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PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA ANDRÉ CACRERA DOS SANTOS SOBRINHO Presidente Prudente SP 2018 FACULDADE DE ENGENHARIA "CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAÉDER" CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA ANDRÉ CABRERA DOS SANTOS SOBRINHO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Engenharia "CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAÉDER" como requisito parcial para sua conclusão. Orientadora: Profa. Mestre Cynara Tessoni Bono. Presidente Prudente SP 2018 FACULDADE DE ENGENHARIA "CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAÉDER" CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO SOBRINHO, André Cabrera dos Santos PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA / SOBRINHO, André Cabrera dos Santos. – Presidente Prudente - SP: 2018 65 fl.; il.; 36 pranchas Anexos: 00 Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Engenharia "CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAÉDER" da UNOESTE Orientadora: Profa. Mestre Cynara Tessoni Bono 1. Assunto. I. Título FOLHA DE APROVAÇÃO ANDRÉ CABRERA DOS SANTOS SOBRINHO PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Engenharia "CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAÉDER" como requisito parcial para sua conclusão. Presidente Prudente, 05 de junho de 2018. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________ ORIENTADORA PROFA. MESTRE CYNARA TESSONI BONO Curso de Arquitetura e Urbanismo. Faculdade de Engenharia "Conselheiro Algacyr Munhoz Maéder". UNOESTE. ___________________________________________________________________ PROF. ARQUITETO E URBANISTA FULANO DE TAL Curso de Arquitetura e Urbanismo. Faculdade de Engenharia "Conselheiro Algacyr Munhoz Maéder". UNOESTE. ___________________________________________________________________ PROF. MESTRE BELTRANO DA SILVA Curso de Arquitetura e Urbanismo. Departamento de Estruturas e Construção Civil (DEC). UFMS. ___________________________________________________________________ PROFA. MESTRE MARCELA DO CARMO VIEIRA Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo Faculdade de Engenharia "Conselheiro Algacyr Munhoz Maéder". UNOESTE DEDICATÓRIA Аоs meus pais, que, cоm muito carinho е apoio, não mediram esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa da minha vida. AGRADECIMENTOS A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado. EPÍGRAFE Arquitetura deve falar de seu tempo e lugar, porém anseia por ser atemporal. Frank Gehry RESUMO PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA A Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) é referência em educação no Brasil, com três campi de ensino superior no município de Presidente Prudente, Estado de São Paulo. O Campus II possui diversos cursos e, com isso, um grande fluxo diário de alunos, funcionários, professores e público em geral em todos os horários. O campus possui um espaço com quiosques voltados à alimentação da comunidade acadêmica, porém não atende os quesitos de uma praça de alimentação com qualidade e estética que vá de encontro as necessidades e padrões que satisfaçam plenamente os usuários. Nesse sentido, este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo elaborar um projeto para um novo espaço de alimentação para o Campus II, deixando-o mais próximos da comunidade acadêmica com um local sustentável, confortável e funcional. Serão utilizados materiais flexíveis e modulares, como o container, incluindo a natureza existente do entorno no projeto. O projeto utiliza suporte teórico-empírico para a fundamentação do futuro projeto arquitetônico, criando um projeto de qualidade que irá beneficiar a professores, alunos, funcionários e visitantes. PALAVRAS-CHAVE: praça de alimentação; container; comunidade acadêmica; acessibilidade. ABSTRACT FOOD COURT FOR THE ACADEMIC COMMUNITY OF THE UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) is a reference in education in Brazil, with three campuses of higher education in the municipality of Presidente Prudente, State of São Paulo. Campus II has several courses and, with this, a great daily flow of students, staff, teachers and the general public at all times. The campus has already a space with kiosks catering to the academic community, but does not meet the requirements of a food court with quality and aesthetics that meets the needs and standards that would fully satisfy the users. In this sense, this course completion work aims to elaborate a project for a new food court space for Campus II, leaving it closer to the academic community with a sustainable, comfortable and functional place. Flexible and modular materials such as the container will be used, including the existing nature of the surrounding environment. The project uses theoretical-empirical support for the foundation of the future architectural project, creating a quality design that will benefit teachers, students, employees and visitors. KEYWORDS: food court; container; academic community; accessibility. LISTA DE ILUSTRAÇÕES NOME LEGENDA PÁGINA Figura 1 Disposição das mesas 36 Figura 2 Levantamento Métrico 41 Figura 3 Topografia 42 Figura 4 A UNOESTE, Campus 2 na cidade de Presidente Prudente – São Paulo 43 Figura 5 Localização dos campus da Unoste. Planta esquemática, sem escala 44 Figura 6 Planta de situação do Campus – 2017 (Planta esquemática figura-fundo, sem escala) 45 Figura 7 Praças no entorno do Campus 2 46 Figura 8 Praça próxima ao Campus 2 47 Figura 9 Vista do local do projeto 47 Figura 10 Planta de situação com os principais eixos viários de acesso ao Campus 2 (Planta esquemática, sem escala) 48 Figura 11 Imagem do projeto 50 Figura 12 Vista da área de alimentação 51 Figura 13 O ambiente da área de alimentação com um novo olhar 51 Figura 14 Vias de circulação de pedestres 52 Figura 15 Espaços de Permanência 52 Figura 16 Espaços de Permanência 52 Figura 17 O ambiente construído e a vegetação 53 Figura 18 Passarela superior e containers com restaurantes 53 Figura 19 Rampa e escada integradas 54 Figura 20 Grama sintética 55 Figura 21 Piso intertravado 56 Figura 22 Madeira ecológica 57 Figura 23 Container de 20 pés 58 Figura 24 Container de 40 pés 58 Figura 25 Placa cimentícia 58 Figura 26 Rolo Duralfoil Extra 59 Figura 27 Rolo de Lã de Pet Isosoft 59 Figura 28 Gesso Acartonado 60 LISTA DE TABELAS NOME LEGENDA PÁGINA TABELA 1 Leis Brasileiras e Suas Disposições 29 TABELA 2 Normas e Suas Disposições 33 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABREVIATURA/SIGLA LEGENDA UNOESTE Universidade do Oeste Paulista ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas DPO Departamento de Obras da UNOESTE ISO International Standarts Organization TCC Trabalho de Conclusão de Curso LISTA DE SÍMBOLOS SÍMBOLO LEGENDA Mm Unidade de Medida de Comprimento em Milímetro M Unidade de Medida de Comprimento em Metro M² Unidade de Medida de Área em Metro Quadrado % Porcentagem SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................13 1.1 Apresentação...............................................................................................141.2 Delimitação do Tema......... .........................................................................14 1.2.1 Problema (s) da Pesquisa.........................................................................14 1.2.2 Hipótese (s) da Pesquisa..........................................................................15 1.3 Justificativa...................................................................................................15 1.4 Objetivos......................................................................................................15 1.4.1 Institucional...............................................................................................16 1.4.2 Geral.........................................................................................................16 1.4.3. Específicos...............................................................................................16 1.5 Metodologia..................................................................................................16 1.5.1 Estudo Documental...................................................................................16 1.5.2 Estudo Propositivo....................................................................................16 1.6 Estrutura da Monografia...............................................................................16 1.7 Conclusões..................................................................................................18 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................20 2.1 Conceituação do Objeto de Estudo.............................................................20 2.1.1 A praça de Alimentação............................................................................20 2.1.2 Espaços Modulados Visando a Sustentabilidade e Acessibilidade..........22 2.1.3 Conceitos..................................................................................................26 2.1.4 Arquitetura Bioclimática............................................................................28 2.2 Análise de Obras Correlatas........................................................................29 2.2.1 Nacionais..................................................................................................29 2.2.1.1 Bar do Futebol........................................................................................29 