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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Departamento Acadêmico de Construção Civil- DACOC Engenharia Civil RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DA DISCIPLINA DE ARGAMASSA E CONCRETO Ana Carolyne Neves da Silva Fernanda Cristina Blanco Lima Estevão Luiz de Paula Guerra Nicole Rodrigo Dias S. Elioth Amour Alapini Curitiba 2021 1. INTRODUÇÃO Os principais componentes do concreto convencional utilizado na construção civil são o cimento Portland e os agregados graúdos e miúdos, sendo assim, as propriedades físicas e mecânicas dos mesmos interferem diretamente no desempenho do concreto ou argamassa no qual se planeja aplica-los. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), descreve detalhadamente os procedimentos para realização de diversos ensaios afim de obter indicadores que possibilitem a avaliação da qualidade e propriedades desses materiais, bem como, estabelece limites para que os mesmos sejam considerados adequados para produção de concretos e argamassas. Diante disto, apresentaremos a seguir, a aplicação de alguns desses ensaios em amostras de cimento Portland, agregados graúdos e miúdos e a discussão de seus resultados, afim de determinar indicadores como: índice de finura, massa específica, massa unitária, teor de umidade e análise granulométrica. 2. OBJETIVO Esse relatório tem como objetivo estudar as propriedades tanto do cimento, quanto dos Agregados Graúdos e Miúdos, seguindo sempre as normativas da ABNT. 3. Ensaios em Cimento Portland 3.1. Determinação da Finura pela Peneira nº 200 A ABNT NBR 11579:1991 descreve minunciosamente os procedimentos a serem realizados para execução do ensaio. Resumidamente, o índice de finura é obtido através do material retido na peneira após as três fases do peneiramento de uma amostra com massa inicial de 50 ± 0,05 gramas, a primeira etapa para eliminação dos finos dura de 3 a 5 minutos, a fase intermediária dura entre 15 e 20 min, e o peneiramento final é realizado por 60 segundos e repetido até que a massa que passa ao fundo durante esta etapa seja inferior a 0,05g. Em seguida a massa retida é transferida para um recipiente e pesada com precisão de 0,01g. Então, o índice de finura é calculado pela seguinte fórmula: Onde: IF = índice de finura (%) R = massa retida na peneira (g) C = Fator de correção da peneira (ABNT NBR NM-ISSO 3310-1:2010, 0,80≤C≤1,20) Importância do ensaio: É importante saber se a quantidade de finos do cimento está dentro do recomendado, quanto menores os grãos, maior será a área de contato com a água, isso aumenta o calor de hidratação e a resistência inicial. Por se tratar de um ensaio de materiais relativamente simples pode ser executado tanto no canteiro de obras quanto em laboratório, no entanto, para um resultado mais preciso o método de permeabilidade do ar (método de Blaine) é mais indicado. Análise dos resultados: Com base nos dados informados, temos que o índice de finura deste cimento é de 18%. De acordo com a ABNT NBR 16697:2018 o valor máximo do índice de finura nos cimentos Portland é de 12%, sendo assim, a amostra analisada não atende aos requisitos físicos e mecânicos estabelecidos pela norma. Porém, este resultado pode ter ocorrido em virtude de um ensaio executado de forma inadequada, sem respeitar rigorosamente os procedimentos estabelecidos pela norma como o tempo de cada fase, os movimentos descritos e a atenção na hora da pesagem. 3.2. Determinação da Massa Específica Descrito pela ABNT NM 23/2000, o procedimento consiste no preparo do frasco de Le Chatelier com um líquido não reagente até a marca entre 0 e 1 cm³, obter o equilíbrio térmico do frasco e efetuar a leitura inicial com aproximação de 0,1cm³, a amostra de cimento (60g no caso de cimento Portland) é inserida e, com o frasco tampado, o material é girado em posição inclinada ou em círculos até que não subam borbulhas de ar para a superfície do líquido e efetua- se a leitura final. O cálculo é realizado através da fórmula: Onde: P = massa específica (g/cm³) M = massa do material (g) V = V2 - V1 Importância do ensaio: Este ensaio é