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Resumo - EMBRIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
Discente: Amanda Heloísa Vieira Fabrício
Turma 31 - Medicina
Disciplina: Embriologia
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA GENITAL
A determinação sexual genética é definida no momento da fecundação do óvulo, pelo
espermatozoide que o fertiliza. A partir da sétima semana as características femininas ou
masculinas começam a se desenvolver. O período anterior dessa semana é chamado de
estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual.
1. Gônadas
As gônadas só começam a ter características sexuais na sétima semana. As células
germinativas primitivas formam-se no aparelho do saco vitelinico durante a quarta semana
e migram para as gônadas em desenvolvimento, onde se diferenciam em células
germinativas. A genitália externa só adquire características femininas ou masculinas na 12ª
semana. Durante o estágio indiferenciado o embrião tem potencial para se desenvolver em
fêmea ou macho.
O sexo gonadal é determinado pelo fator determinante do testículo (TDF) do cromossomo Y.
TDF localiza-se na região determinante do sexo ( SRY) do braço curto do cromossomo Y. O
TDF dirige a diferenciação do testículo. As Células De Leydig produzem testosterona que
estimula a transformação dos ductos mesonéfricos em ductos genitais masculinos. A
substância inibidora de Müller (MIS), produzida nas Células de Sertoli do testículo, inibe o
desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos (primórdios dos ductos genitais femininos).
Na ausência de cromossomo Y e presença de 2X, formam-se os ovários, os ductos
mesonéfricos regridem, os ductos paramesonéfricos se transformam em útero e nas tubas
uterinas. A vagina forma-se da placa vaginal, que deriva do seio urogenital, e a genitália
indiferenciada se transforma no clitóris e nos lábios grandes e pequenos.
2. Desenvolvimento dos ductos genitais
Ductos mesonéfricos: sob a influência da testosterona, na oitava semana, a parte proximal
de cada ducto se torna altamente contorcida, dando origem ao epidídimo. O mesonefro
degenera, mas alguns túbulos persistem e se transformam nos ductos eferentes, que se
abrem no epidídimo. Distalmente o ducto mesonéfrico adquire um espesso revestimento de
músculo liso e torna-se o ducto deferente.
A evaginação lateral à extremidade caudal de cada ducto mesonéfrico forma a vesícula
seminal. Parte do ducto forma o canal ejaculador.
Ductos paramesonéfricos: são derivados de invaginações do mesotélio. As tubas uterinas
derivam das partes cefálicas não fundidas desses ductos. As porções caudais, fundidas,
formam o primórdio uterovaginal.
3. Desenvolvimento dos testículos
O Gene SRY, localizado no braço curto do cromossomo Y, é a chave de desenvolvimento da
gônada indiferenciada para um testículo. O TDF induz os cordões sexuais primitivos a se
condensar e penetrarem na medula da gônada indiferenciada, onde se ramificam e se
anastomosam, formando a rede testicular. A ligação dos cordões sexuais com epitélio da
superfície é perdida com a formação de uma cápsula fibrosa espessa, a túnica albugínea,
que é a característica diagnóstica do desenvolvimento testicular. Pouco a pouco o testículo
em crescimento se separa do mesonefro em degeneração e fica suspenso o seu próprio
mesentério, o mesoquírdio. Os cordões seminíferos se tornam os túbulos seminíferos,
túbulos retos e rede testicular.
Os túbulos seminíferos separam-se do mesênquima, que dá origem às Células de Leydig.
Pela oitava semana, essas células começam a secretar testosterona e andirostenediona,
que induzem a diferenciação masculina dos ductos mesonéfricos e da genitália externa. O
testículo também produz, pelas Células de Sertoli, o hormônio antimulleriano (AMH), que
inibe o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos. A rede testicular torna-se contínua,
com 15 a 20 túbulos mesonéfricos, que se tornam ductos eferentes. Esses ductos ligam-se
ao ducto mesonéfrico, que se torna o ducto do epidídimo.
Descida dos testículos: com 26 semanas de desenvolvimento, os testículos já desceram
retroperitonealmente pela parede abdominal posterior até os anéis inguinais profundos.
Esta mudança de posição ocorre com o aumento da pelve fetal e alongamento do tronco do
embrião. O movimento transabdominal dos testículos é, em grande parte, o movimento
relativo resultante do crescimento da parte cefálica do abdômen, afastando-se da parte
caudal. A descida dos testículos para o escroto através dos canais inguinais é controlada
por andrógenos produzidos nos testículos. Inicialmente o gubernáculo forma um caminho,
através da parede abdominal, para o processo vaginal avançar durante a formação do canal
inguinal. Essa passagem do testículo pode ser ajudada pelo aumento da pressão
intra-abdominal. Os testículos passam externamente ao peritônio e ao processo vaginal.
Após os testículos penetrarem o escroto, o canal inguinal se encontra em torno do cordão
espermático. Ao descer, os testículos carregam consigo seus ductos deferentes e seus
vasos.
4. Formação dos canais inguinais
Os canais inguinais constituem vias pelas quais os testículos descem de sua posição
intra-abdominal para o escroto. Estes canais formam-se para ambos os sexos, por causa do
estádio morfologicamente indiferenciado. Com a degeneração do mesonefro, o gubernáculo
desce do polo inferior da gônada de ambos os lados do abdômen. Caudalmente, se prende
a superfície interna das intumescências lábio-escrotais. O processo vaginal desenvolve-se
ventralmente ao gubernáculo e forma uma hérnia através da parede abdominal. A abertura
da face transversal, produzida pelo processo vaginal, torna-se o anel inguinal profundo e a
abertura criada na aponeurose forma o anel inguinal superficial.
5. Desenvolvimento do ovário
Os cordões sexuais primitivos não se tornam proeminentes, mas penetram na medula e
formam uma rede do ovário rudimentar. Normalmente, essa estrutura e os cordões sexuais
primitivos degeneram e desaparecem. Durante o período fetal inicial, os cordões sexuais
secundários se projetam do epitélio da superfície do ovário em desenvolvimento para dentro
do mesênquima subjacente. Ao crescerem, os cordões corticais incorporam células
germinativas primitivas. Com 16 semanas, estes cordões começam a romper, formando
acúmulos isolados de células - os folículos primitivos. Cada um dos quais consiste em uma
ovogônia, derivada de uma célula germinativa primitiva. Durante a vida fetal, ocorre mitose
nas ovogônias, produzindo milhares de folículos primitivos. Não se formam ovogônias após
o nascimento. O epitélio da superfície do ovário fica separado dos folículos do córtex por
uma delgada cápsula fibrosa, a túnica albugínea. Ao se separar do mesonefro, o ovário fica
suspenso pelo mesovário, que constitui seu mesentério.
Descida dos ovários: descem pela parede posterior do abdômen até logo abaixo da borda da
pelve. O gubernáculo prende-se ao útero perto da ligação da tuba uterina. A parte cefálica
do gubernáculo torna-se o ligamento ovariano e a parte caudal formam o ligamento redondo
do útero.
6. Desenvolvimento do útero, terço superior da vagina e colo do útero
Lateralmente as gônadas, os ductos paramesonéfricos se formam a partir da invaginação
do mesotélio, cujas extremidades craniais se abrem no colo peritoneal e as extremidades
caudais dos dutos correm paralelas, se cruzando na região pélvica e fundindo, o que forma
o primórdio úterovaginal.

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