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Sumário 
 
1 Introdução ............................................................... 2 
2 justificativa acadêmica e pessoal do tema ............... 9 
3 Objetivos e problema ou perguntas de 
investigação ............................................................. 12 
4.1 Fatores problematizadores e as influências 
na má formação de docentes ................................ 14 
4.2 A má formação do docente brasileiro e os 
prejuízos causados aos discentes ......................... 29 
4.3 Intervenções pedagógicas, como entender e 
como usá-las......................................................... 40 
4.4. Como entender e instrumentalizar os 
estudantes para momentos apropriados para os 
feedbacks ............................................................. 46 
5 Metodologia ........................................................... 60 
5.1 Descrição da metodologia de pesquisa 
qualitativa. ............................................................. 60 
5.2 Descrição dos instrumentos de pesquisa 
(questionários). ..................................................... 62 
6 Apresentação e análise dos dados coletados. ....... 62 
7 Conclusões ............................................................ 91 
8 Referências bibliográficas ...................................... 97 
 
 
1 Introdução 
 
Muito se tem discutido no Brasil sobre os 
possíveis problemas da educação, enfatiza-se 
grandes avanços que, não necessariamente, 
condizem com a realidade brasileira. Desta forma, 
acerca desta temática, com a seguinte pesquisa 
pretendeu-se versar sobre quais fatores são 
possíveis causadores ou responsáveis pela 
hipotética má formação de futuros docentes de 
licenciatura em pedagogia. 
A muito tempo a educação brasileira amarga 
índices e posições alarmantes nas avaliações, seja 
na educação básica ou nível superior. A partir desta 
situação caótica, buscou-se identificar e entender 
quais os possíveis fatores que corroboram para a 
má formação de futuros professores em licenciatura 
em pedagogia. 
Para se ter uma ideia da dimensão do 
problema da educação superior brasileira, 1 em 
cada 4 futuros professores no Brasil, formam-se em 
cursos de má qualidade. Entre 292 cursos de 
pedagogia, aproximadamente 71 mil estudantes 
universitários receberam os mais baixos conceitos 
em avaliações (Enade) do MEC, indicando que 
apenas 9 dos 763 estudantes avaliados tiveram 
nota máxima, Universidade Federal de Campina 
Grande [UFCG] (2009). 
Segundo Gatti, B e Barreto, E. (2009), o 
problema da má formação de professores começa 
nos centros de educação superior. Pois os futuros 
docentes em licenciatura em pedagogia saem dos 
centros educacionais superiores sem saber ensinar, 
para não dizer que a formação didática pedagógica 
não existe, ressaltando que a precariedade da 
educação superior, impossibilita a maioria dos 
futuros professores a aprender como lecionar. 
Para Abrucio, L. F. (2016), a precariedade 
da formação inicial dos futuros professores é 
amplificada pelo baixo capital cultural e social da 
grande maioria dos estudantes dos cursos de 
licenciaturas. 
Em concordância com o exposto, “não é 
possível dar a alguém, algo que não se tenha...”. 
Para que tenhamos estudantes inovadores e 
criativos são necessários professores de iguais 
anseios. No entanto, é possível avançar com 
medidas, como por exemplo, a reformulação da 
grade curricular dos cursos de pedagogia, bem 
como uma atenção especial aos déficits dessa 
comunidade no que se refere a sua formação na 
educação básica. 
Saviani, D. (2011), versa sobre dois modelos 
de formação de professores no Brasil. Um primeiro 
denominado de modelo dos conteúdos culturais-
cognitivos de formação de professores que 
acontece a partir da cultura geral e do domínio das 
habilidades e competências correspondentes à 
área do conhecimento que o professor (a) vá 
ministrar aulas. Considerando que a formação 
pedagógico-didática acontecerá em consequência 
do domínio dos conteúdos já assimilados, 
aprendendo a partir da sua prática docente, o que o 
autor chama de “treinamento em serviço”. Não 
sendo função assim da universidade mediar esse 
aprendizado. 
O segundo é chamado de modelo 
pedagógico-didático de formação de professores. 
Onde a formação de professores só é possível a 
partir da efetiva fundamentação pedagógico-
didático. Afirma-se que mesmo com a cultura geral 
e a formação na área do conhecimento, as 
universidades devem garantir, de maneira 
criteriosa, melhor estruturação curricular e 
ampliação pedagógico-didática dos professores em 
formação. 
Segundo Azevedo, Ghedin, Silva e Gonzaga 
(2011), mesmo com a criação das faculdades ou 
centros de educação nas universidades, e o tema 
permear as discussões no cenário acadêmico 
brasileiro. Os cursos de licenciatura oferecem a 
mesma formação para os futuros professores 
atuarem no ensino fundamental I e na educação 
infantil, no mesmo modelo desde sua origem, sem 
alterações significativas em sua grade. 
Emergindo nesta atmosfera, objetivou-se 
compreender as circunstâncias do baixo nível de 
conhecimento adquirido pelos futuros docentes nas 
últimas etapas do curso de licenciatura em 
pedagogia, através de indicativos como o 
desinteresse e/ou a má formação universitária, 
comparando assim, o nível de conhecimento 
adquirido no curso de formações de futuros 
docentes que objetivam ministrar aulas para 
estudantes da educação infantil e para os anos 
iniciais do ensino fundamental I. 
Posteriormente, objetivou-se traçar um 
plano de ação que possa corroborar na formação 
inicial docente, imergindo nestes novos docentes 
uma postura profissional-científico-reflexiva. 
Buscou-se constatar como a má formação 
básica pode influenciar na formação de futuros 
decentes, estabeleceremos quais os pontos 
fundamentais da formação profissional docente, as 
competências necessárias para o desempenho da 
função, analisando sobre a ótica da má formação 
inicial dos docentes, os possíveis prejuízos a longo 
prazo, que chamamos de “ciclo vicioso”1. 
No marco teórico, buscou-se apontar e 
elucidar pontos primordiais que se relacionam com 
a má formação docente, haja vista que nos últimos 
 
1 Ciclo vicioso: Processo caracterizado pela má formação ou 
defasagem dos estudantes em todos os níveis da educação. 
Ex.: um estudante que não atingiu as habilidades e 
competências ou não tem afinidade com a matemática no 
ensino fundamental I, II e no ensino médio, provavelmente, não 
se identificará com a disciplina no curso superior. 
anos subiu de forma alarmante e negativa a 
qualidade da formação de docentes licenciados em 
pedagogia. Desta forma, faz-se necessário ampliar 
as discussões sobre a má formação de futuros 
docentes, para restabelecermos novos caminhos e 
realmente alcançarmos níveis de qualidade nos 
cursos de formação de futuros docentes de 
licenciatura em pedagogia. 
A metodologia que segue como instrumento 
de verificação de construção desta dissertação, foi 
a metodologia de pesquisa qualitativa. Buscou-se 
inferir um grupo por amostragem, analisando os 
dados compilados e recorrendo à interpretação e 
análise através de tabelas e gráficos favorecendo a 
compreensão. Buscou-se demonstrar a relação e o 
impacto da má formação inicial docente em 
estudantes de licenciatura em pedagogia em fase 
final de formação. 
Para o desenvolvimento deste estudo, 
selecionou-se uma amostra de 122 estudantes, 
cursando o último semestre do curso de licenciatura 
em pedagogia, onde percebe-se uma prevalência 
de 98% dos respondentes do sexo feminino e, 
consequentemente, apenas 2% do sexo masculino, 
29% dos entrevistados numa faixa etária entre 20 a 
30 anos, 42% entre 30 a 40 anos, 22% entre 40 a 
50 anos e 8% entre 50 a 60 anos. Cálculos dos 
dados tabuladosatravés do programa Excel, do 
Microsoft Office. 
No tópico resultados e discussão, será 
possível conhecer os motivos para a escolha da 
futura profissão docente, entender os diferentes 
fatores, competências e expectativas que rodeiam 
a profissão, examinando as experiências na 
formação inicial de futuros docentes e como estes 
entendem a profissão, seu papel social, 
investigando como pretendem organizar e dirigir 
situações de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 2 justificativa acadêmica e pessoal do tema 
 
O Brasil tem chamado atenção no cenário 
mundial pelos baixíssimos índices alcançados na 
educação quando comparado a países menos 
favorecidos economicamente. Em recente pesquisa 
que avalia a qualidade da educação divulgada pela 
Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 76 
países, o Brasil ocupa a 60ª posição. 
Desta forma, após longos anos na 
observação de atitudes e ações que não condizem 
com a função docente profissional, onde 
professores sujeitam os estudantes a atitudes 
invasivas e autoritárias que, em alguns momentos, 
beiram a intervenções de cunho extremamente 
pessoal, justificando o interesse pessoal de 
desenrolo acadêmico, a fim de explorar, de forma 
rigorosa, quais fatores podem elucidar tais posturas 
e, também, se tais fatores podem ser os causadores 
dos baixos índices da educação. 
Mesmo com diversas pesquisas que visam 
identificar o cerne do problema, pouco se tem 
investigado sobre como a subjetiva má formação 
pode influenciar nas possíveis posturas e 
intervenções dos docentes que lecionam na 
educação infantil e nos anos iniciais do ensino 
fundamental, e como sua formação defasada pode 
contribuir com o aumento dos baixos níveis de 
rendimento escolar, refletindo na atual posição do 
Brasil nos rankings que avaliam a qualidade da 
educação e o rendimento nos diferentes níveis. 
Neste enfoque e de maneira conveniente, 
buscou-se com esta pesquisa beneficiar não 
apenas os futuros profissionais da educação, mas, 
a sociedade de modo geral, apresentando 
subsídios teóricos e práticos para fomentar 
pesquisas em maiores escalas. 
 Pretende-se assim contribuir para a necessária 
mudança no conteúdo e desenho da educação 
superior no que diz respeito à formação de futuros 
docentes para a primeira etapa da educação básica. 
Na perspectiva de conseguir entender e 
perceber as questões ambíguas e, ao mesmo 
tempo, peculiares que cercam o cotidiano escolar, 
buscou-se ampliar a discussão sobre o “calcanhar 
de Aquiles” da educação, que é a hipotética “má 
formação de futuros docentes”. 
Preenchendo-o assim, de forma inicial, uma 
lacuna de conhecimento quando se trata de 
formação de professores, ampliando e criando um 
novo instrumento reflexivo e significativo no âmbito 
da pesquisa. Por tudo isso, esse documento 
discorre de total relevância social, pois buscou-se 
contribuir de forma incomensurável com a 
disseminação de informações sobre a postura 
profissional, científica e reflexiva do docente, 
possibilitando um ambiente tranquilo e favorável ao 
processo ensino e aprendizagem. Viabilizando 
assim, a construção efetiva de uma sociedade 
crítica e autônoma e por isso educada, 
transformada através das ações significativas 
profissionais-científicos-reflexivas dos futuros 
docentes em formação. 
Justifica-se assim o interesse acadêmico e 
pessoal e apresenta-se uma dissertação que possa 
realmente ser disseminada entre a comunidade 
docente científica, estimulando a transformação 
social, intelectual e cultural. 
 
