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Licitações (Gran Cursos)

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IPHAN
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL 
NOÇÕES DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LICITAÇÕES PÚBLICAS
Livro Eletrônico
DIOGO SURDI
Diogo Surdi é formado em Administração Pública 
e é professor de Direito Administrativo em 
concursos públicos, tendo sido aprovado para 
vários cargos, dentre os quais se destacam: 
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil 
(2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), 
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil 
(2012) e Técnico Judiciário dos seguintes 
órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-
MS e MPU.
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NOÇÕES DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Licitações Públicas
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SUMÁRIO
Licitações Públicas ......................................................................................6
1. Conceito e Finalidade da Licitação .............................................................6
2. O Dever de Licitar e sua Dispensa .............................................................8
3. Princípios da Licitação ...........................................................................16
3.1. Legalidade ........................................................................................16
3.2. Impessoalidade .................................................................................17
3.3. Moralidade ........................................................................................18
3.4. Igualdade .........................................................................................20
3.5. Publicidade ........................................................................................20
3.6. Probidade Administrativa .....................................................................21
3.7. Vinculação ao Instrumento Convocatório ...............................................22
3.8. Julgamento Objetivo ...........................................................................22
3.9. Sigilo das Propostas ...........................................................................25
3.10. Adjudicação Compulsória ...................................................................25
3.11. Formalismo ....................................................................................28
4. Modalidades .........................................................................................29
4.1. Concorrência .....................................................................................33
4.2. Tomada de Preços ..............................................................................36
4.3. Convite .............................................................................................38
4.4. Leilão ...............................................................................................40
4.5. Concurso ..........................................................................................44
5. Dispensa da Realização de Licitação ........................................................46
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5.1. Licitação Dispensada ..........................................................................46
5.2. Licitação Inexigível .............................................................................49
5.3. Licitação Dispensável ..........................................................................52
6. Etapas da Licitação ...............................................................................56
6.1. Fase Interna ......................................................................................57
6.2. Fase Externa .....................................................................................58
6.2.1. Abertura ........................................................................................59
6.2.2. Habilitação .....................................................................................61
6.2.3. Classificação e Julgamento ...............................................................63
6.2.3.1. Licitação Deserta ..........................................................................64
6.2.3.2. Licitação Fracassada .....................................................................65
6.2.4. Homologação e Adjudicação ..............................................................67
7. Anulação e Revogação ...........................................................................69
Resumo ...................................................................................................72
Questões de Concurso ...............................................................................78
Gabarito ..................................................................................................89
Gabarito Comentado .................................................................................90
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Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, um dos assuntos que mais assusta os candidatos. Espero que, 
após a aula, você passe a gostar deste importante tema do Direito Administrativo: 
Licitações Públicas.
Grande abraço e boa aula!
Diogo
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LICITAÇÕES PÚBLICAS
1. Conceito e Finalidade da Licitação
O conceito de licitação não envolve maiores dificuldades. Ainda que cada autor 
administrativista tenha um conceito próprio, a doutrina majoritária, tal como as 
bancas organizadoras de concursos, segue os entendimentos defendidos por Hely 
Lopes Meirelles, para o qual a licitação pode ser conceituada da seguinte forma: “O 
procedimento administrativo mediante o qual a administração pública seleciona a 
proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse”.
Do conceito do ilustre professor, chegamos a importantes constatações:
a) a licitação é um procedimento
A licitação não pode ser confundida com um ato administrativo, ainda que o pa-
rágrafo único do artigo 4º da Lei n. 8.666/1993 caracterize a mesma como ato ad-
ministrativo formal. Ao contrário, a licitação é um procedimento administrativo, cuja 
principal característica é a de ser formada por uma série de atos administrativos.
b) a licitação é regida pelo direito público
Por meio desta característica, as normas concernentes às licitações são regula-
das pelo Direito Administrativo. Dessa forma, a administração pública, que é quem 
dá início ao procedimento, possui uma série de prerrogativas para a sua celebra-
ção, tal como a possibilidade denão contratar o objeto licitado ou, em caso de 
contratação, de alterar ou rescindir o respectivo contrato. 
c) trata-se de um contrato de interesse do Poder Público
A Administração realiza a licitação, fase por fase, e chega a um vencedor, que é 
aquele que ofereceu a proposta mais vantajosa. No entanto, a administração não 
possui a obrigação de contratar com o vencedor, uma vez que ela pode, após a 
realização da licitação, constatar, por motivos ocorridos posteriormente ao proce-
dimento, que não há a necessidade de contratação do serviço ou da obra pública. 
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Como veremos adiante, após a apresentação da proposta mais vantajosa, a ad-
ministração procederá à adjudicação, que é a fase em que é declarado o vencedor 
do procedimento. Com a adjudicação, é como se a administração declarasse que, 
se ela resolver contratar o objeto da licitação, será com a pessoa vencedora, obser-
vadas as regras e propostas apresentadas. 
Dessa forma, podemos afirmar que a licitação assegura ao vencedor apenas 
uma mera expectativa de direito, de forma que, caso a administração resolva ce-
lebrar um contrato cujo objeto seja aquele anteriormente licitado, deverá assim o 
fazer com o respectivo vencedor. Logo, percebe-se que se trata a licitação de um 
contrato de interesse do Poder Público, uma vez que a sua pactuação apenas será 
realizada quando a administração assim desejar.
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Com relação à finalidade da licitação, tivemos, com a alteração da Lei n. 
8.666/1993, ocorrida em 2010, a inclusão de uma nova disposição, de forma que, 
atualmente, três são as finalidades a serem alcançadas com a realização da licita-
ção, conforme se observa do teor do artigo 3º da norma em questão:
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da 
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável (...)
2. O Dever de Licitar e sua Dispensa
O dever de licitar decorre de uma disposição constitucional. Quando da promul-
gação da Constituição Federal de 1988, o legislador optou por conferir uma regra 
mais bem detalhada para as compras e demais aquisições que envolvessem recur-
sos públicos, possibilitando, assim, que houvesse um maior controle por parte de 
toda a sociedade e dos próprios Tribunais de Contas.
