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História e Teoria da Arquitetura

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Prévia do material em texto

2016
História E tEoria Da 
arquitEtura, urbanismo E 
Paisagismo ii
Prof.ª Graciela Márcia Fochi
Prof.ª Vania Konell
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Graciela Márcia Fochi
Prof.ª Vania Konell
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
 
720
F652h Fochi; Graciela Márcia 
 História e teoria da arquitetura, urbanismo e paisagismo 
II / Graciela Márcia Fochi; Vania Konell : UNIASSELVI, 2016. 170 
p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0017-0
 1.Arquitetura.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
 
III
aPrEsEntação
Caro acadêmico! Seja bem-vindo ao caderno de estudos da disciplina 
de História e Teoria da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo II. Este 
caderno de estudos abarca um amplo período histórico que, na periodização 
tradicional da história, é comumente denominado de Idade Média (século V 
ao XV) e Idade Moderna (século XV ao XVIII). Tratou-se de uma época em 
que as estruturas políticas, econômicas, sociais e culturais se sustentaram por 
mais de mil anos antes de ser questionadas e modificadas.
Na primeira unidade você encontrará temas que abordam e 
apresentam as principais referências em termos de arte, arquitetura, 
urbanismo e paisagismo, conhecidas como paleocristã, bizantina, pré-
românica e românica.
Na segunda unidade você encontrará conteúdos que abordam 
e apresentam as principais referências em termos de arte, arquitetura, 
urbanismo e paisagismo tidas como gótica, renascentista e maneirista.
Na terceira unidade você encontrará conteúdos que abordam e procuram 
apresentar as principais referências em termos de arte, arquitetura, urbanismo e 
paisagismo conhecidas como barroca, rococó, neoclássica e neogótica.
Esteja atento ao contexto histórico e cultural de cada momento e estilo 
artístico. Munido destas informações ficará muito mais fácil ler, identificar, 
interpretar e diferenciar as respectivas épocas e os estilos que ganharam ênfase. 
Não esqueça de fazer uso de dicionários de estilos e modelos arquitetônicos 
e demais materiais especializados toda vez que surgirem dúvidas ou você se 
sentir surpreendido com alguma denominação e expressão que desconheça. 
Você deve estar se perguntando: Qual é a importância e a relevância 
desta disciplina que aborda o período da Idade Média, que ocorreu 
basicamente na Europa e no Oriente Médio, para minha formação enquanto 
arquiteto e urbanista?! 
Além do interesse e admiração que fizeram com que você optasse 
pelo curso, existem inúmeras edificações em nossas cidades que se 
utilizam, ainda, dos modelos que foram hegemônicos neste período, tais 
como muralhas, castelos, basílicas, catedrais; talvez você almeje em um 
futuro próximo conhecê-las, pois muitos dos exemplares desta época são 
considerados patrimônio da humanidade e constam como roteiros turísticos 
mais procurados do mundo, como é o caso da Basílica de São Pedro, a 
Catedral de Notre-Dame, na França, o caminho de Santiago de Compostela, 
na Espanha, a Catedral da Sé de São Paulo, a Capela Sistina, no Vaticano, 
entre outros. 
IV
Caso você seja adepto de alguma tradição religiosa cristã, eis que 
é o momento histórico em que serão forjados os símbolos e os locais nos 
quais transcorrem os primeiros ritos e celebrações, bem como o momento 
de maior investimento e produção de arte e arquitetura destinada a estas 
finalidades. Por outro lado, os estilos artísticos e arquitetônicos e as cidades 
aqui abordadas podem também lhe proporcionar inspiração no sentido de 
você compor e elaborar os próprios projetos.
Faz-se necessário também mencionar que os conteúdos, temas, 
referências, abordagens que serão elencados ao longo deste caderno de 
estudos procuraram contemplar a ementa da disciplina, mas que também 
dizem respeito às escolhas e opções que são consideradas fundamentais e 
relevantes ao estudo e reflexão do tema em questão. 
Este material deve ser compreendido como um roteiro de estudos 
inicial, introdutório; outros olhares e abordagens podem e devem ser feitos, 
pois está longe de ser suficiente ou capaz de esgotar o tema e a discussão. Os 
estudos que você já realizou nas disciplinas de Estética, História da Arte e 
História e Teoria da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo I são fundamentais 
na compreensão dos conteúdos que serão abordados a partir deste momento.
Desde já fazemos votos de uma provocativa jornada de estudos e 
reflexões pela frente!
Atenciosamente, as autoras.
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 - PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E 
 PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
 PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO .......................................................................... 1
TÓPICO 1 - ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E BIZANTINA ... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 O CONTEXTO HISTÓRICO ............................................................................................................ 3
2.1 A ROMA DO CRISTIANISMO PRIMITIVO .............................................................................. 4
2.2 A VISÃO DE MUNDO E A MÍSTICA DO CRISTIANISMO PRIMITIVO ............................ 5
3 AS ARTES DAS PINTURAS MURAIS E OS MOSAICOS ........................................................ 6
3.1 A ESCULTURA .............................................................................................................................. 9
4 A ARQUITETURA DE ARCOS E BASÍLICAS ........................................................................... 10
4.1 OS MAUSOLÉUS E AS CATACUMBAS .................................................................................. 13
4.2 O CASO DE POMPEIA ............................................................................................................... 15
5 ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA BIZANTINA ...................................................... 16
5.1 O CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL ............................................................................ 17
5.2 A ESTRUTURA DASCIDADES BIZANTINAS ...................................................................... 17
5.3 A ARQUITETURA BIZANTINA ............................................................................................... 18
5.4 O CASO DA BASÍLICA DE SANTA SOFIA ............................................................................ 20
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 23
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 25
TÓPICO 2 - ELEMENTOS DA ARTE E A ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA ..................... 27
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 27
2 O CONTEXTO HISTÓRICO .......................................................................................................... 27
2.1 A CIDADE MEDIEVAL .............................................................................................................. 28
3 A ESCULTURA E A PINTURA PRÉ-ROMÂNICA .................................................................... 30
4 A ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA .......................................................................................... 33
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 36
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 - ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA ROMÂNICA .................................. 39
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 39
2 O CONTEXTO HISTÓRICO .......................................................................................................... 40
3 A CIDADE MEDIEVAL MURADA .............................................................................................. 40
4 A PINTURA, OS VITRAIS E AS ILUMINURAS ....................................................................... 46
5 A ARQUITETURA ROMÂNICA ................................................................................................... 48
5.1 O EXEMPLO DA BASÍLICA DE SÃO SERNIN ...................................................................... 49
5.2 O EXEMPLO DA CATEDRAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA .................................. 50
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 54
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 55
sumário
VIII
UNIDADE 2 - PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E 
 PAISAGISMO NO ESTILO GÓTICO, RENASCIMENTO 
 E MANEIRISMO....................................................................................................... 57
TÓPICO 1 - ARQUITETURA GÓTICA .......................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 59
2 CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL ................................................................................... 59
3 ARQUITETURA GÓTICA .............................................................................................................. 62
4 ARTE E ORNAMENTAÇÃO GÓTICA ........................................................................................ 68
5 O GÓTICO NA FRANÇA ............................................................................................................... 74
6 O GÓTICO NA INGLATERRA ..................................................................................................... 76
7 O GÓTICO NA ALEMANHA ........................................................................................................ 77
8 O GÓTICO NA ITÁLIA .................................................................................................................. 79
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 81
TÓPICO 2 - ARQUITETURA NO RENASCIMENTO ................................................................. 83
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 83
2 CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL ................................................................................... 83
3 ARQUITETURA RENASCENTISTA ............................................................................................ 86
4 ARTE E ORNAMENTAÇÃO NO RENASCIMENTO ............................................................... 92
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 97
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 98
TÓPICO 3 - RENASCIMENTO TARDIO: ARQUITETURA NO MANEIRISMO ................. 99
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 99
2 CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL ................................................................................... 99
3 A ARQUITETURA NO MANEIRISMO ..................................................................................... 100
4 ARTE E ORNAMENTAÇÃO NO MANEIRISMO ................................................................... 102
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................. 105
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 106
UNIDADE 3 - PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E 
 PAISAGISMO NO ESTILO BARROCO, ROCOCÓ, 
 NEOCLASSICISMO E NEOGÓTICO ................................................................ 109
TÓPICO 1 - ARQUITETURA NO BARROCO ............................................................................. 111
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 111
2 CONTEXTO HISTÓRICO DO ESTILO BARROCO ............................................................... 112
3 A ARQUITETURA BARROCA .................................................................................................... 115
4 O BARROCO FORA DA ITÁLIA ................................................................................................ 123
5 ARTE E ORNAMENTAÇÃO BARROCA .................................................................................. 126
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................. 129
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 130
TÓPICO 2 - BARROCO TARDIO: ARQUITETURA NO ROCOCÓ ...................................... 131
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................131
2 CONTEXTO HISTÓRICO DO ESTILO ROCOCÓ ................................................................. 132
3 ARQUITETURA NO ROCOCÓ ................................................................................................... 133
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................. 139
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 140
IX
TÓPICO 3 - ARQUITETURA DO NEOCLASSICISMO............................................................ 141
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 141
2 CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL DO NEOCLASSICISMO ................................... 141
3 A ARQUITETURA NEOCLÁSSICA ........................................................................................... 143
4 ARTE E ORNAMENTAÇÃO NEOCLÁSSICA ......................................................................... 150
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................. 153
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 154
TÓPICO 4 - ARQUITETURA NEOGÓTICA ............................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 155
2 CONTEXTO HISTÓRICO DO ESTILO NEOGÓTICO .......................................................... 155
3 O NEOGÓTICO NA INGLATERRA .......................................................................................... 157
4 O NEOGÓTICO FORA DA INGLATERRA .............................................................................. 161
RESUMO DO TÓPICO 4.................................................................................................................. 165
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 166
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 167
X
1
UNIDADE 1
PRINCIPAIS ELEMENTOS DA 
ARQUITETURA, URBANISMO 
E PAISAGISMO DO ESTILO 
PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, PRÉ-
ROMÂNICO E ROMÂNICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir dos estudos desta unidade você será capaz de:
• identificar o período paleocristão através das principais simbologias e 
expressões artísticas de uma arte que se voltou às preocupações religiosas. 
