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Globalização: Visões e Dimensões

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Plano de Ensino – Direito e Globaização 
 
Assuntos/módulos 
 
 
1- Usos e Abusos do Termo “Globalização”. 
2- As Principais Visões sobre a Globalização. 
3- A Globalização como Processo Multidimensional 
4- As Características Fundamentais e as Diversas Dimensões da 
Globalização 
 
5- A Relevância do Ambiente no Contexto da Globalização 
6- Os Atores da Globalização Hegemônica e da Globalização 
Contra-Hegemônica. 
7- Globalização e Desenvolvimento. 
8- Globalização, Interdependência e Mudança nos Paradigmas 
do Estado e das Relações Internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A globalização é um processo de integração social, 
econômica e cultural entre as diferentes regiões do 
planeta. 
 
A Surge o termo países emergentes que são os países que 
apresentam maior integração com os polos capitalistas. 
Esses países possuem grande fluxo de mercadorias e fluxo 
de informações com o uso da internet, além de fluxo de 
trabalhadores e materiais como transporte, turismo e 
dinheiro. 
4 
A circulação de materiais entre as nações pobres e ricas 
se dá pelo uso da tecnologia desenvolvida pelos países 
ricos (desenvolvidos) e pelo fornecimento de matéria-
prima pelos países pobres (subdesenvolvidos). 5 
 
 
 
As Esferas da Globalização 
2 
Comercial- Produtiva - Financeira- Tecnológica 
 
3 
Esfera Comercial 
 A ideia de globalização é um fenômeno 
sócioeconômico, que pode ser dividido em processos, 
que estão profundamente interligados 
 
- é a integração dos mercados nacionais através do 
comércio internacional .5 
- O processo de globalização pode dar-se 
mundialmente ou regionalmente . 
67 
 
Esfera Tecnológica 
- A tecnologia desenvolvida durante a II Guerra 
Mundial estabeleceu um novo padrão de 
desenvolvimento, que levou à modernização e a 
posterior automatização da indústria Com a 
automatização industrial aceleraram-se os processos 
de fabricação, o que permitiu grande aumento e 
diversificação da produção 
8 - O rápido desenvolvimento tecnológico tornou o 
espaço cada vez mais artificial, principalmente naqueles 
países onde a ligação ciência à técnica era maior A 
retração do meio natural e a expansão do meio técnico-
científico mostraram-se como uma faceta desse processo 
na medida em que tal expansão foi assumida como 
modelo de desenvolvimento em praticamente todos os 
países 
9- - Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, 
particularmente a automatização da indústria, a 
informatização dos escritórios e a rapidez nos 
transportes e comunicações, as relações econômicas 
também se aceleraram, de modo que o capitalismo 
ingressou numa fase de grande desenvolvimento 
- A competição por mercados consumidores, 
estimulou ainda mais o avanço da tecnologia e o 
aumento da produção industrial, principalmente nos 
EUA, Japão, nos países da União Européia e nos novos 
países industrializados originários do mundo 
subdesenvolvido da Ásia 
 
 
 
 
Esfera Financeira 
 
11 - representa a integração dos mercados financeiros 
nacionais em um grande mercado financeiro 
internacional 
14 
15 - Pressupõem a movimentação irrestrita dos capitais 
pelas praças do mundo, com uma "coordenação" dos 
riscos maiores de ruptura feita informalmente pela ação 
conjunta dos principais bancos centrais, capitaneados 
pelo FED americano 
16 
Esfera Produtiva 
- Vemos que este fenômeno está diretamente 
vinculado a questões de tecnologia, organização 
industrial e investimento internacional 
- internacionalização das estruturas de mercado e da 
competição empresarial 
25 - O que caracteriza o investimento direto é o controle, 
pode se dar através da aquisição de uma empresa 
existente, pela criação de uma companhia nova, ou 
novos investimentos em empresas coligadas A essência 
dessas operações é o controle da gestão empresarial 
26 - caracterizada por sua estrutura fundada na 
existência de várias unidades operacionais distintas, com 
diferentes funções produtivas, que opera em conjunção 
atividades de distribuição e pesquisa, administradas por 
uma hierarquia de executivos 
27 28 - Com o declínio dos mecanismos de regulação do 
investimento internacional a partir da década de 1970, a 
redução dos preços e a maior eficiência dos meios de 
comunicação e transporte, conduziram aos ganhos de 
escala e escopo gerados com o crescimento e 
diversificação dos mercados 
- No seu processo de crescimento, uma indústria pode 
atender o mercado internacional a partir de três 
estratégias: a exportação, a oferta local ou o 
licenciamento Em função desse estilo de 
concorrência global, as empresas européias e norte-
americanas ampliaram o grau de integração e 
divisão de trabalho da estrutura produtiva da matriz 
e de suas afiliadas 
31 - Estas passaram a se organizar em cada mercado em 
função de seus custos locais e da estratégia global 
formulada no seu centro de decisão Nesta nova situação, 
os diversos componentes passaram a ser fabricados 
diretamente, ou através de licenciamento ou 
terceirização em um ou mais países, segundo uma 
estratégia de marketing e um padrão tecnológico global 
32 
- Qualquer parte da produção, ou mesmo todo o ciclo 
produtivo, poderia ser feito em um ou mais países em 
que a filial local da empresa transnacional fosse 
competitiva no mercado interno da empresa 
 
