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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA O ser humano evolui com o passar dos tempos e, junto com sua percepção visual, consequentemente, muda sua forma de fazer arte. Baseados nessas mudanças é que vamos apresentar informações básicas de maneira mais simples possível, na tentativa de dar-lhe formação para um julgamento estético independente. Existe muita diferença entre ver e ter um olhar sobre a obra-de-arte, embora cada observador possa apreciar ou não o que vê. É muito natural, em nossas vidas, apreciarmos coisas ligadas as nossas lembranças da realidade, pois todos gostamos do “belo” exibido pela natureza e, evidentemente, gostamos das obras que exibem essa beleza. Além de associarmos ao natural, outro fator que nos leva a gostar da obra de arte é o fato de entendermos com facilidade o que o artista representou. O não entendimento ali expresso, muitas vezes, leva-nos a detestá-la. O artista, às vezes, é levado a deformar a aparência daquilo que viu, e nós temos o mau hábito de pensar que as imagens devem ser como aquelas que nos acostumamos a ver. Todos nós somos inclinados a aceitar formas ou cores convencionais como as únicas corretas. Parece-me, então, que há uma discrepância entre “BELEZA” e “EXPRESSÃO”. O artista é capaz de ver o que dificilmente notaríamos e cabe a ele equilibrar e distribuir, até tudo parecer “certo” independente do nosso gosto. Portanto, devemos procurar assumir atitudes menos preconceituosas ao observarmos obras; aprender, a cada instante, saber olhar. Rita de Cássia Bolzan Pion Juliana Maria Pavan PROGRAMA DA DISCIPLINA EMENTA – Panorama analítico da evolução do conceito de arte em um contexto histórico e cultural. Origens da Arte. Primeiros registros de manifestações artísticas. Arte Egípcia, Grécia. Arte etrusca e romana. OBJETIVOS: Reconhecer a arte como área do conhecimento autêntico e autônomo, respeitando o contexto sócio-cultural em que está inserida; Apreciar a arte nas suas diversas formas de manifestação, considerando-a elemento fundamental da estrutura da sociedade. Respeitar as diversas manifestações artísticas em suas múltiplas funções, identificando, relacionando e compreendendo a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas.; Proporcionar vivências significativas em arte, para que o aluno possa realizar produções individuais e coletivas. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Povos Pré-históricos e Primitivos; Povos Germânicos; Arte Mesopotâmica; Arte Egípcia; Arte Grega; Arte Etrusca; Arte Romana; Arte Paleocristã; Arte Bizantina; Arte Islâmica; Arte Pré-Colombiana METODOLOGIA: Dado o fato de essa disciplina ser oferecida na modalidade a distância (EAD), incentiva-se o estudo autônomo, orientado pelo professor de maneira assíncrona, privilegiando-se a aplicação prática dos pressupostos teóricos desenvolvidos, com vistas à formação de um leitor de arte crítico e reflexivo. AVALIAÇÃO: No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço pré- determinados, diferentemente, a avaliação a distância permite que o aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a necessidade de estabelecimento de prazos. A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 1) Trabalhos individuais avaliativos realizados no AVA; 2) Provas individuais semestrais realizadas presencialmente; As estratégias de recuperação incluirão: 1) Retomada eventual dos conteúdos abordados nos módulos, quando não satisfatoriamente dominados pelo aluno; BIBLIOGRAFIA BÁSICA GOMBRICH, E.H. A História da Arte. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1993. OSTROWER, Fayga. Universos da Arte. Rio de janeiro: Campus, 1987. PROENÇA, GRACA. História da Arte. São Paulo, Ática, 1997. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CAROL STRECKLAND, PH.D. Arte Comentada. Rio de Janeiro: Sindicato Nacional dos Editores de Livros, 1999. VENEZIA, MIKE. Coleção Mestres das Artes. São Paulo: Moderna, 1997. COHN, SÉRGIO. (ORG.). Ensaios Fundamentais: Artes Plásticas. São Paulo, Azague, 2010. FARTHIG, STEPHEN, CORK, RICHARD. Tudo sobre Arte – Os Movimentos e as Obras Mais Importantes de todos os tempos. Rio de Janeiro, Sextant, 2011. GRAHM-DIXON, ANDREW. Arte O Guia Visual Definitivo da Arte –– Da Pré-História ao século XXI – São Paulo, Publifolha, 2011. SUMÁRIO UNIDADE 01 - POVOS PRÉ-HISTÓRICOS E PRIMITIVOS ................................................................ 5 UNIDADE 02 – ARTE DOS POVOS GERMÂNICOS .......................................................................... 9 UNIDADE 03 - A ARTE MESOPOTÂMICA E A ARTE EGÍPCIA ...................................................... 13 UNIDADE 04 - A ARTE GREGA ....................................................................................................... 19 UNIDADE 05 – A ARTE ETRUSCA ................................................................................................... 27 UNIDADE 06 - A ARTE ROMANA ................................................................................................... 32 UNIDADE 07 – A ARTE PALEOCRISTÃ ........................................................................................... 37 UNIDADE 08 - A ARTE BIZANTINA ................................................................................................ 42 UNIDADE 09 – A ARTE ISLÂMICA .................................................................................................. 47 UNIDADE 10 – ARTE PRÉ-COLOMBIANA ...................................................................................... 52 5 UNIDADE 1 - POVOS PRÉ-HISTÓRICOS E PRIMITIVOS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Conhecer o conceito de Pré-História e sua diferenciação de História; Compreender a diversidade dos grupos Pré-Históricos; Explicar as formas de arte no Paleolítico e Neolítico Prezado aluno, iniciamos nosso estudo, afirmando que uma das marcas do ser humano no planeta é a necessidade que tem de registrar os fatos. Por esse motivo, podemos associar, genericamente, as várias faces da Pré-história com alguns tipos característicos de arte. A HISTÓRIA apoia-se, basicamente, em documentos escritos. Mas, já existia o homem na face da terra anteriormente à escrita. Todo esse período anterior à invenção da escrita chama-se PRÉ-HISTÓRIA. Obviamente, encontramos nesse período sem escrita muitas dificuldades ao estudo, sendo reconhecido apenas através de restos humanos, utensílios de pedra, ossos, cerâmicas e metais. ESTUDANDO E REFLETINDO VENUS DE WILLENDORF 6 No período Paleolítico Superior (30.000 a 18.0000 a.C.), tudo que encontramos até agora está longe de serem belas. São as chamadas Vênus, com seios enormes, ancas largas e pouca preocupação com o rosto, pernas e braços, o que nos leva a acreditar em formas ligadas ao culto da fertilidade. Elas eram feitas em pedra ou marfim, em tamanhos pequenos, podendo ser transportadas com facilidade. PINTURA RUPESTRE – Gruta de Lascaux / França Nesse período também encontramos esse tipo de pintura em paredes de rochas a céu aberto ou cavernas. Podemos imaginar que não foram feitas apenas para apreciação, mas faziam parte de um ritual mágico, para obter uma boa caça. São lugares repletos de símbolos e desenhos estilizados de cavalos, bisões, veados e mamutes, nas mais variadas atitudes. As obras mais importantes encontram-se nas grutas de Altamira (norte da Espanha) e nas de Lascaux (região franco-cantábrica de Dordogne), onde o artista pôde soltar todo seu potencial artístico e deixar registrado os testemunhos mais antigos da humanidadee que permitem deduzir o estilo de vida deste homem, seus hábitos de caça e de agricultura. 