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1-Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador

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DESCRIÇÃO
Compreensão das diretrizes e dos fundamentos das políticas nacionais de saúde do trabalhador e da segurança do trabalho.
PROPÓSITO
As políticas nacionais de saúde do trabalhador e da segurança do trabalho definem os objetivos do Estado brasileiro nesse campo. A
compreensão das diretrizes de tal política é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico do profissional atuante na segurança
do trabalho.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer os conceitos fundamentais em saúde do trabalhador
MÓDULO 2
Identificar a política nacional de saúde do trabalhador
MÓDULO 3
Identificar a política nacional de segurança do trabalho
INTRODUÇÃO
A IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
MÓDULO 1
 Reconhecer os conceitos fundamentais em saúde do trabalhador
LIGANDO OS PONTOS
Empresas multinacionais precisam adaptar-se não somente às legislações como também aos contextos políticos dos diversos países em que
atuam. Nesse sentido, o sistema de saúde brasileiro é bastante complexo e de difícil compreensão até para os próprios habitantes do país.
No entanto, é importante lembrar que o Sistema Único de Saúde foi criado em 1990 e vem sofrendo diversas e profundas modificações
desde então.
Na área de saúde do trabalhador, deve-se dar destaque aos relatórios das Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador, os quais
apontam as diretrizes que a sociedade civil organizada entende como os marcos das políticas de saúde nesse campo no país. Desse modo,
vamos conhecer, neste conteúdo, a evolução dos conceitos relativos à saúde do trabalhador, a evolução do sistema de proteção à saúde do
trabalhador e das políticas de saúde e segurança do trabalho. Portanto, entender e aplicar os conceitos dessas políticas pode fazer diferença
significativa na inserção de uma empresa multinacional no país.
O caso a seguir é baseado em uma história real, e as atividades que veremos buscam desenvolver o raciocínio crítico e a aplicabilidade das
políticas e dos conceitos que serão estudados neste conteúdo.
Desde o ano de 2010, a siderúrgica alemã Ternium, também conhecida como Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), opera em sua
unidade de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Segundo dados disponíveis no site da empresa, a siderúrgica já produziu 5 milhões de placas de
aço, 8 mil empregos e investiu 11 bilhões de reais no país. Desde então, moradores das comunidades adjacentes têm relatado a presença de
poeira fina de origem desconhecida em seus quintais, bem como o aumento de casos de pessoas com sintomas respiratórios. A empresa de
grande porte tem gerado empregos e oportunidades indiretas de negócios na região, contudo tem sofrido a pressão de grupos políticos para
que encerre suas atividades por causa do fenômeno que foi batizado de “chuva de prata”.
De acordo com relatório de estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz sobre a composição do material coletado, há a
presença de:
... FERRO E VÁRIAS OUTROS ELEMENTOS QUÍMICOS COMPÕEM O MATERIAL
PARTICULADO EM QUESTÃO, COMO CÁLCIO, MANGANÊS, SILÍCIO, ENXOFRE,
ALUMÍNIO, MAGNÉSIO, ESTANHO, TITÂNIO, ZINCO E CÁDMIO, DENTRE OUTROS.
(ENSP/FIOCRUZ, 2011)
Diversas ações judiciais foram movidas contra a empresa por causa desse fenômeno.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
3. COMPREENDENDO OS ASPECTOS POLÍTICOS ENVOLVIDOS E AS
CONCEPÇÕES MAIS MODERNAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR, QUAL
DECISÃO VOCÊ TOMARIA QUANTO À SUA PARTICIPAÇÃO? JUSTIFIQUE SUA
RESPOSTA.
RESPOSTA
Os conceitos mais modernos de saúde do trabalhador entendem que a preocupação quanto ao impacto na
comunidade adjacente deve ser uma preocupação da empresa. Portanto, você pode sugerir:
Treinamento da comunidade para lidar com a “poeira” em caso de contaminação acidental.
Melhorias nos canais de comunicação com a comunidade.
Informação continuada aos trabalhadores da empresa sobre o status do problema.
POR QUE PRECISAMOS DEFINIR OS CONCEITOS?
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O SURGIMENTO DA MEDICINA DO TRABALHO
O mundo do trabalho, embora presente desde o início da civilização, tem a sua relação com a saúde humana estudada de forma
relativamente recente. Poucos registros antigos foram encontrados sobre o assunto.
Atribui-se ao médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714) os primeiros registros formais de estudos relacionando o trabalho a doenças
específicas. Em 1700, ele publicou a obra De Morbis Artificum Diatriba (Doenças do Trabalho), que relacionava os riscos à saúde
ocasionados por produtos químicos e outros agentes encontrados por trabalhadores em mais de 50 ocupações. Dessa forma, o médico
italiano é considerado o fundador da medicina do trabalho. Acredita-se ter sido a partir dos estudos de Ramazzini que o questionamento
sobre a profissão dos doentes passou a fazer parte da anamnese dos médicos.
 Médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714).
O PRIMEIRO SERVIÇO MÉDICO INDUSTRIAL
O advento da Revolução Industrial foi fundamental para a consolidação da medicina do trabalho, e o primeiro serviço de medicina do trabalho
regular de que se tem notícia surgiu na Inglaterra em 1830.
Nesse sentido, visando regularizar a medicina do trabalho em sua fábrica têxtil, — pois nenhum de seus operários tinha acesso à assistência
médica, a não ser àquela oferecida por instituições filantrópicas, — Robert Dernham buscou informações com seu médico, o doutor Robert
Baker, para que o auxiliasse, como empresário, a resolver tal situação. Baker aconselha Dernham a contratar um médico de sua confiança
para que servisse de intermediário entre ele, os trabalhadores e o público em geral. Seu trabalho consistiria em visitar todos os
compartimentos das fábricas e verificar de que forma o trabalho estaria influenciando na saúde dos empregados (MENDES e DIAS, 1991).
Assim, em 1830, Dernham teve a ideia de contratar Baker para trabalhar em sua fábrica têxtil, caracterizando-se, dessa forma, o primeiro
serviço de medicina do trabalho.
CARACTERÍSTICAS DO PRIMEIRO SERVIÇO MÉDICO INDUSTRIAL
De acordo com Mendes e Dias (1991), esses serviços deveriam:
Ser dirigidos por pessoas de inteira confiança do proprietário da indústria e que se dispusessem a defendê-lo.
Ser centrados na figura do médico.
Concentrar exclusivamente aos médicos a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho.
Transferir ao médico a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde.
