo terá as pálpebras firmemente fundidas, isto é, o examinador não consegue separá-las. 
6. Genital - Masculino 
Os testículos fetais começam sua descida da cavidade peritoneal à bolsa escrotal aproximadamente na 30º semana de gestação. O testículo esquerdo precede o direito e alcança o escroto geralmente durante a 32º semana. Ambos os testículos são geralmente palpáveis ao longo dos canais inguinais ao fim da 33º - 34º semana. Simultaneamente, a pele escrotal engrossa e desenvolve rugas mais profundas e mais numerosas. 
O testículo que se encontra na região enrugada da bolsa escrotal é considerado descido. No prematuro extremo o escroto é plano, liso e parece sexualmente indiferenciado. Do termo ao pós-termo, o escroto pode tornar-se pendular e tocar no leito quando o infante se encontra em supino. 
No criptorquidismo verdadeiro, o escroto no lado afetado parece hipoplásico e sem rugas comparado ao lado normal, ou, para uma dada idade gestacional, quando bilateral. Em tal caso, o lado normal deve ser marcado, ou se bilateral, uma contagem similar àquela obtida para os outros critérios de maturidade deve ser atribuída. 
6.1. Genital - Feminino 
Para examinar a menina, os quadris devem ser parcialmente abduzidos, isto é, a aproximadamente 45° da horizontal com o infante em supino. A abdução exagerada pode fazer com que o clitóris e os pequenos lábios pareçam mais proeminentes. Por outro lado, a adução pode fazer com que os grandes lábios cubram essas estruturas.
No prematuro extremo, os lábios são planos e o clitóris é muito proeminente e pode assemelhar-se ao falo masculino. Enquanto a maturação progride, o clitóris torna-se menos proeminente e os pequenos lábios tornam-se mais proeminentes. Aproximando o termo, o clitóris e os pequenos lábios retraem e podem ser envolvidos pelo desenvolvimento dos grandes lábios.
Os grandes lábios contem gordura e seu tamanho é afetado pela nutrição intra-uterina. A sobrenutrição pode resultar no desenvolvimento precoce dos grandes lábios. Por outro lado, a subnutrição, o retardo do crescimento intra-uterino e o pós-datismo, podem resultar em grandes lábios hipodesenvolvidos e clitóris e pequenos lábios relativamente proeminentes tardiamente na gestação. Estes achados devem ser registrados quando observados, uma vez que uma contagem mais baixa neste ítem no feto com sofrimento crônico ou crescimento retardado pode ser contrabalançada por uma contagem mais elevada em determinados itens neuromusculares.
3. Descrever as etapas do crescimento normal e as formas de avaliação.
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, sujeito a variações em função do ambiente. Dessa forma, é considerado o indicador mais importante da qualidade de vida de uma criança, sendo obrigatória sua monitorização durante toda a infância e adolescência. A monitorização do crescimento é definida como a avaliação sequencial de medidas para o diagnóstico de crescimento de indivíduos na comunidade, a fim de promover a saúde, diferindo da vigilância do crescimento, que é a avaliação populacional. O crescimento normal, do ponto de vista biológico, compreende alterações no tamanho, na forma e na função celulares, enfim, significa o aumento físico do corpo, podendo ser mensurado em gramas, quilogramas, centímetros e metros.
A monitorização, por incluir uma prática regular, tende a aumentar o vínculo entre o paciente, sua família e a equipe de saúde. O crescimento é subdividido em etapas, sendo elas: 
1ª - Intrauterina: embrionária, fetal, precoce e fetal-tardia. 
2ª - Primeira infância: do nascimento aos 2 anos. Crescimento é rápido.
3ª - Segunda infância: dos 2 aos 10 anos. Crescimento é constante e lento.
4ª - Adolescência: dos 10 aos 20 anos. Crescimento acelerado até os 15 anos, declinando até os 20 anos.
Na prática, o crescimento é avaliado fundamentalmente pelo peso (P) e pela estatura (E). Destes, o mais utilizado é o peso, por ser de fácil obtenção, no entanto a estatura é o indicador mais seguro. Ao contrário do que ocorre com a estatura, o peso sofre influência de muitos fatores, podendo diminuir.
Para a avaliação do crescimento, existem ainda, várias medidas acessórias importantes. Dentre estas as mais conhecidas são: Segmento inferior (SI), Segmento superior (SS), Relação entre segmento superior e inferior (SS/SI), Perímetro cefálico (PC), Perímetro torácico (PT), Perímetro abdominal (PA), Perímetro braquial (PB) e Prega cutânea tricipital (PCT). 
