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Nutrição em saúde coletiva Profª Drª Tamiris Lima Rachid Carvalho tamiris.carvalho@estacio.br Conteúdo Programático Unidade 4: Políticas e Programas de Alimentação e Nutrição no Brasil 4.1- Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). 4.2- Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) - princípios, estrutura e funcionamento. 4.3- Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) - princípios, diretrizes, abrangência e perspectivas no Brasil. Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) Propósito - Melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. PNAN PNAN Vigilância Alimentar e Nutricional A avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores determinantes compõe a VAN. Recomenda-se que nos serviços de saúde seja realizada avaliação de consumo alimentar e antropometria de indivíduos de todas as fases da vida (crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes) e que estas observações possam ser avaliadas de forma integrada com informações provenientes de outras fontes de informação, como pesquisas, inquéritos e outros Sistemas de Informações em Saúde (SIS) disponíveis no SUS. Para exercer a Vigilância Alimentar e Nutricional ampliada é importante a adoção de diferentes estratégias de vigilância epidemiológica, como inquéritos populacionais, chamadas nutricionais, produção científica, com destaque para a VAN nos serviços de saúde. Estas estratégias juntas irão produzir um conjunto de indicadores de saúde e nutrição que deverão orientar a formulação de políticas públicas e também das ações locais de atenção nutricional. PNAN Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável A promoção da saúde consiste num conjunto de estratégias focadas na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e coletividades. Pode se materializar por meio de políticas, estratégias, ações e intervenções no meio com objetivo de atuar sobre os condicionantes e determinantes sociais de saúde, de forma intersetorial e com participação popular, favorecendo escolhas saudáveis por parte dos indivíduos e coletividades no território onde residem, estudam, trabalham, entre outros. As ações de promoção da saúde são potencializadas por meio da articulação dos diferentes setores da saúde, além da articulação com outros setores. Essas articulações promovem a efetividade e sustentabilidade das ações ao longo do tempo, melhorando as condições de saúde das populações e dos territórios A Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) tem por objetivo apoiar Estados e municípios brasileiros no desenvolvimento da promoção e proteção à saúde da população, possibilitando um pleno potencial de crescimento e desenvolvimento humano, com qualidade de vida e cidadania. Além disso, reflete a preocupação com a prevenção e com o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição como a prevenção das carências nutricionais específicas, desnutrição e contribui para a redução da prevalência do sobrepeso e obesidade e das doenças crônicas não transmissíveis, além de contemplar necessidades alimentares especiais tais como doença falciforme, hipertensão, diabetes, câncer, doença celíaca, entre outras. PNAN Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável A PAAS corresponde a uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), insere-se como eixo estratégico da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), e tem como enfoque prioritário a realização de um direito humano básico, que proporcione a realização de práticas alimentares apropriadas dos pontos de vista biológico e sociocultural, bem como o uso sustentável do meio ambiente. Considerando-se que o alimento tem funções que transcendem ao suprimento das necessidades biológicas, pois agrega significados culturais, comportamentais e afetivos singulares que não podem ser desprezados, a garantia de uma alimentação adequada e saudável deve contemplar o resgate de hábitos e práticas alimentares regionais que valorizem a produção e o consumo de alimentos locais de baixo custo e elevado valor nutritivo, livre de contaminantes, bem como os padrões alimentares mais variados em todos os ciclos de vida. PNAN Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais Brasil tem vivenciado uma peculiar e rápida transição nutricional: de um país que apresentava altas taxas de