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Dissertação - Camila Naianna Gomes Silva - ultima revisão

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FACULDADE FACI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
CAMILA NAIANNA GOMES SILVA 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS DE CONSTRUÇÃO: EFICÁCIA EM REDUÇÃO DE 
CUSTOS E DANOS AMBIENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BELÉM 
 2021 
 
 
 
 
 CAMILA NAIANNA GOMES SILVA 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS DE CONSTRUÇÃO: EFICÁCIA EM REDUÇÃO DE 
CUSTOS E DANOS AMBIENTAIS 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Engenharia Civil, da Faculdade Faci, como 
requisito parcial para a obtenção do grau 
de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
2021 
Orientador: Prof. Me. José Raimundo S. Pacha
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
 Faculdade Ideal Wyden
Gerado automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
S579t Silva, Camila.
 Técnicas Sustentáveis de Construção: Eficácia em Redução de Custos e Danos Ambientais /
Camila Silva. - 2021.
 56 f.: il. color. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Faculdade Ideal Wyden, Engenharia Civil,
Campus Faci, Belém, 2021
 Coorientador: Prof. Esp. Lyvio Luiz Clavio de Alcantara Junior.
 1. Sustetabilidade. 2. Construção Sustentável. 3. Materiais Sustentáveis . 4. Técnicas de
Construção Sustentáveis. 
 Orientador: Prof. Me(a). José Raimundo Serra Pacha.
 
 
 
 
 
CAMILA NAIANNA GOMES SILVA 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS DE CONSTRUÇÃO: EFICÁCIA EM REDUÇÃO DE 
CUSTOS E DANOS AMBIENTAIS 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Engenharia Civil, da Faculdade Faci, como 
requisito parcial para a obtenção do grau 
de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Aprovado em: 22/06/2021 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_________________________________________________ 
Faculdade Faci 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Esp. Lyvio Luiz Clavio de Alcantara Junior (Examinador) 
Faculdade Cosmopolita 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Me. Romulo Antônio Chaves Lopes (Examinador) 
Faculdade Faci 
 
Orientador: Prof. Me. José Raimundo S. Pacha
Prof. Me. José Raimundo Serra Pacha (Orientador)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família e meu namorado pela 
presença e apoio constante em minha 
vida. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me impulsionado a continuar me 
esforçando, mesmo em meio ao caos e esta pandemia que mudou demais o jeito que 
vivemos e nos afastou de quem queríamos próximo. 
Aos meus pais, por estarem sempre comigo em todos os momentos e me 
apoiando em todas as decisões tomadas em minha vida. 
À Faci, por me proporcionar um ambiente de aprendizado de excelente 
qualidade. 
Ao professor orientador José Pacha, pelas correções e ensinamentos que me 
permitiram apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação 
profissional ao longo do curso. 
 Ao meu melhor e namorado, que sempre me apoiou e nunca soltou minha mão, 
mesmo quando eu pensava em desistir. 
 Vocês foram primordiais para eu continuar seguindo em frente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Quando o ‘estudo da casa’ (Ecologia) e a 
‘administração da casa’ (Economia) puderem 
fundir-se, e quando a ética puder ser entendida 
para incluir o ambiente, além dos valores humanos, 
então poderemos realmente ser otimistas em 
relação ao futuro da humanidade.” 
(ODUM, 1986, p.347) 
 
 
 
RESUMO 
 
 O ramo da construção civil tem buscado cada vez mais a realização de 
empreendimentos sustentáveis, que se baseia na criação de um modelo que enfrente 
e proponha soluções aos principais problemas ambientais de sua época. Para isso 
são usadas técnicas inovadoras na qual suprem as necessidades operacionais de 
cada medida adotada. Este trabalho como objetivo apresentar as discussões sobre o 
conceito teórico de sustentabilidade, impactos ambientais causados pela construção 
civil e novas práticas sustentáveis adotadas atualmente no mercado. A metodologia 
do presente trabalho consiste no estudo do conceito de sustentabilidade e na 
descrição do funcionamento e aplicação dessas práticas nos empreendimentos. 
Utilizou-se como método a pesquisa exploratória, teórico-documental, com técnica 
dedutiva, por documentação indireta, elaborada por meio de fontes bibliográficas. Por 
fim, o trabalho evidencia a tendência do mercado para adequar a este novo conceito 
bem como as vantagens ao nível construtivo quanto operacional dos 
empreendimentos. Como resultado alcançado na pesquisa, tem-se a constatação de 
que o emprego de novas técnicas de construção com ênfase na sustentabilidade, traz 
não somente redução significativa de danos ao meio ambiente, mas também 
diminuindo custos de obra tornando a edificação muito mais eficiente e confortável a 
quem for usufruí-la. 
 
Palavras-chave: Sustentabilidade. Construção Sustentável. Métodos de Construção 
ecológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 The civil construction sector has increasingly sought the realization of 
sustainable enterprises, which is based on the creation of a model that faces and 
proposes solutions to the main environmental problems of its time. For this, innovative 
techniques are used in which they meet the operational needs of each measure 
adopted. This work aims to present the discussions about the theoretical concept of 
sustainability, environmental impacts caused by civil construction and new sustainable 
practices currently adopted in the market. The methodology of the present work 
consists of the study of the concept of sustainability and the description of the 
functioning and application of these practices in the enterprises. Exploratory, 
theoretical and documentary research was used as the method, with deductive 
technique, by indirect documentation, elaborated through bibliographic sources. 
Finally, the work shows the market's tendency to adapt to this new concept as well as 
the advantages at the construction and operational level of the projects. As a result, 
achieved in the research, it has been found that the use of new construction techniques 
with an emphasis on sustainability, brings not only a significant reduction in damage 
to the environment, but also decreasing construction costs making the building much 
more efficient and comfortable to anyone who will enjoy it. 
 
Keywords: 
Sustainability. Sustainable construction. Ecological construction methods. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Tripé da Sustentabilidade ........................................................................................ 19 
Figura 2 – Lâmpadas LED ........................................................................................................... 31 
Figura 3 – Tijolos “REPLAST” ..................................................................................................... 32 
Figura 4 – Telhas “ECOTOP” ...................................................................................................... 32 
Figura 5 – Blocos Montados de “ISOPET” .............................................................................. 33 
Figura 6 – Tendência Sustentável dos Plásticos ................................................................... 33 
Figura 7 – Lã de PET ..................................................................................................................... 34 
Figura 8 – Painel Acústico de Madeira ..................................................................................... 34 
Figura 9 – Telhado Branco ...........................................................................................................35 
Figura 10 – Telhado Verde ........................................................................................................... 35 
Figura 11 – Concreto Armado com Bambu ............................................................................. 36 
Figura 12 – Vila Container ............................................................................................................ 37 
Figura 13 – Tijolo de Terra Compactada .................................................................................. 37 
Figura 14 – Blocos de Piso Intertravado” ................................................................................. 38 
Figura 15 – Tinta Ecológica “ECO-PAINT” .............................................................................. 38 
Figura 16 – Eco granito ................................................................................................................. 39 
Figura 17 – Revestimento Hexagonal de PU .......................................................................... 39 
Figura 18 – Argamassa de Argila ............................................................................................... 40 
Figura 19 – Bioconcreto................................................................................................................. 41 
Figura 20 – Trituração de RCD (Fabricação de Concreto Reciclado) ............................ 42 
Figura 21 – Cimento CP-III Holcim ............................................................................................ 42 
Figura 22 – Formas de Reuso de Água .................................................................................. 44 
Figura 23 – Energia Fotovoltaica ............................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Comparativo financeiro dos materiais e métodos tradicionais e 
sustentáveis ...................................................................................................................................... 45 
Tabela 2 – Funcionamento da Certificação LEED (missões e medidas adotadas) ... 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
BRE Building Research Institute 
BREEAM Building Research Institute Environmental Assessment Methood 
CIB Conseil International du Bâtiment – International Council For Research And 
Inovation In Building And Construction 
CP Cimento Portland 
IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change 
ISO International Organization for Standardization 
IBD Iternational Business District 
IDHEA Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica 
LED Light Emitting Diode 
LEED Leadership in Energy and Environmental Design 
LBC Living Building Challenge 
ONU Organização Das Nações Unidas 
PET Poli Tereftalato De Etila 
PU Poliuretano 
RS Resistente Ao Sulfato 
RCD Resíduos De Construção/Demolição 
WBCSD World Business Council for Sustainable Development 
ZEB Zero Energy Building 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
 
% Porcentagem 
R$ Moeda Real 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
1. Introdução .................................................................................................. 15 
1.1 Objetivos do Trabalho ............................................................................... 15 
1.2 Metodologia ............................................................................................... 16 
1.3 Justificativa ................................................................................................ 16 
2. Sustentabilidade ........................................................................................ 17 
2.1 Um Breve Apanhado ................................................................................. 17 
2.2 Tripé da Sustentabilidade e Princípios do Desenvolvimento Sustentável . 18 
3. Construção Civil e Problemas Ambientais .............................................. 20 
4. Construção Sustentável ............................................................................ 22 
4.1 Construção Sustentável no Brasil ............................................................. 24 
5. Engenharia Sustentável e Construção Inteligente ................................. 25 
5.1 Planejamento e Gerenciamento Sustentável ............................................ 25 
5.2 Materiais Ecológicos .................................................................................. 30 
5.3 Métodos de Construção Sustentáveis ....................................................... 43 
5.4 Comparativo Entre Métodos Construtivos Convencionais e Sustentáveis. 44 
5.5 Certificações de Sustentabilidade ............................................................. 47 
5.6 Projetos Inteligentes .................................................................................. 49 
5.6.1 Smart Cities ............................................................................................ 49 
5.7 A Cidade do Futuro - Songdo .................................................................... 51 
6 CONCLUSÃO .............................................................................................. 53 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
1. Introdução 
 
A engenharia sempre foi elogiada, a tecnologia da engenharia se desenvolve 
de acordo com o mundo. A construção irrestrita começa a mudar a situação 
centenas de anos depois, a indústria, as escolas, as casas, as cidades, a poluição 
do ar, do solo e da água se tornaram o mundo do qual dependemos. Esta é a nossa 
visão para o século 21. A má formação gerada pela educação de massa impede 
que os profissionais se adaptem ou entrem neste novo mercado, que exige 
usabilidade, domínio do idioma e atenção ao meio ambiente. As etapas propostas 
neste trabalho visam mudar nossas atitudes em relação à ecologia e ajudar a 
aumentar a consciência das pessoas para reduzir o abuso de produtos que causam 
danos ao nosso mundo e para atualizar o conceito ecológico dedicado aos 
graduados em engenharia. A construção sustentável inclui tecnologias que ajudam 
a criar um ambiente saudável para o futuro. São ambientes internos e externos, 
partindo de edifícios com eficiência energética, mas a eficiência energética não é 
apenas lembrar de desligar o interruptor da luz ao sair da sala, é composta pela 
estrutura do prédio. 
 