2.2.1.2 Container Food Market..........................................................................29 2.2.2 Internacionais............................................................................................29 2.2.2.1 Muy Guemes..........................................................................................29 2.3 Legislação....................................................................................................30 2.3.1 Federal......................................................................................................30 2.3.2 Estadual....................................................................................................31 2.3.3 Municipal...................................................................................................31 2.4 Normas Técnicas.........................................................................................33 2.4.1 Nacionais...................................................................................................33 2.4.2 Internacionais............................................................................................35 3. METODOLOGIA ADOTADA...........................................................37 3.1 Tipo de Estudo.............................................................................................37 3.1.1 Documental...............................................................................................37 3.1.2 Propositivo.................................................................................................37 3.2 Instrumentos para Conceituação e Embasamento Teórico e Prático..........38 3.2.1 Revisão da Literatura................................................................................38 3.2.2 Análise de Obras Correlatas.....................................................................38 3.2.3 Informações Obtidas em Órgãos Públicos................................................38 3.2.4 Legislação e Normas Técnicas.................................................................38 3.3 Instrumentos para a Coleta de Dados.........................................................39 3.3.1 Levantamentos Fotográfico e Topográfico................................................39 4. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS E CONDICIONANTES ENVOLVIDAS..................................................................................40 4.1 História e Aspectos Atuais do Município e da Região.................................40 4.2 Localização e Aspectos Físicos e Geográficos do Município e da Região...............................................................................................................41 4.3 Aspectos Socioeconômicos, Culturais, Educacionais e Políticos do Município............................................................................................................41 4.4 Aspectos Referenciais do Objeto de Estudo em relação à Municipalidade...................................................................................................41 4.4.1 Levantamento Métrico..............................................................................41 4.4.2 Renda e Ocupação do Local e do Entorno...............................................42 4.4.3 Aspectos do Uso e Ocupação do Solo.....................................................44 4.4.4 Mobiliários Urbanos Local e do Entorno...................................................45 4.4.5 Equipamentos Urbanos Próximos ao Terreno..........................................45 4.4.6 Vegetação Local e do Entorno..................................................................47 4.4.7 Acessos e vias de circulação na área e do entorno (Fluxos)....................48 5. PROPOSTA ARQUITETÔNICA E/OU URBANÍSTICA..................49 5.1 Programa de Necessidades........................................................................49 5.1.1 Memorial de Conceito e Partido Arquitetônico..........................................49 5.2 Proposta Arquitetônica.................................................................................50 5.3 Memorial Justificativo..................................................................................54 5.4 Memorial Descritivo.....................................................................................55 6. CONCLUSÕES...............................................................................61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................62 13 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO A finalidade da praça de alimentação é um espaço implantado em certos locais para o consumo de alimentos comercializados por empresas do ramo alimentício. A praça de alimentação pode existir em centros comerciais, aeroportos, hospitais, shoppings e universidades. No município de Presidente Prudente, SP, a Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, é um local institucional com grande demanda de produtos de alimentação em função do fluxo de pessoas diariamente e, por isso, é essencial a existência de uma praça de alimentação para atender a toda a comunidade acadêmica da instituição. As áreas de alimentação da Unoeste e do público em geral existentes hoje não estão oferecendo espaços para todos os alunos, professores e funcionários que a universidade possui, fazendo necessário a criação de uma nova estrutura da firma. O projeto arquitetônico estará inseridoem um dos campus da universidade, o Campus II, localizado no bairro Limoeiro em Presidente Prudente – SP. O local de alimentação atual fica distante da maior parte dos usuários do espaço e, portanto será proposto uma mudança de local, ficando mais próximo de todos. É importante também a criação de uma praça de alimentação com proteção para intempéries, pois não existe cobertura no local atual, prejudicando os consumidores em dias de chuva ou muito sol. 1.1 Apresentação Esta Monografia constitui-se no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Engenharia "Conselheiro Algacyr Munhoz Maéder" da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) como pré- requisito para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. 1.2 Delimitação do Tema Esta pesquisa irá tratar sobre os espaços de convivência, mais especificamente de alimentação, que consiste em uma instituição de ensino superior 14 formada por faculdades com diferentes graus acadêmicos (CONCEITO, 2017). A universidade em questão é a Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, uma instituição de destaque no município de Presidente Prudente - SP e região. A Universidade do Oeste Paulista – Unoeste foi criada em 1972 pelos professores Agripino de Oliveira Lima Filho e Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima com o objetivo de oferecer à região um ensino superior de qualidade (UNOESTE, 2017). Com o tempo, a instituição foi aumentando e hoje ela conta com três campi de ensino, um deles o campus II, com cursos nas áreas das Ciências Agrárias, Humanas e Sociais Aplicadas. Esta monografia tem como objeto de estudo o campus II da Unoeste e seus espaços de convivência e alimentação, buscando elaborar por meio de um projeto arquitetônico um local com qualidade para a comunidade acadêmica da instituição. 1.2.1 Problema (s) da Pesquisa A arquitetura e o urbanismo são essenciais para a criação de um projeto responsável por um edifício institucional que promova o espaço comunitário público dentro de um terreno privado (MACHADO, 2009). A Universidade do Oeste Paulista possui destaque no município de Presidente Prudente - SP e tem diversos espaços que podem ser utilizados pela comunidade acadêmica da instituição. No campus II da instituição, encontra-se a área dos quiosques, principal local de convivência e que a cada ano não consegue acompanhar o desenvolvimento da própria universidade. Nesse sentido, questiona-se: um edifício institucional privado possui espaços de qualidade de convivência e alimentação para oferecer à comunidade acadêmica, que aumenta a cada ano? 1.2.2 Hipótese (s) da Pesquisa Com a propositura de um espaço de alimentação e convivência com a infraestrutura adequada no atendimento aos seus usuários, a comunidade 15 acadêmica e público geral poderão fazer uso destes espaços como lazer, estudo e a criação de laços afetivos. 1.3 Justificativa A Universidade do Oeste Paulista foi e continua sendo uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social dentro do município de Presidente Prudente – SP e região, atraindo para a cidade centenas de alunos. A criação de laços entre o espaço de estudo, trabalho e visitas são essenciais para a constituição de um espaço institucional de uso comunitário. Portanto, esse projeto existe pela necessidade de reflexão na área acadêmica e cientifica no que se refere à qualidade dos espaços de alimentação e convivência na universidade que são oferecidos à população, instigando o interesse dos discentes de Arquitetura e Urbanismo em refletir a problemática. Além disso, justifica-se a importância do papel do arquiteto e urbanista para beneficiar os usuários da instituição, que possui mais de 19 mil alunos e 700 funcionários, agregando valor sentimental para o espaço e criando laços além da academia. 1.4 Objetivos Os objetivos deste trabalho dividem-se em objetivos institucional, geral e específicos, a saber: 1.4.1 Institucional a. Concluir o Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo; b. Obter o título de Arquiteto(a) e Urbanista. 