realizado para verificar se a massa específica está dentro do recomendado, a partir dessa informação é possível ter uma noção da quantidade desse material na composição dos concretos. Análise dos resultados: A massa específica do cimento Portland deve ser entre 2,9g/cm³ e 3,18g/cm³, a amostra analisada está dentro da faixa estabelecida, apresenta massa específica de 2,97g/cm³. 3.3. Determinação da Pasta de Consistência Normal A realização deste ensaio deve obedecer à ABNT NBR 16606:2018, os resultados são obtidos com a utilização do aparelho de Vicat, prepara-se uma pasta com 500g de cimento e água, a proporção da água é obtida por tentativas (em torno de 25 a 30%). Após realizar a mistura de acordo com a descrição da norma, a pasta é colocada no molde sob o aparelho de Vicat para verificação da consistência. Pasta de consistência é uma mistura de cimento e água numa proporção que se alcance um índice de resistência igual a 6 ± 1 mm, caso não se obtenha este resultado deve-se preparar diversas pastas variando a quantidade de água a cada tentativa. O cálculo que determina a porcentagem de água é realizado pela fórmula: Onde: A = porcentagem de água (%) Ma = massa de água (g) Mc = massa de cimento (g) Importância do ensaio: A realização deste ensaio tem por objetivo determinar a relação água/cimento ideal para que a pasta alcance sua resistência máxima, mas vale destacar que geralmente essa proporção não é a mesma utilizada no concreto, devido à fluidez desejada ser diferente da ideal. Análise dos resultados Segundo o ensaio a porcentagem de água do material apresentado é 29,4%, ou seja, para cada quilograma de cimento serão necessários 294 gramas de água para que esta pasta atinja a consistência normal. 4. Ensaios em Agregados Graúdos 4.1. Determinação da Massa Específica – Processo Geométrico Descrito pela ABNT NBR 16606:2018, o processo geométrico para determinação da massa específica resume-se na medição das arestas utilizando o paquímetro, são realizadas duas medições e as dimensões do agregado são calculadas como sendo a média destas leituras. Dada a fórmula: Onde: Importância do ensaio: Para que o traço do cimento seja feito da forma mais correta possível é necessário ter conhecimento da massa específica dos agregados. Por utilizar poucos equipamentos e estes serem portáteis, é possível realizar esta análise em obra, porém, métodos como o da balança hidrostática e do frasco graduado são mais precisos. Análise dos resultados Pelo processo geométrico, a massa específica do agregado graúdo fornecido é de 2,646g/cm³. A ABNT NBR 12655:2015 define agregado leve como agregado cuja massa específica é ≤2,00g/cm³ e agregados pesados os de massa ≥3,00g/cm³, então podemos definir o material em questão como agregado normal, no entanto, a amostra pode ter uma massa específica diferente, já que podem ocorrer divergências nas medidas das arestas. 4.2. Determinação da Massa Específica – Frasco Graduado Em resumo, coloca-se uma certa quantidade de água em uma proveta graduada e faz- se a leitura inicial em cm³, determina-se a massa de certa porção da amostra, coloca-se esta porção na proveta e faz-se a leitura final. O cálculo é feito pela forma: Onde: Importância do ensaio: O método pelo frasco graduado também tem o objetivo estabelecer o melhor traço do concreto, porém, é mais preciso que o processo geométrico e também pode ser realizado em obra antes de iniciar a produção do concreto, no entanto, só é aplicado a agregados graúdos. Análise dos resultados Pelo frasco graduado a massa específica da amostra é de 2,667g/cm³, também classificadocomo agregado normal. 4.3. Determinação da Massa Específica – Balança Hidrostática O processo é descrito com precisão na ABNT NBR NM 53:2009. Para sua realização é preciso pesar a amostra seca, tarar a balança com o recipiente que receberá o agregado quando imerso na água, coloca-se a amostra no recipiente imerso e faz-se a pesagem imersa. O cálculo para a determinação da massa específica pelo processo da balança hidrostática é dado pela fórmula: Onde: Importância do ensaio: Assim como os demais, o método da balança hidrostática tem o objetivo estabelecer o melhor traço do concreto. O método utilizando balança hidrostática é o que apresenta maior precisão, mas exige equipamentos mais complexos e ambiente controlado, por isso, deve ser realizado em laboratório. Análise dos resultados A massa específica através da balança hidrostática é 2,655g/cm³, ainda se classifica como agregado normal. 