3 Objetivos e problema ou perguntas de 
investigação 
 
Objetivou-se constatar como a má formação 
básica pode influenciar na formação de futuros 
docentes do curso de licenciatura em pedagogia, 
estabelecendo quais os pontos fundamentais da 
formação profissional, analisando sobre a ótica da 
má formação inicial dos docentes, os possíveis 
prejuízos a longo prazo, o que chamamos de “ciclo 
vicioso”. 
Compreendendo as circunstâncias do baixo 
nível de conhecimento adquiridos pelos futuros 
docentes na última etapa do curso de licenciatura 
em pedagogia, ao longo da educação básica, 
conhecendo os motivos para a escolha da futura 
profissão docente, entendendo os diferentes 
fatores, competências e expectativas que rodeiam 
a profissão almejada, examinando as experiências 
da formação inicial de futuros docentes em 
licenciatura em pedagogia e como entendem sua 
futura profissão e seu papel social, Investigando 
como os futuros docentes de licenciatura em 
pedagogia pretendem organizar e dirigir situações 
de aprendizagens. 
Em suma, estabelecer os principais fatores 
problematizadores da educação básica e quais 
influências relacionam-se a má formação de futuros 
docente. Qual a relação entre a má formação inicial 
docente e os prejuízos educacionais causados aos 
discentes. 
O crescente problema da educação 
brasileira, caracterizado como um dos fatores que 
corroboram para a má qualidade da educação 
brasileira, a hipotética má formação de professores 
licenciados em pedagogia. Problema esse, que faz 
com que a profissão docente sofra uma contínua e 
grande desvalorização econômica e social, talvez, 
em primeira análise explicada pelo passado de 
pouca oferta de cursos superiores, inclusive em 
licenciatura em pedagogia. O que culminou com 
profissionais sem formação acadêmica ou formados 
em quaisquer outras áreas do conhecimento 
ministrando aulas, sem a então, devida formação, 
resultando no ingresso de “pseudos professores”. 
4 Marco teórico 
4.1 Fatores problematizadores e as influências na 
má formação de docentes 
 
A educação básica brasileira passa por uma 
crise existencial há muito tempo. E na tentativa de 
mudança deste ciclo caótico, surgem novas 
alternativas e/ou ações que não nos parecem ser 
instrumentos dirigidos efetivamente para solucionar 
o problema da falta de qualidade da educação 
brasileira em todos os níveis e sim, melhorar 
primeiramente índices e gráficos para ajustes 
meramente políticos/econômicos. Cita-se por 
exemplo a implantação da progressão continuada 
no Brasil, que apesar de surgir como sendo uma 
ideia avançada para a educação, com uma 
estruturação de alargamento do conceito de 
período escolar, prevendo ciclos de estudos, 
estabelecendo prazos mais justos e eficazes para 
as possíveis reprovações dos estudantes para as 
mudanças de fases escolares. No entanto, 
popularmente é alvo de polêmicas, considerando 
que é configurada como apenas "aprovação 
automática" dos estudantes. 
No Brasil, sua implementação 
aparentemente levou em conta apenas resultados 
obtidos em outros países, como por exemplo, a 
Finlândia que tem uma realidade bem distinta da 
nossa. A adoção da progressão continuada no 
Brasil, iniciou-se sem que houvessem etapas 
fundamentais de mudanças estruturais, 
pedagógicas, salariais, formação dos professores e 
ações necessárias ao desenvolvimento de um 
verdadeiro projeto de progressão continuada. 
A progressão continuada poderia ser um 
excelente processo para a construção efetiva de 
uma sociedade aprendente brasileira. Mas para 
isso, existem vários fatores que precisam ser 
revistos, principalmente os fatores culturais e 
socioeconômicos brasileiros que infelizmente nos 
dias de hoje impossibilitam o desenvolvimento de 
uma educação de qualidade. Evidentemente o 
futuro sucesso da progressão continuada brasileira 
e atual fracasso estão intimamente vinculados com 
a má formação dos professores. Se estes agentes 
de transformação social tivessem boa formação 
geral e específica poderiam mudar esse quadro de 
estagnação da educação brasileira, mas para isso, 
seria necessário que estes entendessem a forma 
como trabalhar o processo de construção do 
conhecimento através da metodologia da 
progressão continuada, tendo consciênciaque 
mesmo que os governantes tenham adotado a 
progressão continuada para fins estritamente 
políticos “financeiros”, que condicionam o 
recebimento de verbas da UNESCO a 
apresentação de dados estatísticos que 
comprovem avanços da educação pública deste 
país, o professor deveria, até por questões éticas 
profissionais científicas e reflexivas, condicionar 
sua prática a uma atuação criativa, inovadora de 
conscientização de toda comunidade estudantil, 
pais, colegas. 
Segundo Mello, G. (2000), muitos 
estudantes que hoje saem da educação básica e 
ingressam no ensino superior não possuem as 
mínimas condições para tal. E para sanar esse 
atraso, necessitariam de uma formação docente 
que propiciassem às estudantes condições de 
refazer o percurso de ensino e aprendizagem que 
não foi satisfatoriamente alcançado na educação 
básica. Portanto, vítimas de uma progressão 
continuada mal estruturada, que submeteu esses 
estudantes a esse processo de estagnação ou 
impossibilidade de avanços na educação básica. 
São estes os estudantes que vão prosseguir os 
estudos na carreira universitária, na tentativa de 
ascensão social e profissional mesmo sem a 
formação básica adequada. Estes indivíduos 
ingressam no ensino superior, muitos, em busca 
dos cursos de licenciaturas, tendo por muitas vezes 
a falsa ideia que seria mais fácil o acesso aos 
cursos de licenciaturas, sendo até uma profissão 
mais fácil e um mercado que está sempre 
necessitando profissionais. Evidentemente, deve-
se sempre ressaltar que a individualidade biológica 
é um fator importante positivamente no processo 
educacional porque mesmo em um ambiente que às 
vezes inviabiliza o desenvolvimento de todas as 
habilidades no processo de ensino aprendizagem, 
o acaso nos brinda com algumas mentes 
diferenciadas com grande poder de compreensão, 
interpretação, argumentação, síntese, coesão, 
imaginação, criatividade, etc., Sendo explícito até 
aqui, que o “ciclo vicioso” processo entendido por 
nós como responsável pelo fato de os estudantes 
atravessarem todas as fases da educação básica e 
iniciarem o curso superior, sem terem 
desenvolvidos habilidades e competências exigidas 
nestes ciclos. 
O papel do professor é de transformador, 
aquele que deve estar preparado para responder as 
várias situações impostas em sala de aula, pronto 
para intervir, mediar, provocar, estimular, explanar, 
etc. Além de responder questionamentos dos 
estudantes que, por muitas vezes, podem ser 
“provocativos e desafiadores”, mas, a resposta, o 
feedback, o ajuste, precisa e deve ser mediado 
nestes conflitos da melhor forma possível, com 
humildade, entendendo que deverá intervir quantas 
vezes forem necessárias para o esclarecimento das 
possíveis dúvidas dos estudantes. 
Por isso, é necessário que os professores 
tenham boa formação. Boa formação no ensino 
básico, boa formação em sua formação inicial 
superior e muito boa formação nas suas formações 
complementares continuadas. 
Se a educação básica não cumprir sua 
tarefa efetivamente de formação básica, teremos 
uma grande incidência de profissionais que não 
desenvolverão as mínimas habilidades e 
competências para o desenvolvimento do exercício 
de seu trabalho, o que denominamos de “clico 
vicioso da educação”, consequentemente, não 
estão preparados para atuar na educação, que se 
pressupõe área transformadora. As ações 
desenvolvidas por um educador, que pressupõem 
aumentar o nível hermenêutico dos estudantes, 
requerem que este professor também tenha tal nível 
de hermenêutica, potencializando as ações de 
criatividade e inovação dos estudantes. 
Outro fator problematizador da educação 
básica fica mais ainda evidenciado com o 
surgimento da internet, que por muitas vezes dá a 
falsa ideia de termos todas as respostas e 
informações de forma simples apenas através de 
um click, fazendo com que os professores “percam 
a admiração da sociedade e o título de sábios”. 
Tendo em vista que hipoteticamente todos têm 
acesso a todas as informações. 
Em consonância com o exposto, Moran, J. 
(2001), afirma que outro fator complicador é o nível 
elevado de consumismo de muitos estudantes. Pois 
estes acessam rapidamente um número elevado de 
novas informações e sempre procuram algo novo, 
distinto, o que os torna superficiais, dinâmicos, 
“alienados” e dispersivos. O conhecimento se dá 
pela troca, pelo intercâmbio, pela interação, mas 
também pela interiorização, pela reflexão pessoal, 
pela capacidade de reorganizar pessoalmente o 
que percebemos fora. E para muitos, atentos ao 
navegar, torna-se difícil mergulhar em si mesmos. 
Nesse sentido, é preciso que todos os 
professores saiam de suas zonas de conforto de 
meros transmissores de conhecimentos, e sejam 
protagonistas como mediadores em aulas 
interativas, possibilitando que os estudantes 
construam novos conhecimentos de forma efetiva, 
significativa, reflexiva, inovadora e criativa. Não 
adianta instituir propostas de formação de 
professores que os estimulem a propor atividades 
interativas, intervindo e mediando resoluções de 
conflitos, sem que estes saibam utilizar de forma 
adequada às tecnologias. Continuaremos desta 
forma, inviabilizando as pesquisas, a compreensão, 
o discernimento, a comparação e a retenção de 
informações que sejam realmente confiáveis. 
Segundo Mello, G. (2000), para que a 
aprendizagem escolar seja efetivamente uma 
experiência intelectualmente estimulante e 
socialmente esperada, é fundamental a mediação 
por docentes com boa cultura geral, domínio dos 
conhecimentos específicos que devem ser 
construídos e domínio dos meios para fazê-lo com 
proficiência. Sustentando assim, com propriedade 
os meios teóricos e práticos para exercer as 
atividades de gestão de sala de aula, possibilitando 
aos estudantes uma atmosfera crítica e inovadora 
de construção efetiva do conhecimento. 
Desta forma, a partir das constatações de 
inúmeros fatores problematizadores da educação 
básica brasileira, muitas são as ações pedagógicas 
e metodológicas que no decorrer do tempo têm sido 
propostas objetivando alcançar melhores índices no 
sistema educacional brasileiro como já citou-se 
anteriormente. Contudo, é inegável que pouco se 
tem falado sobre a precariedade e a influência que 
esse processo vicioso tem frente a má formação 
inicial de futuros professores em licenciatura em 
pedagogia. 
Propõe-se uma análise, em primeira 
instância, do sistema brasileiro de formação de 
professores, apontando inadequações para colocar 
em prática alterações no paradigma da grade 
curricular requeridas pela sociedade do 
conhecimento, sugerindo assim, caminhos e 
estratégias para a construção de modelos de 
formação para futuros docentes, indicando 
condições mínimas que os cursos de formação 
inicial de professores cumpram para atingir sua 
finalidade, como por exemplo, traçar um processo 
de recuperação paralela no início dos cursos 
superiores para os estudantes retomarem 
habilidades e competências não desenvolvidas na 
educação básica e que considere-se requisito 
fundamental para o ingresso aos cursos superiores. 
Ainda sobre a formação do docente, Testoni, e 
Abib, (2014, p. 22), afirmam que: 
“Uma educação, para formar estudantes com 
capacidade criativa, deve ser orientada por 
professores com igual capacidade de inovação, não 
sendo compatível com um fechamento em práticas 
puramente expositivas e repetitivas”. O que 
predominantemente acontece nas salas de aulas 
brasileiras, e distorce em número, gênero e grau a 
premissa de que para formar estudantes com 
capacidade de inovação e criatividade 
precisaríamos de mestres com iguais capacidades, 
é notória a defasagem da formação de docentes 
licenciados em pedagogia. 
Do ponto de vista legal sobre a formação dos 
docentes, segundo (LDB, 9394/96), para atuar na 
educaçãoinfantil e nos cinco (5) anos iniciais da 
educação básica: 
 