1.4.2 Geral 16 Propor o desenvolvimento de um projeto arquitetônico de uma área entre o bloco B3 e a igreja, mais especificamente, em parte do estacionamento da universidade, para promover um espaço de alimentação e convivência adequado para o campus II da Unoeste, integrando a área verde e as novas tecnologias dentro do espaço acadêmico. 1.4.3 Específicos a. Utilizar das áreas verdes já existentes; b. Desenvolver uma área para o uso da comunidade acadêmica no espaço da instituição; c. Fornecer serviços de uma praça de alimentação; d. Oferecer acesso à internet e mobiliários adequados para estimular o uso do espaço como uma área de estudo externo; e. Criar um espaço que converse com o meio ambiente para estimular a reflexão do tema na comunidade acadêmica e da instituição; f. Ter um local com acessibilidade adequada para atender à todos. 1.5 Metodologia A proposta metodológica para a realização deste trabalho utiliza pesquisas teóricas para a fundamentação de um futuro projeto arquitetônico. O método de abordagem une a teoria e a prática e irá se entrelaçar durante a realização deste projeto, onde ambas se conectam e se reforçam mutuamente. A pesquisa irá tomar como base o suporte teórico-empírico, baseando nas experiências vivias na Universidade do Oeste Paulista aliando aos conhecimentos adquiridos nas pesquisas bibliográficas sobre o tema. Utiliza-se como temas iniciais autores que tratam sobre os espaços como Carlos (1996 apud CERQUEIRA, 2013, p. 77): O espaço possível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através do corpo. [...] (Ele) É construído em função de um tempo e de uma lógica que impõe comportamentos, modos de uso, o tempo e a duração do uso. [...] Ser lugar depende da criação de um vínculo, de um laço afetivo, entre a pessoa e o ambiente. Para tanto, o espaço precisa ser vivenciado, 17 experimentado. Só através da experimentação do lugar advém o vínculo para com ele. Além disso, aprofunda-se no tema dos espaços comunitários dentro de áreas privadas, e suas relações com os usuários de modo geral, relacionando as informações encontradas com a situação atual do ambiente do projeto – a praça de alimentação e convivência do Campus II da Universidade do Oeste Paulista, em Presidente Prudente, São Paulo. Segundo Severino (2007 apud CERQUEIRA, 2013) estudar o espaço público e a sociabilidade urbana, dando ênfase na relação entre eles, guia de modo geral o entendimento da relação entre o espaço e a cidade contemporânea. Por meio da revisão bibliográfica é capaz de trabalhar os conceitos dos espaços públicos e quão importantes eles são para a sociedade. 1.5.1 Estudo Documental A vantagem da pesquisa bibliográfica é a concentração de dados sobre um determinado tema, viabilizando dados para o pesquisador e engrandecendo seus conhecimentos sobre o assunto, tornando mais alcançável a compreensão entre o espaço público e a sociabilidade urbana (GIL, 1991 apud CERQUEIRA, 2013). 1.5.2 Estudo Propositivo No segundo momento do trabalho, buscar-se-á o encontro de possíveis problemas arquitetônicos, urbanísticos e sociais e propor novas soluções para tal. Serão realizados encontros com o orientador (a), e os dados encontrados serão discutidos de maneira crítica-reflexiva, além de resultar em um projeto de praça de alimentação no ambiente acadêmico. 1.6 Estrutura da Monografia A monografia divide-se em 6 capítulos, contendo na seguinte sequência, introdução, revisões bibliográficas, metodologia adotada, caracterização das 18 variáveis e condicionantes envolvidas, propostas arquitetônicas e urbanísticas e conclusões, apresentando: No cap. 1 INTRODUÇÃO, contendo a apresentação, adelimitação juntamente com suas problemáticas e hipóteses adotadas, justificativas e objetivos (institucional, geral e específicos), metodologias e em seguida a estrutura da monografia realizada no trabalho e no final as conclusões. No cap. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, apresentando a conceituação do objeto de estudo, apresentando conceitos sobre os espaços de alimentação e locais de uso comunitário, uso do container na construção civil e medidas que não prejudicam o meio ambiente. Em seguida as obras correlatas contendo análises nacionais e internacional, as legislações (federal, estadual e municipal) e as normas técnicas (nacionais e internacionais). No cap. 3 METODOLOGIA ADOTADA, contém os tipos de estudos (documental e propositivo), os instrumentos para a conceituação e embasamento teórico e prático para a revisão da literatura, análise de obras correlatas, informações obtidas em órgãos públicos e legislação e normas técnicas e os instrumentos para a coleta de dados com a realização de levantamentos fotográficos e topográficos. No cap. 4 CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS E CONDICIONANTES ENVOLVIDAS, apresenta-se análises sobre localização e aspectos físicos e geográficos sobre o local de implantação do projeto. No cap. 5 PROPOSTA ARQUITETÔNICA, está inserido o programa de necessidades, junto com a proposta arquitetônica e/ou urbanística com suas respectivas pranchas, o memorial justificativo e o memorial descritivo. No cap. 6 CONCLUSÕES, ao final são abordadas as considerações e as recomendações do trabalho. 1.7 Conclusões A partir desta Monografia será possível analisar o espaço de alimentação e convivência do campus II da Unoeste e trazer conclusões concretas sobre os aspectos do local existente. 19 Nesse sentido, é possível criar um projeto arquitetônico baseado nos resultados da investigação do local, proporcionando uma área com mais qualidade e que possa acompanhar o crescimento e o desenvolvimento constante da Universidade do Oeste Paulista para o município de Presidente Prudente e região. 20 CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Conceituação do Objeto de Estudo 2.1.1 A praça de alimentação O espaço de alimentação expressa o desenvolvimento social e criativo do homem através da gastronomia. Gostos e sabores se aliam ao modo de servir e os espaços para tal atividades, despertando diversas sensações e prazeres. Nesse sentido, inovar é a palavra-chave, “buscando transformar o restaurante num local aprazível e centro de acontecimentos sociais” (LOBO, 1999, p. 3), mudando através do espaço a vida dos usuários, funcionários e visitantes. É importante frisar que utilizar a palavra restaurante cabe a todos os espaços focados no serviço de alimentos e bebidas, como o restaurante propriamente dito, fast-foods, tavernas, buffets, bares, entre outros (LOBO, 1999). Os restaurantes surgiram na época da Revolução Francesa, quando cozinheiros da burguesia começaram a montar seus próprios negócios como pequenos restaurantes ou cozinhas em hospedarias (SILVA FILHO, 1996). No Brasil, a história dos serviços de alimentação possuem três fases distintas, como explica Silva Filho (1996): a primeira no fim da década de 50 com a existência de diversos restaurantes familiares, como lanchonetes tradicionais, cantinas e serviços à la carte; a segunda fase coincide com a expansão dos centros urbanos, especulação imobiliária e implantação do parque industrial, com restaurantes comerciais, lanchonetes e pizzarias; já a terceira fase corresponde à última década, com um profissionalismo maior e a chegada de empresas multinacionais do setor. Todo o avanço no campo da alimentação estimula o consumidor à reivindicar melhores padrões nos serviços, desde a higiene do local, quanto na qualidade dos produtos e o custo não abusivo (SILVA FILHO, 1996). A praça de alimentação que será criada para a Unoeste terá a organização de uma cozinha industrial, pois conta com um fluxo grande de pessoas, precisando ter áreas como: administração e estocagem, cozinhas, refeitórios e infraestrutura para outros serviços (SILVA FILHO, 1996). 21 De acordo com Silva Filho (1996), a praça tem função comercial apesar de estar em uma área institucional, incluindo produtos diferentes que agradam o público jovem, como lanches, sorvetes, pizzas, entre outros. Essa tipologia de restaurante tem um serviço simples, mas com atendimento mais sofisticado que oferece refeições rápidas em qualquer hora do dia. Para determinar os espaços necessários das cozinhas do projeto da praça de alimentação é essencial observar alguns fatores como: número de refeições diárias por tipo, número de usuários e qualidade e tipo de cardápio (SILVA FILHO, 1996). Dessa forma, será possível descobrir quais os setores necessários para a criação do projeto, como na parte administrativa, cozinhas, refeitórios e outras áreas. Ainda de acordo com o autor define-se os setores da seguinte forma, resumidos com os itens que serão utilizados neste projeto: 1. Administração e Estocagem a. Despensa; b. Administração; c. Sanitários; d. Lixeiras; 2. Cozinha a. Preparação de alimentos; b. Higienização dos utensílios; 3. Refeitórios a. Distribuição dos alimentos; b. Sala de refeição; 4. Outras áreas a. Lazer; b. Central de gás. A área de refeitório citada pelo autor é considerada, para este projeto, a praça de alimentação com as mesas destinadas para o uso da comunidade acadêmica. É importante que essa área atenda aos cinco sentidos físicos, que são: visão, onde o usuário observa a limpeza e ambientação do local; audição, onde o usuário irá escutar o nível de ruído do ambiente em que se encontra; olfato, onde percebe-se tanto os cheiros bons quanto os aromas desagradáveis; paladar, que é 22 de responsabilidade de cada estabelecimento promover um bom alimento; e por fim, o tato, onde o usuário pode sentir calor ou frio, relacionado diretamente com o conforto do local (SILVA FILHO, 1996). Em relação à cozinha, o espaço de preparo dos alimentos deve ter uma boa iluminação para garantir um trabalho preciso e rápido; nessas áreas deve- se evitar a incidência de luz natural direta sobre as superfícies, para não estragar os alimentos (SILVA FILHO, 1996). Os elementos construtivos desses espaços devem ter o pé direito entre 3 a 3,60 metros, para não ter problemas de distribuição de luz e ventilação. As paredes precisam ter revestimentos de fácil limpeza até 1,80m no mínimo; os tetos devem ser lisos com fácil manutenção. Para os pisos, ele deve suportar tráfego pesado e intenso e ser antiderrapante e ser simples de higienizar (SILVA FILHO, 1996). Por meio destes itens será possível organizar a praça de alimentação com o programa de necessidades mínimo necessário para um local adequado que atenda à demanda do Campus II da Unoeste. 