3 
As Principais Visões sobre a Globalização 
 
Hiperglobalista 
Entre os autores desta corrente, podem ser identificados 
os que são otimistas em relação ao fenômeno e os que o 
vêm de forma negativa – mas reconhecendo-o como uma 
força capaz de tornar inócuas as políticas sociais 
tradicionais, de caráter local. 
 
➢ globalização é apresentada pelos autores da 
corrente “hiperglobalista” como um processo que 
afeta os países, mas cuja lógica não obedece aos 
interesses destes. 
 
 
➢ crescente influência exercida pelas empresas 
multinacionais e pelos mercados cada vez mais 
integrados, diferentes países estariam sendo levados 
a se adequarem a um padrão mundial de produção e 
gestão da política econômica. 
 
➢ processo conduziria a uma homogeneização dos 
modos de produção e condução macroeconômica no 
mundo, condicionados pelas práticas fomentadas 
pelas empresas com unidades produtivas em 
diferentes partes do globo e pelo surgimento de um 
mercado global, bem como pela pressão exercida 
pelos capitais em nome da rentabilidade. 
 
➢ os Estados nacionais perderiam poder, ao serem 
submetidos a uma lógica dissociada do caráter 
nacional, cuja origem está em empresas e detentores 
de grandes capitais atuantes em âmbito global. 
 
➢ A competitividade surge aqui como condição 
necessária para a atração dos investimentos 
provenientes de empresas multinacionais, algo que 
supera em muito a noção de competitividade 
associada aos produtos exportados por este ou por 
aquele país. 
 
Céticos 
 
➢ evidenciam o caráter fortemente nacional ainda 
presente nos negócios das empresas 
multinacionais. 
 
➢ concentração do comércio mundial naqueles 
países em que estas empresas estão sediadas, 
buscam fundamentar a tese de que os Estados 
nacionais são ainda detentores de grande parte 
do controle sobre os processos característicos 
da globalização. 
 
➢ Outro ponto criticado pelos autores de postura 
mais cética seria a crença na existência de um 
modo de produção padronizado e difundido ao 
redor do globo através da atuação de empresas 
multinacionais. Segundo estes autores, estas 
empresas adotariam em diferentes lugares 
práticas muito distintas, de acordo com as 
características das sociedades locais. Desta 
forma, o processo de adaptação teria seu 
sentido invertido em relação ao que era 
apregoado pelos hiperglobalistas, ou seja: não 
são somente as sociedades que se adaptam a 
um padrão global; também as empresas de 
atuação multinacionalbuscam se adaptar às 
condições locais, o que faz com que a 
globalização não tenha um sentido único e pré-
definido, mas muito pelo contrário. Isto seria 
suficiente para que a ideia de globalização 
enquanto “homogeneização” também seja 
descartada. 
 
➢ O que teria ocorrido no bojo da globalização 
seria, na verdade, uma redefinição das relações 
entre centro e periferia, na qual as diferenças 
entre certos países (ou entre blocos regionais) 
pode até aumentar em função de uma maior 
especialização produtiva, condizente com a 
nova lógica da produção transnacional. 
 