1.1. Objetivo do trabalho 
 
O Objetivo Geral do presente trabalho é apresentar um levantamento de 
propostas de tecnologias relativas à sustentabilidade em construções para todo tipo 
de construção, abrangendo quatro itens: terreno e implantação, uso racional de 
água, eficiência energética e materiais. O trabalho tem como objetivos específicos: 
Apresentar um levantamento de caráter exploratório que buscou identificar a visão 
geral de como os conceitos relativos ao tema estão sendo propostos em edificações 
residenciais e comerciais pelas construtoras goianas. Apresentar por meio de 
pesquisa bibliográfica, propostas de sustentabilidade que estão sendo ou serão 
implantadas em futuros empreendimento. 
 
 
 
16 
 
 
 
1.2. Metodologia 
 
Este é um trabalho de caráter exploratório, baseado em um levantamento de 
dados por pesquisas bibliográficas, buscando apresentar uma visão geral de como os 
conceitos discutidos pelo levantamento feito, estão sendo implementados na 
atualidade pelos profissionais da construção. 
 
1.3 Justificativa 
 
A construção civil gera um impacto significativo no ambiente, sobre tudo com 
resíduos e entulho. Além do impacto ambiental a especulação imobiliária também 
pode levarà construção de edifícios que não estão previstos para receber grande 
número de pessoas no âmbito da urbanização. Por exemplo, os edifícios têm um 
impacto negativo na cidade. A existência desses efeitos e o aumento da poluição em 
nosso meio ambiente significam que a sociedade tem se voltado para soluções 
ecológica e socialmente responsáveis. Neste caso, construtoras e incorporadoras 
voltaram sua atenção para habitações e projetos para resolver este problema. No 
contexto do atual mercado em expansão, a escolha do tema é razoável, e cada vez 
mais construtoras têm feito ajustes para atender a esses requisitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
2. Sustentabilidade 
 
2.1. Um breve apanhado 
 
As noções sobre "desenvolvimento sustentável" foram formalmente 
apresentadas na Assembleia Geral das Nações Unidas em 1979. Desde a década 
1987, após os governos terem convocado quase um milhar de dias de reuniões de 
pioneiros sobre o assunto, sob a coordenação da então primeira-ministra da Noruega, 
os governos começaram a adotar o conceito de "desenvolvimento sustentável". Fora 
lançado o documento "Nosso Futuro Comum". Onde está uma definição clássica: 
"Desenvolvimento sustentável aquele que atende às necessidades do presente sem 
comprometer a possibilidade de as gerações futuras de atenderem suas próprias 
necessidades." (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1987, 
p. 46). 
 
Na realidade, esse conceito tem uma trajetória de aproximadamente três 
séculos. As colônias europeias (emergentes industriais) desmataram pesadamente as 
áreas verdes de seus domínios para alentar a base da lenha a produção industrial e 
a construção dos navios usados para transportar mercadorias diversas, fato que não 
só trouxe melhorias e crescimento econômico, mas também causou grandes 
problemas devido à falta de consciência da necessidade de um crescimento 
ecologicamente viável e socialmente igual. 
 
Os britânicos estavam imersos nos seus pensamentos, hoje antiquados, e 
consideravam a poluição das fábricas como um símbolo de vitória e prosperidade. 
Como eles disseram na segunda revolução industrial, "há poluição, há dinheiro", sem 
perceber os efeitos adversos deste modelo industrial, que seria caracterizado pela 
desigualdade social e pelas deficientes condições de vida dos trabalhadores. Então 
surge uma pergunta: como gerenciar esta carência? Carl von Carlowitz replicou 
apresentando um tratado em 1713 com o título latino de “Sylvicultura Oeconomica”. 
Quando ele usa o termo "nachhaltendes wirtschaften", que significa gestão ou 
produção sustentável. 
 
18 
 
 
 
Logo surgiu uma questão que ainda hoje vale: como produzir de forma 
sustentável? Quatro estratégias foram propostas. O primeiro é político: as agências 
governamentais, mais que as empresas e os consumidores, devem regular a 
produtividade e a consumição para assegurar a sustentabilidade dos interesses 
comuns. A segunda é a colônia: para resolver o problema da falta de sustentabilidade 
no país, é preciso encontrar pecúlios externos para conquistar e colonizar outros 
países e povos. O terceiro é o liberalismo: o livre comércio e os mercados abertos 
regularão a necessidade e a obtenção. Se a produção exigir o apoio do setor produtivo 
em países onde a produção exige muitos recursos, a sustentabilidade estará mais 
garantida. A quarta é a capacitaria: para livrar-se da insuficiência e certificar-se da 
sustentabilidade, devemos sempre procurar o aperfeiçoamento tecnológico ou a 
restituição de recursos não abundantes. 
 
2.2. Tripé da Sustentabilidade e Princípios do Desenvolvimento Sustentável 
 
O chamado tripé do desenvolvimento sustentável é baseado em três princípios: 
sociedade, economia e ambiência. Esses três coeficientes demandam de união para 
realmente alcançar o desenvolvimento sustentável. A falta destes acarretam na falta 
de zelo com a sustentabilidade. 
Sustentabilidade Ambiental: 
 
Um ambiente sustentável inclui proteção e manutenção ambiental. É importante 
ressaltar que para este ser eficaz, a sociedade deve conviver em consonância com o 
ambiente natural afim de melhorar nosso bem-estar. O alvo da sustentabilidade é 
atender às necessidades das pessoas contemporâneas não maleficiando os 
interesses das gerações futuras. 
 
Sustentabilidade Social: 
O termo sustentabilidade social indica que os sujeitos são iguais baseado na 
prosperidade da população. Para tanto, a participação dos indivíduos é necessária 
para fortalecer a assessoria em melhoria social, possibilitando cultura, saúde e 
educação. 
19 
 
 
 
Sustentabilidade Empresarial: 
Neste momento, diversas táticas de contribuição voluntária das empresas no 
sentido de desenvolvimento sustentável (responsabilidade social corporativa), 
enfatizam produtos e ações sustentáveis na área de negócios e gostos do 
consumidor. As pessoas estão se tornando mais conscientes da influência ecológica 
e societária de sua escolha. À vista disso, a companhia assume uma postura 
responsável em relação aos princípios socioambientais. Além de proteger o meio 
ambiente e desenvolver as nossas condições de vida. 
Sustentabilidade Econômica: 
Já a expressão “sustentabilidade econômica” é baseada em modelos de gestão 
sustentáveis. Isso significa uma gestão apropriada das riquezas naturais, cujo visa 
promover o alavanque frugal da economia, prosperidade social e a primazia da 
partilha de renda. Resumidamente, corresponde à capacidade de produzir, distribuir 
e usar a riqueza gerada pelo homem e buscar uma distribuição justa de renda. 
O desenvolvimento sustentável tem os seguintes princípios: Desenvolvimento 
Econômico, Desenvolvimento Social e Proteção Ambiental. Por isso, deve-se priorizar 
ações que levem a uma sociedade mais justa, igualitária e consciente, com o objetivo 
de trazer benefícios a todos. Ao mesmo tempo, deve-se reconhecer que os recursos 
naturais são limitados. 
 
 
Figura 1- Tripé da Sustentabilidade (Fonte: https://meiosustentavel.com.br/sustentabilidade/). Acesso em: 10 abr. 2021. 
20 
 
 
 
3. Construção Civil e Problemas Ambientais 
 
Ao construir um edifício (como um edifício multifamiliar), há um consumo de 
muitos materiais e recursos naturais (como água e energia elétrica) e é produzida uma 
grande quantidade de detritos. De acordo com o WBCSD (Conselho Empresarial 
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) e IPCC (Painel Intergovernamental 
sobre Mudanças Climáticas), esta atividade tem as seguintes características: 
 
• É a atividade que mais consome recursos naturais chegando a 75% da 
totalidade dos recursos; 
• 30% das emissões de gases de efeito estufa são oriundas da indústria da 
construção; 
• As edificações são responsáveis por mais de 40% da demanda de energia 
mundial; 
• Até 2025 está previsto um aumento da aplicação de insumos e recursos de 
45% se comparado ao ano de 2000; 
• Alta Produção de quantidades de entulho; 
 
Calcula-se que 1m² (um metro quadrado) de construção de uma edificação é 
despendido por volta de 1 t (uma tonelada) de materiais, necessitando de grandes 
quantidades de diversos materiais, como: Cimento, areia, brita, etc. E ainda é gerado 
resíduos (chamados de RCD - resíduos de construção e demolição) devido às perdas 
ou desperdícios neste processo, e mesmo que a qualidade do processo seja 
melhorada, sempre haverá perda e, portanto, resíduos. 
 