2.1.2 Espaços modulados visando a sustentabilidade e acessibilidade O desenvolvimento sustentável é um assunto comum atualmente em vários setores da sociedade, principalmente, no meio da construção civil, uma das atividades humanas com maior impacto no meio ambiente. Nesse sentido, muitos profissionais buscam por novas alternativas tecnológicas para a construção, como o uso do contêiner (DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012). Occhi e Romanini (2014) afirmam que a sustentabilidade na construção civil passou a receber maior reconhecimento após 1992, quando foi realizada no Rio de Janeiro a II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano. Por meio da Agenda 21, diversos países buscaram a reflexão sobre a redução de resíduos e poluentes, a extração de matéria prima e consumo racional de água e energia. O contêiner surge na arquitetura como uma nova forma de construção, que pode contribuir para amenizar danos ao meio ambiente. Países no exterior como Inglaterra, Japão, Holanda tornaramo uso do contêiner uma prática consolidada, que atende a diversos públicos e diferentes funções, como escritórios, hotéis e habitações (DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012). 23 No Brasil, existem poucas experiências e projetos em relação a outros países, e sua grande maioria surgiu de projetos conceituais. Isso porque aqui ainda é novidade que se possa habitar com qualidade em antigos recipientes de carga (OCCHI; ROMANINI, 2014). Ele é um material versátil que proporciona flexibilidade, pois além de ser facilmente modificado ou transportado para outro local ele pode ter vários tipos de estruturas e materiais, como a madeira, o aço, o concreto e o vidro, remetendo aos edifícios tradicionais que já utilizam todos os materiais citados (DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012). O contêiner está presente no assunto sustentabilidade, pois é um material com ciclo de vida útil muito grande, e pode minimizar diversos recursos naturais de construção que causam impacto na natureza. Segundo Goebel (1996 apud DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012) a vida útil mínima prevista do contêiner é entre 8 e 12 anos, mas ainda não se tem informação da duração com o uso dele como elemento arquitetônico (DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012). Segundo Occhi e Romanini (2014), a quantidade excedente de containers descartados e a necessidade de utilizar materiais sustentáveis com menor custo auxiliou na difusão do seu uso na construção civil. Ele é construído de aço Corten, um material totalmente reciclável que tem propriedades anticorrosivas e uma estrutura muito resistente, projetada para resistir às intempéries e suportar grandes cargas. É um material que requer mão de obra especializada, mas com o custo inferior ao de uma obra tradicional (DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012). O preço final da obra com o container pode diminuir cerca de até 30% comparado com outros métodos, além de acelerar a velocidade da obra por se tratarem de módulos dimensionados pela International Standards Organization - ISO (OCCHI; ROMANINI, 2014). Como o contêiner não possui a função original para a ocupação humana, são necessárias algumas preocupações durante a fase do projeto para garantir as condições mínimas de uso em seu interior. As chapas de aço Corten tornam indispensável o isolamento térmico e proteção antichamas nas paredes internas, assim como isolamento acústico no teto, que pode ser feito com isopor aparente (OCCHI; ROMANINI, 2014). Garrido (2011 apud DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012) analisou as seguintes ações para garantir o uso do contêiner na arquitetura: 24 1. Garantir um projeto adequado com relação ao clima local; 2. Melhorar o comportamento térmico e acústico; 3. Proporcionar isolamento na parte externa; 4. Aproveitar a inércia térmica (a pouca inércia térmica promovida pelas paredes do container permite uma rápida refrigeração, mesmo nas horas de máxima radiação solar). 5. Garantir respirabilidade e ventilação natural; 6. Garantir a impermeabilização, e evitar a condensação; 7. Utilizar materiais de acabamento ecológicos e facilmente substituíveis; 8. Garantir o equilíbrio eletromagnético e eliminar o efeito de "Gaiola de Faraday"; 9. Garantir a recuperação, reparação e reutilização de componentes; 10. Otimizar o máximo possível de recursos e materiais; 11. Diminuir as emissões o máximo possível; 12. Reduzir o desperdício, tanto quanto possível; 13. Diminuir o consumo de energia, tanto quanto possível. Os containers possuem alguns modelos que variam em relação à forma, tamanho e resistência. Os principais utilizados na arquitetura são da arquitetura Dry, com duas portas nas laterais. Suas dimensões externas são: Dry 20 pés: 2,438m de largura x 6,06m de comprimento e 2,59m de altura; suporta até 22,10 toneladas; Dry 40 pés: 2,438m de largura x 12,92m de comprimento e 2,59m de altura; suporta até 27,30 toneladas; Dry High Cube 40 pés: 2,44m de largura x 12,00m de comprimento e 2,79m de altura. De acordo com Occhi e Romanini (2014) os containers precisam de certos cuidados na sua construção, que serão explicados abaixo: O container precisa receber aplicação de tinta não tóxica para seu uso; 25 As esquadrias e outras adaptações nas chapas de aço devem ser inserida por mão de obra especializada com cuidado, pois com alterações em sua estrutura o contêiner pode ficar mais frágil; Para reforçar a estrutura pode ser necessária a colocação de molduras, vigas e suportes, dependendo da carga sobre o container; Para a execução da fundação de uma casa container, deve ser levado em consideração o tamanho e porte da construção, podendo ser acrescentadas sapatas apenas nas pontas das arestas; A pintura de oxidação, que irá evitar a corrosão, só poderá ser feita após a soldagem estar completa e o container resfriado; Todos os espaços vazios devem ser preenchidos com espuma de poliuretano após a soldagem para evitar riscos de infiltração; Existem duas formas de isolamento: a interna, que é mais econômica, porém menos eficiente; e a externa, que proporciona menos perda de calor, mas necessita uma vedação mais resistente. O isolamento acústico pode ser trabalhado da mesma forma, além de haver a possibilidade de isolar o teto com isopor aparente ou revestido (OCCHI; ROMANINI, 2014). Em relação à cobertura do container, indica-se a aplicação da telha metálica tipo sanduíche, com recheio de isopor que complementa o isolamento termo acústico da obra. Pode ser utilizado também o telhado verde, com melhor preparação da superfície e manutenção (OCCHI; ROMANINI, 2014). Nesse sentido, o uso do contêiner para a construção civil tem diversas vantagens, como: custo final da obra, previsibilidade no orçamento, grande disponibilidade do material, flexibilidade, mobilidade, economia de recursos naturais, rapidez na montagem, limpeza no canteiro de obras, resistência a intempéries e ser um material reciclável (DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012). As desvantagens encontradas foram a inexistência de legislações e normas, necessidade de ter revestimentos e acabamentos para garantir o conforto 26 ambiental e a mão de obra especializada. Entretanto, essas desvantagens não impede o uso do contêiner na arquitetura (DE PAULA; TIBÚRCIO, 2012). Seu uso pode contribuir para amenizar danos ao meio ambiente e aumentar a eficiência durante a obra, proporcionando um edifício mais flexível e moderno. 