➢ Neste sentido, cada país tenderia a conservar – 
e até aprofundar – certas características 
específicas, de acordo com sua modalidade de 
inserção no sistema produtivo mundial. Assim, 
os sistemas econômicos nacionais estariam 
longe de ser “suplantados” por uma nova ordem 
econômica mundial. Seriam, de fato, 
transformados para atenderem a um novo 
contexto, mas continuariam determinando (e 
sendo determinados por) trajetórias nacionais 
específicas. 
 
➢ Outros autores, defendem que a globalização 
não é um fenômeno com sentido definido – e 
inexorável – como afirmam os hiperglobalistas. 
Mas ainda assim, trata-se de um fenômeno 
revolucionário, capaz de alterar as lógicas 
políticas e econômicas pré-existentes, ao 
contrário do que pensam os mais céticos. 
 
➢ 
A questão envolveria uma transformação 
“qualitativa” do antigo fenômeno da 
internacionalização, que levaria a uma maior 
interdependência entre diferentes regiões e 
países. No entanto, esta crescente 
“interdependência” tornaria a globalização um 
fenômeno de caráter contraditório, ao passo em 
que características locais (culturais, sociais, 
econômicas) seriam realçadas e valorizadas, ao 
mesmo tempo em que passariam a enfrentar os 
constrangimentos trazidos por elementos 
externos cada vez mais presentes. O resultado 
desta interação seria incerto, e não teria seu 
sentido pré-definido por nenhuma grande 
tendência global 
 
 
Transformacionistas 
 
➢ Outros autores encaram a globalização a partir 
de uma visão “transformacionista”, tanto no 
sentido de que ela representa em si uma grande 
transformação, quanto no de que ela pode sofrer 
transformações a partir da interação entre os 
envolvidos. 
 
 
Posicão alternativa 
➢ A globalização deixa de ser um fenômeno 
“autônomo” (enquanto resultado imprevisível de 
diversos níveis de interações), passando a ser 
um processo histórico cujo sentido político está 
em disputa. 
 
➢ Nesta disputa, grupos sociais com diferentes 
interesses irão se articular politicamente, 
tentando imprimir tendências específicas ao 
processo de globalização. 
 
➢ Esta articulação pode ocorrer tanto em âmbito 
nacional (local) quanto internacional, em torno de 
um projeto político em comum, que disputará 
com outros projetos políticos a hegemonia sobre 
os rumos da globalização. 
 
Globalização Cultural 
A globalização possui seu caratér econômico e cultural. Vamos nos focar no 
último aspecto, embora a produção econômica sirva também para 
influenciar, modificar e disseminar culturas. Os produtos também são 
reflexo de uma cultura e condicionam tendências e comportamentos. 
 
1) O que é cultura e o que é globalização? 
Podemos entender cultura como 
• Cultura: conjunto de características (como linguagem, hábitos, 
história, comportamento social, leis, culinária, tipo de vida, atividades 
econômicas exercidas, ciência, valores morais... ) de determinadas 
sociedades. 
• Globalização: processo no qual os fenômenos (econômicos, culturais, 
históricos, sociais, ambientais...) passam a ocorrer em escala global. 
Como dito, o processo de globalização se intensifica com o 
desenvolvimento das tecnológias de comunicação e transporte, no pós 
guerra fria. Os mercados ficam mais conectados, as empresas tem atuação 
global, e os fenômenos culturais, antes muito locais, começam a sentir esse 
processo de diversas formas que iremos conceituar aqui. A globalização 
acaba dar um ganho de escala as culturas, ampliando as trocas e choques 
culturais. 
2) Aldeia global e a influência dos grandes centros 
 
