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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SEGURANÇA, PLANEJAMENTO E RESPOSTA DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE MMAARRCCEELLOO GGAANNDDRRAA FFAALLCCOONNEE PLANO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE Brasília/DF São Paulo/SP/EAD 2018 2 M A R C EL O G A N D R A F A LC O N E 20 18 PL A N O D E EM ER G ÊN C IA E M E V EN TO S D E G R A N D E PO R TE i CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SEGURANÇA, PLANEJAMENTO E RESPOSTA DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE MMAARRCCEELLOO GGAANNDDRRAA FFAALLCCOONNEE PLANO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE ii Brasília/DF São Paulo/SP/EAD 2018 MMAARRCCEELLOO GGAANNDDRRAA FFAALLCCOONNEE PLANO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE Monografia apresentada à Faculdade UnYLeYa como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Segurança, Planejamento e Resposta de Emergência em Eventos de Grande Porte. Orientador: Marco Aurélio Nunes da Rocha iii Brasília/DF São Paulo/SP/EAD 2018 L a Falcone, Marcelo Gandra, PLANO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE, Faculdade UnYLeYa – São Paulo, SP. Brasília EAD 89f. ; A4. Trabalho de Especialização em. Faculdade UnYLeYa Orientador: Prof. Inclui bibliografia. 1. Plano de Emergência em Eventos de Grande Porte - modelo. 2. Planejamento de Eventos. 3. Eventos de Grande Porte – Plano de Emergência. 4. Planos de Emergência -Alvará de Autorização de Eventos Públicos e Temporários. 5. Plano de Emergência – Eventos. Classificação Decimal de Dewey CDD iv TERMO DE CIÊNCIA E RESPONSABILIDADE Eu, Marcelo Gandra falcone, aluno matriculado no curso de Pós-Graduação em PLANEJAMENTO E RESPOSTA DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE oferecido pela FACULDADE UNYLEYA, orientado pelo professor Marco Aurelio Nunes da Rocha, CONCORDO com este Termo de Ciência e Responsabilidade, declarando conhecimento sobre meus compromissos abaixo listados. 1. Estou ciente que a pesquisa e a escrita do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) devem necessariamente e obrigatoriamente ser acompanhadas pelo meu orientador e que o envio apenas do produto final implicará em reprovação do TCC. 2. Estou ciente de que o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) deverá versar necessariamente sobre a área de especialização cursada. 3. Estou ciente de que a existência, em meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), de trechos iguais ou parafraseados de livros, artigos ou sites da internet sem a referência da fonte é considerada plágio, podendo me levar a responder a processo criminal por violação de direitos autorais e a estar automaticamente reprovado no curso, caso não haja tempo hábil para elaborar outro trabalho de minha total autoria. 4. Estou ciente de que, se for comprovado, por meio de arguição ou outras formas, que o texto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) não foi elaborado por mim ou é igual a outro já existente, serei automaticamente reprovado no TCC, caso não haja tempo hábil para elaborar outro trabalho de minha total autoria. 5. Estou ciente de que a correção gramatical, formatação e adequação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) às normas utilizadas pela FACULDADE UNYLEYA, são de minha inteira responsabilidade , cabendo ao orientador apenas a identificação e orientação de problemas no texto relativos a estes aspectos, mas não sua correção ou alteração. 6. Estou ciente que a versão final do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) deverá ser postada no portal do aluno em local específico, após a aprovação do meu Orientador. Brasília-DF, 20 de janeiro de 2018. Professor Orientador: _______________________________________________________ v Dedico a minha Família que está sempre presente na minha vida e por acreditarem e incentivarem meus estudos. vi AGRADECIMENTOS Aos parceiros de SEGUR, por ter me dado todo o apoio e respaldo para ter chegado até aqui, e principalmente por suportarem meu mau humor todo fim de mês durante o ccurso; A minha esposa Alessandra Aparecida Vieira, pela paciência em esperar para jantar todas as segundas e quartas-feiras das 18:00 até 11 horas (horas dedicadas ao curso) e na ultima semana do mês quando tinha que entregar a ultima tarefa. Aos meus pais: Aurio Gilberto Falcone (In memoriam) e Rosa Cheganças Gandra Falcone e filhos que já viraram estrelinhas Gabriela Viera Falcone (In memoriam) e Daniel Viera Falcone (In memoriam), que foram as pessoas que me ensinaram que só com muito trabalho, vontade, honestidade, estudo e preparo e superação inclusive na dor, nos alcançamos nossos objetivos e metas; vii Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e, mesmo assim, ainda gosta de você. Kim Hubbad – In "O melhor do mau humor", coletadas por Ruy Castro, Companhia das Letras - São Paulo, 1990. viii RESUMO O trabalho tem como objetivo estudar elaborar um plano de emergência com base no dimensionamento técnico de um grande evento, uma vez que não existe um plano pronto para atender as necessidades, segurança, ou plano de emergência de um evento. Cada evento exige um planejamento próprio. Como resultado esperado do presente trabalho teremos uma propositura de um Plano de Emergência Modular para um grande evento em área fechada e descoberta sujeita a intempéries, com elementos de risco tais como acesso difícil, entradas e saídas controladas, venda de bebidas, presença de publico jovem entre outros. Palavras-Chave: Eventos – Eventos de Grande Porte, Shows, Plano de Emergência, Planejamento de eventos. ix SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS Figura 01: Publico no Show do The Killers na Chácara do Jockey ................................... xiii Figura 02: Montagens do Show do Paul McCartney – Arena Allianz Parque ................... 13 Figura 03: Montagens do Palco Central do Show U2 360º - Estádio do Morumbi ........... 21 Figura 04: Relatório do Plano de Abandono....................................................................... 18 Figura 05: Lançamento do Livro “O espetáculo mais triste da terra”................................. 19 Figura 06: “Folder/Flyer/Panfleto” da lona de Nylon que acabou pegando fogo............... 20 Figura 07: Dequinha acabou confessando ter ateado fogo na lona por vingança ao proprietário do circo............................................................................................................ 20 Figura 08: Mutirão de atendimento medico e local da tragédia.......................................... 21 Figura 09: Mutirão de atendimento medico e local da tragédia.......................................... 21 Figura 10: Mutirão de atendimento medico e local da tragédia.......................................... 21 Figura 11: Mutirão de atendimento medico e local da tragédia.......................................... 21 Figura 12: Mutirão de atendimento medico e local da tragédia.......................................... 21 Figura 13: Dr. Ivo Pitanguy conta ao 'JB' os momentos mais marcantes da tragédiano circo...................................................................................................................................... 22 Figura 14: Atendimento no reaberto Hospital Municipal Antonio Pedro – HMAP........... 23 Figura 15: Atendimento no reaberto Hospital Municipal Antonio Pedro – HMAP............ 23 Figura 16: Encaminhamento, saída do IML........................................................................ 23 Figura 17: Tragédia de Hillsborough Stadium.................................................................... 24 Figura 18: Tragédia de Hillsborough Stadium.................................................................... 24 Figura 19: Tragédia de Hillsborough Stadium.................................................................... 25 Figura 20: Tragédia de Hillsborough Stadium.................................................................... 26 Figura 21: Um documentário da BBC (de 2014) "Hillsborough - How They Buried The Truth"................................................................................................................................... 26 Figura 22: Tragédia da Boate Republica de Cromagnón..................................................... 27 Figura 23: Protesto na Praça de Maio pelas vítimas da tragédia, 9 de dezembro de 2007.. 29 Figura 24: Como foi o incêndio de santa Maria.................................................................. 31 Figura 25: Inicio do fogo em Santa Maria........................................................................... 