Compreender que as estruturas de moradia e vida pública, nas quais a 
população se instalou, eram oriundas do período histórico anterior;
• referir as principais edificações da arquitetura e arte bizantina que 
contavam com interiores majestosos compostos por vitrais e mosaicos 
coloridos, mármores e afrescos que revestiam as paredes, colunas cujos 
capitéis eram adornados com ouro, bem como ocorria a organização dos 
espaços de convívio coletivo e a organização das atividades econômicas;
• compreender que as ondas de migrações que vinham do norte da Europa 
foram responsáveis por provocar medo e pavor nas populações que 
residiam nas regiões centrais, uma vez que estas haviam se estabilizado. 
Surgiram as condições propícias para que a fusão de técnicas (pedra e 
madeira) ocorresse, assim como a expansão do cristianismo;
• reconhecer que a arte e a arquitetura românica representaram a maior 
expressão dos estilos anteriores (paleocristã e pré-românica), na qual a 
edificação de catedrais e basílicas, mosteiros e conventos predominou. 
A preocupação da pintura foi a de transmitir ensinamentos bíblicos por 
meio de imagens, e que os artistas não possuíam liberdade de exercício e 
expressão de seu ofício.
Esta unidade está dividida em três tópicos de conteúdos. Ao longo de 
cada um deles você encontrará reflexões, sugestões e dicas que visam 
potencializar os temas abordados, e, ao final de cada um, estão disponíveis 
resumos e autoatividades que almejam fixar os conteúdos estudados.
TÓPICO 1 – ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E 
 BIZANTINA
TÓPICO 2 – ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA
TÓPICO 3 – ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA ROMÂNICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA 
PALEOCRISTÃ E BIZANTINA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, os artistas, os arquitetos, os urbanistas e paisagistas, bem 
como os mecenas e os encomendadores, fomentadores da arte e da arquitetura 
em qualquer época e sociedade que possam ter vivido ou viver, são perpassados 
e influenciados por questões políticas, econômicas, religiosas, sociais e pelas 
referências culturais que condizem à sua época e região.
Cientes disto, neste tópico pretende-se fornecer elementos que ajudem 
a identificar e compreender a arte e a arquitetura que são reconhecidas como 
pertencentes ao estilo paleocristão, ou seja, arte dos primeiros séculos após o 
nascimento e morte de Jesus Cristo.
Para dar conta desse propósito forneceremos informações que tratam 
do momento histórico, de como Roma se encontrava na época, dos princípios 
e valores que sustentavam o modo de vida cristão, como estes se expressavam 
nas pinturas, nos mosaicos, na arquitetura de basílicas e catacumbas; por fim, 
ilustra-se o caso da cidade de Pompeia, que tende a ser o eco mais prolongado 
dos padrões greco-romanos que ainda subsistiam quando os padrões cristãos se 
tornavam hegemônicos.
No momento da leitura, atente para a sua postura corporal e o conforto 
em relação ao ambiente. Posicione-se e acomode-se da forma mais confortável 
possível. Almofadas, tapetes, chás, café e/ou sucos podem ser úteis. Reforce a 
atenção, concentre-se e bons estudos pela frente!
2 O CONTEXTO HISTÓRICO
O estilo paleocristão de arte e arquitetura é considerado como a arte e as 
expressões artísticas que foram elaboradas dentro do intervalo temporal do século 
II ao século V depois de Cristo, quando o politeísmo e o paganismo deixam de ser 
hegemônicos e o cristianismo monoteísta, mesmo de forma isolada e tido como 
uma prática proibida, clandestina, passava a se expandir em meio à sociedade.
ARTE PALEOCRISTÃ: da transição entre a tradição pagã e politeísta à 
noção cristã, monoteísta, de um senhor superior, uno, onipotente e invisível.
UNIDADE 1 | PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
4
O cristianismo expandiu-se para o mundo ocidental, além do oriental 
de Jerusalém, Jordânia e Palestina, por meio dos trabalhos de evangelização 
praticados principalmente pelo apóstolo Paulo, e passou a ser praticado 
inicialmente nas regiões em torno do Mar Mediterrâneo.
O cenário que se encontrava em declínio era o de um Império Romano 
hegemônico em seu poderio militar, que invadia, saqueava, fazia escravos e 
subjugava a seus domínios inúmeras sociedades, estendendo-se desde o norte da 
África até a Ásia.
No século III depois de Cristo a tradição cristã começa a se instalar em meio 
àquela sociedade, ao ponto de que no ano de 313, Constantino, através do Édito 
de Milão, também entendido como Édito da Tolerância, assegurou a liberdade 
irrestrita de culto, o que por sua vez implicou na destituição do paganismo de 
religião oficial do Império Romano, e no fim da perseguição aos cristãos. Pouco 
depois, no ano de 326, o Cristianismo foi reconhecido como a religião oficial do 
Império Romano.
2.1 A ROMA DO CRISTIANISMO PRIMITIVO
 Mumford (2008) explica que a cidade romana possuía porte colossal e 
extravagante tanto na vastidão física como em riqueza cumulativa e edificada. O 
Império Romano, antes de cair em ruínas, foi responsável por edificar inúmeras 
cidades em diversas partes da Europa, desdea África do Norte até a Ásia Menor. 
O mesmo autor defende que a maior expressão desse período reside no 
legado do Império Romano e que as pedras fundamentais da cidade romana 
foram obtidas em meio aos modelos das cidades etruscas (norte da Itália) e 
helênicas (elementos gregos).
Em meio ao risco das ondas de invasões estrangeiras, Roma foi cercada, 
em 274 d.C. O cercamento alcançava um diâmetro de quase 2000 hectares. 
Mumford (2008) descreve que os inventários apontam que Roma possuía seis 
obeliscos; oito pontes; 11 banhos públicos; 19 canais de água, dois circos; dois 
anfiteatros; três teatros; 28 bibliotecas; quatro escolas a gladiadores; 18 fóruns 
ou praças públicas; 36 arcos; 37 portões; 290 armazéns e depósitos; 254 padarias; 
1.790 palácios; 46.602 casas de moradias coletivas; oito campos cobertos de grama 
para atividades como danças, corridas e lutas; 30 parques e jardins; 700 tanques 
públicos e 500 fontes.
Diante destas informações, Mumford (2008) tece suas críticas no sentido 
de que se tratava de uma cidade centrada na grandeza material sem finalidade 
e utilidade para as adversidades que se apresentavam naquele momento. “A 
desintegração de Roma foi o resultado final de seu supercrescimento, que 
resultou numa falta de função e numa perda de controle dos fatores econômicos 
e agentes humanos que eram essenciais à continuação de sua existência” 
(MUMFORD, 2008, p. 287).
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E BIZANTINA
5
Uma das primeiras indicações do fim do antigo Império Romano e do 
nascimento da nova cidade medieval foi o deslocamento do mercado e do Fórum 
para a colina mais propícia a se obter proteção. Outras mudanças também foram 
percebidas, como as das fachadas de oficinas, que ganharam proteções de tijolos, 
estratégia que seguiu sendo utilizada ao longo da Idade Média.
Mumford (2008 p. 24) descreve que as antigas edificações dos romanos 
se tornaram funcionalmente inúteis, como o teatro, a arena, o banho, e demais 
estabelecimentos destinados aos cultos pagãos; e que apenas as antigas basílicas 
e templos, projetados para abrigar muitas pessoas, puderam ser aproveitados 
quando da aceitação do culto e prática religiosa cristã.
Pode-se entender que a simplificação das edificações com finalidade 
utilitária, o deslocamento dos principais espaços para regiões mais seguras e o 
uso de estratégias de segurança marcaram a configuração dos espaços urbanos 
do final do Império Romano dos primeiros tempos da época medieval. 
