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Introdução a enfermagem (Recuperação Automática)

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1 
Introdução a enfermagem 
 
 
Sumário 
Unidade 01 .................................................................................................................................... 2 
Aspectos históricos e conceituais da enfermagem ........................................................................ 2 
Noções gerais da profissão: definição e histórico ......................................................................... 2 
Precursoras da enfermagem .......................................................................................................... 6 
Simbologias e representações da enfermagem ............................................................................ 8 
A profissão dentro da área da saúde: regional, nacional e mundial .............................................. 9 
Níveis de áreas de atuação .......................................................................................................... 11 
Unidade 02 .................................................................................................................................. 13 
ENTIDADES DE CLASSE DA ENFERMAGEM..................................................................... 13 
Conselho Federal de Enfermagem .............................................................................................. 13 
Conselho regional de Enfermagem ............................................................................................. 18 
Associação brasileira de enfermagem ......................................................................................... 21 
Unidade 03 .................................................................................................................................. 23 
Prática profissional de enfermagem ........................................................................................... 23 
Lei do exercício profissional de enfermagem ............................................................................. 28 
Atividades privativas do profissional de enfermagem ................................................................ 29 
Atividades do enfermeiro como integrante da equipe de saúde ............................................... 31 
Unidade 4 .................................................................................................................................... 33 
Código de ética da profissão ....................................................................................................... 33 
Os serviços da profissão de enfermagem ................................................................................... 42 
 
 
 
 
 2 
 
Unidade 01 
Aspectos históricos e conceituais da enfermagem 
 
Noções gerais da profissão: definição e histórico 
 
A enfermagem é a ciência e a arte de assistir ao ser humano, no atendimento de suas 
necessidades básicas; de torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo 
ensino do autocuidado, de recuperar, manter e promover sua saúde em colaboração com 
outros profissionais. 
Wanda A. Horta 
 
Assim, para a compreensão do surgimento da profissão, é necessário conhecer os 
componentes sociais, políticos e culturais de cada nação, que estão associados a cada 
período histórico e sua diversidade em práticas de saúde. Dessa forma, podemos afirmar 
que a enfermagem nasceu das experiências antigas com as adequações necessárias, de 
acordo com a evolução científica e tecnológica de cada período. 
 
As práticas de cuidado entre as nações 
 
Veremos a seguir as definições do cuidado em saúde de acordo com as sociedades, 
segundo (POTTER; PERRY, 2009; GIOVANINI et al., 2019): 
 
• Antiguidade: A era da prática de saúde mística e sacerdotal. A crença de que as 
patologias eram advindas do castigo de Deus ou de algum efeito demoníaco sobre 
os seres humanos fazia com que os povos buscassem ajuda com os sacerdotes e 
os feiticeiros. As práticas dos sacerdotes buscavam a cura por meio de massagens, 
infusões para provocar desconfortos gástricos e náuseas, imersões em água fria 
ou quente etc. Os feiticeiros buscavam amenizar as forças das entidades com o 
oferecimento de sacrifícios de forma a afastar os maus espíritos 
 
• Egito: Os povos egípcios escreveram seis livros sagrados que citavam as 
patologias, direcionavam as práticas médicas como operações, também o uso de 
algumas drogas. Foi encontrada a definição do controle do corpo pelo cérebro, um 
importante marco à medicina da época. As indicações médicas eram voltadas ao 
hipnotismo, pois acreditava-se na influência das energias das pessoas sobre as 
outras. Além disso, trabalhavam com a interpretação de sonhos e os atendimentos 
 3 
ocorriam em ambulatórios para o cuidado aos desamparados. Ademais, as 
“receitas” deveriam conter as indicações religiosas. 
 
• Índia: Os documentos encontrados escritos na Índia demonstram instruções que 
dão base aos cuidados médicos e de enfermagem proporcionados aos mais 
desamparados, com influências budistas e suas doutrinas de bondade. Tais 
documentos apontavam a caracterização dos músculos, nervos, ligamentos, vasos 
linfáticos, indicações de antídotos para envenenamentos e desconfortos do sistema 
digestivo e realizavam ainda procedimento como amputações e suturas. Em 
contramão destes avanços, foi proibida a dissecação dos mortos, em respeito ao 
ser humano. Os hindus deram início ao desenvolvimento de locais para o cuidado 
– os hospitais e, foram os primeiros a mencionarem as questões morais e de 
conhecimentos científicos como requisitos para o surgimento da medicina e da 
enfermagem na época. 
 
• Assíria e Babilônia: As crenças da medicina baseavam-se em magias e 
acreditavam as doenças eram causadas por sete demônios e não mencionam os 
cuidados aos enfermos em hospitais e/ou enfermeiros. Compreendiam que os 
surtos de algumas patologias possuíam influências dos astros. Aos atendimentos 
dos médicos-sacerdotes eram introduzidas penalidades como a amputação das 
mãos, indenização aos senhores se porventura deixassem os escravos morrer ou 
se acaso fossem negligentes. Os médicos-sacerdotes indicavam a utilização de 
amuletos e orações em defesa aos ataques demoníacos, além disso, compreendiam 
que a cura da lepra dependia de milagre. 
 
• China: O cuidado em saúde na China possuía caráter religioso e os médicos-
sacerdotes que detinham o poder de cura eram considerados como Deuses e cada 
sacerdote ocupava-se no cuidado segundo a classificação das doenças em 
benignas, médias e graves. Os templos chineses contavam com plantas medicinais 
e os documentos da medicina chinesa citam medicamentos originados dos 
vegetais. Os chineses conheciam a varíola e a sífilis e compreendiam os 
tratamentos de anemia – com a utilização do ferro, o uso do arsênio para doenças 
de pele, raízes para verminoses, a realização de anestesia com o ópio, além de 
construírem hospitais para isolamento dos doentes. 
 
• Japão: As práticas terapêuticas de saúde no Japão eram baseadas na utilização 
das águas termais, e a eutanásia era aprovada e havia estímulo à prática. 
 
• Grécia: No período do empirismo e da mitologia grega, a medicina se despontava 
na Grécia. Os médicos gregos possuíam conhecimentos de anatomia – ossos, 
músculos e articulações, de patologia – epidemias, ferimentos e suas 
classificações, utilizavam sedativos, realizavam retiradas de corpo estranho e o 
fechamento com ataduras. Entre os estudiosos da época evidenciaram-se as 
contribuições de Hipócrates, que se tornou o pai da medicina – em seus escritos 
demonstrava vasto conhecimento de patologias pulmonares e gástricas, utilização 
de sangrias, ventosas, além de realizar cirurgias. 
 4 
 
• Roma: Apesar de as práticas médicas romanas serem menos prestigiadas que as 
da Grécia, foi em Roma que a medicina se aproximou das ações de higienização 
e saúde pública com os direcionamentos para saneamento – ruas limpas,oferecimento de banhos públicos, rede de esgoto. Com o advento da guerra, os 
soldados buscavam auxílio com médicos gregos que moravam em Roma, mas foi 
institucionalizado que os serviços destes médicos foram considerados indignos à 
população romana. Assim, a medicina romana era abordada por questões 
religiosas, pela magia e o popular, e, desta forma, a maioria dos atendimentos 
realizados eram de estrangeiros e escravos. 
 
Tabela Teorias das Práticas em Saúde e suas características. 
 
 
 
Em síntese, as práticas instintivas foram as primeiras formas de atenção à saúde, 
com ações realizadas prioritariamente por mulheres, e tais ações, nesse período, em 
grupos nômades, garantiram a manutenção da vida do homem. As práticas de 
saúde mágico-sacerdotais ficaram conhecidas como a fase do empirismo, amparado pela 
relação do místico e do religioso no processo de cuidar. 
 5 
No contexto das ideias pré-hipocráticas, o cuidado estava associado às 
concepções filosóficas e ao progresso da ciência, situado ao centro das relações de causa 
e efeito das doenças. Na evolução da ciência, Hipócrates compreendeu a saúde não mais 
com relações místicas e neste período não há menção às práticas características da 
enfermagem. 
A época das práticas de saúde monástico-medievais ficou marcada pela relação 
entre os fatores socioeconômicos e políticos do período medieval, a conformação feudal 
de sociedade e o cristianismo. Ademais, ficou conhecida como a época em que as práticas 
da enfermagem entram no cenário do cuidado. 
A evolução das ações de saúde no período da Reforma Protestante e do 
momento Renascentista, no período das práticas de saúde pós-monásticas, evidenciou o 
cuidado da enfermagem como submissão religiosa. No entanto, os ambientes hospitalares 
religiosos da época eram espaços insalubres, constituídos como espaço de depósito de 
doentes e as mulheres, como cuidadoras, ficavam em clausura nesses espaços, para a 
prestação de assistência. Assim, as mulheres que adotavam a posição do cuidado dos 
enfermos nos hospitais religiosos, sob o julgamento dos valores morais da sociedade, 
foram entendidas como indignas às classes mais elevadas da sociedade. Tal concepção 
implicou na crise do exercício do cuidar – da enfermagem na época. 
 