32 Figura 26: Inicio do fogo em Santa Maria........................................................................... 32 Figura 27: Relação lotação x área segundo relatos ........................................................... 34 Figura 28: O pânico ............................................................................................................ 34 Figura 29: As saídas ............................................................................................................ 35 Figura 30: As saídas ............................................................................................................ 35 Figura 31: Encaminhamento para o banheiro ..................................................................... 36 Figura 32: Pisoteamento...................................................................................................... 37 Figura 33: Mortos por asfixia ............................................................................................. 38 Figura 34: Mortos por asfixia ............................................................................................. 38 Figura 35: Casa Noturna mais segura.................................................................................. 39 Figura 36: Buraco aberto para efetuar o resgate no banheiro. ........................................... 41 x Figura 37: Bombeiros combatem as chamas na boate Kisss 2013...................................... 44 Figura 38: Campanha de Terror Rússia 2018 ..................................................................... 56 Figura 39: Metodologia ARENA da ABIN ........................................................................ 62 Figura 40: SCI – Fonte Revista Emergência nº 103 do CBPMESP.................................... 60 Figura 41: Modelo de estrutura da Seção de Operações ..................................................... 66 Figura 42: Telefones úteis.................................................................................................... 72 Figura 43: Identificação Básica conforme Anexo 2............................................................ 73 Figura 44: Exemplo de localização feita pelo Google Maps. ............................................. 74 Figura 45: Torre de Delay .................................................................................................. 77 Figura 46: Palco Orbital e Torre de PA............................................................................... 77 Figura 47: Torre iluminação ou de PA............................................................................... 78 Figura 48: Modelo de Projeto gentilmente cedido pela Arquita Vera Lucia Nogueira....... 81 Figura 49: Distancias percorridas e rotas de acesso............................................................. 86 Figura 50: Regressão linear para quantificação de sanitários por lotação........................... 88 Figura 51: Distancias percorridas e rotas de acesso............................................................. 90 Figura 52: Profissionais praticando ato inseguro................................................................. 103 Figura 53: Croquis do Evento Lolapalooza......................................................................... 104 Figura 54: Centro de Controle Operacional do Allianz Parque em Eventos....................... 112 Figura 55: Projeto para o SMUL SEGUR e Corpo de Bombeiros...................................... 122 Figura 56: Lista de verificação visual das instalações elétricas em baixa tensão................ 125 Figura 57: Curva Isocerâunicas – Anexo B da Norma NBR 5419/2005/ABNT................. 126 Figura 58: Curva Isoceurânicas por endereço...................................................................... 126 Figura 59: Lounge de Banheiros Químicos na Formula 1................................................... 128 Figura 60: Modelo para elaboração de uma lista simples de verificação de ações e providencias ........................................................................................................................ 149 Figura 61: Queda do Palco da Banda GUNS N´ ROSES.................................................... 170 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Estratificação dos Eventos Públicos e Temporários por quantidade de pessoas .. 02 Tabela 2: Estratificação dos Eventos Públicos e Temporários pela duração......................... 02 Tabela 3: Estratificação dos Eventos Públicos e Temporários pela duração......................... 02 Tabela 4: Parte do Anexo IV da Portaria SMS G – Comurge 677/2014 .............................. 04 Tabela 5: Fonte planilha de Cálculos para dimensionamento de eventos ............................. 33 Tabela 6: Exemplo de analise de ameaças em grandes e mega eventos................................ 58 Tabela 7: Exemplo de analise de ameaça de terrorismo, vulnerabilidade e risco, no país sede, durante o Grande Evento............................................................................................... 59 Tabela 8: Níveis hierárquicos de um SCI 65 Tabela 9: Densidade de ocupação em locais de reunião 84 Tabela 10: Dimensionamento de Unidade de passsagem 85 Tabela 11: Dimensionamento de quantidade de sanitários por sexo 88 xi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AA – Auto de Autorização AAE – Alvará de Autorização de Eventos Públicos e Temporários ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas AFLR – Alvará de Funcionamento do Local de Reunião AVCB - Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros CBPMESP – Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São Paulo COE – Código de Obras e Edificações CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas FEMA: Federal Emergency Management Agency (USA); LOE: Legislação de Obras e Edificações; LPUOS – Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo NBR - Norma brasileira NR - Norma Regulamentadora NT: Norma Técnica; NTC: Norma Técnica de Concessionária; NTO: Norma Técnica Oficial (registrada na ABNT); PMSP – Prefeitura do Município de São Paulo SEGUR – Coordenadoria de Uso Especial e Segurança de Uso SEGUR 3 – Divisão Técnica de Locais de Reunião SMUL – Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento SMPR – Secretaria Municipal da Coordenação das Prefeituras Regionaisxii INDICE ANALÍTICO 1- INTRODUÇÃO................................................................................................................. 14 2 – TEMA .............................................................................................................................. 6 3 – PROBLEMA .................................................................................................................... . 6 4 – JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 6 5 – OBJETIVOS ..................................................................................................................... 6 5.1 Objetivo geral..................................................................................................................... 6 5.2.Objetivos específicos .......................................................................................................... 7 6 - METODOLOGIA ............................................................................................................. 12 7 - CAPÍTULO I...................................................................................................................... 17 7.1. ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PUBLICO .......17 7.2. ANÁLISE DE AMEAÇAS, RISCOS E VULNERABILIDADES ................................. 45 7.3. SCI (SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES) .................................................... 63 8 - CAPÍTULO II.................................................................................................................... 73 8.1 - PROJETO TECNICO DO EVENTO ............................................................................ 73 8.2 - PLANO DE ATENÇÃO MÉDICA - CALCULO DO GRAU DE RISCO.................. 98 8.3 - PLANO DE SAÚDE OCUPACIONAL....................................................................... 102 9 - CAPÍTULO III.................................................................................................................. 9.1 PLANO DE ABANDONO 9.2 PLANO DE EMERGÊNCIA CONTRA INCÊNDIO OPERACIONALIZADO POR MEMBROS DA BRIGADA DE INCÊNDIO, DE FORMA A ATENDER A NBR – 15.219 – 2005 DA ABNT................................................................................................ 107 9.3 PLANO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE........................... 113 10 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 150 11 - BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 156 APENDICES......................................................................................................................... 