No Brasil, a RCD é estimada em 230 a 760 Kg por pessoa por ano, enquanto 
em alguns países como da Europa atinge 3.000 Kg/hab/ano, o que equivale à massa 
igual ou maior de lixo doméstico gerado. O despejo irregular do RCD atinge a 
qualidade ambiental aumentando assim os custos das prefeituras em manutenção. A 
construção civil evidencia-se pela alta participação na exploração de bens naturais e 
energia. Em 2006, a construção civil foi responsável pelo consumo de 44,7% da 
geração de energia elétrica do país.21 
 
 
 
Hoje, o ramo da construção civil é um dos maiores colaboradores para o 
desgaste ambiental. Além da gigantesca quantidade de resíduos gerados e consumo 
desenfreado de riquezas naturais finitas, modelos de ocupação observados nas 
cidades (principalmente nas grandes capitais) não contribuem para a caracterização 
de ambientes externos e internos confortáveis, longe disso, agravando diversas 
condições como: O ambiente urbano desconfortável, como é o caso das ilhas de calor 
causadas pelo adensamento excessivo destas localidades. 
 
Além da poluição sonora, a indústria da construção também é um grande 
poluidor do ar o material particulado respirável não é produzido apenas durante o 
trabalho, mas também durante a extração e moagem de matérias-primas para cimento 
e cal. A produção de cimento e cal também é uma importante fonte de poluição. Libera 
grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. No Brasil, a produção de 
cimento enquanto o nível médio mundial é de 3%, pode contribuir de 6% a 8% das 
emissões de dióxido de carbono. Outra influência é a transformação do ambiente 
natural que acompanha qualquer edifício. 
 
 Para se ter uma ideia do valor dos recursos naturais consumidos, determinou-
se que seriam designados à construção civil, entre 14% e 50% da totalidade os 
recursos naturais explorados (dependendo do país / região). Por exemplo, no Brasil 
as estimativas são muito escassas, mas considerando que essas estimativas são 
realmente corretas, é fabricado aproximadamente 35 milhões de toneladas de cimento 
Portland a cada ano, então, se a relação de massa média da mistura com o agregado 
é 1:6, é possível estimar o consumo anual como 210 milhões de toneladas de 
agregado, utilizado apenas para a produção de concreto e argamassa. 
 
Uma particularidade marcante na construção civil é o consumo desmoderado 
de insumos e recursos humanos. Se avaliarmos a somatória do quantitativo de 
energia empregada na produção dos materiais utilizados numa construção, no seu 
deslocamento e na construção propriamente dita, é possível afirmar que a categoria 
consome um percentual bastante elevado, porém, não se qualifica como um impacto 
ambiental, porque uma vez que esses edifícios estão prontos para uso, eles 
consomem mais energia. 
22 
 
 
 
Em alternativa, observa-se recentemente uma notável movimentação no setor 
da construção civil afim de promover maior qualidade ambiental das edificações, com 
iniciativas diversas que vêm sendo viabilizado pelos múltiplos grupos de interessados. 
A preocupação quanto ao conceito sustentável relativo ao design e 
funcionalidade entre os profissionais da área hoje é realidade. Contudo, as propostas 
frequentemente não saem do papel, ainda que já estejam comprovadas a 
aplicabilidade e a urgência da implementação dessas técnicas ao setor com o intuito 
de reparação e avanço da condição ambiental no globo. 
O ramo da construção civil ostenta relevância primordial no desenvolvimento 
sustentável da sociedade. Indicador disto é o fato de que onze dos quarenta tópicos 
que integram a Agenda 21 (ONU, 1992), principal documento que descreve o 
desenvolvimento sustentável no planeta, apresentam referência direta com a 
construção civil e as cidades. 
O Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção (CIB) 
estabelece a construção sustentável como “o processo holístico para restabelecer e 
manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar estabelecimentos 
que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade econômica”. (CIB, 2002, 
p.8). 
 
4. Construção Sustentável 
 
 As expressões “sustentabilidade”, “desenvolvimento sustentável”, 
“permacultura”, “arquitetura sustentável”, “construções sustentáveis”, etc... estão 
sendo empregadas frequentemente, mesmo sem sabermos o que de fato 
representam. 
 
 Alguns desses conceitos (por vezes óbvios) envolvem edifícios e comunidades, 
ou seja, a maneira como as pessoas constroem ou modificam seu habitat enquanto 
tentam reduzir seu impacto (porque o impacto está sempre lá). Algumas atitudes são 
23 
 
 
 
simples, fáceis de entender e entender e, na maioria das vezes, só precisam ser 
sensíveis e respeitar o ambiente natural. Dentre eles podemos citar: 
a) Uso consciente e racional dos recursos hídricos; 
b) Uso de recursos energéticos renováveis; 
c) Uso consciente e racional de materiais de construção (reduzindo, inclusive, 
a escala das edificações construídas); 
d) Especificação de materiais disponíveis no local, buscado utilizar aqueles 
menos impactantes, tanto ao homem como ao ambiente; 
e) Projetar e executar construções duráveis; 
f) Reaproveitar materiais de construções reformadas, minimizando custos e 
perdas, reduzindo volume de resíduos e consequentemente reduzindo o 
impacto de transporte e o custo de coleta e deposição de entulhos; 
 
Para uma construção sustentável de pequeno ou grande porte, toma-se como 
pontos importantes todo o procedimento no qual o projeto é criado, quanto tempo terá 
sua vida útil, quais materiais serão aplicados e, se estes conseguirão ser 
reaproveitados no futuro, quem irá utilizar do imóvel e qual consequência que este 
causa em seus redores. À vista disso, as principais concepções relacionadas ao modo 
de construção sustentável são: 
 
• Eficiência energética das edificações; 
• Gestão sustentável da água; 
• Reuso de bens e elementos de construção; 
• Uso de insumos e procedimentos em sincronia com o meio ambiente; 
• Comodidade e boas condições internas de ambientes; 
• Gestão do canteiro de obras de baixo impacto ambiental. 
 
 Segundo o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (IDHEA), 
“O conceito de Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de um modelo 
que permita à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas 
ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna 36 tecnologias e à criação de 
edificações que atendam às necessidades de seus usuários”. 
 
24 
 
 
 
 Pode-se dizer que não existe um padrão habitacional sustentável. Aspectos 
que determinam características de um edifício ou obra como construção sustentável 
se dão avaliando o local de implementação e planejando todas as ações e 
intervenções necessárias para a implementação afim de minimizar o violento impacto 
no meio ambiente antes da construção, durante e após a construção. 
 
4.1 Construção Sustentável no Brasil 
 
A sociedade de hoje está sempre buscando um padrão de vida mais elevado 
para amparar suas necessidades, hoje atendidas pelos novos edifícios que estão em 
crescimento no Brasil. Mas também precisa ser feita maior conscientização da mesma 
sobre os impactos das construções de novos edifícios no meio ambiente, para 
minimizar impacto ambiental futuro e nossa qualidade de vida. 
 
Além das necessidades relacionadas à construção de infraestrutura no Brasil, 
a demanda por edifícios residenciais vem crescendo rapidamente e fora de controle 
devido à rapidez do processo, dando voz a necessidade urgente de intervenção 
sustentável neste campo. 
 
Atualmente, algumas construtoras brasileiras estão usando a construção 
sustentável como parte da sua estratégia de negócio, como ponto diferencial de 
vendas para o consumidor. No entanto, ainda existem desafios a enfrentar para que 
a maior parte das edificações brasileiras sejam sustentáveis. 
 
Um dos desafios do desenvolvimento de edifícios residenciais sustentáveis no 
Brasil, é a necessidade de mais investimentos em pesquisas nesta área (novas 
tecnologias de construção sustentável, materiais ecológicos e sistemas de gestão 
sustentáveis), adição de novas referências (de projeto a execução) para todos os 
profissionais envolvidos, da área e em áreas afins, ou seja, o estabelecimento de 
novos regulamentos e ampla conscientização das empresas públicas e privadas, até 
que o compromisso de reduzir significativamenteo seu impacto ambiental seja 
cumprido. 
 
 
25 
 
 
 
5. Engenharia Sustentável e Construção Inteligente 
 
5.1. Planejamento e Gerenciamento Sustentável 
 
Incorporar práticas de desenvolvimento sustentável na construção civil é uma 
tendência crescente no mercado, seguir este viés traz o conceito de construção 
inteligente (edifícios que associam a sustentabilidade, com funcionalidade, economia 
e tecnologia). Sua adoção é um “caminho sem volta” porque diferentes entidades 
como governo, consumidores, investidores e associações alertam o setor, estimulam 
e pressionam para que incorporem essas práticas em suas atividades. 
 
Portanto, a indústria da construção precisa cada vez mais participar. As 
empresas devem mudar a forma como produzem e gerenciam seu trabalho. Eles 
devem formular uma agenda para a introdução gradual da sustentabilidade e buscar 
soluções economicamente relevantes e viáveis para a empresa em cada projeto. 
 
Desde a concepção do empreendimento até a requalificação, desconstrução 
ou desmontagem, o conceito de construção sustentável deve existir, ou seja, ao longo 
de todo o ciclo de vida do empreendimento. Para isto é preciso pensar sobre o que 
pode ser feito em cada etapa da obra, para mostrar os aspectos e impactos 
ambientais, e como lidar com esses itens para caminhar rumo a um negócio que seja: 
“uma ideia sustentável, uma implantação sustentável e uma moradia sustentável” 
(CIC, 2008). 
 