Art. 62. A formação de docentes para atuar 
na educação básica far-se-á em nível 
superior, em curso de licenciatura, de 
graduação plena, em universidades e 
institutos superiores de educação, admitida, 
como formação mínima para o exercício do 
magistério na educação infantil e nos 5 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9394.htm#art62.
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9394.htm#art62.
(cinco) primeiros anos do ensino 
fundamental, a oferecida em nível médio na 
modalidade normal. 
 
Artigo que nos parece contraditório, pois, 
inicialmente postula-se que a formação far-se-á em 
nível superior em instituições de educação superior, 
contudo, abre-se margem a exceções e admite-se 
como formação mínima para o exercício de gestão 
de sala de aula na educação infantil, formados em 
uma modalidade extinguida que se fazia em nível 
médio na modalidade normal. Tal formação 
“treinava” futuros professores para os anos iniciais 
acrescentando no nível médio, antigo ginásio, um 
ano a mais na formação na última etapa da 
educação básica, passando de 3 anos para 4 anos 
de estudos. O exposto aqui não pretende 
descredenciar a formação de professores feita no 
passado, mas, aponta como sendo fator 
problematizador da educação básica e evidência a 
necessidade da exigência de formação superior 
para exercer a função docente na educação infantil. 
 Em uma análise nacional, Vercelli e 
Stangherlim (2015, p. 19), apontam que: 
 
Mesmo que a Lei em vigência de Diretrizes 
e Bases da Educação tenha determinado 
que, até o ano de 2007, todos os 
profissionais que atuam na educação de 
crianças, em creches e pré-escolas, teriam 
de obter formação específica, a realidade é 
que, ainda no ano de 2017, o nível de 
escolaridade previsto pela lei não abrange a 
totalidade dos profissionais das escolas de 
educação infantil do país. 
 
Diante de tais constatações, faz-se 
necessário discutir a implementação de medidas 
efetivas de cursos superiores obrigatórios para os 
formados nos extinguidos cursos em nível médio na 
modalidade normal e ampliar a visão referente à 
grade curricular dos cursos de formação de futuros 
professores licenciados em pedagogia, que, de 
acordo com as referências acima, não tem 
preparado efetivamente os futuros docentes ao 
exercício pleno de gestão de sala de aula, 
construindo uma sociedade leitora, reflexiva, de 
profissionais científicos, reflexivos, inovadores e 
criativos. 
Para isso, é necessária a retomada das 
ações educacionais, revertendo um processo 
histórico e cultural que chamou-se aqui de ciclo 
vicioso. 
Para estabelecermos melhor os fatores 
problematizadores da educação básica e quais 
influências que relacionam-se a má formação de 
futuros professores basta nos atentarmos a maneira 
como se dá esse processo que chamou-se de “ciclo 
vicioso”: que é caracterizada por estudantes que 
não conseguiram desenvolver habilidades e 
competências na educação básica, 
consequentemente não atingem as habilidades e 
competências para na educação superior, 
tornando-se profissionais tecnicamente incapazes 
de desenvolver suas ações enquanto educadores 
autônomos, críticos e reflexivos, respeitadas as 
devidas exceções, peculiares da individualidade 
biológica do autodidatismo. 
A partir da ratificação da constatação da má 
qualidade da educação básica brasileira, presente 
claramente no conceito apresentado "ciclo vicioso”. 
Como podem estes estudantes tornarem-se 
profissionais-científicos-reflexivos competentes. 
Sendo até aqui entendido como o principal fator 
problematizador da educação básica, e 
consequentemente, influencia e relacionam-se 
intimamente a má formação dos futuros professores 
licenciados em pedagógica. 
 
Freire (2007, p. 29) afirma o que: 
 
Esse tipo de ensino é prejudicial e deforma 
a criatividade necessária tanto do educador 
como do educando, porém o educando 
pode recuperar e superar o autoritarismo do 
erro do ensino bancário, o educando de ir 
além dos seus condicionantes. É necessário 
ao educador que ele reforce a capacidade 
crítica, a curiosidade e a insubmissão nos 
alunos, por meio de métodos rigorosos, 
para isso tanto o educador quanto o 
educando devem ser criativos, 
questionadores, não viver no conformismo, 
ter uma curiosidade aguçada, ter humildade 
e persistência. O educador precisa ter em 
mente que o saber não deve ser 
simplesmente transferido, mas sim deve ser 
passado aos alunos de forma que se 
evidenciem todos os aspectos citados 
anteriormente. O educando deve ser sujeito 
construtor e reconstrutor dos saberes a eles 
transmitidos. 
 
Diante desse processo de desconstrução da 
educação a má organização da grade curricular da 
educação básica e o enxugamento da grade 
curricular dos novos cursos superiores em 
licenciatura em pedagogia, tem também 
influenciado e consequentemente, mantido o 
processo intitulado de ciclo vicioso. É importante 
repensar todo processo educacional brasileiro para 
sairmos deste abismo em que vive a educação 
brasileira. 
Na educação básica brasileira será 
necessário o real acompanhamento aprofundado 
das aprendizagens das atividades escolares em 
todos os ciclos, consolidando um trabalho 
multidisciplinar e abrangente, atentos para as 
retomadas quando necessário, corrigindo 
distorções e déficits de aprendizagem na educação 
básica, para que seja possível, no curso superior, 
desenvolver, mediar, provocar nos futuros 
professores trocas de conhecimentos que sejam 
verdadeiramente críticas e inovadoras. 
Portanto, o déficit de aprendizagem, a não 
retomada das habilidades não atingidas em anos ou 
ciclos passados e a má organização da grande 
curricular ou ausência de currículo, nos apresenta 
como sendo os principais fatores problematizadores 
da educação básica, os quais estão intimamente 
ligados a má formação de futuros docente em 
licenciatura em pedagogia e o enxugamento da 
grande curricular dos novos cursos de licenciatura 
que aumenta a defasagem de habilidades e 
competências dos futuros professores em 
licenciatura em pedagogia. 
 