160 APENDICE 1 – DESCRIÇÃO DAS SITUAÇÕES DE RISCO (UMA ABORDAGEM O MAIS GENÉRICA POSSÍVEL)........................................................................................... 160 ANEXOS ............................................................................................................................ 171 ANEXO 1 - Tabela de classificação de risco conforme Capítulo III da classificação de Risco, artigo 3º, § 2º constante do Anexo IV da Portaria Nº 677/2014 – SMS / COMURGE ...... 171 ANEXO 2 – Modelo para formulário de uma solicitação identificando claramente um evento (Adaptado do modelo padrão da SMPR /SP) .........................................................................172 xiii ANEXO 3 - Atestado de estabilidade das estruturas e instalações provisórias .................... 173 ANEXO 4 - Atestado de instalações elétricas e aterramento ................................................ 174 ANEXO 5 - Atestado de sistema de proteção contra descargas atmosféricas........................175 ANEXO 6 - Atestado de geradores de energia.......................................................................176 ANEXO 7 - Atestado de equipamentos de segurança contra incêndio...................................177 ANEXO 8 - Atestado de Formação de Brigada de Incêndio .................................................178 ANEXO 9 - Relação dos brigadistas. .................................................................................... 179 ANEXO 10 - Atestado de acessibilidade das instalações e equipamentos.............................180 ANEXO 11 - Atestado de instalações de gás..........................................................................181 ANEXO 12 - Atestado de atoxidade e ignifugação de materiais de acabamento...................182 ANEXO 13 - Termo de compromisso quanto ao controle dos níveis de ruídos emitidos......183 ANEXO 14 - Termo de compromisso quanto ao atendimento de legislações diversas.........184 ANEXO 15 – Modelo para Ofícios Diversos.........................................................................185 ANEXO 16 – Alvará de Autorização do Lollapalooza..........................................................186 Figura 01 : Publico com lotação máxima na Pista VIP, no Show do The Killers na Chácara do Jockey – Pirajussara – São Paulo – SP em 21/11/2019 Fonte: Arquivos de Segur 3- Fotografado pelo Engenheiro Marcelo Gandra Falcone em 21/11/2009 em vistoria das Condições de Segurança de Uso. 1 1. INTRODUÇÃO Em nosso trabalho faremos um Estudo, com base nas normas vigentes e através de um modelo consagrado dos cinco passos apresentado no livro “A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO NO BRASIL”, coordenação de Alexandre Itiu Seito, São Paulo: Projeto Editora, 2008. em especial o capitulo XXI Processo de Elaboração de Plano de Emergência, item 4 - Metodologia para elaborar plano de emergência, da NBR 15.219 “Plano de emergência contra incêndio – Requisitos”, Rio de Janeiro, Associação Brasileira de Normas Técnicas e instrução técnica IT Nº. 16/2011, “Plano de emergência contra incêndio” do CBPMESP com introdução de Segurança patrimonial e demais requisitos de ordem publica. Nosso trabalho será feito com base uma pesquisa (REVISÃO BIBLIOGRÁFICA) e tem como objetivo principal a descrição das características de um grande evento o estabelecimento de relações entre as variáveis de risco segundo as normas aplicáveis como por exemplo: Quantidade de Sanitários; Quantificação de Suporte de atendimento médico; Tamanhos e quantidade e dimensões das saídas de emergência para percurso máximo e um tempo limite (velocidade= espaço/tempo); Lotação em função da densidade de ocupação por m²; Sanitários; Tipo e setorização do publico; Central de Comando e Controle; Inteligência; Segurança; Orientadores conforme numero de pontos de acesso; Brigada; Auditoria; Equipe de Reação/Reforço. As variáveis para definição dos tópicos serão obtidas em Normas Técnicas nacionais e estrangeiras disponibilizadas pela manual da FIFA 2006 e 2010, GREEN GUIDE, FEMA (Defesa Civil Norte Americana) e Legislação Nacional tais como a Lei 10671/03 2 conhecida como Estatuto do Torcedor que preconiza elementos tais como o artigo 16 da norma: “Art. 16. É dever da entidade responsável pela organização da competição: I - confirmar, com até quarenta e oito horas de antecedência, o horário e o local da realização das partidas em que a definição das equipes dependa de resultado anterior; II - contratar seguro de acidentes pessoais, tendo como beneficiário o torcedor portador de ingresso, válido a partir do momento em que ingressar no estádio; III – disponibilizar um médico e dois enfermeiros-padrão para cada dez mil torcedores presentes à partida; IV – disponibilizar uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à partida; V – comunicar previamente à autoridade de saúde a realização do evento.” A referencia a utilizada para elaborar o PLANO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PORTE foi obtida pelaestratificação da disponibilidade em nossos arquivos na Prefeitura Municipal de São Paulo nos últimos 3 anos acima de 500 pessoas: Tabela 1: Estratificação dos Eventos Públicos e Temporários por quantidade de pessoas. Tabela 2: Estratificação dos Eventos Públicos e Temporários por tipo de publico. Tabela 3: Estratificação dos Eventos Públicos e Temporários pela duração 3 Para escolher uma faixa de corte, vamos utilizar as linhas conforme o GPAE – Grupo de Planejamento e Ações Estratégicas para Eventos e Eventos em Massa, da Secretaria Municipal de Saúde do Município de São Paulo (SMS). Os riscos estão definidos na Portaria Nº 677/2014 – SMS / COMURGE, que estabelece as normas para a elaboração de Planos de Atenção Médica em eventos temporários públicos, privados ou mistos na Cidade de São Paulo: “[...] VI – Classificação do risco do Evento –é o conjunto de fatores e características identificados previamente ao evento, que podem interferir nas urgências e emergências. O Baixo Risco define-se como o conjunto de fatores e características que podem influenciar os agravos a saúde, em situações eventuais, não acrescentando riscos previsíveis comparados com a população não participante do evento. O Risco Especial define-se como aquele onde o conjunto de fatores e características representa o maior risco previsível. CAPÍTULO III - DA CLASSIFICAÇÃO DO RISCO Art.3º. São considerados fatores de risco para o público presente, I - Tipo do Evento II - Local do Evento III-Horário do Evento IV-Duração do Evento V-Características do Público VI- Faixa Etária VII-Número de pessoas VIII- Controle do acesso de Público IX-Acomodação X-Climatização do Ambiente XI-Acesso a líquidos XII-Consumo de álcool XIII- Probabilidade de drogas ilícitas §1 Os eventos, segundo o risco, serão classificados como Baixo, Médio, Alto, Altíssimo e Especial §2-Esta classificação está baseada na pontuação descrita no Anexo IV; 4 Tabela 4: Parte do Anexo IV da Portaria SMS G – Comurge 677/2014 §3-A Classificação do Risco indicado pela pontuação, poderá sofrer alteração, atendendo a características específicas do evento, desde que justificada tecnicamente pelo organizador e anuída pelo GPAE-EVENTOS/COMURGE[...]” Como fica claro o evento “modelo” para o estudo de caso será escolhido neste universo um evento com a maior pontuação de risco possível, conforme Anexo 1 (Segundo a NBR 14724 de dezembro de 2005, a diferença entre Anexo e Apêndice é que o Anexo é um texto ou documento não elaborado pelo autor do Trabalho Científico e o Apêndice é um texto ou documento elaborado pelo autor do Trabalho) Em analise com amparo no anexo 1 procuramos escolhes dentro do universo de eventos no período: I - Tipo do Evento : Grandes Shows Musicais = 8 pontos; II - Local do Evento : Fechado com alta densidade de Publico= 4; III- Horário do Evento: noite/madrugada = 3; IV- Duração do Evento= maior que 6 horas menor que 12 horas por dia = 4 podendo ser mais de um dia; V- Características do Público= estrelas internacionais=4: VI - Faixa Etária= jovem = 4; VII - Número de pessoas=16; VIII - Controle do acesso de Público= existente controlado=1; IX-Acomodação= em pé=4; X-Climatização do Ambiente=inexistente=4; XI - Acesso a líquidos=controlado= 1; XII - Consumo de álcool=sem controle=8; XIII - Probabilidade de drogas ilícitas=provável=4, 5 De posse deste perfil escolheremos um evento que totaliza por volta de 60 até 86 pontos, ou seja, um evento de risco médico especial, e com necessidades estruturais amplas. Enfim para estabelecer os parâmetros do Plano de emergência vamos definir um grande evento Show de Musica internacional, em local fechado e descoberto, sujeito a intempéries de publico superior a 40 mil pessoas e que já tenha ocorrido no âmbito do estado de São Paulo (Lolapalooza – Autodromo Municipal José Carlos Pace - Interlagos – São Paulo Capital de 25 e 26 de março). Reiterando, utilizaremos na analise todos os aspectos conforme a legislação vigente e iremos propor a adoção dos parâmetros de calculo para melhor atendimento as condições mínimas para a elaboração de um plano de emergência, visando proteger a vida, o meio ambiente e o patrimônio. 