A sustentabilidade das edificações vem sendo estudada desde a década de 
1990. Foram estudados os métodos de qualidade ambiental de edifícios novos e de 
avaliação do desempenho ambiental dos edifícios, com o objetivo de diminuir os 
impactos ambientais dos edifícios respeitando os requisitos sociais e a viabilidade 
econômica. 
 
Atualmente, arquitetos, engenheiros e gerentes de processos de projetos 
enfrentam novos desafios ao lidar com temas como construir, de uma perspectiva de 
desenvolvimento Sustentável. Começando na fase de estudo e planejamento, agora 
você precisa além das variáveis tradicionais, uma série de novas variáveis ambientais, 
26 
 
 
 
sociais e econômicas também deverão ser contempladas. Até então, a ação de cada 
agente físico externo sobre a edificação era tratada desde o anteprojeto de forma 
isolada. Como, a iluminação natural, por exemplo, na edificação era analisada 
separadamente da incidência térmica solar sobre a edificação. 
 
“...Mais organizações estão se conscientizando de que existem benefícios 
substanciais na integração dos aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento do 
produto. Alguns destes benefícios podem incluir redução de custos, estímulo à 
inovação, oportunidades de novos negócios e melhoria na qualidade dos produtos...” 
(ISO/TR 14062, 2002). 
 
Considerando a abordagem global e interativa, os edifícios devem agora 
satisfazer a um conjunto de critérios para atender a algumas premissas básicas 
relacionadas às várias variáveis e parâmetros envolvidos e suas possíveis inter-
relações. Portanto, o processo de design requer um novo método, que deve resolver 
o problema por meio de uma abordagem multicritério, o que não é fácil. 
 
As empresas passam a incorporar variáveis ambientais em seus planos de 
ação, que geralmente são causadas por condições de mercado, concorrência, etc. 
Levando em consideração o impacto da globalização econômica, a inclusão de 
variáveis ambientais é uma nova etapa no ajuste competitivo da empresa. Esta etapa 
estabeleceu uma conexão com o processo de certificação da qualidade que vem 
sendo realizado de acordo com a série ISO 9000. O privilégio das normas ISO 9000 
e ISO 14000 é que a empresa precisa obter a qualidade do processo produtivo e do 
ecossistema a fim de alcançar um desenvolvimento contínuo, que envolve avaliação, 
implementação, controle e revisão. 
 
A gestão ambiental é uma organização que gerencia a relação entre suas 
atividades e o ambiente que as engloba, ressaltando às expectativas das partes 
envolvidas. Objetivo principal da gestão ambiental é a melhoria da organização que a 
implementa. 
 
27 
 
 
 
 As organizações modernas, especialmente aquelas que operam sistemas 
complexos e com alta probabilidade de ter impacto sobre o meio ambiente, têm 
buscado alcançar e manter um sistema de gestão ambiental suficiente para atender 
aos seus próprios objetivos econômicos e na pretensão de também se resguardarem 
no tocante aos seus negócios, interesses financeiros e sociais. Isso pode determinar 
a grande dificuldade de se consolidar ou manter sua posição de mercado, colocando 
em risco o seu crescimento e até mesmo a sobrevivência. 
 
 O Sistema de gestão ambiental integrado a gestão de negócios da empresa 
traz benefícios consideráveis, vantagens e benefícios tais como: 
 
• Melhoria organizacional – Gestão Ambiental sistematizada/melhoria do 
controle de custos/conscientização ambiental dos empregados; 
• Redução de custos – Utilização racional de energia/redução do consumo de 
água industrial/aumento da vida útil dos aterros/maior eficiência na gestão dos 
resíduos industriais; 
• Melhor relacionamento com as partes interessadas – Melhoria das relações 
governo-indústria/manutenção de boas relações como público e com a 
comunidade/garantir aos clientes do compromisso com uma gestão ambiental 
comprovável; 
• Redução dos riscos – Segurança legal/redução dos acidentes e passivos 
ambientais; 
• Diferencial competitivo – Fortalecimento da imagem e da posição no 
mercado/aumento da produtividade/conquista de novos mercados/acesso mais 
fácil ao capital. 
 
 Para o desenvolvimento de edifícios sustentáveis, é necessário aplicar 
estratégias de planejamento definidas como princípios estabelecidos durante a fase 
de projeto para alcançar o melhor desempenho do edifício. Controlar a 
incidência/captação de calor, a dissipação de energia térmica no interior da edificação, 
a eliminação do excesso de umidade, a promoção do fluxo de ar, promover uso de 
iluminação natural e o controle de ruídos são algumas das estratégias definidas para 
edificações em clima tropical úmido, aplicáveis em diversas regiões do Brasil. 
28 
 
 
 
 Uma edificação ambientalmente responsável tem como ínfimos seus impactos, 
dos métodos de construção tradicionais e os acometidos ao longo da sua vida útil. 
Seus indicadores de boa performance ambiental abrangem a diminuição do volume 
energético consumido nos sistemas de aquecimento, refrigeração e iluminação, e 
também a seleção das matérias-primas a serem aplicadas dando ênfase aos não 
tóxicos, renováveis, ou que contenham componentes reciclados. 
 
 Para atingir um nível mais alto de sustentabilidade, além das estratégias acima 
e outras estratégias complementares, é importante que algumas ações sejam 
implementadas: 
 
a) Uso racional de bens naturais 
 Utilização consciente das riquezas finitas que operam abertamente sobre a 
obra (sol, vento, áreas verdes), afim de alcançar boa iluminação, conforto 
termoacústico e climatização naturais; 
 
b) Eficiência energética 
 
 Manutenção e moderação do consumo energético; engendramento da 
respectiva energia consumida por matrizes renováveis; controle de emissões 
eletromagnéticas; gerenciamento do calor dispersado no ambiente construído e aos 
seus redores. 
 
c) Gestão econômica de água 
 
 Diminuição e controle do consumo de água fornecido pela concessionária ou 
angariado de proveniências naturais (poços artesianos ou não artesianos, olhos-
d’água, etc.); não poluir a água e corpos hídricos afins; beneficiar-se de forma 
consciente de insumos naturais disponíveis; tratar águas cinzas e negras e 
reaproveitá-las na edificação; amenizar a inevitabilidade do tratamento de fluentes 
pela administração pública; utilizar parte da água pluvial à disposição. 
 
d) Gestão dos resíduos na edificação 
 A Gestão dos resíduos na construção de um edifício depende da criação de 
áreapara disposição dos resíduos gerados pelos próprios moradores/usuários; a 
29 
 
 
 
redução e geração de resíduos; a redução e emissão de resíduos orgânicos para 
tratamento pelo serviço público ou concessionárias; o incentivo à reciclagem de 
resíduos secos ou úmidos. 
 
e) Qualidade do ar e do ambiente interior 
 Dentre os fatores que propiciam as melhores propriedades constituintes do ar 
e do ambiente interno das edificações estão: a criação de espaços interiores e 
exteriores à obra salubres; a identificação de contaminantes na edificação (materiais, 
água, ar, temperatura, umidade) evitando e ou controlando seu acesso e atuação 
prejudicial acerca da saúde e bem estar dos indivíduos. 
 
f) Conforto termoacústico 
 Possibilitar sensação de conforto físico e psíquico no quesito termoacústico, 
por intermédio de insumos naturais, fundamentos de projeto, componentes de 
vedação, paisagismo, climatização e utensílios eletroeletrônicos e ferramentas cujas 
levam em consideração a diminuição dos seus impactos no ambiente. 
 
g) Uso consciente dos materiais 
 Racionalização do uso de matérias-primas para a construção tradicional e 
evitar o emprego de itens cuja fabricação e sua aplicação ocasionem transtornos ao 
ambiente nativo ou causam algum problema à saúde das pessoas que residem no 
local. 
 
h) Emprego de tecnologias/produtos ambientalmente corretos 
 Antever em orçamento para uso nas construções a maior quantidade de 
insumos e tecnologias conscientes com o bem estar do ambiente e que acima de tudo 
satisfaçam os quesitos: 
 
Ecologia – executar estudos que confirmem a performance ecologicamente 
sustentável dos métodos construtivos, tecnologias e mercadorias aconselhados, do 
prisma do emprego e gerenciamento de matérias-primas e materiais básicos, energia, 
água, lançamento de contaminadores na atmosfera, regulamentação e aplicação das 
30 
 
 
 
leis em vigência, acondicionamento, logística, capacidade de reutilização e/ou 
reciclagem de dejetos RCD. 
 
Economia – Orientar o uso de produtos e tecnologias eco/sustentáveis apropriados à 
capacidade financeira real dos profissionais e clientes, com período limite e taxas 
realistas de resposta, “payback”; 
 
Saúde - Examinar é a capacidade de um material não interferir ou degradar o ambiente 
biológico em que são utilizados e a procedência/acondicionamento dos materiais 
indicados, afim de estabelecer um ambiente salubre, confortável e seguro para seus 
residentes e adjacências; 
 
Responsabilidade social - Propor a utilização de insumos que satisfaçam às 
normatizações tanto brasileiras, quanto internacionais de padronização e qualidade 
(NBR 16001), cuja produção forneça possibilidade de inserção dos menos favorecidos 
no mercado de trabalho e dar algum poderio de consumo aos mesmos, tal qual para 
permanência do ser humano em sua região natal. 
 
5.2. Materiais Ecológicos 
 
 Nos últimos anos, muitas empresas brasileiras e estrangeiras estabeleceram 
centros de pesquisa para estudar e desenvolver materiais sustentáveis. Esses centros 
têm como objetivo desenvolver métodos alternativos para substituir o plástico nas 
embalagens. A empresa Lego é um exemplo dessa tendência. 
 