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Em seu artigo 37, XXI, a Constituição Federal assim dispõe:
XXI – Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e 
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igual-
dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações 
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual 
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à 
garantia do cumprimento das obrigações.
Do artigo constitucional, podemos concluir que a regra é a realização de li-
citação, ou seja, toda a administração pública de todas as esferas de governo, 
ressalvadas algumas poucas exceções, estão obrigadas a licitar. Para normatizar 
e detalhar a regra constitucional é que foi promulgada a Lei n. 8.666/1993, que 
estabelece como regra a realização do procedimento, e como exceções as possibi-
lidades de termos uma licitação dispensável, dispensada ou inexigível.
Como essas três situações são as exceções (a regra, como sabemos, é que 
ocorra a licitação), inúmeras são as questões que exigem o conhecimento dessas 
possibilidades.
A licitação dispensável ocorre quando a administração, desejando adquirir 
bens ou serviços, pode escolher entre realizar o procedimento ou contratar direta-
mente com os particulares. Para tal, as situações devem estar previamente esta-
belecidas em lei.
Aprendendo na Prática
Como exemplo podemos citar a situação em que uma determinada Prefeitura pre-
cisa adquirir pão e demais alimentos perecíveis para utilizar como lanche para as 
crianças de uma escola pública.
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Imagine como seria complicado se a cada aquisição a administração tivesse que 
proceder a uma nova licitação. Ainda temos que considerar que tais gêneros são 
perecíveis, o que poderia resultar, caso o procedimento licitatório não ocorresse em 
um curto espaço de tempo, em alimentos fora das condições necessárias para a 
alimentação das crianças.
Assim, para evitar que tais riscos ocorram, a Lei n. 8.666/1993 confere à adminis-
tração a possibilidade de dispensar o procedimento, contratando diretamente com 
a empresa que achar mais conveniente.
A licitação inexigível, por sua vez, ocorre nas situações em que há inviabili-
dade de competição, de forma que a realização de licitação encontra-se seriamente 
prejudicada. Em tais situações, a única alternativa cabível para o Poder Público é a 
contratação direta com os particulares.
Aprendendo na Prática
Seria o caso de a administração pública necessitar de uma máquina que só seja 
fabricada por uma determinada empresa. Nesse caso, não há a menor possibilida-
de de ocorrer a licitação, uma vez que apenas uma empresa dispõe de objeto para 
ofertar à administração.
Assim, a administração negocia diretamente com tal empresa, observados, sempre, 
os princípios que norteiam toda a atividade administrativa.
Por fim, temos as situações de licitação dispensada, decorrentes de institutos 
específicos e normalmente relacionados com repartições públicas. Nessas situa-
ções, previstas no artigo 17 da Lei n. 8.666/1993, a administração, assim como 
ocorre nas hipóteses de licitação inexigível, está impedida de realizar o procedi-
mento. 
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Aprendendo na Prática
Como exemplo podemos citar a situação em que um determinado órgão público 
resolve vender um imóvel que anteriormenterecebera como dação em pagamen-
to (podemos entender dação em pagamento como uma forma de pagamento que 
substitui a anteriormente contratada).
Assim, se a Administração Pública aceita um imóvel como pagamento de uma 
dívida anteriormente celebrada com o contribuinte e, posteriormente, opta por 
alienar tal imóvel, não poderá realizar tal procedimento por meio de licitação.
Como mencionado, todos os órgãos e entidades de todos os entes federati-
vos estão obrigados, como regra, a realizar licitação para as aquisições de bens e 
serviços. Em caráter de exceção, encontramos pessoas que estão dispensadas da 
realização do procedimento, uma vez que não integram a administração pública ou 
exercem atividades que necessitam de um alto grau de liberdade para o seu de-
sempenho.
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Assim, são as seguintes as pessoas jurídicas que estão desobrigadas da regra 
constitucional de licitar:
• empresas privadas
Uma vez que não integram a administração pública, bem como possuem como 
principal objetivo auferir lucro com a prestação da atividade empresarial, as em-
presas particulares não precisam contratar bens e serviços por meio de licitação, 
podendo realizar suas compras diretamente. 
• concessionárias e Permissionárias de serviço público
Da mesma forma que ocorre com as empresas privadas, as delegatárias de 
serviço público são pessoas jurídicas de direito privado. Assim, ainda que prestem 
serviços públicos à coletividade, não estão obrigadas à regra da licitação. 
Nada impede, no entanto, que as concessionárias ou permissionárias realizem 
licitação. Caso realizem, assim o fazem por interesse próprio e com objetivos par-
ticulares. Nesse sentido, merece destaque o entendimento do STJ, conforme se 
observa do teor do julgado do Recurso Especial 429849/RS:
As empresas privadas, embora concessionárias de serviço público, não estão obri-
gadas a submeter suas compras ou a contratação de serviços ao regime de licita-
ção. Se os submetem, o fazem por interesse próprio, mas os atos assim praticados 
não se transformam em ato administrativo, e o contrato que daí resulta não será 
um contrato de direito público. Continua, como é da sua natureza, um simples ato 
particular de gestão, típico ato jurídico privado. Não sendo ato de autoridade, não 
há como supor-se presente a viabilidade de atacá-lo pela via do mandado de se-
gurança.
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• organizações sociais e Organizações da sociedade civil do interesse 
público 
Tais entidades atuam ao lado do Estado, integrando o denominado terceiro se-
tor. Como não possuem fins lucrativos, são remuneradas mediante benefícios e 
isenções concedidas pelo Poder Público. 
Assim, apenas estão obrigadas a realizar licitação para as contratações decor-
rentes da utilização de recursos repassados diretamente pela administração públi-
ca. Nas demais contratações, ou seja, naquelas em que os recursos públicos não 
estejam envolvidos, estão as entidades dispensadas da obrigação de licitar.
• conselhos de classe e a questão da OAB
A questão sobre as contratações realizadas pela ordem dos advogados do Brasil 
(OAB) terem ou não que se submeter ao regime das licitações gerava muitas con-
trovérsias. Isso passou de ocorrer quando os conselhos de classe passaram a ser 
classificados como autarquias profissionais. 