7 Há pouco conhecimento da cerâmica nesse período, uma vez que o material utilizado era muito frágil e se perdeu. O único conhecimento que obtivemos é uma forte preocupação com motivos geométricos e com a simetria. O que se destaca, no período Neolítico, são os monumentos “MEGALÍTICOS”, que são blocos de pedra com enormes dimensões; raramente inferiores a 4 metros de altura, com peso de, no mínimo, 10 toneladas. Dolmens e Menires de Stonehenge, na Inglaterra Podemos perguntar o que levaria o homem a carregar por quilômetros blocos de pedra, organizá-los em fileiras, círculos ou erguê-los na forma de gigantescas mesas? Acreditamos que, provavelmente, ele deve ter sido motivado pela religião. Vamos conhecer alguns monumentos: MENIRES são grandes blocos fincados verticalmente no chão; DOLMENS - dois Menires sobre os quais repousa horizontalmente uma terceira pedra; e CROMLECHS - são Menires dispostos em círculo, normalmente em torno de um ou mais Dolmens. 8 Encontramos esses monumentos Megalíticos espalhadas por toda a Europa Ocidental, principalmente na Grã-Bretanha, na França e Espanha e o mais importante é o famoso Cromlech de Stonehenge (Grã-Bretanha), levantada em honra ao Sol. BUSCANDO CONHECIMENTO Desde a Pré-história, o homem já fazia arte. Apenas a compreensão e a finalidade do fazer artístico é que eram diferentes dos dias de hoje. Ele tinha sempre um objetivo, um fim qualquer, uma utilidade, além do próprio produto artístico, que poderia ser místico- religiosa, decorativo, como forma de lazer/entretenimento, educação, mas sempre com alguma finalidade, como um utensílio. Portanto, as pinturas e esculturas, do passado, tinham sempre uma função definida. Para entendermos a arte desse período, é necessário conhecermos os propósitos a que tinham de servir. É evidente que ninguém iria até as mais inacessíveis cavernas apenas para decorá-las, mas, sim, acreditando em imagens como algo poderoso; pintando um animal ou cena de caçada, o homem poderia obter um poder mágico que facilitaria a caça, embora isso seja apenas uma hipótese. O certo é que, desde os tempos mais remotos, o homem apresenta um senso estético, um sentido do belo, mesmo quando não possuía plena consciência disso, ao lado da capacidade de representação simbólica da realidade. Portanto, a arte da pré-história, retrata a sociedade e seu modo de vida, com suas características estéticas e seus códigos de representação da realidade. 9 UNIDADE 2 – ARTE DOS POVOS GERMÂNICOS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Conhecer a arte e cultura dos povos do norte da Europa ESTUDANDO E REFLETINDO Arte dos povos germânicos ou arte bárbara refere-se à arte dos povos também conhecidos como bárbaros (mongóis, vândalos, alanos, francos, germânicos, suecos e outros), que após a queda do Império Romano, dominaram a Europa. Esses povos nômades com seus próprios traços culturais, rapidamente assimilaram a cultura e a religião dos povos conquistados, originando através dessa mistura, uma arte diferente, que será a origem da arte européia dos séculos VIII e IX: o estilo românico. Par de broches em forma de águia - Visigodos A arte germânica teve grande influência da civilização celta, adquirindo um estilo animalista (figuras de animais), entrelaçadas com figuras abstratas e orgânicas. Os artesãos bárbaros tinham grandes habilidades manuais para a ourivesaria, fundição e moldagem de metais, onde fabricavam armas, joias e objetos de decoração. BUSCANDO O CONHECIMENTO Arquitetura Os povos germânicos não possuíam uma identidade arquitetônica e por isso se apropriaram das formas da Antiguidade tardia e da Bizantina, às quais acrescentaram alguns elementos próprios. Na França, adotaram em suas construções, salas retangulares https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1rbaros https://pt.wikipedia.org/wiki/Mong%C3%B3is https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A2ndalos https://pt.wikipedia.org/wiki/Alanos https://pt.wikipedia.org/wiki/Francos https://pt.wikipedia.org/wiki/Germ%C3%A2nicos https://pt.wikipedia.org/wiki/Suecos https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romano https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Visigothic_-_Pair_of_Eagle_Fibula_-_Walters_54421,_54422_-_Group.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Visigothic_-_Pair_of_Eagle_Fibula_-_Walters_54421,_54422_-_Group.jpg 10 de três naves e abside semicircular, com caixilhos de madeira para as igrejas e cúpula para os batistérios. Algumas plantas enriqueceram a distribuição espacial com o acréscimo de uma galeria. Na Itália, levantaram edifícios mais representativos e ricamente decorados com mosaicos, nos quais combinaram as formas bizantinas com as romanas. Na Espanha, recuperaram os edifícios romanos, incorporando a planta em forma de cruz latina, com naves de alturas diferentes e decoradas com relevos e frisos. As construções do norte são verdadeiras fortalezas de pedra, pois estavam inseridas em um período de constantes brigas territoriais. Os castelos medievais, muito presentes na caracterização cinematográfica, são muito comum nesse período. As igrejas também apresentam características próximas às dos castelos. Igreja de San Pedro de la Nave. Zamora, Espanha. http://fotos.sapo.pt/phHDSYyfwwr0C058RGdh 11 Escultura A escultura é um dos maiores destaques dos povos germânicos. O trabalho com metais nobres e pedras preciosas, conhecido como ourivesaria, é onde encontramos os maiores exemplos. Os pequenos e ricos trabalhos de ourivesaria são explicados pelo fato de serem um povo nômade e não conseguirem carregar muito peso e volume. Sendo assim, produziam pequenas esculturas, fáceis de carregar. Os bárbaros, no geral, também eram muito bons em fundição de metal, atividade que era importante, pois estavam constantemente em guerra. Somente quando esses povos fixaram residência, é que suas esculturas concentraram na decoração de igrejas. A escultura em pedra foi destinada à decoração de igrejas, na forma de relevos planos, capitéis e sarcófagos, seguindo o estilo do Império Romano. Na Península Ibérica, a fusão de culturas (fenícios, celtas, visigodos, ibéricos, gregos e romanos), deixou importantes amostras de escultura, como os Touros de Guisando. Touro de Guisando. Ávila, Espanha. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwio9vy8uercAhWGk5AKHcGMDeoQjRx6BAgBEAU&url=https://pixabay.com/pt/touros-guisando-avila-escultura-681251/&psig=AOvVaw0uqab2aOQ1o5KUmMrfSVIa&ust=1534264099945948 12 Pintura Os povos germânicos não apresentaram grande expressividade na pintura. No interior das igrejas não era comum a utilização das pinturas, mas sim de mosaicos e esculturas em relevo. Porém, foi através deles que surgiu uma técnica de pintura que é utilizada até os dias de hoje, a Iluminura. Iluminura é a arte de ilustração dos livros antigos, manuscritos, preparada a mão, em geral destinada a ornamentar as primeiras letras de uma página, que ocupavam boa parte do espaço destinado ao texto. Os motivos das pinturas eram folhas, cipós, ramos, florais. Por vezes, a pintura margeava toda a página. Na figura abaixo, podemos ver uma página do Livro de Kells - também conhecido como “Grande Evangelho de São Columbano”, que é um manuscrito ilustrado com motivos ornamentais, feito por monges celtas, por volta do ano 800 d.C., no estilo conhecido por Arte Insular ou Arte hiberno-saxónica (estilo de arte produzido após o Império Romano, nas Ilhas Britânicas). Página do Livro de Kells 13 UNIDADE 3 - A ARTE MESOPOTÂMICAE A ARTE EGÍPCIA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Explicar as diferenças entre os povos da antiguidade; relacionar a arte e a guerra; relacionar a arte egípcia e a religiosidade ESTUDANDO E REFLETINDO Vamos estudar a cidade considerada o “berço da arte e da arquitetura antigas”, bem como o local dos Jardins suspensos e da Torre de Babel. A magnífica Torre de Babel foi considerada por autores bíblicos como uma forma arrogante de o homem tentar chegar ao céu, pois a mesma possuía 90 metros de altura. Encontramos lá, também, “Os Jardins Suspensos”, considerados uma das sete maravilhas do mundo e o Jardim do Éden. Os sumérios, que foram os primeiros habitantes dessa região, aprenderam a dominar as técnicas de irrigação, criando, assim, um oásis fértil em meio do deserto e que hoje constitui o Iraque. Criaram a cidade-estado, a religião formal, a escrita, a matemática, as leis e muito da arquitetura. É muito importante sabermos sobre a região geográfica ocupada pela Mesopotâmia, para entendermos melhor suas manifestações artísticas. Localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, que atualmente corresponde ao Iraque. Os elementos naturais disponíveis nessa região foram muito bem aproveitadas pelos habitantes, embora muitos desapareceram, devido à facilidade das invasões e aos frágeis materiais utilizados. A figura abaixo refere-se a um “zigurate”, arquitetura característica da região desses povos. As construções eram de tijolos e não em pedras como as pirâmides do Egito; compostas de terraços em vários níveis, cujo acesso se dava por escadarias. 