 Nesse mercado ecologicamente consciente, a engenharia sustentável ainda 
parece tímida. O ramo da construção civil é um dos maiores poluidores do meio 
ambiente, principalmente devido aos resíduos sólidos e entulhos gerados durante este 
processo. Para reverter esse quadro, acredita-se que os agentes de transformação 
devem ser profissionais da área, proporcionando aos moradores alternativas 
ecológicas. 
 A construção sustentável é o principal desafio para um equilíbrio harmonioso 
entre o meio ambiente e a indústria da construção. Este conceito de sustentabilidade 
deve existir em todas as etapas do projeto de construção. 
31 
 
 
 
 Esta pegada ecológica permite que as moradias se mantenham atualizadas por 
meio de métodos inovadores, reduzindo o consumo de recursos naturais e 
melhorando a qualidade de vida dos moradores. Materiais de construção sustentáveis 
estão se tornando cada vez mais reais e cada vez mais próximos de nossas vidas 
diárias. Exemplos destes materiais são: 
 
• ILUMINAÇÃO DE LED 
 As lâmpadas de LED utilizam microchips para gerar energia, isso acarreta no 
menor consumo de energia elétrica e duram uma média de 15 a 25 vezes mais que 
as demais lâmpadas, estas não necessitam de tanta manutenção e não emitem raios 
ultravioleta, nem infravermelho, estes fatores fazem reduzir drasticamente o impacto 
ao meio ambiente e no bolso final do mês. Alternativa que é um investimento a longo 
prazo. 
 
Figura 2- Lâmpadas LED (Fonte: https://blog.lojasincor.com.br/qual-lampada-escolher/). Acesso em: 10 abr. 2021. 
 
• REPLAST 
 Criado com o intuito de reduzir a quantidade de plástico existente nos oceanos, 
Replast é um tijolo sustentável, que é produzido a partir da compressão destes 
resíduos em blocos modulares de diversas formas e densidades, e de acordo com 
sua forma eles podem ser encaixados, não havendo necessidade de cola ou adesivo 
para sua fixação. Além disso o processo de fabricação não possui emissão de dióxido 
de carbono e não também não é tóxico. 
32 
 
 
 
 
Figura 3- Tijolos “REPLAST” (Fonte: http://vestindoaalma.com.br/novo-conceito-tijolo-ecologico-feitos-de-residuos-
plasticos/). Acesso em: 20 abr. 2021. 
• ECOTOP 
 Todos os produtos são compostos por 25% de alumínio e 75% de plástico 
proveniente de embalagens de todos os tipos como tubos de pasta de dente entre 
outras. 
E toda a composição dos produtos é feita com materiais de difícil eliminação no meio 
ambiente e sua fabricação não utiliza nenhum tipo de queima. O valor de uma telha 
ECOTOP, com tratamento térmico na medida 2,20 X 0,95 custa em média R$40,00 
cada. 
 
Figura 4- Telhas “ECOTOP” (Fonte: https://eficienciaenergtica.blogspot.com/2010/07/eco-telhas-4.html). Acesso em: 20 abr. 
2021. 
• ISOPET 
 
 Material desenvolvido a partir de isopor e garrafas PET reciclados em formato 
de blocos que podem ser encaixados por sistema macho-fêmea, não havendo 
necessidade de cola ou adesivo para sua fixação. Para o acabamento, é necessária 
apenas uma fina cobertura de concreto de baixa densidade sem a utilização de areia, 
não sendo necessária a utilização de areia. A utilização deste tipo de bloco apresenta 
uma vantagem econômica, pois ele proporciona uma redução no consumo elétrico e 
33 
 
 
 
no valor final da obra. Também é importante você saber que este bloco é resistente 
ao fogo e possibilita melhor isolamento térmico. 
 
Figura 5- Blocos montados de “ISOPET” (Fonte: https://docplayer.com.br/153975118-Simone-vezaro-sistema-construtivo-
isopet-estudo-das-propriedades-mecanicas-e-termicas.html). Acesso em: 25 abr. 2021. 
• BIOPLÁSTICO E PLASTICO BIODEGRADÁVEL 
 
 Produzidos a partir de fontes renováveis como soja, amido de arroz, milho e de 
cana- de- açúcar, os bioplásticos não necessariamente serão biodegradáveis, embora 
seja possível reciclá-lo. O plástico biodegradável é aquele que ao término de seu ciclo 
de vida sofre processo de compostagem em até 180 dias pela ação de 
microrganismos, sob condições específicas de calor, umidade, luz, oxigênio e 
nutrientes orgânicos. Sendo capaz de substituir o plástico na fabricação de diversos 
produtos. 
 
Figura 6- Tendências Sustentáveis dos plásticos (Fonte: PROPEQ, 2021, Disponível em: https://propeq.com/post/plasticos-
tendencias-sustentaveis/) Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
• MANTA RECICLADA (LÃ DE PET) 
 As mantas isolantes “Ecofiber” são feitas de materiais reciclados e podem ser 
utilizadas em diferentes partes da casa. Responsável por reduzir gastos com energia 
34 
 
 
 
elétrica e garantir artificialmente a climatização do ambiente sem agredir o meio 
ambiente. Além de equalizar a temperatura, também desempenham um papel no 
conforto acústico, reduzindo a intensidadedo ruído nos espaços interiores de casas e 
apartamentos. 
 
 
Figura 7- Lã de PET (Fonte: https://www.isopur.com.br/la-de-pet/la-de-pet-isopet-manta-acustica-para-parede.html). 
Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
• PAINÉIS ACÚSTICOS DE MADEIRA 
 Os painéis Heradesign são compostos por madeira, água e magnesita, 
elementos naturais e ecológicos podem ser utilizados de várias formas (em tetos ou 
revestimentos de parede). O verdadeiro conceito do produto é produzir tramas 
irregulares com grande absorção sonora, além das características de resistência ao 
fogo e alta resistência mecânica, proporcionando conforto acústico. 
 
Figura 8- Painel Acústico de Madeira (Fonte: https://www.knaufamf.com/pt/linhas-de-produtos/heradesign-fibra-de-
madeira/index.php). Acesso em: 27 abr. 2021. 
35 
 
 
 
• ECO TELHADO BRANCO 
 
 O eco telhado branco é um revestimento para isolamento térmico feito de nano 
esferas ocas de cerâmica misturadas com resina e aditivos. Ele tem a capacidade de 
refletir a radiação solar e pode reduzir a temperatura do ambiente interno. 
 
Figura 9- Telhado Branco (Fonte: http://trlavagemepinturadetelhado.com.br/2016/04/pintar-o-telhado-de-branco-e-uma-
boa-ideia/). Acesso em: 27 abr. 2021. 
• TELHADO VERDE 
 
 Este sistema evita que a água da chuva fique estagnada e empoçada, a grande 
vantagem deste sistema é que o interior da casa é mais fresco e normalmente não 
necessita de sistema de refrigeração (como ar condicionado). Com o aumento do 
número de fornecedores e o avanço da tecnologia de instalação, coberturas verdes 
estão mais acessíveis nos últimos anos. Antes de colocar a capa impermeável, o 
técnico avaliará se a estrutura suporta o peso de todos os objetos. O produto básico 
consiste em geodrenante, um substrato de 4 a 10 cm de espessura e certos tipos de 
plantas: gramado ou terreno baixo, até 45 cm. Arbustos e ervas, até 1,50 m. 
 
Figura 10- Telhado Verde (Fonte: https://www.playgrama.com.br/blog/jardinagem/jardim-no-terraco/). Acesso em: 29 abr. 
2021. 
36 
 
 
 
• BAMBU 
 Devido à sua resistência e flexibilidade, tem sido amplamente utilizado na 
construção civil. É uma excelente alternativa ao concreto armado. O bambu é 
extremamente resistente, sustentável e pode ser encontrado e cultivado em muitos 
lugares. Muitas pesquisas e testes têm sido aplicados às espécies de bambu, que 
apresentam resistência e tração 6 vezes maior que o aço. A tendência é que o bambu 
seja amplamente utilizado na indústria da construção no futuro. 
 
Figura 11- Concreto Armado Com Bambu (Fonte: http://www.dryplan.com.br/blog/ler/pID/137/concreto-armado-com-
bambu.php). Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
• CONTÂINERS 
 Os containers têm ganhado cada vez mais espaço como material sustentável 
na construção civil. A construção com a utilização de containers reciclados deixou de 
ser moda e tornou-se uma técnica construtiva muito eficiente. Essas estruturas geram 
uma economia de até 30% na construção de edifícios. Muitos projetos construtivos, 
utilizam o container como matéria prima na produção de uma edificação. Eles 
possuem dimensões que facilitam sua utilização. Na imagem você pode observar uma 
moradia estudantil construída com containers. 
37 
 
 
 
 
Figura 12- Vila Container Belém/PA (Fonte: http://mixologynews.com.br/bares/muamba-bar-propoe-coquetelaria-
despretensiosa-em-belem/). Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
• TIJOLOS DE TERRA COMPACTADA 
 Os tijolos de terra compactada já fazem parte da indústria da construção a muito 
mais tempo que imaginamos. Esse material sustentável foi utilizado na construção da 
muralha da China a muitos anos atrás. Atualmente essa técnica vem sendo resgatada 
na produção de muitos projetos construtivos. A técnica de produção continua a 
mesma. O tijolo é construído a partir do barro úmido e cascalho com um estabilizador 
que pode ser concreto. Essa mistura é comprimida em forma e exige um período de 
cura de no mínimo 2 anos. 
 