ESSE PRIMEIRO SERVIÇO MÉDICO INDUSTRIAL FOI UM MARCO PARA O INÍCIO DE
MUDANÇAS REFERENTES AO SUPRIMENTO DAS NECESSIDADES DOS TRABALHADORES,
PORÉM, COM O PASSAR DO TEMPO, MOSTROU-SE INSUFICIENTE, SENDO ASSIM
SUBSTITUÍDO POR OUTROS SERVIÇOS MAIS ADEQUADOS AO CONTEXTO HISTÓRICO DE
CADA PERÍODO.
A DIFERENÇA ENTRE MEDICINA DO TRABALHO, SAÚDE
OCUPACIONAL E SAÚDE DO TRABALHADOR
MEDICINA DO TRABALHO
Como já dissemos, a medicina do trabalho surgiu na Revolução Industrial, em 1830. Tal advento da associação da Medicina na linha de
trabalho foi altamente necessário, pois os trabalhadores eram expostos a processos de produção tão acelerados que hoje seriam
considerados desumanos, devido à inviabilidade produtiva perante constantes adoecimentos dos trabalhadores (MENDES e DIAS, 1991).
 ATENÇÃO
Importante ressaltar que a medicina do trabalho possui aspecto tão somente curativo e biológico, o seu objetivo principal é recuperar a saúde
do trabalhador para que ele continue produzindo. Nessa visão, o trabalho é visto com uma peça de máquina.
Em 1959, foi criada a recomendação 112 sobre a medicina do trabalho. Tal recomendação teve sua aprovação na Conferência Internacional
do Trabalho, e foi criada através do conhecimento empírico adquirido pelos relatos do impacto da medicina do trabalho na indústria daqueles
países, que, naquela época, eram considerados industrializados.
Segundo Mendes e Dias (1991), o serviço de medicina do trabalho designa um serviço organizado nos locais de trabalho ou em suas
imediações, destinado a:
Assegurar a proteção aos trabalhadorescontra todo o risco que prejudique sua saúde e que possa resultar de seu trabalho ou das condições
em que este se efetue.
Contribuir à adaptação física e mental, em particular pela adequação do trabalho e pela sua colocação em lugares de trabalho
correspondentes às suas aptidões.
Contribuir ao estabelecimento e manutenção do nível mais elevado possível do bem-estar físico e mental dos trabalhadores.
SAÚDE OCUPACIONAL
O conceito de saúde ocupacional surgiu nas grandes empresas, junto com o conceito de higiene industrial.
A SAÚDE OCUPACIONAL ATUA COMPLEMENTANDO A MEDICINA DO TRABALHO, POIS
ESTA ATUA IDENTIFICANDO, ANALISANDO E INTERVINDO DE FORMA A MITIGAR OS
PROBLEMAS DE SAÚDE ORIUNDOS DA ATIVIDADE EXERCIDA PELO TRABALHADOR NO
AMBIENTE LABORAL (MENDES E DIAS, 1991).
No entanto, o modelo aplicado no segmento de saúde ocupacional ainda é limitado e enfrenta algumas dificuldades que impedem o
cumprimento de seu objetivo. Para Mendes e Dias (1991), os motivos existentes para que a saúde ocupacional não consiga atingir seus
objetivos são:
O modelo mantém o referencial da medicina do trabalho firmado no mecanicismo.
Não concretiza o apelo à interdisciplinaridade: as atividades apenas se justapõem de maneira desarticulada e são dificultadas pelas lutas
corporativas.
A capacitação de recursos humanos, a produção de conhecimento e de tecnologia de intervenção não acompanham o ritmo da
transformação dos processos de trabalho.
O modelo, apesar de focar a questão no coletivo de trabalhadores, continua a abordá-los como "objeto" das ações de saúde.
A manutenção da saúde ocupacional no âmbito do trabalho, em detrimento do setor Saúde.
 ATENÇÃO
O principal objeto de trabalho da saúde ocupacional é a segurança do trabalho.
SAÚDE DO TRABALHADOR
Com a insuficiência do modelo de saúde ocupacional, surge um movimento social renovado e revigorado nos países industrializados do
mundo ocidental, mas que se espalha pelo mundo afora. Esse contexto é marcado por questionamentos sobre o sentido da vida, o valor da
liberdade, o significado do trabalho na vida, que abalaram a confiança no Estado.
A saúde do trabalhador tem um sentido mais amplo, busca, além da cura e da prevenção/segurança, a promoção da saúde do trabalhador, a
qualidade de vida no trabalho e inclui conceitos subjetivos como o conceito do “trabalho digno” ou ainda “trabalho decente”. Para Mendes e
Dias (1991), esse processo leva, em alguns países, à exigência da participação dos trabalhadores nas questões de saúde e segurança. Com
a resposta ao movimento social e dos trabalhadores, novas políticas sociais tomam a roupagem da lei, introduzindo significativas mudanças
na legislação do trabalho e, em especial, nos aspectos de saúde e segurança do trabalhador. E é nesse contexto que surge o modelo de
saúde do trabalhador, com conquistas dos trabalhadores e sua participação direta no que diz respeito aos assuntos de saúde e segurança no
ambiente de trabalho.
Ainda Segundo Mendes e Dias (1991), o objeto da saúde do trabalhador pode ser definido como o processo de saúde e doença dos grupos
humanos em sua relação com o trabalho. Representa um esforço de compreensão desse processo (como e por que ocorre) e do
desenvolvimento de alternativas de intervenção que levem à transformação em direção à apropriação pelos trabalhadores, da dimensão
humana do trabalho.
NESSA TRAJETÓRIA, A SAÚDE DO TRABALHADOR ROMPE COM A CONCEPÇÃO
HEGEMÔNICA QUE ESTABELECE UM VÍNCULO CAUSAL ENTRE A DOENÇA E UM AGENTE
ESPECÍFICO, OU A UM GRUPO DE FATORES DE RISCO PRESENTES NO AMBIENTE DE
TRABALHO, E TENTA SUPERAR O ENFOQUE QUE SITUA SUA DETERMINAÇÃO NO SOCIAL,
REDUZIDO AO PROCESSO PRODUTIVO, DESCONSIDERANDO A SUBJETIVIDADE.
O advento do conceito atual de saúde do trabalhador coincide com os movimentos que mudaram de forma significativa o sistema nacional de
saúde brasileiro e culminaram com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) nos anos 1990. Assim, o tema “saúde do trabalhador” fez
parte dos debates nas conferências nacionais de saúde e é uma das competências do SUS definidas em nossa Constituição Federal (art.
200).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar a política nacional de saúde do trabalhador
LIGANDO OS PONTOS
Vamos estudar, neste módulo, a organização do Sistema Único de Saúde e sua atuação na saúde do trabalhador e a política nacional de
saúde do trabalhador. A observância desses pressupostos e políticas pode ser necessária para uma atuação correta, tal como a ocorrida no
caso da empresa Ternium. Assim sendo, vamos observar novos aspectos desse caso, dessa vez utilizando esses pressupostos na hora de
tomar decisões.