2.1.3 Conceitos A praça de alimentação e convivência do Campus II da Unoeste, em Presidente Prudente – SP é localizado dentro de um espaço institucional privado, de uso comunitário e público, principalmente, pela comunidade acadêmica da universidade. Dessa forma, é importante tratar sobre temas que envolvam a relação e noção dos espaços para melhor compreender o local de projeto. Segundo Ursini (2004), a arquitetura deve tratar os espaços criados com uma ação de interesse público para os usuários do espaço. Segundo os conceitos de Hertzberger (1999 apud URSINI, 2004) existem três tipos de conceitos sobre os espaços: uma área pública é aquela acessível a todos e sua responsabilidade de manutenção é assumida coletivamente. Já o espaço privado é aquele que o acesso e a manutenção é determinado por um pequeno grupo ou uma pessoa. Utiliza-se também, além de comunitário, a expressão “espaço franco” para locais privados com uso público. A qualidade de espaço franco se dará quando seu acesso prescindir de qualquer identificação e que sua disposição espacial estabeleça forte conectividade urbana, partindo da hipótese que o sistema de espaços públicos funcione como articulador destes espaços de titularidade privada. (URSINI, 2004, p. 5) A praça de alimentação e convivência no Campus II da Unoeste é um espaço franco, e desde a antiguidade tais áreas são extremamente importantes para os convívios sociais: festas religiosas, mercados, apresentações artísticas, comícios– um espaço flexível e receptor de diversidades (QUEIROGA, 2001 apud URSINI, 2004). Para auxiliar na criação do espaço de alimentação e convívio, estuda- se também alguns conceitos que envolvem o tema, com o objetivo de identificar, 27 qualificar e relacionar os elementos e facilitar a sua compreensão através do projeto arquitetônico (SCHLEE, 2009). Posto isso, primeiramente discute-se a relação entre o território e a identidade; o termo, que se origina na psicologia, tem informações sobre a constituição do sujeito, na sua aceitação e da construção do caráter. O território corresponde ao espaço físico delimitado, com significados psicológicos e culturais, organizados para determinadas funções – no caso deste estudo, um espaço de convivência. É importante mencionar que o território e o espaço coletivo podem influenciar os usuários individualmente – “Este raciocínio foi trazido para um plano mais amplo: identidade não apenas no plano individual, mas também no coletivo, sendo que sua construção toma a dimensão espacial como importante componente” (1999 apud SCHLEE, 2009, p. 7). Dessa forma, os laços afetivos e a história do lugar se misturam e realizam um processo complexo, apropriando elementos espaciais e transformando- os em marcas no espaço vivido, constituindo lugares com características atrativas para seus usuários (SCHLEE, 2009). O local escolhido para a implantação do novo espaço de convívio possui uma paisagem arborizada; a paisagem é considerada uma extensão do território, formado pelo conjunto de elementos e formas naturais e construídos pelo ser humano – o espaço se transforma em várias dimensões: natureza, cultura e os elementos visuais (SCHLEE, 2009). A paisagem é uma herança de processos impregnados de cultura, e alocando a praça de alimentação da Unoeste num ambiente comunitário, cria-se também uma herança cultural no espaço, enriquecendo o espaço acadêmico no município de Presidente Prudente – SP (SCHLEE, 2009). Enfatizando a interação entre paisagem, tempo e espaço, Milton Santos concebe a paisagem como a expressão materializada do espaço, interpretando-a como forma, um dos elementos constituintes do espaço que, num dado momento, expressam as heranças que representam as sucessivas relações entre o homem e a natureza. Nesta perspectiva, o autor diferencia paisagem de espaço: ao reunir objetos passados e presentes, a paisagem torna-se "transtemporal" (Santos, 1997 apud SHLEE, 2009, p. 13). O ambiente e o comportamento humano são um processo contínuo, onde “os comportamentos e processos sociais são práticas determinadas pela 28 natureza social, no interior da qual se organiza a experiência individual e coletiva” (FISCHER, 1994 apud SCHLEE, 2009, p. 15). Tais processos resultam na função mnemônica de um ambiente, resultando em memórias e significados não verbais de determinados locais. Portanto, o território e a paisagem estão ligados com os usuários dos espaços em questão, promovendo a criação de laços entre a área institucional e seus visitantes, funcionários e discentes, através de um espaço comunitário que ofereça espaços de qualidade para o consumo de alimentos. 2.1.4 Arquitetura bioclimática A praça de alimentação do Campus II da Unoeste deve ser projetada almejando qualidade para seus usuários, inclusive no conforto térmico. Segundo Romero (2001), uma análise ambiental de um espaço público permite evidenciar a viabilidade de pontos perceptíveis e válidos para o projeto, proporcionando qualidades essenciais para o caráter estético e as sensações propostas no ambiente. A arquitetura bioclimática busca nos antecedentes vernaculares respostas adequadas para soluções projetuais. Segundo Cook (1991 apud ROMERO, 2001) o desenho bioclimático foi redescoberto em 1973, onde com o tempo ganhou destaque nos estudos de especialistas devido sua sensibilidade em relação ao espaço construído. Essa arquitetura otimiza no desenho arquitetônico suas relações energéticas com o entorno e o meio ambiente, utilizando elementos naturais como o sol, reconciliando as necessidades humanas de abrigo com o clima (SERRA, 1989 apud ROMERO, 2001). A tendência bioclimática caracteriza-se pela tentativa de recuperação da influência do lugar e seu entorno nas decisões do projeto arquitetônico e urbanístico, incorporando aspectos climáticos, culturais e históricos do local de projeto (ROMERO, 2001). É ideal o estudo climático do local, da luz, atributos de cor e som. Dessa forma, o ambiente de estudo pode ter diversos elementos de destaque para criar variáveis no espaço, como elementos construídos, bancos, fontes, todos inseridos de acordo com o estudo da ficha bioclimática. Por exemplo, a arborização pode adquirir um protagonismo indiscutível devido à densidade do plantio e ao 29 tamanho das copas das árvores, oferecendo sombra abundante e proteção contra os ventos (ROMERO, 2001). Os mobiliários urbanos podem ser diferentes dependendo da configuração geométrica do espaço; cada mobiliário também deve ser adequado de acordo com o uso do local, inclusive seus materiais, como áreas de transição, áreas para pedestres, entre outros. Outros elementos comuns do mobiliário urbano são: iluminação, placas, cabines telefônicas, estátuas e monumentos, lixeiras, entre outros (ROMERO, 2001). Dessa forma, busca-se atender a elementos da arquitetura bioclimática na criação do projeto arquitetônico para a praça de alimentação do Campus II, utilizando elementos do entorno para o projeto, além de mobiliários urbanos que atendam à demanda dos usuários do local. 2.2 Análise de Obras Correlatas 2.2.1 Nacionais 2.2.1.1 Container Food Market 2.2.1.2 Bar do Futebol 2.2.2 Internacionais 2.3 Legislação É importante para o projeto da praça de alimentação, a revisão de algumas legislações vigentes nos âmbitos federal, estadual e municipal, pois tais normas específicas são responsáveis para a aprovação do projeto (GURGEL, 2014). Além das normas, é importante também escolher materiais adequados para o projeto, onde garantam a segurança dos usuários, sempre sinalizando degraus ou outros elementos que exijam a atenção (GURGEL, 2014). TABELA 1 – Leis Brasileiras e suas Disposições. ESFERA FEDERAL 30 Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999 Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária Fonte: O Autor, 2017. ESFERA ESTADUAL Lei Municipal N. 13.725, de 9 de janeiro de 2004 Institui o Código Sanitário do Município de São Paulo. Fonte: O Autor, 2017. ESFERA MUNICIPAL Lei complementar nº 151/2008 Plano Diretor do Município de Presidente Prudente. Lei complementar nº 153/2008 Lei de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo, da Área Urbana do Município de Presidente Prudente Lei nº 7.243/2010 Dispõe sobre a obrigatoriedade de local exclusivo nas praças de alimentação para deficientes, idosos e gestantes em centros comerciais, “shopping centers”, galerias, hiper e supermercados, e dá outras providências. Lei nº 8.502/2014 Dispõe sobre a instalação de pia para higiene das mãos e de pias adaptadas aos portadores de deficiência motora – cadeirantes, nos estabelecimentos comerciais, shopping centers, galerias, hiper e supermercados que contenham praça de alimentação e dá outras providências. Fonte: O Autor, 2017. 2.3.1 Federal A Lei n.9.782, de 26 de janeiro de 1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências afirma que o os estados e municípios exerçam as atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. Nesse sentido, a praça de alimentação deste projeto deve estar dentro das vigências federais, municipais e estaduais para garantir o controle de qualidade, armazenamento, distribuição e venda de produtos que não prejudiquema saúde dos consumidores. Conforme o Art. 7º, compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos II a VII do art. 2º da Lei n.9.782, que promovem a interdição, proibição e cancelamento de autorização de funcionamento de locais que violam a legislação pertinente ou de risco eminente à saúde. 31 2.3.2 Estadual A Lei Municipal N. 13.725, de 9 de janeiro de 2004, institui o Código Sanitário do Município de São Paulo. Ela norteia ações complementarem à lei federal da vigilância sanitária, prezando pela saúde da população. Segundo o Art 2º inciso 1º: § 1º - As ações de vigilância sanitária abrangem o conjunto de medidas capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, inclusive o do trabalho, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. O Art. 22º define que toda edificação, inclusive a futura instalação da praça de alimentação, deve ser construída e mantida observando os seguintes fatores: I. a proteção contra as enfermidades transmissíveis e enfermidades crônicas, inclusive aquelas transmitidas ao homem por animais e vetores; II. a prevenção de acidentes e intoxicações; III. a redução dos fatores de estresse psicológico e social; IV. a preservação do ambiente do entorno; V. o uso adequado da edificação em função de sua finalidade; VI. o respeito a grupos humanos vulneráveis. O conhecimento da legislação permite a criação de projeto arquitetônico de acordo com as leis vigentes prezando pela saúde dos usuários da Unoeste. 