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MUSEUS, ARQUIVOS E PATRIMÔNIOMUSEUS, ARQUIVOS E PATRIMÔNIO HISTÓRICOHISTÓRICO ACERVOS ARQUIVÍSTICOSACERVOS ARQUIVÍSTICOS Autor: Me. Juscelino Pereira Neto Revisor : V inníc ius Pere ira de A lmeida IN IC IAR introduçãoIntrodução A constituição de acervos arquivísticos oferece desa�os aos responsáveis por seus cuidados e gerenciamento, diferentes daqueles associados a outros tipos de artefatos culturais. Cada arquivo é único, tendo sido criado em um momento por organizações ou indivíduos especí�cos, como resultado de uma atividade especí�ca. A interseção de pro�ssionais da área, o tempo e as ações que geram uma coleção a ser organizada não podem ser replicados: são um momento único. Para tornar acessível o registro cultural contido em cada coleção, é necessário examinar e descrever cada coleção individualmente. Esta unidade servirá como introdução para orientar os princípios fundamentais da Arquivística, os tipos auxiliares de busca, os padrões, as ferramentas usadas e sua implantação nos sistemas de informação. As coleções de arquivos oferecem desa�os aos pro�ssionais por seus cuidados e gerenciamento, que são diferentes daqueles associados a outros tipos de artefatos de patrimônio cultural. Cada arquivo é singular, pois foi organizado em um momento especí�co, por organizações ou indivíduos especí�cos, como resultado de uma atividade ou atividades especí�cas. A interação especí�ca de pessoas, o tempo, as ações e os eventos que geram uma coleção não podem ser novamente reproduzidos. Para tornar acessível o registro cultural contido em cada coleção única, é necessário examinar, organizar e descrever cada coleção individualmente. Isso deve ser feito com especial atenção e sensibilidade ao contexto em que a coleção foi criada. Ao longo dos anos, os arquivistas desenvolveram princípios que governam suas ações como guardiões dessas coleções exclusivas. Esses princípios evoluíram para práticas comuns, que são �exíveis o su�ciente para acomodar a variedade inerente aos arquivos e padronizadas e rígidas o su�ciente para fornecer a consistência necessária, principalmente no ambiente eletrônico cada vez mais digitalizado. Também ao longo dos anos a pro�ssão de arquivista requereu a ampliação das possibilidades de formação para quali�car os futuros pro�ssionais nas sutilezas desse trabalho. A formação é oferecida em faculdades e universidades, que devem Organização eOrganização e Descrição dosDescrição dos ArquivosArquivos proporcionar estágios e treinamento no local de trabalho e fornecer a experiência prática necessária, ao mesmo tempo que se observam cada vez mais oportunidades de treinamento em conferências nacionais e regionais de Arquivística, sem se descuidar de uma bibliogra�a substancial sobre o tema, que re�ete como a prática se desenvolveu. A unidade III se inicia com uma discussão sobre a documentação do patrimônio cultural e a natureza das informações e da documentação de arquivo em particular, bem como os princípios fundamentais de procedência e ordem original. A Constituição Político-administrativa dos Acervos Instituições de patrimônio cultural - sejam arquivos, bibliotecas ou museus - reúnem, preservam e interpretam os registros de natureza, incluindo pensamentos. Tudo que é vocalizado em termos de ação humana permite seu registro. As coleções dessas instituições têm várias formas e são gerenciadas de acordo com diferentes tradições curatoriais. “No entanto, arquivistas, bibliotecários e curadores compartilham atividades mútuas que re�etem responsabilidades sociais, administrativas, �duciárias e legais comuns” (NOGUEIRA; ARAÚJO, 2016, p. 204) É necessário documentar as origens, a natureza e as características físicas dos materiais que eles coletam e preservam. Entre arquivistas, o termo “documentação” tem vários signi�cados. Refere-se a um processo: uma ampla gama de atividades realizadas para criar ferramentas descritivas para facilitar o uso de coleções, estabelecer a autenticidade de propriedades e satisfazer necessidades administrativas. Segundo Gonçalves (1998), a documentação também pode denotar os materiais desse processo, as próprias ferramentas descritivas: inventários, registros e registros de catálogos. Finalmente, os materiais das coleções de arquivos podem ser considerados documentação, pois fornecem evidências documentais e informações sobre pessoas, eventos, atividades, objetos e ideias. Existem três razões principais para documentar as coleções de materiais de patrimônio cultural: 1. Facilitar a descoberta de materiais para usuários. 