A empresa siderúrgica Ternium tem sido acusada de causar poluição ambiental e doenças respiratórias nos moradores das comunidades
adjacentes à indústria, na zona oeste do Rio de Janeiro. Diversas ações judiciais solicitam reparações aos danos causados. Você como
engenheiro de segurança do trabalho e integrante do comitê de crise deve ajudar a fazer o diagnóstico de problema e apontar soluções.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
3. OS GESTORES LOCAIS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PROCURAM O SESMT
(SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALHO) DA TERNIUM PARA OBTER INFORMAÇÕES SOBRE
POSSÍVEIS CASOS DE INTOXICAÇÃO PELA “POEIRA” ENTRE OS
TRABALHADORES DA EMPRESA. DE ACORDO COM OS PRESSUPOSTOS DA
PNSTT, QUAL DEVERIA SER A DECISÃO DO SESMT?
RESPOSTA
Deveria decidir sobre a disponibilização dos dados, uma vez que a Vigilância em Saúde do Trabalhador é
uma atribuição do SUS, voltada a todos os trabalhadores, e cuja principal função é obter dados para
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avaliação, planejamento e tomada de decisão.
POLÍTICAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR: DE ONDE VIEMOS E
PARA ONDE VAMOS?
A SAÚDE DO TRABALHADOR NO BRASIL
A saúde do trabalhador passa a ter nova definição e novo delineamento institucional a partir da Constituição Federal de 1988, com a
regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas como era a organização dos serviços de saúde que atendiam os trabalhadores
antes do SUS?
A história da saúde do trabalhador no Brasil esbarra com a história da saúde da população geral e com a evolução das políticas públicas de
saúde, trabalho e aposentadoria. Vejamos a respeito dessa evolução.
DÉCADA DE 1920
A história dos trabalhadores sempre foi marcada por altos índices de acidentes de trabalho e adoecimentos. As questões voltadas para a
saúde dos trabalhadores começam a ter uma atenção mais específica por volta da década de 1920, com a criação, em 1923, da Lei nº 4.682
de 24 de janeiro, de autoria do deputado Eloy Chaves.
Tal lei instituiu o sistema de Caixas de Aposentadorias e Pensão (CAPs), tendo como objetivos: pagamentos previdenciários (aposentadorias,
pensões, auxílios, entre outros) e assistência médica e farmacêutica a empregados e dependentes. Para alguns autores, devido ao seu
“caráter previdenciário”, essa lei é considerada o ponto de partida, no Brasil, da Previdência Social propriamente dita.
PERÍODO 1930 – 1945
Também conhecido como a “Era Vargas”, esse período foi marcado por muitas mudanças na política e na economia do país. No governo de
Getúlio Vargas, houve a ascensão da industrialização, a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as leis sobre acidentes de
trabalho. Com a criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, as empresas passaram a constituir seus próprios “serviços
médicos”, regulamentação da jornada de trabalho, criação da Lei de Sindicalização e instituiu-se o Ministério do Trabalho.
PERÍODO 1964 – 1985
Período marcado pela Ditadura Militar, que resultou no golpe dado pelos militares em 1964, com o afastamento do presidente João Goulart,
tendo como sucessor o Marechal Castelo Branco. As principais características do regime militar no Brasil são:
Cassação de direitos políticos de opositores.
Repressão aos movimentos sociais e manifestações de oposição.
Censuraaos meios de comunicação.
Uso de métodos violentos contra os opositores ao regime.
Proibição dos reajustes salariais.
Aumento do número de acidentes de trabalho.
Proibição de greves (sindicatos perdem a autonomia).
Criação do Instituto de Previdência Social (INPS).
O período entre 1969 e 1973 também ficou conhecido como o “milagre econômico”, devido ao forte crescimento da economia, com altos
investimentos em infraestrutura. Porém, após esse período, o Brasil mergulhou em um grande endividamento externo e interno.
PERÍODO 1985 ATÉ OS DIAS ATUAIS
Também conhecido como período de “transição democrática”, foi marcado por diversas mudanças no contexto político do Brasil, tais como: o
movimento “Diretas Já”, que reivindicava o retorno das eleições diretas para presidente da República; o fim da Ditadura Militar; a
promulgação da nova Constituição da República Federativa do Brasil (1988); a mudança no processo de produção.
AS CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE DO TRABALHADOR
As Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador representam um avanço no que se refere às discussões voltadas para o trabalhador.
Estão inseridas em contextos políticos, econômicos e sociais que conferem a elas uma representatividade e uma legitimidade na
implementação de políticas e ações, no âmbito da saúde do trabalhador. Os pressupostos da primeira conferência foram fundamentais para a
formulação das diretrizes sobre saúde do trabalhador na lei orgânica da saúde.
1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR
A 1ª Conferência Nacional de saúde do trabalhador nasceu em um momento de mudanças ocorridas no setor da saúde. Após a 8ª
Conferência Nacional de Saúde – CNS (1986), que propiciou um avanço significativo no rumo de uma nova política nacional de saúde, ficou
evidente que as transformações necessárias exigiam a vontade política do Estado e a determinação da Sociedade Civil, no sentido de
promover a inadiável Reforma Sanitária.
Dessa forma, uma das conclusões geradas na 8ª CNS foi que também existe a necessidade de um sistema nacional de saúde que responda
aos anseios da população, no que se refere à questão Saúde e Trabalho. Nesse sentido, se tornou de grande importância a promoção de
uma conferência específica para debates sobre as questões relacionadas a Saúde e Trabalho.
RELATÓRIO FINAL DA 1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DO
TRABALHADOR
O Relatório Final da 1ª CNST foi aprovado no dia 05 de dezembro de 1986 e teve como subsídio os relatórios elaborados ao longo da
Conferência, por 15 grupos de trabalho. Os eixos abordados no Relatório Final foram:
Diagnóstico da situação de saúde dos trabalhadores.
Novas alternativas de atenção à saúde dos trabalhadores.
Política nacional de saúde dos trabalhadores.
O CONCEITO DE SAÚDE DO TRABALHADOR NÃO PODE SER LIMITADO APENAS
AO ÂMBITO DA FÁBRICA, TAMPOUCO À SUA FORMULAÇÃO ESTRITAMENTE
BIOLÓGICA. É NECESSÁRIO QUE SE ENTENDA A SAÚDE COMO DETERMINADA
PELOS PROCESSOS SOCIAIS MAIS ABRANGENTES, ENTENDENDO-A,
PORTANTO, COMO UM CONCEITO INTEGRAL E DINÂMICO, LEVANDO-SE EM
CONTA QUE A SAÚDE É DETERMINADA SIMULTANEAMENTE PELAS
CONDIÇÕES DE VIDA E PELAS CONDIÇÕES DE TRABALHO. ASSIM SENDO, A
SITUAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR É RESULTADO DE UM LONGO
PROCESSO HISTÓRICO, DESDE OS TEMPOS DA COLONIZAÇÃO, PROCESSO
QUE SE CARACTERIZOU PELA CONSTANTE EXPLORAÇÃO DO TRABALHO,
MAIS ACENTUADA AINDA EM RELAÇÃO AO TRABALHADOR RURAL.