14 Possuíam a forma piramidal, porém em degraus; os zigurates serviam de palácio real, além de serem espaços religiosos, tendo em vista o caráter divino do rei. Nesses locais, funcionava, ainda, um tipo de banco, pois neles ficavam armazenados os grãos a serem emprestados aos camponeses. Escadaria do Zigurate-Sumeriano da cidade de Ur, cuja base é um quadrado de 90 metros Já a escultura dessa região foi esculpida em “baixo-relevo”, ou seja, as figuras sobrelevavam muito pouco o plano que lhes servia de fundo. A Arte Egípcia 15 Agora, você vai conhecer o Egito, um povo da antiguidade, de civilização já bastante complexa, riquíssima em suas realizações culturais e com uma escrita bem estruturada, facilitando assim todo o nosso conhecimento. O aspecto mais significativo desse povo foi a religião, pois acreditavam na sobrevivência depois da morte. As construções de pirâmides é a representatividade mais monumental na arte egípcia, que serviam para abrigar os corpos dos faraós. Inicialmente, eles eram colocados em Mastabas, mas devido aos constantes roubos, trocaram por escavações subterrâneas, denominadas hipogeus. A arquitetura egípcia é muito rica, incluindo, desde esfinges até os templos como os de Luxor e Carnac. ”Os mistérios das esfinges” Mastaba é um túmulo egípcio, era uma capela, com a forma de um tronco de pirâmide (paredes inclinadas em direcção a um topo plano de menores dimensões que a base), cujo comprimento era aproximadamente quatro vezes a sua largura. (Wikepedia) http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%BAmulo http://pt.wikipedia.org/wiki/Egipto http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela http://pt.wikipedia.org/wiki/Tronco http://pt.wikipedia.org/wiki/Pir%C3%A2mide 16 Templo de Amon, Carnac Pensando agora na estatuária e na pintura egípcia, deparamos com a “lei da frontalidade”, onde todas as imagens apareciam com postura rígida, com o corpo sempre de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés vistos de perfil. Observamos uma preocupação muito mais decorativa nessas imagens, onde a liberdade artística foi incentivada e financiada pelos faraós. Citamos como exemplo mais belo, o busto da rainha Nefertiti, cujo nome significa “chegou a bela”. Até hoje, é considerada uma das mulheres mais belas que a arte humana conseguiu perpetuar. Busto da rainha Nefertiti, esposa do faraó Amenófis IV 17 BUSCANDO CONHECIMENTO Notamos que a arte da Mesopotâmia apresentava um caráter mais disciplinado, menos evolutivo e menos dinâmico do que a arte do Egito, embora este país se encontrasse muito mais ligado à agricultura e à economia natural. A arte egípcia era realizada com motivos geométricos, sendo os chefes políticos e os sacerdotes os únicos que podiam exercer qualquer influência sobre a arte. De todos os princípios formais e racionalistas da arte do Oriente Antigo, e, especialmente, da arte egípcia, o mais saliente e o mais característico é o da “frontalidade”, que consiste em representar toda a superfície da caixa torácica do homem voltada para o observador. Além da “frontalidade”, na arte egípcia, destaca-se a regra de que as pernas e o rosto da figura devem ser desenhadas de perfil. Esta regra era observada com o maior rigor. O Egito tornou-se não só um país florescente do ponto de vista material e cultural, mas adquiriu uma visão mais ampla. A arte egípcia não se limitou a arrastar os países marginais do Mediterrâneo e de todo o Oriente Próximo para a sua esfera de influência; 18 adotou também sugestões de todas as partes e descobriu que existia todo um mundo para lá das suas fronteiras e das suas convenções tradicionais. Cabe aqui, outra sugestão de trabalho prático sobre a civilização egípcia: Utilizando-se da técnica de colagem, fazer uma montagem, com figuras humanas de revistas, seguindo as normas da Lei da “Frontalidade”. Os alunos aqui conseguem fazer trabalhos cômicos, o que desperta o interesse e prontidão desses alunos. 19 UNIDADE 4 - A ARTE GREGA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Perceber a importância da cultura grega para a formação do mundo ,contemporâneo; Detalhar as características da arte grega; destacar as diversas manifestações artísticas grega. ESTUDANDO E REFLETINDO Vamos estudar uma civilização totalmente antropocêntrica, ou seja, uma civilização que considerava o homem como o centro do universo sendo-lhe, por isso, destinadas todas as coisas. Ela é diferente do povo do Egito, pois sua arte não vai além-túmulo, mas procura exaltar a beleza e o calor da vida humana, através do equilíbrio, harmonia, ordem, proporção e medida sempre transparente em suas obras. Os artistas dessa região não se limitavam às imposições dos sacerdotes e reis e suas ideias surgiam dos ideais da filosofia racionalista e humanista dominante. Os racionalistas eram indivíduos que pensavam e agiam baseando-se exclusivamente na razão; enquanto que os humanistas assumiam uma atitude antropocêntrica. A arte Grega não estava voltada somente para a estética, mas expressava a vida política dos cidadãos, outra característica marcante é que dificilmente os gregos mostravam rostos e corpos com defeitos, distorcidos ou pouco proporcionais. Ao contrário, a preocupação era atingir a perfeição e o equilíbrio, sendo uma arte totalmente idealista. Conheça agora, os tópicos centrais, de cada uma das modalidades artísticas presente na Grécia. 20 ARQUITETURA Os Templos são as representações mais marcantes na arquitetura grega, destacando-se dentre eles o Parthenon e o Erectheion. Parthenon, o mais célebre dos templos Erectheion, que possuía o Pórtico das Cariátides (o arquiteto substitui as colunas por seis figuras femininas) As construções gregas, apesar de serem enormes, não recebiam multidões, pois os cultos eram sempre realizados na parte externa, limitando-se o acesso apenas aos sacerdotes e onde era colocada a estátua do deus protetor da cidade. 21 Os Gregos construíam sobre uma plataforma de dois ou três degraus, que junto às colunas formavam a parte sustentadora, determinando a ordem arquitetônica. A ordem “Dórica”era o tipo de coluna mais popular e mais pesada; a ordem “Jônica” possuía colunas mais delgadas, com ligeiro estriado; e a “Coríntio” mais ornamentado, na procura de enriquecer a ordem jônica, como veremos a seguir: ESCULTURA A pedra e o mármore foram os materiais mais utilizados na escultura grega. Partindo de uma atitude puramente não representativa, desenvolveram-se formas geométricas para representação de homem e animais, sendo estas com proporções matematicamente regulares. Nas esculturas figurativas, predominam os esquemas ideais do homem nu e da figura feminina vestida, onde o artista, para atingir maior expressão aos movimentos, empregou a técnica do molde oco nas estátuas de bronze. 