· Peso
O peso é adquirido através da balança pesa-bebês (até 15 kg) ou balança de adulto, quando acima do referido valor. Esta medida é de grande valor como indicadora do estado nutricional. Ao nascimento, a criança pesa em torno de 3,3 Kg, sendo que nos primeiros dias há uma perda de 10% do peso causada pela eliminação de urina e mecônio e também em decorrência do jejum das primeiras horas de vida. Por volta do 10º dia de vida, o peso é recuperado. O peso dos meninos normalmente é maior que o das meninas.
No primeiro trimestre, a criança ganha normalmente 700g/mês (25 a 30 gramas por dia);
No segundo trimestre, ganha 600g/mês (20 gramas por dia);
No terceiro trimestre, ganha cerca de 500 g/mês (15 gramas por dia);
No quarto trimestre, ganha aproximadamente 400 g/mês (10 gramas por dia).
· Estatura
Em crianças de 0 a 4 anos de idade, a estatura é medida usando-se réguas especiais, com cursor. Após os 4 anos de idade, usa-se o cursor acoplado às balanças ou uma régua acoplada à parede e um cursor. Esta medida (estatura) é mais fiel do que o peso para se detectar anormalidades, porém é menos prática e sensível. As alterações aparecerão mais tardiamente do que em relação ao peso.
No nascimento, as crianças geralmente medem em torno de 50 centímetros. No primeiro semestre, crescem 15 centímetros. No segundo semestre crescem 10 centímetros. No final do primeiro ano, encontra-se com aproximadamente 75 centímetros. Entre 1 e 3 anos de idade, crescem 10 centímetros por ano, na idade de 4 anos apresentam 1 metro de estatura. Dos 3 aos 12 anos, geralmente crescem de 6 a 6,5 centímetros por ano.
· Medidas acessórias
· Perímetro cefálico (PC)
Perímetro cefálico (PC) pode ser medido passando-se uma fita métrica pela glabela e pelo ponto mais saliente do occipital. Esta medida reflete o crescimento cerebral, principalmente no primeiro ano de vida. No recém-nascido, o PC mede de 34 a 35 centímetros. Com seis meses, o PC mede de 42 a 43 centímetros, e o primeiro ano, de 45 a 46 cm. Cerca de 80 a 85% do crescimento do PC se faz até 4 a 5 anos de idade e 35% até os 6 anos, sendo no Primeiro Trimestre o crescimento de 6 cm (+2 cm por mês), no segundo trimestre o crescimento de 3 cm (+1 cm por mês) e no terceiro e quarto trimestre 0,5 cm em cada mês.
· Perímetro torácico (PT)
A fim de se medir o PT, uma fita métrica é passada pelos mamilos, com o tórax moderadamente cheio (no meio tempo entre inspiração e expiração). Até os 2 anos de idade, o PT tem valor como índice de estado nutritivo; a seguir sofre influência de exercício. Nessa idade O PT tem a mesma medida do PC e do PA (Perímetro abdominal). Até 6 meses, o PC é maior do que o PT; a seguir o PT é ligeiramente maior que o PC. A partir dos 2 anos de idade, há um predomínio nítido do PT.
· Perímetro abdominal (PA)
É medido passando-se uma fita métrica pela cicatriz umbilical, tem valor relativo e é geralmente correlacionado com o PC e PT.
· Perímetro braquial (PB)
É medido no ponto médio do braço esquerdo, mantido na posição vertical.
· Segmento superior (SS)
Equivale ao tronco e cresce de maneira constante e uniforme. Independentemente dos fatores ambientais.
· Segmento inferior (SI)
É medido da sínfise púbica ao chão, sendo que corresponde ao comprimento dos membros inferiores.
· Relação Segmento superior (SS) e Segmento inferior (SI)
A relação SS/SI mostra se o crescimento está se fazendo harmoniosamente ou não. No recém-nascidoa relação é igual a 1,7 (O ponto médio está na altura do umbigo). Dos 6 meses até a puberdade, as extremidades crescem mais do que o tronco sendo que o ponto médio da altura se desloca para a sínfise púbica. Aos 10 anos a relação é igual a 1.
· Prega cutânea tricipital (PCT)
É medida no ponto médio do braço esquerdo, mantido verticalmente (em milímetros).