2.2 A VISÃO DE MUNDO E A MÍSTICA DO CRISTIANISMO 
PRIMITIVO
Os primeiros adeptos e devotos do cristianismo foram as minorias que em 
meio ao Império Romano haviam sido subjugadas e jogadas aos leões nas arenas 
de espetáculos públicos; e indivíduos excluídos da vida pública e cívica, como 
mulheres e escravos.
Mumford (2008) descreve que a nova visão religiosa tornava possível 
superar a decadência social e urbana assistida na antiga Roma. O cristianismo 
apresentava uma visão de mundo e mística que convertia a doença física em 
purificação e saúde espiritual, a realidade da fome em ato voluntário de jejum, 
atribuía descaso para com os bens mundanos em nome da salvação e de uma 
melhor vida após a morte. 
Fromm (1987, p. 142) explica que o herói cristão passou a ser o mártir, pois 
na tradição judaica a mais elevada realização era dar a própria vida por Deus ou 
por seus semelhantes. Antes que Roma ruísse definitivamente, por volta do século 
III, os cristãos que se encontravam encurralados e escondidos nas imediações da 
cidade, em meio à cavernas e catacumbas, passaram a oferecer enterro cristão em 
capelas, altares e túmulos subterrâneos a quem com eles comungavam.
Compreende-se que o modo de vida que prevaleceu ao longo do Império 
Romano, de excessos, exageros, desperdícios, banquetes, luxúrias sustentadas com 
a arrecadação de impostos da população romana e da tributação das populações 
estrangeiras, com base em um governo militarista e imperialista, perdeu forças 
pelos valores do emergente cristianismo.
UNIDADE 1 | PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
6
3 AS ARTES DAS PINTURAS MURAIS E OS MOSAICOS
A vida cultural, política e econômica do Ocidente ainda estava centralizada 
em Roma, mesmo que muitos dos artistas fossem de origem grega. Gombrich 
(2012) defende que a arte paleocristã da Idade Média aproveitou os elementos 
que já haviam sido utilizados pelos egípcios e gregos nos tempos remotos, e que 
nos primórdios da Idade Média se responsabilizou por promover a valorização 
de processos primitivos combinados com métodos refinados. 
De modo geral, pode-se afirmar que foi um momento em que os artistas, 
escultores e arquitetos deixaram de observar a natureza, não se dedicavam 
mais a fazer estudos sobre a melhor forma de representar o corpo humano, de 
provocar efeitos ilusionistas e de profundidade. A arte e os artistas da época 
paleocristã basicamente concentraram-se em compor o interior de igrejas. 
Foi uma arte produzida por cristãos e financiada pelos devotos religiosos. 
As igrejas da Europa reúnem os exemplares mais expressivos deste período. 
Gombrich (2012) explica que a arte paleocristã deixa de apresentar a 
função e utilidade de transmitir beleza, equilíbrio, virtuosidade, felicidade e passa 
a ser reconhecida como uma forma de ilustrar a dimensão sagrada, misteriosa e 
milagrosa da criação divina. A arte adquire a função de manifestar a adoração e 
devoção a Deus através da arte e, ao mesmo tempo, além da arte.
A arte paleocristã combinou elementos da arte greco-romana imbricados 
e com aspectos da estética do cristianismo, porém, em meio aos primeiros cristãos 
a questão da iconoclastia se fazia presente e foi cercada de debates e polêmicas, 
diante disto, preferiam se utilizar de símbolos ao invés de imagens. 
NOTA
ICONOCLASTIA: movimento político-religioso que não admitia o uso e 
veneração de imagens que ilustravam santos e divindades, que vigorou em meio ao Império 
Bizantino, entre os séculos VIII e IX.
Os primeiros símbolos de que o cristianismo primitivo se utilizou 
mesclavam referências pagãs, Jesus Cristo – o Messias – era colocado em meio a 
elementos como peixes e âncoras, e até poderiam estar acompanhados de escritos 
em grego e/ou em latim. Identifique estes elementos na figura a seguir:
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E BIZANTINA
7
FIGURA 1 - ÂNCORA E PEIXE. CATACUMBA PRISCILLA - ROMA
FONTE: <http://expressaomaximadasbelasartes.blogspot.com.br/>. Acesso em: 16 jul. 2016.
O Ocidente latino do Império Romano, que gradualmente se cristianizava, 
considerou o uso de imagens em pinturas, não aderiu ao movimento da 
iconoclastia, pois essas favoreciam os ensinamentos e a transmissão dos preceitos 
religiosos. Nesse período, os índices de analfabetismo eram muito altos, mais de 
90% da população, em especial em meio aos primeiros adeptos do cristianismo.
Conforme apresenta Gombrich (2012), o Papa Gregório Magno (540-
604) defendeu a utilização das imagens alegando que elas eram muito eficientes 
se utilizadas na conversão e doutrinação em contextos em que a população 
apresentava baixa escolarização. Por outro lado, ocorria a restrição com relação à 
elaboração das pinturas e dos mosaicos, estes deveriam ser rígidos, planos, frontais, 
simples e expressar de forma muito clara a mensagem a que se pretendiam. 
No entanto, os traços evidenciados nas pinturas murais e nos mosaicos 
confeccionados no interior das igrejas, da época paleocristã, foram os efeitos de 
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PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
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profundidade, as cores carregadas, que promoviam a sensação de solenidade 
e esplendor, de algo sagrado, grandioso e milagroso. Aos artistas era exigido o 
conhecimento e domínio minucioso sobre cores e misturas, o uso de pedras e 
rochas para obter os mais expressivostons para representar enfaticamente tanto 
o sangue como o céu. 
Observe a imagem a seguir, nela constam peixes e pães, ilustrando o 
milagre da multiplicação dos pães. 
FIGURA 2 - MOSAICO ILUSTRANDO O PEIXE E OS PÃES
FONTE: <http://www.teleios.com.br/wp-content/uploads/2011/04/mosaico-cristao.jpeg>. 
Acesso em: 16 jul. 2016.
O Cristo deste período foi representado como um jovem pálido, de cabelos 
longos, sem barba, os gestos que ele expressava eram os de bênção e/ou de atos 
milagrosos. Gombrich (2012) explica que se tratava de um Cristo cujo poder era 
inabalável e que a Igreja era a responsável por conter e representar este poder. 
Observe na figura a seguir a representação de Cristo no momento de seu batismo.
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FIGURA 3 - CRISTO EM SEU BATISMO
FONTE: <http://cultura.culturamix.com/curiosidades/arte-paleocrista-expressao-artistica-
religiosa>. Acesso em: jul. 2016.
UNI
Caro acadêmico! Você já teve acesso à arte helenística nos estudos de História e 
Teoria da Arquitetura, do Paisagismo e do Urbanismo I, e nas próximas unidades deste caderno 
você estudará a arte renascentista. Diante disso, gostaríamos de aguçar sua imaginação e 
senso de pesquisa para a riqueza e a diversidade de detalhes que os artistas da Grécia clássica 
e na época renascentista utilizavam para representar Cristo e demais figuras religiosas.
3.1 A ESCULTURA
Em meio às tradições religiosas mais antigas dos romanos ocorria o 
transporte e o translado de imagens de cera que corporificavam seus ancestrais 
em meio a procissões. Gombrich (2012) explica que os romanos procediam dessa 
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maneira, pois estavam imbuídos da ideia de que a representação da imagem 
continha a própria alma do indivíduo representado. 
Esta concepção nos ajuda a compreender a tradição de edificação de 
bustos de imperadores, porém, estes eram apresentados como figuras públicas 
e de poder, e foram esculpidos na forma mais natural possível, nada próximo de 
atribuições religiosas ou celestiais que as divindades possuíam, mas que também 
recebiam reverências e homenagens, como a queima de incensos por parte da 
população. 
Ao mencionar um busto de um imperador não se pode perder de vista que 
os romanos e as populações por eles subjugadas eram obrigados a demonstrar 
devoção como forma de expressar lealdade e vassalagem. Quando os primeiros 
cristãos passaram a não prestar a devida reverência diante dos bustos, teve início 
todo o processo de perseguição. 
Quando da passagem do politeísmo ao monoteísmo, Gombrich (2012) 
escreve que, diferentemente do que foi estudado na pintura, os primeiros cristãos 
consentiam que, em se tratando de decorações, não se deveria utilizar estátuas. O 
argumento central residia em que edificar estas referências havia sido prática dos 
grupos pagãos a seus antigos ídolos (Zeus, Atenas, Júpiter, Diana, entre outros) 
e que esta prática não era coerente à nova tradição religiosa, mas diante da 
necessidade de consolidar e difundir o cristianismo ela foi gradualmente sendo 
incorporada.
As esculturas dos primeiros séculos depois de Cristo passaram a apresentar 
a despreocupação dos escultores em elaborar e talhar a matéria-prima (mármore 
primordialmente) de forma virtuosa, na qual ficaram expressadas noções de 
beleza, perfeição, equilíbrio e profundidade, ou de temas terrenos. Os escultores 
engajados com o cristianismo lançavam mão de outras ferramentas e almejavam 
obter outros resultados, e, por isso, a arte ficou tachada como rudimentar e de 
pouca elaboração. Segundo Gombrich (2012), a maior preocupação dos escultores 
daquele período foi a de expressar noções de aceitação, a conversão e a devoção 
ao cristianismo propriamente dito.