4.4. Determinação da Massa Unitária – Estado Solto Conforme a ABNT NBR NM 45:2006 (método C), que descreve detalhadamente o procedimento, é utilizado um recipiente de volume mínimo de 15l que, após ser pesado, recebe a amostra lançada a uma altura de aproximadamente 10cm da borda até extravasá-lo, o recipiente cheio com o agregado de ser pesado. O cálculo que determina a massa unitária é dado pela fórmula: Importância do ensaio: A massa unitária é utilizada para transformação de massa para volume com vazios entre os grãos, aplicação em concreto dosado em volume e para o controle de recebimento e estocagem de agregados em volume. Para maior precisão é indicado que o material seja seco em estufa antes da realização do ensaio e, por isso, seja realizado em laboratório, mas também é possível realizá-lo em obra. Análise dos resultados A massa unitária do agregado em estado solto é de 1,300g/cm³, normalmente a massa unitária de agregados normais varia entre 1,300g/cm³ e 1,750g/cm³, sendo assim, este agregado possui massa unitária comum para produção de concretos normais. 4.5. Determinação da Massa Unitária – Estado Compactado O ensaio descrito na ABNT NBR NM 45:2006 (método A), consiste em medir o recipiente específico, pesá-lo e acrescentar a amostra até 1/3 do volume, aplica-se 25 golpes com a haste de compactação, repete-se o processo a 2/3 do volume e quando totalmente cheio. Então, pesa-se o recipiente cheio com agregado seco e calcula-se a massa unitária com a fórmula: Importância do ensaio O ensaio, assim como o anterior, mostra a relação entre o volume e a massa da amostra considerando também os vazios entre os grãos, porém, no estado compactado. É utilizada na transformação de massa e volume e vice-versa, aplicação em concreto dosado em volume e para o controle de recebimento e estocagem de agregados em volume. Análise dos resultados A massa unitária do agregado em estado compactado é de 1,560g/cm³, normalmente a massa unitária de agregados normais varia entre 1,300g/cm³ e 1,750g/cm³, sendo assim, este agregado possui massa unitária comum para produção de concretos normais. 4.6. Determinação do Índice de Forma Os procedimentos para realização do ensaio constam detalhadamente na ABNT NBR 7809:2006, em resumo, é realizada a medição do comprimento e da largura do agregado, o índice de forma do agregado é a média da relação entre o cumprimento e espessura do grão. Importância do ensaio Este índice é útil para determinar os melhores tipos de agregado a serem aplicados no concreto, pois permite analisar a qualidade de um agregado graúdo em relação à forma dos grãos. Análise dos resultados A análise dos dados fornecidos mostra que o agregado apresenta C/L de 1,597 e L/E de 4,102, portanto, é considerado um agregado Lamelar Discoide (C/L<2 e L/E>2). A ABNT NBR 7211:2005 determina que o índice de forma dos agregados não deve ser superior a 3, nesta amostra temos que C/E = 6,551, sendo assim o agregado não é adequado para uso. Agregados lamelares são indesejados no concreto pois acumulam mais bolhas de ar e água de exudação, o que prejudica a durabilidade e reduz a resistência do concreto. Por isso, deve-se ficar atento ao percentual de partículas lamelares no agregado, podendo combinar mais de um agregado para que essa porcentagem fique dentro do desejado 4.7. Teor de umidade Ensaio descrito na ABNT NBR 9939:2011, em resumo, determina-se a massa da amostra em seu estado natural, em seguida ela é seca em estufa e tem sua massa final aferida. A partir desses dados calcula-se o teor de umidade com a seguinte fórmula: Importância do ensaio O teor de umidade indica quanto da massa do agregado é água absorvida ou retida por ele, esse índice é utilizado para determinar a quantidade de água a ser utilizada na produção do concreto. O ensaio pode ser realizado de diversas formas, dependendo da precisão requerida, pode ser feito na obra com o método da frigideira ou em laboratório com a estufa, Speedy Test e Frasco de Chapman. Análise dos resultados A amostra analisada apresenta 0,223% de teor de umidade, neste caso, o teor de umidade deste agregado pode ser desconsiderado na dosagem do concreto para determinar a quantidade de água necessária já que se trata de um teor muito baixo que não irá interferir no resultado final. 