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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 1 CIÊNCIAS CONTABÉIS Teoria da Contabilidade e Ética Profissional 5º SEMESTRE UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 2 CIÊNCIAS CONTABÉIS Créditos e Copyrights Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários. A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso oriunda da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos. Copyright (c) Unimes Virtual É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato. Souza, Wanderley. Contabilidade Geral. Wanderley Souza. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES. (Material didático. Curso de Ciências Contábeis). Modo de acesso: www.unimes.br 1.Ensino a distância. 2. Contabilidade. 3. Teoria da Contabilidade e Ética Profissional CDD 657 http://www.unimes.br/ UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 3 CIÊNCIAS CONTABÉIS Sumário Aula 01_Evolução Histórica da Contabilidade............................................................. 5 Aula 02_Novos Aspectos Abordados pela Contabilidade ........................................... 8 Aula 03 - O Perfil do Profissional Contábil ................................................................ 11 Aula 04_Características do Contador ....................................................................... 13 Aula 05_Perspectivas do Contador ........................................................................... 15 Aula 06 - Visão Atual da Profissão Contábil no Brasil ............................................... 17 Resumo da Unidade I ............................................................................................... 19 Aula 07_Postulado da Entidade ................................................................................ 22 Aula 08_Postulado da Continuidade ......................................................................... 25 Aula 09_Princípio do Denominador Comum Monetário ............................................ 26 Aula 10_Princípio da Competência ........................................................................... 28 Aula 11_Princípio da Realização da Receita ............................................................ 30 Aula 12 - Princípio das Despesas & Receitas e Custos (Valor) ................................ 32 Aula 13_Convenções Contábeis ............................................................................... 34 Resumo da Unidade II .............................................................................................. 36 Aula 14_Teoria Prescritiva e Descritiva .................................................................... 38 Aula 15_Avaliação e Mensuração ............................................................................. 41 Aula 16_Ativa e Passiva ........................................................................................... 44 Aula 17_Receitas e Despesas .................................................................................. 47 Aula 18_Ganhos e Perdas ........................................................................................ 50 Aula 19_I.R.F.S - Normas Internacionais .................................................................. 52 Aula 20_C.P.C. – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. ...................................... 55 Aula 21_Ética: Noções Gerais .................................................................................. 61 Aula 22_Ética Empresarial ........................................................................................ 62 Aula 23_Ética na Relação com Clientes ................................................................... 63 Aula 24_Ética na Relação com Fornecedores .......................................................... 65 Aula 25_Ética na Relação com Concorrentes ........................................................... 67 Aula 26_Ética na Relação com Empregados ............................................................ 70 Aula 27_Ética na Relação com Acionistas ................................................................ 72 Aula 28_Ética na Relação ao Meio Ambiente ........................................................... 74 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 4 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 29 Liberdade e Independência .......................................................................... 77 Aula 30_Elaboração das Demonstrações Contábeis ................................................ 79 Aula 31_Penalidades e Atenuantes .......................................................................... 81 Aula 32_Julgamento e Recursos .............................................................................. 82 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 5 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 01_Evolução Histórica da Contabilidade Para que possamos situar a Contabilidade nos dias atuais se faz necessário conhecer um pouco de sua evolução histórica. Segundo os Professores José Carlos Marion e Sérgio de Iudícibus, muito antes do aparecimento dos números, da escrita e da moeda a humanidade já tinha percebido a importância de se fazer contas, o que hoje chamamos de inventário. Na antiguidade, por exemplo, os pastores de ovelhas tinham necessidade de saber quanto deveriam provisionar para o sustento de seus rebanhos durante o período de inverno. Mas sem saber ao certo quantas ovelhas eles tinham entre um inverno e outro, a tarefa era praticamente impossível. Assim o pastor passou a usar pedrinhas para contar o número de ovelhas. No próximo período comparava com o período anterior e assim tinha noção do aumento ou da redução de sua riqueza. E esta, é a função da Contabilidade. Muitos teóricos citam que já na Bíblia (cerca de 4.000 A.C.) há relatos de registros e controles quantitativos. Mas somente em 1494 o Frade Luca Pacioli codificou a contabilidade através do método das partidas dobradas, mostrando a causa efeito dos débitos e créditos, dando origem a Escola Italiana. No entanto esse método já era utilizado no século XIII, época em que os números indu-arábicos (0,1,2, ...) substituíram os números romanos e hebraicos que se utilizavam apenas de letras e desconheciam o zero. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 6 CIÊNCIAS CONTABÉIS No século XX tem início a Escola Americana, a qual coincidiu com a queda da Escola Italiana, e que permanece até os dias atuais. Qual é a diferença entre a Escola Italiana e a Escola Americana? A Escola Italiana era muito teórica, endeusava demais os seus autores, dava pouca importância à auditoria e as faculdades priorizavam mais a quantidade de alunos do que a qualidade. Já a Escola Americana sempre esteve mais preocupada com o lado prático da contabilidade e sua aplicabilidade. O grande foco são seus usuários e não seus autores. Ênfase na auditoria para garantir transparência aos investidores. As faculdades priorizam a qualidade do ensino com dedicação integral dos professores e o aluno em período integral (situação nas faculdades americanas, na época). Atualmente, com o aparecimento da informática, acabou a escrituração tradicional, porém a mesma agilizou e ampliou as possibilidades de uso da Contabilidade como instrumento de controle e gestão. Veja agora quais os principais eventos que marcarama evolução da Contabilidade no Brasil: Em 1902 ocorreu a abertura da Escola de Comércio Álvares Penteado em São Paulo. Até hoje, é uma instituição muito tradicional na área contábil, embora forneça cursos também em outros segmentos. Em 1946 a inauguração da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA), que embora não tenha no seu nome, também engloba o curso de Ciências Contábeis. Em 1964 ocorre significativa mudança no ensino da Contabilidade Geral para os alunos dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e de Ciências Econômicas. Momento em que é adotado o modelo americano. O primeiro livro Contabilidade Introdutória de autoria da equipe de professores da USP, baseado nesse conteúdo é lançado em 1971 e amplamente utilizado até hoje. Em 1976 a edição da Lei 6404/76 – Lei das Sociedades Anônimas e a Lei 6385/76 que criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também marcam a evolução da Contabilidade no Brasil. Com a redução ou eliminação das fronteiras comerciais - a formação de blocos econômicos regionais e alianças comerciais, passou-se a ter a necessidade UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 7 CIÊNCIAS CONTABÉIS de padronização de conceitos e procedimentos e ainda a harmonização internacional das normas contábeis. O aumento da regulamentação governamental e burocrática, o aumento da variedade de usuários dos serviços contábeis e as crescentes e múltiplas exigências decorrentes e novos campos de atividades econômicas têm exigido: • Técnicas contábeis sempre renovadas. • Rápido avanço da Tecnologia da Informação. • Maior competitividade entre as empresas, o que exige maior eficiência e produtividade, maior necessidade de precisão, atualização de informações e avaliação. Diante da tendência de crescente fluxo de negócios entre os diversos países, entre sistemas econômicos diferentes, cresce também a necessidade de uniformizar a linguagem dos contabilistas em todo o mundo, o que detalharemos a partir da próxima aula. Até lá! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 8 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 02_Novos Aspectos Abordados pela Contabilidade A Contabilidade já não representa mais apenas o registro das alterações ocorridas no Patrimônio das empresas. Outros temas devem ser levados em consideração, como: Globalização A globalização da economia mundial e a necessidade dos Contadores se prepararem-se para a harmonização das normas contábeis internacionais exigirá melhor formação educacional, não somente no que diz respeito à cultura geral, mas também quanto à educação técnica especializada. Segundo o Professor Hilário Franco, a globalização exigirá a harmonização das normas contábeis no âmbito internacional, principalmente procurando conciliar as normas da Comunidade Européia e as da FASB (Financial Accounting Standards Board) - US GAAP, com as da IASC (Internacional Accouting Standards Committee), as quais formam os três conjuntos de normas mais importantes e mais influentes para as relações econômicas internacionais. Os países em desenvolvimento, para receberem capitais estrangeiros, terão de seguir normas contábeis internacionalmente aceitas. A Questão Ambiental Nas últimas décadas, os investimentos e estratégias de crescimento de muitas empresas passaram a ser direcionados por critérios que envolvam a preservação do meio ambiente. É crescente a demanda por informações e exigências de regulamentação para o meio ambiente. Os Contadores devem buscar a forma mais consistente de informar ativos e passivos ambientais e padronizar as UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 9 CIÊNCIAS CONTABÉIS normas para provisionamento e avaliação. A Contabilidade deve preocupar-se com a mensuração dos recursos consumidos e toda a poluição resultante da fabricação de determinado produto, seu uso e descarte final. A responsabilidade dos contadores passou a ser a de prover informações sobre encargos com o meio ambiente e, a responsabilidade dos auditores é a de assegurar a confiabilidade das informações fornecidas. A Preocupação Social A sociedade passou a dar grande importância ao Balanço Social elaborado pelas empresas. Mas o que é um Balanço Social? Balanço Social são demonstrativos técnico- gerenciais do conjunto de informações sociais de uma entidade, relacionadas: • Aos benefícios para os funcionários. • Ao relacionamento com entidades de classe como associações e sindicatos. • Ao relacionamento com o governo através da geração de tributos. • Aos gastos na melhoria dos padrões de saúde e educação de uma comunidade. • As ações de cidadania como patrocínio de eventos culturais e de lazer. • As ações relacionadas à conservação do meio ambiente. O Avanço Tecnológico A evolução tecnológica muito poderá auxiliar o Contador no desenvolvimento de sua atividade, desde que ele se mantenha atualizado em relação a esses avanços. Graças à Tecnologia da Informação, ganharão ênfase às funções contábeis de planejamento, planos de contas e análises de demonstrações contábeis. O trabalho de registro dos fatos (escrituração) e o de elaboração das demonstrações contábeis poderão ser executados por não contadores com o auxílio de fórmulas e programas de computação. Os Contadores participarão da criação desses programas. Com o auxílio da informática, o profissional contábil dispõe de mais recursos para oferecer informações e orientações de interesse para administradores e tomadores de decisão, valorizando seus serviços. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 10 CIÊNCIAS CONTABÉIS Diante de tantas transformações, qual deve ser o novo perfil do profissional contábil? É o que estudaremos na próxima aula. Tudo bem? UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 11 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 03 - O Perfil do Profissional Contábil O profissional contábil deve ser preparado e treinado para ser capaz: • De elaborar e conduzir seu planejamento profissional de forma consistente e duradoura. • De atuar com foco no cliente – o usuário da informação contábil. Habilidades Para atender as exigências de mercado o profissional contábil deve apresentar as seguintes habilidades: • Pessoais: o profissional contábil necessita ter boa cultura geral. Deve ter conhecimentos de outro idioma, principalmente o inglês. Comunicabilidade e facilidade de expressão verbal e escrita são imprescindíveis para que possa se fazer entender e para que possa de maneira mais clara apresentar as informações contábeis, bem como os relatórios que delas derivam. Responsabilidade social e vontade de aprender complementam as habilidades pessoais inerentes ao Contador. • Profissionais: suas habilidades profissionais consistem em ter bons conhecimentos da economia nacional e internacional e capacidade de prever cenários. Amplo conhecimento de tecnologia da informação e capacidade de acompanhar sua evolução. Domínio do processo de gestão de sua empresa e visão de negócio, o que lhe permitirá visualizar a evolução da entidade no mercado, avaliando seus riscos e oportunidades – “contador-analista”. Capacidade de avaliar impactos e efeitos da entidade na comunidade e no meio ambiente. Boa formação teórica e domínio técnico. Domínio de normas contábeis internacionais, da Contabilidade Governamental e conhecimento dos produtos do mercado financeiro UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 12 CIÊNCIAS CONTABÉIS em seus aspectos contábeis e tributários complementam o perfil profissional do Contador. Para acompanhar um mundo em acelerada evolução, além de conhecimentos técnicos essenciais, o contador da atualidade precisa também desenvolver habilidadesrelacionadas à comunicação, à administração, às relações humanas. A Contabilidade deve ser tratada como um serviço a prestar aos clientes, para tanto deve adaptar-se à chamada Era do Cliente, onde o foco de todas as ações é a satisfação do usuário da Contabilidade. O ambiente onde as empresas atuam está em constante mutação, evoluindo e derrubando fronteiras. A Contabilidade deve acompanhar toda essa evolução e o profissional contábil é um dos principais agentes desse cenário. Deve, portanto preparar-se para executar bem o seu papel, e ter o reconhecimento à altura de sua importância. Várias ações precisam ser adotadas no sentido da valorização desse profissional, e também no sentido de melhorar a capacitação desse profissional para prepará-lo, não só para atuar de forma diferenciada, como também para capacitá-lo a preparar as gerações futuras. Para atender este mundo em constantes transformações estudaremos na aula seguinte quais as principais características que devem ser trabalhadas pelo profissional contábil, bem como suas perspectivas. Até mais! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 13 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 04_Características do Contador A Contabilidade é a linguagem universal de negócios e atividades econômicas internacionais, portanto é participante direta do processo de globalização e de negócios. Essa uniformidade de linguagens envolve a internacionalização de normas e de currículos. O profissional da Contabilidade tem papel de destaque nesta nova ordem, pois dele depende a transparência e fidelidade das informações contábeis que permitem a correta avaliação das empresas e dos negócios. Essa avaliação não é importante só na esfera privada, como também no setor público, onde cresce a importância da participação de auditores e peritos no exame das contas públicas. A sociedade requer, cada vez mais, transparência e clareza nas informações públicas, entendendo sua importância para a busca de melhor qualidade de vida e também como forma de inserção no contexto universal de negócios. Características Segundo o Professor José Carlos Marion, entre todos os princípios fundamentais que orientam o Contabilista na conduta de suas relações profissionais com terceiros, destacam-se: A Integridade: o profissional contábil deve ser correto, honesto e sincero na abordagem de seu trabalho profissional. O Comportamento Ético: o profissional contábil deve conduzir-se de maneira consistente com a boa reputação de sua profissão e abster-se de qualquer conduta que possa trazer descrédito à profissão. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 14 CIÊNCIAS CONTABÉIS Além da boa formação ética, o Contador deve conhecer o Código de Ética da Profissão (instituído pela Resolução 290 de 04/09/70 do Conselho Federal de Contabilidade), e as orientações do Comitê de Ética da IFAC – Federação Internacional de Contadores. Segundo Lázaro Lisboa, um código de ética mostra ao profissional quais práticas são permitidas e quais são proibidas no exercício da profissão. O contador tem um papel importante na prática da ética contábil. Necessita de sigilo, de integridade e de objetividade. E sempre que possível, propor soluções alternativas que preservem os interesses da empresa, à medida que esses não contrariem os princípios éticos. O século XXI forçará os Contadores a expandir sua visão para além dos números, para mudar a forma como tratam os problemas e devem passar a considerar a forma como esses problemas são tratados além das fronteiras nacionais. Na próxima aula abordaremos as perspectivas do profissional da contabilidade. Até lá! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 15 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 05_Perspectivas do Contador A profissão deverá estar voltada muito mais para as decisões e as previsões futuras do que para a história do passado. Essa nova realidade deve trazer alterações na forma como os Contadores são preparados e treinados. Perspectivas O Professor Sérgio de Iudícibus apresenta como excelentes as perspectivas da Contabilidade e da Profissão Contábil no Brasil, porém cita três circunstâncias para se obter um progresso constante, duradouro e equilibrado: 1) As entidades representativas, como por exemplo o Instituto Brasileiro de Contabilidade (IBRACON), devem aprofundar a pesquisa sobre princípios contábeis. 2) Os Técnicos de Contabilidade devem buscar formação superior em bons cursos de Ciências Contábeis. 3) As instituições de pesquisa precisam ampliar seus fundos e esforços à pesquisa contábil, no sentido de treinar, manter e atualizar o corpo docente. Segundo Cosenza (RBC/130 2001), “o profissional contábil é percebido como carente de competências que ultrapassem seu domínio profissional, ou seja, os aspectos quantitativos da informação”. É evidente que deve haver uma modificação no comportamento desses profissionais que, segundo o mesmo autor, apresentam as seguintes características: • Recusa-se, em geral, em avançar além do limite restrito da apuração contábil. • Limita-se a trabalhar os aspectos ligados a questões tributárias, fiscais e jurídicas. • Esforça-se mais em moldar o cliente, segundo as orientações do poder público, do que atender as necessidades do cliente. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 16 CIÊNCIAS CONTABÉIS • Omite-se de intervir na área de consultoria de gestão empresarial para as pequenas e médias empresas. A melhoria no reconhecimento da profissão pode ser obtida também através do incentivo para que os profissionais contábeis exerçam mais ativamente sua responsabilidade cívica, participando da vida social da comunidade onde atuam, seja individualmente, seja através de entidades de classe, em ações como: • Auxílio aos microempresários e pequenos empresários, que normalmente operam na informalidade, em questões de documentação e tributação. • Divulgação, através da mídia, de campanha de conscientização da importância da profissão e dos benefícios que se podem obter como apoio de um profissional contábil nas várias áreas de negócios (mostrar à sociedade a importância da profissão contábil). • Apoio à comunidade nas questões tributárias. Na próxima aula conheceremos a visão atual da profissão contábil no Brasil! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 17 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 06 - Visão Atual da Profissão Contábil no Brasil O profissional do futuro deve ser preparado para ser um estrategista dentro da empresa, que tenha ações eficientes e eficazes, visando identificar e corrigir as dificuldades e adversidades que se coloquem ao longo do percurso. Para isso será necessário adquirir novas qualificações e capacitações gerenciais. A atualização de seus conhecimentos deve ser uma constante. Na nova realidade empresarial que se apresenta, os Contadores deverão ser mais competitivos e desejosos de prestar novos serviços, preocupados com a qualidade oferecida e na utilidade dos serviços para usuários, com necessidades cada vez mais complexas. Segundo o Professor Hilário Franco, para a evolução da profissão contábil no Brasil, há necessidade de: • Melhorar o ensino contábil. • Mudar a legislação profissional, buscando melhor seleção de profissionais, e por outro lado, oferecendo mais personalidade e prestígio. • Conscientizar as entidades da Classe Contábil de que a educação continuada deve ser um objetivo a ser perseguido, de forma constante e obrigatória. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 18 CIÊNCIAS CONTABÉIS • Lutar por melhor qualidade dos professores do ensino contábil, exigindo maior capacidade, mas oferecendomelhor remuneração. Segundo o Professor José Carlos Marion, são excelentes as perspectivas para a profissão contábil, considerando que “a sociedade concentra sua atenção no novo recurso – a informação, e a Contabilidade, por excelência, é a ciência da informação”. “Nos dias que seguem, as empresas serão vistas como clientes (ou quem sabe, parceiras); os profissionais como fornecedores de serviços, exigindo-se por parte destes, diversas ênfases: competência, profissionalismo, inteligência emocional e marketing pessoal (ver o mundo como um mercado e as pessoas em volta como clientes)”. E assim terminamos a primeira unidade. Espero que você tenha entendido bem os conceitos desenvolvidos até o momento. E, é hora de testá- los. Vamos lá! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 19 CIÊNCIAS CONTABÉIS Resumo da Unidade I Para que possamos situar a Contabilidade nos dias atuais se faz necessário conhecer um pouco de sua evolução histórica. Muitos teóricos citam que já na Bíblia (cerca de 4.000 A.C.) há relatos de registros e controles quantitativos. Mas somente em 1494 o Frade Luca Pacioli codificou a contabilidade através do método das partidas dobradas, mostrando a causa efeito dos débitos e créditos, dando origem a Escola Italiana. No entanto esse método já era utilizado no século XIII, época em que os números indu-arábicos (0,1,2, ...) substituíram os números romanos e hebraicos que se utilizavam apenas de letras e desconheciam o zero. No século XX tem início a Escola Americana, a qual coincidiu com a queda da Escola Italiana, e que permanece até os dias atuais. Atualmente, com o aparecimento da informática, acabou a escrituração tradicional, porém a mesma agilizou e ampliou as possibilidades de uso da Contabilidade como instrumento de controle e gestão. Com a redução ou eliminação das fronteiras comerciais - a formação de blocos econômicos regionais e alianças comerciais - passou-se a ter a necessidade de padronização de conceitos e procedimentos e ainda a harmonização internacional das normas contábeis. O aumento da regulamentação governamental e burocrática, o aumento da variedade de usuários dos serviços contábeis e as crescentes e múltiplas exigências decorrentes e novos campos de atividades econômicas têm exigido: técnicas contábeis sempre renovadas, rápido avanço da tecnologia da informação e maior competitividade entre as empresas, o que exige maior eficiência e produtividade, maior necessidade de precisão, atualização de informações e avaliação. Diante da tendência de crescente fluxo de negócios entre os diversos países, entre sistemas econômicos diferentes, cresce também a necessidade de uniformizar a linguagem dos contabilistas em todo o mundo. Os Contadores devem buscar a forma mais consistente de informar ativos e passivos ambientais e padronizar as normas para provisionamento e avaliação. A sociedade passou a dar grande importância ao Balanço Social elaborado pelas empresas. O profissional contábil deve ser preparado e treinado para ser capaz de: elaborar e conduzir seu planejamento profissional de forma consistente e duradoura e atuar com foco no cliente. Para atender as exigências de mercado o profissional contábil deve apresentar as seguintes habilidades: o profissional contábil necessita ter boa UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 20 CIÊNCIAS CONTABÉIS cultura geral, conhecimentos de outro idioma, comunicabilidade e facilidade de expressão verbal e escrita, e ainda responsabilidade social e vontade de aprender. Suas habilidades profissionais consistem em ter bons conhecimentos da economia nacional e internacional e capacidade de prever cenários. Amplo conhecimento de tecnologia da informação e capacidade de acompanhar sua evolução. Domínio do processo de gestão de sua empresa e visão de negócio, o que lhe permitirá visualizar a evolução da entidade no mercado, avaliando seus riscos e oportunidades – “contador-analista”. Capacidade de avaliar impactos e efeitos da entidade na comunidade e no meio ambiente. Boa formação teórica e domínio técnico. Domínio de normas contábeis internacionais, da Contabilidade Governamental e conhecimento dos produtos do mercado financeiro em seus aspectos contábeis e tributários complementam o perfil profissional do Contador. Para acompanhar um mundo em acelerada evolução, além de conhecimentos técnicos essenciais, o contador da atualidade precisa também desenvolver habilidades relacionadas à comunicação, à administração e às relações humanas. O profissional da Contabilidade tem papel de destaque nesta nova ordem, pois dele depende a transparência e fidelidade das informações contábeis que permitem a correta avaliação das empresas e dos negócios. Essa avaliação não é importante só na esfera privada, como também no setor público, onde cresce a importância da participação de auditores e peritos no exame das contas públicas. A sociedade requer, cada vez mais, transparência e clareza nas informações públicas, entendendo sua importância para a busca de melhor qualidade de vida e também como forma de inserção no contexto universal de negócios. O profissional do futuro deve ser preparado para ser um estrategista dentro da empresa, que tenha ações eficientes e eficazes, visando identificar e corrigir as dificuldades e adversidades que se coloquem ao longo do percurso. Para isso será necessário adquirir novas qualificações e capacitações gerenciais. A atualização de seus conhecimentos deve ser uma constante. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 21 CIÊNCIAS CONTABÉIS Referências Bibliográficas COSENZA. José Paulo. “Perspectivas para a Profissão Contábil num Mundo Globalizado – Um Estudo a Partir da Experiência Brasileira” – Revista Brasileira de Contabilidade RBC, Jul/Ago 2001 – n. 130. FRANCO. Hilário. A Contabilidade na Era da Globalização. São Paulo: Ed. Atlas, 1999. ______________. Temas Contábeis. São Paulo: Ed. Atlas, 1997. IUDÍCIBUS. Sérgio de – Teoria da Contabilidade. 6ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000. LISBOA. Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade. São Paulo: Ed. Atlas, 1996. MARION. José Carlos. Contabilidade Empresarial. 9ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2003. __________________. O Ensino da Contabilidade. 2ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2001. __________________. “O Contabilista, a Ética Profissional e a Bíblia” – RBC/58 – 1986. __________________. “Preparando-se para a Profissão do Futuro” – Revista do CRC - Paraná Ano 24, no. 120, Março 1998. __________________. SANTOS. Márcia Carvalho de. “Os Dois Lados de Uma Profissão”. Revista Acadêmica Augusto Guzzo, n. 2, Maio/2001. __________________. As Faculdades de Ciências Contábeis e a Formação do Contador. Trabalho apresentado na XVI Conferência Interamericana de Contabilidade, publicado na RBC n. 56- 1986. NASI. Antônio Carlos. “Globalização da Economia e as Novas Tendências da Profissão Contábil no Século XXI”. Apresentado no Seminário Regional Interamericano de Contabilidade, Dez/97, publicado na RBC n.109 de Jan/Fev/98. Perfil do Contabilista Brasileiro – CFC – Brasília, 1996. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 22 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 07_Postulado da Entidade À medida que as necessidades de controle foram surgindo, a contabilidade foi criando instrumentos para o registro de todos os fatos que afetam o patrimônio de uma entidade. Em alguns momentos da história da contabilidade, surgiram dúvidas quanto ao melhor critério de registro de determinadas transações. Diante disso, os primeiros contadores tiveram de fazer algumas opções, que acabaram sendo adotadas pelos demais colegas, ficando como regras, que passaram a ser seguidase aceitas por todos. Essas regras básicas que foram adotadas denominamos Princípios Contábeis e hoje formam o arcabouço teórico que sustenta a Contabilidade. Princípios Fundamentais de Contabilidade significam, então, as regras em que se assentam toda a estrutura teórica para a escrituração e análise contábil. Tendo em vista a complexidade do tema, não é escopo desse trabalho o aprofundamento no estudo de cada princípio. Faremos uma abordagem sucinta, procurando evidenciar de forma prática como os princípios devem ser utilizados pelo contador. Podemos classificar os princípios fundamentais em três categorias: • Postulados. • Princípios. • Convenções. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 23 CIÊNCIAS CONTABÉIS Inicialmente conheceremos os postulados contábeis. Deixaremos os princípios e as convenções para as próximas aulas. Postulados Postulados significam os elementos vitais, elementos básicos, em que se estruturam toda a contabilidade atual. São as condições sine qua non para o desenvolvimento da contabilidade. O primeiro postulado que estudaremos é o da Entidade. Esse postulado diz que a contabilidade de uma entidade (empresa, pessoa, entidade filantrópica) não pode ser confundida com a contabilidade dos membros que a possuem. Em outras palavras, a escrituração de uma empresa tem de ser completamente dissociada da escrituração de seus proprietários. Preste atenção no exemplo a seguir: Em 01/02/X2 José da Silva resolveu constituir a empresa Beta, destinando para esse fim o terreno. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 24 CIÊNCIAS CONTABÉIS Em 01/02/X2 José da Silva decidiu conceder um empréstimo de R$ 8.000 à Beta. Veja como ficou seu Patrimônio: Note que a Beta é considerada uma unidade em separado e que seu patrimônio não se confunde com o patrimônio de José da Silva (acionista). Essa é a essência do Postulado da “Entidade”. Na próxima aula estudaremos o Postulado da Continuidade. Tudo bem até aqui? UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 25 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 08_Postulado da Continuidade O postulado da continuidade diz que a empresa deve ser avaliada e, por conseguinte, ser escriturada, na suposição de que a entidade nunca será extinta. Os ativos dessa empresa serão avaliados partindo desse pressuposto. Deste modo, se uma empresa estiver sendo encerrada, se estiver terminando suas atividades empresariais, os critérios de avaliação de seus ativos serão diferentes. Este postulado existe para possibilitar também a apuração de resultados periódicos. As demonstrações financeiras são normalmente elaboradas no pressuposto de continuidade das operações da companhia. Nesse sentido, o ativo imobilizado, por exemplo, é avaliado ao custo deduzido das depreciações acumuladas. No entanto, na hipótese de descontinuidade das operações, ou seja, a liquidação da sociedade, ou seja, a liquidação da sociedade, o ativo imobilizado deveria ser avaliado por seu valor de saída (valor por quanto será vendido). Em outras palavras significa dizer que os critérios de avaliação de ativos e passivos em uma empresa em continuidade são diferentes em relação a uma companhia em regime de liquidação. O principal questionamento da regra de continuidade é que os ativos na maioria das companhias estão registrados pelo valor de entrada (custo), e consequentemente não refletem seu valor de mercado ou de realização (saída), distorcendo, assim, o valor real do patrimônio líquido. Espero que tenha ficado clara a definição postulado da continuidade. Nas próximas aulas estudaremos os Princípios Contábeis. Até mais! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 26 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 09_Princípio do Denominador Comum Monetário A contabilidade é uma ciência de caráter essencialmente prático. Ao longo dos anos, diversos critérios foram desenvolvidos, diversas opções foram efetuadas, numa tentativa de normalizar e de se chegar a uma melhor forma de controlar o patrimônio de uma entidade. Assim, os princípios são a exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos contadores. Os princípios contábeis são: Denominador Comum Monetário, Competência de Exercícios, Realização da Receita, Confronto das Despesas com as Receitas e Custo como Base de Valor. Nesta aula estudaremos o Princípio do Denominador Comum Monetário, a saber: Denominador Comum Monetário Este princípio diz que a contabilidade deve ser feita numa única moeda e que todos os itens devem ser avaliados por essa moeda. Assim, na dívida contraída originariamente em dólares será controlada em dólares, mas na escrituração comercial será expressa em reais. Se a empresa tem uma obra de arte no seu ativo, recebida em doação, por exemplo, para figurar na sua contabilidade ela deverá avaliar essa obra em reais. A empresa Norte S.A. comprou dólares da instituição financeira no Brasil e aplicou-os em um banco em Nova Iorque com juros de 15% ao ano. Esta aplicação financeira no exterior deve ser registrada na contabilidade da Norte S.A. em dólares ou reais? UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 27 CIÊNCIAS CONTABÉIS A resposta é em reais. Tendo em vista que o princípio da expressão monetária estabelece que as operações da companhia devem ser contabilizadas com base na moeda em vigor no Brasil. No caso da Norte S.A., o valor da aplicação em dólares na data do balanço deve ser convertido para reais com base na taxa de câmbio em vigor nessa data. A substância deste princípio é que são registráveis na contabilidade os atos e fatos mensuráveis na moeda real. As transações em moeda estrangeira (incluindo aplicações financeiras, direitos e obrigações, receitas e despesas) devem ser traduzidas para reais com base na taxa de câmbio em vigor na data do balanço patrimonial (aplicações financeiras, contas a receber e dívidas), ou com base na taxa de câmbio em vigor na data da transação (receitas e despesas). A crítica que se faz a este princípio é que a moeda (real), por si só, não é um bom padrão de mensuração em regime de inflação. Na próxima aula estudaremos o princípio da competência. Até lá! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 28 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 10_Princípio da Competência Este princípio é aplicado na contabilização das receitas e despesas. Ele é, na realidade, a expressão conjunta dos dois princípios que normalizam o resultado, que são: a) Princípio da Realização da Receita. b) Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas. Tendo em vista que a necessidade de sua compreensão é vital para o perfeito entendimento das peças contábeis, faremos uma explicação mais detalhada incorporando exemplos de conteúdo prático. Podemos dizer que para uma despesa ou receita existem dois momentos em que se poderia processar a contabilização dos fatos envolvendo tais elementos patrimoniais, a saber: • O momento econômico (de sua ocorrência ou geração). • O momento financeiro (de sua efetivação, através do pagamento ou recebimento). Exemplificando, vamos imaginar uma despesa de salário de dezembro/X1, paga em janeiro/X2. Quando devemos contabilizar a despesa de salário como despesa (como redutora do Patrimônio Líquido)? No momento de sua geração, no momento econômico, ou seja, no mês de dezembro/X1? Ou no momento de seu pagamento, no momento financeiro, ou seja, no mês de janeiro/X2? Quando da necessidade de opção por um dos dois momentos, os contadores decidiram que as despesas (e as receitas) devem ser contabilizadas quando ocorrerem, ou seja,no momento econômico de sua geração, e não quando pagas UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 29 CIÊNCIAS CONTABÉIS (ou recebidas, no caso das receitas). Essa decisão tornou-se o princípio da competência de exercícios, que diz: As despesas e receitas devem ser contabilizadas como tais, no momento de sua ocorrência, independentemente de seu pagamento ou recebimento. Entendemos na contabilidade que um Exercício Contábil é o período de um ano, em que se faz a apuração do resultado. Não necessariamente o exercício contábil de um ano tem de coincidir com o ano civil, mas o exercício contábil tem de ter 12 meses. O início e o fim do exercício serão determinados pela empresa. É importante ressaltar que a legislação comercial e fiscal exige no mínimo um Balanço Patrimonial no encerramento de cada exercício contábil, acompanhado da Demonstração dos Resultados do último exercício. Assim, as despesas e as receitas devem ser contabilizadas no ano que forem geradas, mesmo que pagas ou recebidas em ano ou anos posteriores, ou até anteriormente, se for o caso. A empresa Máquinas Pesadas S.A. encerra seu exercício social em 31/12 de cada ano. Os salários são pagos normalmente no dia 5 do mês seguinte. A folha de pagamento desembolsada em 05/01/X2 deve ser contabilizada em janeiro X2 ou dezembro de X1? A resposta é X1 (em contrapartida com crédito em conta do passivo circulante), tendo em vista que os empregados prestaram serviços à companhia em dezembro de X1. Isto significa dizer que as despesas e custos são registrados no período de sua ocorrência independentemente se foram pagos ou não. Você compreendeu bem o que é o princípio da competência? Na próxima aula conheceremos o princípio da competência mensal. Até lá! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 30 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 11_Princípio da Realização da Receita Realização da Receita Este princípio diz quando devemos considerar a receita como realizada, ou efetuada. Muitos teóricos admitiam que deveríamos considerar a receita de um produto no momento em que tivéssemos terminado de produzi-lo. Mas o consenso dos contadores não aceita essa teoria. Devemos considerar a receita de venda de um produto apenas no momento em que o produto tiver sido entregue ao cliente, já com um preço acordado. O momento de realização da receita poderá ser determinado verificando-se algumas condições básicas: • Avaliação de mercado objetiva para o preço do produto. • Realização de todos os esforços de produção. • Condições de avaliar as despesas relativas ao produto que está sendo vendido. Segundo Iudícibus, é importante notar que somente após dar a devida importância aos três itens estudados acima é que se deveria propiciar a escolha do melhor ponto para reconhecer a receita. O ponto de venda somente deveria ser escolhido quando os três itens estivessem em mais alto grau naquele ponto. Este posicionamento é aceito pela teoria atual, porém não é muito bem utilizado pelos praticantes da Contabilidade, que se fixam demasiadamente na ocorrência da venda como base da realização da receita, ou escolhem o ponto que mais lhe interessa para efeitos fiscais, sem levar em consideração os princípios contábeis. Existem algumas variações no conceito tradicional de realização da receita, mas que acabam por se incluir dentro da regra geral. É o caso da contabilização de UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 31 CIÊNCIAS CONTABÉIS resultados de contratos a longo prazo, em que o valor da receita é contabilizado à medida que o produto vai sendo fabricado, isto é, conforme o estágio de produção. 1- Exemplo: Um exemplo desse tipo de contabilização é a fabricação de navios. O fato de a empresa fabricadora ter um contrato formal, iniciando a fabricação somente com a assinatura desse contrato faz com que tenhamos um preço objetivo para essa produção. Também os esforços de cada fase de produção estão sendo despendidos e nada será perdido, podendo a construção até ser concluída por outro estaleiro. Igualmente, o custo de cada fase de produção é conhecido. 2- Exemplo: Outro exemplo de variação na contabilização da receita é o caso de pecuária de maturação longa, como a criação de bovinos. À medida que vai havendo a engorda do rebanho, podemos contabilizar a receita proporcional. Normalmente, a receita é calculada em função dos anos de vida do rebanho. A cada ano que passa vai-se lançando a receita incremental do ano que passou, que é engorda do ano. Na próxima aula estudaremos os demais princípios. Tudo bem? UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 32 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 12 - Princípio das Despesas & Receitas e Custos (Valor) Confronto das Despesas com as Receitas Este princípio diz que as receitas realizadas no período devem ser confrontadas, no mesmo período, com as despesas que a geraram. Isto é, para a apuração do resultado de um período deverão ser consideradas as receitas realizadas, diminuídas das despesas que foram sacrificadas para a sua obtenção. Custo como Base de Valor Este princípio diz que as aquisições de ativos deverão ser contabilizadas pelo seu valor histórico, pelo seu valor de compra ou aquisição. Hoje, no Brasil, este princípio tem uma continuação, pois temos admitido o custo histórico corrigido como fazendo parte deste princípio. Este princípio tem uma restrição: quando, numa aquisição, o valor de custo for superior ao valor de venda ou mercado, então deveremos avaliar este ativo pelo mercado. Assim, na prática, fala-se desse princípio como “custo ou mercado, o menor”. Esse conceito é bastante importante para entendermos a conta de Mercadorias em Estoque. Entendemos Mercadorias em Estoque os bens que a empresa adquire com a finalidade básica de posterior revenda e obtenção de lucro com essa revenda. É a transação que dá substância a uma empresa comercial. Veja um exemplo: O princípio de Custo como Base de Valor diz que os bens adquiridos devem ser registrados pelo preço de compra (preço de aquisição), que significa preço de UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 33 CIÊNCIAS CONTABÉIS custo. Assim, quando compramos uma mercadoria por 100 reais, para posterior revenda, devemos lançá-la na contabilidade por esse valor de aquisição, mesmo sabendo que se deva vendê-la depois, por, digamos, aproximadamente 250 reais. Isso significa que, apesar de se ter uma ideia de que o valor de venda é de 250 reais, enquanto não vendida, temos de manter o seu valor na conta de Mercadorias a Preço de Custo. Quando ocorrer a venda, e a mercadoria não estiver mais em estoque, a baixa da conta Mercadorias em Estoque será também dada pelo preço de custo, lançando a contrapartida como despesa. O valor de venda será lançado numa conta de Receita. A diferença entre os valores da Receita de Vendas, menos a Despesa de Custo da Mercadoria saída do estoque (Custo de Mercadoria Vendida), significa o Lucro Bruto na Venda de Mercadorias. Espero que você tenha entendido os conceitos até aqui desenvolvidos. Na próxima aula estudaremos as Convenções Contábeis. Até lá! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 34 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 13_Convenções Contábeis As convenções são tidas como restrições aos princípios contábeis. São também consideradas normas de caráter prático que devem ser observadas, como guias, facilitando o trabalho do contador. Não são consideradas geradoras de definições de critérios contábeis. São Convenções Contábeis: Objetividade O contador deve ser objetivo. Quando efetuar uma escrituração de um fato, ele precisa alicerçar-sede elementos objetivos, visando tirar o máximo possível de subjetividade no lançamento contábil. O valor deve ter um documento hábil que avalize o lançamento, o objeto deve ser passível de mensuração, e o contador não deve imprimir marca pessoal na avaliação do objeto. Conservadorismo Proveniente de uma visão bem antiga do contador, que até acabou fazendo a imagem do profissional contábil, esta convenção diz que na dúvida o contador deve optar pela forma mais conservadora de escrituração. Uma regra prática do conservadorismo: na dúvida, lançar todas as despesas sempre que possível. Já com a receita, caso haja dúvida, não lançar. Materialidade Esta convenção está ligada basicamente à análise do custo/benefício da informação. O contador deve sempre buscar a exatidão numérica no lançamento, desde que o custo dessa exatidão não seja prejudicial a empresa. Valores grandes e relevantes devem ter análise muito mais acurada do que os valores pequenos, que podem ser tratados de forma mais simples e resumida. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 35 CIÊNCIAS CONTABÉIS Consistência ou Uniformidade Esta convenção é tão importante que poderia ser considerada um princípio. Ela diz que, depois que o contador adotou determinado critério de avaliação de um ativo ou passivo, ele deverá adotar esse critério consistentemente ao longo dos anos. Deve aplicar esse critério uniformemente no tempo. A possibilidade de mudança de critério adotado é possível, desde que seja evidenciado em nota explicativa e que as mudanças efetuadas não sejam de forma nitidamente repetitiva. Evidenciação Um dos requisitos da contabilidade atual é o perfeito entendimento da peças contábeis. Ao expormos o patrimônio e os ganhos do último período nas demonstrações contábeis, é possível que um item ou outro não esteja claro só com a exposição do número. Faz-se necessário então uma explicação adicional. Essa explicação deverá ser dada, ainda que de outra forma. Basicamente, o processo de evidenciação se consubstancia numa peça contábil denominada Notas Explicativas. Nessa peça, todos os itens que necessitam de informação adicional para sua compreensão devem ser evidenciados. Uma utilização muito comum é a de descrever os critérios de avaliação adotados para os principais ativos e passivos, bem como as principais mudanças dos critérios adotados. Outras informações necessárias para a compreensão dos relatórios devem fazer parte das Notas Explicativas, seja em nível de detalhamento dos números dos relatórios, seja para adicionar qualidade às informações numéricas. Além das notas explicativas, a empresa deve valer-se de outro relatório para promover a evidenciação. Normalmente, esse relatório é denominado Relatório da Diretoria. Nele devem constar todos os fatos relevantes que influenciaram nos números apresentados, bem como as condições ambientais em que atuou a empresa no último período. Caso haja fatos relevantes e concretos que decididamente influirão no resultado do ano em curso ou nos próximos anos, estes também deverão ser evidenciados. Então? Você já consegue distinguir postulados, princípios e convenções? Que tal exercitarmos o entendimento do conteúdo abordado nesta unidade? UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 36 CIÊNCIAS CONTABÉIS Resumo da Unidade II À medida que as necessidades de controle foram surgindo, a contabilidade foi criando instrumentos para o registro de todos os fatos que afetam o patrimônio de uma entidade. Essas regras básicas que foram adotadas denominamos Princípios Contábeis e hoje formam o arcabouço teórico que sustenta a Contabilidade. Podemos classificar os princípios fundamentais em três categorias: postulados, princípios e convenções. Os postulados significam os elementos vitais, elementos básicos, em que se estruturam toda a contabilidade atual. O postulado da entidade diz que a contabilidade de uma entidade (empresa, pessoa, entidade filantrópica) não pode ser confundida com a contabilidade dos membros que a possuem. Já o postulado da continuidade a empresa deve ser avaliada e, por conseguinte, ser escriturada, na suposição de que a entidade nunca será extinta. No entanto os critérios de avaliação de ativos e passivos de uma empresa em continuidade são diferentes em relação a uma companhia em regime de liquidação. O princípio do denominador comum diz que a contabilidade deve ser feita numa única moeda e que todos os itens devem ser avaliados por essa moeda. O princípio da competência é aplicado na contabilização das receitas e despesas. Ele é, na realidade, a expressão conjunta dos dois princípios que normalizam o resultado, que são: princípio da realização da receita e princípio do confronto das despesas com as receitas. O princípio da realização da receita diz quando devemos considerar a receita como realizada, ou efetuada. Devemos considerar a receita de venda de um produto apenas no momento em que o produto tiver sido entregue ao cliente, já com um preço acordado. O princípio do confronto das despesas com as receitas diz que as receitas realizadas no período devem ser confrontadas, no mesmo período, com as despesas que a geraram. Isto é, para a apuração do resultado de um período deverão ser consideradas as receitas realizadas, diminuídas das despesas que foram sacrificadas para a sua obtenção. Já o princípio do custo como base de valor diz que as aquisições de ativos deverão ser contabilizadas pelo seu valor histórico, pelo seu valor de compra ou aquisição. Hoje, no Brasil, este princípio tem uma continuação, pois temos admitido o custo histórico corrigido como fazendo parte deste princípio. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 37 CIÊNCIAS CONTABÉIS As convenções são tidas como restrições aos princípios contábeis. A convenção da objetividade diz que o contador deve ser objetivo. Quando efetuar uma escrituração de um fato, ele precisa alicerçar-se de elementos objetivos, visando tirar o máximo possível de subjetividade no lançamento contábil. A convenção do conservadorismo diz que na dúvida o contador deve optar pela forma mais conservadora de escrituração. Uma regra prática do conservadorismo: na dúvida, lançar todas as despesas sempre que possível. Já com a receita, caso haja dúvida, não lançar. A convenção da materialidade está ligada basicamente à análise do custo/benefício da informação. O contador deve sempre buscar a exatidão numérica no lançamento, desde que o custo dessa exatidão não seja prejudicial à empresa. A convenção da uniformidade diz que, depois que o contador adotou determinado critério de avaliação de um ativo ou passivo, ele deverá adotar esse critério consistentemente ao longo dos anos. Deve aplicar esse critério uniformemente no tempo. A convenção da evidenciação diz que ao expormos o patrimônio e os ganhos do último período nas demonstrações contábeis, é possível que um item ou outro não esteja claro só com a exposição do número. Faz-se necessário então uma explicação adicional em notas explicativas ou no relatório da diretoria. Referências Bibliográficas HENDRIKSEN. S. E; BREDA, F.M. Teoria da Contabilidade. 5ª ed. São Paulo: Ed. Atlas,1999. IUDÍCIBUS. Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 6ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000. _______________; MARION. José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade Para o Nível de Graduação. 3ª ed. São Paulo: ED. Atlas, 2002. MARION. José Carlos. Contabilidade Empresarial. 9ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2003. PINHO, O. Moraes. Dicionário de Termos de Negócios. 2ª ed. São Paulo: Ed. Atlas,1999. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 38 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 14_Teoria Prescritiva e Descritiva Olá! Hoje faremos uma introdução ao tema deduas teorias relevantes para a contabilidade. Espero que gostem. Para começar é bom fazer uma breve abordagem, qualquer outra disciplina, é formada por conceitos que recaem em três categorias: conceitos descritivos, explicativos e prescritivos. Os conceitos descritivos são os mais comuns em qualquer teoria ou abordagem: são aqueles que apenas identificam ou nomeiam um dado fato ou situação. Já os conceitos explicativos vão além disso: não só denominam objetos ou situações, mas igualmente ajudam a entender o porquê de serem como são tais objetos ou situações. Enquanto que os conceitos prescritivos são aqueles que têm a propriedade de descrever e explicar um objeto ou situação e, além disso, também de informar ou orientar sobre o que devemos fazer a respeito. Toda ciência busca a sistematização do conhecimento, normalmente calcada em fenômenos naturais, sobre os quais as mais variadas teorias científicas válidas se assentam. Em regra, qualquer teoria científica relaciona-se à descrição, com embasamento lógico e racional, da observação dos fenômenos naturais. Para a Ciência Contábil o principal papel da teoria é embasar a descrição e a compreensão dos fenômenos patrimoniais em bases científicas. No decorrer da evolução contábil, diversos enfoques têm sido adotados de forma a solucionar problemas em contabilidade: ➢ Fiscal ➢ Legal ➢ Ético ➢ Econômicos - Macro/micro e social-empresarial ➢ Enfoque Comportamental ➢ Enfoque Estrutural UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 39 CIÊNCIAS CONTABÉIS Enfoque Fiscal Consiste em relacionar a teoria ao que a legislação fiscal diz sobre determinado assunto. Não obstante, a legislação fiscal não tem sido uma pioneira do pensamento contábil. Embora as leis fiscais tenham acelerado a adoção de boas práticas contábeis e, portanto, provocado uma análise mais crítica de procedimentos e conceitos contábeis aceitos, também tem representado obstáculos à aceitação da boa teoria contábil. Enfoque Legal É baseado nos aspectos legais sobre determinado tema. Embora a lei proporcione numerosos exemplos que podem estimular o pensamento em questões da teoria contábil, raramente é o fator decisivo, embora hoje haja um alto grau de convergência entre as Leis Civis, Comerciais e Societárias, com as Normas Brasileiras harmonizadas com as IFRS. Enfoque Ético Este enfoque enfatiza os aspectos éticos para a solução determinado tema, com base em conceitos relacionados a justiça, verdade e equidade, que permeiam toda as modernas teorias contábeis atuais. “Será que não seria o caso de fazer mais do que simplesmente obedecer a legislação vigente?” A moderna contabilidade admite nos seus pilares a subjetividade responsável do contador (aspectos éticos). Enfoque Econômico Sempre houve uma forte vinculação entre os fenômenos Econômicos e seus impactos sobre a Contabilidade, mas nos últimos anos, temos observado um grande esforço no sentido de relacionar a análise e interpretações econômicas das informações contábeis, impactando de forma preponderante a teoria contábil. -Macroeconomia – Trata os efeitos dos procedimentos de divulgação de informações e indicadores em nível mais amplo das relações econômicas (agregados), setoriais, país e unidades federadas, blocos macroeconômicos, etc. -Microeconomia – Trata o efeito dos procedimentos contábeis de divulgação de informações e indicadores no nível da empresa. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 40 CIÊNCIAS CONTABÉIS -Contabilidade social-empresarial – Uma visão amplificada macro e micro da empresa sobre aspectos como poluição e degradação ambiental, desemprego, insalubridade, entre outros. Enfoque Comportamental Uma alternativa ao enfoque econômico, que consiste em associar as versões da psicologia e da sociologia no desenvolvimento das teorias da contabilidade. Neste enfoque a preocupação reside na relevância da informação contábil e no comportamento dos usuários em consequência da apresentação das informações contábeis. Enfoque Estrutural Enfoque clássico da contabilidade. Visa a solução de problemas relacionados à estrutura do sistema contábil, procurando tratar as transações por analogia, de forma a uniformizar o registro e a divulgação. Somente quando há desconformidade com modelos pré-definidos é que se recorre às características qualitativas da transação, com base nos princípios contábeis. Hoje há uma maior amplitude conceitual nas abordagens contábeis, mas os processos de reconhecimento, mensuração, registro e divulgação são o núcleo e o cerne da contabilidade. Terminamos aqui e nos encontramos na próxima aula. Mas deixo uma dica de leitura, que tal conhecermos a NBC T 4 ? Essa leitura vai ser, muito útil no seu desenvolvimento profissional e qualquer dúvida estaremos no AVA. Até lá !!!! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 41 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 15_Avaliação e Mensuração Olá! Hoje faremos uma introdução ao tema de Avaliação e mensuração dos componentes do Patrimônio. Espero que gostem. Para começar e bom fazer uma breve abordagem da NBC T 4 que estabelece as regras de avaliação dos componentes do patrimônio de uma entidade com continuidade prevista nas suas atividades. Os componentes do patrimônio são avaliados em moeda corrente nacional e os componentes do patrimônio em moeda estrangeira são convertidos ao valor da moeda corrente nacional, à taxa de câmbio da data da avaliação. Para se ter uma visão global da riqueza do patrimônio, deve-se realizar uma análise substancial de seus componentes. Tal analise não pode se ater apenas aos valores descritos na escrituração contábil, ou na aparência de seus componentes. Para isso, o estudo do patrimônio, o estudo do patrimônio, sob o ponto de vista econômico-financeiro, deve se preocupar com os aspectos patrimoniais, classificando seus componentes quanto a sua espécie e ao seu valor. Analisando os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio. Aspectos qualitativos Considera-se a espécie e a qualidade dos elementos que compõem o patrimônio, ex.: Dinheiro, imóveis, veículos, maquinários matérias-primas, etc. Na análise dos componentes do patrimônio, o aspecto qualitativo torna-se fundamental. Uma máquina que não possua valor de mercado, ou que seja obsoleta, possuirá pouco valor na avaliação real do patrimônio, mesmo que os registro contábeis atribuam valores consideráveis. Um crédito que cujo o devedor não possua condições de paga-lo, deverá ser deverá ser desconsiderado no valor real do patrimônio. O aspecto qualitativo considera a liquidez do bem, ou do direito, ou seja, o valor que o mercado está disposto a pagar em dinheiro por aquele bem no momento UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 42 CIÊNCIAS CONTABÉIS da avaliação patrimonial. Deve-se portanto analisar, além da espécie do bem a sua utilidade. O aspecto quantitativo é revelado pelas distorções que o mercado pode trazer ao valor de determinados bens. Pode-se ter como exemplo um prédio adquirido há cindo anos por R$ 500.000,00. Após, agregarem-se valores de reformas e conservação e deduzirem-se os valores de depreciação nesse período, a contabilidade o tem registrado por R$ 450.000,00, no entanto o seu valor de mercado é de R$ 600.000,00. Constata-se que o patrimônio sofreu uma valorização, originada pelas leis de mercado. Tal valorização não fica evidenciada pelo aspecto quantitativo, que se refere apenas ao valor do bem registrado na contabilidade, sem levar em conta seu valor de mercado. Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidose apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do resultado. Esse processo envolve a seleção de uma base específica de mensuração. Diversas bases de mensuração são empregadas em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o seguinte: (a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não ser atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações, podendo também, em certas circunstâncias, ser atualizados monetariamente. (b) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 43 CIÊNCIAS CONTABÉIS pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço. (c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda numa forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade. (d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade. A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na preparação de suas demonstrações contábeis é o custo histórico. Ele é normalmente combinado com outras bases de avaliação. Por exemplo, os estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, os títulos e ações negociáveis podem, em determinadas circunstâncias, ser mantidos a valor de mercado e os passivos decorrentes de pensões são mantidos pelo valor presente de tais benefícios no futuro. Além disso, em algumas circunstâncias, entidades usam a base de custo corrente como resposta à incapacidade do modelo contábil de custo histórico enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos ativos não-monetários. Terminamos aqui e nos encontramos na próxima aula. Mas deixo uma dica de leitura, que tal conhecermos a NBC T 4 ? Essa leitura vai ser, muito útil no seu desenvolvimento profissional e qualquer dúvida estaremos no AVA. Até lá !!!! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 44 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 16_Ativa e Passiva Olá pessoal!!! Vamos conceituar o que é Ativo e Passivo na contabilidade? Ativo: que exerce ação, que age, funciona, trabalha, se move, pronto para agir. Os bens e direitos se constituem em elementos ativos do patrimônio, porque agem ou estão para agir na produção de produtos e/ou serviços que proporcionarão renda e representam os bens e direitos. Pela ação exercida pela mão de obra humana, sobre os insumos, sobre as mercadorias para revenda, sobre as maquinas, sobre os veículos, sobre as instalações e sobre os valores numerários, resultará um produto ou um serviço. Passivo: Que sofre ou recebe a ação. Esse grupo e composto pelas obrigações e se caracterizam em elementos passivos do patrimônio, pois se constituem na origem dos bens patrimoniais. Também se encontram junto com as contas de obrigações do passivo os valores que originaram o capital da empresa e os valores decorrentes dos lucros ou prejuízos verificados pelas suas atividades. Esses valores são registrados no Patrimônio Líquido que é formado pelo grupo de contas que registra o valor contábil pertencente aos acionistas ou quotistas. O ingresso dos elementos patrimoniais são contabilizados no passivo e representados pelas contas do ativo. De acordo com a Leis 11.638/07, MP N. 449/08 e Resolução CFC. N. 1.121/08 as Contas do Ativo e do Passivo devem ser divididas da seguinte forma: Ativo Circulante: São as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente, e Ativo Não Circulante: São os direitos realizáveis após o curso do exercício social subsequente, e é dividido em: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 45 CIÊNCIAS CONTABÉIS - Ativo realizável a longo prazo: após o termino do exercício seguinte. - Investimentos: participações em sociedades e os direitos de qualquer natureza não enquadrados como circulante. - Ativo Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa. - Intangível: direitos que tenham por objeto bens não corpóreos destinados a manutenção das atividades da empresa. No passivo a divisão também se faz como: Passivo Circulante: São as obrigações realizáveis no curso do exercício social subsequente, e Passivo Não Circulante: São as obrigações realizáveis após o curso do exercício social subsequente. O saldo das contas do passivo e do passivo, ajustadas pelas contas do Patrimônio Líquido comporão o Balanço Patrimonial da empresa que é uma das demonstrações financeiras mais importantes a nível gerencial onde do lado esquerdo está o Ativo ( bens e direitos ) e do lado direito ( obrigações e patrimônio líquido). A mesma lei também definiu a divisão do patrimônio líquido que será realizada da seguinte maneira: a) Capital Social - Valor investido pelos proprietários ou acionistas na empresa. b) Reservas de Capital - São constituídas com valores recebidos pela empresa e que não transitam pelo resultado, por não se referirem à entrega de bens ou serviços pela empresa. c) Ajustes de Avaliação Patrimonial – Formadas com a função de receber os valores que pertencem ao patrimônio da entidade e que tiveram seus valores revistos. d) Reservas de Lucros – Contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia, conforme previsto no § 4º do art. 182 da Lei 6.404/76, para atender a várias finalidades, sendo sua constituição efetivada por disposição da lei ou por proposta dos órgãos da administração. e) Ações em Tesouraria – São aquelas adquiridas pela própria companhia. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 46 CIÊNCIAS CONTABÉIS f) Prejuízos Acumulados. Como vimos às contas do ativo e passivo compõem o Balanço Patrimonial que é um relatório de extrema importância para o gerenciamento do patrimônio. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 47 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 17_Receitas e Despesas Olá meu caros. Hoje falaremos sobre contas de resultado. Vamos começar? O CPC 00, que apresenta a estrutura atual da contabilidade brasileira e dos países que adotam as normas internacionais, conceituou as receitas e despesas que firam aceitas e depois editadas nas Normas Brasileiras de Contabilidade NBC, como segue abaixo. Receitas: Segundo definição da NBC T1, item 70, Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos,aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do Patrimônio Líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade. Segundo o CPC 30 – Comitê dos Procedimentos Contábeis o conceito de RECEITA deve ser utilizado na contabilização de: - Venda de Bens - Prestação de Serviços - Utilização por parte de terceiros, de outros ativos da entidade que geram juros, royalties e dividendos. Despesas: Segundo definição da NBC T1, item 70b, Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saida de recursos, redução de ativos ou assunção de passivos, que resultem em decréscimo do Patrimônio Líquido e que não sejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais ( distribuição de resultados, devolução de capital aos proprietários, etc.) UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 48 CIÊNCIAS CONTABÉIS O Pronunciamento Técnico CPC 26 determina que a empresa deve apresentar todos os itens das receitas e das despesas realizadas no período e a DRE é a representação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, durante o exercício social demonstradas de forma a destacar o resultado líquido da empresa. Também podemos afirmar que as despesas e receitas podem ser: RECEITA/DESPESA OPERACIONAL A receita/despesa operacional são todas aquelas que provém diretamente da atividade principal da empresa, ou seja, são provenientes da atividade econômica ela qual a empresa foi registrada nos órgãos públicos devidamente enquadra no Cadastro Nacional de Atividades Econômicas – CNAE. OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS As outras receitas/despesas são todas aquelas que provém da atividade secundária ou derivada da empresa que não compõem a atividade fim da empresa mas tem relação com a operação da mesma como por exemplo o aluguel de Imóveis. RECEITA/DESPESA NÃO OPERACIONAL Qualquer rendimento que não tenha nenhuma relação com a parte operacional da empresa e podemos citar como exemplo o receita ou despesas com a venda de um imóvel de propriedade da empresa. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 49 CIÊNCIAS CONTABÉIS Na aula de hoje identificamos as características das receitas e despesas que compõem outra importante demonstração financeira a DRE. Encontro vocês na próxima aula. Ate Lá!!! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 50 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 18_Ganhos e Perdas Na aula passada tivemos uma abordagem técnica que conceituou receitas e despesas e hoje veremos Ganhos e Perdas. Boa aula! A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas como ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias de uma entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties e aluguéis. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade, representando aumentos nos benefícios econômicos e, como tal, não diferem, em natureza, das receitas. Consequentemente, não são considerados como um elemento separado na Estrutura Conceitual. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não correntes. A definição de receita também inclui ganhos não realizados; por exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos negociáveis e os que resultam de aumentos no valor de ativos a longo prazo. Quando esses ganhos são reconhecidos na demonstração do resultado, eles são usualmente apresentados separadamente, porque sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. Esses ganhos são, na maioria das vezes, mostrados líquidos das respectivas despesas. Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados por meio da receita; exemplos incluem caixa, contas a receber, mercadorias e serviços recebidos em troca de mercadorias e serviços fornecidos. A receita também pode resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a entidade pode fornecer mercadorias e serviços a um credor em liquidação da obrigação de pagar um empréstimo. Já a definição de despesas abrange perdas assim como as despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade incluem, por exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de um desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 51 CIÊNCIAS CONTABÉIS Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade, representando decréscimos nos benefícios econômicos e, como tal, não são de natureza diferente das demais despesas. Assim, não são consideradas como um elemento à parte na Estrutura Conceitual. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que decorrem da venda de ativos não-correntes. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas, por exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de uma moeda estrangeira com relação aos empréstimos a pagar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na demonstração do resultado, elas são geralmente demonstradas separadamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. As perdas são geralmente demonstradas líquidas das respectivas receitas. Espero que tenham gostado e qualquer duvida podem ser tiradas no AVA. Espero vocês!! UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 52 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 19_I.R.F.S - Normas Internacionais Olá. Na aula de hoje conheceremos um pouco sobre as Normais Internacionais de Contabilidade. Boa aula! A Globalização das Economias é um conjunto de modificações na ordem política e econômica que que se tornou mais visível no final do século XX. Tal fenômeno criou situações que provocaram mudanças na economia e na política, e fez com que o mundo se tornasse cada vez mais interligado através dos negócios, facilitado pelo crescente uso de recursos tecnológicos. A globalização provocou que diversos mercados de diferentes países interagissem e se aproximassem através do rompimento das fronteiras. Esse fato precipitou a necessidade de os agentes de negócios providenciassem maneiras para tornar a linguagem dos negócios mais uniforme, de modo a tornar possível uma comunicação mais comum e aceita entre os membros de diversos Países. Pensando nisso, fez-se necessário a criação das IFRS, cuja sigla em inglês significa International Financial Reporting Standards, que traduzido para a nossa língua quer dizer: “Normas e Padrões Internacionais de Contabilidade”. IFRS são um conjunto de normas internacionais de contabilidade, emitidas e revisadas pelo IASB - International Accounting Standards Board (Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade), que visam uniformizar os procedimentos contábeis e as políticas existentes entre os países, melhorando a estrutura conceitual e proporcionando a mesma interpretação das demonstrações financeiras. Para que a análise dos relatórios financeiros sejam interpretados da mesma forma pelos seus usuários (os gestores, os investidores, os analistas e as instituições) é preciso que as características qualitativas como, clareza, confiabilidade, relevância, e o equilíbrio entre custo e benefício na preparação das demonstrações financeiras, tenham os mesmos critérios. A origem do IASB remonta a crianção do International Accounting Standards Committee
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