6 2. TEMA: Plano de Emergência em Eventos de grande porte. 3. PROBLEMA: Como estabelecer parâmetros e quantidades mínimas de recursos para obter as condições mínimas de segurança na elaboração de um plano de emergência, visando proteger a vida, o meio ambiente e o patrimônio? 4. JUSTIFICATIVA: O plano de emergência e as saídas são a base das providencias a serem projetas e implementadas, para assegurar o fluxo das pessoas e a capacidade de escoamento no caso de ocorrências. Não basta apenas um plano, é necessário ter um projeto onde às saídas de emergência e o fluxo das pessoas seja dimensionado para assegurar uma saída coordenada de tal sorte evitar a ampliação da ocorrência. Não é possível ter certeza de que um evento ocorrerá sem incidentes, mas é o dever dos profissionais, que atuam com eventos de se precaverem contra os riscos que são inerentes ao confinamento, às aglomerações de pessoas, às intempéries entre outras falhas. É fundamental seguir a risca as normas e legislações, além das boas práticas e fatores associados ás características do evento que permitam evitar, mitigar e minimizar os riscos de acidentes, bem como possibilitem agir de forma adequada caso ocorrências venham a ocorrer. 5. OBJETIVOS: 5.1. OBJETIVO GERAL: 7 A propositura tem por objetivo traçar parâmetros para elaboração de um plano de emergência e saídas de tal sorte mitigar e/ou minimizar os impactos em caso de ocorrências. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Fazer um estudo de caso de um evento de grande porte definindo formas, critérios e pontos de vista. A análise, com base em fatos e dados, legislação será utilizada para: o Definir e quantificar os recursos sanitários, recursos de segurança contra incêndio e pânico, de atendimento de primeiros socorros e remoção, equipes de segurança, orientadores, socorristas e bombeiros (brigadistas). o Evitar que os riscos identificados e classificados, caso ocorram, venham a se configurar em perdas de vida e danos ao meio ambiente e ao patrimônio das empresas e entidades envolvidas no evento. o Definir o procedimento padrão para as situações de contingências a ser desempenhado pelos membros das equipes de segurança, orientadores, socorristas e brigadistas tais como: Isolar e sinalizar o local; Comunicar o gestor e/ou a Central de Comando e Controle; Orientar e conduzir a evasão das pessoas; Preservar o local do fato; Acionar os Órgãos Públicos Orientar e conduzir as viaturas de remoção. Um Evento tem como objetivo reunir pessoas, alguns por motivos culturais, sociais, assistenciais, religiosos outros simplesmente institucionais para divulgação ou comercialização de produtos. Todos os grandes eventos precisam de instalações temporárias de acordo com suas necessidades, e sua montagem e realização movimenta uma grande quantidade de profissionais, num tempo mínimo. A montagem de um evento de grande porte muitas vezes lembra uma legião pessoas “montando desesperadamente um abrigo provisório para uma pausa na jornada sem muita 8 organização”, tal como o “exercito” do filme L'armata Brancaleone (no Brasil: O Incrível Exército de Brancaleone ), que é um filme italiano de 1966, do gênero comédia, dirigido por Mario Monicelli que retrata um grupo de de medievais que roubam de um cavaleiro o título de um castelo, situado no feudo de Aurocastro. Mas para se apossarem do feudo, eles necessitam de um cavaleiro, e acabam por encontrar Brancaleone da Nórcia. Brancaleone simboliza um líder semo miníno de senso critico e administrativo que acredita que a liderança esta centrada apenas no objetivo e na motivação, é bem-intencionado porém total desorganizado e sem planejamento. Em sua jornada para tomar posse do feudo de Aurocastro, objetivo do qual pela falta de planejamento é desviado em diversas oportunidades demonstrando que nem só de boa vontade uma equipe sobrevive e atinge seus objetivos com eficiência e eficácia. Um grande evento sem o devido planejamento se assemelha mais ou menos aos pioneiros da construção de Brasília contratados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Os chamados “Candagos” que começaram a chegar em 1957 ao local da futura capital do Brasil. Estes trabalhadores se assemelhavam a uma massa humana de diferentes origens e características sociais, que vinham atraídos pela possibilidade de um novo começo e novas oportunidades. Saíam da terra natal com uma mala e pouquíssimo dinheiro — às vezes nem isso, só com a roupa do corpo — e lotavam a carroceria dos caminhões para viajar 45 dias em estradas precárias, de terra batida, até o local demarcado para a construção de Brasília, onde só havia mato e poeira. No Estado de São Paulo, a verificação nos eventos realizados em bens de uso comum do povo (vias públicas, praças, etc.), a atribuição para apuração das condições de segurança é da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo. Podemos citar como exemplos os comícios, apresentações musicais gratuitas, blocos de carnaval, reuniões de grupos religiosos, dentre outros. Para a utilização de bens de uso comum, apenas se admitem regulamentações gerais de ordem pública, preservadoras da segurança, da higiene, da saúde, sem particularizações de pessoas ou categorias sociais (artigo 99, inciso I, do Código Civil). Para eventos em que ocorre a cobrança de ingressos, formando-se a relação de consumo, há evidente interesse na área dos Direitos do Consumidor, principalmente em relação aos riscos à integridade física dos frequentadores. Existe a possibilidade de responsabilização civil da entidade organizadora do evento, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, já que a 9 proteção da vida, saúde e segurança é direito fundamental do consumidor, nos termos do art. 6º e 8º do Código de Defesa do Consumidor. Independente do local de realização do evento, em local publico ou privado, há necessidade de normatização pelo Município sobre as condições de uso e ocupação do solo além da fiscalização. Quanto a Segurança Pública sabemos que se trata de dever do Estado, porém é um direito e responsabilidade de todos, e deve ser exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Cada órgão público tem sua função especifica: I - Polícia federal; II - Polícia Rodoviária Federal; III - Polícia Ferroviária Federal; IV - Polícia Civil; V - Polícias Militares; VI - Corpos de Bombeiros Militares e Defesa Civil; VII- Guardas Civis; VIII- SUS/SAMU; IX - Empresas Publicas de prestação de Serviços Públicos tais como Companhias de Transito, Companhia de Limpeza Urbana, Cias de Iluminação Publica, entre outras. Como a prioridade do planejamento de eventos deve ser a Prevenção, Combate a Incêndios, Controle de Pânico e Salvamento e dever do realizador do evento avisar e trabalhar em conjunto conjunta com estes órgãos públicos e autarquias, pois em caso de atendimento de emergência, pois em face de eventualidade, temporalidade desta forma de uso e ocupação do solo os parâmetros de incomodidade e a resposta do atendimento em Emergências e Desastres não fazem parte da infra-estrutura padrão e planejamento da localidade e dos órgãos públicos supra citados. A falta de comunicação e trabalho em conjunto leva na prática a percalços e fatos não desejáveis: É comum que às vésperas da realização de um evento na sua Comarca, o Promotor de Justiça receba um representante da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, ou popular, informando as irregularidades no evento, principalmente a falta de Alvará da Prefeitura ou Vistoria do Corpo de Bombeiros. Ou ainda, há a informação de 10 que o Corpo de Bombeiros ou a Policia Militar fez uma vistoria e constatou irregularidades. Quando o evento não possui os requisitos básicos indispensáveis para sua realização com segurança e o tempo é exíguo, a medida adequada é a propositura urgente de ação civil pública com pedido de liminar