Enfermagem moderna 
 
Com o advento da revolução industrial e capitalista, e dos movimentos sociais e 
religiosos, os hospitais passaram por mudanças e com melhorias às condições estruturais 
e de assistência. Ademais, com o aumento das doenças infectocontagiosas no período e 
com a baixa quantidade de profissionais qualificados, a classe mais favorecida era cuidada 
em casa, e os menos favorecidos eram expostos a experimentos para a melhoria da 
ciência, culminou na ascensão da enfermagem moderna na Inglaterra no sec XIX. 
No período vivenciado de guerra, os cuidados eram prestados em locais 
construídos emergencialmente para a assistência dos soldados. Esse ambiente não tinha 
condições ambientais adequadas e assim, com a tentativa de reorganiza-las em ambientes 
de cuidado, principalmente pela melhoria das condições insalubres, o avanço da medicina 
e da disciplinarização das praticas de cuidado do enfermo já demonstravam as reflexões 
sobre o trabalho da enfermagem como profissão. Assim, os hospitais e os locais de 
assistência para os soldados de guerra ainda prestavam assistência em condições 
insatisfatórias, favorecendo assim a propagação de doenças infectocontagiosas e a falta 
de pessoal capacitado para o manejo dos doentes aumentava cada vez o contagio na época. 
Desse modo, a necessidade de pessoas para o controle dos processos de cuidado 
dos enfermos fez o ministro da guerra na Inglaterra convidar Florence Nightingale, uma 
mulher além do seu tempo, nascida em classe social mais favorecida e que não se 
preocupou com os rótulos e com a subjugação do exercício da enfermagem, para cuidar 
dos soldados feridos da Guerra da Crimeia. 
 6 
Precursoras da enfermagem 
 
Uma das precursoras, a “Dama da Lâmpada” - Florence Nightingale, dedicou a 
vida ao que entendeu como sua missão e vocação, o cuidar. E, no Brasil, a enfermeira 
Anna Nery, também se dedicou à prestação de cuidados aos enfermos. 
 
 
Florence Nightingale 
 
Florence Nightingale nasceu em Florença, Itália, no dia 12 de maio de 1820, era 
filha de ingleses da alta sociedade, estudou em bons colégios, falava inglês, francês, 
italiano, alemão, latim e grego. Desde cedo, Florence já demonstrava habilidades 
em cuidar, dedicando seu tempo para assistir de crianças e animais enfermos. Aos 24 
anos, reconhecendo seu dom de cuidar, decidiu praticar suas habilidades em hospital, 
mas foi impedida por sua mãe, que considerava as condições dos hospitais ingleses pouco 
apropriado uma moça da sociedade. Nessa época, as mulheres que se dedicavam ao 
cuidado dos enfermos eram aquelas que não possuíam valores morais (OGUISSO, 
2007). 
Após os 31 anos, Florence conseguiu autorização para realizar suas visitas e 
estágios aos hospitais, em busca de capacitação e experiência na assistência aos enfermos. 
Iniciou estágio de férias nos hospitais de Roma, gerenciados pelas Irmandades 
Católicas. Em seguida, decidiu servir a Deus, no hospital Kaiserswerth com 100 leitos, 
que se tratava de uma instituição reconhecida por sua missão e ideais, além dos seus 
valores morais. Posteriormente Florence viajou até Dublin para visitar o hospital da 
Ordem Católica de Enfermeiras, gerenciado por Irmãs de Misericórdia e tem contato e lá, 
conheceu as irmãs de São Vicente, na Maison de la Providence, em Paris (NÓBREGA; 
SILVA, 2009; LEIRA, 2014). 
Florence Nightingale, em suas visitas a hospitais da França, Alemanha, Áustria e 
Itália, adquiriu experiências e observou o cuidado da enfermagem e conseguiu avaliar, 
em seus estudos, a comparação dos tipos de assistência prestadas aos enfermos nestes 
países. Sua inteligência, sua facilidade em falar diferentes línguas, sua determinação e 
força de vontade possibilitaram o diálogo com políticos e oficiais do exército sobre suas 
perspectivas de cuidado aos enfermos (OGUISSO, 2007). 
Em 1854, a França, Itália e Turquia entraram em Guerra contra a Rússia, e esse 
período ficou conhecido como a Guerra da Crimeia. Então, foi possível observar um 
cenário de completo caos, e os cuidados dispensados aos soldados feridos em ambientes 
insalubres eram precários e os índices de mortalidade chegava a 40%. Neste contexto, o 
Ministro da Guerra convidou Florence para prestar seus serviços junto aos soldados e, 
assim, Florence e outras 38 voluntárias leigas e religiosas foram realizar os cuidados 
necessários (OGUISSO, 2007; LEIRA, 2014). 
 7 
Com toda sua dedicação, cuidado e estratégias de assistência, Florence foi 
reconhecida por todos os soldados e os oficiais do exército. Além dessas medidas, com 
toda amabilidade e gentileza, Florence percorria as enfermarias à noite, clareando seus 
passos com uma lamparina, e visitava os enfermos, levando até eles a esperança de 
cuidados e empatia (OGUISSO, 2007). Posteriormente, realizou seu sonho de fundar 
uma escola de enfermagem, na qual só eram aceitas para estudar as moças da sociedade, 
com bons valores morais. Florence morreu em 13 de agosto de 1910 e deixou seu legado 
com a identificação da enfermagem como uma prática institucionalizada como prática 
social, além de um exercício de profissão assalariada. 
 
Anna Nery 
 
Anna Justina Ferreira nasceu no município de Cachoeira, na Bahia, em 13 de 
dezembro de 1814 e sua família possuía destaque na sociedade. Aos 24 anos de idade, 
casou-se com Isidoro Antônio Néri, teve dois filhos e, após seis anos de casada seu esposo 
faleceu. Seus filhos foram convocados para servir a pátria, na Guerra do Paraguai, em 
1844, e Anna Nery, não suportando essas separações que a vida lhe impôs, se dispôs 
a ajudar na guerra (LEIRA, 2014). 
Assim como Florence Nightingale, Anna Nery tambémconseguiu 
implementar ações nos hospitais em que prestou serviço no período de guerra e reduziu 
os índices de mortalidade entre os soldados. As ações executadas pela equipe de 
enfermagem eram baseadas em hábitos de higiene, para que as doenças não se 
proliferassem, além dos cuidados direcionados para que as feridas não infeccionassem. 
Para tratamento, foram utilizados recursos como iodo, cauterização, cloreto de potássio 
e alguns fitoterápicos conhecidos da época (LEIRA, 2014). 
Anna Nery foi a primeira mulher não ligada às instituições religiosas de 
cuidados aos enfermos, que se dedicou a assistência em saúde da população, além de ser 
a primeira enfermeira do Brasil. Ela recebeu condecorações do governo imperial a 
Medalha Humanitária e a Medalha Geral de Campanha por sua assistência prestados a 
nação, frente aos cuidados aos soldados nos hospitais de campanha. Nery faleceu aos 65 
anos, em 20 de maio de 1880, no Rio de Janeiro. 
Por suas práticas reconhecidas e por todo ensinamento prestados à enfermagem, 
a primeira escola de enfermagem moderna, fundada em 1922, no Brasil, foi batizada com 
seu nome. 
Escolas fundadas no brasil com influência de anna nery e nightingale: 
• Escola Alfredo pinto, 1880 
• Escola da cruz vermelha, RJ 1916 
• Escola anna nery, RJ 1923 
• Escola de enfermagem carlos chagas 1933 
• Escola de enfermagem luisa de marilac 
• Escola paulista de enfermagem 1939 SP 
 8 
• Escola de enfermagem da universidade de sp 
 
 Simbologias e representações da enfermagem 
 
O dia 12 de maio ficou reconhecidamente no calendário brasileiro como o dia da 
enfermagem, em uma homenagem à data de nascimento de Florence Nightingale. 
Ademais, em abril de 1999, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 
institucionalizou as representações simbólicas da enfermagem, como a cor da pedra, o 
brasão que estiverem estampados em acessórios utilizados nas colações de grau em 
formaturas, além do juramento da enfermagem a ser proferido no momento solene. 
 
Juramento da Enfermagem 
 
A Resolução COFEN n. 218 de 9 de junho de 1999, no artigo primeiro, aponta 
as recomendações no momento da colação de grau: os discentes são convidados a se 
levantarem, erguerem o braço direito e a proferirem o juramento da enfermagem perante 
a plenária, se responsabilizando em todas as áreas do seu exercício profissional (COFEN, 
1999). 
Solenemente, na presença de deus e desta assembleia, juro: dedicar minha vida 
profissional a serviço da humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da 
pessoa humana, exercendo a enfermagem com consciência e fidelidade; guardar 
os segredos que me forem confiados; respeitar o ser humano desde a concepção 
até depois da morte; não praticar atos que coloquem em risco a integridade física 
ou psíquica do ser humano; atuar junto à equipe de saúde para o alcance da 
melhoria do nível de vida da população; manter elevados os ideais de minha 
profissão, obedecendo aos preceitos da ética, da legalidade e da moral, honrando 
seu prestígio e suas tradições. 
 
Simbologias da enfermagem 
 
As representações simbólicas das profissões partem do pressuposto 
de significados ligados ao cuidado, a técnica, a ciência, a cura e a saúde. Para tanto, a 
Resolução COFEN n. 218/1999, aprovou o regulamento que dispõe sobre o Juramento a 
ser proferido nas Solenidades de Formatura dos Cursos de Enfermagem, bem como a 
pedra, a cor e o Brasão ou marca que representará a Enfermagem, em anéis e outros 
acessórios que venham a ser utilizados em nome da profissão. 
 9 
 
 
A profissão dentro da área da saúde: regional, nacional e mundial 
 
A área da saúde no Brasil está distribuída entre os setores público e privado para 
garantir a assistência em saúde à sociedade. A rede de atenção à saúde oferta 139.382 
estabelecimentos de saúde e agrega trabalhadores que correspondem a 7% da força de 
trabalho do Brasil. Assim, temos 3.257 milhões de trabalhadores da saúde, e 46,5% 
correspondem àqueles que trabalham em outros setores da área. Dessa forma, a área da 
enfermagem tem diversos caminhos de atuação que podem ser escolhidos pelos 
profissionais. Isso, no entanto, dependerá de alguns fatores, como os movimentos 
políticos e econômicos da sociedade, a escassez de algumas áreas e, principalmente, a 
própria afinidade do enfermeiro com determinadas áreas. 
 