(CNST, 1986)
De acordo com o levantamento das informações realizadas para esta Conferência, os fatores apontados como agravantes para a saúde dos
trabalhadores foram: a disputa de mercado pelos produtores de equipamento de saúde, a mercantilização do atendimento à saúde, além da
atuação corporativista de alguns profissionais da área de saúde.
O momento político vivenciado pelo país à época foi caracterizado por descaso das autoridades com o problema da saúde do trabalhador. As
dificuldades reais de acesso dos trabalhadores aos serviços públicos com funções específicas nas áreas de reabilitação e fisioterapia são:
Desintegração dos diversos organismos públicos na área de prestação de serviços.
Existência de leis sobrepostas.
Não comprometimento do Estado com seu dever e responsabilidade, delegando, ora aos sindicatos ora ao empresariado (vide convênio
empresa) atribuições como assistência médica, fato que já havia sido denunciado pelos trabalhadores.
CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT)
O Brasil, como país membro da Organização Internacional de Trabalho (OIT), ratifica convenções e recomendações, sendo uma delas a
Convenção 155, que prevê a adoção de políticas nacionais de saúde e trabalho, além de ser uma das diretrizes seguidas pelo país para a
elaboração de políticas públicas que favorecem os trabalhadores.
CONVENÇÃO 155
A Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê a adoção de políticas nacionais coerentes de saúde e trabalho,
bem como o desenvolvimento de ações a serem efetivadas pelos governos e empresas para promover a segurança e a saúde no trabalho e
melhorar as condições laborais. O Brasil, como membro da OIT, ratificou, em 1992, tal Convenção, comprometendo-se a criar estratégias
para a implementação de políticas voltadas aos trabalhadores.
Os 30 artigos que compõem a Convenção 155 da Organização Mundial do Trabalho foram divididos em cinco partes com relação a:
aplicações e definições, princípios, ações e disposições finais.
AS POLÍTICAS VOLTADAS AO TRABALHADOR
Antes da criação das duas recentes e importantes políticas que favorecem o trabalhador (Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora – 2012, e Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – 2011), devemos levar em consideração que muitas ações
foram implementadas no intuito de minimizar os prejuízos aos trabalhadores advindos do seu contexto de trabalho.
AS POLÍTICAS PÚBLICAS LEVADAS A CABO PELAS ÁREAS DO TRABALHO E
PREVIDÊNCIA CARACTERIZARAM-SE PELA PROTEÇÃO DA SAÚDE DOS
TRABALHADORES, DE FORMA TUTELADA, CONSIDERANDO-OS AGENTES
PASSIVOS NA RELAÇÃO SAÚDE-TRABALHO, ENTENDENDO A PRESERVAÇÃO
DA SAÚDE NO TRABALHO COMO EXIGÊNCIA CONTRATUAL DE TRABALHO, E
NÃO COMO DIREITO PLENO DE CIDADANIA E TRANSFERINDO A
CORPORAÇÕES TÉCNICAS A DECISÃO DO QUE É MELHOR PARA A SAÚDE DOS
TRABALHADORES, SEM NECESSARIAMENTE OUVI-LOS.
(OLIVEIRA, 1994 apud OLIVEIRA; VASCONCELLOS, 2000)
É certo que muitas ações não conseguiram atingir os objetivos propostos, principalmente as criadas antes da implementação do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Ainda segundo Oliveira e Vasconcellos (2000), a reformulação do sistema de saúde brasileiro, estabelecida pela Constituição de 1988 e suas
legislações regulamentadoras e complementares, na mesma medida do estabelecimento de diretrizes para uma nova política nacional de
saúde, propuseram uma nova configuração da área, “inaugurando” uma política nacional de saúde do trabalhador, no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Com relação aos assuntos voltados aos trabalhadores, ao mencionarmos as ações elaboradas para a promoção da saúde e da segurança no
ambiente de trabalho, faz-se necessário refletir sobre as competências de cada ministério, que, em conjunto, complementam-se,
principalmente, na atuação no campo da vigilância da saúde.
A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A Constituição Federal foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988. Nela, são definidos os direitos dos cidadãos, sejam eles individuais,
coletivos, sociais ou políticos, e são estabelecidos limites para o poder dos governantes.
Entre os direitos dos cidadãos, podemos destacar o assegurado no art. 196:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Estado assegura o atendimento à saúde da população de forma universal, integral e equânime,
por meiode políticas que visam à promoção, à proteção e à recuperação da saúde. Os SUS é um sistema único: todos os entes federativos
seguem as mesmas leis e regras, têm as mesmas finalidades e trabalham de forma integrada. O acesso é universal, ou seja, todo cidadão
tem direito aos serviços de saúde e tem como uma de suas principais diretrizes o atendimento integral, isto é, para todas as necessidades de
saúde.
Os serviços de saúde são organizados em formato de rede regionalizada e hierarquizada. Logo, em cada Estado, são formadas as “regiões
de saúde” que devem possuir um conjunto mínimo de serviços para atender a população, que são:

Atenção primária

Urgência e emergência

Atenção psicossocial

Atenção ambulatorial especializada e hospitalar

Vigilância à saúde
Os serviços são hierarquizados, isto é, organizados em níveis de complexidade crescentes. O acesso é dado pelos serviços chamados de
“portas de entrada”:
Atenção primária.
Urgência e emergência.
Atenção psicossocial.
Serviços especiais de acesso aberto.
Os serviços de média e de alta complexidade são acessados via encaminhamentos (referências) dos serviços de porta de entrada. Dentro
dessa rede de serviços, existem aqueles que atendem acidentes de trabalho sem serem especializados nisso, tais como os serviços de
atenção básica, urgência e emergência. Serviços especializados, como os CERESTs (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) sem
contar os serviços de vigilância em saúde.
O SUS E A SAÚDE DO TRABALHADOR
De acordo com a Constituição Federal, no art. 200, compete ao SUS, entre outras atribuições: executar as ações de vigilância sanitária e
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador, e ainda, colaborar na proteção do meio ambiente, nele incluído o do trabalho.