22 Discóbulo de Miron PINURA E CERÂMICA Encontramos a pintura dos Gregos em peças de cerâmicas, utilizando-se de motivos lineares ou de figuras geometrizadas, notando-se ausência de paisagem. Segundo H. W. Janson e Antony F. Janson (1971), a cerâmica apresentava motivos abstratos, triângulos, formas em xadrez, círculos concêntricos, mas, a partir de 800 a. C. figuras humanas e de animais começaram a aparecer, obedecendo formas geométricas, como se pode observar na imagem ao lado. Cemitério de Dipylon- situado em Atenas apresenta muitos vasos, usados como monumentos dos túmulos. Seu fundo possui orifícios, por meio da qual as oferendas líquidas podiam filtar-se até o morto. Na parte principal, observa-se o morto, ladeado por figuras com braços erguidos em getso de lamentação e um cortjo fúnebre de carruagens e guerreiros a pé. Janson e Janson (1971) Vaso de Dipylon 23 Os temas eram os feitos dos deuses e semideuses e amores olímpicos. Temos também cenas de jogos atléticos, de funerais e de carros de corrida. Observemos a ânfora da direita abaixo. Hércules estrangulando o Leão de Neméia A imagem acima afasta-se das figuras geométricas, são em preto e datam do século VI a.C. Observe em detalhe a luta retratada. Os dois corpos parecem fundidos e evidenciam a luta ferrenha. Há poucos detalhes em cor. Vale dizer que a introdução de heróis era para evidenciar sua grandiosidade. As proporções de um objeto de cerâmica eram calculadas com o mesmo requinte que as do Parthenon, não sendo sua qualidade artística a técnica, mas sim, a forma, o perfil puro e elegante dado a um material. TEATRO As apresentações teatrais eram ao ar livre e a sua origem é grega. Somente homens podiam ser atores e, assim mesmo, utilizando máscaras. 24 Surgiram em Atenas grandes poetas trágicos, como Ésquilo (525 a 456 a.C.), Sófocles (496 a 405 a.C.) e Eurípedes (485 a 406 a.C.). Já os autores cômicos foram bem recebidos em Atenas, destacando-se Aristófanes. Teatro do Santuário de Delfos POESIA O maior representante desse gênero foi Píndaro (518 a 448 a.C.), que celebrou os grandes vencedores dos jogos gregos. FILOSOFIA Classificamos como SOFISTAS os pensadores Gregos, que procuravam os mais variados argumentos para solucionar os problemas práticos que estavam mais intimamente relacionados ao próprio homem. Davam ênfase aos seus argumentos, mesmo que seus resultados fossem falsos. Sócrates, considerado um dos maiores filósofos gregos, buscando, sobretudo, um método de reflexão, contrariou os sofistas. Seu discípulo foi Platão, que considerava como essenciais a sabedoria, a bravura e a justiça. Aristóteles, com base nas ideias de 25 Sócrates e Platão, sistematizou os princípios da lógica, que visava a determinar os processos intelectuais que são a condição geral do conhecimento verdadeiro. BUSCANDO CONHECIMENTO Falaremos aqui a respeito das grandes realizações artísticas, que ficaram conhecidas como as “SETE MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO”. São assim consideradas, não só pelo seu custo, mas também pelo tempo que se demorou na construção. A PRIMEIRA MARAVILHA é formada pelas Muralhas da Babilônia, que inclui a célebre torre de que fala a Bíblia e os belos Jardins suspensos. A SEGUNDA MARAVILHA é o Farol de Alexandria, contendo a forma de pirâmide, embora muito alta, a ponto de não se distinguirem imagens, se as olhassem de cima. A TERCEIRA MARAVILHA é a Estátua sentada de Júpiter, esculpida por Fídias. O artista foi fortemente criticado por fazer uma estátua tão grande. A QUARTA MARAVILHA é o famoso Colosso de Rodes, uma estátua de metal colocada à entrada do porto. Em seu tamanho gigantesco, passava por baixo um navio e um homem mal conseguia abraçar um dos dedos da mão. 26 A QUINTA MARAVILHA é o enorme Templo de Diana, na cidade de Éfeso, erguido sobre um lago, por causa dos terremotos A SEXTA MARAVILHA é o Mausoléu de Ártemis, Cária, na Asia. Conhecido pela grandiosidade e monumentalidade de sua arquitetura. A SÉTIMA MARAVILHA é as Pirâmides do Egito, admiradas por se verem pedras tão altas, de uma só peça, trazidas das montanhas e trabalhadas por homens sem muitos recursos. Como sugestão para atividade, propomos aos alunos sentirem-se arquitetos e, tais quais, projetarem fachadas de casas, prédios, shoppings, etc., tomando por base os princípios dos ensinamentos Gregos. 27 UNIDADE 5 – A ARTE ETRUSCA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Conhecer a arte etrusca; compreender a influência desse povo na cultura romana. ESTUDANDO E REFLETINDO A civilização etrusca surgiu na região da Etrúria, parte central da Itália, atualmente conhecida como Toscana. Nessa região, a Idade do Bronze só chegou ao fim no século VII a.C., quando os gregos primitivos começaram a se estabelecer na costa sul da Itália. Os séculos VII e VIII a.C. foram o auge do poder dos etruscos, que se estendeu por grande parte da Itália Central. Encontramos, nessa unidade, algumas dificuldades para conhecer melhor a arte etrusca, devido a sua escrita não ser decifrada e a maioria dos vestígios serem apenas túmulos, pois as casas e templos eram feitos de madeira e tijolos e não resistiram ao tempo. Os túmulos eram imitação da casa dos vivos, embora construídos em pedra, com o nome de “Hipogeus”. Eles eram totalmente mobiliados e suas paredes decoradas com afrescos representando bailarinos, músicos e outras cenas comuns e alegres da vida humana. Os etruscos também realizavam, realisticamente, estátuas funerárias de bustos de seres humanos em ferro e bronze. Notamos ainda, nas construções desse povo, um conhecimento do arco e da abóbada, os quais não foram utilizados pelos gregos. Esse tipo de construção propiciava espaços internos mais amplos e bem mais estruturados. 28 Como já foi dito no início de texto, pouco conhecemos sobre a arquitetura doméstica etrusca, porém temos muitas informações sobre a sua arquitetura urbana, a qual foi orientada para construções em lugares altos e protegidos e os centros do povoamento eram sempre orientados para os quatro pontos cardeais e cercado por muralhas. Os etruscos nunca constituíram uma nação unificada e por isso, posteriormente perderam sua independência para os romanos. Os romanos adotaram diversos costumes dos etruscos como: roupas, arte, arquitetura, rituais, padrões sociais, etc. Arquitetura Para a construção dos templos os etruscos utilizavam pedra, enquanto que para as moradias utilizavam o adobe, estrutura de madeira e revestimento de argila. Os etruscos desenvolveram importantes técnicas construtivas, como o arco de meio ponto, a abóbada e a cúpula, elementos que também eram utilizados para a construção de pontes. Também construíram canais para drenar as zonas baixas, levantaram muralhas de pedra, mas, sobretudo, se destacaram com a arquitetura dos túmulos. Vale aqui uma explicação mais detalhada do que vem a ser um arco e uma abóbada, sendo o primeiro um elemento estrutural, geralmente, semicircular,usado para servir de suporte a uma abertura. Exige o suporte de paredes, pilares ou colunas nas laterais; enquanto que a abóbada é o telhado ou cobertura em forma de arco, feito geralmente com pedras e tijolos. O arco e a abóbada de tijolo 29 Os etruscos eram bons construtores, mas pouco restou de suas edificações, pois a maioria era em madeira. Entre as que resistiram, por serem de pedra, destacam-se as fundações de muralhas, casas, túmulos e ruas pavimentadas. Réplicas do interior das casas, esses túmulos têm molduras, arcos e abóbadas - estas importadas do Oriente pelos etruscos, que as transmitiram a Roma, depois de aperfeiçoá-las. As construções dos templos religiosos eram feitas com base de pedra, estrutura de madeira e revestimento em barro na arquitrave e beirais, que em grande parte se assemelham simplificadamente às técnicas gregas. Construíram também palácios, edifícios públicos, aquedutos, pontes, esgotos, muralhas e desenvolveram projetos de urbanismo onde a cidade se articulava a partir de um centro, resultado da intersecção das duas vias principais (cardo, sentido norte-sul e decumanos, sentido leste-oeste). Cidade de Bagnoregio. Lácio, Itália. Pintura As pinturas dos túmulos etruscos retratam cenas do cotidiano, mitológicas e ritualísticas, produzidas com elementos semelhantes a pintura grega. A pintura etrusca preserva elementos da pintura grega que pouco conhecemos, comparados às grandes quantidades de pinturas gregas em cerâmicas preservadas até os dias atuais. 