Áreas de atuação da enfermagem 
 
É imprescindível mencionar os fatores que influenciam as profissões, tais como a 
economia e a política. Devido às questões econômicas e políticas, podemos destacar um 
paradoxo em âmbito internacional, pois, em alguns países encontram-se poucos 
profissionais da saúde, principalmente na enfermagem e, em outros países e regiões, há 
uma alta taxa de desemprego nessa área (OLIVEIRA et al., 2018). 
Em âmbito regional, podemos verificar também as influências da política e, mais 
fortemente, do setor econômico, que se inter-relacionam e demandam as tendências de 
mercado. E, segundo estudos sobre a tendência do mercado de trabalho dos enfermeiros, 
foram destacados os fatores que se relacionam ao desemprego e subempregos que é a 
falta de profissionais enfermeiros qualificados (BUCHAN; BLACK, 2011). 
O crescimento da área da saúde ocorreu após a Reforma Sanitária, que levantou 
discussões acerca das melhorias da assistência em saúde para a 8ª Conferência Nacional 
de Saúde e, posteriormente, a concepção da saúde como direito de todos e dever do estado 
incorporada à Constituição Federal Brasileira. Após a inserção da saúde como direito de 
todos, a implementação de ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação da 
saúde, além da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), foi possível perceber 
a expansão da enfermagem em diversos âmbitos da assistência em saúde, tanto no setor 
público quanto no privado. 
 10 
Em âmbito municipal, podemos destacar o avanço do SUS e sua descentralização 
e municipalização dos serviços de saúde, com modificações significativas no perfil dos 
cuidados em saúde no país. Foi possível verificar, em estudos realizados em 2014, que 
os municípios lideram o ranking dos empregos públicos. 
Entre todas as profissões do âmbito da saúde, a equipe de enfermagem é aquela 
que fica mais tempo ao lado dos enfermos, , por conseguinte, realiza a assistência e 
cuidado integral, desde a entrada dos usuários até a alta. Dessa forma, os profissionais da 
enfermagem enfrentam diariamente os desafios das atualizações em seu campo de 
trabalho, necessitando assim de reconhecimento de sua área de atuação para adequar-se 
às novas demandas que surgem (OLIVEIRA; WERMELINGER; FREIRE, 2016). 
A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) n. 581 de 11 de julho 
de 2018 traz no artigo 6º a disposição sobre a divisão e três grandes áreas das 
especialidades do Enfermeiro, bem como as linhas de atuação de atuação nestas 
especialidades (COFEN, 2018): 
§ 1º Área I 
a) Saúde Coletiva b) Saúde da Criança e do Adolescente c) Saúde do Adulto (Saúde do 
homem e Saúde da mulher) d) Saúde do idoso e) Urgência e Emergência 
§2° Área II 
a) Gestão 
§3° Área III 
a) Ensino e Pesquisa 
 
Há, também, outras áreas, como a enfermagem geral que determinam os 
cuidados dos técnicos e direcionam a equipe de enfermagem; a enfermagem forense para 
a investigação de crimes e assistência às vítimas de violência; a enfermagem geriátrica 
com atendimentos aos idosos; em emergência e urgência, enfermagem obstétrica que 
abarca os cuidados as lactantes e gestantes durante o parto e pós-parto; enfermagem do 
trabalho com atendimento ambulatorial e executa ações de prevenção de doenças e 
promoção da saúde dos funcionários; enfermagem em estomaterapia que cuida de 
estomias e feridas, drenos, fístulas etc.; enfermagem em cardiologia e hemodinâmica para 
o oferecimento de assistência a pacientes clínicos e cirúrgicos que precisam de cuidados 
clínicos, intervencionistas e intensivos; a enfermagemem saúde da família: atua 
diretamente com a corresponsabilização de uma comunidade na realidade em que se 
insere; enfermagem em nefrologia voltadas a atenção de pacientes com patologias gerais, 
as áreas de gestão, auditoria e acreditação. Ademais, recentemente COFEN com a 
Resolução no 268 de 20 de fevereiro de 2020, agregou mais uma área de atuação, a 
estética com procedimentos faciais e corporais (COFEN, 2020). 
 
 
 
 11 
Panorama do mercado de trabalho da equipe de Enfermagem 
 
Com as demandas de saúde que são crescentes em nossa sociedade, é 
imprescindível que os profissionais cada vez sejam mais capacitados para a atenção à 
saúde, principalmente por conta da implantação de novas tecnologias de trabalho, novos 
padrões e protocolos de atenção e novas terapêuticas a serem seguidas. O período que 
vivenciamos demonstra uma nova conformação de sociedade, uma população que, ao 
logo do tempo tem invertido a pirâmide etária e se tornando um país de idosos, além das 
doenças crônicas se evidenciando e a assistência à saúde precisa abarcar essas novas 
demandas, principalmente a enfermagem. 
A seguir, na tabela Equipe de Enfermagem segundo atuação nos setores 
público e privado no Brasil apresentamos um panorama de atuação dos profissionais da 
enfermagem nos setores públicos e privados no Brasil de um estudo realizado com o 
objetivo de analisar do mercado de trabalho dos profissionais da Enfermagem, a partir 
dos dados obtidos por meio da Pesquisa do Perfil da Enfermagem no Brasil (Cofen - 
Fiocruz) (MACHADO et al., 2016). 
 
Níveis de áreas de atuação 
 
"Somos aquilo que fazemos repetidamente. 
Excelência, portanto, não é um modo de agir, mas um hábito" 
Aristóteles 
 
Com o intuito de organizar o sistema de saúde, deve haver o direcionamento da 
assistência de acordo com a sua complexidade, para que os cuidados sejam específicos 
de acordo com a classificação da demanda existente. Ou seja, os cuidados especializados 
segundo sua complexidade (casos de menor ou maior urgência). 
Assim, a enfermagem em sua assistência na prática da comunidade, baseia-se em três 
níveis de cuidado: primário, secundário, terciário e em alguns hospitais o nível 
quaternário. 
 
Nível de atenção primária 
 
Esse nível de atenção visa à promoção da saúde e prevenção de doenças, 
utilizando a estratégia de educação em saúde com vistas à sensibilização da população 
quanto a melhoria dos estilos e hábitos de vida. Assim, a enfermagem poderá atuar neste 
nível, com menor complexidade, em unidades de saúde que oferecem consultas 
 12 
agendadas e de demandas espontâneas, atenção a cuidados básicos como curativos, 
vacinação etc. Essa atenção ocorre nos Centros de Saúde, Unidades Básicas de Saúde 
(UBS), unidades da Estratégia de Saúde da Família (USF), Programas de Agentes 
comunitários (PACS) (SMELTZER; BARE, 2014). 
 
Nível de atenção secundária 
 
Esse nível de atenção é destinado à manutenção da saúde e direciona os cuidados 
com intervenções, como a triagem, de forma que sejam detectadas precocemente as 
patologias. Ademais, atenta-se às intervenções voltadas a prevenção ou diminuição de 
riscos à saúde, da perda de funções do organismo e/ou alta dependência dos indivíduos. 
Neste contexto, o nível é de complexidade intermediária, e os enfermeiros 
podem atuar em clínicas e hospitais no geral, policlínicas, Unidades de Pronto 
Atendimento (UPA). Esses locais oferecem procedimentos de intervenções imediatas, 
tratamentos em casos crônicos e em especial a casos agudos das patologias, no entanto, 
tais locais não ofertam leitos par internação e, por este motivo não possui Autorização 
para Internação Hospitalar (AIH) (SMELTZER; BARE, 2014). Neste contexto, o 
enfermeiro poderá atuar no nível secundário, que se propõe à manutenção da saúde, 
diante da exposição a doenças, e à prevenção da população de risco, como doenças 
sexualmente transmissíveis, câncer etc. 
 
Nível de atenção terciária e quaternária 
 
O nível terciário de atenção tem ênfase na reabilitação dos indivíduos, de forma 
a evitar agravamento e sequelas das patologias e favorecer a melhoria da qualidade de 
vida. Assim, busca-se a diminuição de mortes e a reabilitação dos pacientes em suas 
dificuldades físicas e psicológicas. 
Os enfermeiros que atuam nesse nível realizam ações de maior complexidade da 
assistência à saúde, para manutenção da vida dos pacientes, com procedimentos mais 
invasivos e que necessitam de recursos e materiais com maior tecnologia, além do 
cuidado realizado neste sentido em ambiente domiciliar, de caráter preventivo. Em 
nível quaternário, a assistência envolve procedimentos como transplantes de órgãos e 
tecidos, que vai da verificação da compatibilidade, à captação até o transplante 
propriamente dito. 
Assim, após a explanação sobre os níveis de atenção à saúde brasileira, 
acreditamos na sensibilização dos futuros profissionais quanto à importância do 
reconhecimento da rede de atenção que compõe cada nível de atenção, para que a 
assistência seja eficiente. 
 
 13 
Unidade 02 
 
ENTIDADES DE CLASSE DA ENFERMAGEM 
 
 
As entidades de classe são órgãos que têm interesses em comum dentro de um 
grupo de profissionais. Na enfermagem, temos três entidades, que são o conselho 
regional e federal, a Associação Brasileira de Enfermagem e os sindicatos. Apesar de 
todos serem para os profissionais de enfermagem, existem algumas diferenças no estatuto 
que regem essas entendidas, de acordo com os interesses e sua representatividade. 
A enfermagem é uma profissão regulamentada por uma lei federal, n. 7.498 de 
25 de junho de 1986. Ela é fiscalizada pelos conselhos de classe regional, os quais iremos 
detalhar mais à frente. 
 