desnutrição, na década de 1970, passou a ser um país com metade da população adulta com excesso de peso, em 2008. No entanto, os avanços são desiguais. Ainda persistem altas prevalências de desnutrição crônica em grupos vulneráveis da população, como entre as crianças indígenas, quilombolas, residentes na região norte do País e aquelas pertencentes às famílias beneficiárias dos programas de transferência de renda, afetando principalmente crianças e mulheres que vivem em bolsões de pobreza. A melhoria ao acesso à saúde e à renda da população deveria ter impactado no avanço dos indicadores relativos à deficiência de micronutrientes, mas as pesquisas apontam a persistência das deficiências de ferro e vitamina A. Também se observa o ressurgimento de casos de Beribéri (deficiência de vitamina B1 ou tiamina) em alguns Estados brasileiros e o desajuste do consumo de iodo por adultos, proveniente do consumo excessivo do sal de cozinha iodado. Simultaneamente, o Brasil vem enfrentando o aumento expressivo do sobrepeso e da obesidade, assim como em vários países do mundo. Em função de sua magnitude e velocidade de evolução, o excesso de peso – que compreende o sobrepeso e a obesidade – é considerado atualmente um dos maiores problemas de saúde pública, afetando todas as faixas etárias. PNAN Programa Bolsa Família O PBF é um programa federal de transferência direta de renda à famílias em situação de pobreza (renda entre R$89 a R$178 por pessoa) ou de extrema pobreza (renda de até R$89 por pessoa), com a finalidade de promover seu acesso aos direitos sociais básicos e romper com o ciclo intergeracional da pobreza. O PBF é realizado por meio de auxílio financeiro vinculado ao cumprimento de compromissos na Saúde, Educação e Assistência Social - condicionalidades. As famílias em situação de pobreza e extrema pobreza podem ter maior dificuldade de acesso e de frequência aos serviços de Saúde. Por este motivo, o objetivo das condicionalidades do Programa é garantir a oferta das ações básicas, e potencializar a melhoria da qualidade de vida das famílias e contribuir para a sua inclusão social. A agenda de saúde do PBF no SUS compreende a oferta de serviços para a realização do pré-natal pelas gestantes, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil e imunização das crianças menores de 7 anos. Assim, as beneficiárias mulheres com idade entre 14 e 44 anos e crianças menores de sete anos de idade deverão ser assistidas por uma equipe de saúde da família, por agentes comunitários de saúde ou por unidades básicas de saúde, que proverão os serviços necessários ao cumprimento das ações de responsabilidade da família. Histórico 1955 Campanha Nacional de Merenda Escolar 1965 Campanha Nacional de Alimentação Escolar 1979 Programa Nacional de Alimentação Escolar 1988 Constituição Federal: Direito assegurado à Alimentação Escolar 1994 Nutricionista elabora cardápios 2006 obrigatoriedade da existência de um nutricionista responsável técnico Resolução n°32/FNDE 2009 Diretrizes para Alimentação Escolar Lei 11.947 Objetivo do programa Promover a formação de práticas alimentares saudáveis aos alunos contribuindo para o seu crescimento, desenvolvimento biopsicossocial, aprendizagem e rendimento escolar. Ações de educação alimentar e nutricional Oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais. Lei 11.947/2009 Público-alvo Creche Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino de Jovens eAdultos Escolas Federais e Filantrópicas Matriculados em escolas públicas e filantrópicas Princípios e Diretrizes PNAE Direito à alimentação (Universalidade) Alimentação saudável e adequada respeitando a cultura e hábitos regionais Desenvolvimento Sustentável com apoio a Agricultura Familiar Controle Social por meio do CAE Educação Alimentar e Nutricional Princípios e Diretrizes Princípios e Diretrizes Dispositivos legais Art. 205 e 208 da Constituição Federal de 1988 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. Resolução nº32/2006/FNDE, Revogada pela Resolução nº38/2009 Institui o Programa Nacional de Alimentação Escolar como instrumento materializador do Direito Humano à Alimentação Adequada. Lei 11.947/2009 Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados e municípios pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para PNAE deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. Realizada por meio da