Como consequência, por serem autarquias, passaram a integrar a administra-
ção pública indireta dos respectivos entes federativos. Logo, por uma interpretação 
legal, seria natural que a OAB estivesse submetida, tal como os demais conselhos, 
à regra da licitação. No entanto, não há como negar que a submissão às regras per-
tinentes às licitações e aos contratos administrativos limitaria, em muitos aspectos, 
a liberdade funcional da entidade.
Após muitas controvérsias, o STF pôs fim à discussão, conforme se observa do 
inteiro teor do julgado proferido na ADIN 3026/2006:
No que se refere ao caput do art. 79 da Lei n. 8.906/1994, o Tribunal, por maioria, 
julgou improcedente o pedido formulado, por entender que, em razão de a OAB não 
integrar a Administração Pública, não se haveria de exigir a regra do concurso público.
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O melhor entendimento a ser levado para a prova é o de que todos os conselhos 
de classe devem se sujeitar às regras de licitação, haja vista integrarem a admi-
nistração indireta dos entes federativos. A única exceção fica por conta da OAB, 
de natureza sui generis, que, por não integrar a administração pública, não está 
sujeita às regras da Lei n. 8.666/1993.
A questão referente às entidades obrigadas a licitar, tal como as que não devem 
obediência a este dispositivo, pode ser melhor visualizada por meio da tabela a 
seguir:
Estão obrigadas a licitar Não estão obrigadas a licitar
Toda a administração direta Empresas privadas
Todas as entidades da administração indi-
reta (autarquias, empresas públicas, socie-
dades de economia mista e fundações)
Concessionárias e permissionárias de 
serviço público
Conselhos de classe (espécie de autarquia) Ordem dos advogados do Brasil (OAB)
Entidades do terceiro setor (quando estive-
rem utilizando recursos públicos)
Entidades do terceiro setor (quando não 
estiverem utilizando recursos públicos)
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1. (CESPE/TEC AE/DPU/2016) A respeito da responsabilidade civil do Estado e das 
licitações, julgue o item subsequente.
A exigência de processo licitatório para a contratação aplica-se apenas às pessoas 
jurídicas de direito público.
Errado.
A exigência de licitação trata-se de um imperativo destinado, dentre outros, a 
todos os órgãos e entidades da Administração Pública. Dentre as entidades, en-
contram-se as empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como 
pessoas jurídicas de direito privado.
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos 
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações 
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração 
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, 
as sociedades de economiamista e demais entidades controladas direta ou indireta-
mente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
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3. Princípios da Licitação
A primeira informação é a de que não existe uma unanimidade, por parte da 
doutrina, sobre os princípios aplicáveis à licitação. 
Em sua imensa maioria, as bancas seguem, neste ponto, os ensinamentos de 
Hely Lopes Meirelles, de forma que precisamos conhecer, além dos princípios elen-
cados na Lei n. 8.666/1993, os princípios do sigilo das propostas, da adjudicação 
compulsória e do formalismo.
A Lei n. 8.666/1993 estabelece, em seu artigo 3º, uma série de princípios a se-
rem observados quando da realização das licitações:
A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, 
a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desen-
volvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade 
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao ins-
trumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
3.1. Legalidade
Trata-se a legalidade de um princípio balizador de toda a atividade administrati-
va, segundo o qual a administração, ao contrário dos particulares, só pode fazer o 
que estiver previsto ou autorizado em lei.
No caso das licitações, temos que o edital tem força de lei para todos os par-
ticipantes. Isso implica em dizer que qualquer atuação da administração pública, 
durante o processo licitatório, que contrarie as regras previstas no edital regulador, 
estará agredindo o princípio da legalidade.
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Outra perspectiva que temos que considerar é que a administração não pode 
publicar um edital regulador de processo licitatório que contrarie as normas jurídi-
cas vigentes, sob pena de, novamente, incorrer em ilegalidade e não restar alter-
nativa que não seja a anulação de todo o procedimento.
3.2. Impessoalidade
O princípio da impessoalidade, no que se refere às licitações, implica em uma 
atuação da administração pública pautada no dever de conferir tratamento isonô-
mico a todos os licitantes, sem favorecimentos ou obrigações que não sejam igual-
mente estendidas aos demais licitantes.
Dessa perspectiva do princípio da impessoalidade decorrem importantes regras 
estabelecidas na Lei n. 8.666/1993, conforme observa-se, por exemplo, no artigo 
3º, § 1º, II e no artigo 3º, § 2º:
É vedado aos agentes públicos:
Estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previden-
ciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se 
refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos finan-
ciamentos de agências internacionais (...)
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Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, 
sucessivamente, aos bens e serviços:
II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvi-
mento de tecnologia no País.
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de 
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência 
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
3.3. Moralidade
Segundo a moralidade, a atuação da administração não deve apenas ser pau-
tada pela legalidade, mas também em conceitos mais amplos, que permitam ao 
particular fiscalizar e analisar se todos os atos foram realizados com observância 
da probidade, do decoro, da boa-fé e da honestidade.
Se a administração estivesse, no âmbito do processo licitatório, apenas pautada 
pela legalidade, bastaria que cumprisse todas as normas legais para que sua 
atuação fosse considerada correta.
Para conferir um maior controle, a moralidade deve acompanhar todo o proces-
so licitatório. Assim, não basta ser legal, tem que ser probo, reto, leal e honesto 
para que a atuação dos agentes públicos possa ser considerada adequada às fina-
lidades propostas.
O princípio da moralidade adquiriu tamanha importância, atualmente, que di-
versos Tribunais Superiores têm admitido a desconsideração da personalidade jurí-
dica de empresas anteriormente inabilitadas em processos licitatórios, evitando-se, 
assim, o abuso das formas, como a constituição de uma nova sociedade comercial 
com a finalidade de burlar a penalidade imposta pela administração.
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No julgamento do Recurso Ordinário n. 15.166/BA, o Superior Tribunal de Jus-
tiça proferiu o seguinte entendimento:
A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios 
e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar com 
a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção admi-
nistrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações (Lei n. 8.666/1993), de 
modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica 
para estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída. A 
Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade administrativa 
e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados, desconsiderar a personalidade 
jurídica de sociedade constituída com abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado 
ao administrado o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular.