Qual o papel das entidades de classe na formação profissional 
 
Os conselhos de enfermagem regional e federal só surgiram após quase trinta anos 
da promulgação da lei do exercício profissional. A Lei Federal n. 5.905, de julho de 
1973, autorizou a criação desses dois conselhos, com o objetivo 
de disciplinar e fiscalizar o exercício profissional da enfermagem no Brasil. Antes do 
surgimento desses conselhos, a enfermagem tinha apenas entidades que davam suporte 
científico-cultural e órgãos de defesa da classe, como a Associação Brasileira de 
Obstetriz, União Nacional dos Auxiliares de enfermagem e os sindicatos. 
As entidades de classe são órgãos oficiais que têm como função a seleção, 
disciplina e fiscalização do desenvolvimento da atividade profissional da enfermagem, 
em todos os níveis auxiliar, técnico e superior. Essas entidades atuam 
no cadastramento do profissional, segundo a legislação vigente, avaliam os títulos e 
qual categoria o profissional pertence, fiscalizam e eliminam o exercício ilegal da 
profissão, fiscalizam o exercício profissional e o cumprimento do Código de 
Deontologia Profissional, punem infratores de acordo com o código de ética profissional 
e o tipo de infração cometida. Além disso, têm papel educativo, promovendo campanhas, 
cursos e eventos para atualização profissional dos enfermeiros em todos os níveis. 
 
Conselho Federal de Enfermagem 
 
Em 1926 foi criada a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas, que, em 
1954, passou a ser chamada de Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), foi 
responsável pela organização da enfermagem por vários anos, organizando o exercício 
 14 
profissional, atendendo suas reivindicações e apoiando nas lutas da categoria. Uma das 
principais solicitações da enfermagem era a criação do Conselho Federal de Enfermagem 
(Cofen) e dos Conselhos Regionais de Enfermagem (Coren). A idealização dos conselhos 
pelos profissionais da enfermagem teve como principal objetivo regulamentar a atividade 
profissional em um órgão específico, evitando assim que outros profissionais exercessem 
a profissão sem a devida formação. 
O Conselho Federal de Enfermagem é um conselho autônomo federal. Ele é umórgão que tem como papel a disciplina dos profissionais de enfermagem no Brasil. O 
Cofen surgiu em 1973, sendo regulamentado pela Lei 5.905, que também criou os 
Conselhos Regionais de Enfermagem. Em relação a jurisdição do Cofen, ele é federal, ou 
seja, pode atuar em qualquer parte do território brasileiro. Atualmente a sua sede fica em 
Brasília, tendo atendimento ao público em horário comercial nos dias úteis. Ele é uma 
autarquia vinculado com o Ministério Federal. 
O Cofen é filiado ao Conselho Internacional de Enfermagem que fica em Genebra. 
As principais atividades desenvolvidas por ele são: 
• Aprovar o regimento interno próprio e dos conselhos regionais de enfermagem; 
• Elaborar e atualizar do Código de Deontologia de Enfermagem; 
• Normatizar e orientar o funcionamento de todos os conselhos regionais para que 
ocorra um funcionamento padronizado, normatização do exercício dos 
profissionais de enfermagem em nível técnico e superior, 
• Zelar pela qualidade do cuidado prestado; 
• Garantir o cumprimento da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem. 
 
Os representantes da diretoria do Cofen são escolhidos de três em três pelos 
enfermeiros, em nível auxiliar, técnico e superior, que podem votar virtualmente, sem 
precisar deslocar. O mandato tem duração de três anos, sempre iniciando no dia 23 de 
abril do ano da eleição e o mesmo grupo diretor só pode ser reeleito mais uma vez. 
Os membros efetivos são nove pessoas. Para ser candidato a participar do conselho, é 
preciso que o profissional de enfermagem seja adimplente, com inscrição regular e 
definitiva, não tendo nenhuma inelegibilidade que o impeça de ser candidato e de 
assumir qualquer cargo da diretoria. 
As condições de elegibilidade são: 
• Nacionalidade brasileira. 
• Homem estar em dia com o serviço militar com até 45 anos. 
• Estar em dia com a justiça eleitoral. 
• Estar com a inscrição ativa por no mínimo 08 anos de conselho regional. 
 
 
Não podem concorrer pessoas que cumpririam o terceiro mandato consecutivo 
como efetivo ou suplente; tenha vínculo empregatício com o Cofen ou Coren; tenha tido 
o mandato cassado; tenha algum processo em julgamento ético, penal ou de 
impropriedade administrativa nos últimos cinco anos; tenha contas irregulares que foram 
 15 
julgadas pelo Coren ou Tribunal de Contas da União nos últimos cinco anos, carteira 
profissional vencida ou preste informações errôneas aos candidatos da chapa que está 
representando (COFEN, 2019). 
Os cargos da diretoria são presidente, vice-presidente, primeiro secretário, segundo 
secretário, sendo que esses cargos são privativos para enfermeiros. Os cargos de 
tesoureiro e segundo tesoureiro, devem ser ocupados preferencialmente por técnicos e 
auxiliares de enfermagem, porém se não houve nenhum candidato para esses dois cargos, 
pode ser eleito um enfermeiro. Existem ainda três membros do conselho que não têm 
nenhum cargo específico atribuído, totalizando os nove gestores. Os suplentes são 
mais nove profissionais de enfermagem (COFEN, 2019). 
 
Atribuição de cada membro do Cofen 
 
A lei n. 5.905, de 12 de julho de 1973 traz as atribuições de cada um dos dirigentes que 
constituem a diretoria do Cofen. Abaixo vamos descrever cada uma delas. 
• O presidente do Cofen é responsável por supervisionar as atividades do Cofen e 
dos Corens, com base na legislação vigente e nas determinações do plenário e da 
diretoria. Ele deve zelar pelo livre exercício profissional da enfermagem, pela 
dignidade e independência dos conselhos federal e regionais. Deve representar os 
conselhos federal e regionais junto aos Órgãos Regionais Públicos e privados, 
porém no caso dos conselhos regionais isso só irá ocorrer quando ele abranger 
mais um Coren. O presidente deve prestar orientações aos presidentes dos Corens, 
quando for solicitado, além de preservar as resoluções, decisões e qualquer outra 
deliberação do Cofen. Ele ainda é responsável por propor a política em relação a 
normatização, disciplinamento e fiscalização do exercício da profissão de 
enfermagem; convocar assembleia geral com os delegados regionais por 
deliberação do plenário; presidir as reuniões e convocar suplente para substituir 
faltas, impedimentos ou vacâncias no conselho. 
Em posse do cargo, ele é responsável por presidir e dar a posse para os 
profissionais eleitos para Conselheiros Federais, cargos da diretoria, integrantes 
de comissões de tomada de contas, conselheiros regionais ou federais designados. 
Em documentos oficiais como resoluções, decisões, portaria e atas, ele 
deve assinar junto com o primeiro secretário e as atas da diretoria devem ser 
assinadas por ele e pelo segundo secretário. Em relação à tesouraria, ele deve 
encaminhar junto com a primeira tesouraria projetos de orçamento do Cofen, eles 
também devem autorizar e supervisionar a execução do orçamento do Cofen. Os 
movimentos realizados pelo Cofen em contas bancárias, por exemplo, devem ter 
cópias de cheques e expedientes que foram direcionados a outra instituição, sendo 
esse movimento feito pelo presidente do Cofen e a primeira tesouraria. O 
presidente ainda decide ad referendum em casos de urgência que necessitem 
medidas imediatas, porém obrigatoriamente o ad referendum deve fazer parte da 
pauta da reunião subsequente. Por fim, o presidente, junto com o primeiro 
secretário, deve elaborar o relatório anual e apresentar ao plenário para aprovação 
 16 
até o dia 28 de fevereiro do ano subsequente. Outras atividades podem ser 
exercidas desde que determinadas pela legislação em vigor e pelo regimento 
interno. 
 
• O vice-presidente pode substituir o presidente em faltas eventuais ou em algum 
impedimento que ele não possa estar presente. Ele atua colaborando nas 
atribuições das tarefas direcionadas ao presidente, pode dar posse à presidência 
reeleita, exerce as atividades que estão em sua competência no regimento vigente. 
 
• O primeiro secretário pode assumir a presidência em caso de ausência 
concomitante do presidente e do vice, devido à falta ou algum impedimento 
eventual. Além de estar presente auxiliando o presidente em diversas atividades 
descritas anteriormente. 
 
 
• O segundo secretário pode substituir o primeiro secretário em caso de falta ou 
algum imprevisto eventual. Ele deve secretariar reuniões da diretoria, elaborar as 
atas e assiná-las junto com o presidente e os demais conselheiros presentes nas 
reuniões. Além disso, deve auxiliar o primeiro secretário, quando solicitado, e 
pode exercer outras atividades determinadas no regimento vigente. 
 
• O primeiro tesoureiro deve elaborar e apresentar para a diretoria, junto com a 
presidência a proposta orçamentária do Cofen. A movimentação bancária, 
assinatura de cheques e qualquer outro documento com finalidade bancária deve 
ser feita com a assinatura da presidência, e uma cópia deve ser retirada para 
manter em posse da tesouraria para prestação de contas. Toda a movimentação 
financeira é de sua responsabilidade, e ele pode solicitar ajuda do segundo 
tesoureiro. 
 
 
• O segundo tesoureiro pode substituir o primeiro tesoureiro em faltas ou 
impedimentos eventuais, deve colaborar com o primeiro tesoureiro quando 
solicitado. Além disso, deve elaborar anualmente a relação de bens, providenciar 
o tombamento e a alienação deles, quando inservíveis à entendida. 
Todos os membros da diretoria devem trabalhar em conjunto e de forma 
colaborativa, para que tenham uma gestão tranquila, harmônica e transparente 
para a comunidade. Dessa forma, podendo lutar pelos direitos da enfermagem, 
bem como exigir que essa exerça sua função com qualidade e dentro da legislação. 
 