30 Algumas pinturas funerárias também apresentam cenas de banquetes, jogos, danças, batalhas, deuses, demônios e gênios, com influências do estilo egípcio, porém, sempre com a presença do estilo grego. Pinturas nos túmulos sustentam a tese de que os jogos de gladiadores, ícones da Roma antiga, nasceram na Etrúria. Encontram-se também imagens de Jogos Olímpicos, algumas com traços de grande violência, como a de um cão que ataca um homem com a cabeça coberta por um saco, o que poderia relacionar a origem dos jogos gladiatórios. Tumba dos Leopardos. Tarquinia, Lácio. Itália. Os túmulos etruscos Os etruscos construíam suas cidades para os vivos, mas principalmente para os mortos. As regiões italianas mais expressivas da arte e arquitetura dos túmulos etruscos estão em Cerveteri, Tarquinia, Veios, Vetulonia e Vulci. Essas cidades possuíam vários cemitérios, cada um vinculado ao seu próprio uso. 31 Esses túmulos, ou tumbas, foram construídos com pedra ou esculpidas diretamente na rocha, materiais resistentes ao tempo. Os túmulos serviam para enterrar os corpos em urnas, após as cremações, cercadas por círculos de pedras, que viriam a se transformar em abóbadas. O culto aos mortos contava com uma escultura em tamanho natural, ou próximo do natural, do morto ou do casal que ali estivesse enterrado. Os túmulos abobadados e escavados nas rochas apresentam as mais belas obras artísticas preservadas dos etruscos. Elas representam a sobrevivência da alma e a necessidade de preservar para o morto os seus bens e as lembranças dos vivos. Esses princípios religiosos se assemelham às tradições egípcias, orientais e helênicas. No interior, aos mortos era garantido um ambiente familiar com os objetos possuídos na vida, ou uma réplica artística dos mesmos. Os túmulos mais suntuosos são réplicas de residências que existiam, proporcionando aos estudiosos uma rica projeção da arquitetura e interiores etruscos. Podemos observar colunas, pilares, capitéis, vigas, mobiliários e instrumentos de pedra e de diversas texturas e materiais. Os cemitérios eram geralmente situados fora dos muros da cidade, ao longo das vias de acesso, outra influência à civilização romana. O tamanho dos túmulos e suas divisões em câmaras era proporcional à riqueza da família. Tumba dos Relevos, Cerveteri. Lácio, Itália. 32 UNIDADE 6 - A ARTE ROMANA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Conhecer como os romanos eram grandes construtores; Perceber a importância da arquitetura, escultura, pintura, literatura, filosofia e teatro romanos. A arte romana se destacou no período que foi do século VIII a.C. ao século IV d.C. A arte da Roma Antiga foi fortemente influenciada pela cultura e pelas crenças gregas. Um exemplo disso é a própria mitologia romana, muito parecida com a mitologia grega. A maior expressão da arte romana foi a arquitetura, através de edificações grandiosas. Os romanos preocupavam-se intensamente com aspectos voltados para a utilidade, a funcionalidade e a praticidade de suas obras artísticas. ESTUDANDO E REFLETINDO ARQUITETURA ROMANA Os romanos aprenderam a utilizar o arco e a abóbada, por influência dos etruscos. Aquele tipo de construção grega, que já estudamos anteriormente, não se tornou suficiente aos romanos, uma vez que não foram feitos para acomodar multidões sob seu teto. Também não utilizaram boa parte das colunas da Grécia, usando o arco para ampliar os espaços internos, tornarem os edifícios mais utilitários. Esse método, portanto, foi criado com materiais mais baratos. Os maiores exemplos da arquitetura romana encontram-se em edifícios públicos, anfiteatros, banhos públicos, estádios para corrida e casas particulares. A característica mais marcante da arquitetura romana é a imponência e a grandiosidade, destacando-se o Coliseu, um enorme anfiteatro que podia abrigar quase 60 mil espectadores e o 33 Panteão, um templo circular, dedicado a todos os deuses, cuja cúpula tinha um diâmetro de quase 45 metros. Vista superior do Coliseu Interior do Panteão A ESCULTURA E A PINTURA ROMANA Observamos, no povo romano, um espírito prático guiado para o real. Dessa forma, sua arquitetura foi racional e o objetivo principal da escultura foi fixar os traços dos que governavam o Império, num retrato fiel muito expressivo (herança da tradição etrusca). 34 A técnica utilizada pelos romanos era fazer muitos corpos de estátuas e, quando recebiam uma encomenda, bastava-lhes fazer a cabeça à semelhança do comprador e colocá-la no corpo já preparado. A expressão da verdade, dos detalhes e da perfeição, eram as qualidades tanto da escultura quanto da pintura romana. A pintura de murais era um dos elementos predominantes nesse povo, retratando suas vitórias nas guerras e nas conquistas. Segundo o historiador da arte E. H. Gombrich (2000), os romanos “eram um povo prosaico, de um grande sentido prático, e pouco se importavam com deuses fantasiosos”. “O Suplício de Penteo”, na qual foi utilizada a técnica do afresco. FILOSOFIA E HISTÓRIA Os gregos superaram os romanos em termos de filosofia. Sua principal orientação voltou-se apenas para a moral, não seguindo nenhuma corrente de pensamento original. Destacam-se entre eles os filósofos Sêneca, Epiteto e Marco Aurélio. Quanto à história, muitos são os pensadores, deixando relatos que retratavam guerras, vidas célebres e tradições romanas. Podemos citar Júlio César, Tito Lívio, Plutarco e Suetônio. 35 LITERATURA Destacamos três gêneros de literatura romana: a poesia épica, a lírica e satírica. Épico: São os textos que narram mitos, aventuras, heróis. Satírico: São os textos críticos. Líricos: São os textos que privilegiam o "eu" (eu-lírico), geralmente romances ou textos introspectivos. Virgílio, autor de Eneida, foi o poeta romano mais conhecido. Apresenta um resumo das tradições do passado romano, de sua origem lendária. Outros nomes podem ser citados como: Horácio Ovídio, Lucrécio, Lívio Andrônico, Catulo, Propércio, Marcial e Juvenal. BUSCANDO CONHECIMENTO A EXPRESSIVA E IMPONENTE ARTE ROMANA É bom salientar que das manifestações artísticas existentes foi a arquitetura que mais se destacou entre os romanos. A reconstrução de Roma foi iniciada porJúlio César e continuada pelo seu sucessor Augusto, que se gabaram de ter encontrado uma cidade construída de tijolos e tê-la deixado feita em mármores lisos e coloridos. Foram feitos foros, basílicas, arcos triunfais, teatros e anfiteatros, templos e santuários. Essas construções tiveram enorme impacto, pois foram feitas em escalas grandiosas e com técnica de construção diferente, utilizando concreto recoberto de tijolos. O monumento mais famoso é o Coliseu de Roma, o maior e mais belo anfiteatro da época. Aqui, encontramos a típica mistura romana de detalhes gregos e construção romana. Esse edifício monumental possui quatro andares de arcos decorados. No térreo 36 fica o auditório ovalado sustentado por compactas abóbadas de concreto e calcula-se que teria capacidade para 45 mil pessoas. Já o Panteão, outra construção romana e que hoje é uma igreja cristã, tem uma história que vem desde a Antiguidade Clássica. O grande recinto circular do templo tem uma área de 47 m². As paredes eram minuciosamente elaboradas com nichos e revestimentos de mármores coloridos. As técnicas de construção em concreto foram aperfeiçoadas pelos romanos, os quais eram capazes de cobrir áreas enormes com abóbadas e cúpulas de concreto. Criaram-se também arcos triunfais, que são símbolos, originalmente construídos em madeira, de vitórias alcançadas em batalhas e remetem-se sempre a um imperador específico, onde sua memória era celebrada através desta construção. 37 UNIDADE 7 – A ARTE PALEOCRISTÃ Foi através do Cristianismo que surgiram as primeiras expressões da arte cristã primitiva, a que podemos chamar também de arte paleocristã. Esta arte não representará a dissolução da arte romana, mas o início de novos elementos que estruturará um novo período histórico artístico. A arte paleocristã buscou na arte romana, ocidental e oriental, vários elementos para criar uma nova linguagem para se adaptar e corresponder aos princípios da crença cristã. Nesse período os romanos se sentiram ameaçados com surgimento de uma nova religião e passaram à perseguir todos aqueles que acreditavam nos princípios desta. Este fato, marca a primeira fase da arte paleocristã, a fase catacumbária. Recebe este nome devido às catacumbas e cemitérios subterrâneos em Roma, onde os cristãos secretamente realizavam seus cultos. Essa arte era simples e simbólica, produzidas por pessoas que não eram grandes artistas. Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C., o imperador Constantino legalizará o Cristianismo, dando início à segunda fase da arte paleocristã, a fase basilical. No ano de 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre seus dois filhos: Honório e Arcádio. Honório ficou com a parte ocidental, sendo Roma a capital. Arcádio ficou com a parte oriental, sendo Constantinopla a capital, atual Istambul. O Império Romano do Ocidente, sofrerá várias invasões, até que em 476 d.C. será dominado, marcando o início da Idade Média. Já o Império Romano do Oriente, onde se desenvolverá a arte bizantina, consiguirá se manter até 1453 até o domínio dos mulçumanos, marcando o início da Idade Moderna. 38 ARQUITETURA Os princípios cristãos sobre como o morto deveria ser enterrado, onde a terra sob a sepultura deveria ser sagrada para abençoar e receber um corpo destinado à ressurreição, fizeram surgir os primeiros cemitérios cristãos. A partir do século II, a catacumba ou cemitério subterrâneo apresenta a seguinte disposição: uma série de galerias subterrâneas ou corredores, extremamente estreitos para aproveitar o terreno ao máximo, cujas paredes se destinam a abrir várias filas de nichos em sentido longitudinal. Estes corredores alargam-se de vez em quando formando uma pequena câmara, onde ficavam algumas sepulturas. Nas galerias superiores haviam aberturas para o exterior, proporcionando luz e ventilação para as áreas inferiores. Quando o imperador Constantino torna o Cristianismo a religião oficial do Império Romano, os romanos passaram a construir um modelo de edifício chamado de basílica (basileu= juiz), lugar destinado ao comércio e assuntos jurídicos. Eram edifícios com grandes dimensões, de 4000 a 5000 m2, planta retangular, com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal. As primeiras basílicas tiveram influências das casas romanas e dos templos do Oriente. A construção se dividia em três partes: parte pública, semi-pública e privada. A parte privada da basílica é a mais complexa, sugerindo em suas formas uma arquitetura funerária, pois tudo se relacionava com a câmara subterrânea onde se encontrava a relíquia, corpo ou lugar venerado que justificava a construção da basílica nesse local. Após este período representado por Constantino, as comunidades cristãs do Oriente e do Ocidente, empenharam-se paralelamente, na busca e desenvolvimento de um 39 modelo de templo cristão. Este período que vai de 350 a 550 d.C., irá concretizar dois tipos diferentes de igreja: a de planta de cruz latina, derivado do tradicional tipo basilical, e a de planta de cruz grega ou de plano central. Basílica de Santo Apolinário em Classe. Ravena, Itália. PINTURA As primeiras pinturas cristãs não se diferenciam estilisticamente das pinturas romanas. Somente a partir do século V se poderá falar de um código formal próprio e plenamente adaptado à sua própria religiosidade. Além do estilo representativo semelhante das pinturas romanas dos séculos III e IV, os primeiros cristãos utilizaram temas comuns da arte pagã. Recriaram uma nova simbologia, como o tema das estações, que passou a ser considerado símbolo da renovação da vida. Nessa representação Orfeu aparece com os animais refletindo a imagem de Cristo como pastor de almas. Afresco em catacumba paleocristã https://concretoemcurva.com/2016/03/09/arquitetura-paleocrista/ravenna3/#main https://concretoemcurva.com/2016/03/09/arquitetura-paleocrista/attachment/24711946/#main 40 Entre os séculos II e III, o universo das formas cristãs, não só com imagens simbólicas, mas também com cenas narrativas sobre a salvação, algumas extraídas da Bíblia, tornaram-se formas padronizadas de arte. No final do século IV, o imperador Teodósio fortaleceu a Igreja e com isso, as decorações dos templos passaram a ter representações formais bem definidas. A figura de santos e mártires tornam-se o tema preferido das representações. Com a valorização da igreja, a pintura mural será substituída pelo mosaico, para imprimir ao espaço elementos de riqueza. MOSAICO O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do antigo e do novo testamento. Essa técnica artística também foi utilizada nos mausoléus e sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos e eram decorados com relevos de imagens de passagens bíblicas. A partir do século V, a cidade italiana de Ravena, se tornará a capital da artística do mosaico, devido ao grande número de obras destinadas a família imperial. O mármore, material antes utilizado para os mosaicos, será substituído por vidros coloridos, tornando as imagens cheias de cores intensas e vibrantes. O vidro colorido não possuía uma paleta complexa de matizes, por isso as representações humanas fugiam do real, apresentando-se como seres transcendentais, imateriais, de um reino de luz e ouro. Pouco desses mosaicos foram conservados, mas sabe-se que cobriam as grandes superfícies da cúpula, do arco triunfal e da nave das igrejas, com representações bíblicas. Muito do estilo formal dos mosaicos foi herdado da arte romana, adaptando-a aos novos 41 conteúdos religiosos e isso conseguimos observar na Basílica de Santa Maria Maggiore, pela forte geometrização e ilusionismoespacial. Basílica de Santa Maria Maior. Roma, Itália. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjuvY67pvDcAhWHhpAKHWLPBzMQjRx6BAgBEAU&url=https://www.estilosarquitetonicos.com.br/arquitetura-paleocrista/&psig=AOvVaw0sQZ42U5TOdrT9MdmGE-NX&ust=1534465199015859 42 UNIDADE 8 - A ARTE BIZANTINA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Relacionar a religião e a arte bizantina; Destacar as técnicas bizantinas de construção. A civilização bizantina floresceu na Idade Média, deixando, em muitas regiões da Ásia e da Europa, testemunhos de sua irradiação cultural. Acredita-se que o Imperador romano, Constantino, o Grande, nunca conseguiu imaginar as consequências que sobreviveriam dali, depois de fundada a cidade de Constantinopla. Seu aparente estilo oriental é devido à posição geográfica ocupada por ela, apesar de sua herança ser Greco-romana. O Imperador não era considerado uma divindade, mas colocou-se à frente da igreja, submetendo-se à autoridade do Estado. O espírito bizantino de arte surgiu no século VI, alcançando uma grande expansão com as tentativas do imperador Justiniano, em reunificar o Império Romano do Ocidente com o Oriente. A arte tinha como finalidade representar a grandiosidade imperial e, ao mesmo tempo, expressar seu poder sagrado. ESTUDANDO E REFLETINDO A Majestosa Arquitetura Bizantina O marco da arquitetura desse período está centralizado nas igrejas, cuja parte superior de edifícios tinha o formato côncavo, quando visto de uma perspectiva interna, dando às construções aspecto grandioso e espaçoso. 43 Os arcos foram também frequentemente usados e o arremate superior das colunas era decorado com desenhos entrelaçados, figuras de animais ou entrelaçamento das letras iniciais do nome de pessoas ou entidades. O material empregado nas construções variava de acordo com a região, segundo a variedade de matéria-prima existente. A mais grandiosa obra bizantina é a Igreja de Santa Sofia, construída pelo arquiteto Antêmio de Tales e Isidoro de Mileto. Ela conserva a simplicidade exterior das primitivas igrejas cristãs. Igreja de Santa Sofia A planta dessa igreja é quase quadrada e possui uma única grande cúpula que assegura a unidade do conjunto. A igreja estende-se para leste e oeste, sob duas semi-cúpulas com o mesmo diâmetro do central, embora mais baixas. 