Aprendendo na Prática
O Poder Público realiza licitação com o objetivo de contratar empresa para a pres-
tação de um serviço público. Na execução do contrato, constata-se que o particular 
não cumpriu com as determinações inicialmente previstas, dando ensejo à aplica-
ção da penalidade de declaração de inidoneidade.
Caso houvesse a aplicação da penalidade, a empresa estaria impossibilitada de 
participar de novas licitações pelo período mínimo de 2 anos. Poderia a empresa, 
como forma de burlar a regra prevista na norma, criar uma nova sociedade com a 
participação dos sócios existentes na empresa anterior, conseguindo assim partici-
par de novaslicitações.
Como forma de evitar tal mecanismo protelatório, o STJ entende ser possível a des-
constituição da personalidade jurídica da empresa recém-criada, estando esta, da 
mesma forma que a anterior, impedida de participar de novas licitações durante o 
prazo da penalidade.
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3.4. Igualdade
O princípio da igualdade, também chamado de igualdade entre os partici-
pantes, é a clássica definição de isonomia defendida pela Lei das Licitações. Se-
gundo tal princípio, que em muito se confunde com a impessoalidade, a comissão 
de licitação não deve dispensar tratamento favorecido a nenhum dos participantes.
É o bom e velho “tratar todos iguais, na medida de suas desigualdades” 
que norteia toda a administração pública.
Decorrem da isonomia diversas regras previstas na Lei n. 8.666/1993, confor-
me explicitadas a seguir. Repare que em todas se faz necessário observar um juízo 
de igualdade entre os licitantes, sendo que as condições devem ser as mesmas 
para todos os participantes da licitação.
É vedado aos agentes públicos: 
admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que 
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de 
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu-
ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância imperti-
nente ou irrelevante para o específico objeto do contrato (…) (art. 3º, §1º, I)
As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por 
motivo de interesse público, devidamente justificado. O disposto neste artigo não im-
pedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. (art. 20)
3.5. Publicidade
A publicidade conferida às licitações é a mesma que norteia toda a atuação da 
administração pública, segundo a qual, para que os atos possam produzir efeitos 
quanto a terceiros, faz-se necessária a devida publicação na imprensa oficial.
A licitação, conforme já mencionado, é um procedimento administrativo, consti-
tuído, assim, de uma série de atos administrativos formados em ordem cronológi-
ca. Todos eles, para produzirem os efeitos que a administração deseja, devem ser 
publicados na imprensa oficial.
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Como exemplo do Princípio da Publicidade estampado na Lei n. 8.666/1993, 
temos o artigo 3º, § 3º, que assim dispõe:
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu 
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
3.6. Probidade Administrativa
A doutrina destaca que a probidade administrativa decorre da moralidade, ou 
seja, ainda que sejam princípios diversos, a moralidade é um princípio constitucio-
nal, aplicável à administração em todas as suas manifestações de vontade. 
A probidade administrativa, por sua vez, implica em um conceito de que o ad-
ministrador público deve ser honesto não apenas com a administração pública, mas 
também com os administrados que participam da licitação.
A diferença é sutil, e para não restar nenhuma dúvida, vamos esquematizá-la:
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3.7. Vinculação ao Instrumento Convocatório
Vincular-se ao instrumento convocatório implica em não poder descumprir as 
normas previstas no edital regulador do processo licitatório. Significa dizer que a 
administração e os licitantes devem obedecer a dois diplomas normativos: as leis 
que regulam a atividade administrativa e o edital da licitação, que, por estabelecer 
normas pertinentes a todo o procedimento, é o documento que sempre deve ser 
observado quando as licitações forem realizadas.
Nesse sentido, é importante salientar que a Lei n. 8.666/1993 apresenta, em 
seu artigo 41, a impossibilidade de o Poder Público descumprir as normas previstas 
no edital:
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual 
se acha estritamente vinculada.
Ainda que o mencionado artigo apenas faça menção à necessidade de a admi-
nistração cumprir com as disposições do edital, a doutrina possui entendimento de 
que os administrados e demais participantes do processo licitatório também devem 
fiel obediência às regras estabelecidas no instrumento convocatório.
3.8. Julgamento Objetivo
Todas as licitações que são promovidas pela administração devem possuir, no 
respectivo edital, um critério que possibilita ao Poder Público verificar, após a apre-
sentação de todas as propostas, aquela que melhor atendeu aos requisitos solici-
tados pela administração. 
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Assim, os critérios utilizados pela administração para conseguir mensurar com 
confiabilidade devem ser claros e objetivos, não havendo a possibilidade, por isso 
mesmo, da escolha do objeto da licitação se dar de por interesses subjetivos. Em 
consonância com tal entendimento, merece destaque o teor do artigo 45 da Lei n. 
8.666/1993, que assim dispõe:
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação 
ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os 
critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores 
exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e 
pelos órgãos de controle.
A própria Lei n. 8.666/1993 apresenta critérios, a depender da modalidade de 
licitação, que podem ser utilizados pela administração pública como forma de con-
seguir identificar a proposta que melhor satisfaça aos interesses públicos. 
São os chamados tipos de licitação, expressos no § 1º do já mencionado ar-
tigo 45, e que podem, de acordo com a Lei das Licitações, ser utilizados em todas 
as modalidades licitatórias, com exceção da modalidade concurso.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade 
concurso:
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de 
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação debens ou concessão de direito 
real de uso
Nota-se que o julgamento objetivo, ainda que seja um princípio expresso para 
todos os tipos de licitação, consegue ser mais eficazmente utilizado quando esta-
mos diante do menor preço.
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Isso ocorre porque, quando da utilização dos demais tipos de licitação, temos 
envolvido certo grau de subjetivismo, cabendo à administração, além dos critérios 
objetivos previstos no edital, analisar as propostas ofertadas pelos licitantes e de-
finir aquela que melhor se enquadra nas necessidades administrativas.
Salienta-se que a modalidade concurso é a única que não faz uso dos tipos de 
licitação previstos na Lei n. 8.666/1993. Tal modalidade, conforme veremos adiante, 
destina-se à escolha de um trabalho técnico, artístico ou científico. Em tais situações, 
ainda que o Poder Público deva pautar o seu julgamento em critérios objetivos, a es-
colha do vencedor envolverá, em maior ou menor grau, certo nível de subjetividade.