Competências do cofen 
 
O Conselho Federal de Enfermagem é responsável pela aprovação dos 
regimentos dos Corens e do Cofen; decidem sobre a instalação ou desativação do 
Conselho Regional; elabora o Código de Ética e de Processos Éticos de Enfermagem,17 
podendo alterá-los. Além disso, delibera sobre provimentos e instruções a serem baixados 
em relação a procedimento e regulação dos Corens; sobre os modelos de o modelo das 
carteiras profissionais; sobre os meios de colaboração entre Cofen e Corens; sobre a 
alteração, inovação e suplementação da legislação da Enfermagem em relação a 
assistência e ao ensino-pesquisa; sobre normas e disciplina do exercício profissional e 
ocupacional da enfermagem; sobre assuntos de interesse da enfermagem, promovendo a 
sua defesa e de quem exerce a profissão legalmente; sobre as normas das eleições dos 
Conselheiros e suplentes do Cofen e Corens; sobre valores das anuidades recolhidas; 
sobre eventos científicos e culturais voltados para a Enfermagem; sobre a criação de órgão 
oficial para publicação de documentos e atos dos Conselhos de Enfermagem e sobre a 
representação do Cofen e Corens frente ao Poder Público em solenidades e relação com 
terceiros. 
O Cofen ainda é responsável por estabelecer as diretrizes que disciplinam, 
normatizam e fiscalizam o exercício profissional da enfermagem; estabelece áreas de 
especialização da enfermagem e quais os critérios mínimos para obter o registro e 
inscrição de especialista; autoriza a criação de câmeras técnicas; aprova a previsão 
orçamentária anual dos conselhos; participa da elaboração e execução de políticas de 
saúde. O Cofen também auxilia os Corens em processos que requerem a cassação do 
exercício profissional e sempre que há qualquer necessidade de suporte para esses 
conselhos (COFEN, 2000). 
 
Resoluções do cofen sobre o exercício profissional da Enfermagem 
 
O Cofen tem como uma das suas funções deliberar normativas e resoluções que 
visam a melhorar as condições de trabalho para o profissional da enfermagem assim como 
melhorar a qualidade da assistência prestada por ele. 
A enfermagem, por muitos anos, como sabemos pela história da profissão realizou 
diversas técnicas que não eram regulamentadas, como a prática da sutura. Em 2003, o 
Cofen por meio da Resolução n. 278/2003 proibiu que o procedimento fosse feito 
profissionais de enfermagem, exceto em casos de risco iminente de morte e que não tenha 
possibilidade de o médico realizar o procedimento, como quando ele não estiver presente 
no local e não puder esperar a sua chagada devido a gravidade do paciente (COFEN, 
2003). Nesse mesmo ano, a enfermagem foi proibida de auxiliar em procedimentos 
cirúrgicos, até então a prática ocorria com frequência, oferecendo risco ao paciente, 
devido à não capacitação dos profissionais para a auxiliar nos procedimentos (COFEN, 
2003). 
No ano de 2010, o Cofen aprovou a Resolução n. 370/2010 que trouxe o código 
de processo ético dos conselhos de enfermagem. Esse código deve ser aplicado por todos 
os conselhos de enfermagem do Brasil, sendo que ele tem como objetivo normatizar e 
sistematizar as normas a serem seguidas (COFEN, 2010). 
Em 2011, pela Resolução n. 388/2010, ficou normatizado que o acesso venoso, 
via cateterismo umbilical só pode ser realizado pelo Enfermeiro, ou seja, não mais pelo 
 18 
técnico de enfermagem. Essa mudança ocorreu, pois, esse procedimento demanda 
competência técnica e científica, sendo um procedimento complexo e que qualquer erro 
pode levar a consequências graves à vida criança (COFEN, 2011). Além disso, passou a 
ser função privativa do enfermeiro a punção para fins como a gasometria e a 
monitorização da pressão arterial invasiva. Até então, o técnico realizava o procedimento, 
que passa a ser realizado somente pelo enfermeiro a partir da Resolução n. 390/2011. Já 
em 2012, foram normatizados, pela Resolução n. 425/2012, os procedimentos de enfermagem 
para a contenção mecânica do paciente, que até então não tinha nenhuma norma que 
regulamentasse como fazer e quando deveria ser feito (COFEN, 2012). A contenção mecânica é 
um procedimento que deve ser evitada pelos profissionais de enfermagem, porém, em algumas 
circunstâncias sua realização é necessária. Se for o caso, o profissional deve estar atento, para 
que não decorra em nenhum dano ao paciente. Em 2016, foi publicado um guia com 
recomendações para o registro da enfermagem nos prontuários dos pacientes. Não é 
incomum ainda hoje encontrar prontuários com anotações pequenas, incompletas ou até 
mesmo a ausência dessas anotações. A anotação é importante não só pelo registro do que 
foi realizado, mas é uma fonte de comunicação entre os professionais de enfermagem e 
os outros profissionais que assistem o paciente, pois, muitas vezes, a leitura da evolução 
do plantão anterior determina as condutas que serão realizadas, além de permitir avaliar 
o progresso da saúde do paciente (COFEN, 2016). 
Essas resoluções são exemplos de algumas publicações que o Cofen fez 
para auxiliar, melhorar e a amparar a enfermagem durante o seu exercício 
profissional. Mas o profissional deve estar sempre atento a essas resoluções que passam 
por constantes atualizações e modificações, devido a estudos científicos que mostram a 
necessidade de mudanças para melhorar o atendimento prestado. Além disso, algumas 
resoluções podem ser inapropriadas com a prática, necessitando de adequações ao longo 
dos anos. 
 
Conselho regional de Enfermagem 
 
Os Conselhos Regionais de Enfermagem (Corens), são órgãos sediados em cada 
capital brasileira, que têm como ação a disciplina e fiscalização do exercício profissional 
da enfermagem, observando as diretrizes gerais emitidas pelo Conselho Federal de 
Enfermagem. Esse conselho tem, então, como objetivo principal zelar pela qualidade da 
assistência prestada pela enfermagem, respeitando o Código de Ética e cumprindo a Lei 
do Exercício Profissional. 
O Coren surgiu junto com o Cofen, em 1973, quando foram criados pela Lei n. 
5.905. De acordo com essa lei, o Coren é responsável (BRASIL, 1973): 
• Pela inscrição ou cancelamento dos profissionais de enfermagem. 
• Pela disciplina e fiscalização do exercício profissional. 
• Pela execução das instruções e provimentos do cofen. 
• pela manutenção do registro dos profissionais de enfermagem na respectiva 
jurisdição; 
• por conhecer e decidir as penalidades sobre crimes de ética profissional; 
 19 
• por elaborar proposta orçamentária anual e o regimento interno submetendo-os ao 
Cofen para aprovação; 
• por expedir a carteira profissional; 
• por publicar anualmente relatório sobre o trabalho desenvolvido e o número de 
profissionais registrados de acordo com a categoria profissional; 
• por publicar anualmente relatório sobre o trabalho desenvolvido e o número de 
profissionais registrados de acordo com a categoria profissional; 
• por estabelecer o valor da anuidade; 
• por apresentar anualmente prestação de contas ao Cofen até o dia 28 de fevereiro. 
 
 
Como atua o Coren 
 
O Coren tem unidade sediada nas capitais e tem como papel auxiliar o profissional em 
casos de dúvidas e até mesmo no registro de denúncias. Além disso, promovem cursos, 
palestras, boletins informativos para toda a comunidade da enfermagem. O enfermeiro 
deve procurar a unidade da sua jurisdição para realizar o registro e manter 
a anuidade em dia, para que seu registro não apresente nenhuma pendência. Em caso de 
mudança de nome, estado civil, endereço, mudança de categoria ou especialização, o 
profissional é responsável por avisar o Coren em que está inscrito para a atualização dos 
dados. 
Em algumas cidades, existe um escritório fiscal com representantes do Coren, que podem 
receber a documentação necessária para o registro profissional ou renovação, quando a 
cidade fica distante da sede, porém, o prazo para que ocorra toda a tramitação é maior, 
pois os documentos são levados para a sede, na capital, onde são analisados, a demanda 
é realizada e, depois, encaminhada para o município de origem. 
Em relação à fiscalização, ela ocorre com a finalidade de instruir as unidades de saúde, 
por meio de discussõestécnicas baseadas na legislação vigente. Em relação 
às atividades de enfermagem, são observadas o exercício profissional, as condições de 
trabalho e se estão seguindo o código de ética profissional, bem com as legislações 
vigentes. 
Os conselhos regionais de enfermagem têm a fiscalização como sua missão principal, 
sendo uma atividade de suma importância para a sociedade, instituições de saúde e para 
os próprios profissionais de enfermagem. O papel dos Corens é prevenir o exercício 
ilegal do profissional de enfermagem, bem como evitar situações que decorram em 
desconformidade da ética profissional. Assim, os conselhos buscam promover as 
melhores condições de trabalho e segurança para o profissional da enfermagem. Além 
disso, ele deve fazer cumprir as legislações que visam a segurança a assistência 
enfermagem-paciente e o serviço de saúde. 
A fiscalização realizada pelo Coren tem um limite, que é estabelecido pela legislação de 
enfermagem. Ela fiscaliza, então, a enfermagem, portanto, o profissional deve estar 
 20 
atendo para não confundir por exemplo o papel de outras autoridades como vigilância 
epidemiológica, vigilância sanitária, ministério do trabalho com o Coren, cada um tem 
sua competência na fiscalização. 
Algumas irregularidades comuns que o Coren encontra durante a fiscalização são, por 
exemplo, o dimensionamento dos profissionais de enfermagem em número insuficiente 
para atuar na demanda da instituição; ausência do enfermeiro como responsável técnico 
para o serviço de enfermagem. Além disso, exercício de atividades ilegais, como 
enfermeiros auxiliando em procedimentos cirúrgico, administrando medicamentos por 
ordem verbal em situações que não são de emergência. Também é comum 
encontrar problemas com os documentos, como a inexistência da certidão de 
responsabilidade técnica, ausência de instrumentos administrativos do serviço de 
pacientes ou quando existentes estão desatualizados. Outro problema comum são 
os registros da enfermagem no prontuário do paciente inexistente ou quando 
preenchidos são insuficientes e incompletos, o que está em desacordo com a legislação 
vigente. 
A fiscalização, portanto, tem o papel de notificar por escrito, verificando novamente se 
as condições foram alteradas. Em alguns casos as penalidades precisam ser reaplicadas 
de forma mais rigorosa, como multas e em alguns casos até a cassação do exercício 
profissional de enfermagem, quando ocorrem lesões graves ao paciente decorrentes da 
assistência inadequada prestada. Porém, devemos lembrar que o Coren não é um conselho 
meramente punitivo, ele tem caráter educativo. As punições irão ser aplicadas conforme 
as necessidades de cada situação, conforme o Código de Ética do Profissional de 
Enfermagem, que veremos mais detalhadamente nos próximos capítulos. 
 