A lei orgânica da saúde define o que significa saúde do trabalhador no SUS:
ENTENDE-SE POR SAÚDE DO TRABALHADOR, PARA FINS DESTA LEI, UM
CONJUNTO DE ATIVIDADES QUE SE DESTINA, ATRAVÉS DAS AÇÕES DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA, À PROMOÇÃO E
PROTEÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES, ASSIM COMO VISA À
RECUPERAÇÃO E À REABILITAÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES
SUBMETIDOS AOS RISCOS E AGRAVOS ADVINDOS DAS CONDIÇÕES DE
TRABALHO.
(LF8080/1990)
O SUS assegura a assistência ao trabalhador das seguintes formas (LF8080/1990, art. 16):
Assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho.
Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e
agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho.
Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de
produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, produtos, máquinas e equipamentos que
apresentem riscos à saúde do trabalhador.
Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.
Informação ao trabalhador, sua respectiva entidade sindical e a empresas sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional
e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde (admissionais, periódicos e
demissionais), respeitados os preceitos da ética profissional.
Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e
privadas.
Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo, na sua elaboração, a colaboração das
entidades sindicais.
A garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, setor de serviço ou de todo o
ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
Não podemos esquecer que cabe à direção nacional do SUS a participação na formulação e na implantação das políticas relativas às
condições e aos ambientes de trabalho, além de participar da definição de normas, critérios e padrões para controle das condições e
dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Embora, no papel, tudo isso já exista desde a década de 1990, a configuração de uma rede específica para a saúde do trabalhador tem sido
construída lentamente. Outro aspecto importante é que o mundo do trabalho busca por mudanças profundas desde então, surgindo, assim, a
necessidade de se criar a política específica para a saúde dos trabalhadores.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA
TRABALHADORA
CONTEXTUALIZAÇÃO
Em 2002, foi criada a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), por meio da Portaria nº 1.679/GM, com objetivo
de disseminar ações de saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único de Saúde, SUS.
A RENAST foi criada segundo a lógica vigente da saúde do trabalhador, todavia o mundo do trabalho tem passado por mudanças drásticas
que tornaram mister pensar em uma política mais moderna e atualizada. Os condicionantes a seguir influenciaram a criação da Política
Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT):
Precarização do mercado de trabalho.
Aumento da informalidade.
Inovações tecnológicas.
Desorganização dos centros urbanos.
Mudanças nas relações sociais.
Coexistência de processos de trabalho arcaicos com modernos.
Aumento de trabalhadores recebendo remuneração variável por produtividade.
Aumento da rotatividade nas empresas, aumento de excedente de mão de obra.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
A política nacional de saúde do trabalhador de 23 de agosto de 2012 (Portaria 1.823) define princípios, diretrizes e estratégias que devem ser
observadas pelo SUS, para que haja o desenvolvimento de planos e programas voltados à saúde do trabalhador. Para tal, a Portaria 1.823
define que é necessário se preocupar com: vigilância, promoção, proteção da saúde dos trabalhadores e redução da
morbimortalidade.
Segundo o art. 3º da Portaria, todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de
sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado,
autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado, são sujeitos a essa política.
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA ALINHA-SE
COM O CONJUNTO DE POLÍTICAS DE SAÚDE NO ÂMBITO DO SUS, POIS É UMA POLÍTICA
TRANSVERSAL.
Importante não confundir a PNSTT com as normas regulamentadoras (NRs).
Normas regulamentadoras (NRs)
As normas são de observância aos trabalhadores em regime de CLT e seu principal foco é a segurança do trabalho.


PNSTT
Tem um escopo mais abrangente, aplica-se a qualquer trabalhador: começa na promoção da saúde e vai até a recuperação do trabalhador
vítima de acidente de trabalho.
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO
TRABALHADOR E DA TRABALHADORA
As sete principais diretrizes da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora são:
I
UNIVERSALIDADE
A política é destinada a todos os trabalhadores.
INTEGRALIDADE
A política integra ações de promoção, proteção, tratamento, manutenção e recuperação da saúde.
II
III
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE, DOS TRABALHADORES E DO CONTROLE
SOCIAL
Os trabalhadores são parte fundamental na gestão da política.
DESCENTRALIZAÇÃO
A gestão da política é única em cada esfera de governo.
IV
V
HIERARQUIZAÇÃO
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) está inserida na rede SUS, organizada em serviços de níveis de
complexidade crescente.
EQUIDADE
As pessoas devem ser atendidas e os recursos devem ser divididos de acordo com as necessidades.
VI
VII
PRECAUÇÃO
Segundo este princípio, nenhum risco deve ser assumido quando o conhecimento científico ainda está incompleto.
Segundo o art. 6º da Portaria 1.823, para estabeleceruma boa política de segurança e saúde do trabalhador, em âmbito nacional, é
necessário realizar a articulação entre:
As ações individuais de assistência e de recuperação dos agravos, com ações coletivas de promoção, prevenção, vigilância dos ambientes,
processos e atividades de trabalho, e de intervenção sobre os fatores determinantes da saúde dos trabalhadores.
As ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde.
O conhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividade dos trabalhadores e, destes, com as respectivas práticas institucionais.
DOS CONTEMPLADOS PELA PNSTT
A realização da articulação tratada nesta política requer mudanças substanciais nos processos de trabalho em saúde, na organização da
rede de atenção e na atuação multiprofissional e interdisciplinar, que contemplem a complexidade das relações trabalho-saúde.
OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E
DA TRABALHADORA
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, tem por objetivo promover a segurança à saúde do trabalhador no ambiente
de trabalho. Diante disso, a Portaria 1.823 cita em seu art. 8º, primeiro inciso, os objetivos desta política, que são:
I. Fortalecer e integrar os componentes da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), o que pressupõe:
Identificação das atividades produtivas da população trabalhadora e das situações de risco à saúde dos trabalhadores no território.
Identificação das necessidades, demandas e problemas de saúde dos trabalhadores no território.
Realização da análise da situação de saúde dos trabalhadores.
Intervenção nos processos e ambientes de trabalho.
Produção de tecnologias de intervenção, de avaliação e de monitoramento das ações de VISAT.
Controle e avaliação da qualidade dos serviços e programas de saúde do trabalhador, nas instituições e empresas públicas e privadas.
Produção de protocolos, de normas técnicas e regulamentares.
Participação dos trabalhadores e suas organizações.
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A Vigilância em Saúde do Trabalhador é uma atividade fundamental para que o sistema de saúde possa diagnosticar, planejar e avaliar as
ações implementadas no campo da saúde do trabalhador. Para garantir tal afirmação, existe o inciso II do art. 8º da Portaria 1.823:
II. Promover a saúde em ambientes e processos de trabalhos saudáveis, o que pressupõe:
Estabelecimento e adoção de parâmetros protetores da saúde dos trabalhadores nos ambientes e processos de trabalho.