2. Estabelecer a autenticidade das explorações. 3. Corresponder a interesses e necessidades administrativas. Os Arquivos e a Descoberta do Usuário De acordo com o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (DBTA), o verbete arquivos aponta que esse termo refere-se a preservar o registro histórico para que possa ser consultado. Com esse �m, os documentos são organizados e identi�cados para que pesquisadores e funcionários institucionais possam localizar os materiais de que necessitam (DBTA, 2005). Os usuários acessam coleções de arquivos com diferentes necessidades, como, por exemplo, veri�car documentos de naturalização de algum cidadão estrangeiro residente no país. Outras solicitações são mais abertas e podem ser solucionadas com a utilização de ferramentas descritivas, como os registros de catálogo e inventários ou registros desenvolvidos por arquivistas, que trazem informações essenciais sobre coleções para orientar os usuários nesse processo de descoberta. Autenticação e Con�iabilidade As coleções em arquivos culturais são a evidência tangível de atividades especí�cas: a redação de um ensaio, a fotogra�a, a pintura de uma foto ou a naturalização de um novo cidadão. Mas como comprovar a autenticidade desses materiais? Para estabelecer a autenticidade de documentos e itens sob seus cuidados, os arquivistas devem compilar evidências das origens, cadeia de propriedade e integridade de suas coleções. Eles podem capturar e transmitir essas informações de diferentes maneiras: por meio de documentação de histórico, ações de doação, registros de transferência administrativa, certi�cados de autenticidade e manutenção da integridade da ordem física e administrativa do registro (LOPES, 1997). Os arquivistas agregam valor às suas coleções documentando o conteúdo e mantendo informações sobre ele. Mais adiante nesta unidade serão descritas as atividades associadas à coleta das informações necessárias para descrever, fornecer acesso e estabelecer autenticidade, bem como as ferramentas usadas para fornecer essas informações a terceiros. Administração Registrar informações sobre coleções também é uma necessidade administrativa. Uma instituição efetivamente gerenciada cria e mantém um registro das atividades que realiza em relação às suas coleções: aquisição, processamento, conservação, exibição, armazenamento, empréstimo e prestação de serviços de referência. As coleções são um ativo tão valioso quanto os recursos �nanceiros ou humanos; esse valor é protegido por meio de informações administrativas apropriadas. praticarVamos Praticar A Lei Federal n. 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação, versa sobre procedimentos que são obrigatórios nos órgãos municipais, estaduais e federais, a �m de assegurar o acesso à informação. VIEIRA, P. M.; OLIVEIRA, D. L. de. Direito, transparência (Lei 12.527/2011) e participação popular: benefícios para uma gestão pública e�ciente. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 22, n. 5.237, 2 nov. 2017. Acerca da referida lei, considere as alternativas e assinale a única correta. a) A Lei de Informação garante o direito de ter acesso a informações de órgãos e entidades municipais, estaduais e federais sobre a administração do patrimônio público. b) É responsabilidade dos órgãos disponibilizar as informações mediante preenchimento de requerimento que verse sobre as informações pleiteadas. c) A Leide Acesso à Informação representa uma conquista democrática da sociedade, fruto dos esforços do regime civil-militar do Brasil na década de 1970. d) A lei dispõe em seu art. 1º que os procedimentos de transparência de informação referem-se apenas ao Distrito Federal e aos municípios. e) A Lei de Informação prevê o acesso transparente aos documentos físicos; o formato eletrônico deverá ser acessado em um local especí�co. Segundo Mariz (2012), para tornar uma coleção útil aos pesquisadores, o arquivista deve realizar uma variedade de procedimentos que tornarão o conteúdo acessível tanto intelectual quanto �sicamente. A seguir são descritas essas atividades, conhecidas como processamento, necessárias para fornecer esse acesso. Os arquivos existem como evidência da atividade humana. A partir desse fato central, seguem alguns princípios de documentação: Arquivos como evidência. Arquivos como informação. Arquivos como Evidência É uma premissa básica da prática arquivística que registros especí�cos, sejam eles escritos, gravados, �lmados ou fotografados, sejam criados e montados no curso natural da atividade humana. Uma organização realiza suas operações diárias; um indivíduo