Registo de empresas ao Coren 
 
Em 2001, o Cofen aprovou a Resolução n. 578 de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre 
as normas para o registro de empresas que tenham atividade de Enfermagem e as suas 
anotações referentes as atividades de enfermagem frente à responsabilidade técnica. 
Assim, todas as empresas que prestem serviços de enfermagem ou executem atividade 
básica na área da enfermagem mesmo que seja supervisão e treinamento de recursos 
humanos devem estar vinculadas ao Coren da região em que está atuando. O objetivo 
dessa norma é assegurar que as atividades exercidas por esses profissionais sejam 
compatíveis com a exigência ética do exercício da enfermagem (COFEN, 2001). 
Essa resolução considera como empresa todo empreendimento de enfermagem realizado 
em instituições de saúde, hospitalar ou não. Ela divide as empresas em classe A que são 
aquelas que desenvolvem ações de enfermagem ligadas à promoção, proteção, 
recuperação e reabilitação da saúde: 
• A.1: Atividades de supervisão.W 
 
• A.2: Atividades de prestação e/ou execução de serviços. 
 
 21 
• A.3:Atividades de treinamento de recursos humanos. 
 
Já a classe B desenvolve atividades que não são especificamente da enfermagem, mas 
têm ligação com a área: 
 
• B.1: Atividades de supervisão. 
 
• B.2: Atividades de prestação e/ou execução de serviços. 
 
• B.3: Atividades de treinamento de recursos humanos. 
 
Diante disso, essas empresas precisam de um enfermeiro responsável técnico por turno, 
ou seja, se funcionar 24 horas, um no período diurno e outro no período noturno. O 
registro deve ser solicitado ao Coren cabendo a ele avaliar se aceita ou não. A negativa 
pode ocorrer casos em que não haja um enfermeiro na direção dos serviços de 
enfermagem, os profissionais não sejam todos regularizados junto ao Coren ou não 
especifique – no contrato social, estatuto, regulamento, regimento ou instruções – as 
funções do enfermeiro assistencial e do enfermeiro responsável técnico. Quando ocorrer 
a recusa do registro, a empresa tem 60 dias para resolver as irregularidades, em caso de 
descumprimento o Coren pode aplicar punições (COFEN, 2001). 
Mas como é feito o requerimento? Vamos detalhar o passo a passo. Primeiramente, a 
empresa precisa requerer o registro em até 30 dias após o arquivamento de seus atos 
constitutivos nas repartições competentes. O pedido é feito em formulário específico, que 
conta nome ou razão social da empresa, número da inscrição estadual ou municipal, 
endereço do estabelecimento, nome e número da inscrição no conselho do enfermeiro 
dirigente pelas atividades de enfermagem na empresa, relação de nome e registro dos 
demais profissionais de enfermagem da empresa. Junto com essas informações devem ser 
anexados cópias do contrato social, estatuto todos registrados nas repartições 
competentes, ata de eleição ou designação dos atuais dirigentes, contrato firmado entre a 
empresa e o profissional de enfermagem especificando suas atividades e a 
responsabilidade técnica. Caso não tenha nenhum impedimento, o Coren libera por cinco 
anos a licença, a qual, ao fim desse prazo, pode ser renovada. Os dados do registro são 
enviados também ao Cofen (COFEN, 2001). 
A empresa deve ficar atenta, pois pode haver cancelamento do registro em casos de 
mudança de classe, encerramento da atividade, penalidades aplicadas à empresa e à 
falência. Quando o cancelamento for realizado até o dia 31 de março, a pessoa jurídica 
ficara livre do pagamento da anuidade do exercício profissional, mas, se for feito após 
essa data, a anuidade deverá ser paga proporcionalmente os meses transcorridos (COFEN, 
2018). 
Associação brasileira de enfermagem 
 
 22 
No ano de 1926, surgiu a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas formada pela 
Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública (Escola Ana Nery 
atualmente) no Rio de Janeiro. Dois anos depois, foi registrada com uma associação 
jurídica. Essa associação manteve o nome até o ano de 1954, quando passou a ser 
chamada de Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e manteve o nome até os dias 
atuais. 
A ABEn é uma associação cultural, científica e política. Ela é uma personalidade jurídica, 
com direto privado e que abrange todos os profissionais da enfermagem e alunos em 
formação no nível técnico ou superior. A ABEn ainda congrega cursos, associações ou 
sociedades de especialistas que se associam a ela sem fins lucrativos. 
Hoje, a ABEn tem um número ilimitado de associados, organizados por seções federadas 
em cada estado e uma diretoria nacional. Ela ainda tem um estatuto nacional e estatual 
que a rege. Ela foi reconhecida em 1952, por meio do Decreto n. 31.417 de setembro 
daquele ano, como uma associação de Utilidade Pública. A ABEn tem normativas 
próprias que regula a sua administração. 
O estatuto da ABEn traz que a sede principal está situada em Brasília, representação 
nacional e a representatividade estadual tem suas entendidas situadas capitais de cada 
estado. O estatuto define dezenove finalidades da ABEn, sendo elas reunir todos os 
profissionais de enfermagemde nível auxiliar, técnico e superior, bem como os estudantes 
dos cursos profissionalizantes ou de graduação em enfermagem; incentivar a cooperação 
e solidariedade entre os associados; promover o desenvolvimento técnico-cientifico e 
cultural dos profissionais de enfermagem; defender os interesses da enfermagem em 
relação as questões sociais, seguridade, saúde e educação. Além disso, articular e 
promover a troca de conhecimento entre instituições nacionais e internacionais, visando 
a melhoria e o desenvolvimento da enfermagem; outorgar título de especialista a 
enfermeiros que mostrem capacidade técnica-cientifica em processos avaliativos 
coordenados pela ABEn (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2018). 
Os sócios efeitos podem votar, estar presentes em reuniões da ABEn, participar de 
reuniões e assembleias com direito ao voto, inscrever em eventos promovidos pela ABEn 
com valores diferenciados; participar de eventos internacionais que a ABEn esteja 
associada com condições especiais; inscrever em processos de obtenção de título de 
especialista conforme as normas de cada especialidade; participar de estudos e debates 
promovidos pela ABEn e eles ainda têm prioridade em programas e projetos que são 
desenvolvidos por essa associação. Porém, os sócios efetivos têm obrigações a seguir, 
como estar de acordo com o estatuto, regimento e resoluções da ABEn; recolher a 
contribuição destinada a ABEn; cooperar na divulgação de eventos da associação; 
representar a ABEn em eventos que for indicado e pautar sua conduta sempre nos 
princípios éticos e de solidariedade conforme o estatuto vigente (ABEn, 2018). 
Essa associação é constituída de órgãos estatuários com poder deliberativo que são a 
Assembleia Nacional de Delegados (AND) e o Conselho Nacional da ABEn 
(CONABEn). A AND é um órgão que tem poder máximo de deliberação da ABEn. Ela 
pode deliberar questões de interesse da ABEn, deliberar sobre o plano de trabalho da 
diretoria nacional e o relatório anual; fixar o valor da contribuição destinada a ABEn e o 
valor a ser repassado pelas seções; eleger conselho fiscal, deliberar sobre o estatuto da 
 23 
ABEn zelando pelo seu cumprimento; deliberar sobre venda ou compra de bens móveis 
ou imóveis entre diversas outras competências administrativas (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2018). 
Já a CONABEn é um órgão subordinado à AND, que tem como competência definir 
estratégias para políticas de trabalho da ABEn, de acordo com as diretrizes e deliberações 
da AND; deliberar sobre atividades definindo época, local e programação científica dos 
Congressos Brasileiros de Enfermagem e demais eventos nacionais ou internacionais no 
país; regular os critérios de filiação e desfiliação de escolas, cursos e unidades de 
enfermagem (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2018). 
 
Unidade 03 
 
Prática profissional de enfermagem 
 
 
O papel do profissional de enfermagem 
 
O enfermeiro apresenta um papel múltiplo dentro da equipe de saúde, visto que 
pode atuar no contexto assistência, administrativo e de fiscalização. O enfermeiro possui 
diversos papeis em cada uma das suas áreas de atuação, sendo importante ele conhecer a 
diferença entre as áreas e as suas atribuições em cada uma delas. 
 