4. Discorra a cerca da curva pondero-estatural.
O crescimento individual das crianças pode ter uma grande variação. As medidas de crescimento pôndero-estatural (RCPE) requerem uma avaliação cuidadosa dos parâmetros de crescimento (peso, comprimento/altura e perímetro cefálico) e são colocadas como pontos no gráfico ao longo do tempo e unidas entre si formam uma linha. Essa linha representa o crescimento da criança, ou seja, sua curva de crescimento, que sinaliza se a criança está crescendo adequadamente ou não.
 Para interpretar a curva pondero-estatural deve-se compreender algumas instruções. 
· A linha verde corresponde ao escore z 0. As outras linhas indicam distância da mediana. 
· Um ponto ou desvio que esteja fora da área compreendida entre as duas linhas vermelhas indica um problema de crescimento. 
· A curva de crescimento de uma criança que está crescendo adequadamente tende a seguir um traçado paralelo à linha verde, acima ou abaixo dela.
· Qualquer mudança rápida nessa tendência (desvio da curva da criança para cima ou para baixo do seu traçado normal) deve ser investigada para determinar a causa e orientar a conduta. 
· Um traçado horizontal indica que a criança não está crescendo, o que necessita ser investigado.
· Um traçado que cruza uma linha de escore z pode indicar risco. O profissional de saúde deve interpretar o risco baseado na localização do ponto (relativo à mediana) e na velocidade dessa mudança. 
· Com relação às curvas de perímetro cefálico, é importante lembrar que as alterações do desenvolvimento infantil são mais sensíveis e precoces do que o crescimento da cabeça.
As crianças menores de 2 anos devem ser medidas deitadas (comprimento). Crianças com 2 anos ou mais devem ser medidas de pé (altura). Existe uma diferença de 0,7 cm entre a estatura da criança medida deitada e em pé. Assim, se uma criança de 2 ou mais anos tiver sua estatura aferida deitada, o valor encontrado deve ser diminuído de 0,7cm antes de ser registrado no gráfico de 2-5 anos e, do mesmo modo, se uma criança menor que 2 anos for medida de pé, o valor encontrado deve ser acrescido de 0,7cm antes de ser registrado no gráfico de 0-2anos.
Curva de análise do perímetro cefálico x idade. Caderneta de Saúde da Criança.
5. Aleitamento materno x Imunidade.
 A criança que é alimentada somente com leite materno até os 6 meses de vida apresenta menor morbidade. Além disso, maiores são os efeitos benéficos à sua saúde. Existem evidências de que não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos 6 meses (salvo em alguns casos individuais), o que pode, inclusive, trazer prejuízos à saúde da criança. A amamentação resulta em benefícios para o bebê como:
•	Diminuição de morbidade, especificamente relacionada a infecções como: meningite bacteriana, bacteremia, diarreia, infecção no trato respiratório, enterocolite necrosante, otite média, infecção do trato urinário e sepse de início tardio em recém-nascidos pré-termo.
•	Alguns estudos sugerem diminuição das taxas de morte súbita do lactente.
•	Redução de hospitalizações, alergias, e risco de asma e de sibilos recorrentes; protege contra o desenvolvimento de dermatite atópica;
•	Diminuição do risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes;
•	Melhor nutrição, desenvolvimento da cavidade bucal;
•	Efeito positivo no desenvolvimento intelectual;
•	O início precoce do aleitamento materno sem restrições diminui a perda de peso inicial do recém-nascido, favorece a recuperação mais rápida do peso de nascimento, promove uma “descida do leite” mais rápida, aumenta a duração do aleitamento materno, estabiliza os níveis de glicose do recém-nascido, diminui a incidência de hiperbilirrubinemia e previne ingurgitamento mamário.
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. Entre eles, os anticorpos IgA ocupam lugar de destaque, atuando contra micro-organismos presentes nas superfícies mucosas. Eles são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, proporcionando, desta maneira, proteção à criança contra os agentes infecciosos mais prevalentes no meio em que ela vive. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então.