2.3.3 Municipal Existem quatro leis principais a serem abordadas no município de Presidente Prudente. A primeira é a Lei complementar nº 151 de 2008, que institui o Plano Diretor do Município de Presidente Prudente. Através do Art. 6º é possível conhecer alguns objetivos básicos que conversam com a criação do projeto da praça de alimentação na Unoeste: I - proteger e preservar o meio ambiente; III - proteger e preservar os patrimônios históricos, artísticos, culturais, arqueológicos e paisagísticos; V - propiciar a otimização do uso da infra-estrutura e do equipamento urbano já existente; IX - controlar a distribuição espacial das atividades produtivas; 32 XI - evitar a dispersão de ocupação do território; XIII - garantir a segurança e salubridade das edificações; A Lei complementar nº 153 de 2008 trata sobre a Lei de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo, da Área Urbana do Município de Presidente Prudente. Ela define, através do Art. 24 as Zonas Especiais, espaços que estão sujeitos a normas próprias e que estão classificadas de acordo com a finalidade palas quais foram instituídas. O Campus II da Unoeste está classificado como zona especial de ensino e pesquisa, e dessa forma não é necessário respeitar outras normas urbanas como ocupação máximas, entre outros. § 3º A zona especial de ensino e pesquisa destina-se ao uso por atividades específicas de ensino, pesquisa, atividades afins e correlatas, qualquer obra ou edificação deverá ser objeto de análise específica do órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal, que estabelecerá os parâmetros dos índices urbanísticos, a serem observados, desde que os mesmos respeitem e não interfiram na paisagem urbana e no sistema viário onde se localizará. A Lei nº 7.243/2010 dispõe sobre a obrigatoriedade de local exclusivo nas praças de alimentação para deficientes, idosos e gestantes em centros comerciais, “shopping centers”, galerias, hiper e supermercados, e dá outras providências. Através do Art. 1º, fica estipulado o valor mínimo de 10% de lugares em praças de alimentação para deficiente físicos, gestante e idosos. Confome o Art. 3º, os assentos deverão ser fixados em local de grande visibilidade nas dependências das praças de alimentação dos estabelecimentos de que trata esta Lei, com placas indicativas dos locais preferenciais. A Lei nº 8.502/2014 dispõe sobre a instalação de pia para higiene das mãos e de pias adaptadas aos portadores de deficiência motora – cadeirantes, nos estabelecimentos comerciais, shopping centers, galerias, hiper e supermercados que contenham praça de alimentação e dá outras providências. Com ela, fica obrigatória nos estabelecimentos comerciais que contenham praça de alimentação, a instalação de pia para higiene das mãos e de pias adaptadas aos portadores de deficiência motora – cadeirantes. 33 O inciso 1º desta lei define como praça de alimentação um local destinado ao consumo de alimentos que contenham mesas e pelo menos dois estabelecimentos que comercializem refeições, caso que se encaixa no projeto. Dessa forma, os estabelecimentos comerciais deverão disponibilizar a pia em local visível, equipado com sabonete líquido e papel toalha para higienização dos usuários. 2.4 Normas Técnicas TABELA 2 – Normas e suas Disposições NACIONAL ABNT NBR 9050:2015 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Instrução Técnica Nº. 01 a 15/2015 Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo. Fonte: O Autor, 2017. REFERÊNCIA INTERNACIONAL A Arte de Projetar em Arquitetura - Neufert Arte de projetar em arquitetura: princípios, normas e prescrições sobre construção, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de edifícios, locais e utensílios. Fonte: O Autor, 2017. 2.4.1 Nacionais No Estado de São Paulo, é necessário que o projeto respeite a legislação do Corpo de Bombeiros, pois são exigidos números mínimos para locais e quantidades de hidrantes, extintores e saídas de emergência, dependendo do nível da complexidade do projeto (GURGEL, 2014). Essa norma é a Instrução Técnica Nº. 01 a 15/2015, que institui instruções técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo. De acordo com o Art. 24º dessa norma, são necessárias algumas medidas de segurança contra incêndio em edificações e áreas de risco, assim como a praça de alimentação. As medidas de segurança contra incêndio devem ser projetadas e executadas visando atender aos objetivos do Regulamento, que são: 34 I – acesso de viatura na edificação e áreas de risco; II – separação entre edificações; III – resistência ao fogo dos elementos de construção; IV – compartimentação; V – controle de materiais de acabamento; VI – saídas de emergência; VII – elevador de emergência; VIII – controle de fumaça; IX – gerenciamento de risco de incêndio; X – brigada de incêndio; XI – brigada profissional; XII - iluminação de emergência; XIII– detecção automática de incêndio; XIV – alarme de incêndio; XV – sinalização de emergência; XVI – extintores; XVII – hidrante e mangotinhos; XVIII – chuveiros automáticos; XIX – resfriamento; XX – espuma; XXI – sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono (CO2); XXII – sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA); XXIII – controle de fontes de ignição (sistema elétrico; soldas; chamas; aquecedores etc.). A ABNT NBR 9050:2015 são normas de acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, que garantem uma praça de alimentação acessível para deficientes físicos, idosos, gestantes ou outras pessoas com a mobilidade prejudicada. Ela estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação às condições de acessibilidade, visando proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura do ambiente, edifcações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção. É importante frisar que as áreas técnicas de serviço ou de acesso restrito, como as cozinhas da praça de alimentaçãonão precisam ser acessíveis. De acordo 35 com a NBR 9050:2015 apenas os locais de acesso comum devem ser acessíveis, assim como suas rotas de acesso e circulação. A norma trata sobre mesas ou superfícies de refeição, que devem ser facilmente identificadas e localizadas numa rota acessível e estar distribuída por toda a praça de alimentação. É necessário garantir a aproximação frontal na mesa, além de circulação adjacente que permita o giro de 180º. As mesas ou superfícies de refeição devem ter altura de tampo entre 0,75 m a 0,85 m do piso acabado. Devem ser asseguradas sob o tampo a largura livre mínima de 0,80 m, altura livre mínima de 0,73 m e profundidade livre mínima de 0,50 m para possibilitar que o usuário avance sob a mesa ou superfície. 2.4.2 Internacionais A Arte de Projetar em Arquitetura é um livro de referência do autor Neufert, bastante conhecido no meio da arquitetura e Design de Interiores, que trata sobre princípios, normas e prescrições sobre construção, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de edifícios, locais e utensílios. Como a norma trata de diversos assuntos, será destacado aqui os itens relacionados à restaurantes e praças de alimentação. Neufert (1998) destaca alguns itens importantes para a criação de espaços de refeições com maior conforto, sendo eles: Colocação paralela das mesas nos espaços de refeição; Caso exista a necessidade de ter pilares entre as mesas de refeição, é ideal que eles estejam em locais que não atrapalhe a circulação ou as cadeiras; Nichos e cantos podem ser aproveitados com sofás ou circulação; 36 FIGURA 1 - Disposição das mesas Fonte: Neufert (1998) Com todas as informações sobre as disposições e medidas mínimas que a norma de Neufert oferece é possível criar uma praça de alimentação com espaços de refeição confortáveis e cozinhas com mais espaços para o manuseio dos produtos. Conhecer as normas técnicas auxilia na elaboração de um espaço de qualidade e adequado para a praça de alimentação da comunidade acadêmica da Universidade do Oeste Paulista em Presidente Prudente – SP. 37 CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA ADOTADA Este capítulo é destinado à apresentação da metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa. Apresentam-se os parâmetros, critérios, antecedentes de trabalhos que utilizaram determinado método de averiguação, verificação, levantamento e constatação de dados. Indicará, de maneira sistematizada, a sequência de atividades realizada no alcance dos objetivos propostos no trabalho. 3.1 Tipo de Estudo Nesta perspectiva, este trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira, a saber: 3.1.1 Documental O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica que, segundo Gil (2002, p.50) “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído de livros e artigos científicos”. O estudo documental foi realizado a partir de fontes como livros, artigos, monografias, relatórios e obras originais de diversas naturezas – notas, projetos de lei, ofícios, mapas, documentos informativos arquivados em repartições públicas, entre outros. A análise documental constitui-se em uma importante ferramenta na pesquisa qualitativa, seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos do próprio tema. 3.1.2 Propositivo Como resultado da pesquisa documental, apresenta-se como proposição o projeto de arquitetura com parâmetros projetuais da criação de uma praça de alimentação contemporânea, acessível, sustentável e de qualidade que comporte a demanda atual do Campus II da Unoeste. O resultado dos objetivos propostos nesta pesquisa encontra-se concretizado na proposta projetual elencada no Capítulo 5 desta monografia. 