Figura 13- Tijolo de Terra Compactada (Fonte: http://www.ecoblocos.no.comunidades.net/tijolos-ecologicos-em-solo-
cimento). Acesso em: 30 abr. 2021. 
• PISO INTERTRAVADO 
Existem blocos de concreto para pavimentos intertravados, que apresentam 
algumas vantagens em termos de tecnologia e sustentabilidade já que os diferenciam 
das demais opções. O impacto fica menor porque permitem manutenção sem perda 
de material (são módulos reutilizáveis), podem ser manuseados manualmente, 
38 
 
 
 
permitem redução do escoamento superficial (filtrado no solo), entre outras vantagens. 
As opções de pisos intertravados, desde que corretamente especificadas e 
selecionadas, correspondem à escolha de materiais com menor energia de 
embutimento. Isso significa que, em comparação com outros tipos de revestimentos, 
este material produzirá menor consumo de energia durante toda a sua vida útil, o que 
é muito importante porque a produção de energia é uma das maiores causas das 
emissões de fornos a gás de efeito. 
 
Figura 14- Blocos de Piso Intertravados (Fonte: https://www.inovaconcreto.com.br/blog/piso-intertravado-saiba-como-
usar/). Acesso em: 01 mai. 2021. 
• TINTAS ECOLÓGICAS 
 Além da pintura caiada, há as versões ecológicas de tintas produzidas a partir 
de produtos naturais que não emitem compostos tóxicos. Na formulação, entram 80% 
de matérias-primas renováveis. Para substituir os minerais não renováveis, uma 
sugestão é o PET reciclado em grãos. Os acabamentos sustentáveis têm processo 
físico, sem uso de meio químico, e baixo consumo de energia. Não há emissões 
tóxicas, e os resíduos retornam à terra ao completar seu ciclo de vida. Além disso, a 
produção é programada para que haja a menor utilização de água. 
 
 
Figura 15- Tinta Ecológica “ECO-PAINT” (Fonte: https://www.ecoalvo.com/shop/tintas-ecologicas/tintas-ecologicas-base-
agua/colaza-eco-paint-ae-acqua-epox-sealer-kit-com-4kg/). Acesso em: 02 mai. 2021. 
https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Decoracao/Estilo/Colorido/noticia/2014/06/banho-de-tinta.html
https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Decoracao/noticia/2019/06/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-tintas-para-pintar-sua-casa.html
https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Dicas/Sustentabilidade/noticia/2015/03/naochuteobalde-10-atitudes-que-ajudam-economizar-agua.html
39 
 
 
 
• ECOGRANITO 
Feito pela mistura dos resíduos produzidos durante o processo de extração de 
mármore e granito com resina acrílica, coalescentes, espessantes, microbicidas não 
metálicos, pigmentos inertes e água, o granito ecológico tem menor custo e é mais 
leve. Pode ser aplicado em superfícies planas, irregulares e até mesmo curvas. Possui 
função de impermeabilização inteligente, podendo ser aplicado em áreas externas e 
internas. 
 
Figura 16- ECOGRANITO (Fonte: https://produto.arqbrasil.com.br/6794/acabamento-rustico-do-ecogranito/). Acesso 
em: 30 abr. 2021. 
• REVESTIMENTO HEXAGONAL DE PU 
 Sendo disponível em seis cores: branco, preto, dourado, ouro rosa, cinza 
glaciar e cinza elefante. Grafite e rock. A série SIX aparece como vencedor na 
categoria revestimentos no “iF Design Guide” em formato hexagonal de 13 x 15 cm. 
Essas peças são fabricadas com o reaproveitamento de resíduos de poliuretano (PU). 
O PU é amplamente usado como refrigerante na indústria de refrigeradores e 
automotiva, mas sua reciclagem enfrenta os mesmos desafios que plásticos 
semelhantes (como a espuma de poliestireno). 
 
Figura 17- Revestimento Hexagonal de PU (Fonte: https://blog.santaluziamolduras.com.br/colecao-six-dos-favos-de-
mel-para-as-paredes/). Acesso em: 30 abr. 2021. 
40 
 
 
 
• ARGAMASSA DE ARGILA E FIBRAS 
 Para cobrir as paredes, existe também um tipo de revestimento ecológico à 
base de argila e fibras vegetais. Além de estilos decorativos e interessantes, a 
aplicação de camadas de fibras grossas também ajuda a melhorar o conforto térmico 
interno. Esta argamassa de argila podesubstituir o cimento na mistura de argamassas 
e pode ser utilizada em paredes interiores para completar o acabamento, com a 
vantagem de ser totalmente sustentável e ainda com melhores propriedades 
termoacústicas. Esta argamassa ainda impede o aumento excessivo de umidade nos 
ambientes, podendo ser aplicada especificamente como material isolante. 
 
Figura 18- Exemplo de Marca de Argamassa de Argila (Fonte: https://casa-natural.com/pt/argamassas-de-argila-
claytec). Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
• BIOCONCRETO 
 Desenvolvido na Holanda, o bioconcreto tem uma característica peculiar onde 
este é capaz de regenerar suas rachaduras. Quando incorporadas à mistura de 
concreto, essas bactérias produzem carbonato de cálcio e são capazes de selar as 
fissuras existentes, poupando mão-de-obra e gastos com manutenção na construção 
civil. Em apenas algumas semanas, as bactérias se multiplicam, produzem carbonato 
de cálcio e as fissuras se fecham. Quando as fissuras começam a surgir, as bactérias 
eclodem, se alimentam do lactato e, através de reações químicas, o calcário é 
formado. 
 
41 
 
 
 
 A Bacillus pseudofirmus é resistente a ambientes hostis e é capaz de sobreviver 
por mais de 200 anos nos edifícios, permanecendo em estado latente até ser 
estimulada a iniciar o trabalho de restauração do concreto. As bactérias só ficam ativas 
quando entram em contato com água e oxigênio, em apenas algumas semanas, as 
bactérias se multiplicam, produzem carbonato de cálcio e as fissuras se fecham. 
 
 Para a produção do bioconcreto, são utilizados 2 aditivos: os esporos do 
bacillus e nutrientes de lactato de cálcio, que são adicionados separadamente em 
grãos de argila expandida. Quando as fissuras começam a surgir, as bactérias 
eclodem, se alimentam do lactato e, através de reações químicas, o calcário é 
formado. 
 
 Enquanto o metro cúbico de concreto tradicional custa cerca de R$ 260, o preço 
do novo material passaria dos R$ 360. No entanto, é importante ter em mente as 
vantagens da aplicação e da economia com os gastos de manutenção e reparo a 
longo prazo. 
 
Figura 19- BIOCONCRETO - Cura de Rachadura (Fonte: https://www.atex.com.br/blog/materiais/bio-concreto-
concreto-autorregenera/). Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
• CONCRETO RECICLADO 
 O maior problema do concreto comum é extrair os recursos naturais de cada 
componente, além do descarte indevido no meio ambiente, tendo como foco a 
redução desse impacto causado pelo concreto comum, a ideia do concreto reciclado 
é substituir parcial ou totalmente os recursos naturais, reutilizando resíduos (de 
construção em geral). O concreto pode ser reaproveitado depois de fresco ou 
42 
 
 
 
endurecido, com o emprego de equipamentos adequados para essa reciclagem. Com 
isso, outros materiais desperdiçados (como tijolos e telhas) são reaproveitados e 
adicionados à mistura, resultando em materiais de construção sustentáveis. 
 
Figura 20- Processo de Trituração de RCD Para Criar Concreto Reciclado (Fonte: Tem Sustentável, 2021, Disponível em: 
https://www.temsustentavel.com.br/quais-os-processos-e-vantagens-da-britagem-de-entulho/). Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
• CIMENTO ECOLÓGICO OU CIMENTO ECO-SUSTENTÁVEL 
 Para produzir cimento ecologicamente sustentável, recomenda-se reduzir a 
quantidade de clínquer (principal componente do cimento). Porque a produção desse 
material responde por quase 5% das emissões globais de dióxido de carbono. Essa 
ideia foi implementada no Brasil, onde a fábrica usa escória de aço (um material raro 
que sobra depois que o minério de ferro é combinado com coque e calcário) em vez 
de clínquer. O Holcim CPIII é um exemplo desse cimento sustentável, que além de 
proteger o meio ambiente, tem maior durabilidade. Em uso, vale ressaltar que o 
processo de hidratação do CPIII é mais lento, o que torna o cimento menos permeável, 
mais durável e mais estável, podendo até prevenir fissuras térmicas. Portanto, é a 
escolha ideal para lajes, fundações e pilares. Além disso, devido à sua composição 
química, o cimento CPIII é do tipo RS (resistente ao sulfato), sendo o concreto ou 
argamassa resultante mais resistente à erosão por substâncias agressivas. 
 
Figura 21- Cimento Holcim CP-III (Fonte: https://www.lafargeholcim.com.br/cimento-holcim). Acesso em: 30 abr. 2021. 
43 
 
 
 
5.3. Métodos de Construção Ecológicos 
 
• REÚSO DE ÁGUA 
 
 Em termos de sustentabilidade, um ponto importante é ter um sistema de 
reaproveitamento da água da chuva, que costuma ser usada para drenar água, limpar 
calçadas, irrigar plantas e jardins e até lavar carros. Esse sistema pode economizar 
até 50% das contas de água. Uma opção é construir uma caixa d'água no jardim para 
facilitar a rega e a limpeza do piso externo. Outra proposta é um sistema de calhas 
que direciona a água da chuva coletada da cobertura para um reservatório conectado 
a uma torneira que não necessita de água potável. 
 
Figura 22- Formas de Reuso de Água (Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/formas-de-reuso-de-agua/). Acesso 
em: 30 abr. 2021. 
• ENERGIA SOLAR 
 
 A utilização de painéis na cobertura pode utilizar a energia do sol para gerar luz 
natural, e o calor pode ser utilizado para aquecer a água para banho, piscinas e do 
ambiente. Esta operação é realizada sob o conceito de energia fotovoltaica, que é a 
absorção da radiação solar que é convertida diretamente em energia elétrica. Ou seja, 
quanto mais forte a radiação solar, mais energia é produzida. No entanto, a produção 
pode continuar mesmo em dias nublados e chuvosos. Qualquer casa pode ser 
44 
 
 
 
acrescentada desde que haja um espaço de sinalização e haja luz suficiente incidente 
no local. 
 