Além de IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM que atuam em resposta a infecções por bactérias Gram-negativas; IgG que é ativa conta cocos Gram-positivos (pneumococos e estreptococos); os macrófagos e neutrófilos que são os leucócitos (glóbulos brancos) mais comuns no leite humano e atuam rodeando e destruindo bactérias patológicas, também fabricam a lisozima, uma enzima que destrói bactérias mediante a desorganização de sua parede celular; linfócitos B e T; lactoferrina um antibiótico natural, a alfa-lactoalbumina que é a principal proteína do leite materno, representando 10-20% da proteína total, pesquisas mostram que esta proteína provoca apoptose (“suicídio celular”) de mais de quarenta tipos de câncer; e a células tronco, as quais, têm uma notável capacidade de converterem-se em tipos diferentes de células no corpo, que por sua vez atuam como uma espécie de “sistema de reparação interna”.
A amamentação também gera benefícios para a mãe: involução uterina mais rápida e redução na hemorragia uterina pós-parto, devido à liberação de ocitocina; perda mais rápida do peso acumulado na gestação; maior interação mãe-bebê; benefício relativo aos aspectos econômicos, uma vez que o leite materno não tem custos; praticidade, pois o leite materno está sempre pronto para ser consumido; diminuição do risco de câncer de mama e ovário.
Os profissionais de saúde devem disponibilizar o tempo que for necessário para dar apoio à mãe e ao seu bebê durante o início e a manutenção da amamentação. O aconselhamento comportamental e a educação para a prática de aleitamento materno são procedimentos recomendados. Eles podem ser iniciados desde a primeira consulta de pré-natal. O apoio à amamentação deve ser disponibilizado independentemente do local de prestação de cuidado. 
Além disso, as mães devem receber informações de como buscar suporte à prática de amamentar. Os profissionais devem conversar sobre a experiência de amamentar e identificar as dificuldades da amamentação. A depressão materna pós-parto é fator de risco para desmame precoce, o que reforça a importância de que o profissional de saúde esteja atento para os sinais de depressão puerperal.
A técnica de amamentação está adequada quando: a cabeça do bebê está no mesmo nível da mama da mãe e o queixo está tocando-a; a boca está bem aberta; o lábio inferior está virado para fora; as bochechas estão arredondadas (não encovadas) ou achatadas contra a mama; vê-se pouco a aréola durante a mamada (mais a porção superior da aréola do que a inferior); a mama parece arredondada, não repuxada; as sucções são lentas e profundas: o bebê suga, dá uma pausa e suga novamente (sucção, deglutição e respiração); o corpo do bebê está totalmente voltado para o corpo da mãe (posição de barriga com barriga) e um dos braços está ao redor do corpo da mãe; a mãe estar sentada de forma confortável e relaxada; não é necessário limpar os mamilos antes das mamada o banho diário e uso de um sutiã limpo são suficientes.
6. Reconhecer as principais carências nutricionais na primeira infância e comentar sobre alimentação ideal.
A essencial nutrição da criança até os primeiros seis meses de vida é exclusivamente o aleitamento materno, após esse período deve-se introduzir a dieta a alimentação complementar com cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas. Recomenda-se que essas refeições complementarescaso o lactente ainda esteja sendo amamentado seja feita 3 vezes ao dia, se a criança já estiver desmamada 5 vezes ao dia. A deficiência no aleitamento e/ou alimentos complementares pode gerar a desnutrição infantil. 
Considera-se eutrófica a criança que apresenta estado nutricional normal. Distrofia significa qualquer alteração do estado nutricional normal e compreendem distúrbios da nutrição por carência (anemia, deficiência calórica proteica) ou por excesso (obesidade). Os agravos nutricionais são classificados em primário, o qual é relacionado ao baixo nível sócio-econômico, pobreza, privação nutricional, más condições ambientais levando a infecções e hospitalizações frequentes, baixo nível educacional e cultural, negligência, falta de amamentação, privação afetiva. Secundário, que apesar de haver oferta existem outros fatores que impedem a ingestão e absorção dos alimentos como má-absorção, estenose do piloro, ou aumentam a sua necessidade, por exemplo, no hipertireoidismo.
Suspeita-se da presença de anemia quando ao exame físico for constatada a presença de palidez cutâneo-mucosa. Poderá ser percebida em: mucosas conjuntivais, labial e intra oral; ponta dos dedos e orelhas; leitos ungueais, face palmar e a pele como um todo (LEÃO, 1989). Tem como causas 3 mecanismos para o seu aparecimento: hemorragia aguda (interna ou externa), hemólise (defeito congênito ou fator extrínseco a hemácia levando-a a uma destruição precoce) e produção deficiente de hemácias (medula hipoplásica, invadida por células neoplásicas ou disfuncional por causa da carência de ferro, vitamina B12 ou outros fatores). A deficiência de ferro é a causa mais frequente de anemia, principalmente em populações de baixa renda.