Acontece que essa troca não acontece de forma simétrica. Há 
inegavelmente um amplo domínio dos grandes centros produtores de 
influência. Não são todos os países que conseguem projetar sua cultura para 
os demais no mundo moderno. Quem guiou o processo de organização da 
nova ordem mundial foi o grande vencedor da guerra fria, os Estados 
Unidos. Não por conscidencia que a projeção que a cultura norte americana 
tem é muito maior do que de demais países. 
 Por exemplo: é possível que você, aluno brasileiro, já tenha visto mais 
filmes americanos do que brasileiros. Quando assistimos um filme estamos 
identificando e apreendendo diversos traços culturais e hábitos, o que 
influencia no comportamento de demais culturas. 
Deter a capacidade técnica para tal projeção é um fator determinante para 
esse processo, que gera a disseminação de um padrão de desenvolvimento, 
que no geral aprofundamos no estudo do caráter econômico da globalização 
neoliberal. De todo modo, são centros de influência e centros econômicos 
que criam produtos e lançam tendências, estabelecendo também bases 
empresariais e produtivas em diversos territórios internacionais. As 
tecnologias de comunicação acentuam essa influência numa escala global de 
forma instantânea a exemplo dos celulares e das redes sociais. 
• Aldeia Global; a ideia de que há um encurtamento de distâncias 
metafórico, por conta da disseminação midiática na globalização, onde 
um evento se torna de conhecimento de todos rapidamente. Como 
numa grande aldeia, a cultura e as notícias se disseminam muito 
rapidamente, atingindo a todos. 
Mas ai vem a pergunta; a influência cultural de determinadas nações seria 
capaz de criar uma homogenização das culturas? 
 
3) As identidades nacionais 
Na verdade o que ocorre é um hibridismo cultural, onde culturas se 
misturam. 
Por exemplo: existem palavras em inglês comumente usadas hoje no 
português como "mouse" ou "hamburguer" mas isso não homogeniza nossa 
cultura, pelo contrário, é incorporado a nossa cultura, criando novos 
significados. 
Porém, para algumas culturas no mundo, a cultura americana é muito 
diferente, e a necessidade por um protecionismo e maior resistência 
cultural pode agravar conflitos entre países. Não são todos os países que 
aceitam essa influência e modelo de desenvolvimento de forma tão fácil. 
Mas, o capitalismo e a produção dos países hegemônicos também se adapta 
a especifidades culturais para se fazerem presentes em identidades 
nacionais muito diferentes. 
As identidades nacionais porém continuam existindo, mesmo nesse mundo 
globalizado e comunicativo de uma aldeia global. São essas identidades 
nacionais que impedem a ideia de homogenização cultural, por mais que um 
determinado e controverso padrão de desenvolvimento tente se disseminar 
em larga escala pelo mundo. O medo de perder traços de sua cultura por 
uma cultura estrangeira remete ao conceito de aculturação, que é quando 
um traço de uma determinada cultura se perde com o tempo. O 
desevolvimento tecnológico causa esse fenômeno com frequencia. Ao 
mesmo tempo, esse receio mecionado aumenta com a globalização e pode 
motivar xenofobias. 
 
4) Tecnosfera e a exclusão digital 
A influência das centralidades econômicas produtivas também produz 
desigualdades. Conforme o meio digital e a tecnologia se dissemina, a 
exclusão desse processo se torna mais agravante. 
Por exemplo: não ter celular quando apenas 50 pessoas no mundo inteiro o 
possuem não parece ser um problema... mas não ter celular hoje em dia te 
exclui de vagas de emprego, de informação, de acesso a serviços, até 
mesmo de transações bancárias dependendo da localidade. 
• Tecnosfera: conjunto de formas de relacionamento entre a 
humanidade eo meio. 
Lembrando que tecnologia são nossas ferramentas de conhecimento que 
ajudam e condicionam essa relação. Na época das grandes navegações por 
exemplo, os navios eram a grande tecnologia da época, certo? E a produção 
de conhecimento e cultura também influência na produção tecnológica. 
Nas feiras de antigamente, os produtos refletiam a forma de fazer de um 
determinado povo, um saber, e os recursos presentes naquele território. 
Hoje, com a globalização, uma indústria até capta recursos naturais de 
diversos países para produzir seu produto, mas, cada objeto produzido pela 
cultura americana por exemplo, tem origem em suas demandas, 
intencionalidades e especifidades, da maneira americana em seu jeito e 
conhecimento, e este padrão que é disseminado para o restante do mundo. 
Hoje, a tecnologia é o grande eixo produtivo e a grande arma de encontro, 
e influência o campo relacional humano em diversos aspectos. Então, 
possuir o meio tecnico bem desenvolvido é vital para ser inserido e se 
projetar no mundo globalizado. Não pense apenas num celular quando 
falamos de tecnologia, mas a exclusão da infraestrutura como um todo, 
como a infraestrutura urbana por exemplo. 
 