5. Agregado Miúdo 5.1. Determinação da Massa Específica – Processo do Picnômetro O ensaio, descrito na DNER-ME 084/95, inicia-se pesando o picnômetro completo com água, um pouco desta água é retirada e pesa-se novamente, com o auxílio de um funil a amostra de agregado é inserida e pesada, remove-se o ar e completa do restante do espaço com água, o picnômetro é pesado com a amostra e a água. Com estes dados, calcula-se a massa específica pela fórmula: Onde: Pag = massa do picnômetro com água; Ma = massa do picnômetro após a remoção de parte da água; Mb = massa do picnômetro já com a amostra; Pag + a = massa do picnômetro com a amostra e água. Importância do ensaio A massa específica do agregado é muito importante para determinar a permeabilidade e compressibilidade do material, esses dados são fundamentais na hora de escolher o agregado ideal para o tipo de concreto ou argamassa pretendido. Este ensaio geralmente ocorre em laboratório, se realizado de forma correta possui alto índice de precisão, porém, pode ser substituído usando outros métodos. Análise dos resultados A amostra estudada apresenta 2,718g/cm³, classificado como agregado normal pela norma ABNT NBR 12655:2015, sendo apropriada para produção de concretos normais. 5.2. Determinação da Massa Específica – Frasco de Chapman O processo, descrito com precisão na ABNT NBR 9776:1987, inicia-se colocando água até a primeira marcação do frasco (200ml), é inserido 500g de agregado miúdo dentro frasco, a mistura é agitada para liberar as bolhas de ar, verifica-se o nível da água após a inserção da amostra e determina-se a massa específica por meio da equação: Importância do ensaio Assim como o método utilizando o picnômetro, saber a massa específica do agregado é importante para determinar a permeabilidade e compressibilidade do material, dados essenciais para escolher o agregado ideal para o tipo de concreto ou argamassa pretendido. Este ensaio pode ser realizado tanto em laboratório quanto no canteiro e obras. Análise dos resultados A massa específica pelo frasco de Chapman é de 2,825g/cm³, um pouco acima do valor apresentado pelo método do picnômetro, mas ainda dentro da faixa de agregado normal pela ABNT NBR 12655:2015, sendo apropriada para produção de concretos normais. 5.3. Determinação da Massa Unitária – Estado Solto A ABNT NBR 7251:1982 descreve o ensaio em questão, realizado ao inserir a amostra num recipiente de volume e massa conhecidos, até preencher todo o espaço, então, com o auxílio de uma régua a superfície do topo é normalizada removendo o excesso de material,e seguida o recipiente contendo a amostra é pesado, esses valores são aplicados na seguinte fórmula para obter a massa unitária: Importância do ensaio O valor da massa unitária é utilizado para converter massa em volume considerando os vazios entre os grãos do agregado. Este método pode ser facilmente executado e costuma ser aplicado no controle de recebimento de cargas entregues. Análise dos resultados A massa obtida com a amostra fornecida foi de1,197g/cm³, por se tratar de um agregado leve, deve ser utilizado na produção de concretos leves. O baixo valor da massa específica, provavelmente, é resultado de sua microestrutura porosa. 5.4. Determinação da Massa Unitária – Estado Compactado A ABNT NBR NM 45:2006 descreve o ensaio que consiste em compactar a amostra em um recipiente de massa e volume conhecidos até que o mesmo esteja completamente cheio, em seguida utiliza-se os dados obtidos na seguinte fórmula: Importância do ensaio Assim como o ensaio anterior, a realização deste procedimento visa obter a massa específica do agregado. O valor da massa unitária é utilizado para converter massa em volume considerando os vazios entre os grãos do agregado. Análise dos resultados A massa obtida com a amostra fornecida foi de1,538g/cm³, por se tratar de um agregado normal, é apropriado para a produção de concretos normais. 