Para o tratamento é fundamental uma diversificação da dieta, principalmente com os produtos de origem animal e vegetais em geral. As vitaminas mais importantes nas fases do crescimento infantil são: vitamina A, vitamina B, vitamina C, vitamina D, vitamina E, vitamina K. Dentre essas ainda se encontram os micronutrientes, ferro e o zinco.
Dentre as carências nutricionais mais graves na criança estão o marasmo: em que ocorre perda muscular generalizada, com acentuada redução do tecido subcutâneo, peso abaixo de 60% do esperado para sua altura e idade. Apresentam-se desidratadas com sinais de deficiências específicas de minerais ou vitaminas, os cabelos são esparsos, pele seca e fina e expressão de apatia. A ingestão de quantidades maiores de alimentos leva a vômitos e diarreia, devido à hipotrofia intestinal e infecções associadas. A diminuição na ingestão de energia acarreta redução no metabolismo basal, visando prolongar a vida e conservar as proteínas e a função dos órgãos. O resultado são hipovolemia, bradicardia, e hipotermia.
O Kwashiorkor resulta da ingestão inadequada de proteínas, a criança tem peso entre 60 a 80% do esperado, pela falta de alimentação balanceada. A criança apresenta edema nos membros inferiores, na maioria dos casos o tecido subcutâneo está preservado, enquanto a massa muscular é escassa, existem sinais de palidez (pela anemia) e extremidade frias e cianóticas. Ocorre à redução de transporte de lipídeos no plasma (por falta de proteínas para a síntese de lipoproteínas), o que leva a infiltração gordurosa do fígado (esteatose) e hepatomegalia.
O Kwashiorkor-marasmático acontece quando a criança tem todos os sintomas do marasmo, porém apresenta edemas.
Adaptar a alimentação das crianças em cada fase da infância é fundamental para que eles cresçam com saúde e se desenvolvam corretamente, oferecendo alimentos variados para que os filhos experimentem de tudo e criem o hábito de comer frutas, legumes e verduras. Para saber se a alimentação está ideal e adequada para crianças os pais devem ficar atentos a alguns sinais. A boa nutrição pode ser observada a partir de um peso adequado; boa imunidade; disposição para brincar, dormir e acordar bem; bom apetite; crescimento normal; funcionamento regular do intestino; cabelos e unhas saudáveis; dentes fortes e pele corada. 
7. Discutir sobre o SISVAN.
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional-SISVAN corresponde a um sistema de informações virtual do Sistema Único de Saúde que tem como objetivo principal promover informação contínua sobre as condições nutricionais da população e os fatores que as influenciam. Estas informações irão fornecer uma base para decisões a serem tomadas pelos responsáveis por políticas, planejamento e gerenciamento de programas relacionados com a melhoria dos padrões de consumo alimentar e do estado nutricional. 
Esse sistema encontra disponível para todos os cidadãos acompanharem a realidade a nível municipal, estadual, e federal. É uma ferramenta desenvolvida pelo DATASUS, e o registro de informações para monitoramento do estado nutricional da população é feito por demanda espontânea nas unidades de saúde ou por profissionais da ESF - Estratégia Saúde da Família e ACS - Agentes Comunitários de Saúde. Um dos principais objetivos da Vigilância Nutricional contemplada pelo SISVAN – módulo municipal corresponde à avaliação do estado nutricional de diferentes grupos populacionais. Deve-se relatar que existe uma deficiência na alimentação dos dados ao sistema, conforme discutido no município de Mineiros-GO, a ultima atualização de dados é de dezembro 2018.
8. Relacionar as condições socioeconômicas com o desenvolvimento e crescimento da criança.
Dentre os diversos fatores que afetam a saúde das crianças, a renda domiciliar é tido como uma medida bastante importante, sendo colocada, inclusive, como um transmissor intergeracional de desigualdade social. Isso acontece porque crianças mais pobres tendem a apresentar piores níveis de saúde devido à incapacidade financeira dos pais de adquirir insumos para a sua melhoria. Devido à pior saúde, estas crianças tendem a parar de estudar mais cedo e, no futuro, além de se tornarem adultos menos saudáveis, elas tendem a apresentar capacidade produtiva menor do que a de seus colegas de trabalho saudáveis. Além da renda, a escolaridade dos pais (principalmente materna) interfere na saúde dos filhos, pais com maior nível de escolaridade tendem a entender melhor o que é saudável e o que seus filhos precisam, levando-os a apresentar níveis melhores de saúde. 