5) Hibridismo cultural 
 
É possível pensarmos na ideia de uma cultura original ou pura, sem 
nenhuma influência de outra cultura? Uma cultura vem, por exemplo da 
relação com seu meio e de suas possibilidades. Sempre, na história, culturas 
se misturaram e se influenciaram. Trocaram informações, conhecimentos, 
características. Toda cultura possui influência de outras culturas em algum 
nível. Por exemplo: o português brasileiro veio do português Portugal, mas a 
cultura diferenciou essas linguas com o passar do tempo. 
• Hibridismo cultural: mesmo que misturas culturais, que geram hábitos 
que tem raízes em culturas diferentes. Essa mistura gerando novos 
hábitos e culturas antes não vistas. 
Um bom exemplo sobre hibridismo cultural é o brasileiro comendo comida 
japonesa com cream cheese! A identidade nacional, somada a chegada de 
outras culturas, pode gerar portanto tanto um choque cultural, no sentido 
de gerar conflitos pelas diferenças estabelecidas, quanto um hibridismo 
cultural, ou a uma aculturação. 
• Choque cultural: quando culturas muito diferentes, ao se 
encontrarem, causam um conflito. 
• Aculturação: quando um traço de uma determinada cultura se perde 
com o tempo. 
 
(Texto adptado Prof. Claudio Hansen) 
As Características Fundamentais e as Diversas 
Dimensões da Globalização 
 
O Fenômeno da globalização é resultado de múltiplas 
determinações sócio-históricas (e ideológicas), isto é, 
destacaremos as três dimensões da globalização que não 
podem ser separadas e que compõem uma totalidade concreta 
sócio-histórica, completa e integral. São elas: 
1 - No plano do processo civilizatório humano-genérico; 
2 - A globalização como mundialização do capital; 
3 - A globalização como ideologia. 
 
A Globalização como ideologia do capital tende a 
impulsionar, em si, o processo civilizatório humano-
genérico, isto é, o desenvolvimento das forças produtivas 
humanas, que são limitadas (ou obstaculizadas)- pelo 
próprio conteúdo da mundialização (ser a mundialização 
do capital). 
 
Qualquer leitura (ou análise) do fenômeno da globalização 
que não procure apreender o seu sentido dialético – e 
portanto, contraditório - tende a ser unilateral, não sendo 
capaz de ver o fenômeno da globalização tanto como algo 
progressivo, quanto regressivo, tanto como um processo 
civilizatório, quanto como um avanço da barbárie, e tanto 
como a constituição de um “globo” na mesma medida em 
que tente a contribuir para a sedimentação de 
particularismo locais e regionais. 
 
Portanto, o fenômeno da globalização tende a constituir 
novas determinações sócio-históricas no plano do 
processo civilizatório humano-genérico vinculado ao 
desenvolvimento das forças produtivas humanas no plano 
da economia e da sociedade e no plano da ideologia e da 
política. 
 
Deste modo, para Giovanni Alves, a globalização oculta o 
totalitarismo da economia, o que não é novidade, tendo 
em vista que é próprio do modo de produção capitalista o 
primado da economia sobre quaisquer outras esferas da 
vida social. 
 
Só que, talvez seja isto que Ramonet queira destacar, sob 
a globalização, o primado da economia aparece com mais 
vigor, tal como um totalitarismo de mercado que neutraliza 
os próprios avanços da democracia no Ocidente. 
A ideia de globalitarismo supõe a debilidade estrutural dos 
Estados. Sob o regime globalitário, os Estados não têm 
meios de se opor aos mercados. A globalização liquidou o 
mercado nacional, que é um dos fundamentos do poder 
do Estado-nação. 
 
A globalização, sustentada por regimes globalitários, isto 
é, governos que promulgaram o monetarismo, a 
desregulamentação, o livre-comércio, o livre fluxo de 
capitais e as privatizações maciças, tenderam a diminuir o 
papel dos poderes públicos. 
 
Veja bem: a globalização é, portanto, resultado, nessa 
perspectiva, de regimes globalitários, de dirigentes 
políticos que permitiram, através de atos políticos, a 
transferência de decisões capitais (em matéria de 
investimento, emprego, saúde, educação, cultura, 
proteção do meio ambiente) da esfera pública para a 
esfera privada. 
 
Foram os políticos liberais e conservadores que 
permitiram a privatização da coisa pública, contribuindo 
para que algumas decisões importantes para a vida social 
passassem para as mãos da economia privada. 
A relevância do Ambiente no contexto da globalização 
- mundo globalizado é resultado de mais de 500 anos de 
conquistas relativas às interligações globais. 
 
