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Postagem de Atividade Estruturada - Sociologia - aula 5

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ATIVIDADES ESTRUTURADAS – SEMANA 5 
	NOME DA DISCIPLINA:
	 SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	CÓDIGO:
	CCJ0008
	Aluna: Edilene A. Santos
	2º Período – Millôr Fernandes - Manhã
	TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: 
	 Fichamento da obra: SANTOS, Boaventura de Souza. Para uma revolução democrática da justiça. São Paulo: Cortez, 2007. 
	PRODUTO/RESULTADO:
	FICHAMENTO
1 - Indicação bibliográfica: Para uma revolução democrática da justiça por Boaventura de Souza Santos
2 - Resumo: 
Introdução
 É possível ver na introdução do livro a idéia central que é somente com a democratização do Estado e da sociedade haverá uma revolução democrática do direito e da justiça.
 A obra também mostra a enorme distância entre os direitos formalmente concedidos e as práticas sociais que os violam e que as vítimas na só reclamam e lamentam, mas individual ou coletivamente procuram ser ouvidas e resistem contra a impunidade.
 O autor viveu no Brasil para concluir diversas pesquisas de campo de doutorado.
 Dessa forma o autor debate com propriedade a prestação das expectativas da sociedade com a democracia e isso pode causar a desistência na crença do papel do direito na construção da democracia.
 Faz uma avaliação do Poder Judiciário no Séc. XX não apenas na América Latina mas também na África, nos Estados Unidos e na Europa.
 Boaventura observa que a questão dos litígios de um determinado país está relacionada com sua cultura jurídica e política mas, relaciona-se também com a efetividade da aplicação dos direitos e com uma estrutura administrativa que dê sustentação a essa aplicação. 
 O autor compreende a evidência da corrupção para o protagonista dos tribunais vendo isso sob o prisma que diz respeito a luta do judiciário contra esse mal na sua própria carne.
 Analisa a fase pela qual estávamos passando sob 2 prismas. O primeiro seria o campo hegemônico que é o do interesse econômico que exige um sistema judicial eficiente, rápido que garanta segurança jurídica e seja previsível. Quanto as negócios exige uma justiça cidadã. Quanto ao campo contra-hegemônico que trata das pessoas que têm consciência que as mudanças constitucionais lhes deram direitos significativos e por isso vêem no sistema jurídico e judicial um instrumento para reivindicar os seus direitos e as inspirações de serem incluídos na sociedade e por isso saíram da marginalidade em que viviam.
As reformas processuais e a morosidade
O século XX foi marcado por enormes progressos na ciência e na tecnologia. Tivemos também catástrofes humanas, isso tudo seguido de um aumento de nossa capacidade de modificar e até mesmo destruir nossa terra. Esse processo criou ainda uma sociedade consumista e acentuadamente desigual socialmente, em especial em países periféricos.
 Surge uma revolução no Direito com o reconhecimento internacional da Declaração Universal dos Direitos Humanos bem como o reconhecimento de tratados e convenções.
 Essas transformações foram sentidas especialmente com a promulgação da CRFB de 1988.
 O sistema hegemônico em destaque busca principalmente a satisfação dos interesses mercadológicos contrário aos interesses das classes populares. O individual sobrepõe o coletivo.
 A lentidão do judiciário é discutida abertamente pelo povo, e o Poder Judiciário sentiu-se em crise e surge uma necessidade de uma reforma nas suas estruturas. O principal ponto da reforma foi a busca por celeridade mas não preocuparam-se em prestar satisfatoriamente aos interesses coletivos, embora a celeridade seja importante não é o objetivo único buscado.
O acesso à Justiça
 Boaventura debate ainda sobre transformações jurídico-políticas dirigidas a um conjunto vasto de injustiças que ocorrem na sociedade. Surge daí uma nova percepção do acesso à justiça.
 Salienta que essa transformação no Brasil precisa ser iniciada enfrentando as questões das custas judiciais, pois no âmbito estadual há grande variação entre os vários Estados da Federação sem que haja critério racional para essa disparidade. Destaque para o importante papel das defensorias públicas que é um papel essencial à administração da justiça.
 Entretanto mostra uma de suas deficiências em sua estrutura tanto defensoria da união quanto do estado.
 Destaca iniciativas surgidas no Brasil quais sejam: as promotoras legais populares que capacita e socializa mulheres nas áreas de direito e o combate a discriminação de gênero.