44 Seu interior é ricamente decorado com mosaicos dourados, iluminados por 40 janelas dispostas ao redor da base da cúpula central, dando a sensação de leveza e de notável grandeza monumental. A construção de Santa Sofia custou muito pela quantidade de ouro empregada, em mármore e mosaicos que foram aplicados com muito bom gosto. Convém lembrar que, mosaicos, são desenhos formados pelo encaixe de pequenos pedaços de pedra ou vidro coloridos sobre cimento que comumente encontramos na arte bizantina. Portanto, poderíamos sintetizar a arquitetura desse período, pela existência de uma cúpula central sustentada por pilares e colunas, abrangendo também a extraordinária arte dos mosaicos. ESCULTURA E PINTURA Pouco sabemos sobre a escultura e pintura bizantinas, devido à pressão sofrida pelo movimento iconoclasta, onde se quebravam imagens de santos, num combate a não idolatria. Pelo pouco que sobrou dessas esculturas, verifica-se que eram realizadas em marfim e acredita-se que seus autores foram influenciados pelas técnicas Greco-romanas, não existindo, porém, grandes obras, mas numerosos baixos-relevos. De modo geral, portanto, evitaram a produção de estátuas monumentais, e o assunto favorito era Cristo, a Virgem e o Menino, e os apóstolos. Todas as nações que entraram em contato com a arte bizantina, acabaram sendo fortemente influenciadas por ela 45 Infelizmente, após o século XIII, Constantinopla foi devastada, caindo sob dominação latina, o que ocasionou o declínio de sua produção artística. Os imperadores ocupados com as guerras, não mais patrocinavam a arte, fazendo com que não se adquirisse mais ricos materiais para serem empregados em suas obras. Os mosaicos tornaram-se caros demais e foram substituídos pelos afrescos na decoração mural. Os grandes mestres bizantinos dispersaram-se e o trabalho de suas escolas interrompido. BUSCANDO CONHECIMENTO O estilo bizantino só apareceu onde existiu a arte cristã, por isso, “as catedrais góticas” são o que observamos de mais marcante no desenvolvimento artístico da Idade Média. Sua ousadia tecnológica chega a superar toda a arquitetura clássica, com suas estruturas elaboradíssimas. Graças ao desenvolvimento da engenharia, foi possível a construção dos arcos e das abóbadas nas catedrais. Outra diferença evidente foram as paredes grossas com janelas estreitas e paredes estreitas com enormes janelas no formato de vitrais, induzindo os fiéis à meditação, pois contavam histórias religiosas. Também é característica dessas catedrais a verticalidade; possível, graças ao aparecimento do arco pontudo para aumentar a ilusão da altura. Os arquitetos competiam entre si, para saber quem conseguia atingir o desafio de construir as naves mais altas. Muitas vezes, isso não acabava bem, pois elas acabavam desabando, por falta de tecnologia apropriada. Mesmo assim, os fiéis não desistiam e novamente a reconstruíam, não poupando esforços. Podemos perceber com isso que essas catedrais eram, portanto, um orgulho cívico para a cidade. A devoção coletiva por esses prédios era tão intensa, que todos os segmentos 46 da população participavam da construção, mesmo que para isso fossem necessários, literalmente, séculos. Com relação às paredes externas, elas eram feitas de esculturas que contavam histórias bíblicas, destacando-se do fundo arquitetônico e sobressaindo em colunas e pedestais. O corpo, nesse momento, era visto como templo da alma e os artistas voltaram a representar a carne com naturalidade. Os vitrais dessas catedrais podem ser considerados como a alma visível da Idade Média pelos gigantescos manuscritos iluminados. Ilustravam passagens da bíblia e a vida dos santos. O trabalho prático é sempre bem vindo aos alunos, uma vez que, ajuda a fixar os conteúdos teóricos abordados. Para confeccionar mosaicos, não é necessário que se utilizem apenas peças de cerâmica (azulejos ou pisos). Uma infinidade de materiais poderá ser usada em substituição, tais como E.V.A. picados, papel cartão ou cartolina, figuras de revistas, papel espelho ou dobradura, dentre outros. O importante é que ele tente montar o seu, segundo orientações de seu professor. 47 UNIDADE 9 – A ARTE ISLÂMICA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Relacionar a religião e a arte islâmica ESTUDANDO E REFLETINDO O desenvolvimento da arte islâmica iniciou-se no século VIII da nossa era. A religião do Oriente Médio e dos muçulmanos da Pérsia, Mesopotâmia, Egito, África do Norte e Espanha, foram muito mais rigorosas que o cristianismo no Ocidente. As representações com imagens eram proibidas, sendo somente permitido expressar a arte nas construções e objetos religiosos. Mesmo não possuindo adornos figurativos, as construções receberam uma decoração ornamental extremamente rica. Essas ornamentações eram rendilhadas, inspiradas na caligrafia, conhecidas como arabescos. Através dos séculos surgiram vários impérios islâmicos, da Espanha até a Índia, criando assim, novas formas de arquitetura e artes aplicadas. PINTURA E ARTES GRÁFICAS A pintura islâmica era representada por afrescos, utilizados para decorar paredes de palácios, mesquitas e edifícios públicos. As representações geralmente eram sobre cenas de caça e da vida cotidiana da corte. O estilo dessas pinturas se assemelhavam a pinturahelênica, mas com grande influência indiana, chinesa e bizantina. A arte em miniatura nos livros também foi muito utilizado pelos islâmicos. Era usada para publicações de estudo científico e obras literárias. O estilo era esquematizado, parecido com o estilo bizantino, com fundo dourado e sem perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas pontuais para organização do texto, como a divisão de um capítulo para outro. 48 O mosaico também foi uma técnica artística muito apreciada e utilizada em suas construções. Originário da arte bizantina, no início as representações eram somente figurativas, mas com o tempo foram se abstraindo em figuras de folhas e flores entrelaçadas com uma caligrafia artística, o arabesco. Miniatura islâmica ARQUITETURA As maiores expressões da arquitetura islâmica são mesquitas, locais de retiro espiritual e mausoléus. As técnicas utilizadas nas construções são variadas, de acordo com a região e fase histórica. As construções e seus ornamentos procuravam traduzir as fórmulas numéricas da língua árabe e seu misticismo. As mesquitas do mundo árabe possuem sempre o mesmo padrão de construção: um átrio e uma sala para orações, com ornamentações diversificadas. Em suas construções buscavam preservar específicas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto no desenvolvimento do projeto. Os palácios eram construídos de forma semelhante às mesquitas, com um universo próprio e privativo para seu soberano. O exemplo mais conhecido de palácio é Alhambra, em Granada, Espanha. Com planta quadrangular, cercado de muralhas sólidas, o palácio parece uma fortaleza, mas com uma ornamentação extremamente rica em seu interior. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiX-_zZqe_cAhUHGZAKHW_iAl0QjRx6BAgBEAU&url=http://brasilartesenciclopedias.com.br/internacional/miniatura01.html&psig=AOvVaw3JrrYpponaFvJ_mQivhyrY&ust=1534431590738435 49 Alhambra, Granada. Espanha. Outra construção original e representativa do Islã é o minarete, espécie de torre cilíndrica que ficava no exterior da mesquita. Sua posição era sempre privilegiada, para que a voz do almuadem1 fosse percebida por todos os fiéis, convidando-os à oração. Marinete da grande mesquita de Samara, Iraque. 1Almuadem, almoadem, almuédão ou muezim é, no Islão, o encarregado de anunciar em voz alta, do alto das almádenas (ou minaretes), o momento das cinco preces diárias. 50 Os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesquitas em suan forma, mas com a função de abrigar os restos mortais de santos, mártires e até mesmo um grande amor, como é o caso do Taj Mahal, na Índia. Construído pelo imperador Shah Jahan em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal (A joia do palácio). Ela morreu após dar à luz o 14º filho, sendo o Taj Mahal construído sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna. Taj Mahal. Agra, Índia. BUSCANDO CONHECIMENTO “Os famosos tapetes persas” O mundo conheceu a arte islâmica, principalmente, através de seus tapetes. Por serem uma civilização nômade, os tecidos e tapetes, eram os únicos elementos decorativos para suas tendas. Como tempo, os tapetes passaram a decorar também os palácios e mesquitas. Para os mulçumanos, o tapete tem uma função religiosa, usados sob o chão para orar, pois não é permitido o contato com a terra. 