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Resumo de Linfoma não Hodgkin LNH

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LINFOMA NÃO HODGKIN (LNH) 
Neoplasia marcada pela proliferação clonal de células do sistema imunológico como 
linfócitos T e B e células NK. A transformação neoplásica da célula pode ocorrer em 
diferentes pontos do processo de diferenciação e ativação celular, porém, quando a célula 
é mais jovem a neoplasia tende a ser pior (proliferativa). A maior incidência ocorre em 
indivíduos brancos, do sexo masculino e a partir dos 50 anos. 
O quadro clínico é marcado pela presença de tumores comprometendo as estruturas 
linfoides, em 60 a 80% dos casos ocorre em órgãos nodais como linfonodos, baço e 
amidalas, e entre 25 a 40% em órgãos extranodais como fígado, medula óssea, sendo que 
nesse caso pode gerar insuficiência medular, estômago, pele, cavidade oral e SNC. 
Alguns apresentam sintomas B que incluem febre, emagrecimento e sudorese noturna, ou 
sintomas gerais como fadiga e mal-estar. Além disso, podem aparecer sintomas 
associados ao local da adenomegalia. 
Os linfomas não Hodgkin podem ser classificados de duas maneiras, de acordo com 
a origem do tumor, ou seja, linfócitos B (80% dos LNH) ou linfócitos T, ou pelo 
comprometimento biológico do tumor, em indolentes, sendo aqueles que possuem poucos 
sinais e sintomas e evolução lenta e progressiva, e agressivos, que são aqueles com muitos 
sinais e sintomas, infiltrativos e de evolução rápida. 
O LNH indolente não é doloroso e apresenta crescimento progressivo. A sobrevida 
costuma ser maior pois apresenta um baixo grau de malignidade, porém ele tende a piorar. 
Pode gerar esplenomegalia com dor a palpação e pode afetar a medula. Existem 3 
subtipos: 
▪ Linfoma folicular: corresponde a 30% dos LNH e é marcado por 
adenomegalia disseminada e organomegalia. A medula óssea é 
frequentemente afetada, fazendo com que ocorra linfocitose com presença de 
células linfomatosas (células pequenas com citoplasma escasso, alta reação 
núcleo-citoplasma e identação que “corta” a célula). A citogenética pode 
demonstrar translocação do 14 com o 18. Geralmente apresenta boa resposta 
ao tratamento inicial, porém a recorrência é frequente. 
▪ Linfoma linfocítico de pequenas células 
▪ Linfoma de zona marginal 
O LNH agressivo é marcado por linfoma ou tumoração extranodal com evolução 
rápida, se não for tratado, o paciente pode vir a óbito dentro de semanas a meses. Pode 
haver necrose no local da tumoração. Eles são divididos em 4 subtipos: 
▪ Linfoma difuso de grandes células B: corresponde a 1/3 dos LNH. É um 
linfoma de alto grau com adenomegalia de crescimento rápido. 40% dos 
indivíduos apresentam manifestações extranodais no trato gastrointestinal, na 
medula óssea e/ou no sistema nervoso central. 
▪ Linfoma de células do manto 
▪ Linfoma de células T periféricas 
▪ Linfoma anaplásico de grandes células tipo T/nulo 
Assim como no Linfoma de Hodgkin, é necessário fazer o estadiamento: 
▪ Estádio I: acomete apenas uma estrutura linfoide ou área não linfoide 
▪ Estádio II: acomete duas ou mais estruturas linfoides ou áreas não linfoides 
do mesmo lado do abdome 
▪ Estádio III: acomete duas ou mais áreas de ambos os lados do abdome. Esse 
estádio é subdividido em: 
o IIIe) Quando envolve órgãos extranodais 
o IIIs) Quando envolve o baço 
o IIIse) Quando envolve órgãos extranodais e o baço 
▪ Estádio IV: linfoma disseminado em mais de um órgão extranodal 
O diagnóstico pode ser feito a partir do conjunto de vários exames. É realizado o 
painel de anticorpos monoclonais que permite identificar proteínas no citoplasma e 
núcleo das células tumorais, um exame físico detalhado e exames laboratoriais. O 
hemograma só vai estar alterado quando o paciente apresentar comprometimento da 
medula óssea, assim como o DLH. Deve ser realizada a tomografia do tórax, abdome e 
da pelve para estagiar e determinar o tratamento. A biópsia do linfonodo também é 
importante, mas nem sempre é clara e não determina a malignidade celular. 
É importante realizar o diagnostico diferencial para algumas infecções que causam 
adenomegalia, como mononucleose infecciosa, CMV, AIDS, toxoplasmose, tuberculose, 
histoplasmose e faringite viral e bacteriana. A sorologia pode ser usada para descartar 
essas infecções ou detectar alguma que seja um fator etiológico, como HIV, VHB e VHC 
e HTLV I e II.

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