 Mostra que o acesso a justiça é algo muito mas complexo do que parece pos além dos aspectos econômicos existem as condicionantes sociais e culturais.
 Por acesso a justiça é preciso compreender a proteção a qualquer direito sem nenhuma restrição. Não basta então a simples garantia da proteção material desses direitos a todos os cidadãos independentes e sua condição social.
Inovações Institucionais
 Durante parte do século XX em especial nos países sul-americanos não houve preocupação com a questão social na distribuição da justiça apenas aplicava-se a lei seguindo o modelo europeu.
 Só a partir do final da década de 1980 os países sul-americanos priorizaram a reforma do judiciário e a construção de um Estado democrático de direito.
 Através da CRFB/88 no Brasil foi que se ampliaram as estratégias e instituições possibilitando então várias inserções de direito e garantias, e assim,de uma só vez o Brasil alcança aquilo que outros países levaram tempo para fazê-lo.
 Não havia políticas públicas e sociais para sustentar esses direitos. Especialmente no Poder Judiciário foi impossível a efetivação desses direitos.
 O poder judiciário foi descoberto pela sociedade e ele passou a intervir no sistema dando-se a transferência da legitimidade dos poderes executivo e legislativo para o judiciário. A lentidão do judiciário por falta de aparelhamento traz grande decepção a sociedade e ainda mais por causa da impunidade.
 Boaventura aponta para a solução da estagnação do judiciário que seria investimentos ou mudanças que transformem o judiciário num poder mais célere e com comprometimento diante da sociedade. Com a publicação da E.C. 45 essas mudanças já começaram, entretanto para o bom êxito as transformações são necessárias e recíprocas nos três poderes em que darão mais transparência, acesso e justiça aos cidadão brasileiro.
 A CRFB/88 estabeleceu que os direitos fundamentais tem aplicabilidade imediata e Dante da impossibilidade de o Executivo garantir aos cidadãos a tão desejada “qualidade de vida” obrigou o judiciário a interferir nas políticas públicas e assim o judiciário passou a analisar os atos administrativos e a vida civil em geral. Subordinando-se especialmente aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade, lealdade, boa-fé e igualdade, trazendo com essa atitude um grande aumento da demanda de processos judiciários.
 Hoje vemos um judiciário sobrecarregado e na maior parte do tempo litígios com pouca relevância jurídica, econômica e intelectual. Esses litígios poderiam ser solucionados por meio de mediação e conciliação, entretanto são solucionados através do processo tradicional.
 A maior parte de demandas dos juizados especiais federais são sobre questões previdenciárias e o motivo é que com a facilidade do acesso a justiça houve diminuição pela procura da autarquia e o judiciário foi transformado em “administrador de questões públicas” função executiva que é atribuída a ele.
 É preciso que se crie meios institucionais inovadores para tornar o acesso à justiça mais fácil. A desburocratização do judiciário urge, e é preciso uma simplificação dos atos processuais.
 Boaventura sugere duas hipóteses (1) uma reforma dentro do próprio poder que garanta sua maior democratização; (2) a criação de um sistema privado paralelo de administração da justiça, simples e eficaz e capaz de resolver os problemas de menor complexidade e que não demandem relevância jurídica e intelectual dos magistrados.
A formação dos magistrados
Asquestões da democratização da justiça se relacionam de forma estreita com a formação dos magistrados em nosso país. Com destaque para o pensamento hegemônico com uma cultura normativista, técnico-burocrática, fundamentada nas idéias de que o direito é autônomo e indiferente a tudo que acontece na sociedade, estando adstrito aos autos.
 Boaventura aponta como resultado da cultura arcaica a priorização aos ramos do direito civil e penal que acredita que a lei ode resolver os litígios e que ao magistrado cabe essa competência exclusiva. Ainda diante de resultado ruins do desempenho judicial não assumem suas culpas, continuam gozando de privilégios e são tratados de modo diferenciado nas investigações e julgamentos. Declara ainda ser premente a necessidade de mudar o modo de pensar usado pelas universidades tanto na graduação como na pós-graduação.
 É enfático na questão de que não existe nenhuma preparação para o ensino nas faculdade de dirito sendo escolhidos os professores na maioria das vezes pelo critério de prática profissional, esses critérios levam para a sala de aula professores sem qualificação pedagógica e sem um pensamento crítico sobre sua atitude como docente, assim são meros improvisadores que repetem discursos hegemônicos e que serão cobrados em provas e com isso não existe interação com a realidade social. Isso faz com que o estudante seja um repetidor de conceitos e modo de aplicação da norma jurídica sem a percepção do papel dessa norma na sociedade.