5.5. Teor de umidade O ensaio em questão é descrito com precisão na ABNT NBR 9939:2011, em resumo, a massa da amostra é aferida em seu estado natural, em seguida a amostra é submetida a uma temperatura de 110ºC na estufa e pesada de 2 em 2 horas até que a diferença entre as pesagens seja menor que 0,1%. Com os dados pode-se calcular o teor de umidade usando: Importância do ensaio O teor de umidade é importante no estudo do fenômeno de inchamento, e para calcular quanto da massa de um agregado é na verdade água, que foi absorvida ou retida, este valor também é utilizado para a determinar a quantidade de água a ser utilizada na elaboração do concreto. Análise dos resultados Com base nos dados recebidos, temos que o percentual de água na amostra é de 9,375%, um valor considerável na hora de calcular a quantidade de água do concreto. A água presente no material pode ter sido absorvida ou retida por ele, o que pode indicar porosidade das partículas. 5.6. Inchamento do Agregado Miúdo A ABNT NBR 6467:2009 descreve com precisão o procedimento em questão, resumidamente, o ensaio é realizado calculando a massa unitária de uma amostra seca homogeneizada de agregado miúdo, em seguida é adicionado água afim de obter teores de umidade próximo aos valores de referência, a cada adição de água a mistura é homogeneizada e tem sua massa unitária calculada, após alcançar os parâmetros desejados a cápsula é pesada. Para obter o teor de umidade da amostra utiliza-se a seguinte equação: Importância do ensaio O ensaio tem como objetivo determinar o coeficiente de inchamento do agregado, valor importante na hora de corrigir a quantidade de água de uma argamassa ou concreto, pois mostra a variação de volume causada pela absorção de água pelos grãos do agregado analisado. O valor de umidade crítica indica o ponto onde o agregado para de absorver água e ela passa a se acumular em volta dos grãos, aumento assim a distância entre eles, o que influência nas suas características mecânicas. Este método deve ser realizado para elaboração do processo de dosagem do concreto ou argamassa, pois esta característica do agregado é muito importante para se determinar sua aplicação. Análise dos resultados Para determinar os teores de umidade e definir a curva de inchamento da amostra, utilizamos os dados fornecidos para calcular a seu coeficiente de inchamento. Os coeficientes de inchamento calculados com base nos dados obtidos no ensaio estão descritos na tabela 1. Inchamento do agregado miúdo Mi Mh h (%) Coef. Inc. (Vh/Vs) 4000 4000 0 1,00 3850 1 1,05 3692 2 1,11 3542 3 1,16 3469 4 1,20 3400 5 1,24 3504 6 1,21 3575 7 1,20 3624 8 1,19 3680 9 1,18 Após o cálculo, elaboramos o seguinte gráfico que relaciona o coeficiente de inchamento com os teores de umidade de cada etapa do ensaio: 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 0 2 4 6 8 10C oe fic ie nt e de in ch am en te o (V h/ Vs ) Teor de umidade (%) Inchamento do agregado miúdo Inchamento S R T B Tabela 1 – Inchamento do agregado Fonte: Os autores Gráfico 1 – Inchamento do agregado Fonte: Os autores A partir da curva de inchamento foi possível traçar as retas B, R, S e T, que representa respectivamente, o valor da umidade crítica do agregado (4,666 %), este valor representa o ponto onde o inchamento permanece constante, de modo que a tensão superficial da película de água aumenta o volume ocupado pelos grãos do agregado, os separando. A reta R representa o coeficiente de inchamento médio, que é igual a 1,24, obtido pela média dos coeficientes de inchamento nos pontos de umidade crítica e máxima obtidas no ensaio. As demais retas têm como função auxiliar no traço das retas B e R. 6. Granulometria 6.1. Agregado Miúdo: Curva granulométrica O processo é descrito com precisão na ABNT NBR NM 248:2003, em resumo, o ensaio consiste em determinar a distribuição do agregado quanto a sua dimensão, tal distribuição