- Desde a época das grandes navegações, a partir do final 
do século XV, diferentes povos e mercados passaram a ser 
alcançados cada vez mais rapidamente. 
 
- Revolução industrial aferiu novas possibilidades pelo 
avanço tecnológico humano na forma e eficácia de 
transformação cada vez mais rápida da natureza. 
 
- As matrizes energéticas da sociedade de consumo se 
tornou determinante para a sociedade da informação do 
século XX e XXI. 
 
- Interligados, os mercados globais são unidos pelos 
objetivos comuns: de alavancar mais rapidamente 
conquistas expressivas no atual mundo competitivo. 
 
Em meio a toda essa transformação a natureza foi 
desprezada e subjugada. 
 
Nesse contexto hoje em dia há de se ter em mente a 
importância da reflexão sobre os procedimentos atuais e 
futuros, dado a encruzilhada que o homem globalizado se 
encontra: produzir e preservar o meio ambiente. 
 
- Abertura de mercados ao comércio internacional, 
migração de capitais, uniformização e expansão 
tecnológica, tudo isso, capitaneado por uma frenética 
expansão dos meios de comunicação, parecem ser forças 
incontroláveis a mudar hábitos e conceitos, 
procedimentos e instituições. 
 
-Os impactos da globalização da economia sobre o meio 
ambiente decorrem principalmente de seus efeitos sobre 
os sistemas produtivos e sobre os hábitos de consumo das 
populações. Alguns desses efeitos têm sido negativos e 
outros, positivos. 
 
Está havendo claramente uma redistribuição das funções 
econômicas no mundo. Um mesmo produto final é feito 
com materiais, peças e componentes produzidos em 
várias partes do planeta. Produzem-se os componentes 
onde os custos são mais adequados. E os fatores que 
implicam os custos de produção incluem as exigências 
ambientais do país em que está instalada a fábrica. 
 
Este fato tem provocado em muitos casos um processo de 
"migração" industrial. Indústrias são rapidamente 
montadas em locais onde fatores como disponibilidade de 
mão-de-obra, salários, impostos, facilidades de transporte 
e exigências ambientais, entre outros, permitem a 
otimização de custos. 
 
Como a produção de componentes é feita em escala 
global, alimentando indústriasde montagem em várias 
partes do mundo, pequenas variações de custos 
produzem, no final, notáveis resultados financeiros. 
 
O processo de migração industrial, envolvendo fábricas de 
componentes e materiais básicos, pode ser notado 
facilmente nos países do Sudeste Asiático e, mais 
recentemente, na América Latina. 
 
Há uma clara tendência, na economia mundial, de 
concentrar-se nos países mais desenvolvidos atividades 
mais ligadas ao desenvolvimento de tecnologias, à 
engenharia de produtos e à comercialização. Por outro 
lado, a atividade de produção, mesmo com níveis altos de 
automação, tenderá a concentrar-se nos países menos 
desenvolvidos, onde são mais baratos a mão-de-obra e o 
solo e são contornadas, com menores custos, as 
exigências de proteção ao meio ambiente. 
 
Essa tendência poderá mascarar o cumprimento de metas 
de redução da produção de gases decorrentes da queima 
de combustíveis fósseis, agravadores do "efeito estufa", 
pois a diminuição das emissões nos países mais ricos 
poderá ser anulada com o seu crescimento nos países em 
processo de industrialização. 
 
Outro fator que tem exercido pressão negativa sobre o 
meio ambiente e que tem crescido com a globalização da 
economia é o comércio internacional de produtos 
naturais, como madeiras nobres e derivados de animais. 
Este comércio tem provocado sérios danos ao meio 
ambiente e colocado em risco a preservação de 
ecossistemas inteiros. 
 
 
 
 
Atores da Globalização 
 
➢ O paradigma da localização não implica 
necessariamente a recusa de resistências globais ou 
translocais. Põe, no entanto, o acento tônico na 
promoção das sociabilidades locais. 
 
➢ Para Helena Norberg-Hodge (1996), é necessário 
distinguir entre estratégias para por freio à expansão 
descontrolada da globalização e estratégias que 
promovam soluções reais para as populações reais. 
 