4.2 A má formação do docente brasileiro e os 
prejuízos causados aos discentes 
 
No que se refere à perspectiva inovadora, 
sendo o docente exemplo em ações que 
desempenha em seu dia-a-dia e, sendo a leitura 
reflexiva o pilar para o desenvolvimento de 
habilidades hermenêuticas, como: interpretar, 
entender, compreender, reter, refletir, resolver, etc., 
como entender quais fatores implicam em perfis de 
futuros professores tão contrários a essa 
perspectiva. 
No passado, adquiríamos conhecimentos na 
escola tradicional de forma pronta, esquematizado, 
onde o professor não buscava necessariamente 
estimular a reflexão significativa, mas sim o 
"decoreba" onde o estudante aprendia um 
determinado conteúdo que não o levava, 
necessariamente, a reflexão. No passado recente e 
nos tempos atuais, a utilização de novos métodos, 
surgiram como estratégia que estimula, media e 
provoca o processo ensino e aprendizagem através 
de esquemas que reconhecem os conhecimentos 
prévios dos estudantes, utilizando atividades diárias 
e cotidianas, por exemplo, para a alfabetização e o 
letramento dos estudantes. 
Contudo, é errônea a ideia que aponta os 
centros educacionais como sendo um dos maiores 
problemas da educação, como sendo ambiente que 
se relaciona e caracterizam-se como “locus” 
inapropriados para o processo ensino e 
aprendizagem atual, mencionando ainda que são 
centros do século XIX, e atribui por sua vez, atraso 
aos professores, relacionando pejorativamente ao 
século XX e imputando aos estudantes a evolução 
do século XXI. 
Isso não significa que os centros 
educacionais estejam apropriados para nossos 
estudantes nos dias de hoje, nem que os 
professores estejam aptos apropriadamente e quetenham recebido formação adequada para 
desempenhar suas funções e acompanhar o 
progresso de construção do conhecimento dos 
alunos, nem que os professores possuam boa 
formação inicial para desenvolverem suas ações 
com proficiência, mas acreditar que os centros 
educacionais e os professores estão atrasados em 
relação aos estudantes é leviandade. 
Não nos parece acertado afirmar que só 
porque os estudantes são (nascidos no) século XXI, 
e os centros construídos em sua maioria no século 
XIX ou nos mesmos moldes arquitetônicos e os 
professores por serem do século XX, há uma 
incompatibilização de conhecimentos, e por conta 
desse atraso dos centros enquanto ambiente e 
atraso dos professores enquanto era digital ou 
estabelecer um mesma relação ou linguagem, por 
tudo isso, são motivos que explica o porquê os 
estudantes não estão adquirindo novos 
conhecimentos. É uma falácia acreditar que nossos 
estudantes estão em um outro tempo e por isso não 
apreendem. 
Evidentemente que é necessário 
consubstanciar uma formação adequada para os 
futuros professores, revertendo esse horizonte 
tornando um ambiente favorável para o ambiente 
educacional, possibilitando aos estudantes formas 
novas e prazerosas de construção de novos 
conhecimentos, favorecendo o processo 
mutuamente. 
Nesta trajetória, propomos a reflexão acerca 
da transformação do estágio obrigatório de 
atividade de simples observação, para realmente, 
oportunidade de consolidação e aprendizagem que 
reúna condições que o permitam ser equivalente à 
"residência médica", em concordância com Mello, 
G. (2000), que afirma a importância de um processo 
prático que permita o futuro professor relacionar a 
teoria adquirida em seu curso, com o exercício 
profissional pleno supervisionado ou monitorado 
continuamente por um tutor ou professor experiente 
que permita um retorno imediato ao futuro 
professor, feedback com sugestões de ajustes e 
possíveis falhas em suas ações de gestão de sala 
aula. 
Ademais, segundo Pinho, S. (2009), o 
estágio deveria seguir um processo de efetiva 
participação, onde os futuros docentes possam 
através da observação e participação em sala de 
aula, vivenciar experiências de gerenciamento do 
tempo e dos espaços pedagógicos assim como dos 
recursos didáticos de apoio. Que durante este 
tempo ele possa enfrentar situações diferenciadas 
e imprevistas, sempre sob a supervisão do 
professor responsável pela classe. Não se trata de 
treinamento e sim da necessidade de vivência e 
reflexão das condições peculiares do dia-a-dia do 
processo de ensino aprendizagem como agir, 
intervir, mediar, provocar, estimular os estudantes. 
Por conseguinte, o envolvimento e a participação 
em situações formais ou informais de ensino e 
aprendizagem ampliam os horizontes da 
informação e produzem inquietudes intelectuais, 
facilitando o acesso às culturas acumuladas, às 
manifestações culturais, os dados sobre fatos, 
tendências do mundo contemporâneo, do 
comportamento individual, social, sobre o 
desenvolvimento de novas tecnologias, a economia 
e a política, etc. 
O professor deverá estabelecer relações 
significativas entre os conhecimentos 
especializados que adquiriu no curso de formação 
de nível superior, as teorias e as informações das 
demais áreas ou disciplinas do currículo da 
educação básica, inclusive as experiências 
adquiridas nos estágios, trabalhando assim de 
maneira interdisciplinar e favorecendo em seus 
alunos a compreensão das relações entre as várias 
áreas do conhecimento. 
Assim, o professor, impreterivelmente, deve 
dominar a língua portuguesa, a matemática, a 
informática e as linguagens de expressão da arte e 
a realidade, para fomentar e construir o 
conhecimento com os outros, como cita (Mello, G. 
2000). 
Neste mesmo horizonte em consonância 
com Mello, G. (2000), que expõe que os futuros 
professores devem ter domínio dos conhecimentos 
na aplicação dos princípios de ensino e 
aprendizagem em sala de aula, das teorias da 
educação, devem ter compreensão das dificuldades 
dos alunos e entender o trabalho a partir da 
contextualização do ensino, de acordo com as 
representações e os conhecimentos espontâneos 
dos alunos e do envolvimento dos alunos na própria 
aprendizagem. 
O domínio da competência implica a 
articulação de diferentes conhecimentos. No caso 
do professor, isso significa organizar informações 
de conteúdo especializado, didática e a práxis de 
ensino, fundamentos educacionais e de princípios 
de aprendizagem em um plano de ação docente 
coerente com o projeto político pedagógico da 
escola, articulando ações, participando da 
elaboração do trabalho em equipe e estabelecendo 
relações de cooperação com toda a comunidade 
escolar. 
 
Para Freire (1996, p. 29): 
Ensinar, aprender e pesquisar, são 
processos importantes na formação do 
educando, pois se aprende o conhecimento 
existente e pode assim produzir 
conhecimento ainda não existente ou pouco 
conhecido, destacando a importância da 
ligação entre ensino e pesquisa na 
educação. 
 
 
 Em concordância com as necessidades acima 
exposta, acreditamos que a formação de 
professores só será adequada quando for possível 
construir verdadeiramente, ao longo do curso de 
formação de professores de licenciatura em 
pedagogia, os perfis profissionais docentes que o 
país necessita para implementar a reforma da 
educação básica, preenchendo assim, as 
necessidades da sociedade brasileira. 
Entende-se que na preparação de 
professores para lecionar nos anos iniciais do 
ensino fundamental, é indispensável que os 
professores em formação dominem não somente os 
objetos de ensino, como: língua portuguesa, 
matemática, ciências naturais, história e geografia, 
etc. Mas que, no transcurso da profissionalização 
docente, o sujeito em formação entenda como 
fundamental para o exercício das ações de gestão 
de sala o conhecimento das leis que regem sua 
área de atuação, entendendo as condições de 
trabalho e a carreira para, assim, ser capaz de 
compreender e atuar de modo autônomo frente aos 
conflitos, impasses e dilemas éticos próprios da 
profissão docente e do processo educacional em 
geral. 
Segundo reflexão de (Freire,1996, p. 95), 
"Como professor não me é possível ajudar o 
educando a superar sua ignorância se não supero 
permanentemente a minha. Não posso ensinar o 
que não sei". Apontando como primeiro passo 
necessário para a formação adequada dos futuros 
decentes e mostrando a necessidade criteriosa do 
saber como conteúdo obrigatório do programa da 
formação docente. Ressaltando ainda, que o 
professor deve entender que: 
 
A compreensão de quem ensinar não é 
apenas transferir conhecimento, esse fator é 
extremamente necessário para o futuro 
docente, para que ele compreenda que é 
necessário criar possibilidades para a 
produção ou construção do saber e não uma 
mera transferência de conteúdos e 
conhecimentos acumulados pelo sujeito que 
sabe e transfere ao outro. (Freire, 1996, p. 
23). 
 