4 A ARQUITETURA DE ARCOS E BASÍLICAS
Os romanos dos tempos áureos do Império destacaram-se na construção 
de estradas, aquedutos, balneários e fontes, e no seu todo compunham 
edificações e espaços urbanos de dimensões suntuosas. A partir do momento em 
que Constantino estabeleceu a Igreja Cristã como um poder no interior de seu 
governo, em 311 d.C., estas edificações, em termos de arcos, não serviam mais e 
novos e outros espaços de cultos públicos precisaram ser edificados. 
As formas até então existentes se tornaram insuficientes para abarcar toda 
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E BIZANTINA
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a congregação que agora se reunia e que acompanhava os trabalhos religiosos de 
uma missa. Os antigos espaços e rituais pagãos, que se caracterizavam por serem 
compostos por pequenos sacrários e de procissões e desfiles que transcorriam nas 
ruas pelo interior dos vilarejos, não davam mais conta da nova função que era 
atribuída às celebrações religiosas.
As basílicas foram as principais construções do período de consolidação 
do cristianismo. Elas representaram uma das soluções mais eficientes para toda 
a nova organização e realização dos trabalhos religiosos, mas, antes de serem 
edificadas, muitos dos espaços, como salões de reuniões, recintos de tribunais de 
justiça, audiências públicas e espaços de feiras e mercados foram utilizados. 
Piccini (2009) explica que as basílicas cristãs possuem uma estrutura 
interna que promove um espaço escuro, de recolhimento, proteção e sugeria 
ao mistério espiritual. A estrutura mínima das basílicas possuía as partes de 
transepto, naves, nártex, abside. Observe a figura a seguir:
FIGURA 4 - PLANTA BAIXA CONTENDO AS ESTRUTURAS PRINCIPAIS DAS BASÍLICAS
FONTE: <https://coisasdaarquitetura.files.wordpress.com/2011/09/sc3a3o-joc3a3o-de-laterano-
cc3b3pia.gif>. Acesso em: 7 ago. 2016.
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FIGURA 5 - ESTRUTURA EXTERNA E PLANTA BAIXA DA BASÍLICA AULA PALATINA
FONTE: <http://www.learn.columbia.edu/ma/htm/related/ma_trier_02.htm>. Acesso em: 7 ago. 
2016.
Observe agora a imagem da basílica com toda a estrutura e a iluminação 
interna.
FIGURA 6 - AULA PALATINA, ESPAÇO INTERNO
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/-Ieo0GVLCgt4/U_xLEfXHkiI/AAAAAAAAFKk/jiqZI81Ees4/
s1600/DSC_0814.JPG>. Acesso em: 7 ago. 2016.
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O que os antigos gregos e romanos desenvolveram não foi abandonado 
por completo, aquelas estruturas antigas receberam adaptações e outros 
significados, agora não mais militares ou de espetáculos de entretenimento, 
e sim religiosos e sagrados. Prossiga na leitura, pois será tratado sobre as 
edificações de mausoléus e catacumbas que serviram de refúgio e espaços de 
celebrações dos primeiros cristãos.
4.1 OS MAUSOLÉUS E AS CATACUMBAS
Os mausoléus, cuja finalidade primordial era a de servirem de recintos 
fúnebres destinados a abrigar lideranças políticas de renome, constam desde a 
civilização egípcia e as pirâmides são os exemplares mais expressivos do objetivo 
para o qual foram construídas.
Já as catacumbas consistiram em escavações subterrâneas nas paredes 
das rochas destinadas a reservar sepultamentos. As edificações das primeiras 
catacumbas remontam ao século II d.C. e são os locais em que se encontram as 
principais obras em afrescos e pinturas do período paleocristão. As regiões mais 
favoráveis à escavação de catacumbas foram as que apresentavam tufo, uma 
espécie de rocha vulcânica.
Os locais das catacumbas encontravam-se abandonados, longe do interesse e 
da desconfiança do governo romano, assim, ali, os primeiros adeptos do cristianismo 
puderam praticar e expressar sua religiosidade por muito tempo sem serem 
descobertos. A procura por catacumbas foi tão intensa que se tornou necessário 
abrir cada vez mais galerias subterrâneas para atender à população. Observe as 
ramificações que a catacumba da Via Anapo, na Itália, atingiu.
FIGURA 7 - MAPA DA CATACUMBA DE VIA ANAPO
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/07/Mappa_Catacombe_Via_Anapo.jpg>. Acesso em: 4 jul. 2016.
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Roma reserva muitas catacumbas, que se encontram ao longo 
das principais estradas mais antigas, as catacumbas de Priscilla; São 
Calisto; Domitilia; São Sebastião na via Ápia, em Anapo, estão entre as 
mais conhecidas. No interior das catacumbas existiam criptas, espécie de 
capelas decoradas com afrescos e cubículos que consistiam em uma câmara 
reservada a uma determinada família. Observe a ideia de cubículos na figura 
da catacumba a seguir:
FIGURA 8 - CATACUMBA DE SÃO GENARO, NÁPOLES
FONTE: <http://historiaybiografias.com/catacumbas/>. Acesso em: 16 jul. 2016.
Os afrescos no interior das catacumbas geralmente referiam-se a 
temas bíblicos, tais como Adão e Eva e demais passagens enfatizadas nos 
sermões; assim como a Cristo, o nascimento, as peregrinações, os milagres e 
os mandamentos. Observe a imagem de um afresco em uma catacumba de 
Roma, que é denominada de ‘Ágape’, que diz respeito ao primeiro e segundo 
mandamentos, conhecidos como “Amar a Deus sobre todas as coisas e Amai-
vos uns aos outros como eu vos amei”.
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FIGURA 9 - AFRESCO COM TEMA ÁGAPE
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Catacumba_romana#/media/File:Agape_feast_02.jpg>. 
Acesso em: 4 jul. 2016.
Caro acadêmico, além de os afrescos possuírem fator pedagógico e 
educativo no processo de conversão de novos adeptos, as representações eram 
oriundas do contexto de censura, perseguição e demais tribulações a que os 
cristãos eram submetidos, e diante destas imagens esperavam encontrar imagens 
e mensagem de milagres, redenção, ressureição e salvação da alma.
4.2 O CASO DE POMPEIA
A cidade foi fundada no século III d.C., localizou-se ao sul de Nápoles. No 
primeiro século depois de Cristo a cidade foi atingida por terremotos e as ruínas 
ainda foram depositárias das cinzas que eram expelidas pelo vulcão Vesúvio. 
FIGURA 10 - POMPEIA E O MONTE DO VULCÃO VESÚVIO
FONTE: <https://betonomundo.files.wordpress.com/2010/05/dsc_2197.jpg>. Acesso em: 10 jul. 
2016.
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PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
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A cidade passou a ser escavada somente no século XVIII, o que possibilitou 
os estudos e a identificação de casas das famílias notáveis financeiramente, tais 
como domus, átrios, peristilos, basílicas, termas, piscinas e pátios. As edificações 
expressam a influência dos modelos gregos e etruscos. Apresentavam nos 
interiores decorações e preenchimentos com colunas, arcos, afrescos, cortinas, 
mosaicos, fontes e santuários.
Mesmo Pompeia tendo sido fundada quando se dava o enfraquecimento 
das tradições politeístas e do avanço e da consolidação do cristianismo como 
tradição religiosa, ela comportava fundamentalmente as estruturas e edificações 
cujos usos e funções imitavam o antigo Império Romano anterior à cristianização. 
Pompeia representa a persistência e permanência do antigo modelo de 
cidade romana em meio à crescente mudança de sociedade que se anunciava, 
a da época paleocristã e cristã. Prossiga nos estudos, a seguir vamos apresentar 
elementos da arte e arquitetura bizantina.
5 ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA BIZANTINA
Imagine uma sociedade em que ilustrar imagens humanas era censurado. 
Recorda a questão da iconoclastia, que foi estudada anteriormente?! Então, o 
movimento inicial partiu do interior do Império Bizantino a partir do século VIII. 
As poucas imagens humanas que eram permitidas foram as de ícones religiosos 
e políticos.
 Diante desta condição, os artistas dedicaram-se em aprofundar seus 
estudos e atividades e expressar a criatividade em arabescos decorativos aplicados 
em paredes, cujas expressões do universo onírico ficam ressaltadas por meio de 
linhas e cores. Os arabescos decorativos logo se popularizaram e chegaram até 
nós, ocidentais, por meio da tapeçaria. 
 A arte e arquitetura bizantina é seguidamente indicada como um estilo 
rígido, pois em sua maioria dedicavam-se a retratar temas sacros e que se 
restringiam à plasticidade dos modelos antigos. Porém, é facilmente observável o 
legado dessa arquitetura às tradições greco-romanas e persas. 
O auge da arte e arquitetura bizantina ocorreu no tempo em que o 
cristianismo se tornava uma religião lícita, que poderia ser praticada publicamente 
sem implicar perseguição e intolerâncias aos devotos, o que por sua vez foi 
responsável por conferir riqueza, poder e majestosidade, aspectos que antes não 
eram desfrutados. 