Aprendendo na Prática
Determinada prefeitura promove uma licitação na modalidade concurso como forma 
de escolher um novo layout a ser utilizado pela administração em todas as corres-
pondências oficiais, 
No caso apresentado, fica muito difícil pautar a escolha por critérios estritamente 
objetivos, de forma que a premiação ao vencedor envolverá a análise e o julgamen-
to por parte de uma comissão de profissionais, envolvendo, desta forma, um maior 
nível de subjetividade.
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3.9. Sigilo das Propostas
Como visto anteriormente, a regra é que a licitação seja pública e acessível a 
todos que se interessem em acompanhá-la ou fiscalizá-la. A exceção fica por conta 
das propostas, que, até a abertura dos respectivos envelopes, devem possuir am-
plo e total sigilo, sob pena de restar configurada fraude ensejadora da anulação de 
todo o procedimento.
Nesse sentido é o texto do artigo 3º, § 3º, da Lei n. 8.666/1993, de seguinte 
teor:
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu 
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
Caso o sigilo das propostas não seja observado, independentemente de quem 
tiver dado causa ser ou não agente público, teremos a configuração de crime, con-
forme previsão no artigo 94 da Lei n. 8.666/1993:
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou pro-
porcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
3.10. Adjudicação Compulsória
Adjudicar é conferir ao particular vencedor do processo licitatório o objeto da 
licitação. É atribuir ao vencedor a preferência de poder contratar com a administra-
ção caso a mesma opte por realizar tal procedimento.
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Aprendendo na Prática
Transcorridas todas as fases da licitação, teremos uma proposta como vencedora, 
que será aquela que melhor atenda às necessidades da administração, indepen-
dentemente do tipo de licitação realizado.
Feito isso, a administração pública responsável pela licitação realiza a adjudicação 
compulsória, que consiste em garantir ao vencedor da proposta que, caso a admi-
nistração opte por contratar o bem objeto da licitação, assim o fará com ele, estan-
do impedida de firmar contrato com outros licitantes.
Nota-se, dessa forma, que a adjudicação se trata de um mero ato declaratório, 
que não vincula a administração a ter que celebrar o contrato respectivo. A única 
vinculação existente é que a administração, caso celebre o contrato, deverá fazê-lo 
com o particular vencedor.
No entanto, diversas circunstâncias podem ocorrer, inviabilizando a celebração 
do contrato, tal como a anulação ou a revogação de todo o procedimento licitatório. 
Após a adjudicação, no entanto, não poderá a administração contratar com outra 
pessoa, que não seja o particular detentor da adjudicação, o mesmo objeto licitado.
Da mesma forma, não seria justo que o particular vencedor do certame tivesse 
que aguardar indefinidamente a manifestação da administração. Para que isso não 
ocorra, estabelece o § 3º do artigo 64 da Lei n. 8.666/1993 o prazo de 60 dias para 
que o particular, sendo convocado a contratar com o Poder Público, esteja obrigado 
a assim proceder. Após este prazo, não havendo manifestação da administração, 
estará o particular vencedor da licitação desimpedido da obrigação de contratar.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação 
para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
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2. (CESPE/TCU/APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO/2015) A respeito de licita-
ções, julgue o item. 
Dado o princípio da adjudicação compulsória, a administração não pode, concluída 
a licitação, atribuir o objeto desse procedimento a outrem que não o vencedor.
Certo.
Concluído o procedimento licitatório, o objeto da licitação é adjudicado a um vence-
dor. Com isso, caso a Administração Pública resolva realizar uma contratação per-
tinente ao objeto, apenas poderá fazer com o licitante que recebeu a adjudicação, 
ou seja, com o vencedor do procedimento licitatório.
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3.11. Formalismo 
A Lei n. 8.666/1993 estabelece que “o procedimento licitatório previsto 
nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qual-
quer esfera da Administração Pública” (art. 4º, parágrafo único).
É interessante percebermos que o formalismo procedimental, defendido como 
princípio das licitações, diverge em muitos sentidos do mero formalismo.
Por este princípio, o descumprimento de um procedimento só acarretará nu-
lidade se houver comprovação de prejuízo. Evita-se, assim, que a administração 
fique engessada e legalista, conferindo certa liberdade para que determinadosatos 
sejam convalidados e o procedimento licitatório se torne mais eficaz.
Nesse mesmo sentido é o entendimento de Hely Lopes Meirelles, conforme ex-
posto a seguir: 
Procedimento formal, entretanto, não se confunde com “formalismo”, que se caracteriza 
por exigências inúteis e desnecessárias. Por isso mesmo, não se anula o procedimento 
diante de meras omissões ou irregularidades formais na documentação ou nas propos-
tas desde que, por sua irrelevância, não causem prejuízo à Administração ou aos lici-
tantes. A regra é a dominante nos processos judiciais: não se decreta a nulidade onde 
não houver dano para qualquer das partes – pas de nullité sans grief, como dizem os 
franceses.
Assim, ainda que o princípio em questão seja comumente chamado de formalis-
mo, o correto sentido da expressão leva em conta o procedimento como um todo, 
uma vez que apenas serão consideradas nulas as licitações que não observarem 
regras cabais ao correto prosseguimento da licitação. Em sentido oposto, simples 
falhas que possam ser convalidadas pela administração não serão capazes de acar-
retar, por si só, a nulidade todo o procedimento licitatório. 
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4. Modalidades
As modalidades licitatórias previstas na Lei n. 8.666/1993 são cinco: concor-
rência, tomada de preço, convite, concurso e leilão.
Neste ponto da matéria, temos uma grande contradição: ainda que o texto da 
Lei n. 8.666/1993 afirme que não poderão ser criadas novas modalidades de lici-
tação, existem, atualmente, duas outras modalidades de licitação que não estão 
elencadas na Lei n. 8.666/1993.
A primeira delas é o pregão, modalidade caracterizada pela inversão das fases da 
licitação e pela redução das fases do procedimento, priorizando pela eficiência. No pre-
gão, conforme veremos adiante, o objetivo é a aquisição de um bem ou serviço comum.
