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Clínica Médica I Ambulatório de Endocrinologia HIPOTIREOIDISMO ❖ É uma condição definida pela redução dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), geralmente por falha intrínseca a própria tireoide (primário). Pode ser também um hipotireoidismo central, que consiste em redução de T3/T4 acompanhado de normalidade ou redução de TSH, sugerindo problema no hipotálamo ou hipófise. ❖ Se há falha da produção de hormônios tireoidianos, o corpo automaticamente identifica essa falha e aumenta os níveis de TSH pela hipófise (para aumentar T3 e T4). ETIOLOGIAS ✓ Tireoidite de Hashimoto (autoimune – presença de anti-TPO); ✓ Induzida por fármacos (amiodarona e lítio). QUADRO CLÍNICO ✓ Pele seca e fria; ✓ Letargia; ✓ Fraqueza; ✓ Edema facial; ✓ Obstipação; ✓ Menorragia (aumento do fluxo menstrual). AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA INICIAL ❖ Deve-se solicitar inicialmente o TSH, sendo que se houver muita sugestionabilidade ou necessidade de solicitar outro exame para confirmar o diagnóstico, deve-se solicitar apenas T4 livre (as outras frações são muito sujeitas a erros laboratoriais). TRATAMENTO ❖ Objetiva repor os hormônios tireoidianos no organismo. Usa-se a levotiroxina sódica de 30 a 60 minutos antes do café da manhã (em jejum), sempre orientando o paciente a seguir a mesma marca. HIPERTIREOIDISMO ❖ É definida como uma condição em que há uma quantidade excessiva de hormônios tireoidianos na circulação do organismo. ❖ A conduta inicial de todo paciente com um quadro clínico sugestivo de tireotoxicose é a exclusão de uma causa exógena (ingestão de hormônios tireoidianos). SINAIS E SINTOMAS ❖ Taquicardia; ❖ Nervosismo; ❖ Tremores; ❖ Sudorese excessiva; ❖ Intolerância ao calor ❖ Palpitações; ❖ Emagrecimento. DOENÇA DE GRAVES ❖ Ocorre uma hiperfunção total da tireoide devido a disfunção autoimune. Nesse caso, há a produção do anticorpo estimulador da tireoide (TRAb), que atua se ligando ao folículo tireoidiano e o estimula constantemente a liberação de hormônios. Nesse caso, ocorre hipertrofia da glândula (bócio difuso). ❖ Para a doença de Graves, pode-se dosar o anticorpo TRAb para realizar o diagnóstico, mas apenas o quadro clínico e laboratorial do paciente já é suficiente para fechar o diagnóstico. Este anticorpo pode se ligar aos fibroblastos oculares e ocasionar a oftalmopatia de Graves (cursa com inflamação periorbital e exoftalmia). ❖ Bócio uninodular tóxico (doença de Plummer): definido como a presença unitária de um nódulo tireoidiano (apenas ele hipersecreta os hormônios). ❖ Bócio multinodular tóxico: quando há a presença de diversos nódulos produtores de hormônios. TIREOIDITES SUBAGUDAS ❖ Um processo inflamatório secundário a uma IVAS ou ação autoimune acomete a tireoide e induz a destruição dos folículos tireoidianos, que cursa com liberação intensa e súbita dos hormônios. Esses casos podem cursar com dor (Tireoidite de De Quervain – também chamada de viral ou granulomatosa subaguda) ou indolor (pós parto ou linfocítica subaguda). ❖ Com o tempo, o corpo metaboliza os hormônios liberados, reduzindo suas taxas e estimulando a produção de TSH. Por fim, após alguns dias, o corpo regenera os folículos tireoidianos e naturalmente corrige o problema inicial. AVALIAÇÃO LABORATORIAL ❖ Um paciente com quadro clínico sugestivo de tireotoxicose deve ser submetido a uma dosagem de TSH. Se vier normal, exclui-se causa tireoidiana. Se vier reduzido, deve-se solicitar dosagem de T4 livre, que provavelmente estará aumentado, confirmando o diagnóstico de tireotoxicose. ❖ Para determinar se é doença de Graves ou tireoidite subaguda deve-se avaliar a clínica (Doença de Graves acompanhará oftalmopatia e tireoidite SA acompanhará IVAS prévia). ❖ Se houver dúvida em relação a etiologia, deve-se solicitar cintilografia de tireoide. TRATAMENTO ❖ Para a doença de Graves, deve-se iniciar com terapia medicamentosa com metimazol, com reavaliação trimestral, regulando a dose de acordo com a melhora/piora do paciente. Se não houver melhora satisfatória, inicia-se a iodoterapia nos pacientes, que resulta na destruição de todo o parênquima tireoidiano. Por fim, se não houver melhora com a iodoterapia, segue-se com tireoidectomia total (cirurgia). ❖ Para tireoidites subagudas virais (de De Quervain), realiza-se medicação sintomática (AINE, prednisona e propranolol) de acordo com suas intensidades em cada paciente. ❖ Para tireoidites subagudas pós-parto e linfocítica, realiza-se um tratamento inicial com propranolol e aguarda a resolução do quadro do paciente com o tempo. Se, por ventura, a tireoide do paciente não se regenerar, deve-se medicar com levotiroxina.
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