é calcula pela massa retida em cada peneira utilizada no ensaio, a mesma amostra é passada por uma série de peneiras até que as porções retidas estejam homogêneas, de modo que se possa obter a massa de amostra retida entre cada intervalo das peneiras utilizadas, assim podendo se traçar a curva granulométrica do agregado, fazendo relação do percentual de amostra retida acumulada em cada uma das peneiras e a abertura da malha das peneiras, que devem estar dentro de uma área delimitada pelas ABNT NBR 7211:2009, para ser classificada como curva contínua, o que significa que o agregado possui baixas taxas de vazios entre seus grãos, o que acarretara uma maior economia de cimento na elaboração do concreto ou argamassa. Importância do ensaio O ensaio de granulometria do agregado fornece dados fundamentais para a dosagem de concretos e argamassas, a curva granulométrica nos informa se o agregado está dentro da zona ótima, ou se é preciso uma combinação com outro para que a curva se situe na zona estipulada pela norma. Este ensaio deve ser realizado para elaboração do processo de dosagem do concreto ou argamassa, em vista, que a distribuição granulométrica influencia diretamente na capacidade e desempenho. Análise dos resultados Realizando a análise do percentual retido em cada peneira, percebemos que as diferenças entre esses valores se mantiveram abaixo do limite normativo de 4 %, indicando uma semelhança da distribuição granulométrica das duas amostras ensaiadas. A as curvas de ambas as amostras se mantearam fora da zona ótima, porém, dentro dos limites da zona utilizável estabelecida pela ABNT NBR 7211:2009. Para obter o melhor desempenho, o ideal é que as curvas estejam dentro dos limites da zona ótima, como este não é o caso e a distribuição granulométrica das amostras são muito parecidas, a solução seria realizar uma composição com outro agregado afim de melhorar sua distribuição. O gráfico a seguir mostra a curva granulométrica do agregado miúdo obtida através do ensaio: A partir dos dados obtidos também foi possível determinar o módulo de finura do agregado, que é a soma das porcentagens retidas acumuladas da série normal divididas por 100, o módulo de finura calculado da média das duas amostras é 2,900, com este valor é possível separar os agregados em lotes por módulo de finura, quanto maior o módulo de finura, mais 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 0,1 1 10 Abertura das peneiras (mm) Curva granulometrica do agregado miúdo Massa retidamédia Zona utilizável Zona ótima ZO superior ZU superior Massa retida Amostra 1 Massa retida Amostra 2 Gráfico 2 – Curva granulométrica do agregado miúdo Fonte: Os autores graúdo é o agregado. Também foi possível estipular o diâmetro máximo, trata-se da abertura de malha da menor peneira cuja porcentagem retida seja ≤ 5%, o diâmetro máximo da amostra é 4,8mm. 6.2. Agregado Graúdo: Curva granulométrica O ABNT NBR NM 248:2003 descreve com precisão os procedimentos realizados. O ensaio é semelhante ao de granulometria de agregado miúdo, diferindo apenas pela série de peneiras utilizadas. Importância do ensaio O ensaio de granulometria do agregado fornece dados imprescindíveis para a dosagem de concretos e argamassas, a curva granulométrica de um agregado nos mostra se ele é adequado para concreto, ou se precisara ser combinado com outro, e como deverá ser a combinação, para que a curva se situe na zona estipulada pela norma que visa um maior desempenho, maior resistência e economia de cimento. Tal ensaio também nos auxilia na classificação e aplicabilidade quanto ao seu módulo de finura e seu diâmetro máximo, valor importante para a dosagem de concreto armado, pois nessa execução existe um limite máximo para sua utilização, para evitar que os grãos das mesmas não fiquem presas entre as peças de aço. Este ensaio deve ser realizado para elaboração do processo de dosagem do concreto, em vista, que a após a escolha do cimento deve-se determinar quais serão os agregados utilizados, o conhecimento granulométrico é fundamental. Análise dos resultados Os dados analisados mostram que a diferenças entre os valores retidos das