Cole (2013) explica que a arquitetura bizantina se dedica em reservar os 
trabalhos de maior elaboração e refinamento às partes interiores das igrejas, e que 
em comparação à arte e arquitetura cristã, foi muito rica em contrastes obtidos a 
partir de cores, jogos de luz e materiais preciosos.
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E BIZANTINA
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Vamos avançar nos estudos, que maiores elementos e detalhes sobre estes 
aspectos da arte e arquitetura bizantina serão apresentados!
5.1 O CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL
Enquanto o Império Romano ruía e era invadido por povos das regiões ao 
norte da Europa, era transferido a Bizâncio o título de capital política e cultural 
da época. O Império Bizantino atingiu seu auge no século VI, quando do governo 
e reinado de Justiniano (527-562), cuja capital foi Constantinopla, que logo se 
tornou a capital política e cultural da época. 
Em 1204, os francos saquearam Constantinopla e o império começou 
a ser desmantelado territorialmente. Houve uma pequena recuperação no 
período, denominada de Paleólogo, entre os anos de 1261 e 1453, mas em 1453, 
Constantinopla foi tomada e sobrepujada pelos turcos otomanos, e a partir 
de então o império não conseguiu mais ser refeito nas proporções que havia 
alcançado nos tempos de Justiniano.
A partir de agora nos dedicaremos a apresentar o que transcorreu em 
termos de artes e arquitetura mais expressiva do século VI em diante, prepare sua 
concentração e prossiga na leitura!
5.2 A ESTRUTURA DAS CIDADES BIZANTINAS
Conforme explica Piccini (2009), as cidades árabes estruturavam-se 
em torno do centro da cidade e bairros em volta do centro, que por sua vez 
dava conta de obedecer aos clãs, tribos e dinastias, evidenciados em meio aos 
grupos familiares amalgamados por meio dos vínculos sanguíneos entre os 
mesmos, e assim iam sendo preenchidos os corredores e as vielas no entorno 
dessas estruturas. As casas costumavam apresentar uma disposição que se 
fechava em torno de um pátio interno, o que por sua vez conferia o resguardo e 
o distanciamento em relação aos demais moradores não pertencentes à família 
e até desconhecidos.
Cabe ressaltar que o centro da cidade era composto por uma mesquita 
principal, que consistia em espaços e locais à expressão do poder religioso, 
econômico e político; palácio ou cidadela destinados a espaços e locais de 
expressão do poder político; mercados nos quais desenvolviam-se as atividades 
relacionadas ao poder econômico; hamám, locais reservados para banhos 
públicos; e madrassas, espaços destinados a escolas religiosas.
A cidade de Constantinopla conseguiu sobreviver aos ataques dos 
povos bárbaros no século V. A razão disso encontrava-se nas reforçadas defesas 
da cidade e a grande disponibilidade de ouro e artigos de luxo que podiam 
ser usados para subornar os invasores. Outro fator está no fato de que ela 
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PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
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se localizava na antiga região da Trácia, no continente europeu, na costa do 
pequenino Mar de Mármara e bem de frente para a Anatólia, na Ásia, situava-se 
num local e região ideal para conciliar e intermediar a comunicação entre dois 
mundos, o Ocidente e o Oriente.
Em Constantinopla, o povo viviacomprimido em pequenos bairros, 
conjuntos de ruelas sombrias, pouco arejadas, onde se encontram as pobres 
moradas de um povo orgulhoso e arrogante, consciente de pertencer à mais 
civilizada das comunidades. As vielas acomodavam-se entre as pequenas 
tabernas e as moradias eram construídas com tijolos e materiais simples e de 
fácil adaptação. 
 A capital do grande Império Romano do Oriente apresentava, em sua 
avenida principal, pórticos em dois andares cobertos por arcadas e a população 
de visitantes deslumbrava-se diante das lojas de luxo, e os ourives fascinavam 
os estrangeiros.
5.3 A ARQUITETURA BIZANTINA
A arquitetura bizantina, de maneira geral, almejava complexidade, 
centralização das plantas e sofisticação dos espaços. As principais edificações 
foram as mesquitas, que por sua vez apresentam um interior iluminado, 
límpido e claro, efeito obtido pela presença de amplas janelas e aberturas 
revestidas com vitrais e mosaicos coloridos.
 Cole (2013) explica que os interiores das edificações bizantinas eram 
austeros, as paredes eram revestidas com mármores, mosaicos, afrescos tanto 
ornamentais como figurativos. Contavam com colunas, eram arrematados por 
capitéis folheados em ouro seguidos de telhados também em ouro. O ouro, a 
prata e incrustações com joias se faziam presentes também na composição dos 
altares.
Paredes e pisos de muitas igrejas foram decoradas na forma de Opus 
sectile, que consistia no uso de pedras e mármores cortados e montados 
formando figuras geométricas, conforme é ilustrado na figura a seguir:
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E BIZANTINA
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FIGURA 11 - ARTE OPUS SECTILE, SÉCULO XII
FONTE: <http://www.newliturgicalmovement.org/2015/04/opus-sectile-work-in-holy-land-does.
html#.V4wLVtIrLIU>. Acesso em: 17 jul. 2016.
Os mosaicos foram utilizados pelos gregos, pelos romanos, pelas 
civilizações astecas e maias, mas foi em meio à arte bizantina que alcançaram 
maior expressão e refinamento. Foram introduzidos no império por volta dos 
séculos V e VI, geralmente possuíam fundos em ouro, que por sua vez conferia 
forte luminosidade, e nas auréolas que acompanhavam as figuras de Cristo, 
demais santos e a do imperador, o representante de Deus na Terra. Atente para a 
imagem que é apresentada a seguir.
FIGURA 12 - JUSTINIANO I. BASÍLICA SAN VITALE, RAVENA
FONTE: <http://uzinga.com.br/blog/2013/05/arte-bizantina/>. Acesso em: 17 jul. 2016.
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PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
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Os bizantinos foram responsáveis por elaborar quadros devocionais 
dedicadas a Jesus, Maria, os apóstolos e demais santos e mártires. Os artistas 
revestiam a superfície de uma placa ou madeira com material dourado, sobre 
a qual pintavam a imagem e depois retiravam com estiletes a película de tinta 
da pintura; costumavam aplicar também joias, no sentido de conferir ênfase e 
suntuosidade aos seus personagens. As imagens poderiam ser encontradas no 
interior de igrejas, bem como em oratórios no interior das residências. 
FIGURA 13 - NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
FONTE: <http://lealuciaarte.blogspot.com.br/2013/01/a-arte-bizantina_9226.html>. Acesso em: 
17 jul. 2016.
Após a morte de Justiniano, o império foi esfacelando-se territorialmente, 
durante o século VIII passaram a ocorrer invasões de território. A questão da 
iconoclastia, que a partir de então se acentuava ainda mais, colocou a perder 
muitas obras que os bizantinos haviam confeccionado. A partir de então a 
decoração figurativa que ilustrava figuras humanas no interior das igrejas foi 
retirada e substituída por cruzes, folhagens e temas geométricos. 
5.4 O CASO DA BASÍLICA DE SANTA SOFIA
Santa Sofia (divina sabedoria) é considerada a mãe das igrejas, foi 
edificada em Constantinopla entre os anos de 532 e 537, pelo imperador 
Justiniano, no terreno e local em que existia uma antiga basílica com o mesmo 
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA PALEOCRISTÃ E BIZANTINA
21
nome. Os responsáveis pela obra não eram arquitetos ou mestres em construção, 
foram estudiosos e cientistas apenas, o que por sua vez foi responsável por 
conferir à obra uma espécie de fusão entre o modelo de igreja abobadada bifólia 
e basílica cupulada, façanha alcançada com o uso de tijolos como matéria-prima 
básica e blocos de pedra na estrutura das colunas. 
FIGURA 14 - A BASÍLICA DE SANTA SOFIA
FONTE: <https://alfredojunior.files.wordpress.com/2013/10/basilica-de-santa-sofia.jpg>. Acesso 
em: 10 jul. 2016.
O interior da basílica é composto por mosaicos, cúpulas, semicúpulas, 
arcos, sofitos, naves, nártex, galerias, exedrae; decorado com placas de 
mármore preto, amarelo, verde, azul, vermelho; revestido de mosaicos que 
representam cruzes, folhagens e ramagens douradas; no alto das colunas 
encontram-se capitéis cubiformes com espirais jônicas, folhagens em relevos 
profundos. 
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PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
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FIGURA 15 - INTERIOR DE SANTA SOFIA
FONTE: <http://lealuciaarte.blogspot.com.br/2013/01/a-arte-bizantina_9226.html>. Acesso em: 
7 ago. 2016.
A primeira cúpula da basílica possuía 32,6 metros de diâmetro, não 
resistiu e precisou ser reconstruída no ano de 563. 