Para por freio à expansão descontrolada da globalizacão 
deve-se levar a cabo iniciativa translocais, nomeadamente 
através de tratados multilaterais que permitam aos 
Estados nacionais proteger as populações e o meio 
ambiente dos excessos do comércio livre. 
 
Para promover soluções reais para as populacões só pode 
ser levado a cabo através de múltiplas iniciativas locais e 
de pequena escala tão diversas quanto as culturas, os 
contextos e o meio ambiente em que têm lugar. 
Não se trata de pensar em termos de esforços isolados e 
antes de instituições que promovam a pequena escala em 
larga escala. 
Essa posição é que mais se aproxima da que resulta da 
concepção de uma polarização entre globalização 
hegemônica e globalização contra-hegemônica aqui 
proposta. 
A diferença está na ênfase relativa entre as várias 
estratégias de resistência em presença. 
Em nossa opinião, é incorreto dar prioridade, quer às 
estratégias locais, quer às estratégias globais. Uma das 
armadilhas da globalização neoliberal consiste em 
acentuar simbolicamente a distinção entre o local e o 
global e ao mesmo tempo destruí-la ao nível dos 
mecanismos reais da economia. 
 
A acentuação simbólica destina-se a deslegitimar todos os 
obstáculos à expansão incessante da globalização 
neoliberal, agregando-os a todos sob a designação de 
local e mobilizando contra eles conotações negativas 
através dos fortes mecanismos de inculcação ideológica 
de que dispõe. 
 
Ao nível dos processos transnacionais, da economia à 
cultura, o local e o global são cada vez mais os dois lados 
da mesma moeda como, de resto, salientamos acima. 
 Nesse contexto, a globalização contra-hegemônica é tão 
importante quanto a localização contra-hegemónica. 
 
Segundo as melhores concepções, a globalização 
econômica tem uma lógica férrea que é duplamente 
destrutiva. Não só não pode melhorar o nível de vida da 
esmagadora maioria da população mundial (pelo 
contrário, contribui para a sua pioria), como não é sequer 
sustentável a médio prazo. 
 
Ainda hoje a maioria da população mundial mantém 
economias relativamente tradicionais, muitos não são 
"pobres" e uma alta percentagem dos que são foram 
empobrecidos pelas políticas da economia neoliberal. 
 
Em face disto, a resistência mais eficaz contra a 
globalização reside na promoção das economias locais e 
comunitárias, economias de pequena-escala, 
diversificadas, autossustentáveis, ligadas a forças 
exteriores, mas não dependentes delas. 
 
Segundo essa concepção, numa economia e numa cultura 
cada vez mais desterritorializadas, a resposta contra os 
seus malefícios não pode deixar de ser a 
reterritorialização, a redescoberta do sentido do lugar e 
da comunidade, o que implica a redescoberta ou a 
invenção de atividades produtivas de proximidade. 
 
Esta posição tem-se traduzido na identificação, criação e 
promoção de inúmeras iniciativas locais em todo o 
mundo. Consequentemente é hoje muito rico o conjunto 
de propostas que, em geral, podíamos designar por 
localização. 
 
Entendo por localização o conjunto de iniciativas que 
visam criar ou manter espaços de sociabilidade de 
pequena escala, comunitários, assentes em relações face-
a-face, orientados para a autossustentabilidade e regidos 
por lógicas cooperativas e participativas. 
 
As propostas de localização incluem iniciativas de 
pequena agricultura familiar, pequeno comércio local, 
sistemas de trocas locais baseado em moedas locais, 
formas participativas de autogoverno local . 
Muitas destas iniciativas ou propostas assentam na ideia 
de que a cultura, a comunidade e a economia estão 
incorporadas e enraizadas em lugares geográficos 
concretos que exigem observação e proteção constantes. 
É isto o que se chama bio-regionalismo. 
 
As iniciativas e propostas de localização não implicam 
necessariamente fechamento isolacionista. Implicam, isso 
sim, medidas de proteção contra as investidas predadoras 
da globalização neoliberal. Trata-se de um "novo 
protecionismo": a maximização do comércio local no 
interior de economias locais, diversificadas e 
autossustentáveis e a minimização do comércio de longa 
distância. 
 
O novo protecionismo parte da ideia de que a economia 
global, longe de ter eliminado o velho protecionismo, é, 
ela própria, uma táctica protecionista das empresas 
multinacionais e dos bancos internacionais contra a 
capacidade das comunidades locais de preservarem a sua 
própria sustentabilidade e da natureza. 
 