duas amostras estão abaixo do limite normativo de 4 %, indicando uma distribuição granulométrica semelhante. A curva granulométrica das amostras se encontra fora da zona delimitada como aceitável pela norma ABNT NBR 7211:2009, recomendasse que ensaio seja refeito para confirmar os resultados, caso os mesmos se confirmem, é necessário realizar uma combinação com outro agregado de forma que a mistura fique dentro dos limites da norma pois o agregado em questão não é apropriado para produção de concretos. Vide a curva granulométrica do agregado graúdo no Gráfico 3: A média das amostras de agregado graúdo possui módulo de finura igual a 7,328 e diâmetro máximo de 32mm, valor que pode ser usado para estudar a viabilidade do uso do agregado em concreto armado, pois o valor do diâmetro máximo deve respeitar limites, que levam em consideração dimensão, espessura e espaçamento entre as armaduras da peça no qual será utilizado. 7. CONCLUSÃO: Os ensaios apresentados nos permitem analisar a qualidade dos principais componentes do concreto convencional, o cimento Portland e os agregados graúdos e miúdos. A partir deste estudo é possível verificar se os materiais atendem à norma e, com base nas propriedades apresentadas por eles, determinar qual uso seria mais adequado para cada um. Conhecendo essas propriedades é possível escolher os materiais que melhor atendem o concreto ou a argamassa pretendida, além de determinar o melhor traço, otimizando os materiais para extrair o melhor desempenho e mais economia. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1 10 100P or ce nt ag en s de m as sa re tid a ac um ul ad a (% ) Abertura das peneiras (mm) Curva granulometrica do agregado gráudo Limites da norma Limite superior Amostra 2 Amostra 1 Combinação homogênea Gráfico 3 – Curva granulométrica do agregado graúdo Fonte: Os autores 8. Bibliografia ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11579 - Cimento Portland - Determinação da finura por meio da peneira 75 µm (nº 200). Rio de Janeiro. 1991. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM-ISO 3310-1- Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação - Par te 1:Peneiras de ensaio com tela de tecido metálico Rio de Janeiro. 2010. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16697 - Cimento Portland - Requisitos. Rio de Janeiro. 2019. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16606 - Cimento Portland — Determinação da pasta de consistência normal. Rio de Janeiro. 2018. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 53 - Agregado graúdo - Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de água. Rio de Janeiro. 2009. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7809- Agregado graúdo - Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro - Método de ensaio. Rio de Janeiro. 2006. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45 - Agregados - Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro. 2006. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9939 - Agregado graúdo – Determinação do teor de umidade total – Método de ensaio. Rio de Janeiro. 2011. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655 - Concreto de cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação - Procedimento. Rio de Janeiro. 2015. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9776 - Agregados - Determinação da massa específica de agregados miúdos por meio do frasco Chapman - Método de ensaio Rio de Janeiro. 1987. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7251 - Agregado em estado solto - Determinação da massa unitária - Método de ensaio Rio de Janeiro. 1982. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6467 - Agregados - Determinação do inchamento de agregado miúdo - Método de ensaio - Método de ensaio Rio de Janeiro. 2009. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248 - Agregados - Determinação da composição granulométrica - Método de ensaio Rio de Janeiro. 2003. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211 - Agregados para concreto - Especificação - Método de ensaio Rio de Janeiro. 2009
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