38 3.2 Instrumentos para Conceituação e Embasamento Teórico e Prático 3.2.1 Revisão da Literatura Na revisão da literatura, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o tema proposto e seu embasamento teórico, são abordadas questões como conceituação e definição do objeto de estudo, evolução histórica do tema, entre tantos outros. 3.2.2 Análise de Obras Correlatas As obras correlatas analisadas constituem-se em três obras de referência sobre o tema desta monografia, sendo duas de âmbito nacional e uma de âmbito internacional pertinentes ao objeto de estudo e tem como objetivo auxiliar o entendimento de questões similares de diversas naturezas e, consequentemente, serem referências para o ato de projetar. 3.2.3 Informações Obtidas em Órgãos Públicos Para fortalecer a sistematização do conhecimento sobre o objeto de estudo, obteve-se informações importantes do contexto da administração pública local e de demais órgãos públicos pertinentes ao desenvolvimento da pesquisa, tais como Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, Vigilância Sanitária, Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano, de Habitação e de Saúde e Prefeitura Municipal de Presidente Prudente, entre tantos outros. 3.2.4 Legislação e Normas Técnicas A legislação em nível federal, estadual e municipal, bem como as normas técnicas de âmbito nacional e internacional são pertinentes ao objeto de estudo e encontram-se especificadas com o objetivo de respaldar, tecnicamente, o ato de projetar. 39 3.3 Instrumentos para a Coleta de Dados Foram usados como instrumentos, levantamentos topográficos, fotográficos, métricos por meio de normas para a sua coleta de dados. 3.3.1 Levantamentos Fotográfico e Topográfico Realizou-se levantamento fotográfico do local e seu entorno com o objetivo de elucidar pontos positivos e frágeis a serem considerados no ato de projetar e para subsidiar a leitura do entorno. O arquivo fotográfico é do próprio pesquisador. Soma- se a isso, o levantamento topográfico utilizado no entendimento da topografia atual para que houvesse leitura e proposta da topografia modificada verificada em projeto. O levantamento topográfico baseou-se em dados oficiais da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente SP e do Departamento de Obras – DPO, da UNOESTE. 40 CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS E CONDICIONANTES ENVOLVIDAS 4.1 História e Aspectos Atuais do Município e da Região O município de Presidente Prudente está localizado no oeste do Estado de São Paulo, próxima às divisas com os Estados do Paraná (região norte) e Mato Grosso do Sul (região sul). Com população estimada em 223.749 habitantes em 2016, é considerada uma das melhores cidades para se morar, de acordo com pesquisa do Programa das Nações Unidas (PNUD), e uma das mais pacíficas do país, conforme levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Presidente Prudente nasceu através do desenvolvimento do interior de São Paulo, devido à expansão da rede ferroviária e dos centros urbanos formados pela expansão do período cafeeiro e da atividade agropecuária (HONDA, 2011) O município foi fundado no dia 14 de setembro de 1917 pelos colonizadores Coronel Francisco de Paula Goulart e Coronel José Soares Marcondes, com a estrada de ferro surgindo dois anos após seu surgimento. A criação legal do município, entretanto, se deu em 1921, anos após a criação das primeiras vilas da cidade (Vila Goulart e Vila Marcondes) (HONDA, 2011). Prudente cresceu de forma expressiva na região da Vila Goulart até a primeira metade de 1950, mas sem planejamento ou regularização das áreas. Anos depois, nas décadas de 70 e 80, a cidade teve um aumento significativo populacional, iniciando o processo da criação de grandes vazios urbanos (HONDA, 2011) Reconhecida ainda como polo universitário, tem como uma de suas principais referências a Unoeste, a maior universidade da região. O município foi o berço dessa instituição, ondeela cresceu, amadureceu e se consolidou como uma das melhores do Brasil. 4.2 Localização e Aspectos Físicos e Geográficos do Município e da Região Presidente Prudente está localizada a 558 quilômetros de São Paulo, na mesorregião e microrregião de mesmo nome. Ela ocupa uma área maior que 41 560.000km² e seu território conta com sub-bacias de pequenos e médios córregos com papéis importantes para desenvolvimento do município, como o Córrego do Veado (WIKIPEDIA, 2017). 4.3 Aspectos Socioeconômicos, Culturais, Educacionais e Políticos do Município O município de Presidente Prudente, segundo o IBGE (2017) conta com um saneamento básico adequado, com mais de 95% das residências com arborização e vias públicas com pavimentação, calçada, presença de bueiros e meio fio. Prudente conta com um salário médio mensal de 2,6 salários mínimos e é um dos municípios que se destacam no estado em relação à proporção de pessoas ocupadas. 4.4 Aspectos Referenciais do Objeto de Estudo em relação à Municipalidade 4.4.1 Levantamento Métrico O levantamento métrico do local é essencial para o estudo e a criação do projeto arquitetônico da praça de alimentação do campus. A área total do local é de 5.259m², e sua implantação é irregular, como pode ser vista na Figura 2. Figura 2 - Levantamento Métrico Fonte: Autor (2017) 42 É possível observar que existe um bom espaço para trabalhar, com capacidade para atender diversas pessoas da comunidade acadêmica com um espaço de qualidade. Figura 3 - Topografia Fonte: Autor (2017) A topografia, predominantemente plana, traz um ponto de menor elevação localizado próximo ao curso d’água do Córrego do Limoeiro no Jardim Vale do Sol. O restante da área é caracterizado por áreas com pequenas variações altimétricas mais altas ou mais baixas, que oscilam entre 2,5 m na região do Shiraiwa e do Residencial Universitário. 4.4.2 Renda e Ocupação do Local e do Entorno Com a criação do Campus 2 da UNOESTE distante do centro urbano em 1987, alguns conjuntos habitacionais e bairros foram instalados na região, como o Jardim Vale do Sol. Hoje em dia, os bairros no entorno do campus da instituição são predominantemente residenciais, com alguns comércios no bairro. O Campus II, conhecido por suas belezas naturais, preserva características ambientais importantes e que se manifesta por meio do colorido 43 especial promovido por seus corredores de árvores, jardins, flores e as espécies de pássaros que habitam o local. O Campus se encontra localizado na Rod. Raposo Tavares, km 572, no município de Presidente Prudente – SP. A área de vizinhança do Campus 2 da UNOESTE – Jardim Vale do Sol, Residencial Universitário e Parque Shiraiwa – são locais onde encontram-se diversas moradias coletivas voltadas aos estudantes e residências unifamiliares. Figura 4 - A UNOESTE, Campus 2 na cidade de Presidente Prudente – São Paulo Fonte: Google Maps (2017), modificado pelo Autor (2017) 44 Figura 5 - Localização dos campus da Unoste. Planta esquemática, sem escala Fonte: Google Maps (2017), modificado pelo Autor (2017) A morfologia da área do entorno imediato é composta basicamente por residências e comércios de 1 a 2 pavimentos. Logo na entrada do acesso principal existem estabelecimentos comerciais que são bastante frequentados pelos estudantes da instituição, como a Toca da Coruja e o restaurante Colher de Pau. A maioria das edificações do entorno tem pouca expressão arquitetônica, acabamento em argamassa pintada e apresentando estado de conservação intermediário: as construções mais novas estão mais conservadas e os prédios mais antigos possuem um acabamento mais precário. 4.4.3 Aspectos do Uso e Ocupação do Solo De acordo com o Plano de Zoneamento de Presidente Prudente, o campus II da UNOESTE situa-se numa área de Zona Especial de Ensino e Pesquisa, que se caracteriza pela singularidade do uso atual ou de uso pretendido, e por tais aspectos estão sujeitas a normas próprias e estão classificadas de acordo com a finalidade pelas quais foram instituídas e são relacionadas A área de vizinhança do Campus 2 da UNOESTE – Jardim Vale do Sol, Residencial Universitário e Parque Shiraiwa – são locais onde encontram-se diversas moradias coletivas voltadas aos estudantes e residências unifamiliares. Na área do entorno do campus os usos e a ocupação do solo variam. Embora haja o 45 predomínio de residências, tanto unifamiliar quanto repúblicas, estão presentes também atividades de comércio e serviço. Figura 6 - Planta de situação do Campus – 2017 (Planta esquemática figura-fundo, sem escala) Fonte: Presidente Prudente (2016), modificado pelo Autor (2017) 4.4.4 Mobiliários Urbanos Local e do Entorno O campus da Universidade do Oeste Paulista conta com uma grande área que possui diversos bancos e mesas para a comunidade, além de grande parte com vegetação. Na região de implantação da nova praça, entretanto, a maior parte do local é uma rua que anteriormente servia como estacionamento de professores, com espaço livre e sem mobiliário. 4.4.5 Equipamentos Urbanos Próximos ao Terreno. 