Contexto geral do papel do profissional de enfermagem 
 
A enfermagem amplia, a cada dia, o seu espaço dentro da saúde, em um contexto 
nacional e internacional. O enfermeiro possui um papel decisivo e proativo que vem 
crescendo, em relação à identificação dos cuidados necessários à população e a sua 
pluralidade, à promoção e proteção da saúde dos indivíduos em suas diferentes dimensões 
patológicas e psicossociais. O cuidado de enfermagem tornou-se um 
componente essencial no sistema de saúde, refletindo em diversos níveis, devido aos 
crescentes debates e novas significações profissional. 
A enfermagem é uma ciência, que mesmo interligada e complementada por outros saberes 
profissionais (médico, fisioterapeuta, farmacêutico), é do 
cuidado integral e integrador em saúde, com um sentido amplo de assistir e coordenar 
as práticas de cuidado, assim como no sentido de promover e proteger a saúde dos 
indivíduos, famílias e comunidades. Diante disso, o cuidado de enfermagem torna-se uma 
prática social empreendedora, com atuação do profissional de enfermagem em diversos 
 24 
espaços e com possibilidades interativas e associativas em diferentes setores e contextos 
sociais. 
A enfermagem tem reconhecimento internacional, que aponta a importância dessa 
profissão na saúde coletiva, em espaço tanto domiciliar quanto comunitário. Isso ocorre 
devido à capacidade do enfermeiro de atuar de forma criativa e autônoma, em diferentes 
níveis de atenção à saúde, podendo ser através da educação em saúde, da promoção ou da 
reabilitação da saúde do indivíduo ou de um coletivo. Isso ocorre, devido ao estudo e a 
busca de situações críticas que necessitam de uma intervenção sistematizada no plano de 
cuidados, sendo assim capaz de superar as fragmentações e assegurar a continuidade e a 
resolutividade do cuidado em saúde. 
No Brasil, essa visibilidade do profissional de enfermagem, como prática social 
comunitária, autônoma, ou assistencial institucionalizada vem crescendo nos últimos 
anos. 
A saúde coletiva surgiu há mais ou menos 40 anos, no fim da década de 1970, em um 
contexto de reordenamento das práticas assistenciais e a partir da necessidade de ampliar 
a compreensão do processo saúde-doença dos indivíduos e comunidades. Além disso, a 
saúde coletiva buscou a inserção e valorização dos diferentes saberes profissionais e a 
sua integração com os diferentes setores sociais. A partir disso, a compreensão do coletivo 
passou a ser reconhecer o indivíduo como um ser social, que passa por constante interação 
com os outros indivíduos e com o seu entorno. Assim, podemos observar que o indivíduo 
se transforma e é transformado continuamente, devido às suas relações e interações 
sociais, sendo ele o protagonista e o próprio autor do seu processo de saúde e doença no 
contexto atual. 
Diante dessa mudança, observamos que houve uma alteração conceitual do termo saúde 
pública para saúde coletiva devido ao reflexo de um intenso engajamento de movimentos 
sociais em busca da democratização do país. Associada a isso, temos a centralidade 
assumida pela Assembleia Nacional Constituinte, em 1977, na qual surge a Reforma 
Sanitária. No Brasil, a Constituição Federal de 1988, garante constitucionalmente o 
direito universal à saúde, iniciando assim, a construção institucional do Sistema Único de 
Saúde. 
Nesse contexto do coletivo como centro e o direito universal à saúde, surge, em 1994, 
a Estratégia Saúde da Família (ESF), denominada inicialmente como Programa de 
Saúde da Família. A ESF surge então na tentativa de repensar os padrões de pensamento 
e comportamento dos profissionais e cidadãos brasileiros presente até o momento. 
Assim, de forma sistematizada e orientada as equipes da ESF passam a contar com 
diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, 
odontólogos e agentes comunitários de saúde. A ESF passa, então, a discutir e ampliar o 
tradicional modelo sanitário apenas curativista, transformando-o em uma 
abordagem coletiva, com atuação multiprofissional, centrada no coletivo (família e 
comunidade), inserida em seu contexto real e concreto, de acordo com a sua área de 
abrangência (ROSA; LABATE, 2005). 
A partir desse novo contexto, a enfermagem passa por um novo delineamento, devido a 
um novo campo de atuação, mais autônomo. A ESF permite que o profissional de 
 25 
enfermagem atue cuidando do ser humano individual, conforme suas necessidades 
básicas, mas com planos de estratégia coletiva. Isso ocorre por exemplo ao tratar um 
paciente diabético: o enfermeiro pode resolver o problema pontual individual, que é o 
controle da glicemia, mas criar grupos de diabéticos, que,por sua vez, irão permiti-lo 
traçar estratégias coletivas para o conhecimento e empoderamento do sujeito, em um 
contexto coletivo, porém com o paciente como protagonista do seu problema. 
 
Papel do enfermeiro na promoção da saúde da criança 
 
O enfermeiro pode atuar na saúde da criança de forma direta, 
como educador e cuidador ou de forma indireta como supervisor. Devemos lembrar que 
a criança não é capaz de realizar o seu autocuidado na maioria das vezes, sendo 
importante ter a presença de um responsável (mãe, pai ou avó, por exemplo). 
• Educador: 
Atua em ações de interação entre a criança e seus cuidadores. A educação em 
saúde deve ser realizada durante o acolhimento, as consultas de enfermagem e em 
visitas domiciliares permitindo um vínculo e uma relação de ajuda entre o 
indivíduo e o profissional, permitindo assim o acolhimento e a orientação em 
saúde, bem como o conhecimento do enfermeiro sobre o desenvolvimento da 
criança no sistema escolar e no seu contexto social. 
• Cuidador: atua na prevenção de doenças e agravos de saúde, como na vacinação, 
prevenção de quedas em contexto domiciliar, acompanhamento e orientação sobre 
o desenvolvimento da criança. Nesse contexto de cuidador o enfermeiro realizar 
um cuidado ampliado, atuando diretamente na criança e no seu contexto familiar. 
Já o enfermeiro superior, ele atua como coordenador da equipe, atuando como 
guia para o desenvolvimento e funcionamento da equipe de saúde (MEDEIROS et 
al., 2013). 
 
Devemos lembrar que a divisão do papel do enfermeiro é apenas didática, pois o ele exerce 
todos esses papéis no seu cotidiano de cuidado da criança. Mas o cuidar da criança, atuando na 
promoção de saúde dela é um desafio, pois depende de o cuidador atuar em conjunto com o 
profissional. A criança, por não ter autonomia e não conseguir realizar sozinha o seu 
autocuidado, precisa de um responsável que oriente e ajude nos cuidados, bem como no 
acompanhamento do profissional enfermeiro, pois a criança não consegue ir a uma unidade de 
saúde buscar o atendimento sem a presença de um adulto. Um outro desafio é a linguagem 
utilizada pelo profissional, pois nem sempre a linguagem científica é conhecida por todos, sendo 
importante que ele se adeque à realidade necessária em cada contexto. 
 
Papel do enfermeiro na promoção da saúde do adolescente 
 
 26 
Em relação à saúde, os adolescentes não buscam serviços de saúde para prevenção, 
apenas para efeito curativo imediato. Eles são resistentes aos serviços de saúde, mas os 
serviços também apresentam resistência em seu acolhimento, devido à dificuldade em 
lidar com indivíduos nessa faixa etária, sendo esse um desafio para o enfermeiro. 
Os profissionais de enfermagem precisam estar atentos às condições de vida e saúde dos 
adolescentes, compreendendo o seu aspecto social, cultural e econômico. Além disso, 
devem compreender as suas mudanças físicas, psicológicas e sociais, pois a adolescência 
é um período de transição entre a infância, período de dependência do outro para a vida 
adulta, período de independência individual. 
As mudanças que ocorrem no período da adolescência são intensas, apresentando 
características individuais que podem ser influenciadas pelo contexto social em que o 
adolescente está inserido. Além das mudanças biológicas e mentais, o adolescente passa 
por um redimensionamento do seu papel social, mudança na sua relação com a família e 
a escolha de um projeto de vida, sendo assim um período que ele fica vulnerável e exposto 
a fatores de risco sociais. 
O desafio do novo, o início da sexualidade e o relacionamento social, expõe esse jovem 
a fatores de risco com uso de álcool e drogas, risco de gravidez e a violência. O 
professional enfermeiro precisa estar atento a esses riscos, pois eles fazem parte do 
processo, sendo que a informação que o adolescente detém irá influenciar nas suas 
escolhas. Durante atendimentos de rotina, o acolhimento e a escuta desses jovens são 
fundamentais para criar um vínculo entre o adolescente e o enfermeiro, permitindo a 
confiança e a troca de informação. 
Atualmente, há poucas ações centradas no adolescente, sendo esse um desafio para o 
enfermeiro. Assim, o acesso da população a serviços de saúde é fundamental para uma 
assistência à saúde eficiente. Neste sentido, o enfermeiro precisa conhecer e atua na 
elaboração de programas voltados para a saúde do adolescente. 
 