 
Portanto, a relação entre a má formação 
inicial docente está intimamente ligada aos 
prejuízos educacionais causados aos discentes, 
mesmo inconscientemente. Se analisarmos numa 
ótica de trocas, não é possível alguém “dar” algo 
que não tem. A pergunta que precisamos nos fazer 
é: como é possível um professor com pouco 
conhecimento geral e específico atuar 
profissionalmente e desvendar os dilemas da 
profissão docente. 
A perspectiva hermenêutica considera 
formação mais compactada, na medida em que não 
se trata mais de transferir aos estudantes a mera 
imposição de conhecimentos ou de possibilitar aos 
professores métodos didáticos mais efetivos de 
transferências de conhecimentos, mas oportunizar 
ao professor uma compreensão mais aprofundada 
do real sentido de ser professor. Em suma, 
entendendo o real sentido da educação,processo 
pelo qual o sujeito constrói sua própria humanidade 
(Mello,G. 2000). 
Neste sentido, percebe-se que é 
fundamental a qualidade em todo processo 
educacional, construído com o desenvolvimento e 
aquisição das habilidades e competências previstas 
para educação básica, prosseguindo com 
proficiência o desenvolvimento e a aquisição das 
habilidades e competências docentes profissionais-
científicos-reflexivas-significativas. 
Seguindo estes preceitos, a formação 
docente não mais estará estigmatizada aos 
prejuízos educacionais, porque será realmente 
consolidada para o exercício efetivo do processo de 
construção de novos conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
4.3 Intervenções pedagógicas, como entender e 
como usá-las 
 
Ao pensar em intervenção pedagógica, 
imaginam-se formas e meios para subsidiar o ato de 
ensinar. Ensinar requer dispor e mobilizar 
conhecimentos para improvisar, intuir, atribuir 
valores e fazer julgamentos que fundamentem a 
ação de forma mais pertinente e eficaz possível. 
Ensinar é uma atividade relacional: para existir, 
comunicar, trabalhar com os outros, é necessário 
enfrentar a diferença, o conflito, acolher e respeitar 
a diversidade, tirando proveito dela para melhorar 
sua prática, aprender a conviver com a resistência, 
com os conflitos e seus limites fazem parte da 
aprendizagem necessária para o ato de ser 
professor. 
Essas competências traçam o perfil do 
profissional denominado reflexivo, um profissional 
cuja atuação é inteligente e flexível, produto de uma 
mistura integrada de ciência, técnica e 
profissionalismo, caracterizada por uma 
sensibilidade humanista para estar envolvido nas 
situações de formação e execução das suas ações 
enquanto professor profissional-científico-reflexivo. 
Para a adequada formação do professor 
profissional-científico-reflexivo, aspecto crucial da 
formação para compreender os processos de 
aprendizagem e constituição de habilidades e 
competências, o futuro professor precisa ser mais 
bem preparado para compreender e intervir na 
aprendizagem dos seus alunos. Para dar 
sustentação a esse processo, o futuro professor 
necessita compreender sobre o desenvolvimento 
integrado de aprendizagens dos demais 
conhecimentos do currículo de formação docente. A 
formação inicial de professores constitui o ponto 
principal a partir do qual é possível reverter a 
qualidade da educação. Reverter, obviamente, de 
uma situação caótica e de pouca qualidade, para 
uma educação transformadora e de qualidade, com 
ações desenvolvidas a partir da conscientização de 
instrumentalização das intervenções pedagógicas 
profissional-científica-reflexiva. 
Segundo Tardif, (2014), para tornar a 
formação de professores mais sólida 
intelectualmente, é necessário, sobretudo, 
proporcionar uma formação universitária em nível 
de mestrado, programas de pesquisas eficazes que 
ofereçam um repertório de conhecimentos 
específicos aos futuros professores para que estes 
possam aperfeiçoar suas práticas. Ampliando o 
acervo de habilidades e competências dispostas ao 
exercício do processo de gestão de sala de aula 
como ato reflexivo e não reprodutivo. 
Endossando a ideia citada acima onde os 
“professores precisam entender que só se pode dar 
algo que se tenha”, para atuar na educação é 
fundamental que se tenha educação. Educação 
profissional-científica-reflexiva para apreciar as 
intervenções pedagógicas, buscando com isso, 
alcançar feedbacks, ajustes construtivos de forma 
imparcial e não em clima de terrorismo com 
intervenções negativas carregadas de rancores. 
O professor deve estar preparado para 
intervir, mediar, provocar, estimular, e não agir com 
os estudantes com posturas que “beiram a 
igualdade”. Uma reflexão interessante: igualdade. 
Mas não é isso que buscamos? Não é esse o ideal 
de educação transformadora socialmente? Porém, 
não é possível que um professor, em um dado 
momento em que seja necessária sua efetiva 
mediação em situação de resolução de problema ou 
conflito, ao invés de mediar à situação de forma 
profissional-científico-reflexiva, se envolva nesta 
discussão de forma a se igualar aos estudantes, 
não conseguindo intervir para a resolução e sim, se 
envolvendo de forma agressiva e desrespeitosa 
com os estudantes. Como já dissemos: “não é 
possível alguém ‘dar’ algo que não tenha”, por isso, 
um professor sem boa formação básica, acadêmica 
e pessoal, “sem educação”, não consegue “dar” 
educação. Nesse horizonte de demonstração de 
despreparo, onde o futuro docente, vítima desta má 
formação não consegue intervir, facilitar, mediar, 
explanar, encaminhar, apontar, os caminhos para a 
resolução de uma situação problema e nem 
estruturar feedbacks nas intervenções 
pedagógicas. 
Não obstante, nas ações de construção do 
conhecimento, nas ações do processo de ensino e 
aprendizagem, usam corriqueiramente formas 
quase obsoletas das correntes tradicionalistas para 
o desenvolvimento das aulas, expondo com 
grandes dificuldades os conteúdos e, em alguns 
momentos, sem sucesso tentam 
estratégias/métodos inovadoras, que, devido ao 
pouco conhecimento cientifico teórico, inviabilizam 
atingir ou provocar os estudantes, causando assim, 
um ambiente desfavorável para o processo de 
ensino e aprendizagem. O estudante, precisa e 
deve sentir segurança em seus professores, 
segurança em suas ações, uma intervenção 
pedagógica consciente e respaldada em conceitos 
teóricos e práticos, potencializando um ambiente 
propício ao aprendizado. 
Em consonância com o exposto 
anteriormente, as ações profissionais-científicos-
reflexivas podem ser o caminho, emergindo nestes 
futuros docentes uma atmosfera reflexiva, através 
do humanismo. Tendo em vista que para o trabalho 
com seres humanos se faz necessário tal 
perspectiva, perspectiva que acredita que o 
professor não pode apenas se preocupar com as 
ações de efetivo aprendizado dos estudantes, mas, 
estar atento a todos os estímulos dos estudantes: 
momentos de tristeza, agressividade, podendo 
estes demonstrar que algo está errado na vida de 
este sujeito, o professor atual, com as 
necessidades atuais da educação precisa entender 
seu papel transformador “além do social”, 
intelectual. Nesta trajetória, importante seria 
instrumentalizar os futuros docentes licenciados em 
pedagogia, potencializando assim, o 
profissionalismo e a postura profissional-científico-
reflexiva para entender as intervenções 
pedagógicas de forma totalmente imparcial, não 
levando qualquer situação problema com 
estudantes, pais e comunidade para questões 
pessoais ou entraves para consecução das 
atividades docentes. 
O trabalho docente precisa e deve ser 
imparcial. Imparcial no sentido pedagógico das 
intervenções, e totalmente parcial para alcançar os 
objetivos na construção do processo ensino e 
aprendizagem em cada estudante, respeitando à 
individualidade biológica de cada um dos 
estudantes, apreciando, intervindo 
pedagogicamente potencializando as situações 
corriqueiras, as transformando em momentos 
cruciais no processo de construção do 
conhecimento dos estudantes. 
Portanto, para a consolidação de 
Intervenções pedagógicas consistentes e eficazes é 
imprescindível boa formação e sensibilidade 
hermenêutica, e assim, entender os momentos 
propícios de para realização de ajustes, criando 
uma atmosfera sensível através do humanismo, 
estabelecendo um vínculo de confiança entre os 
partícipes do processo, demonstrando uma postura 
puramente profissional técnico-científica-reflexiva. 
 