51 Os tapetes mais valiosos são de origem persa, devido sua confecção ser feita com uma trama de 40.000 nós por decímetro quadrado. As representações gráficas clássicas destes tapetes são figuras florais, de caça, animais, plantas e geométricas. 52 UNIDADE 10 – ARTE PRÉ-COLOMBIANA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Conhecer e compreender a cultura dos povos das Americas antes da chegada dos europeus. ESTUDANDO E REFLETINDO A arte pré-colombiana foi uma manifestação artística dos povos nativos da América espanhola antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. Estas manifestações artísticas foram encontradas na América Central (maias), no México (astecas) e no norte da América do Sul, mais precisamente no Peru (incas). Através das descobertas arqueológicas dessa civilização, podemos reconhecê-los como notáveis arquitetos, urbanistas, escultores e ceramistas. O universo artístico da arte pré-colombiana se refere a templos, casas, esculturas, relevos, pinturas, utensílios domésticos, objetos ornamentais, amuletos e tecidos. As obras eram realizadas por artífices, que procuravam transferir para os materiais (pedra, barro, metal), representações determinadas pelas crenças e ciências de cada povo. É através da identificação, interpretação e comparação dessas representações que podemos classificar essas civilizações. Estudaremos aqui a cultura artística das três civilizações mais expressivas deste período: Maias, Astecas e Incas. 53 OS MAIAS Na parte sul da América Central, região da Península do Iucatã, surgiu a civilização maia. Sua formação histórica teve início por volta do ano 1000 a.C., mas o período clássico da sua cultura somente ocorrerá entre os anos 300 e 900 d.C. Os maias possuíam um avançado conhecimento dos sistemas numéricos e astronômicos, da escrita hieroglífica e um complexo calendário. Itzama é o principal deus dos maias, considerado o criador do calendário, da escrita e do sistema numérico. Pintura As pinturas apresentavam padrões geométricos e animais estilizados quanto figuras humanas. Eram feitas em murais e objetos de cerâmica, com técnicas de perspectiva e das superposições. Os pigmentos eram variados e as cores tinham significados próprios, como o preto que era a cor da guerra e o amarelo a cor da fecundidade. Mural encontrado na cidade de Bonampak, sul do México. As imagens representam cenas de batalhas durante a guerra de 792 d.C. 54 Escultura Podemos encontrar as esculturas maias tanto como elementos de decoração de templos e palácios, quanto em forma de monólitos isolados. A maior parte das representações são de animais, deuses e figuras humanas. Nestas figuras humanas buscavam o naturalismo. O material utilizado para essas esculturas era a pedra calcária e a argila. Esta escultura, Rainha de Uxmal, representada através de uma figura humana saindo da boca de uma serpente, fazia parte da decoração de um templo maia. Arquitetura Os maias foram construtores de várias cidades, onde desenvolveram uma arquitetura monumental. A maior parte das construções são pirâmides, templos e palácios escalonados. As pirâmides foram construídas sob patamares retangulares e no alto, seguindo o mesmo formato, ficavam os templos. Os palácios também seguiam um formato retangular, mas em um único andar. 55 Os maias são responsáveis pela criação das "falsas abóbadas", utilizadas para cobrir corredores, quartos e jazigos. Todos os monumentos, templos e palácios são extremamente decorados: ornamentos e hieróglifos envolvem personagens representados e compostos com um elevado sentido de simetria. O Palácio do Governador, em Uxmal (México), os templos, edifícios e esculturas monumentais das cidades de Copán (Honduras) e Tikal (Guatemala) estão entre as principais ruínas maias. O Templo das Inscrições, pirâmide localizada na praça central de Palenque, é a construção mais estudada do mundo maia, por ser um monumento funerário do rei Pacal I e conter importantes inscrições sobre esta civilização. OS ASTECAS Os astecas fundaram a cidade de Tenochtitlán (México), às margens do Lago Texcoco, criando um centro urbano organizado e próspero. A cultura maia teve grande influência no desenvolvimento artístico dos astecas, como os templos edificados em plataformas sobre pirâmides. A construçãoimponente desses 56 templos e palácios era reflexo de um império absolutista e de rígida organização social de senhores e escravos. Por serem um povo guerreiro, o militarismo dominava a sociedade asteca. Pintura Destacam-se os afrescos que decoravam as paredes internas dos palácios cuja temática girava em torno da religião e da mitologia com representação de divindades e guerreiros. Algumas pinturas apresentavam uma simbologia semelhante à dos hieróglifos egípcios. Muitas destas pinturas estavam em livros encontrados no interior das ruínas. Esses livros servem como registros históricos dos astecas. Escultura As expressões plásticas dos astecas são inspiradas nas guerras e nas suas crenças. Muitas das esculturas astecas apresentam um ar macabro. É comum encontrar máscaras de crânios humanos decorados com argila. Os artesãos astecas possuíam grande habilidade manual, utilizando metais, pedras preciosas e fragmentos de corais em suas esculturas. 57 A mais conhecida escultura asteca é a “Pedra do Sol”, hoje exposta no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México. É uma exaltação ao Sol: ao centro tem esculpido o rosto de Tonatiuh cercado pelo símbolo para Nahui Ollin (movimento do sol). Hieróglifos trazem os vinte dias que formavam o mês indígena e elementos relacionados aos cultos solares. .Pedra do Sol Arquitetura Os astecas foram notáveis arquitetos, construindo grandes palácios, templos e pirâmides. Desenvolveram técnicas avançadas, como a utilização de palanques e rampas para transportar blocos de pedra. 58 As pirâmides eram construídas em bases quadradas , com pedras escalonadas e sobrepostas. Essas pirâmides náo tinham um significado próprio, buscavam elevar os templos o mais alto possível para se aproximar dos deuses. Ali eram realizados cultos religiosos e sacrifícios humanos. A pirâmide mais importante é a de Tenochtitlán, também chamada de “Templo Maior”. Com 60 metros de altura e uma área equivalente a 250 Km2, este templo era parte de um complexo de mais sete construções e o centro dos cultos religiosos. Templo Maior OS INCAS Os incas se desenvolveram em torno do lago Titicaca, na região dos Andes, no Peru. Iniciaram seu processo de expansão e hegemonia em 1438 na capital Cuzco, sul do Peru, dando origem ao império inca. Eram uma sociedade voltada para a agricultura, inventaram o quipu, sistema contábil baseado em cordas de cores e tamanhos diversos, mas não desenvolveram uma linguagem escrita. 59 As pinturas dos incas era voltada para a cerâmica, com motivos geométricos e mistura de cores. Como os tecidos, ricos no colorido e decorados com desenhos estilizados. Possuíam grande habilidade para trabalhar com ouro e prata, que utilizam na decoração de portas e muros ou como artefatos de adorno e em objetos religiosos. Ourivesaria Inca Arquitetura A arquitetura inca era simples e funcional, com poucos elementos decorativos. Os incas destacam-se pela organização e edificação das suas cidades, com plantas regulares em xadrez ou em formato oval. Por estarem localizados em uma região sujeita à terremotos, desenvolveram uma técnica construtiva de encaixe de pedras (amarração) que permitia a movimentação da terra. Os incas também demonstraram um grande conhecimento das técnicas topográficas. A cidade de Machu Picchu é o maior exemplo desse conhecimento inca. 60 Localizada no topo de uma montanha andina, a 2450 metros de altitude, Machu Picchu é uma cidade urbanisticamente organizada e setorizada por classes sociais. A verdade, é que a cidade perdida dos Andes peruanos, nos encanta até hoje pelos mistérios da sua localização. Capa História da Arte I Material História da Arte I - Pré-História e Antiguidade Capa História da Arte I
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