A segunda delas, pouco conhecida, é a consulta, criada pela Lei n. 9.472/1997, 
com a estrita finalidade de ser utilizada para a aquisição de bens e serviços pela Anatel.
Assim, de início, podemos organizar o conhecimento afirmando que sete são as 
modalidades licitatórias existentes em nosso ordenamento, sendo que cinco delas 
estão previstas na Lei n. 8.666/1993 e as demais em diplomas legais esparsos.
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3. (CESPE/AGE/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) Acerca de licitações, contratos e 
convênios na administração pública, julgue o item.
Concorrência, pregão e parcerias são, segundo a Lei n. 8.666/1993, as modalida-
des de licitação.
Errado.
Cinco são as modalidades licitatórias previstas na Lei n. 8.666/1993: 
Art. 22. São modalidades de licitação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão.
A escolha de cada uma das modalidades licitatórias não é livre à administração. Em 
sentido oposto, cada uma das modalidades licitatórias possui critérios a serem obser-
vados para que sua utilização se coadune com a finalidade da atividade administrativa.
Com relação à concorrência, tomada de preços e convite, essas restrições in-
cluem valores máximos a serem observados por cada modalidade, conforme se 
observa da tabela a seguir:
Modalidade Obras e Serviços de Engenharia Compras e demais Serviços
Convite Até 150 mil Até 80 mil
Tomada de Preços Até 1,5 milhão Até 650 mil
Concorrência Mais que 1,5 milhão Mais que 650 mil
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No caso de consórcios públicos, aplica-se o dobro desses valores quando os con-
sórcios forem formados por até três entes consorciados, e o triplo quando formados 
por mais do que três entes.
Aprendendo na Prática
Caso um Estado resolva realizar uma licitação para a construção de uma obra de 
engenharia orçada em R$ 850.000,00, poderá fazer uso da modalidade tomada de 
preços, uma vez que o valor global da contratação encontra-se dentro desta faixa 
de preço.
Caso este mesmo Estado se consorcie com um Município existente no seu território, 
a tomada de preços poderá ser utilizada para obras de engenharia até o dobro do 
valor inicialmente previsto para a modalidade, ou seja, os valores poderão chegar 
a R$ 3 milhões.
Por fim, caso o Estado se consorcie com mais três Municípios, o limite da tomada 
de preços será triplicado, podendo os entes federativos consorciados utilizarem a 
modalidade para as contratações orçadas em até R$ 4,5 milhões.
De extrema importância é o conhecimento de que as modalidades licitatórias 
utilizadas com base no valor total do procedimento (concorrência, tomada de pre-
ços e convite) nem sempre possuirão uma única modalidade passível de utilização. 
Nessas hipóteses, precisamos adotar a regra de que “quem pode o mais, pode 
o menos”. 
Assim, se estivermos diante de uma licitação que se enquadre dentro dos limi-
tes de utilização da tomada de preços, poderá o Poder Público perfeitamente fazer 
uso da concorrência para a realização da contratação. Caso estejamos diante de 
uma obra de engenharia enquadrada dentro da faixa prevista para a modalidade 
convite, a administração poderá fazer uso tanto da tomada de preços quanto da 
concorrência.
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Só temos que ter um cuidado especial, uma vez que o efeito contrário não é 
permitido. Assim, se estivermos diante de uma licitação que se enquadre dentro do 
valor máximo estabelecido para a modalidade tomada de preços, só será possível a 
substituição pela modalidade concorrência, e não pela modalidade convite.
As modalidades licitatórias previstas na Lei n. 8.666/1993 necessitam, para a 
sua realização, da observância de um tempo mínimo entre a publicação do edital e 
a data do recebimento das propostas. Tal lapso de tempo possui como principal ob-
jetivo assegurar aos particulares participantes o conhecimento de todas as normas 
do edital, possibilitando assim que as propostas sejam apresentadas em sintonia 
com a viabilidade econômica da empresa. 
Dessa forma, os §§ 3º e 4º do artigo 21 da Lei n. 8.666/1993 estabelecem que 
a contagem dos prazos a serem observados entre a publicação do edital e a apre-
sentação das propostas deve ser iniciada a cada nova publicação da administração 
pública, tal como ocorre com as retificações ou adendos. 
Quando, no entanto, a alteração promovida não apresentar prejuízos aos par-
ticulares (tal como ocorrecom as simples correções de erros formais), não há a 
necessidade de nova abertura de prazo. 
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§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última 
publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponi-
bilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer 
mais tarde. 
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o 
texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inques-
tionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Vejamos os prazos que devem ser observados entre a data da publicação 
do edital (ou da última alteração promovida) e a data de recebimento das pro-
postas:
Tempo mínimo entre a 
publicação do edital e o 
recebimento das propostas
Modalidade Modalidade
45 dias Concurso
Concorrência, quando 
for adotado o regime de 
empreitada integral ou 
quando a licitação for do 
tipo melhor técnica ou 
técnica e preço
30 dias
Concorrência, nos demais 
casos
Tomada de preço, quando 
a licitação for do tipo 
melhor técnica ou técnica 
e preço
15 dias
Tomada de preço, nas 
demais situações
Leilão
5 dias úteis Convite
4.1. Concorrência
A lei das licitações define concorrência como a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com-
provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital 
para execução de seu objeto (art. 22, § 1º).
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Trata-se a concorrência da modalidade de licitação mais complexa dentre as 
previstas na Lei n. 8.666/1993, possuindo como principais características a ampla 
publicidade, a possibilidade de qualquer interessado participar de seu cer-
tame e o fato de ser utilizada, entre outras hipóteses, em contratos de grande 
vulto.
Uma das principais características da concorrência é a necessidade de habili-
tação prévia para a análise da proposta apresentada pelo licitante. Assim, antes 
da abertura dos envelopes contendo o teor das propostas, a comissão de licitação 
verificará se estes atendem ou não aos requisitos de habilitação previstos em lei. 
Em caso positivo, os envelopes serão abertos. Em caso negativo, o licitante será 
considerado inabilitado e não poderá participar do procedimento.
