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ENZIMAS Profa Dra Halyka L. F. V. Seródio Farmacêutica-Bioquímica Especialista em Assistência Farmacêutica Mestre em Biociências e Biotecnologia Doutora em Ciências Pós-Doutora em Imunologia Já lhe passou pela cabeça alguma vez o número de reações que devem acontecer no seu corpo durante um dia para que ele funcione corretamente? CONCEITO Os sistemas vivos são formados por uma enorme variedade de reações bioquímicas, e quase todas são mediadas por uma série de extraordinários catalisadores biológicos, chamados enzima!!!! São proteínas especializadas em catalisar reações biológicas, ou seja, aumenta a velocidade de uma reação química sem interferir no processo. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS ENZIMAS Século XIX - poucas enzimas identificadas Adição do sufixo “ASE” ao nome do substrato: * gorduras (lipo - grego) – LIPASE * amido (amylon - grego) – AMILASE Nomes arbitrários: * Tripsina e pepsina – proteases CLASSIFICAÇÃO DAS ENZIMAS 1. óxido-redutases: catalisam reações de óxido-redução, isto é, de transferência de elétrons entre compostos; 2. transferases: catalisam a transferência de grupos entre moléculas; 3. hidrolases: catalisam reações de hidrólise (quebram moléculas utilizando a água); 4. liases: catalisam a remoção não-hidrolítica de grupos, formando ligações duplas (ou seja, retiram um grupamento da molécula sem usar água); 5. isomerases: catalisam reações de isomerização (reorganizam a molécula sem que ela perca nenhum átomo); 6. ligases: catalisam a formação de uma ligação química entre dois compostos utilizando a energia da quebra de um nucleotídeo trifosfatado (por exemplo, ATP), que acontece ao mesmo tempo. OUTRAS FORMAS DE CLASSIFICAR Enzimas intracelulares atuam no interior da célula sintetizam o material celular realizam reações catabólicas que suprem as necessidades energéticas da célula. Enzimas extracelulares atuam fora da célula executando as alterações necessárias à penetração dos nutrientes para o interior das células. OUTRAS FORMAS DE CLASSIFICAR Endoenzimas Exoenzimas Agem dentro das moléculas Ex: endoamilases, que hidrolisam ligações glicosídicas ao acaso ao longo das cadeias de amilose Agem nas extermidades das moléculas Ex: exoamilases, que hidrolisam,sucessivamente, ligações glicosídicas a partir da extremidade não redutora das mesmas. OUTRAS FORMAS DE CLASSIFICAR Enzimas habituais ou constitutivas Enzimas indutivas As células sempre as sintetizam As células só as sintetizam quando estão na presença do substrato da enzima Isoenzimas Enzimas que têm a mesma função, ou seja, catalisam uma mesma reação, porém apresentam estruturas diferentes COMO ACELERAM UMA REAÇÃO? Quando um composto químico é convertido em outro, o que está acontecendo é uma reorganização dos átomos que fazem parte do reagente (substrato) para que ele se torne o produto da reação. Para que a reação de conversão de um dado substrato em produto ocorra espontaneamente (seja favorável termodinamicamente), é preciso que haja liberação de energia durante a transformação do substrato em produto. Em outras palavras, quando a energia contida na molécula de substrato é maior do que a energia contida na molécula de produto, podemos dizer que a reação é favorável e, portanto, espontânea. Entretanto, o fato de a reação ser favorável e espontânea não significa que ela vá ocorrer rapidamente. Mas por quê? Isso ocorre porque, durante a conversão de um substrato em produto, pode se formar um composto intermediário que possui uma energia muito alta. Esse composto intermediário é chamado estado de transição. A diferença de energia entre ele e o substrato é chamada energia de ativação. Em outras palavras, a energia de ativação é o quanto de energia é necessário no sistema para que o substrato possa ser convertido em produto. A energia de P é menor do que a de S, de forma que a variação de energia da reação é negativa (energia de P – energia de S < 0), e favorece a formação de P. No entanto, existe uma barreira energética entre S e P, a energia de ativação, relacionada à formação do estado de transição, que pode envolver formação de cargas instáveis na molécula, rearranjo de ligações etc. Quanto maior a energia de ativação, mais lenta é a reação. Diminuir a energia de ativação de uma reação é exatamente o que uma enzima faz. Por isso é que ela aumenta a velocidade da reação! CONCLUSÃO ATÉ AGORA... As enzimas participam de diversos processos, fazendo com que eles aconteçam em tempos compatíveis com as necessidades do organismo. Caso contrário nossas atividades diárias poderiam acontecer em prazos que inviabilizassem nossa existência. ONDE SE LIGA O SUBSTRATO? Sítio ativo: uma pequena porção da enzima que apresenta resíduos de aminoácidos cujas cadeias laterais são capazes de interagir com o substrato. É da especificidade desta ligação entre o substrato e o sítio ativo da enzima que surge a especificidade de cada atividade enzimática. Ligações não-covalentes. HIPÓTESE CHAVE E FECHADURA Foi proposta por Emil Fisher, na qual a especificidade da enzima (fechadura) por seu substrato (chave) era decorrente de suas formas geométricas serem complementares CHAVE E FECHADURA Um problema no modelo chave e fechadura proposto por Fisher, para explicar a interação enzima/substrato, era que ele explicava o funcionamento de algumas, mas não da maioria das enzimas. NOVA HIPÓTESE: AJUSTE INDUZIDO O sítio ativo deve ser complementar ao estado de transição e não ao substrato. Assim, quando o substrato se liga à enzima, a interação entre as duas moléculas favorece a formação do estado de transição. MODELO AJUSTE INDUZIDO RESUMINDO Uma enzima é uma proteína capaz de acelerar o acontecimento de uma reação. Ela faz isso se ligando ao seu substrato por uma porção da sua estrutura chamada sítio ativo e diminuindo a energia necessária para que esse substrato vença a barreira energética existente na reação – a formação do estado de transição. Para que isso aconteça, o sítio ativo da enzima tem de ser capaz de se associar ao substrato, mas não de maneira perfeitamente complementar, pois, senão, acabaria por inviabilizar, e não por favorecer a reação. MECANISMO DE AÇÃO Enzima age diminuindo a energia de ativação. O que é ENERGIA DE ATIVAÇÃO? Quantidade de energia requerida para romper a configuração eletrônica estável de qualquer molécula específica para que os elétrons possam ser reorganizados. Energia de Ativação ∆G reação MECANISMO DE AÇÃO ∆G: A diferença de energia entre produtos e reagentes Não depende da E.A. Energia de Ativação ∆G reação REAÇÕES CATALISADAS POR ENZIMAS E n e rg ia d o s is te m a ( G ) Progresso da Reação Energia de Ativaçao na presença de enzima Energia de Ativação na ausência de enzima ∆G reação Não catalisada Catalisada Reagentes Produtos E n e rg ia d o s is te m a ( G ) Progresso da Reação Energia de Ativaçao na presença de enzima Energia de Ativação na ausência de enzima ∆G reação Não catalisada Catalisada REAÇÕES CATALISADAS POR ENZIMAS Reagentes Produtos Catalisador atua diminuindo a Energia de Ativação REAÇÕES CATALISADAS POR ENZIMAS E n e rg ia d o s is te m a ( G ) Progresso da Reação Energia de Ativaçao na presença de enzima Energia de Ativação na ausência de enzima ∆G reação Não catalisada Catalisada Não altera : equilíbrio nem o ∆G Reagentes Produtos REAÇÕES CATALISADAS POR ENZIMAS Embora a enzima participe da sequência da reação, ela não sofre nenhuma transformação. Poucas moléculas de E são capazes de catalisar a conversão de milhares de moléculas de S a P. Atuam em pequenas concentrações REAÇÕES CATALISADAS POR ENZIMAS Número de renovação = n° de moléculas de substrato convertidas em produto por uma única molécula de enzima em uma dada unidade de tempo. 