Chamada Pública, dispensando-se, nesse caso, o procedimento licitatório. Dispositivos legais Resolução FNDE nº26/2013 O emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específica. Dispositivos legais Diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional Necessidades nutricionais específicas Planejar, elaborar, acompanhar e avaliar o cardápio Ações de educação alimentar e nutricional Fichas técnicas das preparações Seleção, compra, armazenamento, produção e distribuição dos alimentos Controle de qualidade das cozinhas e treinamento de merendeiras Manual de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Gêneros da agricultura familiar Atribuições do nutricionista do PNAE Resolução CFN nº 465/2010 Testes de aceitabilidade Atendimento às Necessidades Nutricionais Atendimento Número de refeições Período Atendimento mínimo VET Creches 2 parcial 30% Creches 3 integral 70% Escolas indígenas e quilombolas a cada refeição ----- 30% Educação Básica 2 parcial 20% Educação Básica 2 ou mais integral 70% Mais Educação 3 integral 70% Fonte: FNDE, 2013 RT= Responsável Técnico QT= Quadro técnico Fonte: Resolução CFN nº 465/2010 Quadro de profissionais por número de alunos na educação básica Obs: Nas modalidades da educação infantil como creche e pré-escola, deverá ter 1 nutricionista para cada 500 alunos Valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para cada aluno Fonte: Site do FNDE, 2020 É definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino: Creches: R$ 1,07 Pré-escola: R$ 0,53 Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,64 Ensino fundamental e médio: R$ 0,36 Educação de jovens e adultos: R$ 0,32 Ensino integral: R$ 1,07 Prog. de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral: R$ 2,00 Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contraturno: R$ 0,53 Como é feito o repasse dos recursos financeiros pelo FNDE? cálculo do valor a ser repassado: Permite-se aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios repassar os recursos financeiros recebidos à conta do PNAE às unidades executoras das escolas de educação básica. Os Estados poderão transferir a seus Municípios a responsabilidade pelo atendimento aos alunos matriculados nos estabelecimentos estaduais de ensino localizados nas respectivas áreas de jurisdição e, nesse caso, autorizar expressamente o repasse direto ao Município por parte do FNDE. Entraves Oferta insuficiente de frutas, hortaliças e peixes. Introdução de novos alimentos ou de baixa aceitação desperdiço Deteriorização de alimentos, atraso na entrega de alimentos, desvio de verbas... Entraves Infraestrutura das escolas e horários das refeições (ex: falta de espaço físico no refeitório) Lanches de baixo valor nutritivo (levado de casa ou de cantinas) Perspectivas Criação de horta escolar. Incorporação de temas como alimentação saudável no projeto pedagógico da escola (aprovado em 2018) Aumentar o nº de nutricionistas nos programas (12% dos municípios em 2003 e 79% em 2011). No mínimo 30% de gêneros alimentícios da agricultura familiar. Materiais disponíveis online do FNDE Manual para situações especiais Alunos com diabetes, alergias e intolerâncias alimentares, doença celíaca, dislipidemia... INCLUSÃO SOCIAL FNDE, 2016 ; Lei nº 12.982/2014 A Lei nº 13.987, de 7 de abril de 2020, publicada na edição extra do Diário Oficial da União alterou a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, para autorizar, em caráter excepcional, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica. A medida ficará vigente enquanto durar o período de suspensão das aulas em razão de situação de emergência ou calamidade pública, resultante da pandemia do coronavírus. https://www.instagram.com/tv/B-7Jklej-C5/?igshid=1i8s81mgxukbu Mudança atual com a pandemia Exemplos de cardápios pelo Brasil (Rio de Janeiro) Creche parcial e integral Exemplos de cardápios pelo Brasil (Rio de Janeiro) Creche integral Exemplos de cardápios pelo Brasil (Rio de Janeiro) Escolares Exemplos de cardápios pelo Brasil (Maringá/PR) Creche (2 a 5 anos) Exemplos de cardápios pelo Brasil(Maringá/PR) E.F. Integral (6 a 12 anos) Exemplos de cardápios pelo Brasil (Maceió/AL) Creche (4 A 12 Meses) Exemplos de cardápios pelo Brasil (Maceió/AL) Creche (1 a 5 anos) Exemplos de cardápios pelo Brasil (Belo Horizonte/MG) Creche (1 a 5 anos)
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