pleiteando a suspensão de sua realização, ao menos até o cumprimento das obrigações de fazer relativas aos itens de segurança (obtenção de auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, alvará de funcionamento, atendimento a irregularidades já constatadas, p. ex.). Agravamento de incidentes que poderiam ter sido evitados ou ter seus efeitos minimizados Reclamações/Ocorrência de incomodidade ou de outras natureza de ordem publica que poderiam ter sido eliminadas ou mitigadas. Isto posto, este trabalho tenta orientar responsáveis e produtores de eventos da necessidade de um planejamento esmerado que integra todos os agentes e cenários de um grande evento principalmente os órgãos públicos: ”Um evento pode demorar anos para ser realizado, às vezes décadas, dias para ser montado e minutos para ser realizado e em caso de incidentes segundos para ser desmoralizado. Como o evento é um momento único, não da para voltar ou arrumar para a próxima seção, cada evento é um evento mesmo sendo o mesmo objeto, enfim o evento é o momento definido dentro daquele período para um determinado local, publico e circunstâncias”. Claro que incidentes em eventos podem ocorrer, porém eles se não forem previstos e não existir meio de mitigar, com certeza toda aquela preparação vai cair por terra e a ocorrência irá manchar ou destruir a imagem do evento e das empresas organizadoras, assim como os promotores e patrocinadores, enfim todas as empresas e marcas envolvidas, além do prejuízo financeiro. Já vimos casos de eventos serem desmoralizados ou deixarem de ter apreço do publico pelo simples preço da pipoca. Não existe um plano pronto para atender as necessidades, segurança, ou plano de emergência de um evento. Cada evento exige um planejamento próprio. A empresa produtora do evento, contrata outras empresas (terceirizadas) para construir o projeto idealizado, para gerenciar e se responsabilizar tecnicamente, a qual aprova o evento 11 nos órgãos públicos competentes, também respondendo pela Gestão do projeto e Segurança do Trabalho. Como foi dito as instalações são temporárias acontecem num curto prazo de tempo, dificultando o planejamento de sua montagem. As empresas contratadas são inúmeras e terceirizadas. Assim como o publico por mais habitual que seja nunca será integralmente o mesmo. Não existe repetibilidade e habitualidade no planejamento de eventos, pois cada evento é um momento único (o tempo não volta). O planejamento além de projeto engloba um conjunto de diretrizes que influenciam diretamente o modo como os recursos humanos, técnicos e organizacionais serão utilizados. As providências e recursos que serão adotados para garantir que o evento transcorra com um mínimo de incidentes. Definir as diretrizes e o plano de segurança tarefa do organizador do evento, pois é a ele que cabe formalizar como o evento deverá funcionar e quais serão as prioridades e linhas gerais do produto final a ser entregue para o publico. A política pode variar muito em função do tipo e local do evento, perfil do público, condições de realização e, principalmente, a cultura do patrocinador e/ou promotor e/ou organizador de evento. Seguem alguns exemplos: controle de acesso ao evento, rigor de revista na entrada e amplitude de abrangência, rigor na prevenção de incêndios, combate a furtos, combateà ação de cambistas (se houver), tratamento do público e patrocinadores, estacionamento, bolsões de táxis, transporte publico, transporte por aplicativos) proteção no percurso do estacionamento ao local do evento, controle do fluxo de entrada do público, entre outros. Por fim, não existe formula mágica para planejar eventos. Em virtude do caráter imediato e transitório dos eventos e a celeridade de analise e implantação de todos os recursos a serem empregados e a multiplicidade de fornecedores, rotatividade de mão de obra e as vezes até mesmo profissionais utilizados na organização, montagem, limpeza e orientação e um evento que as vezes são funcionários contratados por tarefa. Sem registrado, que as vezes nem passam por exames médicos, ou possuem o mínimo de escolaridade, a multiplicidade de vetores envolvidos, até mesmo climáticos implicam em um poder de organização muito grande para poder obter resultados satisfatórios.. 12 6. METODOLOGIA Foram encontrados na literatura diversos estudos que tratam de Planos de Abandono e Planos de Emergência, porém com foco em atendimento a Legislação de Bombeiros ou de Para- Polícia (Segurança Privada), que procura atender principalmente a segurança e a ordem publica principalmente em lugares privados e fechados principalmente em edifícios acima de 9 metros e 750 m², conforme atribuição constitucional dos mesmos com fulcro no artigo 144 da CF. As normas de referencia mais comuns na área são a NBR 15219 – “Plano de emergência contra incêndio – Requisitos”, Rio de Janeiro, Associação Brasileira de Normas Técnicas, instrução técnica IT Nº. 16/2011, Plano de emergência contra incêndio e o livro “ A segurança CONTRA INCÊNDIO NO BRASIL”, de Alexandre Itiu Seito, Alfonso Antonio Gill, Fabio Domingos Pannoni, Rosaria Ono, Silvio Bento da Silva, Ualfrido Del Carlo e Valdir Pignatta e Silva, coordenação de Alexandre Itiu Seito, São Paulo: Projeto Editora, 2008. em especial o capitulo XXI Processo de Elaboração de Plano de Emergência. De acordo com a instrução técnica IT Nº. 03/2011 do CBPMESP –“Terminologia de segurança contra incêndio” item 4.494: “Plano de emergência: documento estabelecido em função dos riscos da edificação que encerra um conjunto de ações e procedimentos a serem adotados, visando à proteção da vida, do meio ambiente e do patrimônio, bem como a redução das conseqüências de sinistros” . Segundo o Cel. Res. PM Alfonso Antonio Gill e o Major PM Omar Lima Leal em “A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO NO BRASIL”, [coordenação de Alexandre Itiu Seito, São Paulo: Projeto Editora, 2008 pagina 311], No Brasil ainda há poucos bancos de dados sobre acidentes que forneçam conteúdos suficientes para permitir diagnósticos mais aprofundados sobre emergências em geral e incêndios em particular. Os levantamentos estatísticos sobre acidentes normalmente são feitos pelo corpo de bombeiros dos Estados e do Distrito Federal. Face a limitação dos dados disponíveis os autores optaram em propor processo de elaboração de um plano de emergência, na forma de um manual pratico mais voltados para as emergências limitadas à edificação de origem e seu espaço contíguo e os acidentes industriais ampliados. Porém verificamos que os grandes eventos e massa normalmente ocorrem em locais abertos ou fechados, descobertos públicos ou privados tais como edificações ou suas áreas externas, ainda que descobertas e abertas, tais como jardins, áreas de lazer e recreação, pátios de estacionamento, áreas externas em clubes de campo, áreas para a prática de atividades físicas, 13 esportivas e similares; terrenos vagos, terrenos não-edificados e edificações inacabadas; logradouros públicos, tais como ruas, praças, viadutos e parques. Neste trabalho entende-se por evento público e temporário aquele dirigido ao público, com ou sem a venda de ingressos, realizado em período restrito de tempo ou com prazo determinado de duração conforme definições do Decreto 49.969/08 do Município de São Paulo em seu artigo 5º. Conforme afirmam ANSELL e WHARTON, o risco é uma característica inevitável da existência humana. Nem o homem, nem as organizações e sociedade aos quais pertences podem sobreviver por um longo período sem a existência de tarefas perigosas. Para EWALD, François, um acidente possui duas características marcantes e que devem ser analisadas: o Previsibilidade, calculabilidade seria a sua primeira característica, onde há uma objetividade que escapa à prudência, ao cuidado de vigilância individual; o O segundo elemento característico é que o acidente é produto da ação coletiva, da sociedade de massa. Assim, o acidente de trânsito pode ser responsabilidade do condutor, por uma falha ou um erro, mas também pode ser explicado e justificado em grande parte pelo aumento significativo e sem a devida estrutura das cidades para a grande circulação de veículos nas ruas. Apresentando uma visão holística, em que todos os fatos são interdependentes. Os grandes eventos a principio deveriam ser ambiente para relaxar com seus amigos e se divertir. Porém, quando as coisas saem do planejado, seja por falta de organização, segurança ou pensar em todas as possibilidades para que o público fique seguro, acidentes e até mortes podem acontecer. Para evitar isso, é necessário ter conhecimento de planejamento e implantação onde deve ser abordada gestão de crises, segurança do público, posicionamento de palco e setores, instalações e muito mais. Podemos citar alguns exemplos notáveis de ocorrências em eventos de grande porte tais como: 1) Trágico acidente no show dos Raimundos, no dia 8 de novembro de 1997, em um clube de Santos, quando mais de 60 pessoas ficaram feridas e oito delas perderam a vida por causa do desabamento dos corrimões da escada de acesso ao palco. 