4.4. Como entender e instrumentalizar os 
estudantes para momentos apropriados para os 
feedbacks 
 
Contreras, J. (2002), ressalta os múltiplos 
sentidos que o termo autonomia assume nos mais 
diversos contextos, as concepções defendidas e o 
papel desempenhado pelos professores em cada 
circunstância.Aprofundando o significado de 
autonomia, seu papel em relação à educação e em 
relação à sociedade, postulando a importância da 
parceria de professores/sociedade unindo esforços 
na busca constante da autonomia conjunta. 
Abordando o profissionalismo no ensino e 
analisando o debate sobre a proletarização do 
professor, refletindo as diferentes maneiras de 
compreender o que significa ser profissional da 
educação, as ambiguidades da profissão docente e 
as contradições escondidas na construção do 
professor profissional autônomo, apresentando três 
modelos tradicionais que representam esse 
professor profissional: o professor como técnico, o 
professor como reflexivo e professor como 
intelectual crítico. Ponto fundamental para a 
consolidação do professor profissional científico e 
reflexivo, que cria, provoca, media, intervêm de 
forma consistente, inovadora e criativa para atingir 
os objetivos propostos para a educação de 
qualidade. Desta forma, autonomia crítica e 
a consciência do seu papel como educador 
são elementos fundamentais para a consolidação 
de um profissional que realmente entenda sua 
função social. 
Nesse sentido, Mello, G. (2000), afirma que 
não é justificável que um indivíduo estudante de 
licenciatura em pedagogia, recém-saído do um 
curso que não o preparou em nível médio, possa 
preparar-se para ser professor da educação infantil 
e ensino fundamental I em um curso que, 
hipoteticamente, não aprofunda nem amplia os 
conhecimentos previstos para serem mediados nos 
anos iniciais do ensino fundamental, não 
desenvolve e nem amplia o poder de autonomia. 
Respeitando obviamente a individualidade biológica 
de certas exceções que naturalmente adquiriram no 
transcurso do curso, todas as habilidades e 
competências para o desenvolvimento de forma 
proficiente das atividades de gestão de sala de aula. 
Portanto, um ponto que nos parece interessante 
para a ampliação ou desenvolvimento dos 
conhecimentos que o docente precisa ampliar, e 
que na medicina o cirurgião geral ou plástico, o 
performer de palco ou malabarista, muitas vezes 
lidam com situações que não se repetem nem 
podem ser descritas em planejamento, atitudes, 
ações tomadas por insight ou discernimento de 
novas atitudes alternativas e tomadas de decisões 
espontâneas (Mello, G. 2000). 
Nos tempos atuais, onde as informações 
são transmitidas de formas tão fáceis e rápidas, 
atingindo um número gigantesco de receptores, o 
professor contemporâneo precisa e deve estar 
atento para mediar o processo de forma construtiva, 
potencializando a análise, o discernimento, a 
interpretação, a criatividade, a inovação e não 
somente a recepção da informação de forma pronta. 
Partimos do pressuposto que a análise fidedigna 
das informações ultrapassa de forma 
incomensurável a estagnação cognitiva. 
São esses ajustes, que denominamos de 
“feedbacks”, que apontamos como primordiais para 
que o futuro docente tenha sensibilidade de 
entender os momentos apropriados para as 
intervenções pedagógicas, sejam elas em 
resolução de conflitos ou problemas, percebendo 
momentos, estímulos, situações, perguntas 
apropriadas para o enriquecimento do processo de 
ensino aprendizagem. 
Perrenoud, P. (2000), expressa de forma 
clara e rigorosa dez novas competências 
profissionais docentes, fundamentais e necessárias 
ao ato de ensinar. A Introdução e explanação 
pormenorizada dessas etapas nos cursos de 
formação de professores licenciados em pedagogia 
potencializarão os futuros docentes na consecução 
das ações em sala de aula, fazendo com que estes, 
eminentemente, entendam esses ajustes, 
feedbacks, insights, discernindo momentos 
apropriados a partir de sequências didáticas para as 
intervenções e mediações pedagógicas 
efetivamente consistentes. 
Desta forma, para o real entendimento e 
percepção dos momentos apropriados para os 
feedbacks, é necessário um nível de compreensão 
de mundo além do senso comum para assim 
possibilitar, efetivamente uma mediação 
instrumentalizada aos estudantes, estimulando e 
potencializando o recrutamento de estruturas 
cognitivas para atingirmos significativamente o 
processo de ensino e aprendizagem. Por isso, o 
futuro docente precisa entender a essência do 
trabalho docente, mergulhando e percebendo os 
momentos apropriados para as intervenções no 
processo de construção de novos conhecimentos 
de forma mutuamente. 
Como é sabido, no passado as 
preocupações dos professores não eram como 
hoje, preocupando-se meramente com a 
reprodução do conteúdo, as atividades e o ambiente 
de sala de aula não eram tão evidenciados e nem 
apresentava tantos estímulos diferentes como hoje. 
Nos últimos tempos aumentaram de forma 
alarmante os conflitos. Conflitos esse que merecem 
as devidas intervenções dos futuros professores, 
estudantes de licenciatura em pedagogia, 
respaldados de técnica profissional e respeito ao 
educando e aos seus responsáveis. Comumente o 
despreparo profissional do professor lhe deixa 
muito vulnerável, num ambiente que 
necessariamente mereceria o máximo de domínio e 
autoridade profissional. Muitas vezes, em ações 
simples como avisar aos responsáveis que dois 
estudantes se envolveram em um conflito, ou que 
determinado estudante não quer realizar as 
atividades propostas, que o estudante sofreu uma 
queda no intervalo ou na educação física, que o 
estudante conversa demais em horas 
inapropriadas, ou até mesmo que certos estudantes 
não se interessam pelas atividades, que tem 
dificuldades com determinadas áreas do 
conhecimento e até, dificuldades para 
reconhecer/diagnosticar e propor atividades a partir 
dos conhecimentos prévios dos estudantes. Por 
exemplo: se o professor ministra aulas para um 3° 
ano e metade da sala ainda não está alfabetizada, 
mas quer aplicar “folhinhas” para os estudantes 
reconhecerem as letras, uma estratégia 
interessante nesse caso, seria propor atividades 
com as quais os estudantes se identifiquem e 
aprecie o desenvolvimento da mesma. 
Para isso, o professor precisa ir além das 
quatros paredes da sala, do quadro, do giz e das 
folhinhas. O professor precisa se inventar e 
reinventar para atingir os objetivos propostos que 
intui proporcionar, provocar, mediar novos 
conhecimentos aos estudantes, tendo em vista que 
apesar da hipotética inclusão digital, esse ainda é 
um recurso quase que não é oferecido para auxiliar 
os professores nesta tarefa. 
A partir da consciência e domínio por parte 
dos professores de habilidades e competências 
básicas para o exercício do processo de construção 
mútua de novos conhecimentos, será natural a 
percepção dos momentos apropriados para os 
feedbacks e ajustes no processo ensino 
aprendizagem através de uma atmosfera criativa e 
inovadora. 
 
 4.5 Como estabelecer uma boa relação e 
 diálogo entre professor/estudantes, 
estudantes/professor 
 
Segundo Skovsmose, O. (2006), a 
abordagem de educação crítica que enfatiza a 
importância da relação entre o professor e alunos 
formando uma atmosfera de parceria e igualdade. 
Defendendo assim um processo de democratização 
da educação, afirmando que se desejamos 
desenvolver um bom diálogo e relação democrática 
entre professor e estudante, não podemos imputar 
aos estudantes atitudes expressamente 
antidemocráticas, sendo assim, é inviável que 
somente os professores sejam os responsáveis 
(autoritários) decisivos para um real e efetivo 
processo educacional. 
 Essa parceria e igualdade são 
fundamentais no processo educacional e 
democrático dos estudantes, porque facilita o 
diálogo entre professor e aluno. Ponto importante 
para o processo de construção do conhecimento é 
estabelecer um diálogo humilde, humilde para o 
estudante aprender e querer aprender mais e para 
o professor entender que enquanto o professor 
ensina, ele aprende. Para construçãoefetiva dessa 
boa relação com preceitos democráticos é de suma 
importância que o professor esteja preparado 
profissionalmente, atuando de forma criativa e 
inovadora, desmistificando um processo cultural 
brasileiro que valoriza o “ter” e não valoriza o 
conhecimento. Sendo assim, ainda nos faltam 
requisitos preponderantes na arte docente, 
atributos para mediar, intervir e provocar os 
estudantes para uma educação crítica e 
emancipatória. 
Segundo Saviani (2008, p. 238): 
A premência de que o curso de Pedagogia 
forme licenciados cada vez mais sensíveis 
às solicitações da vida cotidiana e da 
sociedade, profissionais que, em um 
processo de trabalho didático-pedagógico 
mais abrangente, possam conceber, com 
autonomia e competência, alternativas de 
execução para atender, com rigor, às 
finalidades e organização da escola básica. 
 
Em concordância com Testoni, L. e Abib, M. 
(2014), que afirmam que é necessário mudarmos 
urgentemente o processo formativo dos docentes 
em caráter geral, postulando uma educação em um 
aspecto mais específico. As alterações nas 
propostas formativas do professorado emergem 
efetivamente das pesquisas realizadas na área da 
educação, sendo ainda, apresentados alguns 
pontos fundamentais na trajetória formativa, como: 
posicionar o futuro professor como investigador de 
sua própria prática pedagógica. 
Fazendo com que estes futuros professores 
entendam sua futura profissão além da simples 
transferência de conhecimento, e sim, como um 
processo curioso investigativo cientifico, inovador e 
criativo. 
Para Mello, G. (2000), o maior desafio 
imediato é que os cursos de formação de 
professores licenciados em pedagogia formem não 
somente professores, mas, professores autônomos 
e protagonistas nas ações, envolvendo realmente 
os estudantes a ultrapassarem a estagnação 
cognitiva, potencializando os estudantes a querer 
aprender continuamente através de um ato reflexivo 
e significativo. 
Evidentemente, baseado na individualidade 
biológica dos indivíduos, alguns sujeitos, mesmo 
que convivendo em ambiente inapropriado para 
alcançar o maior nível de conhecimento, 
conseguem atingir ou superar o nível de habilidade 
e competência para aquele ano ou ciclo. Mello, G. 
(2000), observa que muitos dos jovens que hoje 
saem da educação básica e ingressam no ensino 
superior não possuem condição mínima para tal. 
Reforçando que é preciso que a formação docente 
propicie a estes a oportunidade de refazer o 
percurso de aprendizagem que não foi 
satisfatoriamente realizado na educação básica, 
para transformá-los em bons professores que no 
futuro contribuirão para a melhoria da qualidade da 
educação básica. Isso significa refazer o percurso 
não alcançado, fazendo uma recuperação paralela 
para realmente corrija os déficits de aprendizagem 
dos anos de estudos anteriores ao ingresso no 
ensino superior. 
A partir da consolidação efetiva destes 
conhecimentos, será possível estabelecer uma boa 
relação humanista, estabelecendo diálogos 
apropriados e coerentes entre professor e 
estudante. 
Segundo Bello, I. (2002), o primeiro requisito 
para construirmos uma boa relação de mudança de 
comportamento e confiança entre professor e aluno, 
é fundamental uma dose de humildade para um 
bom diálogo. Pois, sem humildade, elemento 
primordial nas relações escolares e humanas, não 
há como estabelecer boas relações de convívios. 
Nos dias de hoje, muitos professores entram 
em salas de aulas já com uma posição defensiva, 
séria, (cara fechada), imaginando que esta postura 
lhes diminuiria os desafios e conflitos impostos 
pelos estudantes naquela aula. Estabelecendo esta 
relação de resguardo e defensiva, alguns 
professores imaginam que os estudantes, não vão 
criar conflitos por temer o hipotético nervosismo 
demonstrado ao chegar em sala de aula e assim, os 
estudantes não vão pedir para irem ao banheiro 
com medo da resposta; não ficarão conversando 
temendo serem chamados a atenção, porque 
acreditam que se estabelecerem uma relação de 
cordialidade podem perder as rédeas do comando. 
Sendo muito comum também, quando os 
estudantes percebem algum erro ortográfico ou 
gramatical nos escritos dos professores, muitos não 
apontam aos professores os erros e se limitam a 
darem risadas do erro cometido, quando outros 
apontam de forma desrespeitosa e agressiva, 
chamando até de “burro” o professor. A partir daí o 
professor também despreparado acabar por afirmar 
piamente que não há erro algum e ainda pontuam 
firmemente indagando os estudantes “quem é você 
para dizer que está errado, quando você tiver algum 
diploma você fala comigo”. 
Neste contexto, devemos refletir sobre a 
falta de humildade dos estudantes que 
desrespeitam o professor, mas, o primordial 
usarmos essas situações para instrumentalizar os 
professores para refletirem sobre qual a postura e 
intervenção a realizar em situações como essa. 
Pois, o ideal seria retomar educadamente e 
profissionalmente a indagação do erro, corrigindo a 
postura desrespeitosa de forma firme e respeitosa, 
identificando o erro, corrige-se e pede-se desculpa 
por tal desatenção, demonstrando humildade e 
ressaltando que todos somos passíveis de erros, 
buscando manter um ambiente tranquilo e favorável 
para o processo ensino aprendizagem. 
Estabelecer um clima harmonioso entre os 
estudantes e professores / ou entre os estudantes e 
seus pares, pressupõem, um ambiente propício 
para a construção efetiva das aprendizagens é a 
tarefa fundamental de um profissional ético, que age 
pautado no respeito mútuo, com postura e 
intervenções pedagógicas profissionais científicas e 
reflexivas. 
 