Fortalecimento e articulação das ações de vigilância em saúde, identificando os fatores de risco ambiental, com intervenções tanto nos
ambientes e processos de trabalho como no entorno, tendo em vista a qualidade de vida dos trabalhadores e da população
circunvizinha.
Representação do setor saúde/saúde do trabalhador nos fóruns e instâncias de formulação de políticas setoriais e intersetoriais e às
relativas ao desenvolvimento econômico e social.
Inserção, acompanhamento e avaliação de indicadores de saúde dos trabalhadores e das populações circunvizinhas nos processos de
licenciamento e nos estudos de impacto ambiental.
Inclusão de parâmetros de proteção à saúde dos trabalhadores e de manutenção de ambientes de trabalho saudáveis nos processos
de concessão de incentivos ao desenvolvimento, nos mecanismos de fomento e outros incentivos específicos.
Contribuição na identificação e erradicação de situações análogas ao trabalho escravo.
Contribuição na identificação e erradicação de trabalho infantil e na proteção do trabalho do adolescente.
Desenvolvimento de estratégias e ações de comunicação de risco, educação ambiental e em saúde do trabalhador.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Lendo o inciso segundo, fica clara a preocupação da política com a promoção da saúde do trabalhador, ou seja, capacitar o trabalhador para
atuar na melhoria da própria saúde. Outro importante objetivo da portaria é o combate ao trabalho escravo e ao trabalho que se equipare
analogamente à escravidão, como podemos ler no inciso terceiro:
III. Garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, que pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador
em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante articulação e construção conjunta de protocolos,
linhas de cuidado e matriciamento da saúde do trabalhador na assistência e nas estratégias e dispositivos de organização e fluxos da
rede, considerando os seguintes componentes:
Atenção primária em saúde.
Atenção especializada, incluindo serviços de reabilitação.
Atenção pré-hospitalar, de urgência e emergência, e hospitalar.
Rede de laboratórios e de serviços de apoio diagnóstico.
Assistência farmacêutica.
Sistemas de informações em saúde.
Sistema de regulação do acesso.
Sistema de planejamento, monitoramento e avaliação das ações.
Sistema de auditoria.
Promoção e vigilância à saúde, incluindo a vigilância à saúde do trabalhador.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Já no quarto inciso, há a preocupação da qualificação do SUS em relação à atenção que deve ser dada à saúde do trabalhador, como
podemos ver:
IV. Ampliar o entendimento de que a saúde do trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal,devendo a relação
saúde/trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Outro objetivo da Portaria 1.823 é o de que a saúde do trabalhador deve ultrapassar todas as políticas públicas, o que significa que tal prática
não pode ser uma exclusividade, mas deve estar presente em todos os âmbitos e setores, como podemos ver nos incisos quinto, sexto e
sétimo da portaria:
V. Incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde/doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas
análises de situação de saúde e nas ações de promoção em saúde.
VI. Assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do
SUS, e que a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com suas possíveis consequências para a saúde, seja considerada no
momento de cada intervenção em saúde.
VII. Assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
ESTRATÉGIAS DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR
E DA TRABALHADORA
Para que exista uma efetividade na PNSTT, é necessário, além de estabelecer objetivos, definir estratégias de ação para garantir que haja
uma maior abrangência, com maior efetividade, na maior velocidade de propagação possível da política. Pensando nisso, foi escrito no art. 9º
da Portaria 1.823 as estratégias a serem adotadas e seguidas:
Integração da Vigilância em Saúde do Trabalhador com os demais componentes da Vigilância em Saúde e com a Atenção Primária em
Saúde.
Análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores.
Fortalecimento e ampliação da articulação intersetorial.
Estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social.
Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) no contexto da Rede de Atenção à Saúde.
Destacam-se entre as estratégias, o fortalecimento da articulação intersetorial, ou seja, a articulação do setor saúde com outros órgãos e
sistemas fora do campo da saúde. Outro destaque é o apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas, pois esta tarefa é fundamental
para gerar novos conhecimentos sobre riscos e métodos de proteção e prevenção.
ATRIBUIÇÕES DOS GESTORES DO SUS
Para que estratégias sejam seguidas e os objetivos alcançados, são necessárias equipes especializadas e dedicadas ao ofício de assegurar
a qualidade de vida do trabalhador no ambiente do trabalho, zelando por sua saúde e segurança. Diante disso, também é necessário existir a
figura do gestor, o qual é responsável por atribuir funções e delegar missões às equipes. Podemos entender melhor o papel dos gestoresdo
SUS ao ler o art. 10 da Portaria 1.823, como segue abaixo:
São responsabilidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em seus âmbitos administrativos, além de outras que
venham a ser pactuadas pelas comissões intergestoras:
1
2
3
4
5
6
1
Garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde do trabalhador.
2
Orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde do trabalhador.
3
Monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde do trabalhador.
4
Assegurar a oferta regional das ações e dos serviços de saúde do trabalhador.
5
Estabelecer e garantir a articulação sistemática entre os diversos setores responsáveis pelas políticas públicas para analisar os diversos
problemas que afetam a saúde dos trabalhadores e pactuar uma agenda prioritária de ações intersetoriais.
6
Desenvolver estratégias para identificar situações que resultem em risco ou produção de agravos à saúde, adotando e/ou fazendo adotar
medidas de controle quando necessário.
As comissões intergestoras são órgãos de pactuação entre os gestores do SUS. São 3 comissões: a Tripartite (CIT), de âmbito nacional e
composta por representantes das 3 esferas de governo; a Bipartite (CIB), de âmbito estadual e composta por representantes de estados e
municípios; e as CIR, de âmbito regional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Identificar a política nacional de segurança do trabalho
LIGANDO OS PONTOS
A política nacional de saúde e segurança do trabalho tem como seus principais aspectos o conceito da intersetorialidade. É uma política que
integra ações dos Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego (ou órgão equivalente) e da Previdência Social. Em determinadas situações, é
fundamental a integração desses órgãos para que o princípio da integralidade seja alcançado.
De acordo com essa política, vamos analisar o case a seguir:
Sete funcionários de um posto de saúde no bairro de Senador Camará, no Rio de Janeiro, passaram mal e precisaram de atendimento
médico após tomarem café, sendo um deles hospitalizado. Os funcionários da unidade básica de saúde possuem vínculos empregatícios
diferentes, uma parte é formada por funcionários públicos estatutários, e outra parte por funcionários terceirizados, regidos pela CLT. Os
funcionários públicos não possuem uma equipe de SESMT à sua disposição, o que ocorre com os funcionários da empresa contratada.