passa a vida trabalhando, associando-se a outros, buscando interesses pessoais e ocupacionais. Como parte dessas atividades, os documentos são criados, mantidos e preservados. Eles são evidências do que aconteceu (CONARQ, 1991). A natureza espontânea de tais evidências é tanto sua característica de�nidora quanto a fonte de sua contínua utilidade e vitalidade. Embora documentos individuais sejam A Natureza daA Natureza da InformaçãoInformação ArquivísticaArquivística criados para uma �nalidade temporal especí�ca, é o fato de terem sido reunidos e preservados como indicativo dessa atividade que os garante como arquivamento. O contexto nos quais documentos foram criados devem ser compreendidos antes que seu conteúdo possa ser interpretado. Arquivos como Informação A Lei de Acesso à Informação de 2011 foi o marco legal para a instituição de políticas públicas e mais transparência no acesso de dados do poder público pelos cidadãos (BRASIL, 2011). Embora os arquivos sejam evidências, eles também podem ser usados para outros �ns não relacionados às circunstâncias de sua criação original (por exemplo, uma agência governamental coleta documentos sobre o setor de caminhões como parte de suas atividades regulatórias). Embora esses registros evidenciem claramente essa função do governo, eles também podem conter uma grande quantidade de informações úteis sobre empresas para o histórico comercial ou outros �ns secundários (MATTAR, 2003). Princípios da Documentação de Arquivo: Princípio do Respeito aos fundos e Interesses O Princípio do Respeito aos Fundos é uma das regras basilares da teoria dos arquivos; ele propõe agrupar coleções de registros de acordo com seus interesses (de acordo com a entidade pela qual foram criados ou a partir da qual foram recebidos). É um dos vários princípios decorrentes do Princípio da Proveniência, que orientaram o arranjo e a descrição de arquivos há mais de um século. O caráter orgânico das coleções arquivísticas permitiu o desenvolvimento do princípio central da empresa arquivística: o respeito pelas diferenças. Esse conceito também é conhecido como Princípio da Proveniência. De�nida pelos arquivistas franceses no início do século XIX e sucessivamente re�nada por outras tradições europeias, é a expressão formal do princípio que um arquivista deve respeitar e re�ete as origens dos materiais montados como um corpus de documentação integral e orgânico. É o conceito central e de�nidor que governa a maneira como os arquivistas documentam e organizam suas coleções. Originalmente desenvolvido como um princípio balizador para arquivistas que trabalham com registros de natureza governamental, o conceito do Princípio da Proveniência originou arquivos organizacionais, e é aplicado à tradição de manuscritos históricos, nos quais o corpus dos registros de um indivíduo é tratado como uma unidade lógica, frequentemente referida para os fundos. Entende-se que, se o conteúdo de tais registros estiver intrinsecamente ligado à vida do indivíduo ou às funções da organização da qual se origine, e não puder ser totalmente compreendido sem elas, segue-se que esses registros devem ser mantidos como um corpo documental. Esse é um princípio claro e direto que determina a natureza da documentação que o arquivista deve reunir e a maneira como é apresentada ao usuário. Em alguns contextos de patrimônio cultural (por exemplo, a comunidade dos museus), a proveniência é considerada um lugar de custódia. reflitaRe�ita A missão e a ética do arquivista incluem a tarefa de garantia e controle do acesso em longo prazo de informações que foram reunidas e dispostas desse patrimônio documental ao público interessado. O objetivo do arquivista é garantir integridade, integralidade e autenticidade de tudo que é arquivado. É preciso preservar os documentos a �m de que eles permaneçam utilizáveis continuamente. Princípio da Ordem Original A ideia de respeito aos fundos e de integridade arquivística determina que um corpo de registros resultante da mesma atividade deve ser preservado como um grupo, relacionando-se intimamente à ideia de “ordem original”. Esse é um princípio observado pelos arquivistas que os obriga a manter registros usando o sistema organizacional do criador (GONÇALVES, 1998). Dada a centralidade do conceito da natureza orgânica dos materiais de arquivo, não surpreende que os arquivistas também estejam altamente preocupados com a ordem física dos registros. A organização dos registros revela muito sobre as forças, atividades e funções que os produziram. Onde houver pouca ou ausência de informação con�itante sobre os