23
Neste tópico, você viu que:
• O estilo paleocristão de arte e arquitetura ocorreu entre o século II e o século 
V depois de Cristo, quando o politeísmo e o paganismo deixaram de ser 
hegemônicos, e o cristianismo monoteísta passou a se expandir em meio à 
sociedade romana.
• As pinturas presentes na arte paleocristã se caracterizavam por rígida e 
ampla exploração de contrastes de cores, pouca diversidade técnica ou efeitos 
ilusionistas, tendiam a expressar de forma mais clara e nítida as mensagens 
religiosas.
• A representação de cenas bíblicas consistiu no principal tema da arte paleocristã, 
Cristo era representado sem barba e muitas vezes associado a peixes e âncoras, 
acompanhado de escritos em grego e latim.
• As igrejas da Europa reúnem os exemplares mais expressivos da arte paleocristã, 
que eram devidamente encomendados e financiados pelos devotos religiosos 
do cristianismo.
• Os locais e edificações destinados a atividades religiosas do politeísmo 
romano pouco foram utilizados quando da aceitação do cristianismo, salvo 
as edificações no formato de basílicas que haviam abrigado feiras comerciais e 
reuniões públicas. 
• As catacumbas serviam de locais de refúgio, celebração religiosa e sepultamentos 
aos primeiros cristãos e aos judeus nos tempos de intolerância e perseguição 
religiosa.
• O Império Bizantino atingiu seu auge por volta do século VI, no governo e 
reinado de Justiniano (527-562), quando Constantinopla foi elevada a capital 
política e cultural tanto do Ocidente como do Oriente.
• As principais estruturas que ocorriam no interior das cidades árabes foram o 
centro, o entorno do centro da cidade e bairros em volta do centro. 
• O centro da cidade era composto por uma mesquita, local de expressão do 
poder religioso, econômico e político; palácio ou cidadela, reservado ao poder 
político; mercado para atividades econômicas; hamám, locais para banhos 
públicos; e madrassas, as escolas religiosas.
RESUMO DO TÓPICO 1
24
• Em meio à sociedade bizantina ocorria a questão religiosa da iconoclastia, o 
que por sua vez censurava a produção de imagens por parte da arte, o que fez 
com que os artistas se dedicassem em explorar arabescos decorativos aplicados 
em paredes, ressaltando linhas e cores. 
• No campo da arquitetura as principais construções foram as basílicas, que em 
seu interior apresentam amplas janelas e aberturas revestidas com vitrais e 
mosaicos coloridos, paredes revestidas com mármores, afrescos, colunas com 
capitéis folheados em ouro, seguidos de telhados também em ouro.
25
1 A arte que é identificada como sendo do estilo paleocritão gradualmente 
substituiu e se diferencioudo estilo greco-romano que havia prevalecido ao 
longo da antiguidade clássica. Esta substituição foi responsável por romper 
profundamente com o sentido que havia sido atribuído à arte até então. Com 
relação à função da arte e dos artistas na antiguidade clássica greco-romana e 
na fase paleocristã, analise as sentenças abaixo, atribuindo o seguinte código:
I - Greco-romana.
II - Paleocristã.
( ) A arte preocupou-se em explorar temas e técnicas que expressavam o 
belo, a harmonia, o equilíbrio.
( ) A arte preocupou-se em explorar temas e técnicas que expressavam o 
milagre, o sagrado e o divino.
( ) Os artistas estavam preocupados em experimentar estilos e técnicas 
diferentes que provocassem efeitos de ilusionismo e profundidade.
( ) Os artistas estavam preocupados em refinar ainda mais as técnicas e obter 
obras que causassem forte comoção no interior das igrejas.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I; II; I; II.
b) ( ) II; I; II; I.
c) ( ) I; I; II; II.
d) ( ) II; II; I; I.
2 Os primeiros cristãos não tinham o direito de praticar e confessar sua 
religiosidade publicamente, pois isso contrariava a religião oficial do antigo 
Império Romano, e para tanto edificaram catacumbas. Com relação aos 
primeiros espaços ocupados e utilizados para as celebrações dos primeiros 
cristãos, assinale com V para as verdadeiras e F para as falsas:
( ) No interior das catacumbas é possível encontrar criptas decoradas com 
afrescos e cubículos pertencentes a uma determinada família.
( ) As catacumbas foram inventadas pelos primeiros cristãos como forma 
de se protegerem e refugiarem das perseguições que sofriam em meio à 
sociedade da época.
( ) As regiões em que ocorria tufo, uma espécie de rocha vulcânica, eram 
preferidas para a escavação das catacumbas.
( ) Os judeus que residiam em Roma também se refugiaram e faziam suas 
celebrações religiosas no interior das catacumbas.
AUTOATIVIDADE
26
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V; V; F; F.
b) ( ) F; F; V; V.
c) ( ) V; F; V; V.
d) ( ) F; V; F; V.
3 A arte e a arquitetura bizantina, além dos aspectos peculiares como as 
restrições religiosas, apresentaram elementos exóticos e de ampla riqueza 
se comparados aos produzidos pela civilização ocidental. Diante disso, 
disserte sobre os aspectos que se destacam e que são mais expressivos em 
termos de artes e arquitetura daquela tradição.
27
TÓPICO 2
ELEMENTOS DA ARTE E A ARQUITETURA 
PRÉ-ROMÂNICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, o período pré-românico diz respeito à arte e arquitetura 
que pertenceram aos séculos V ao IX d.C. O estilo pré-românico de arte e 
arquitetura sucedeu à hegemonia que o mundo greco-romano havia exercido e 
antecedeu a arte românica, quando os valores e preocupações cristãos passaram 
a prevalecer. 
Trata-se da arte e da arquitetura que transcorreram a partir da decadência 
da antiguidade clássica e do fim do Império Romano, o que é chamado pelos 
estudiosos como antiguidade clássica tardia e o início da Dinastia Merovíngia 
(do século V ao VIII nas regiões da Gália), conhecida também como época da Alta 
Idade Média, pode-se dizer que se alastrou por toda a Europa e não foi localizada 
em alguma outra região do mundo.
No interior do estilo de arte e arquitetura pré-românica coexistem e 
integram-se elementos das tradições artísticas dos povos imigrantes do norte da 
Europa e da população que se encontrava já radicada nas regiões mais centrais 
da Europa, isso quer dizer que se emaranham elementos das culturas pagãs e da 
tradição cristã primitiva, no sentido de enriquecimento e legitimação da segunda 
diante da primeira.
2 O CONTEXTO HISTÓRICO
Foi um momento histórico marcado por fortes migrações, invasões 
e períodos de guerras (as Cruzadas) que transcorreram desde a queda das 
civilizações antigas da Mesopotâmia, Egito, Grécia e a queda do Império Romano, 
e em contrapartida presenciou a ascensão de países da Europa, como França, 
Inglaterra, Holanda, Espanha, Portugal, Itália, entre outros. 
A partir do século IV passaram a ocorrer ondas de imigração dos povos 
bárbaros, ou seja, povos que não falavam a língua latina, língua oficial nas regiões 
centrais da Europa. Tais invasões foram muito temidas, devido às notícias que 
circulavam em meio aos povoados e cidades da época. Os relatos informavam 
sobre práticas de invasão, saque, pilhagem e destruição. 
UNIDADE 1 | PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
28
Dentre os povos que migravam encontravam-se os francos, godos, 
ostrogodos, burgúndios, visigodos, suevos, lombardos, anglos, saxões, vândalos. 
Foi um período de baixas nas condições de vida urbana, a fome e as doenças 
reduziram a população significativamente. Duby (1994) descreve que a sociedade 
da Idade Média se resumia a três ordens: os que rezavam, os que guerreavam/
caçavam e os que trabalhavam.
Dentre os que rezavam estava o clero, formado pelos membros da Igreja: 
padres, cardeais, diáconos, árcades, bispos, arcebispos e o papa. Dentre os que 
guerreavam encontravam-se a nobreza e cavaleiros, formados por príncipes, 
marqueses, duques, arquiduques, condes, viscondes, barões. Os que caçavam 
eram os nobres e cavaleiros, a caça poderia se estender por meses, os principais 
alvos eram javalis, coelhos, raposas e alces. 
Dentre os que trabalhavam estavam camponeses, servos e vilões. As 
profissões da época relacionavam-se principalmente a atividades agrícolas, tais 
como: camponês, lavrador, jardineiros, moleiro, sapateiro, padeiro, ferreiro, 
costureiro, cavaleiro, capelão; sacerdote, artesãos, bruxas, feiticeiros, entre outros. 
Por muito tempo este período da história foi definido como o princípio 
da Idade das Trevas, como sendo um período de obscurantismo, baixa produção 
artística, cultural e econômica, mas não se pode generalizar e desconsiderar o que 
religiosos procuraram guardar e preservar em termos de conhecimento e arte no 
interior de mosteiros e conventos. 
2.1 A CIDADE MEDIEVAL
Nas cidades residia o menor número da população e muitas delas 
haviam deixado de oferecer serviços públicos e atividades comerciais. As antigas 
edificações, como termas, teatros, fóruns, foram transformadas em fortalezas de 
proteção diante das ondas de invasões, e se encontravam em péssimas condições 
de higiene e saúde pública. A paisagem mais típica era a de ruas irregulares, 
esgotos a céu aberto, o que por sua vez tornava as condições ideais à proliferação 
de doenças e epidemias.