1 molécula de Catalasedecompõe 5 000 000 de moléculas de H2O2 pH = 6,8 em 1 min FATORES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO ENZIMÁTICA pH Temperatura Ureia Detergente Concentração da Enzima Concentração do Substrato FATORES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO ENZIMÁTICA pH A ionização de aa pode provocar modificações na conformação da enzima. O substrato pode ver-se afetado. Pepsina pH ótimo 1,5 Tripsina pH ótimo 7,7 FATORES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO ENZIMÁTICA Temperatura temperatura dois efeitos ocorrem: A taxa de reação aumenta, como se observa na maioria das reações químicas; A estabilidade da proteína decresce devido a desativação térmica. • Enzima temperatura ótima para que atinja sua atividade máxima FATORES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO ENZIMÁTICA Concentração da Enzima A velocidade máxima da reação é uma função da quantidade de enzima disponível (existindo substrato em excesso). Efeito da [ ] da enzima sobre a velocidade inicial (V0) com de substrato em excesso. FATORES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO ENZIMÁTICA Concentração do Substrato INIBIÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA Uma enzima pode, mesmo na presença de seu substrato e em condições ótimas para o seu funcionamento, não realizar catálise, ou ter sua velocidade de reação diminuída. Isso pode acontecer se, no meio de reação, houver aquilo que chamamos de inibidor enzimático. Um inibidor enzimático é uma molécula capaz de se associar à enzima e reduzir ou até zerar sua velocidade de catálise, isto é, de gerar produto a partir do substrato. Existem dois tipos de inibidor: os irreversíveis e os reversíveis. 1. Inibidores irreversíveis – são aqueles que se ligam à enzima, modificando sua estrutura de tal forma que inutilizam permanentemente essa proteína. 2. Inibidores reversíveis – são aqueles que podem se dissociar da enzima e, de acordo com a maneira como isso acontece, estão subdivididos em: a. Inibidores reversíveis competitivos: competem com o substrato pela ligação ao sítio ativo da enzima. Assim, se aumentamos a concentração de substrato, favorecemos o acontecimento da catálise por dois mecanismos: – aumentando a chance de enzimas livres se associarem ao substrato em vez de ao inibidor; – deslocando o inibidor da enzima. Por afinidade, o substrato pode fazer com que a enzima se dissocie do inibidor e se associe a ele e, a partir daí, aconteça a reação. b. Inibidores reversíveis não-competitivos: são aqueles que se associam à enzima em uma parte de sua estrutura diferente daquela onde se liga o substrato. Esta ligação promove alterações na enzima, de forma que a catálise seja comprometida e que, mesmo aumentando a concentração de substrato, nenhuma mudança no acontecimento da reação seja observada. INIBIÇÃO REVERSÍVEL COMPETITIVA Uma substância que compete diretamente com o substrato pelo sitio de ligação de uma enzima. Inibidor normalmente é semelhante ao substrato, de modo que se liga especificamente ao sitio ativo, mas difere do substrato por não poder reagir com ele. O inibidor liga-se á enzima formando o complexo EI cataliticamente inativo. INIBIÇÃO REVERSÍVEL NÃO COMPETITIVA O inibidor não competitivo pode ser uma molécula que não se assemelha com o substrato, mas apresenta uma grande afinidade com a enzima. Esta ligação pode distorcer a enzima tornando o processo catalítico ineficiente. ISOZIMAS Isozimas - enzimas que catalisam a mesma reação mas apresentam estruturas diferentes (primária e/ou quaternária). Podem ser : - constituem diferentes enzimas produzidas por diferentes genes; Desidrogenase lática CO-FATORES Quase 1/3 das enzimas requerem um componente não protéico para sua atividade, denominado cofator CO-FATORES Algumas enzimas que contêm ou necessitam de elementos inorgânicos como cofatores ENZIMA COFATOR PEROXIDASE Fe+2 ou Fe+3 CATALASE CITOCROMO OXIDASE Cu+2 ÁLCOOL DESIDROGENASE Zn+2 HEXOQUINASE Mg+2 UREASE Ni+2
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