indivíduos e/ou instituições responsáveis, a evidência interna pode ser a melhor fonte de informação do arquivista sobre os documentos. A preservação da ordem original também é importante para validar sua autenticidade. Infelizmente, nem todos os materiais �cam sob custódia de arquivo em uma ordem discernível, e muito menos primitiva. Quando uma organização interna preexistente não é aparente ou é realmente contraproducente para a análise e o uso e�cazes da coleção, o arquivista deve construir uma ordem racional que seja sensível à natureza e aos usos da coleção. Por outro lado, os princípios descritos implicam fortemente (e os arquivistas aceitam isso como uma questão de fé pro�ssional) que os materiais não sejam arbitrariamente divididos e reorganizados em outros princípios, como foco geográ�co, assunto ou período de tempo. praticarVamos Praticar A Arquivística tem suas origens nos eventos subsequentes da Revolução Francesa que remontam ao surgimento dos novos serviços de Arquivo, os quais �cavam à disposição dos homens de Estado. Desde sempre, está fortemente ligada à área Diplomática. ALVES, I. et al. Dicionário de terminologia arquivística. Lisboa: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, 1993. Acerca dos princípios basilares da Arquivística, analise as alternativas e assinale a correta. a) O Princípio de Proveniência a�rma que a regra é que os documentos se organizem de acordo com a entidade coletiva. b) O Princípio de Proveniência da Arquivística prevê a junção, no mesmo arquivo, da documentação da mesma instituição. c) Na Arquivística, o fundo estrutural re�ete as atividades da instituição, enquanto o fundo funcional se refere à estrutura/organograma da instituição. d) O fundo aberto se refere a um conjunto de documentos que encerrou suas atividades, enquanto o fundo fechado ainda se encontra em atividade. e) Na Arquivística, Fundo de Arquivo diz respeito ao conjunto de arquivos cuja proveniência é a mesma. A característica mais signi�cativa e distintiva dos materiais de arquivo é o contexto. Os documentos são criados ou compilados como resultado de alguma atividade ou função; como tal, são a evidênciadas atividades de indivíduos ou órgãos corporativos. Por exemplo, é comum que as pessoas mantenham recibos para documentar despesas ao longo de um ano para �ns de imposto de renda. As lojas em geral mantêm registros de estoque para documentar o que foi comprado e vendido. Nos dois casos, os documentos preservados re�etem a atividade. As descrições orientadas à procedência são escritas para re�etir o indivíduo ou o corpo corporativo que criou os materiais e registrar as atividades e funções que esses materiais documentam. Itens Individuais em uma Coleção estão Relacionados com outros Itens nessa Coleção Os materiais de arquivo existem como grupos de itens relacionados. Ao contrário dos curadores e bibliotecários de museus, os arquivistas veem suas coleções não como itens individuais, mas como grupos de documentos. Embora um item individual possa A ContextualizaçãoA Contextualização da Documentaçãoda Documentação ser signi�cativo por si só, geralmente é agrupado com outros documentos criados pela mesma atividade. Como exemplo, temos os documentos gerados durante a compra de uma casa. Isso pode incluir um título da propriedade, documentos de empréstimo, correspondência, documentos de inspeção e documentos de pesquisa. Em vez de focar em cada documento individual, o arquivista vê esse grupo de documentos como um registro da transação de vendas (PAES, 2004). São chamados de “séries” os documentos organizados de acordo com um sistema de arquivamento, ou mantidos como uma unidade porque resultam da mesma atividade ou processo de acumulação ou arquivamento, ou porque têm uma forma especí�ca ou outro relacionamento decorrente de sua criação, recebimento ou uso. saibamaisSaiba mais Um arquivista é um pro�ssional da informação que avalia, coleta, organiza, preserva, mantém controle e fornece acesso a registros e arquivos determinados que têm valor em longo prazo. Os registros mantidos por um arquivista podem consistir em uma variedade grande de formas, incluindo cartas, diários, registros, outros documentos pessoais, documentos governamentais, gravações de som ou imagem, arquivos digitais ou outros objetos físicos. Para saber mais, acesse o artigo de Leandro Ribeiro Negreiros e Eduardo José Wense Dias: A prática arquivística: os métodos da disciplina e os documentos tradicionais e contemporâneos. ACESSAR https://www.scielo.br/pdf/pci/v13n3/a02v13n3 Os relacionamentos entre os diferentes grupos de documentos