14 2) Durante o The Who Tour em Ohio, EUA (1979), 7.000 pessoas aguardavam do lado de fora do local do show, e após ouvir a passagem de som e a confundirem com o início do show. A falta de segurança de público e planejamento e o desespero e correria dos fãs fez com que sete pessoas acabassem falecendo após serem pisoteados e mais 26 ficassem feridos. 3) Tragédia na apresentação dos “Rebeldes” (grupo mexicano RDB), ocorrida no dia 4 de fevereiro de 2006, no estacionamento de um shopping center, em São Paulo, quando morreram três jovens e mais de 40 sofreram ferimentos graves, em razão da queda de um alambrado, quando a banda entrou no palco. 4) Rodeio de Jaguariúna 2009 – ou Festa de peão de Jaguariúna – um acidente que ocorreu na entrada, no momento que foi aberto o portão de entrada. Assim que abriu o portão para o show de João Bosco e Vinícius, muita gente começou a correr – provavelmente pra tentar pegar um melhor lugar. Quatro pessoas morreram e 50 ficaram feridas por causa disso. 5) Madrugada de domingo, 22 de novembro de 2009 , quando o eletrizante Chiclete com Banana animava a “Micareta do Vale”, em São José dos Campos, o camarote onde os foliões estavam dançou literalmente. Motivo: “desajuste do solo molhado”, dizem as primeiras investigações. E cerca de 60 pessoas feridas foi o saldo da insegurança produzida pelos organizadores do evento. 6) Durante a apresentação do Pearl Jam, no Roskilde Festival na Dinamarca em 2000, milhares de fãs se amontoaram para chegar o mais perto possível do palco. A banda percebeu a confusão um pouco tarde, e mesmo com pedidos para que os fãs dessem alguns passos para trás, os pisoteamentos e pessoas presas contra a grade causaram a morte de 9 pessoas, além de muitos feridos. 7) No festival de música eletrônica Love Parade, na Alemanha em 2010 aconteceu um acidente de controle de massas que fez com que o festival se encerrasse após o episódio. Com capacidade para apenas 250 mil pessoas, a popularidade do evento fez com que um milhão de espectadores aparecessepara o festival. A falta de planejamento de acessos e segurança fez com que os fãs invadissem o local, causando a morte de 21 pessoas e mais de 500 feridos 15 8) Show musical, Pukkelpop Festival na Bélgica em 2011, onde uma tempestade sem precedentes atingiu o local durante o show da banda Skunk Anansie. A área de acampamento ficou completamente alagada, e os fortes ventos acabaram derrubando o palco principal, causando a morte de cinco pessoas e uma centena de feridos. 9) Em 2017, um show de rock terminou em tragédia na Argentina. Duas pessoas morreram pisoteadas e 12 ficaram feridas durante uma apresentação do cantor Indio Solari, ex-vocalista da banda "Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota". Entre 350 mil e 550 mil pessoas compareceram ao show, em uma área privada ao ar livre na cidade que fica a 300 quilômetros de Buenos Aires. De acordo com as autoridades, havia superlotação, já que o espaço comportava apenas 200 mil pessoas 10) O mundo dos eventos registra ainda uma tragédia diferente: Feira Mundial de 1893, em Chicago, também conhecida como a Exposição Universal, foi um marco na história tanto da cidade quanto do mundo, levando as ideologias, invenções e projetos futuristas para o público, que estava encantado com o evento. A feira atraiu 27 milhões de visitantes ao longo de seis meses. Em um único dia, 716.881 pessoas compareceram para conferir as homenagens ao aniversário de Grande Incêndio de Chicago, que havia acontecido em 1871, estabelecendo um recorde mundial de público. No entanto, o grande evento também trouxe algo a mais para a cidade: uma grave epidemia de varíola. Os imigrantes europeus que construíram a feira viviam em condições deploráveis, sendo que trinta trabalhadores morreram durante a construção e mais 5.919 casos chegaram ao departamento médico da exposição. A cidade de Chicago não realizava um programa de vacinação contra a varíola por uma década e os acampamentos dos trabalhadores tornaram-se um terreno fértil para a doença. Os casos subiram em agosto e tudo se transformou em uma enorme epidemia em novembro. O surto matou 1.213 pessoas. De acordo com Anita Pires, Presidente da ABEOC Brasil Associação Brasileira de Empresas de Eventos, no prefacio da Cartilha “Evento Seguro - Orientações sobre segurança em eventos”, um Evento tem como objetivo reunir pessoas, alguns por motivos culturais, sociais, para divulgação ou comercialização de produtos. Todos os Eventos precisam de instalações temporárias de acordo com suas necessidades, e sua montagem e realização movimenta uma grande quantidade de profissionais, num curto espaço de tempo. A Empresa Produtora do Evento, contrata outras empresas (terceirizadas) para construir o projeto idealizado, para 16 gerenciar e se responsabilizar tecnicamente, a qual aprova o evento nos órgãos públicos competentes, também respondendo pela Gestão do projeto e Segurança do Trabalho, enfim [Cartilha ABEOC folhas 7 e 8]: A qualidade da segurança é fator crítico para o sucesso de um evento, por isso, de nada adianta planejar impecavelmente uma recepção empresarial, se o controle de acesso não for capaz de barrar a entrada de intrusos que tomam o lugar dos convidados. Pouco importará que um Evento tenha sofisticados recursos de som e imagem, se um princípio de incêndio ocorrer, provocando um tumulto que deixe dezenas de pessoas feridas ou até mortas. A caríssima exposição de arte promovida por uma empresa não será notícia no caderno de cultura dos jornais, e sim no de polícia, se falhas na vigilância facilitarem o roubo ou furto de obras expostas. Não se espera que os profissionais que organizam eventos saibam fazer sua segurança. Mas se espera que saibam avaliar corretamente os planos de segurança, destinados a proteger a vida de pessoas, a imagem de empresas e a integridade dos bens envolvidos nos eventos. A proposta da cartilha é simples e objetiva: O que não podemos esquecer e o que devemos fazer no quesito Segurança, quando estivermos fazendo um evento! Figura 3 - Montagens do Palco Central do Show U2 360º - Estádio do Morumbi Fonte: Arquivos de SMUL/Segur 3 PMSP- Engenheiro Marcelo Gandra Falcone em 07/02/2011 em vistoria prévia das Condições de Segurança de Uso em Evento de Grande Publico. 17 7. CAPITULO 1. 7.1. ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA EM EVENTOS DE GRANDE PUBLICO Durante o estudo acerca do atendimento de emergência em eventos de grande publico, ou em locais de reunião, onde normalmente a densidade de ocupação do espaço físico é muito grande (geralmente algo em torno de 2,5 pessoas por m²), dificultando a mobilidade e realçando as reações grupais (comportamento de massa), atender às necessidades de saúde e segurança relacionadas risco visa minimizar os riscos de agravos durante durante possíveis incidentes neste tipo de uso. Visando minimizar as conseqüências acreditamos que os estudos, novos regramentos visam ampliar e melhorar os serviços de urgência e emergência e de assistência hospitalar. Temos algumas atitudes que minimizar que ajudam implantar serviço de resposta rápida a agravos relacionados ao evento: Isolar e sinalizar o local; Comunicar o gestor e/ou a Central de Comando e Controle; Orientar e conduzir a evasão das pessoas; Preservar o local do fato; Acionar os Órgãos Públicos Orientar e conduzir as viaturas de remoção. Acionar os sistemas integrados de Comando de Sistema de Incidentes (ICS) para eventos que o exijam, bem como da interação com os serviços hospitalares. Gerir o recursos de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em conjunto com o os pronto socorros dos hospitais habilitados. Porém para as atitudes acima darem certo é necessário a existência do treinamento, conhecimento, infra-estrutura implantada e implementada, necessidade de protocolos organizados, ampliar e melhorar serviços de vigilância sanitária, de laboratório, de Saúde Pública, de gestão em segurança pública e privada da informação em saúde e de vigilância à saúde, implantar a gestão integrada da saúde para os grandes eventos alem dos sistemas de 18 policia existente e principalmente investir em educação e cultura de preventiva de massa, ou seja, treinar a população para este tipo de ação integrada e como se