Papel do enfermeiro na promoção da saúde do adulto 
 
O contexto do enfermeiro na saúde do adulto é completo e passa por diversos desafios. 
O adulto pode ser dividido em homem e mulher, sendo que as mulheres apresentam um 
perfil de autocuidado muito maior que os homens, pois elas procuram as unidades de 
saúde com maior frequência e se cuidam mais. Enquanto os homens, devido ao contexto 
social, ficam mais expostos aos fatores de risco à saúde e procuram menos os serviços de 
saúde. 
O enfermeiro para conseguir realizar os cuidados e a assistência à saúde do adulto precisa 
de uma rede multidisciplinar, que reconheça o adulto saudável, os fatores de risco 
individual e coletivo e o grau de vulnerabilidade para, assim, planejar as ações de saúde. 
O adulto tem a sua saúde afetada diretamente por diversos fatores, como: 
 
• Atividade física 
 27 
• Cultura 
• Hábitos alimentares 
• Frequência e quantidade de consumo de álcool, tabaco e outras drogas 
• Rotinas de trabalho 
• Condições de moradia 
• Nível educacional 
• Condições socioeconômicas 
 
A partir do conhecimento desses elementos, é possível criar alertas aos fatores de risco 
para a saúde individual e coletiva do adulto. 
As mulheres buscam as unidades de saúde para prevenção, sendo importante o 
enfermeiro estar atento e conhecer as medidas de prevenção do Ministério da Saúde. As 
principais ações voltadas as mulheres são prevenção do câncer de colo do útero, 
prevenção ao câncer de mama, planejamento familiar, pré-natal e saúde no climatério, 
são alguns exemplos. Ainda sobre a saúde da mulher é importante o enfermeiro estar 
atento à violência doméstica, pois, muitas vezes, a mulher não verbaliza, mas durante o 
exame físico é possível ver marcas no corpo. Ao identificar violência, o enfermeiro 
precisa conversar com a mulher, criando um vínculo de confiança, pois essa é uma 
situação que gera vergonha, insegurança e medo para a paciente. 
Já os homens, como buscam menos as unidades de saúde para prevenção, constituem um 
desafio para o enfermeiro. A política de saúde do homem busca 
o acesso e acolhimento deles nas unidades de saúde, buscando assim criar um vínculo 
para que eles possam buscar cuidados à saúde de forma preventiva e não somente 
curativa. Existem campanhas direcionadas à prevenção do câncer de próstata, prevenção 
de violências e prevenção de outras doenças comuns a esse grupo. 
O adulto é um desafio para a enfermagem, pois, muitas vezes, devido à rotina de trabalho 
só busca atendimento curativo, sendo a prevenção esquecida. Mas, no acolhimento, o 
enfermeiro deve iniciar o vínculo com esses indivíduos, mostrando que está aberto aos 
cuidados que ele necessita no momento e disponibilizando para ajudar nos cuidados 
preventivos. O enfermeiro precisa ser um aliado ao paciente adulto, buscando sempre 
conhecer seu contexto individual e coletivo. 
 
Papel do enfermeiro na promoção da suade do idoso 
 
O idoso é visto de forma distinta em países em desenvolvimento e em países 
desenvolvidos, sendo a primeira diferença em relação à idade, considerados idosos a 
partir de 65 anos em países desenvolvidos e 65 anos para os países em desenvolvimento. 
A idade não é só um parâmetro cronológico, pois existe uma necessidade de manter um 
bom estado de saúde com o envelhecimento, mantendo a pessoa ativa no ambiente em 
que está inserida, conservando sua autonomia e independência física, psíquica e social 
(MARRONI et al., 2009). 
 28 
Nesse contexto, o enfermeirotem papel importante, que é a prevenção à saúde, para que 
o envelhecimento ocorra de maneira fisiológica, sem a presença de patologias que 
possam agravar esse processo. Porém, muitas vezes, o enfermeiro se depara com 
patologias crônicas, como a diabetes e hipertensão, sendo então necessário atuar no 
tratamento paliativo dessas comorbidades e incentivar a prevenção de agravos a essas 
patologias e as outras que possam vir associadas com ela. Além disso, o enfermeiro 
precisa conhecer o contexto social, buscando sempre manter a interação social entre o 
idoso e a comunidade, por meio de grupos de saúde, em que possa ter diversas idades 
(grupo de diabéticos), além dos grupos direcionados como os grupos de idosos, que 
permitem que seja mantido o convívio social e também que novos vínculos possam ser 
traçados. 
Atualmente, o contexto da terceira idade está se transformando, e muitos idosos 
permanecem ativos e, muitas vezes, mantêm uma rotina de trabalho e convivência social. 
Mas esse contexto ainda não é para a maioria dos idosos, sendo assim, importante que o 
enfermeiro atue nos cuidados para que esse cenário possa ser cada vez mais comum, de 
idosos ativos e com qualidade de vida. 
 
Lei do exercício profissional de enfermagem 
 
 
A lei do exercício profissional de enfermagem, Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986, 
regulamenta o exercício da profissão em todo o território nacional. A profissão de 
enfermagem e suas atividades auxiliares devem estar habilitadas e inscrita no Conselho 
Regional de Enfermagem (Coren). O Coren é dividido por estados, sendo que o 
enfermeiro deve se registrar no conselho do estado em que exerce a sua profissão. 
O profissional de enfermagem é aquele fez um curso de graduação em enfermagem em 
uma universidade que é autorizada pelo Ministério da Educação a emitir o diploma. 
Além do diploma, ele precisa estar inscrito no Coren, podendo a inscrição ser definitiva 
ou provisória. A inscrição provisória é quando o enfermeiro concluiu o curso de 
enfermagem, mas ainda não tem o diploma, ou seja, só tem uma declaração de conclusão 
do curso. Já a inscrição definitiva é quando ele já tem o diploma ao requerer sua 
inscrição. 
A enfermagem, segundo a lei do exercício profissional é exercida privativamente pelo 
enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteira, respeitando os 
graus específicos de habilitação de cada um dos profissionais. O profissional auxiliar de 
enfermagem, a partir de 2003, pela Resolução 273 do Conselho Federal de Enfermagem 
(Cofen) deixou de existir, sendo obrigatória a atualização deles para o nível técnico 
(COFEN, 2003). Os profissionais parteiros, segundo a lei do exercício profissional, são 
os titulares do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conforme 
disposto nos termos da lei. 
 29 
O técnico de enfermagem pode exercer atividades que envolvam a orientação e 
acompanhamento do trabalho de enfermagem em nível auxiliar, participando do 
planejamento da assistência de enfermagem, executando ações assistências (exceto as 
privativas do enfermeiro) e atuando como membro da equipe de saúde. O técnico de 
enfermagem executa diversas tarefas, como a administração de sangue, plasma, 
medicação, avaliação de sinais vitais, prestação de cuidados de conforto, auxílio na 
higiene pessoal, realiza curativos, entre outras atividades. 
Os serviços de enfermagem estão presentes em diversos serviços de saúde, cabendo ao 
profissional de enfermagem o planejamento e a programação da assistência. Em 2009, o 
Cofen publicou a Resolução n. 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da 
Assistência de Enfermagem dentro dos serviços de saúde. A sistematização deve ser 
baseada no processo de enfermagem, que é dividido em cinco etapas, sendo elas a coleta 
de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento da assistência, implementação e a 
evolução de enfermagem (COFEN, 2009). 
 
Atividades privativas do profissional de enfermagem 
 
A Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamenta a profissão de enfermagem e dispõe 
sobre algumas atividades que são privativas do profissional de enfermagem. Quando 
determina ações privativas, significa que são atividades ou procedimentos que só podem 
ser realizadas pelo profissional legalmente habilitado, ou seja, somente por quem cursou 
o ensino superior em enfermagem em instituição autorizada. 
As ações privativas do enfermeiro são 
 
• a direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de 
saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem; 
• a organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas 
e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; 
• o planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da 
assistência de enfermagem; 
• a consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; 
• a consulta de enfermagem; 
• a prescrição da assistência de enfermagem; os cuidados diretos de enfermagem a 
pacientes graves com risco de vida; 
• os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam 
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. 
 
O setor de saúde é constituído pelas instituições públicas, as instituições privadas da 
sociedade civil, instituições de educação em saúde e de pesquisa em saúde. O profissional 
de enfermagem está presente na maioria dos espaços de saúde, sendo o seu exercício 
profissional desenvolvido por mais de uma categoria profissional (técnico e enfermeiro), 
 30 
de forma hierarquizada de acordo com a complexidade. É pressuposto que 
o enfermeiro tenha melhor preparo para prestação de serviço coletivo, sendo ele capaz 
de planejar e desenvolver novos processos, métodos e instrumentos. Além disso, o 
mercado de trabalho exige que o enfermeiro seja capaz de administrar conflitos, enfrentar 
problemas, negociar, dialogar, argumentar, propor e alcançar mudanças, com estratégias 
que o aproximem da equipe e a sociedade, propiciando assim, um cuidado de qualidade. 
Além do cuidado, atualmente o enfermeiro precisa ter a capacidade de gerenciamento da 
unidade de saúde, sendo importante ter domínio na previsão, provisão, manutenção e 
controle de gestão de pessoas para o funcionamento de uma unidade de saúde. O 
profissional de enfermagem é quem coordena o cuidado prestado pela equipe de 
enfermagem, mas também gerencia e organiza os insumos indispensáveis para um 
cuidado de qualidade. 
A organização do serviço de enfermagem pelo enfermeiro tem como a principal 
finalidade a promoção da saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. 
Além do planejamento, supervisão e execução de todas as atividades de enfermagem 
existentes em instituição de saúde. O serviço de enfermagem é constituído por um número 
variado de pessoas, dependendo da complexidade e diversidade de atividades exercida na 
unidade de saúde. Dessa forma, para que as atividades sejam conduzidas, orientadas e 
coordenadas, de forma efetiva, é importante uma estrutura organizacional do serviço 
de enfermagem focada em uma coordenação de enfermagem que centraliza as questões 
relacionadas à profissão e a assistência prestada pela equipe à sociedade. 
Além disso, a coordenação também é responsável pelas condições de trabalho da equipe 
de saúde. A coordenação de enfermagem é então o responsável técnico pelas ações de 
enfermagem desenvolvidas nas instituições de saúde e de ensino onde há serviços de 
enfermagem, respondendo legalmente perante o Coren por todas as 
atividades técnicas e administrativas. 
O enfermeiro tem ação privativa no gerenciamento a assistência de enfermagem, 
orientado pelo processo de enfermagem, realizando ações dirigidas e sistematizadas à 
promoção e recuperação da saúde do paciente. Os enfermeiros são coordenadores formais 
do cuidado, atuando em muitas áreas diferentes

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