Com relação ao fato de que ter pais saudáveis seja um fator positivo para a saúde das crianças, uma possível explicação seria a genética, ou seja, as crianças provavelmente não apresentariam doenças hereditárias. Ademais, os filhos tendem a levar o mesmo estilo de vida que seus pais e, como os pais com melhor saúde devem levar vidas mais saudáveis, tendo a alimentação saudável e a prática de esportes em sua rotina, seus filhos tenderiam a ser mais saudáveis que os filhos de pais mais sedentários e/ ou que não se alimentam adequadamente.
Analisando-se a associação entre a escolaridade materna e indicadores obstétricos, evidências empíricas mostram que a baixa escolaridade materna está correlacionada com o baixo peso ao nascer, o que indica maior risco de morte ou adoecimento no primeiro ano de vida da criança. Além disso, existe correlação da baixa escolaridade materna com número de filhos vivos maior ou igual a 3 e com média de até seis consultas no pré-natal, o que leva artigos científicos a considerar a escolaridade materna como um marcador obstétrico de risco para a gestante e para o recém-nascido.
9. Descreva a importância da puericultura.
 O puerpério decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação, por volta de 28 dias. A puericultura é a arte de promover e proteger a saúde das crianças, por meio de uma atenção integral, compreendendo a criança como um ser em desenvolvimento com suas particularidades. É uma especialidade médica contida na pediatria que leva em conta a criança, sua família e o entorno, analisando o conjunto biopsicossocial. Em cada consulta o pediatra busca informações de como a criança se alimenta, se as vacinas estão em dia, como elabrinca condições de higiene e seu cotidiano. O acompanhamento do crescimento, através da aferição periódica do peso, da altura e do perímetro cefálico e sua análise em gráficos, são indicadores das condições de saúde das crianças. Sempre, a cada consulta, bebês, pré-escolares, escolares e jovens devem ter seu crescimento e seu desenvolvimento avaliado. 
Mesmo sendo conhecida por tratar dos bebês durante o nascimento e primeiros meses de vida, a puericultura, também é responsável pelo tratamento pré-natal ou pré-concepcional, prevenindo prováveis doenças ou anormalidades que possam por em risco a qualidade de vida e bem-estar da criança. O acompanhamento da puericultura preconiza até o 5º dia após o parto a realização de visita domiciliar a mãe e bebê, para verificar estado geral da criança: sucção, icterícia, sinais de perigo, desidratação, secreções, temperatura, frequência respiratória, convulsões. Caso não seja possível a visita domiciliar, a consulta de acompanhamento do bebê deve acontecer até o 10º dia após o parto na unidade básica de saúde com avaliação da carteira da criança, se os testes de triagem foram realizados, verificar a vacinação e orientar para continuação da imunização. Devem acontecer 8 consultas no 1º ano de vida: mensal até o 6º mês; trimestral do 6º ao 12º mês, no 2º ano: semestral, a partir do 3º ano de vida: 1 consulta por ano, até cinco anos é preconizada uma visita mensal do Agente Comunitário de Saúde.
A puericultura atua contínua e integralmente sobre a díade mãe e filho, acompanhando a criança, principalmente, em seu primeiro ano de vida; nas unidades básicas de saúde este acompanhamento é realizado pelo médico ou enfermeiro. Na consulta de Enfermagem, a criança é acompanhada e avaliada, com subsequente orientação à mãe e/ou outros familiares, abordando o crescimento físico e nutricional, desenvolvimento motor, social e afetivo, situação vacinal, higiene pessoal, domiciliar e ambiental, segurança e proteção contra acidentes, identificação de agravos e situação de risco, e encaminhamento para outros profissionais ou instituições, quando necessário.
3.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
NELSON.Tratado de Pediatria -Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 19 Edição Elsevier. 2013.
MINISTERIO DA SAUDE. Caderno de Atenção Básica. 2002.
MINISTERIO DA SAUDE. Caderneta de Saúde da criança. 5ª Edição
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v1.pdf 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3905402/mod.../manual_de_neonatologia.pdf
http://www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=1830
http://www.paulomargotto.com.br/documentos/New%20Ballard%20Score.doc 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20032012000300005

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