46 A importância das praças e dos espaços abertos para o presente Estudo de Impacto de Vizinhança, no que diz respeito à morfologia e ambiência urbana, está na possibilidade de proporcionarem espaço aberto e sombreado, livre para circulação de ar e para o trânsito de pessoas e de constituir um ambiente com tratamento paisagístico. Funcionando como lugar público aberto, as praças, como elementos morfológicos, também desempenham importante papel social na medida em que exercem função de reunir grupos em torno de uma atividade comum. As praças da região são os espaços institucionais dos bairros no entorno e atendem a população mais próximas dessas áreas. Apesar da proximidade com a UNOESTE, poucos estudantes utilizam os espaços, sendo mais focados para os moradores do entorno imediato. Figura 7 - Praças no entorno do Campus 2 Fonte: Google Maps (2017), modificado pelo Autor (2017) Figura 8 - Praça próxima ao Campus 2 47 Fonte: Google Maps (2017), 4.4.6 Vegetação Local e do Entorno As massas verdes são presentes em toda a extensão da área de estudo, mas são predominantes dentro do local de implantação do projeto. Por isso, serão tomadas atitudes de projeto que não irão prejudicar a paisagem e o meio ambiente já consolidado. Figura 9 - Vista do local do projeto Fonte: Autor (2017) 48 4.4.7 Acessos e vias de circulação na área e do entorno (Fluxos). A principal via de acesso ao campus é a Avenida Eme Albem Pioch, representada em vermelho na Figura 6. O segundo acesso para o local é feito pela Rua José Luiz da Silva, representado na cor rosa na Figura 6. As vias de ligação entre os blocos do campus estão representadas na cor amarela, e a partir dos dois acessos é possível atravessar o campus todo. Figura 10 - Planta de situação com os principais eixos viários de acesso ao Campus 2 (Planta esquemática, sem escala) Fonte: Google Maps (2017), modificado pelo Autor (2017) 49 CAPÍTULO 5 – PROPOSTA ARQUITETÔNICA 5.1 Programa de Necessidades O projeto da praça de alimentação do campus tem como objetivo criar uma nova praça para promover maior qualidade para a comunidade acadêmica, localizado próximo do Bloco B2 e B3, e o programa de necessidades é essencial para a criação do projeto arquitetônico. A praça de alimentação existente conta com 8 quiosques distribuídos em 1.562m². A área prevista para a praça de alimentação terá 5.259m², com dez restaurantes, espaço para alimentação e mobiliário para atender a comunidade acadêmica. As áreas que não serão construídas serão ocupadas por caminhos de pedestres e jardins, permitindo que a permeabilidadedo solo aconteça e que a reforma da praça de alimentação não interfira no ambiente já construído 5.1.1 Memorial de Conceito e Partido Arquitetônico O conceito do projeto é a criação de um espaço único que visa uma nova atmosfera para o espaço de alimentação voltado para a comunidade acadêmica da Universidade do Oeste Paulista. Busca-se um local implantado em área livre integrada com a natureza aliando design e sustentabilidade para o ambiente. O partido arquitetônico baseia-se nas condicionantes das condições físicas do terreno e no material construtivo, que irão direcionar o projeto da praça de alimentação à sua realização. O local escolhido para a implantação do projeto da nova praça de alimentação fica localizado próximo ao Bloco B2. Sua escolha foi essencial para o projeto pois irá determinar um melhor fluxo de pessoas para os horários de pico, sem interferência direta no fluxo de carros. Para lidar com este terreno com aproximadamente 8 metros de desnível, é necessário trabalhar com sua acessibilidade através de escadas, rampas e decks que irão nivelar as plataformas dos restaurantes. O outro condicionante do partido é o material construtivo, onde será utilizado o container, que é uma caixa originalmente utilizada para o transporte de 50 mercadorias, e que atualmente encontra-se disponível para o uso residencial e comercial, estimulando a economia de recursos naturais e um espaço amigo do meio ambiente. Utiliza-se este material para o projeto da nova praça pois além da diminuição de entulhos com a obra, cria-se um espaço de tendência sustentável no Campus II da UNOESTE e estimula o assunto entre a comunidade acadêmica da instituição. 5.2 Proposta Arquitetônica A proposta arquitetônica do projeto da praça de alimentação do Campus II da Unoeste é apresentada neste capítulo e tem como objetivo representar as características do projeto. Figura 11 - Imagem do projeto Fonte: Autor (2017) 51 Figura 12 - Vista da área de alimentação Fonte: Autor (2017) Figura 13 – O ambiente da área de alimentação com um novo olhar Fonte: Autor (2017) Como é possível observar na Figura 11, 12 e 13, o projeto possui integração com a vegetação através de espaços intercalados com os containers e as vias de circulação. Cria-se diversas áreas de permanência para atender da melhor forma a comunidade, com espaços para a alimentação, estudo e socialização entre alunos, professores, funcionários e visitantes. 52 Figura 14 - Vias de circulação de pedestres Fonte: Autor (2017) Figura 15 - Espaços de Permanência Fonte: Autor (2017) Figura 16 - Espaços de Permanência Fonte: Autor (2017) 53 Os espaços com vegetação, além de proporcionar maior conforto térmico e um ambiente integrado com a natureza, possibilita a criação de bancos e espaços para a comunidade acadêmica. Figura 17 - O ambiente construído e a vegetação Fonte: Autor (2017) Utiliza-se as cores e números para diferenciar e situar a localização de alguns containers, mantendo uma organização e fluxo com método diferenciado e simples. Figura 18 - Passarela superior e containers com restaurantes Fonte: Autor (2017) 54 Figura 19 - Rampa e escada integradas Fonte: Autor (2017) É possível observar que a proposta arquitetônica conta com um respeito ao meio ambiente preservando a arborização e criando espaços de qualidade para a nova praça de alimentação do Campus 2, com uma grande área que irá comportar o número de usuários e oferecer espaços integrados à natureza. 5.3 Memorial Justificativo O memorial justificativo busca explicar a escolha de materiais para o projeto arquitetônico deste trabalho de conclusão de curso. Os principais materiais pré- definidos são: Container: reutilizar um material resistente para a construção civil visando a diminuição de entulhos e uma obra que se destaca entre os edifícios tradicionais da universidade; Madeira: material simples e clássico para os decks entre níveis do projeto, delimitando diferentes matérias para ambientes distintos; Piso intertravado: utiliza-se piso que irá promover absorção de água no solo para respeitar o ambiente; Vidro: utiliza-se o vidro para integrar áreas internas e externas, onde os ambientes conversam entre si. 55 Dessa forma, justifica-se alguns materiais do projeto da nova praça de alimentação do Campus 2 da Unoeste. 5.4 Memorial Descritivo Cria-se nesta etapa projetual um memorial descritivo com alguns materiais que serão implantados no projeto arquitetônico da praça de alimentação da Unoeste. Para as calçadas do projeto será utilizado o concreto ecológico, que consiste na substituição de brita por agregados que são providos do aproveitamento de materiais de borracha, minimizando os impactos da natureza. Além disso, ele garante uma boa drenagem e aceita pigmentos e estampas, podendo ser coloridos, além de minimizar trincas e fissuras nos locais de aplicação. Para o paisagismo será utilizada a grama sintética, produzida em polipropileno que garante maior resistência, durabilidade e limpeza. Sua instalação sobre o piso de concreto deve ser realizada após a limpeza da superfície, e sua manutenção é simples, podendo ser limpa com sabão neutro e água. A grama escolhida para este projeto é a de 80.000 pontos, que vem em formato de rolo de 2x25m Figura 20 - Grama sintética Fonte: http://www.ecopex.com.br/pisos/grama-sintetica/. Acesso em: 20 mar. 2018 Um elemento que será utilizado é o piso intertravado, bastante comum no campus da instituição, mas com uma proposta diferente e maior integrada com a 56 natureza. Para o piso do entorno, escolhe-se o piso intertravado da RRC Plásticos, que é assentado no pó da pedra e não utiliza cimento. Ele é próprio para estacionamentos, calçadas, ciclovias e jardins, e seu uso diminui o risco de alagamentos e enchentes. Ele é muito mais leve que os pisos de cimento, pesando 6kg por m² e além de durável é antiderrapante. Possui diversas cores disponíveis e seu laudo técnico garante a resistência semelhante ao asfalto. FIGURA 21 - Piso intertravado Fonte: http://rrcplasticos.com.br/pisos-intertravados.aspx. Acesso em: 20 mar. 2018 Para os bancos, decks e redários utiliza-se a madeira ecológica de PVC, uma madeira com a combinação de polímeros, fibras, cargas minerais e aditivos importados que proporcionam a textura e o aspecto natural da madeira, entretanto não é produto de desmatamento. Além de causar baixo impacto ambiental, ele é 100% reciclável e conta um alto padrão de qualidade na sua fabricação. Suas vantagens são: antiderrapantes, antitérmicos, não absorvem umidade, não precisa de manutenção constante, não racha, é imune a pragas e insetos, não soltam farpas e possui um ótimo custo x benefício. 57 Figura 22 - Madeira ecológica Fonte: http://www.ecopex.com.br/madeira-plastica/. Acesso em: 20 mar. 2018 A fundação dos containers será realizada através do baldrame corrido. Os containers utilizados serão o modelo Dry e seus dois tamanhos, com comprimentos que variam entre 6 a 12 metros e altura de 2,59m. É possível observar melhor suas dimensões através das imagens abaixo. Figura 23 - Container de 20 pés Figura 24 - Container de 40 pés Fonte: http://dicasdearquitetura.com.br/tipos-e-medidas-de-containers-para-construcao/. Acesso em: 20 mar. 2018 O chão e teto do container será revestido com placa cimentícia de 10mm, ideal para a utilização em sistemas construtivos industrializados. Da marca Brasilit, é um elemento que oferece praticidade e rapidez na montagem, além de conforto e resistência com uma vida útil boa para ambientes internos e externos. 58 O preço médio das placas de 120x240cm é de R$146,00 por chapa, e ela pode
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