Assim, os procedimentos de prevenção a atendimento são diferentes de acordo com o vínculo dos funcionários.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
3. VOCÊ COMO INTEGRANTE DA SESMT DA EMPRESA TERCEIRIZADA FOI
CONVIDADO A ESTABELECER UM PLANO DE AÇÃO PARA REDUZIR RISCOS DE
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO. DE ACORDO COM OS
PRINCÍPIOS DA PNSST, QUAIS TRABALHADORES DEVEM SER CONTEMPLADOS
POR SUAS AÇÕES?
RESPOSTA
Todos os trabalhadores das unidades de saúde que possuem funcionários terceirizados de sua empresa. As
ações devem incluir os funcionários estatutários e ainda os terceirizados de outras empresas. Somente uma
ação integrada poderá de fato garantir a segurança e a saúde de todos.
A IMPORTÂNCIA DA INTERSETORIALIDADE
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
(PNSST)
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) foi elaborada com o objetivo de promover a saúde dos trabalhadores, assim
como a segurança no ambiente de trabalho. Essa política está sendo implementada através da execução das suas diretrizes que constam no
Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho. Nesse plano, as ações têm prazos para serem implantadas e devem ser avaliadas
periodicamente.
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A PNSST foi elaborada por uma comissão formada por representantes do governo, empregadores e trabalhadores, na qual a formalização se
deu pelo Decreto nº 7.602, assinado no dia 07 de novembro de 2011.
Sua criação se deu a partir do entendimento do governo brasileiro em cumprir as prioridades contidas na Agenda Nacional de Emprego e
Trabalho Decente e está de acordo com as orientações da Convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que dispõe
sobre segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho. Tal política define diretrizes para atuação do país em promover
trabalho seguro e saudável, além da prevenção dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Os responsáveis pela implementação e
execução da PNSST são os Ministérios do Trabalho e Emprego (ou órgão equivalente), da Saúde e da Previdência Social e, neste sentido,
como se caracteriza uma política pública, todos os trabalhadores são beneficiados.
CONVENÇÃO Nº 155
A Convenção sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores, também chamada de Convenção nº 155 da OIT, foi aprovada em 1981, em
Genebra, e entrou em vigor no plano internacional em 1983. No Brasil, foi ratificada em 1992, entrando em vigor em 1994. A convenção é
dividida em cinco partes, distribuídas em: definição, princípio de uma política nacional, ação no âmbito nacional, ação no âmbito da
empresa e disposições finais. A Convenção nº 155 aplica-se a todas as áreas em que existam trabalhadores empregados, incluindo os
funcionários públicos.
Quanto à elaboração de políticas voltadas para a segurança e a saúde dos trabalhadores, a Convenção nº 155 orienta que os países-
membros deverão formular e pôr em prática uma política nacional coerente, em matéria de segurança, saúde dos trabalhadores e de meio
ambiente. Ainda segundo essa convenção, tal política deverá ter como objetivo a prevenção dos acidentes e adoecimento relacionados
ao trabalho. Para o alcance desse objetivo, os países deverão adotar medidas a fim de orientar os trabalhadores e empregadores acerca de
suas responsabilidades na prevenção de acidentes e adoecimento relacionados ao trabalho.
DOS PRINCÍPIOS DA PNSST
A PNSST TEM COMO PRINCÍPIOS: UNIVERSALIDADE, PREVENÇÃO, PRECEDÊNCIA DAS
AÇÕES DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E PREVENÇÃO SOBRE AS AÇÕES DE ASSISTÊNCIA,
REABILITAÇÃO E REPARAÇÃO, DIÁLOGO SOCIAL E INTEGRALIDADE.
A implementação da PNSST se dará por meio da articulação das ações de governo (relações de trabalho, produção, consumo, ambiente e
saúde), com participação voluntária dos representantes de trabalhadores e empregadores. Para a implantação da PNSST, foram traçadas
algumas diretrizes voltadas para a resolução dos problemas advindos dos contextos de trabalho, que levam não só ao adoecimento, mas,
muitas vezes, às mutilações e, até mesmo, ao óbito. As diretrizes do Decreto nº 7602, de 2011, são:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da saúde.
2
Harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção, prevenção e assistência.
3
Reabilitação e reparação da saúde do trabalhador.
4
Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco.
5
Estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador.
6
Promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de trabalho.
7
Reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho.
8
O estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores.
9
Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no trabalho.
DAS RESPONSABILIDADES DA PNSST
A cada ministério, cabem as responsabilidades específicas para a implantação da PNSST. Porém, é importante, também, uma participação
mais ativa dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores, em reuniões, conferências e encontros para que possam discutir os
resultados na prática das diretrizes traçadas nessa política. De forma geral, o Ministério do Trabalho e Emprego (ou órgão equivalente) tem
como responsabilidade formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, bem como supervisionar e coordenar a execução das
atividades relacionadas com a inspeção dos ambientes de trabalho erespectivas condições de trabalho. Ainda, acompanhar o cumprimento,
em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à OIT, nos
assuntos de sua área de competência.
Ao Ministério da Saúde, de forma geral, segundo o Decreto nº 7602, de 2011, cabe:
Fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores, envolvendo a promoção de ambientes e processos de trabalho
saudáveis.
O fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados ao trabalho.
A assistência integral à saúde dos trabalhadores, reabilitação física e psicossocial.
Adequação e ampliação da capacidade institucional.
Ao Ministério da Previdência Social, segundo o Decreto nº 7602, de 2011, cabe:
Subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas relativas à interseção entre as ações de segurança e saúde no trabalho e as
ações de fiscalização.
Reconhecer os benefícios previdenciários decorrentes dos riscos ambientais do trabalho.
DA GESTÃO DA PNSST
A gestão da PNSST cabe a uma comissão constituída por representantes do governo, trabalhadores e empregadores. De uma forma geral,
cabe à gestão a elaboração, o acompanhamento e a revisão periódica do plano e da política nacional de segurança e saúde do trabalhador,
assim como a definição e implantação da divulgação dessas políticas.
PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
(PLANSAT)
Como vimos, para a implantação da PNSST, foram traçadas diretrizes que visam às melhorias relacionadas à segurança e à saúde dos
trabalhadores. Para a execução dessas diretrizes, fez-se necessária a elaboração de um plano de ação, intitulado de Plano Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT). Esse plano é formado por oito objetivos, baseados nas diretrizes da PNSST, sendo dividido por
tarefas que devem ser colocadas em prática em curto, médio e longo prazo, além de tarefas de caráter permanente.
O PLANSAT foi lançado em abril de 2012, pelos Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego e da Previdência Social. Ele foi elaborado por
uma Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho (CTSST), constituída por representantes do governo, empregadores e
trabalhadores.
DAS DIRETRIZES DO PLANSAT
Vejamos os prazos para que esses objetivos (diretrizes) sejam colocados em prática e quais estratégias poderão ser adotadas.