 
 
 
 Globalização, Interdependência e Mudanças nos 
Paradigmas do Estado e das Relações Internacionais 
 
A doutrina, ao longo da evolução das Relações Internacionais, 
estabeleceu a existência de quatro paradigmas interpretativos 
das Relações Internacionais: o modelo idealista, o modelo 
realista, o modelo da dependência e o modelo da 
interdependência. 
 
 
O MODELO IDEALISTA 
- foi formado no período entre a Primeira e Segunda 
Guerra Mundial. 
- Sofreu em sua origem, fortes influências dos 
pensamentos de Jean-Jaques Rosseau 
- pregava a existência de uma sociedade perfeita. 
- Surge a Liga das Nações (1919) que tinha como 
objetivo maior a pacificação da ordem mundial, como 
reação moral e política aos horrores da Primeira 
Grande Guerra. 
- Visava, na prática, evitar um novo conflito e tinha por 
escopo a definição da justiça como arcabouço das 
relações entre os Estados, centrando seus 
fundamentos nos valores na paz universal. 
Sua contribuição foi o estabelecimento de certos 
princípios que fizeram as Relações Internacionais 
passassem a ser mais abertas, transparentes e 
democráticas. 
- Com a Segunda Grande Guerra, o paradigma idealista 
acabou sendo posto de lado, devido ao seu fracasso 
em evirar novos conflitos bélicos. 
 
O PARADIGMA REALISTA 
- surge a partir da Segunda Guerra Mundial, 
apresentando-se como reação ao paradigma idealista. 
- Suas origens são encontradas na obra de Nicolau 
Maquiavel, denominada "O príncipe" (1532),e na obra de 
Thomas Hobbes, denominada "O Leviatã" (1615). 
- as Relações Internacionais passaram a ser regidas 
pelo grau de poder de cada Estado. A política doméstica é 
tida como distinta da política internacional e o Estado é o 
único ator reconhecido. 
- Nas Relações Internacionais, o que passa a imperar é 
um sistema anárquico, prevalecendo a força e o conflito na 
busca do poder. 
- Os princípios morais e democráticos são aplicados 
apenas no âmbito da política interna. A paz somente é 
possível quando há o equilíbrio entre o poder e a força dos 
Estados oponentes. 
Como forma de crítica ao realismo político (realismo 
tradicional), que não se adequava perfeitamente ao 
panorama global que se formou após a Segunda Guerra, 
surgiu na década de sessenta o chamado neorrealismo 
(ramificação do paradigma do realismo), pelo qual se 
sustentava a busca da segurança como causa última da 
prática política no sistema internacional (argumento central 
desta nova visão do realismo consiste em destacar a 
limitação da soberania e a paralela redução da insegurança 
decorrente dos compromissos institucionais. 
 
O PARADIGMA DA DEPENDÊNCIA 
- procura analisar as Relações Internacionais sob o ponto 
de vista econômico. Coloca-se em debate a questão do 
desenvolvimento dos países menos favorecidos 
economicamente e as desigualdades existentes entre o 
“centro” e a “periferia” mundial. 
- Sua origem é encontrada na clássica obra Dependência 
e desenvolvimento na América Latina, elaborada em 1969 
por Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto. 
- O paradigma da dependência recebe ainda o aporte 
teórico da corrente marxista e da corrente estruturalista, 
procurando questionar respectivamente os problemas do 
imperialismo e a situação de marginalidade em que vivem 
certos Estados. 
- Para os adeptos deste paradigma, não só o Estado 
funciona como ator nas Relações Internacionais, mas 
também as organizações não governamentais, as 
organizações internacionais, as empresas transnacionais e 
os movimentos de libertação, entre outros. 
 
O MODELO DA INTERDEPENDÊNCIA 
- surgiu no final dos anos sessenta juntamente como 
paradigma da dependência. 
- A dimensão econômica mundial é importante nas 
Relações Internacionais, mas também o desenvolvimento 
das tecnologias das comunicações em massa e o poder 
das empresas transnacionais. 
- Com essa visão, afasta-se a ideia do paradigma realista, 
de que as Relações Internacionais são apenas 
representadas por conflitos, demonstrando-se que estas 
podem ser também cooperativas.

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