A maior parte da população encontrava-se nas áreas rurais da região 
central da Europa e lá passam a existir as bases fundamentais ao feudalismo. A 
sociedade, em sua grande parte, se ruralizou e passou a organizar a produção 
no sentido de se autossustentar, laços de confiança e espírito de comunidade 
se estruturam, a noção de liberdade é modificada em prol da segurança e as 
mentalidades dos indivíduos foram fortemente influenciadas pela tradição 
religiosa cristã católica.
 Benevolo (2005) explica que as terras no campo foram divididas em 
grandes propriedades, com dimensões em média de 5000 hectares, inicialmente 
possuíam as edificações principais, como castelos, abadias e igrejas. Os locais 
TÓPICO 2 | ELEMENTOS DA ARTE E A ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA
29
escolhidos para instalação dessas estruturas foram os que ofereciam maior 
proteção diante de invasões e possíveis saques dos povos que chegavam das 
regiões do norte da Europa, para tanto o alto de colinas e os cursos de rios mais 
afastados foram os locais mais procurados.
Outras instalações faziam parte destas propriedades, tais como: pontes, 
celeiros, estábulos, moinhos d´água e de vento, casa do ferreiro, forno, espaços de 
terra reservados a aldeias, terra de cultivo e de pousio (reservada), jardins, pomar, 
pântano, bosques, pradarias, floresta.
Benevolo (2005) explica que não havia muita preocupação no planejamento, 
as edificaçõeseram providenciadas conforme a necessidade e o número de 
população que se instalava em meio a um feudo. As edificações procuravam se 
valer das condições naturais, das ruínas e monumentos antigos, adaptar-se às 
irregularidades dos terrenos, contornar enseadas e cursos d´água, a composição 
com a paisagem passava desapercebida. 
DICAS
Caro acadêmico, no sentido de ampliar suas referências com relação à arte pré-
românica e que você consiga se aproximar ainda mais do contexto histórico da época que 
estamos estudando, sugerimos que você assista ao filme O Incrível Exército de Brancaleone. 
O incrível exército de Brancaleone. Mario Monicelli. Itália. 1966. 120min.
FONTE: <https://capadedvd.files.wordpress.com/2009/02/oincrc3advelexc3a9rcitodebrancaleone.
jpg>. Acesso em: 19 jul. 2016.
Além de estudar e conhecer mais sobre a Idade Média, você vai se divertir muito, pois retrata 
um grupo de maltrapilhos liderados por Brancaleone que se reúnem imaginando-se um 
grande e nobre grupo de cavaleiros medievais que partem em busca de aventuras em meio 
à Itália medieval acometida pela miséria, pobreza e peste negra. Boa sessão de cinema!
UNIDADE 1 | PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
30
3 A ESCULTURA E A PINTURA PRÉ-ROMÂNICA
No período pré-românico os ecos do antigo Império Romano já eram 
pouco expressivos e em meio aos escombros surgia uma nova forma de vida, 
agora sediada numa espécie de cidade celestial, livre dos infortúnios dos deuses do 
panteão politeísta e em comunhão com os santos. 
Foi a partir do século IV que ocorreu o choque e o sincretismo entre 
as tradições clássicas das regiões centrais da Europa e as tradições autóctones 
(regionais, locais, comunitárias) do norte da Europa, e que foi responsável por 
gerar algo novo e diferente em toda tradição da cultura ocidental.
Em meio aos grupos que haviam migrado das regiões ao norte da Europa 
existia a tradição da escultura em madeira e fundição de minérios. As esculturas 
lançavam mão de modelos que incluíam figuras como aves e dragões tramadas 
e unidas em um feitio só. O resultado desse contexto todo foi a fusão da arte 
mediterrânea, cristã e germânica.
FIGURA 16 - ESCULTURA EM ESTILO VIKING
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/310396599293946414/>. Acesso em: 16 jul. 2016.
É comum encontrar exemplares dessa forma de arte expressos em trenós 
e navios vikings. As peças sugeriam que também eram utilizadas em rituais e 
magias espirituais, o que por sua vez remontava às formas e expressões artísticas 
de povos como os Moaris, da Nova Zelândia, e das tribos teutônicas primitivas. 
Já em meio aos grupos de maior tradição cristã, a arte pré-românica se 
acentua pela presença de imagens planas, sem texturas e noção tridimensional. 
TÓPICO 2 | ELEMENTOS DA ARTE E A ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA
31
Identifica-se que as técnicas eram restritas, porém, o maior esforço estava em obter 
a maior expressividade por meio de estudos de contrastes de cores e na capacidade 
de as obras despertarem emoção e comoção no observador/contemplador. 
Observe cuidadosamente, desde os pés do santo até o fundo superior, a 
expressividade que a pintura a seguir, de aproximadamente 830 d.C., apresenta.
FIGURA 17 - PINTURA DE SÃO MATEUS
FONTE: <https://hum.hse.ru/announcements/145472638.html>. Acesso em: 16 jul. 2016.
Em comparação à arte herdada do cristianismo primitivo da época 
paleocristã, no período pré-românico ocorrem mudanças significativas. Neste 
momento o cristianismo já era amplamente aceito em meio à população europeia 
e podia ser praticado sem os adeptos sofrerem danos ou perseguição por isso. 
Apresentando algumas diferenças de como foi estudado o caso da 
figura de Jesus Cristo na época paleocristã, agora, em meio à arte pré-românica, 
é possível identificar que ele foi representado como o grande professor e 
depositário dos ensinamentos, o maior exemplo da fé cristã. Observe na figura 
a seguir o afresco ítalo-bizantino.
UNIDADE 1 | PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
32
FIGURA 18 - CRISTO EM MAJESTADE. MOSTEIRO DE SANT’ANGELO, FORMIS - ITÁLIA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_europeia_(da_Pr%C3%A9-Hist%C3%B3ria_%C3%A0_
Idade_M%C3%A9dia)#/media/File:Italo-Byzantinischer_Meister_001.jpg>. Acesso em: 19 jul. 2016.
Na imagem acima Jesus Cristo é apresentado como o rei dos reis, numa 
grandiosidade semelhante à que Zeus e Júpiter haviam desfrutado. Essa imagem 
seguiu com tamanha força e poder, inquestionável e inabalável, até o final da 
Idade Média. 
A ourivesaria e o uso das iluminuras também tiveram relevante destaque 
nesse período. A ourivesaria, em especial, foi aperfeiçoada com os povos oriundos 
do norte da Europa e destinou-se a elaborar joias, castiçais, relicários, cruzes, 
estatuetas, entre outras esculturas da temática religiosa. 
As iluminuras consistiam em imagens e figuras decorativas que foram 
incluídas em manuscritos bíblicos e pergaminhos medievais, foram produzidas 
por monges copistas no interior de mosteiros e abadias e conferiam aspecto 
decorativo e nobre aos documentos religiosos.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS DA ARTE E A ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA
33
UNI
O que é ourivesaria? É a atividade de elaboração de jóias, acessórios e 
ornamentos a partir de pedras preciosas (ouro, prata, diamante). Trata-se de uma atividade 
que remonta às sociedades de 2000 anos antes de Cristo, aproximadamente. Ourives é a 
profissão de quem trabalha com ourivesaria.
As iluminuras consistiam em imagens e figuras decorativas que foram 
incluídas em manuscritos bíblicos e pergaminhos medievais, foram produzidas 
por monges copistas no interior de mosteiros e abadias e conferiam aspecto 
decorativo e nobre aos documentos religiosos.
FIGURA 19 - ILUMINURAS MEDIEVAIS
FONTE: <http://historiadocarmelo.blogspot.com.br/p/iluminuras-carmelitas-madievais.html>. 
Acesso em: 17 jul. 2016.
4 A ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA
Pouco se sabe e pouco ainda resta sobre a arte do período histórico que 
transcorreu entre a queda do Império Romano e o surgimento da Idade Média. 
As edificações deste período foram muito acometidas pelos processos naturais 
de erosão e os processos históricos de migrações e guerras.
Segundo Gombrich (2012), monges e missionários celtas e saxões foram 
responsáveis por transpor os padrões e técnicas de sua população (madeira) 
UNIDADE 1 | PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
34
à tradição cristã (pedra), o que por sua vez foi responsável por fazer surgir 
igrejas e campanários em pedra, o que resultou em edificações em estruturas 
cuja armação em pedra imitava os modelos feitos em madeira.
Era uma arquitetura destinada a consolidar e legitimar o poder da 
Igreja Católica tanto na esfera temporal terrena como religiosa e espiritual. A 
igreja, muitas vezes, foi a única edificação em pedra de toda uma comunidade, 
e o campanário que ela comportava servia de referência aos moradores da 
comunidade como aos que chegavam de outros lugares. Observe a imagem da 
planta da Igreja de San Julian de Prados, edificada por volta do século IX.