Figura 23- Energia Fotovoltaica (Fonte: https://www.neosolar.com.br/aprenda/saiba-mais/energia-solar-fotovoltaica). 
Acesso em: 30 abr. 2021. 
 
5.4. Comparativo entre métodos construtivos convencionais e sustentáveis 
 
 Mesmo em face de um colapso ambiental iminente, a maioria dos edifícios 
ainda são construídos usando métodos de construção tradicionais. O modelo baseia-
se no uso quase exclusivo de alvenaria e argamassa. Pode-se verificar neste estudo 
que existem muitos outros métodos com igual ou maior eficiência, menos agressões 
ao meio ambiente e menos pressão sobre os recursos naturais. 
 
 As construções que fazem uso de técnicas convencionais se caracterizam por 
ser um conjunto coeso e rígido com a utilização de tijolos ou blocos unidos entre si 
por argamassa com funções de vedação, paredes e também com funções estruturais 
com lajes, vigamentos e pilares (CECHELLA, 2015). 
 
 Embora o Brasil seja atualmente a forma mais expressiva de construir por 
questões de segurança, boas vedas e baixos custos de operação e manutenção 
CECHELLA 2015, alerta que em termos de padrões de sustentabilidade as 
construções tradicionais são pouco aproveitáveis pelos motivos de perda de material 
e consequente geração de resíduos, bem como uso e gerenciamento indevido da 
água no canteiro de obras. 
 
45 
 
 
 
 No Brasil, pode-se considerar que um dos principais obstáculos para mudanças 
profundas no comportamento da engenharia civil está relacionado aos custos. As 
razões apontadas por empresários, investidores e empreiteiros são que é razoável 
não participar desse movimento verde da construção civil, pois, segundo eles, esses 
sistemas exigem um custeio de recursos maior. 
 
 Ao comparar os benefícios de curto e médio prazo, este é um fato indiscutível, 
e o que não se pode negar é que a construção sustentável pode onerar o projeto 
devido aos seguintes fatores: a construção de telhados verdes, geração autônoma de 
energia, instalações hidrossanitárias, adequação da mobília do prédio. No entanto, as 
decisões imediatas que buscam resultados rápidos não podem dominar a construção 
sustentável, porque os representantes mais baratos nem sempre são os mais 
eficazes. 
 
 Nesse sentido,foram feitos estudos de estimativas de custos de materiais e 
métodos tradicionais, denominados convencionais e contrapostos aos custos das 
técnicas sustentáveis, e os resultados obtidos demonstraram uma economia na ordem 
de 15,9% do valor total do projeto (CECHELLA, 2015). 
 
 Os dados apresentados na Tabela 1 são uma comparação financeira, 
considerando os principais centros de custo que constituem o valor final da obra, 
independentemente destes serem concluídos de forma convencional ou sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
Tabela 1 – Comparativo financeiro dos métodos e materiais tradicionais e 
sustentáveis 
 
Tabela 2- Comparativo financeiro (Fonte: CECHELLA, 2021, P.91) 
 
 
 Perante os dados extraídos, métodos construtivos sustentáveis podem 
economizar mais recursos, o que significa que essa abordagem tem grande potencial 
DESCRIÇÃO ALTERNATIVA 
TRADICIONAL 
ALTERNATIVA 
SUSTENTÁVEL 
DIFERENÇA EM REIAS 
(R$) 
DIFERENÇA EM 
(%) 
 
Método 
Construtivo 
 
R$ 153.185,66 
 
R$ 78.933,47 
 
(-) R$ 74.252,19 
 
(-) 48,47% 
Cobertura R$ 54.673,58 R$ 57.854,57 (+) R$ 3.180,99 (+) 5,50% 
Revestimento R$ 55.785,92 R$ 55.785,92 R$ 0 0% 
Pavimentação 
Interna 
 
R$ 20.521,34 
 
R$ 20.521,34 
 
R$ 0 
 
0% 
Esquadrias R$ 23.103,61 R$ 23.914,17 (+) R$ 810,56 (+) 3,39% 
 
Instalações Elétricas 
 
R$ 25.906,28 
 
R$ 25.906,28 
 
R$ 0 
 
0% 
Lâmpadas R$ 5.873,43 R$ 7.878,10 (+) R$ 2.004,67 (+) 25,45% 
Ventilação R$ 27.319,00 R$ 27.348,30 (+) R$ 29,30 (+) 0,11% 
Hidrossanitário R$ 32.384,44 R$ 30,503,35 (-) R$ 1.881,09 (-) 5,81% 
Incêndio R$ 4.567,43 R$ 4.567,43 R$ 0 0% 
Drenagem e 
Captação de Água 
de Chuva 
 
R$ 3.833,12 
 
R$ 6.896,42 
 
(+) R$ 3.063,30 
 
(+) 44,42% 
Pintura R$ 8.744,80 R$ 15.084,40 (+) R$ 6.339,60 (+) 42,03% 
Vidros R$ 1.440,60 R$ 1.440,60 R$ 0 0% 
Urbanização 
Externa 
 
R$ 38.498,21 
 
R$ 26.670,23 
 
(-) R$ 11.827,98 
 
(-) 30,72% 
Total R$ 455.873,72 R$ 383.304,88 (-) R$ 72.532,84 (-) 15,91 % 
47 
 
 
 
de redução de perdas. Comparados com os custos incorridos pelos sistemas 
construtivos tradicionais, as instalações elétricas de alta eficiência e os custos próprios 
de geração de energia, bem como as instalações de saneamento hidráulico que 
ajudam a economizar água e a reúso da água, tendem a encarecer o projeto. 
Entretanto são justamente estes métodos que podem fazer com que o projeto obtenha 
retorno financeiro mais rápido, principalmente durante a fase de operação. Os demais 
objetos observados pelo autor não sofrem grandes alterações, não encareceram o 
projeto e trouxeram contribuições correspondentes para a melhoria do desempenho 
ambiental da edificação, comprovando a racionalidade de sua aplicação. Ao contrário 
dos edifícios convencionais, os chamados “edifícios sustentáveis” devem considerar 
os fatores ambientais em todos os processos de tomada de decisão, a fim de 
minimizar o impacto negativo no meio ambiente e beneficiar os usuários. Como se viu, 
o escopo de aplicação dos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento 
sustentável afetará inevitavelmente as mudanças no comportamento humano em 
relação ao meio ambiente, mudanças essas que agora estão degradadas. Isso 
significa que a intervenção humana sempre considerará os fatores ambientais. Nesse 
caso, uma das formas mais diretas de demonstrar esforços ativos de apoio à proteção 
ambiental está relacionada ao urbanismo, pois nas cidades, a maior parte da 
população está aproveitando ou desenvolvendo suas atividades diárias. 
 
5.5. Certificações de Sustentabilidade 
 
 Desenvolvido pelo Building Research Institute (BRE) e pelo Building Research 
Institute Environmental Assessment Method (BREEAM) na década de 1990. Foi a 
primeira ferramenta a tentar integrar novos conceitos de sustentabilidade no 
desenvolvimento de projetos de forma sistemática em construção de prédios. 
 
 O sistema descreve os requisitos técnicos relacionados a várias áreas de 
impacto ambiental, como gestão de edifícios, poluição ambiental, consumo de 
energia, consumo de água, consumo de materiais, gestão de resíduos, saúde e bem-
estar dos ocupantes, etc. Porém, todos os requisitos eram opcionais, de forma que a 
edificação poderia ser certificada sem desemprenhar o mínimo em uma das áreas. 
48 
 
 
 
 Em 1998 nasceu o sistema americano de certificação de edifícios, que se 
tornará o sistema mais reconhecido e aplicado do mundo: a certificação LEED, que 
traz novidade à problemática da certificação ambiental: pré-requisitos para áreas de 
impacto ambiental. O objetivo é garantir que o edifício tenha o desempenho mais baixo 
e equilibrado em todas as áreas de impacto ambiental antes de permitir que o edifício 
deseje a certificação ambiental. 
 
Tabela 2 – Funcionamento da certificação LEED, missões e medidas adotadas 
focando na sustentabilidade 
MISSÕES 
Estabelecer padrões comuns com medição de sustentabilidade para os “edifícios verdes”. 
Garantir que práticas de projeto e de construção se deem de forma integradas respeitando as 
particularidades de cada caso. 
Fomentar e fortalecer a indústria de soluções “verdes”. 
Garantir que o ciclo de vida útil das edificações seja um critério observado em todas as fases, desde a 
concepção do projeto, de forma a otimizar seu desempenho. 
Transformar a visão do marcado imobiliário para soluções mais adequadas do ponto de vista ambiental. 
Despertar, por meio de educação ambiental, uma mudança de postura nos consumidores e em todos os 
stakeholders envolvidos. 
MEDIDAS ADOTADAS 
Ações de caráter educativo para despertar na indústria da construção a importância dos “Green Buildings”. 
Mudanças de atitudes nas escalas locais, regionais, nacionais e internacionais quanto às boas práticas 
ambientais na construção civil. 
Realização de comitês, conferências e feiras de exposições para divulgação das condutas desejadas no 
campo da construção civil, mundo afora. 
 Tabela 2 – Funcionamento da Certificação LEED (Fonte: USGBC, 2021, Disponível em: https://new.usgbc.org/leed) Acesso 
em: 25 abr. 2021. 
 