Nesse sentido, cinco são os critérios de habilitação que podem ser levados em 
conta para efeito de verificação da regularidade dos licitantes, conforme se observa 
pela leitura do artigo 27 da Lei n. 8.666/1993:
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, 
documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. 
A habilitação jurídica relaciona-se com a capacidade da empresa em adquirir 
direitos e contrair obrigações; a qualificação técnica, com o fato do particular 
contratado reunir todos os requisitos técnicos necessários para a correta execução 
do bem ou do serviço contratado; a qualificação econômico-financeira, com a 
capacidade da empresa em possuir fluxo de caixa para adquirir os bens necessários 
à execução do contrato; a regularidade fiscal, com o fato da empresa estar em 
dia com todos os fiscos (federal, estaduais e municipais). 
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Nesse mesmo sentido, a regularidade trabalhista relaciona-se com a obrigação 
da empresa em pagar todas as verbas devidas aos seus funcionários. 
Por fim, o artigo 7º, XXXIII, da Constituição Federal, proíbe que as empre-
sas admitam o trabalho “noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoi-
to e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição 
de aprendiz, a partir de quatorze anos”.
Em determinadas situações, independentemente do valor do objeto a ser licita-
do, o Poder Público obrigatoriamente deverá fazer uso da modalidade concorrência. 
Nessas situações, o objetivo com a realização da concorrência é conferir um maior 
controle ao procedimento licitatório, uma vez que a concorrência, por exigir a ha-
bilitação preliminar como condição para a participação no procedimento, assegura 
um maior formalismo a todos os atos decorrentes da licitação.
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Obs..:� são as seguintes as situações em que a concorrência é obrigatória:
 � • na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado os imóveis adqui-
ridos por dação em pagamento ou procedimento judicial, quando poderão 
ser utilizadas as modalidades concorrência ou leilão;
 � • nas concessões de direito real de uso;
 � • nas concessões de serviço público;
 � • nas licitações internacionais, admitindo-se, neste caso, observados os 
limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dis-
puser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não 
houver fornecedor do bem ou serviço no País;
 � • para o sistema de registro de preços.
4.2. Tomada de Preços
Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devida-
mente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para 
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das pro-
postas, observada a necessária qualificação (art. 22, § 2º).
No âmbito da tomada de preços, encontramos algumas regras que não são en-
contradas nas demais modalidades licitatórias, tal como o fato do particular, para 
poder participar da licitação, obrigatoriamente ter que estar cadastrado até três 
dias antes da entrega das respectivas propostas.
Dessa forma, a habilitação é feita com o próprio cadastramento, sendo neste 
momento que a autoridade competente verifica se a empresa atende a todos os 
requisitos necessários para, em caso de sagrar-se vencedora da licitação, poder 
contratar com o Poder Público. 
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No entanto, a participação na tomada de preços não se restringe às empresas 
cadastradas, sendo assegurada, também, àquelas que atenderem às condições 
exigidas para cadastramento com antecedência mínima de três dias antes da data 
do recebimento das propostas.
É importante mencionar que a tomada de preços é passível de utilização nas 
licitações internacionais (em que a regra é a concorrência), bastando para tal que 
sejam preenchidos dois requisitos:
• o órgão disponha de cadastro internacional de fornecedores;
• o contrato a ser celebrado esteja dentro dos limites de valor para a respectiva 
modalidade.
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4.3. Convite
Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente 
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número 
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados 
na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedên-
cia de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas (art. 22, § 3º).
Assim, a regra é que pelo menos três interessados sejam convidados a parti-
cipar da licitação. No entanto, caso existam mais de três empresas pertinentes ao 
mesmo ramo, e desde que estas estejam cadastradas na repartição, a cada 
novo convite, a administração deverá convidar, pelo menos, mais um interessado 
cadastrado que não tenha sido convidado na licitação anterior. Isso ocorrerá até 
que não tenhamos mais empresas cadastradas que não tenham sido convidadas 
em licitações anteriores.
No entanto, a obrigação da administração de chamar empresas pertinentes ao 
mesmo ramo, não convidadas em licitações anteriores, restringe-se às empresas 
cadastradas.
Aprendendo na Prática
A administração municipal resolve realizar licitação na modalidade convite com a 
finalidade de selecionar um fornecedor de água mineral para todas as repartições 
públicas municipais.
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Poderão participar da licitação em questão tanto as empresas cadastradas quanto 
as que ainda não possuem cadastro no Poder Público. Assim, após a publicação 
da carta-convite, a administração convida um número mínimo de três particulares 
para participar da licitação, podendo eles ser ou não já cadastrados.
Adicionalmente, a participação no convite será estendida a todos os interessados 
que manifestem sua vontade com a antecedência mínima de 24 horas antes da 
apresentação das propostas. Tal prerrogativa, no entanto, é assegurada apenas aos 
previamente cadastrados.
Assim, as empresas que não estejam cadastradas e que não sejam convidadas 
pelo Poder Público não poderão participar da licitação na modalidade convite.
Por outro lado, caso estejamos diante de uma situação em que a administra-
ção não consiga o mínimo de três empresas para convidar, ainda assim poderá ser 
realizada a licitação. No entanto, a impossibilidade de encontrar três interessados 
pertinentes ao ramo da licitação deverá ser justificada nos autos do processo, sob 
pena de todo o procedimento ser anulado.
Outra característica importante do convite é que nesta modalidade não temos 
um edital, tal como ocorre nas demais modalidades, mas sim uma simples carta-
-convite, que não precisa ser publicada no respectivo diário oficial. Salienta-se, no 
entanto, que ainda assim deve haver a observância do princípio da publicidade, de 
forma que o que está dispensado, no âmbito da modalidade convite, é a publicação 
na imprensa oficial.
Assim, como forma de observância da publicidade, a carta-convite deve ser afi-
xada na repartição pública que está realizando a licitação, oportunidade em que o 
respectivo ato passará a produzir efeitos no universo jurídico. 
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Outra peculiaridade da modalidade convite é que o prazo entre a publicação da 
carta-convite e a data do recebimento das propostas é contado em dias úteis, ao 
contrário do que ocorre com as demais modalidades licitatórias previstas na Lei n. 