em um mesmo arquivo, ou séries, ou documentos de um mesmo corpo documental geralmente re�etem a estrutura da organização. Informações sobre Pesquisa Os arquivistas reúnem documentação sobre coleções para que os usuários entendam o escopo e o conteúdo de uma coleção. Os pesquisadores usam a documentação para determinar se uma coleção especí�ca contém informações relevantes para um tópico de pesquisa especí�co. Para criar a documentação, o arquivista analisa os materiais a �m de identi�car suas origens, estrutura e conteúdo; usa-se as informações reunidas durante a análise da coleção para criar auxiliares de busca que forneçam acesso aos materiais. Informações sobre Proveniência Compreender a procedência de uma coleção é fundamental para interpretar adequadamente seu conteúdo e signi�cado. É importante notar que o criador de uma coleção não é necessariamente o criador desses documentos. Por exemplo, uma coleção de cartas pode ter muitos autores ou criadores, mas o criador da coleção é o indivíduo ou a agência que reuniu as cartas. Para identi�car a procedência de uma coleção, o arquivista deve reunir informações acerca do organizador e do contexto em que os documentos foram criados. O contexto para a criação de uma coleção é de�nido não apenas pelos indivíduos e órgãos corporativos que a criaram, mas também pelas funções e atividades que �zeram com que os documentos fossem criados em primeiro lugar. Para identi�car a proveniência de uma coleção, é necessário perguntar: quem é responsável por criar a coleção? Para que propósitos foi criada? Quais fatores externos afetam sua criação? praticarVamos Praticar A compreensão e a aplicação dos princípios e conceitos da Arquivística são tarefas inescapáveis e obrigatórias do pro�ssional da área, que deve basear sua atuação em conhecimentos e regras da disciplina. Dentre esses conhecimentos destaca-se a categoria de “empréstimo”. A partir dessa necessidade de o pro�ssional dominar as categorias da área, assinale a alternativa correta. a) A autenticidade do documento de arquivo deve ser garantida apenas de acordo com o suporte documental. b) Na Arquivística, o termo “expurgo de documentos” se refere à preservação temporária de um documento cuja importância está sob avaliação. c) Em Arquivística, na categoria de documentos o�ciais também se inserem documentos na modalidade documentação pessoal, desde que as informações sejam legítimas e �dedignas. d) Em Arquivística, empréstimo se refere a uma entrada temporária de um documento em um depósito/acervo. e) Na arquivística, a rastreabilidade garante por si a autenticidade de um documento. O conceito de instrumentos de pesquisa é de�nido como ferramentas que facilitam a descrição de um arquivo em sua totalidade, ou em parte dele. Os instrumentos de pesquisa guardam a função de orientação para o momento em que são realizadas consultas, e auxiliam a determinar com maior exatidão a localização e a natureza da documentação. Os instrumentos se referem propriamente à realização do acesso e ao controle de um acervo, e precipuamente têm como objetivo a função de disponibilizar documentos para consulta. Sobre os instrumentos de pesquisa, Mariz (2012, p. 108) acrescenta: Os instrumentos de pesquisa assumem uma importância fundamental nos arquivos; eles têm a função de guiar o usuário pelo acervo, de fazer a união entre pesquisador e documento. Os instrumentos de pesquisa permitem que o usuário chegue até a informação desejada e, se o arquivo não atende às consultas pela internet, o simples fato de disponibilizar os instrumentos de pesquisa já faculta que o usuário tome conhecimento do acervo e saiba se ali há algo que lhe interesse ou não, evitando uma ida desnecessária à instituição, com deslocamento e perda de tempo etc. Confecção e AnáliseConfecção e Análise de Instrumentos dede Instrumentos de PesquisaPesquisa Mariz oferece como exemplo o catálogo como um instrumento de pesquisa que descreve uniformemente e de modo unitário artefatos documentais de uma série ou mais séries, ou até mesmo um conjunto de documentos, observando (ou não) a ordem de classi�cação. O catálogo pode incluir a representação descritiva de periódicos e jornais, e suas sequências podem revelar os dados necessários à identi�cação, de modo a demonstrar a importância da descrição arquivística. Para Tessitore (2003), ao implantar centros de documentação, os arquivos se defrontam com instrumentos de pesquisa que apresentam funções múltiplas, como identi�car, localizar, sintetizar ou transcrever fundos, grupos, subgrupos, séries e peças documentais já entrepostas num arquivo permanente, cujo objetivo é o controle de acesso ao acervo. Os instrumentos de pesquisas referentes ao acervo dos arquivos são: guia, índice, catálogo, inventário, edição de documentos. praticarVamos Praticar No Brasil, a Associação dos Arquivistas Brasileiros, AAB, foi fundada em 1971 por um grupo de estudiosos que integravam um grupo composto por Maria Luiza Stallard Dannemann, Maria de Lourdes Costa e Souza, Wilma Schaefer Correa, Regina Alves Vieira e Marilena Leite Paes. ARQUIVO NACIONAL. Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro, 2005. Assinale a alternativa correta. a) O grupo organizado na AAB apresentou os primeiros resultados no I Congresso Brasileiro de Advocacia Forense em 2018. b) Instrumento de busca e arquivo de custódia, como eram tratados em décadas passadas, correspondem hoje aos conceitos de instrumento de pesquisa e de arquivo permanente.c) A I Conferência Nacional de Arquivos signi�cou um duro revés para formulação de políticas para Arquivologia, pois a Arquivística deixou de ser uma preocupação coletiva. d) Uma das obras fundamentais para a compreensão da área da Arquivística é o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, publicado na década de 1960, fruto de estudos anteriores. e) A instituição de uma terminologia arquivística tem origem na criação, em 1948, do Conselho Internacional de Arquivos (CIA), na cidade do Rio de Janeiro. indicações Material Complementar FILME O Nome da Rosa Ano: 2019 Comentário: Sugere-se que o estudante re�ita sobre a importância da criação dos arquivos (que, no �lme indicado, são representados pela biblioteca) enquanto um espaço de preservação de informações e dados preciosos e até mesmos secretos, cujo acesso é condicionado. É possível compreender a necessidade da criação de instrumentos de pesquisa que facilitem o acesso às informações. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer a seguir. TRA ILER LIVRO Arquivo: Teoria e Prática Editora: FGV Marilena Leite Paes ISBN: 978-8522502202 Comentário: O livro de Marilena Paes, Arquivo: teoria e prática, é uma obra destinada a estudantes de Arquivologia e arquivistas, pois mostra técnicas, métodos e teorias da área. Trata da parte técnica e de elementos conceituais da Arquivologia, em linguagem de fácil acesso, expondo os conceitos de modo didático. Conta com várias ilustrações exempli�cativas. Ideal para a compreensão dos pontos abordados nesta unidade. conclusão Conclusão Os métodos e as ferramentas de descrição produzidos no universo da Arquivologia estão em constante evolução, impulsionados em parte pela necessidade de documentar novas formas de manutenção de registros, especialmente dados eletrônicos. As técnicas atuais e os instrumentos descritivos exigem constante atualização para que o arquivista consiga documentar operações realizadas em todos os suportes. Os arquivistas devem aprender a incorporar descrições geradas pelo sistema de suas coleções, já que elas são cada vez mais virtuais, em um mundo eletrônico de acesso remoto por usuários distantes trabalhando sem mediação direta da equipe. Cada vez mais os arquivistas estão sendo solicitados a fornecer eletronicamente não apenas as informações descritivas sobre suas coleções, mas também os próprios documentos. referências Referências Bibliográ�cas BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Diário O�cial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12527.htm. Acesso em: 19 maio 2020. CONARQ. Conselho Nacional de Arquivos. Lei dos arquivos: nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Rio de Janeiro. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm DBTA. Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística. Arquivo Nacional: Rio de Janeiro, 2005. GONÇALVES, J. Como classi�car e ordenar documentos de arquivo. São Paulo: Arquivo do Estado, 1998. LOPES, L. C. A gestão da informação: as organizações, os arquivos e a informação aplicada. Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 1997. MARIZ, A. C. A. A informação na internet: arquivos públicos brasileiros. Rio de Janeiro: FGV, 2012. MATTAR, E. Acesso à informação e políticas de arquivos: organizadora - Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003. NEGREIROS, L. R.; DIAS, E. J. A prática arquivística: os métodos da disciplina e os documentos tradicionais e contemporâneos. Perspect. ciênc. inf., Belo Horizonte, v. 13, n. 3, p. 2-19, dez. 2008. NOGUEIRA, R. D. S.; ARAÚJO, C. A. A. Conexões entre arquivo, biblioteca e museu: similaridade das atividades pro�ssionais. 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