OBJETIVO 1
OBJETIVO 2
OBJETIVO 3
OBJETIVO 4
OBJETIVO 5
OBJETIVO 6
OBJETIVO 7
OBJETIVO 8
OBJETIVO 1
Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da saúde. Esse objetivo é composto por cinco
estratégias divididas em ações de curto e médio prazos para serem executadas, e estratégias permanentes. Entre as permanentes,
destacamos a promoção do trabalho decente.
OBJETIVO 2
Harmonização da legislação trabalhista, sanitária, previdenciária e outras que se relacionem com segurança e saúde do trabalhador. Nesse
objetivo, são abordadas três estratégias, divididas em ações de curto e médio prazos e ações de caráter permanente. Nele são abordadas
ações sobre o estudo dos contextos relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores, assim como a divulgação e acompanhamento
das Convenções e Recomendações Internacionais.
OBJETIVO 3
Integração das ações governamentais de segurança e saúde do trabalhador. Possui uma estratégia dividida em 13 ações de curto, médio e
longo prazos, além de algumas ações de caráter permanente. O objetivo está relacionado diretamente às ações do governo ligadas à
promoção, à proteção, à assistência e à reabilitação da saúde do trabalhador. Nessa estratégia, destacamos a ação permanente sobre o
fortalecimento das políticas de reabilitação física e psicossocial articuladas com as ações de prevenção.
OBJETIVO 4
Adoção de medidas especiais para atividades laborais submetidas a alto risco de doenças e acidentes de trabalho. São cinco estratégias
divididas em ações de curto e médio prazos e ações permanentes. É um dos objetivos com mais estratégias e ações, uma vez que, no Brasil,
ainda temos um número muito elevado de acidentes de trabalho fatais, assim como o adoecimento dos trabalhadores.
OBJETIVO 5
Estruturação de uma rede integrada de informações em segurança e saúde do trabalhador. Tal objetivo aborda ações das estratégias
voltadas para atualização de instrumentos de coleta de dados sobre a situação dos trabalhadores, assim como a divulgação de informações
para a sociedade. De acordo com a Planilha do PNSST, lançada em 2012, marcando o lançamento do PLANSAT, não há previsão de prazos.
OBJETIVO 6
Implementação de sistemas de gestão de segurança e saúde do trabalhador nos setores público e privado. Objetivo que está dividido em três
estratégias, com ações voltadas para incentivos de investimentos em promoção, proteção, prevenção com controle social, além do
aperfeiçoamento dos regulamentos, instrumentos e estruturas relacionadas à gestão de segurança e saúde do trabalhador. De acordo com a
Planilha do PNSST, lançada em 2012, marcando o lançamento do PLANSAT, não há previsão de prazos.
OBJETIVO 7
Capacitação e educação continuada em segurança e saúde do trabalhador. Dividido em quatro estratégias e ações de curto e médio prazos,
esse objetivo apresenta ações voltadas para a implantação nos currículos escolares de conhecimentos básicos sobre segurança e saúde no
trabalho, bem como a promoção da atualização dos trabalhadores e seus representantes e aos empregadores sobre segurança e saúde no
trabalho.
OBJETIVO 8
Criação de uma Agenda Integrada de Estudos e Pesquisas em segurança e saúde do trabalhador. Esse objetivo possui quatro estratégias,
com ações voltadas para o incentivo a pesquisas sobre segurança e saúde do trabalhador. De acordo com a Planilha do PNSST, lançada em
2012, marcando o lançamento do PLANSAT, não há previsão de prazos.
DAS ESTRATÉGIAS DO PLANSAT
As estratégias contidas no PLANSAT estão voltadas, também, para o alcance das metas para a promoção do trabalho decente. E uma das
inovações em matéria de promoção da saúde do trabalhador está na estratégia da inclusão do assunto sobre segurança e saúde do
trabalhador, nos currículos do ensino público e privado.
Sobre saúde e segurança no trabalho, podemos entender como um conjunto de medidas que visam proteger a integridade física e mental dos
trabalhadores através de adoção de normas, leis e convenções internacionais (ratificadas no Brasil). Para que essas medidas sejam
colocadas em prática, além de outras estratégias, as empresas precisam contratar profissionais especializados na área da saúde e
segurança do trabalho, uma vez que estes terão condições de atuar na prevenção de acidentes e adoecimento e na promoção da saúde dos
trabalhadores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento do histórico e do status das políticas nacionais de saúde do trabalhador no Brasil é fundamental para todo profissional que
trabalha nesse campo. Por razões históricas, o engenheiro de segurança do trabalho está mais familiarizado com as normas
regulamentadoras (NRs) cujos pressupostos incluem o trabalho do engenheiro nas equipes de SESMT. Todavia, os objetivos de médio e
longo prazo do Estado brasileiro descritos no PLANSAT preveem a adoção dessas normas para todos os trabalhadores brasileiros. Assim
sendo, o engenheiro poderá participar dos processos decisórios de formulação de novas políticas e normas para novos setores.
 PODCAST
Agora, o especialista Ismael da Silva Costa fará um resumo sobre o conteúdo abordado.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST.
Brasília: Presidência da República, 2011.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: Presidência da República,1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério do Trabalho e Emprego. Ministério da Previdência e Assistência Social. Trabalhar sim! Adoecer
não! – coletânea de textos. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR (CNST). Brasília, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho. Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de saúde do trabalhador e da
Trabalhadora. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Legislação em saúde:
caderno de legislação em saúde do trabalhador. 2. ed. rev. e ampl. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de saúde do trabalhador.
saúde do trabalhador. Cadernos de Atenção Básica – Programa Saúde da Família (Caderno 5). Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
CHIAVEGATTO, C. V.; ALGRANTI, E. Políticas públicas de saúde do trabalhador no Brasil: oportunidades e desafios. Revista Brasileira
de saúde ocupacional, v. 38, n. 127, jun. 2013.
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA. ENSP. Cesteh - Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia
Humana. TKCSA processa pesquisadores da Fiocruz e é destaque na imprensa. Fiocruz, 2011.
MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista de Saúde Pública, São Paulo, 25 (5):341-9, 1991.
OLIVEIRA, M. H. B.; VASCONCELLOS, L. C. F. de. As políticas públicas brasileiras de saúde do trabalhador: tempos de avaliação.
Saúde em Debate, v. 24, n. 55, p. 92-103. mai./ago. 2000.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. OIT Brasília. Convenção nº 155: Segurança e Saúde dos Trabalhadores. Consultado
na internet em: 20 de ago. 2021.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos aqui explorados:
Assista ao vídeo: “Webpalestra - saúde do trabalhador”, disponível no YouTube.
Pesquise: “Caderno de atenção básica - Saúde do trabalhador e da trabalhadora”, do Ministério da Saúde (2018).
CONTEUDISTA
Ismael da Silva Costa

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