8.666/1993. Logo, uma vez publicada a carta-convite, o prazo mínimo para recebi-
mento das propostas é de 5 dias úteis.
4.4. Leilão
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda 
de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmen-
te apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis adqui-
ridos por meio de dação em pagamento ou procedimento judicial, a quem 
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação (art. 22, § 5º). 
Do conceito da modalidade, observa-se que três são as situações que dão ense-
jo à utilização do leilão, sendo elas:
a) venda de bens móveis inservíveis para a administração 
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Nessa situação, o Poder Público, independentemente da esfera, deseja vender 
bens móveis que não mais estejam em condições de utilização pela respectiva re-
partição pública. 
Aprendendo na Prática
Como exemplo de bens móveis inservíveis para utilização do Poder Público, temos 
mesas, estantes e balcões que foram substituídos por novos modelos em decorrên-
cia da necessidade do atendimento dos requisitos de acessibilidade.
b) venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados
Como a finalidade do Poder Público é assegurar o bem-estar da coletividade, 
pode a administração, em determinadas situações, limitar um direito individual em 
prol da coletividade.
Aprendendo na Prática
Em decorrência do poder de polícia, a administração realiza a fiscalização de diver-
sos estabelecimentos comerciais. Uma vez tendo encontrado produtos sem a cor-
respondente nota fiscal, procede o Poder Público à respectiva apreensão das mer-
cadorias, que poderão, observadas as normas legais, ser vendidas a terceiros.
c) alienação de bens imóveis adquiridos por meio de dação em paga-
mento ou de procedimento judicial 
Em ambas as situações, o Poder Público recebe bens imóveis do particular como 
forma de pagamento de dívidas anteriormente existentes. 
Logo, nada mais natural do que a alienação dos bens recebidos, possibilitando 
assim que o Poder Público aufira renda com a respectivaalienação.
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É importante salientar que a alienação de bens móveis, tanto quando decorren-
tes de dação em pagamento como nas hipóteses de procedimento judicial, poderá 
ser realizada por meio de leilão ou por meio de concorrência. Nas duas modalidades, 
faz-se necessária a avaliação prévia, por parte da administração, dos bens a serem 
alienados, bem como a comprovação da necessidade ou utilidade da alienação. 
No leilão, após o agendamento da data para a realização do certame, os parti-
cipantes comparecem para oferecer seus lances, que não podem ser inferiores ao 
inicialmente avaliado pelo Poder Público. Nota-se, dessa forma, que no âmbito das 
licitações realizadas sob a modalidade leilão, o tipo de licitação será sempre o de 
maior lance.
A Lei n. 8.666/1993 estabelece, em seu artigo 53, um pequeno regramento de 
como deve ser realizada a licitação na modalidade leilão. 
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Ad-
ministração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação 
do preço mínimo de arrematação.
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, 
não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no 
local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao paga-
mento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em 
favor da Administração o valor já recolhido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até 
vinte e quatro horas. 
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em 
que se realizará.
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Realizado o leilão e tendo ocorrido a alienação de um bem, deve o seu arrema-
tante (que é a pessoa que adquire o bem) pagar o valor ofertado à vista, ou, caso 
haja previsão no edital do valor do parcelamento, que, em qualquer hipótese, não 
poderá ser inferior a 5% do valor oferecido.
Nos leilões internacionais, o prazo para o pagamento do valor à vista será de 24 
horas, tempo necessário para a conversão da moeda e demais trâmites legais.
4. (CESPE/ADM/FUB/2015) De acordo com os dispositivos legais que regulam as 
licitações públicas, julgue o item a seguir.
A concorrência pública é a modalidade de licitação que deve ser utilizada para a 
venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente 
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis.
Errado.
Nas situações apresentadas, a modalidade que deve ser utilizada é o leilão, confor-
me previsão do artigo 22, § 5º, da Lei n. 8.666/1993:
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de 
bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos 
ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem ofe-
recer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei n. 
8.883, de 1994) 
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4.5. Concurso
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para esco-
lha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios 
ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publi-
cado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias 
(art. 22, § 4º).
Inicialmente, nota-se que o concurso é uma exceção quanto à restrição de valo-
res. Enquanto na maioria das demais modalidades licitatórias, faz-se necessário a 
observância das regras relativas aos valores, no concurso, tal restrição não existe, 
sendo que o que determina sua utilização não é o valor, mas sim a natureza da 
atividade.
Da mesma forma, a modalidade concurso é uma exceção quanto ao tipo de lici-
tação, sendo que tal modalidade é a única em que nenhum dos tipos previstos em 
lei serão aplicados. 
Ambas as peculiaridades existem uma vez que se objetiva, com a realização da 
licitação na modalidade concurso, a escolha de um trabalho técnico, artístico ou 
científico. Logo, das modalidades previstas, o concurso é a que mais leva em conta, 
para a escolha do seu resultado, uma parcela subjetiva de avaliação. No entanto, 
ainda assim o Poder Público deverá pautar sua escolha com base no princípio do 
julgamento objetivo.
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A administração realiza licitação na modalidade concurso com a finalidade de 
selecionar um novo leiaute para as correspondências oficiais. Para a escolha, 
é formada uma comissão composta por autoridades que entendam do trabalho 
em questão.
Assim, para a escolha, cada membro da comissão dará o seu parecer, levando 
em conta aspectos pessoais seus (caráter subjetivo). Ainda assim, o julgamento 
deverá pautar-se em critérios que estejam previamente descritos no edital da lici-
tação (caráter objetivo).
Estabelece o artigo 52 da Lei n. 8.666/1993 que a licitação na modalidade con-
curso deverá pautar-se em regras previstas em regulamento próprio, que deverá 
prever uma série de características:
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser precedido de 
regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
Frisa-se que a comissão que avaliará os trabalhos apresentados no âmbito dos 
concursos poderá ser composta tanto por servidores quanto por terceiros que não 
possuam vínculo com o Poder Público, devendo, para tal, possuir reputação ilibada 
e reconhecido conhecimento da matéria em exame.
Como é possível notar, o concurso é uma exceção a diversas características pre-
sentes nas demais modalidades. Assim, para facilitar o conhecimento, elenca-se a 
seguir as características desta modalidade licitatória:
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