5 Metodologia 
5.1 Descrição da metodologia de pesquisa 
qualitativa. 
Como metodologia de estudo, adotou-se a 
abordagem qualitativa que se enquadra 
perfeitamente com o propósito de nosso estudo que 
é compreender essencialmente as peculiaridades 
da hipotética má formação de futuros professores 
em licenciatura em pedagogia, mediante estudo dos 
comportamentos de experiências vividas pelos 
futuros professores em licenciatura em pedagogia 
no seu cotidiano no ambiente de estudos 
universitário. Essa metodologia permite descrever a 
complexidade de determinados problemas e 
possibilita, dentre outros aspectos, compreender 
processos dinâmicos vividos pelo grupo de futuros 
professores de licenciatura em pedagogia, além de 
favorecer essencialmente o entendimento das 
peculiaridades dos comportamentos dos indivíduos 
pesquisados. 
Ao estudar o contexto real em que os futuros 
professores em formação estão inseridos, buscou-
se evidenciar os saberes que estes veem 
desenvolvendo a partir dos seus estudos no 
processo de formação, compreendendo-os como 
saber histórico e social que está continuamente em 
transformação, respondendo questões como: Quais 
são os principais fatores problematizadores da 
educação básica e quais influências relacionam-se 
a má formação de futuros docentes? 
Desta forma, a classificação da pesquisa do 
ponto de vista da natureza, foi pesquisa básica, 
onde objetivou-se gerar novos conhecimentos 
científicos e avanços úteis a ciência. Segundo a 
abordagem, utilizou-se a pesquisa qualitativa, 
considerando a relação dinâmica e o vínculo 
indissociável entre o mundo e o sujeito em sua 
subjetividade. 
Em relação aos objetivos, utilizou-se a 
pesquisa explicativa, onde foram analisados dados 
e ações, através de questionários e observações, 
identificando os fatores que colaboram para uma 
má formação dos futuros professores. 
O procedimento utilizado foi a pesquisa 
ação. 
 
5.2 Descrição dos instrumentos de pesquisa 
(questionários). 
 
Os instrumentos de pesquisas utilizados 
para inferir um grupo por amostragem de 122 
futuros professores, analisando os questionários, 
recorrendo à interpretaçãoe análise através de 
tabelas e gráficos favorecendo assim a 
compreensão dos dados copilados. 
 
 
6 Apresentação e análise dos dados coletados. 
 
Para o desenvolvimento desta pesquisa, as 
atividades de execução e coleta de dados, 
armazenamento e tabulação dos resultados da 
pesquisa foram realizadas durante o mês de agosto 
de 2015, dados estes coletados com estudantes 
frequentadores do período matutino e do período 
noturno. Portanto, o grupo por amostra foi composto 
por estudantes de duas salas de aula, de uma 
grande Universidade popular da grande São Paulo. 
A coleta de dados foi realizada através de 
questionários com dez questões fechadas, com o 
objetivo de estudar sistematicamente quais os 
principais fatores corroboram para a formação de 
docentes brasileiros: desinteresse ou má formação 
universitária. 
Na data da coleta dos dados, foi promovido 
um momento de sensibilização que precedeu o 
preenchimento do questionário. Nesta 
sensibilização foram expostos os motivos da 
aplicação dos questionários, os objetivos do estudo 
e a importância de os participantes responderem 
com total sinceridade para maior fidedignidade dos 
dados coletados e, portanto, maiores chances de 
identificar os problemas da má qualidade na 
formação de futuros professores. 
A escolha da instituição para realização do 
estudo foi ponderada a partir da facilitação do 
ingresso aos bancos universitários pelas classes 
menos favorecidas socialmente. A Universidade 
fica situada na região metropolitana da grande São 
Paulo no bairro do Campo Limpo onde, como foi 
dito, houve grande acesso dos indivíduos das 
classes menos favorecidas economicamente aos 
bancos da universidade. 
Diante disso, far-se-á um levantamento de 
campo através de uma interrogação direta dos 
indivíduos cujo futuro comportamento profissional 
buscou-se conhecer, levantando informações e 
analisando qualitativamente um grupo de futuros 
profissionais licenciados em pedagogia. 
Para realização deste estudo foram 
utilizados instrumentos que viabilizaram a 
realização de uma análise fidedigna dos dados 
compilados. Processados através do Excel, 
programa do Microsoft Office, que nos possibilitou 
calcular, através da quantidade de pessoas que 
responderam as questões em percentual. 
Muitos autores, entre eles, Gatti, B e Barreto, 
E. (2009), apontam como fator negativo para a 
formação de futuros docentes, como sendo os 
centros de educação superior. Para eles, os futuros 
docentes em licenciatura em pedagogia, saem dos 
centros educacionais superiores sem saber ensinar, 
para não dizer que a formação didática pedagógica 
não existe, ressaltando que a precariedade da 
educação superior, impossibilita a maioria dos 
futuros professores a aprender como lecionar. 
Neste sentindo buscou-se entender, quais 
possíveis fatores corroboram para a formação 
docente. 
 As informações coletadas a partir dos 
questionários pelos sujeitos pesquisados, 
construiu-se de uma amostra de 122 indivíduos do 
curso de licenciatura em pedagogia, onde verificar-
se-á a prevalência de 98% dos investigados do sexo 
feminino, e 
Consequentemente apenas 2% do sexo masculino, 
mantendo aqui a prevalência histórica do sexo 
feminino nos cursos de formação de profissionais 
para lecionarem para educação infantil e primeira 
etapa do ensino fundamental. 
 
 
 
 
Gráfico 1: sexo dos estudantes. 
 
 
 
A faixa etária dos participantes deste estudo 
variar-se-á de 20 a 60 anos de idade. Como 
referência as faixas etárias dos futuros docentes, a 
média é de 29% com a faixa etária entre 20 a 30 
anos, 42% com a faixa etária de 30 a 40 anos, 22% 
com a faixa etária entre 40 a 50 anos e 8% com a 
faixa etária entre 50 a 60 anos, dados que 
surpreendem pela variedade entre as faixas etárias, 
tornando ainda mais pertinente a pesquisa sobre 
quais os principais fatores corroboram para a 
formação de docentes brasileiros: desinteresse ou 
má formação universitária. 
 
 
Gráfico 2: faixa etária dos estudantes. 
 
 
 
No questionamento do terceiro gráfico, 
buscou-se analisar com precisão, examinando 
insistentemente em que momento da vida do futuro 
docente ocorreu a decisão de seguir a carreira do 
magistério. Partindo do pressuposto que este fator 
é preponderante para o desenvolvimento com 
proficiência das ações de gestão de sala, devido 
maior apego e interesse de atuação na área. 
Desta forma, apenas 45% dos respondentes 
apontaram que sempre sonharam em ser 
professores, enquanto 26% dos respondentes 
apontaram que sua opção de escolha foi pelo 
magistério em consequência de já trabalharem em 
uma unidade escolar, ou porque sua mãe e\ou 
outros familiares são professores, 10% dos 
respondentes apontaram que optaram pela 
profissão devido imaginar que seria mais fácil 
arrumar emprego na área da educação, percentual 
muito alto para pessoas que tem esse tipo de 
pensamento. 19% dos respondentes apontaram 
como motivo de escolha o altruísmo, vendo 
somente na profissão docente instrumentos 
potencializadores de ascensão social e intelectual 
da sociedade. Sendo este fator para nós um dos 
mais importantes para o desenvolvimento e 
entendimento da profissão docente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 3: Porque optou pelo magistério? 
 
 
 
 
No questionamento do quarto gráfico, 
buscou-se entender as motivações pelas quais os 
futuros docentes optaram pela a carreira. 55% dos 
respondentes disseram que a escolha foi por 
vocação, o que nos chama atenção, pois esse 
percentual deveria estar próximo da questão 
anterior que mostra o percentual de indivíduos que 
estariam realizando um sonho. 5% dos 
respondentes disseram que a motivação pelo 
magistério foi por verem na profissão meio de 
subsistência, 35% dos respondentes disseram que 
a opção foi devido as oportunidades da carreira 
profissional do professorado e 5% dos 
respondentes disseram que a escolha se deve a 
necessidade de ter uma ocupação profissional com 
nível superior ou emprego. 
 
Gráfico 4. Qual motivação pela carreira docente? 
 