 A sugestão do autor é que as universidades baseiem seus programas de estudo em uma “ecologia de saberes” jurídicos. Ele acredita que apenas uma educação jurídica intercultural, interdisciplinar e completamente imbuída da idéia de responsabilidade cidadão é que será possível à cultura normativista, técnico-burocrática então existente.
 O que se busca das decisões judiciais é a paz e o equilíbrio social para todos. As decisões têm de satisfazer a todos os que se encontram em situações de igualdade. A formação do juiz não para com o término da faculdade e a aprovação no concurso público. Para o autor é a formação permanente o mais importante pois será regida pelas aspirações saídas das ruas e que ecoam nos tribunais.
Considerações Finais
 Para uma revolução democrática da justiça é preciso que haja outras revoluções democráticas para sentir os efeitos daquela. É necessário que todo o meio social se modifique e alcance as mudanças desejadas. O poder Judiciário não está afastado dos demais entes sociais.
A revolução democrática não é necessária só na justiça mas no próprio Estado que está preso a um passado no qual o poder econômico e político ainda dita as regras da vida social.
 
 
3 – Citações
Assim o autor discute com propriedade a frustração sistemática das expectativas democráticas, que pode trazer como conseqüência a desistência de uma idéia central fulcrada na crença do papel do direito na construção da democracia.
No que pertine aos direitos de cidadania, pode ser definida como a procura de todas aquelas pessoas que, a despeito de terem consciência de seus direitos, sentem-se totalmente impotentes para reivindicá-los quando são violados.
A morosidade do judiciário passou então a ser abertamente discutida e questionada pelo povo.
Enfatiza as experiências das assessorias jurídicas universitárias, das promotorias legais populares, do programa de justiça comunitária e da advocacia popular, enquanto exemplos de iniciativas existentes no Brasil, e que têm contribuído para a reinvenção de práticas alternativas ao direito vigente.
Quando discute alternativas de acesso à justiça, ressalta iniciativas surgidas na sociedade brasileira, que devem ser incentivadas, destacando: as promotoras legais populares, cuja metodologia consiste em socializar, articular e capacitar mulheres nas áreas do direito, da justiça e no combate à discriminação de gênero. 
A estagnação do judiciário, por sua vez, deve-se principalmente à falta de políticas públicas e sociais destinadas a garantir aos cidadãos o que foi assegurado na constituição de 1988.
Encontramos hoje um judiciário com sobrecarga de trabalho tendo, na maior parte, litígios com pouca relevância jurídica, econômica e intelectual. Este fato provoca grande perda de tempo e dinheiro da máquina administrativa judiciária para a sua resolução.
Aponta como resultantes dessa cultura arcaica: a priorização aos ramos do direito civil e penal; cultura generalista de que somente a lei pode resolver os litígios e que cabe ao magistrado tal competência exclusiva;
Diante disso, parece evidente que tais questões além de estarem presente no ensino jurídico, vão influenciar as falhas da formação de todos os operadores do direito, como funcionários, Ministério Público, juízes e advogados. Para superar tais lacunas, o autor propõe a leitura do ordenamento jurídico em conjunto com os problemas sociais, por meio do diálogo dos conhecimentos jurídicos, popular e científico, buscando uma educação jurídica intercultural, interdisciplinar e profundamente imbuída da idéia de responsabilidade cidadã.
A transformação do ensino nos cursos de Direito, ao nosso entender, é o grande pontapé da falada revolução descrita pelo autor.
4 – Comentários
A avaliação de Boaventura parece na verdade um RX do Poder Judiciário, mas já percebo uma real democratização nesse poder com a criação dos juizados especiais, também é perceptível que alguns magistrados já julgam aproximados da sociedade e não a letra fria da lei, como no caso concreto da semana 1 em que o juiz determinou a concessão gratuita de fraldas a uma doente. Na sentença o magistrado diz que apesar da lei obrigar o Estado a dar medicamentos e fraldas não serem medicamentos em defesa da dignidade da pessoa humana ele concedeu a concessão. O juiz não ficou preso à lei mas “enxergou” a necessidade social da parte autoria. Então, devagar a democratização na justiça está chegando ao povo brasileiro.
Estácio	Relatório de Atividades Estruturadas 	Página 1

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