FIGURA 20 - PLANTA BAIXA DA IGREJA DE SÃO JOÃO DE PRADOS
FONTE: <http://es.slideshare.net/MusaClio1985/tema-4-el-arte-asturiano>. Acesso em: 7 ago. 
2016.
Agora observe a imagem externa da planta edificada.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS DA ARTE E A ARQUITETURA PRÉ-ROMÂNICA
35
FIGURA 21 - IGREJA DE SAN JULIÁN DE PRADOS - ESPANHA
FONTE: <http://listas.20minutos.es/lista/lo-mejor-de-oviedo-285836/>. Acesso em: 16 jul. 2016.
O plano fundamental das igrejas e mosteiros do estilo pré-românico 
remonta às primeiras igrejas e basílicas que os primeiros cristãos romanos haviam 
edificado, cuja estrutura era a de uma nave central, um coro e duas ou quatro naves 
colaterais; o que por sua vez lhes conferia um aspecto mais rústico, nãodispunham 
de muitas ou amplas aberturas, a passagem de luz natural era pouco aproveitada; 
aos poucos os arquitetos ousaram e incluíram uma galeria transversal, denominada 
de transepto, o que atribuiu os primeiros sinais de diferenciação nas edificações; a 
edificação das igrejas demandava muitos anos de trabalho. 
DICAS
OS CANTOS GREGORIANOS
As igrejas e mosteiros, por meio de sua edificação e arquitetura, favoreciam que o interior 
se tornasse um espaço de acústica privilegiada. No interior de igrejas e mosteiros, além das 
celebrações religiosas e das atividades dos monges copistas, desenvolveu-se a arte musical 
do canto gregoriano, caracterizado por ser em voz monofônica, ou seja, em uma só melodia. 
A origem destes cantos remonta à declamação de salmos judaicos, e ao longo da Idade 
Média foram utilizados em meio à liturgia católica romana. Estudos mais atuais defendem 
que a frequência e ressonância alcançada por esta modalidade de canto possui propriedades 
medicinais.
Para se apropriar desta forma de canto e música, acesse a sugestão feita a seguir.
Vozes da tranquilidade (Voices of Tranquility). Coro Gregoriano da Abadia de Grimbergen, 
Bélgica, conduzido por Geroen van Boesschoten.
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=D6Y2e4CXg8s>. Acesso em: 17 jul. 2016.
36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
• O período pré-românico diz respeito aos primeiros séculos da Idade Média, que 
foram marcados por baixa concentração da população nos espaços urbanos, 
que em contrapartida buscava cada vez mais se ruralizar.
• Foi uma época marcada com fortes movimentos de migração que partiam do 
norte da Europa e rumavam às regiões centrais, nas quais formam-se reinos que 
depois originaram os países como a França, a Inglaterra, Espanha, Portugal, 
Holanda, entre outros.
• As estruturas edificadas que ainda subsistiam dos antigos moldes romanos 
foram utilizadas para base de proteção e fortificação diante das ameaças de 
invasões, saques e pilhagens que poderiam ocorrer com a chegada dos povos 
do norte da Europa. 
• As artes e a arquitetura deste período, além de atender às necessidades religiosas, 
foram responsáveis por reunir elementos tanto da tradição romana quanto dos 
grupos chamados bárbaros, o que por sua vez permitiu a implementação de 
técnicas que combinavam materiais como a pedra e a madeira. 
• Na arquitetura da época pré-românica se destacaram as edificações de igrejas, 
basílicas, mosteiros, campanários, que receberam decorações em seus interiores 
com pinturas que apresentavam a figura de Jesus Cristo em destaque.
37
1 Os povos bárbaros, que migravam das regiões do norte às regiões centrais 
da Europa, são indicados como um dos fatores responsáveis no processo 
de desagregação do Império Romano do Ocidente e de origem da Idade 
Média. Com relação aos povos bárbaros é correto afirmar que: 
I - Foi por volta dos séculos IV e V que estes povos iniciaram os processos 
de migração e transferências dos reinos.
II - A expressão “bárbaros” foi utilizada pelos romanos para designar as 
populações que habitavam as regiões além da fronteira do Império 
Romano e aos que não falavam latim. 
III- São exemplos de povos bárbaros os visigodos, vândalos, suevos, 
ostrogodos, francos, burgúndios e anglo-saxões. 
IV- Os povos bárbaros apresentavam governos centralizados e grandes 
estruturas militares e com isso conseguiram dominar os povos romanos.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
2 Construa um texto explicando como se encontrava distribuída a população 
e as principais atividades econômicas da época pré-românica:
AUTOATIVIDADE
38
39
TÓPICO 3
ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA ROMÂNICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Segundo Cole (2013), a arte e arquitetura românica, ou romanesca, como 
também é chamada, é oriunda do estilo paleocristão e pré-românico e, quando 
consolidada, proporcionou as condições favoráveis para que a arte e arquitetura 
gótica a sucedesse. 
Gombrich (2012), quando analisa os diferentes estilos artísticos que 
prevaleceram ao longo da sociedade, explica que os egípcios foram responsáveis 
por expressar e representar o que sabiam que existia, os gregos eram capazes de 
ver, já os medievos expressavam o que sentiam.
Logo, interpreta-se que estava longe dos artistas e arquitetos ousarem em 
fazer obras semelhantes ou que imitavam a natureza, que fossem harmônicas e 
belas; antes, queriam evidenciar elementos do poderio da Igreja, a fé e o universo 
sagrado religioso, portanto, nas obras deste período nada deveria desviar a 
atenção, sugerir dúvidas, especulações e confundir a mensagem religiosa que 
desejam transmitir. 
Foi a partir do século VII que a arquitetura românica passou a se 
configurar como um modelo e estilo hegemônico. A abordagem dessa arte já não 
se identificava com o estilo greco-romano da antiguidade, mas não é possível 
dizer que não devesse nada a essa, entende-se que a arte desse período trilha uma 
espécie de síntese e continuidade.
O estilo românico ficou expresso na arquitetura, na tapeçaria, na escultura, 
na pintura, em iluminuras, mas nem todos os registros ultrapassaram as provas 
de resistência do tempo e das circunstâncias históricas, muitas destas obras não 
existem mais fisicamente, mas mesmo diante da escassez de fontes e referências é 
possível compreender no que consistia este estilo artístico e arquitetônico.
40
UNIDADE 1 | PRINCIPAIS ELEMENTOS DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO DO ESTILO PALEOCRISTÃO, BIZANTINO, 
PRÉ-ROMÂNICO E ROMÂNICO
3 A CIDADE MEDIEVAL MURADA
As cidades muradas/muralhas representavam soluções diante dos 
possíveis ataques súbitos feitos por estrangeiros. Registravam-se edificações 
de muralhas até ao redor de mosteiros e conventos. As muralhas destinavam-
se a salvaguardar uma determinada edificação religiosa ou de algum grande 
proprietário de terras. 
As muralhas que a cidade do Porto recebeu em diferentes momentos da 
história, por exemplo, nos séculos III, IV, IX e XII, a linha escura no interior da 
demarcação da grande muralha de porta e postigos, diz respeito aos espaços 
murados ainda antes do século XIV. Observe a figura a seguir:
2 O CONTEXTO HISTÓRICO
O momento de solidez e ampla aceitação do estilo românico é 
identificado entre os séculos VII e XI. Mumford (2008) descreve que nesse 
período a vida desceu a um nível de subsistência; por nada mais que a 
segurança do corpo, o homem dava-se por satisfeito e colocava-se sob a 
proteção de algum senhor feudal. 
O estilo de arte e arquitetura românico pôde se desenvolver quando já 
instalado um estado ideal de condições no cenário político, econômico e social, 
ou seja, quando as ondas de migração haviam se estabilizado, a ocupação 
das terras já rendia grandes safras de alimentos, a vida urbana estava sendo 
retomada, e a devoção religiosa encontrava-se em alta.
Benevolo (2005) explica que a partir do século X já era perceptível 
o aumento da população, a estabilidade e a integração entre os grupos 
invasores, como os vikings, os húngaros e os árabes; os ganhos em termos de 
produtividade com a invenção de técnicas agrícolas, como a rotação trienal, o 
sistema de tração animal, ampliação do número de moinhos espalhados pela 
Europa e melhoria de navegação em torno do Mediterrâneo.
TÓPICO 3 | ELEMENTOS DA ARTE E ARQUITETURA ROMÂNICA
41
FIGURA 22 - PORTAS E POSTIGOS DA MURALHA DO PORTO NO SÉCULO XIV
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Muralhas_fernandinas_do_Porto#/media/File:Muralhas_
Fernandinas.svg>. Acesso em: 4 ago. 2016.
LEGENDA: 1. Porta Nova ou Nobre (inicialmente de Miragaia); 2. Postigo dos Banhos; 3. Postigo da 
Lingueta; 4. Postigo da Alfândega ou do Terreirinho; 5. Postigo do Carvão (o único ainda existente); 
6. Porta da Ribeira; 7. Postigo do Pelourinho; 8. Postigo da Forca; 9. Postigo da Madeira;

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