 
No questionamento do quinto gráfico, como 
questão primordial para entender o nível de 
formação básica dos futuros docentes em 
licenciatura em pedagogia, buscou-se entender 
como ocorreu a aquisição das habilidades e 
competências previstas na educação básica. 
A lei 9394/96 LDB, no seu Art. 32 estabelece 
que ao final do ensino fundamental os alunos 
devem: Inciso I – se apropriar de o desenvolvimento 
da capacidade de aprender, tendo como meios 
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do 
cálculo, no ensino médio: Art. 35. Inciso I – ter 
desenvolvido a consolidação e o aprofundamento 
dos conhecimentos adquiridos no ensino 
fundamental, possibilitando o prosseguimento dos 
estudos, inciso I V- a compreensão dos 
fundamentos científicos tecnológicos dos processos 
produtivos, relacionado à teoria com a prática, no 
ensino de cada disciplina. 
Assim, questionou-se os respondentes, a 
partir dos conhecimentos adquiridos durante a 
educação básica, se acreditavam terem adquirido 
todas as habilidades e competências sugeridas 
conforme visto no item anterior. Os dados foram 
surpreendentes, pois, apenas 37% dos 
respondentes acreditam que dominam essas 
habilidades e competências. Partindo deste 
entendimento, que para a atuação no primeiro nível 
da educação básica, são conhecimentos básicos, 
tais habilidades e competências seriam mínimas e 
fundamentais para o desenvolvimento das ações de 
gestão em sala de aula, intervindo, provocando, 
mediando e apontando ajustes, feedbacks 
apropriados para a real evolução dos estudantes. 
Contudo, a maioria esmagadora com 63% dos 
respondentes indica que não dominam tais 
habilidades e competências básicas da educação. 
Destes 63%, 3% imaginam terem adquirido menos 
de 30% dashabilidades e competências que 
deveriam obter na educação básica, 22% dos 
respondentes indicam que adquiriram entre 30% e 
50% das habilidades e competências que deveriam 
aprender na educação básica, e apenas 33% dos 
respondentes indicam que adquiriram entre 50% e 
75% das habilidades e competências que deveriam 
aprender na educação básica. São percentuais 
baixos demais considerando que se referem ao 
desenvolvimento intelectual para o laboro das 
ações em sala de aula e, consequentemente, 
somente 5% dos respondentes indicaram que 
adquiriram entre 75% e 100% das habilidades e 
competências que deveriam desenvolver no ensino 
básico para entender minuciosamente, 
profissionalmente, cientificamente e reflexivamente 
as ações em gestão de sala de aula, 
potencializando e estimulando os estudantes aos 
estudos de forma significativa e reflexiva. 
 
 
Gráfico 5. Você acredita ter adquirido todas as 
competências do currículo da educação básica? 
 
 
 
Gráfico 5. 1.1. Se não adquiriu 
 
 
 
 
No questionamento do sexto gráfico, 
buscou-se analisar o nível de atualização dos 
futuros docentes e como estes se caracterizam 
enquanto estudantes das últimas etapas do curso 
de licenciatura em pedagogia. Constatou-se que 
28% dos respondentes disseram que acreditam ser 
atualizados enquanto conhecimentos gerais e 
específicos de sua futura área de atuação, 65% dos 
respondentes disseram que acreditam ser 
parcialmente atualizados enquanto conhecimentos 
gerais e específicos de sua futura área de atuação, 
6% dos respondentes disseram que acreditam não 
serem atualizados enquanto conhecimentos gerais 
e específicos de sua futura área de atuação e 1% 
dos respondentes disseram não ser atualizados 
enquanto conhecimentos gerais ou específicos de 
sua futura área de atuação. Os dados apresentados 
demonstraram um percentual muito baixo de futuros 
professores que tem características de leitores, 
habilidade/competência que está intimamente 
relacionado ao desenvolvimento proficiente das 
ações docentes. 
Esse resultado preocupa, comprova e 
caracteriza o processo que demonstra má formação 
profissional docente, não só no ambiente 
educacional universitário, como também, na 
educação básica e nos estudos concomitantes fora 
do centro educacional universitário. 
 
 
 
Gráfico 6. Enquanto estudante você se considera 
atualizado? 
 
 
 
 
No questionamento do sétimo gráfico, 
buscou-se entender a perspectiva de educação 
inovadora, sendo os professores exemplos de 
certas ações que desempenham em seu dia-a-dia 
e, acreditando que a leitura é o pilar para o 
desenvolvimento de habilidades hermenêuticas, 
para melhorar a forma de: interpretar, entender, 
compreender, reter, refletir, resolver, etc. 
investigou-se como se davam os momentos de 
leitura dos futuros docentes e, constatou-se que 
41% dos respondentes disseram ler por prazer, 
diariamente e materiais diversos: livros, revistas, 
artigos e etc. 24% dos respondentes disseram ler 
por prazer pelo menos uma vez por semana 
materiais diversos: livros, revistas, artigos e etc. 
34% dos respondentes disseram ler apenas, livros, 
revistas, artigos, quando solicitados trabalhos ou 
disseram ler apenas material de estudo. 1% dos 
respondentes disseram não ler qualquer material, o 
que pode ser atribuído a falta de tempo, interesse e 
relevância para o indivíduo. 
Neste sentido, mesmo com o indicativo de 
41% de respondentes que afirmam que leem por 
prazer e 24% que disseram ler pelo menos uma vez 
por semana, entendemos que ainda são 
percentuais baixíssimos tendo em vista a 
importância da leitura para a aquisição de novos 
conhecimentos e aprimoramento profissional e 
pessoal, a importância da leitura no 
desenvolvimento das ações em sala de aula, 
gerindo, mediando, explanando, intervindo de forma 
profissional científica e reflexiva. 
 
Gráfico 7. Em relação a leitura, você ler por? 
 
 
 
 
No questionamento do oitavo gráfico, 
buscou-se compreender o ponto de vista dos 
futuros docentes, referente a quem creditavam o 
maior problema da educação brasileira. Nesse caso 
15% dos respondentes imputaram a má qualidade 
da educação à falta de interesse dos estudantes 
brasileiros nos estudos; 42% dos respondentes 
imputaram a má qualidade da educação à má 
formação dos futuros docentes; 35% dos 
respondentes relacionam a má qualidade da 
educação brasileira ao sucateamento e as 
péssimas condições encontradas pelos professores 
nas unidades escolares e, 8% dos respondentes 
relacionam a má qualidade da educação brasileira 
evidenciada pelos péssimos índices a outros 
motivos. 
Nesta etapa um índice muito significativo foi 
o percentual de 42% dos respondentes, futuros 
professores, que acreditam que o maior problema 
da educação é, justamente, a má formação dos 
professores. Tal dado é curioso e revelador, pois, 
pressupõe os estudantes estão conscientes das 
lacunas de conhecimento existentes ao longo da 
trajetória acadêmica do professorado. Problema 
este que pode ser explicado através de diferentes 
ângulos. Este indicativo, sem dúvida, é um motivo 
para ampliar e continuar essa discussão em novos 
documentos de ampla abrangência com a 
participação mais efetiva de docentes e futuros 
docentes. 
 
Gráfico 8. Qual o maior problema da educação ao seu ver? 
 
 
 
 
No questionamento do nono gráfico, 
buscou-se entender como os futuros docentes, 
estudantes de licenciatura em pedagogia, veem a 
construção do conhecimento a partir desses novos 
métodos de ensino. Métodos estes que surgiram na 
tentativa de acompanhar as mudanças da 
sociedade, e apontam o tradicionalismo, para 
muitos, como um grande erro do passado indicando 
o construtivismo como boa e única aproximação 
professor/aluno/aluno/aluno/aluno/conhecimento 
assim, buscou-se conhecer como os futuros 
docentes estudantes de licenciatura em pedagogia 
veem este método. 
Os dados revelam que 44% dos 
respondentes disseram que saberiam usar esse 
método em suas ações em sala de aula, 
subentende-se que já tiveram contato com os 
referenciais teóricos e metodológicos e, 
possivelmente acreditam em sua eficácia e 
pertinência. 48% dos respondentes disseram que 
saberiam usar mais ou menos esse método de 
ensino e aprendizagem, dado que revela que boa 
parte dos estudantes, futuros professores, ainda 
apresentam dúvidas quanto ao método, fato que 
pode ser atribuído a lacunas deixadas no estudo do 
referencial teórico, ou ainda, ao déficit de vivências 
significativas que possibilitassem a aproximação 
teoria-prática de ensino. 4% dos respondentes 
disseram que nunca usariam esse método de 
ensino e aprendizagem e 4% dos respondentes 
disseram que não saberiam usar esse método de 
ensino e aprendizagem. 
Interessante observar os dados coletados 
neste apontamento e, devido ao que foi observado 
e constatado através dos resultados obtidos, difícil 
acreditar-se que os 44% que disseram que 
saberiam utilizar o método construtivista o saibam 
de fato. Por todos estes indicativos, necessita-se de 
grandes ajustes e feedbacks para o 
desenvolvimento mais eficiente das suas ações 
docentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 9. Como você vê o método construtivista? 
 
 
 
 
O questionamento do décimo gráfico partiu 
da análise de uma estratégia usada quase que 
unanimemente para identificar as fases das 
aquisições da escrita nos centros educacionais, 
estratégia/método criado por Emília Ferreiro e Ana 
Teberosky, publicada em meados da década de 80 
no Brasil. Tal estudo é apresentado até hoje como 
ferramenta ou referencial para o desenvolvimento 
do trabalho com os anos iniciais (alfabetização) na 
educação infantil, sendo apresentado e 
demonstrado como uma nova estratégia de análise 
das fases da aquisição da escrita para o processo 
de

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