 No entanto, o século 21 parece estar desenvolvendo um novo conceito de 
sustentabilidade na construção civil. Quer se trate de energia, consumo de água ou 
gestão de resíduos, buscamos constantemente a autossuficiência. Surgiu 
recentemente o conceito de ZEB (Zero Energy Building), que representa um edifício 
49 
 
 
 
que de forma simplificada utiliza energias renováveis para produzir a sua própria 
energia. 
 
 Recentemente, foi lançado um novo sistema de certificação de edifícios que 
incorpora um conceito inovador de sustentabilidade, o "Living Building Challenge 
(LBC)". O "LBC” desenvolvido pelo International Future Life Institute foi inicialmente 
considerado uma filosofia que deve ser aplicada no projeto, construção e operação de 
edifícios. O conceito é tomar todas as decisões no projeto, focando principalmente no 
desempenho ambiental, ao invés do impacto de mercado da solução. 
 
 O surgimento de novos selos e certificações e a atualização contínua de antigos 
selos e certificações mostram que o processo de conscientização ambiental nas 
edificações civis está se acelerando, embora o número de projetos de certificação 
ainda seja apenas uma pequena parte de todos os projetos realizados. 
 
5.6. Projetos Inteligentes 
 
 O conceito de projetos de arquitetura e engenharia civil inteligentes representa 
o melhor uso dos recursos do solo e da natureza, como a iluminação solar para 
economizar o uso de lâmpadas quando os edifícios estiverem habitados, e assim por 
diante. O propósito do desenvolvimento desse conceito é ser diferente do que já 
aconteceu na história, é que a cidade deve ser planejada no futuro ao invés de erguer-
se de forma inadequada. Como resultado, algumas cidades agora contam com o 
princípio de "Smart Cities" (cidades inteligentes). Podemos até encontrar exemplos noBrasil, onde iniciativas foram tomadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. 
 
5.6.1. “Smart Cities” 
 
 Construções inteligentes como já dito, são edifícios que associam a 
sustentabilidade, com funcionalidade, economia e tecnologia. Com sistemas 
automatizados e integrados, visando o conforto dos seus usuários. Este tipo de 
investimento possui características marcantes como: Infraestrutura digital, Eficiência 
energética, Sistemas automatizados, Monitoramento remoto e Wireless. Aplicar este 
50 
 
 
 
preceito afim de fundar/ transformar uma cidade em sustentável e eficiente para os 
cidadãos, é o conceito de “Smart City”. 
 
 Embora as cidades inteligentes estejam se tornando populares agora, não é 
novo este conceito, deu-se por volta da década de 90, mas, naquela época, a 
tecnologia não tinha capacidade suficiente para transpor o papel e aplicar as ideias. 
Na verdade, este fora uma das razões principais para o início do plano. Cidades com 
populações maiores e, consequentemente, com menos espaço demandam melhores 
estruturas em termos de transporte, alimentação e exploração de bens da natureza. 
 
 Em termos de cidades inteligentes, o Brasil não fica muito atrás. Cidades como 
Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre estão investindo incisivamente em 
suas estruturas. Por exemplo, Curitiba possui “EcoElectrics”, que são veículos 
ecológicos que realizam serviços públicos à cidade. Enquanto a capital, São Paulo 
tem apostado no transporte urbano, ampliando a malha rodoviária e metroviária e 
implantado novas ciclovias. Outro exemplo que já existe nas cidades é a geração 
conjunta de energia e reuso de águas cinzas, que ajuda a melhor distribuir os 
incentivos financeiros em infraestrutura pública e a tornar os centros urbanos mais 
autônomos. 
 
 Ressalta-se também que as iniciativas públicas têm se tornado uma importante 
aliada na formulação das necessidades urbanas para reduzir o impacto dos 
empreendimentos na cidade, compensando o ambiente natural por meio de melhorias. 
Diversas municipalidades criaram incentivos fiscais para pessoas que priorizam 
práticas de construção sustentáveis. 
 
 Além da tecnologia, um denominador comum nas cidades inteligentes é a 
natureza da construção sustentável. Afinal, conforme detalhado neste trabalho, não é 
mais sustentável não se preocupar com nosso futuro e por conseguinte com o 
ambiente em que vivemos... A Organização das Nações Unidas (ONU) salientou que 
até 2050, a população mundial chegará a 9,7 bilhões, e uma estrutura maior é 
necessária em cada uma das áreas da sociedade. No mesmo estudo, a organização 
estima que até 2030, 70% da população mundial viverá em centros urbanos. Portanto, 
51 
 
 
 
o desenvolvimento irregular das cidades não é mais sustentável. Para abrigar todas 
essas pessoas, é necessário considerar alguns métodos inteligentes, que dependem 
menos dos recursos não renováveis e que podem proporcionar mais conforto. 
 
5.7. A Cidade do Futuro - Songdo 
 
 Implantada na Coreia do Sul, Songdo é a cidade pioneira em inteligência e 
sustentabilidade do mundo construída a partir do zero. A cidade foi construída em 6 
Km² de terra restaurada do Mar Amarelo e planeja se tornar um novo centro comercial 
no Nordeste da Ásia. Songdo se encaixa na concepção de "Cidade Ubíqua". Este é 
um ambiente construído onde qualquer cidadão pode obter qualquer serviço a 
qualquer hora e/ou lugar por meio de equipamentos técnicos (home bank, escola, 
trabalho remoto, controle remoto de infraestrutura médica e urbana, etc.). Quando os 
residentes de Songdo, International Business District (IBD) da Coreia do Sul vão 
trabalhar cotidianamente, levam seus filhos à escola ou até mesmo se dirigem à 
mercados, os carros são um meio alternativo de locomoção. Isso porque a urbe de 
US $ 40 bilhões (154,6 bilhões de reais) (atualmente, o terreno em construção 
equivale à cidade de Curitiba) almeja suprimir a utilização de carros. Segundo a 
empresa responsável pela obra, o projeto teve início em 2002, priorizando o transporte 
público como ônibus, metrôs e transportes alternativos (como as bicicletas), em 
oposição aos automóveis. Para tanto, a instituição desenvolveu um plano de cidade, 
onde escritórios, parques, equipamentos na medicina e em escolas ficam nas 
proximidades. A construção de apartamentos e empresas fica a simplesmente 12 min 
do metrô ou da estação rodoviária. Muitos edifícios não residenciais são de fácil 
acesso e, para torná-los mais sustentáveis, Songdo possui 50 quilômetros de ciclovias 
que conectam toda a rede rodoviária de 144,841 quilômetros da cidade. 
Aproximadamente 40% da área é reservada para espaços verdes (por exemplo, 
Dobro, Nova York), o que também incentiva os residentes a deslocar-se a pés até 
seus destinos. No momento que governo começou a arquitetar Songdo nos anos 
2000, enterrou 500 toneladas de terra no pântano, para construir-se as fundações. 
 
 Atualmente, o IBD possui 20.000 apartamentos concluídos ou em construção, 
e atualmente cerca de 50.000 pessoas moram nele. Muito em breve, espera-se que 
esse total acresça para 100.000 e, quando estiver pronto, espera-se que chegue a 
52 
 
 
 
300.000 habitantes na área. Outra singularidade é que não terá uma sistematização 
de coleta de lixo como os brasileiros (há caminhões e pessoas para coletar): em contra 
partida disso, um complexo de tubulação pneumática irá direcionar os resíduos do 
prédio em poucos segundos a central. E então ele será reciclado e / ou modificado. A 
comunidade também possui 100 edifícios com certificação LEED, que é o sistema de 
classificação de sustentabilidade mais ecologicamente correto do globo. A proposta é 
que toda Songdo possa ser certificada em pouco tempo e 40% da água possa ser 
reaproveitada até então. Em comparação com outras cidades da mesma proporção, 
as casas em Songdo produzem três vezes menos gás natural. Em todo caso, um 
pequeno número de residentes, ainda estão apreensivos com o fato que Songdo 
esteja muito distante de Seul, um centro econômico, político e de cultura do país. Hoje 
em dia, o percurso para a capital é de aproximadamente uma hora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
6. Considerações Finais 
 
 A incumbência ambiental imposta pelas atividades humanas leva ao 
desequilíbrio, com isso, o aumento do impacto ambiental está causando danos a toda 
a sociedade. Embora o mundo exija a adoção de alternativas ecológicas e 
sustentáveis, as ações para solucionar esse problema têm sido lentas para 
acompanhar o ritmo da desolação ambiental. No entanto, pode-se observar que 
governos, empresas e empresários estão cada vez mais interessados em adotar um 
pensamento sustentável. Muitas empresas têm utilizado das novas vogas para atribuir 
valores aos seus projetos empunhando a bandeira de sustentabilidade e 
desenvolvimento sustentável, e esse acontecimento pode ser observado até mesmo 
no campo da engenharia civil. É relativamente fácil encontrar no mercado brasileiro 
materiais ecologicamente sustentáveis e alternativas técnicas para a construção civil, 
pois seu trabalho pode reduzir o impacto sobre o meio ambiente, agregar valor à 
empresa, surpreender o cliente, fazer uma obra eficiente e de baixo custo. 
 Através do desenvolvimento deste trabalho, conseguimos contemplar a 
possível aplicação real das ecotécnicas e materiais ecológicos no âmbito da 
construção civil, debatendo sobre técnicas eficientes e acessíveis para o emprego, 
conservação e reuso de água, aproveitamento da energia solar e uso de materiais de 
baixo impacto ambiental. A engenharia não tem como se desvencilhar desse futuro 
mais verde e ecológico, pois cada vez mais há a necessidade de pensarmos em que 
planeta queremos deixar a nossos descendentes e quais impactos hoje estamos 
sofrendo por conta da falta de preocupação de profissionais que continuam com a 
mentalidade

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