comportar em casos de tragédias. Crianças em paises com cultura de prevenção começam a treinar abandono e comportamento em situação de risco no jardim de infância, na mais tenra idade. Concluindo as ações para eliminação os riscos de pânico e a vida na realização de grandes eventos ou nos locais de reunião, devem ser contemplado por educação, treinamento e nas etapas de planejamento e gestão das ações especificas, especialmente no que diz respeito à gestão de emergências, evitando que incidentes sejam amplificados de tal sorte se transformem em grandes tragédias como as que veremos nos itens abaixo. São alguns exemplos de tragédias e como foi feito o atendimento a emergência e como foi dada a resposta a sociedade. Figura 4 : Colegio Estadual Prof. "Segismundo Antunes Netto" Ens. Fundamental, Médio Estado do Paraná - Relatório do Plano de Abandono. Para maiores informações Clique aqui: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact =8&ved=0ahUKEwjx5cfVkM7WAhWBgpAKHcZ7A- YQjhwIBQ&url=http%3A%2F%2Fwww.sqcsegismundo.seed.pr.gov.br%2F&psig=AOvVaw 2wnBg_sRNjCVpsts-qInAp&ust=1506902736448443 19 7.1.1 O GRAN CIRCUS NORTE-AMERICANO – 1962 – NITERÓI/RJ De acordo com “O Jornal do Brasil” em 17/12/2011 apresentou em sua versão eletrônica sobre o Incêndio no Gran Circo em Niterói que completava a época 50 anos. A matéria de Luisa Bustamante procura relembrar a tragédia de 17 de dezembro de 1961, onde mais de 500 pessoas morreram na maior tragédia circense da história. De acordo com a matéria a históriadetalhada do incêndio do Gran Circo é narrada nas páginas do livro “O espetáculo mais triste da história”, do jornalista Mauro Ventura, pela editora Companhia das Letras, 2011. Figura 5 : Lançamento do Livro “O espetáculo mais triste da terra”. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact =8&ved=0ahUKEwjB9aXNqM7WAhUDC5AKHdJcA10QjhwIBQ&url=http%3A%2F%2Fb logues.publico.pt%2Fciberescritas%2F2011%2F12%2F06%2Flancamento-do-livro-de- mauro-ventura-hoje-no-rio-de janeiro%2F&psig=AOvVaw34Of2sPtJFXYq7Q8R459wP&ust=1506909253646976 Conta o autor do livro supra que no dia 15 de dezembro de 1961, foi a estréia em Niterói do Gran Circus. Era o maior e mais completo circo da América Latina com cerca de sessenta artistas, vinte empregados e 150 animais. O proprietário do circo, Danilo Stevanovich, havia comprado uma lona nova, que pesava seis toneladas e seria de náilon – detalhe que fazia parte da propaganda do circo. O Norte-Americano chegou a Niterói uma semana antes da estréia e foi instalado na Praça Expedicionário, centro da cidade. Para que a montagem do circo acontecesse, foi necessária a contratação de trabalhadores provisórios. 20 Figura 6 – “Folder/Flyer/Panfleto” com referencia a lona de Nylon que acabou pegando fogo Fonte Jornal do Brasil: Mais informações leia em : http://www.jb.com.br/media/fotos/2011/12/16/627w/cartaz-do-gran-circo-anunciava-sua- chegada-na-cidade-de-niteroi-no-rio.jpg Diversas pessoas foram contratadas, um deles chamado Adilson Marcelino Alves, o “Dequinha”, possuía problemas mentais e tinha antecedentes de furto. Ficou trabalhando dois dias e foi demitido pelo proprietário Danilo Stevanovich no terceiro dia. No dia 17, Dequinha se reuniu com amigos para montar um plano e colocar fogo no circo. Durante o espetáculo, o circo foi devorado pelo fogo gerando 238 mortes, mas, minutos depois já se computava 260 mortes, dois dias depois passava dos 300, e semanas depois chegava próximo a 400 mortos. O número de crianças mortas chamou muita atenção, visto ser uma das únicas diversões que acontecia na cidade. Ainda houveram muitos feridos e sobreviventes que tiveram sequelas físicas e psíquicas da luta direta contra o fogo. Figura 7 : Dequinha acabou confessando ter ateado fogo na lona por vingança ao proprietário do circo. Fonte Jornal do Brasil: Mais informações leia em : http://www.jb.com.br/media/fotos/2011/12/16/627w/cartaz-do-gran-circo-anunciava-sua- chegada-na-cidade-de-niteroi-no-rio.jpg O atendimento às vítimas foi rápido, pois o quartel de bombeiros situava-se bem próximo, porém, devido ao grande número de vítimas, eles contaram com ajuda de populares, enrolando com cobertores corpos em chamas. Alguns ilesos buscavam familiares para ajudar e carros particulares conduziam vítimas ao atendimento médico local. Não havia planejamento e um plano formal para atendimento de desastres, que ocorreu literalmente em forma de “mutirão”. 21 Figuras 8, 9, 10, 11 e 12 – Mutirão de atendimento medico e local da tragédia. Fonte Jornal do Brasil: Mais informações leia em : http://www.jb.com.br/media/fotos/2011/12/16/627w/cartaz-do-gran-circo-anunciava-sua- chegada-na-cidade-de-niteroi-no-rio.jpg 22 Diversos médicos de Niterói foram acionados pelo cirurgião Ivo Pitanguy, que foi um dos que inicialmente realizou a triagem das vítimas. Quando houve o incêndio, o cirurgião plástico Ivo Pitanguy trabalhava como professor na PUC, e ainda não tinha inaugurado a famosa clínica na rua Dona Mariana, em Botafogo. No dia, conta ao JB, ele seguia para a Santa Casa da Misericórdia quando ouviu, pela rádio, o anúncio de que o circo pegava fogo. Pitanguy seguiu para o Iate Clube do Rio e, a bordo da sua lancha particular, atravessou a Baía de Guanabara para se juntar ao mutirão que procurava ajudar as vítimas. “Cheguei com uma equipe em pleno momento de comoção. Havia muita gente querendo ajudar, mas também uma enorme desorganização”, lembra o médico. “Lembro de um caso muito heróico de um menino que tinha se salvado e voltou para debaixo da lona para buscar o seu amigo. O que era mais dramático é que eram muitas crianças, e ao lado delas, seus amigos, de modo que devia haver ali pelo menos 500 delas”. Figura 13 : Dr. Ivo Pitanguy conta ao 'JB' os momentos mais marcantes da tragédia no circo OBS: Pitanguy relembra os momentos mais marcantes do incêndio no Gran Circo: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/12/17/ivo-pitanguy-relembra-os-momentos-mais- marcantes-do-incendio-no-gran-circo/ Ver também Vídeo com o depoimento: https://youtu.be/Uvj6qG06BJM A maioria dos feridos eram crianças chegando a ter 70% do corpo queimado. Em virtude da dificuldade de leitos hospitalares, somente os gravemente feridos eram internados, os outros recebiam atendimento de emergência com acompanhamento ambulatorial. A equipe de atendimento organizou um centro de atendimento de emergência e triagem, reabrindo o Hospital Municipal Antonio Pedro – HMAP, que havia sido fechado meses anteriores. 23 Figuras 14 / 15 – Atendimento no reaberto Hospital Municipal Antonio Pedro – HMAP. Fonte Jornal do Brasil: Mais informações leia em : http://www.jb.com.br/media/fotos/2011/12/16/627w/cartaz-do-gran-circo-anunciava-sua- chegada-na-cidade-de-niteroi-no-rio.jpg Havia profissionais capacitados para tratar os queimados, mas não para o tamanho da tragédia. Voluntários doavam sangue, medicamentos e alimentos ao Hospital Universitário, que não estava preparado para um grande número como este. A cidade estava encoberta pela fumaça, gritos e um grande cheiro de carne queimada. Devido ao elevado número de mortos, o Instituto Médico Legal – IML necessitou de câmaras frigoríficas para armazenar os corpos. Figuras 16 – Encaminhamento, saída do IML. Fonte Jornal do Brasil: Mais informações leia em : http://www.jb.com.br/media/fotos/2011/12/16/627w/cartaz-do-gran-circo-anunciava-sua- chegada-na-cidade-de-niteroi-no-rio.jpg 24 7.1.2. HILLSBOROUGH STADIUM – 1989 – INGLATERRA Incidente que ocorreu no dia 15 de abril de 1989 no Estádio de Hillsborough, em Sheffield (Inglaterra) entre o jogo do Liverpool e do Nottingham Forest, em disputa das semifinais da Taça da Inglaterra. No decorrer da partida, houve uma avalanche de pessoas provocada pela superlotação, fazendo com que 96 fossem pisoteados e mortos e 766 ficassem feridos. Figuras 17 e 18: Tragédia de Hillsborough Stadium. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=hillsborough+tragedia&client=firefox- b&dcr=0&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjIi4XL6YDZAhXMEJAK HTDGBPYQiR4IhwE&biw=1440&bih=799 em internet em 30/01/18. As principais causas da tragédia apontadas após a investigação ocorreu por superlotação do estádio, seu estado de conservação e pelo não cumprimento das normas de segurança. Os policiais tomados por um pensamento duvidoso e acreditando em um comportamento de 25 vândalos e não de tragédia impediu o acesso das ambulâncias e dos médicos ao gramado para socorrer os feridos. No momento em que as grades foram derrubadas os policiais avançaram em cima dos torcedores com cães, a fim de conter a invasão, enquanto pessoas foram esmagadas umas sob as outras nas grades. Havia somente uma ambulância dentro do estádio e outras 42 do lado de fora com a informação de que estava havendo uma “batalha campal”. Enquanto isso, alguns torcedores improvisaram macas para realizar os primeiros-socorros, visto o grande número de feridos. Figuras 19: Tragédia de Hillsborough Stadium. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=hillsborough+tragedia&client=firefox- b&dcr=0&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjIi4XL6YDZAhXMEJAK HTDGBPYQiR4IhwE&biw=1440&bih=799 Houve uma grande falha de liderança e coordenação para atendimento das vitimas, visto que o plano deincidentes não foi corretamente acionado. A comunicação dos serviços de emergência foi mal-executada e imprecisa, levando ao atraso e à lentidão para perceber que a tragédia estava acontecendo. Oficiais da Ambulance Service, preparados para grandes incidentes, eram os que estavam lentos a fim de se atentarem para o desastre. Equipe médica e oficiais sêniores das ambulâncias demoraram a ser acionados, falhando o plano de emergência e a organização médica. Apesar da falta de direção, muitos oficiais da equipe júnior da ambulância e da polícia tentaram reanimar vítimas e transferi-las para o ponto de recepção de vítimas designadas no 26 ginásio. Eles foram auxiliados pelos esforços de muitos fãs, alguns dos quais ficaram feridos. Médicos e enfermeiros entre os fãs fizeram uma contribuição para a reanimação. Não houve avaliação sistemática (triagem) de prioridades para o tratamento ou a remoção para o hospital. Figuras 20: Tragédia de Hillsborough Stadium. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=hillsborough+tragedia&client=firefox- b&dcr=0&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjIi4XL6YDZAhXMEJAK HTDGBPYQiR4IhwE&biw=1440&bih=799 Equipamentos básicos e indispensáveis não estavam disponíveis, como vias respiratórias, material de sucção entre outros. Embora estes materiais estivessem em ambulâncias de linha de frentes, estas se encontravam fora do estádio, sem saber o que estava acontecendo no seu interior. Figura 21 - Um documentário da BBC (de 2014) "Hillsborough - How They Buried The Truth":Ver video You tube URL: https://youtu.be/MNS26Oj9B4o 27 7.1.3. REPÚBLICA CROMAGNÓN – 2004 – BUENOS AIRES Na noite de 30 de dezembro de 2004, a discoteca República Cromagnón, de Buenos Aires, foi o cenário da maior tragédia não-natural da história da Argentina. Um incêndio com características similares à tragédia de Santa Maria - provocado por um sinalizador disparado por um frequentador dentro da casa de shows - provocou a morte de 194 pessoas, a maior parte delas asfixiada e iniciou mais ou menos às 22 horas e 50 minutos, depois que alguém acendeu um elemento de pirotecnia, cujos projeteis incandescentes entraram em contato com a decoração do teto, que era feita de placas de poliuretano. Ao entrar em combustão a “meia sombra” contaminou o ar com gases nocivos, intoxicando mais de cem jovens que se encontravam ali. Figura 22 – Tragédia da Boate Republica de Cromagnón – Fonte: https://www.google.com.br/search?client=firefoxb&dcr=0&biw=1440&bih=799&tbm=isch& sa=1&ei=rf1wWpXoJ4eowATW2pqADA&q=Rep%C3%BAblica+Cromagn%C3%B3n+%E 2%80%93+2004+%E2%80%93+Buenos+Aires&oq=Rep%C3%BAblica+Cromagn%C3%B3 n+%E2%80%93+2004+%E2%80%93+Buenos+Aires&gs_l=psyab.3...395371.396090.0.396 979.1.1.0.0.0.0.103.103.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.0.0....0.PH6crAyv-RQ A dinâmica, causas e o socorro são similares a outros incêndios e quase uma premonição do incêndio da Boate Kiss de Santa Maria que iremos estudar de forma mais detalhada no item 7.1.4 desta Monografia. O caso da República Cromañón carrega várias semelhanças com o de 28 Santa Maria. O fogo começou após o uso de fogos de artifício, durante o show de uma banda. O local tinha seis portas, mas quatro estavam fechadas para que as pessoas não saíssem sem pagar. A maioria das vítimas morreu por asfixia, devido a inalação de gases tóxicos. Ao perceber o incêndio os presentes no local começaram a evacuar o lugar. Entretanto, esta evacuação não se realizou de forma adequada por diversos motivos: a quantidade de pessoas que estavam dentro da discoteca era maior que a capacidade estipulada; uma das saídas se encontrava fechada com um cadeado e fios; os gases tóxicos produzidos pelos materiais inflamáveis asfixiaram rapidamente as pessoas; e a queda de energia elétrica produzida pelo incêndio. Muitos dos que conseguiram sair do lugar retornaram para resgatar as pessoas que ainda se encontravam no interior do edifício. Apesar dos esforços, durante o incêndio e nos dias subsequentes à tragédia morreram 194 pessoas e ao menos 1432 ficaram feridas, inclusive familiares de integrantes da banda. Faleceram várias crianças e muitos meios de comunicação declararam que havia uma espécie de berçário ou creche para crianças – onde as mães deixavam seus filhos para assistirem ao show – no banheiro feminino, o que foi desmentido pelas testemunhas. Quase todas as mortes foram resultantes da inalação de diferentes gases (principalmente monóxido de carbono e ácido cianídrico). Durante a operação de socorro participaram 46 ambulâncias, encarregadas de transportar as vítimas até algum dos 24 hospitais públicos ou 11 clínicas privadas. As pessoas contratadas pelos organizadores para efetuar os primeiros auxílios não contavam com o treinamento requerido já que foram contratados outros profissionais para diminuir os custos. A tragédia teve impacto político e cultural. O prefeito de Buenos Aires na época do incêndio, Aníbal Ibarra, foi alvo de um processo de impeachment e destituído dois anos depois. Ele foi acusado de não ter feito a fiscalização. A carreira política de Ibarra, que despontava como líder progressista, implodiu. À época cotado para uma eventual sucessão presidencial, é hoje deputado estadual. 29 Os parentes, durante meia década, realizaram frequentes marchas para exigir justiça. A vida noturna portenha sofreu uma drástica guinada, já que várias discotecas foram fechadas pela fiscalização municipal. Figura 23: Protesto na Praça de Maio pelas vítimas da tragédia, em 9 de dezembro de 2007. https://www.google.com.br/search?client=firefoxb&dcr=0&biw=1440&bih=799&tbm=isch& sa=1&ei=rf1wWpXoJ4eowATW2pqADA&q=Rep%C3%BAblica+Cromagn%C3%B3n+%E 2%80%93+2004+%E2%80%93+Buenos+Aires&oq=Rep%C3%BAblica+Cromagn%C3%B3 n+%E2%80%93+2004+%E2%80%93+Buenos+Aires&gs_l=psyab.3...395371.396090.0.396 979.1.1.0.0.0.0.103.103.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.0.0....0.PH6crAyv-RQ A tragédia deu início a uma série de mudanças nas regras de segurança para casas noturnas no país - das 160 que existiam na cidade, apenas 61 tinham os requisitos para reabrir as portas sob as novas normas. Entre as medidas, conhecidas como "Efeito Cromañón", houve o aumento na sinalização interna das discotecas e limite mais rígido de público. Locais com mais de um andar agora precisam atualizar informações sobre a resistência do prédio. A fiscalização ficou sob a responsabilidade da Agência Governamental de Controle, órgão da prefeitura de Buenos Aires. As novas regras foram determinadas após reuniões entre engenheiros, arquitetos, empresários da noite, músicos e representantes dos pais das vítimas. As normas de segurança em bares, clubes e salões com música ao vivo, também foram reforçados. Eventos de grande público passaram a exigir autorizações especiais. Leia mais: https://oglobo.globo.com/brasil/na-argentina-tragedia-causou-fechamento-de- boates-mudancas-na-lei-7410825#ixzz4uDn5FZCustest 30 7.1.4. BOATE KISS – 2013 – SANTA MARIA/RS Neste tópico iremos nos alongar um pouco mais, pois faz parte da nossa vivencia profissional. O incêndio na boate Kiss foi um acidente que matou 242 pessoas e feriu 116 outras em uma discoteca da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul e é considerado o terceiro maior incêndio em boates da historia, sendo menos trágico apenas que o incêndio da Boate Coconut Grove em Boston, 20 de novembro de 1942 com 492 mortos e mais de 600 feridos. Na seqüência temos a boate de Luoyang, China, na noite de Natal do ano 2000, que deixou 309 mortos. Mais detalhes veja em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/01/27/tragedia-em-boate-de-santa- maria-e-terceira-mais-fatal-da-historia.htm Como mencionado no item 7.1.3, outros dois incêndios com dinâmica muito parecida com Santa Maria foram o incêndio da discoteca República Cromagnónem Buenos Aires (Argentina), que ocorreu na noite de 30 de dezembro de 2004, durante um show da banda de rock Callejeros. Este incêndio causou a morte de 194 pessoas e ao menos 1432 feridos e iniciou mais ou menos às 22 horas e 50 minutos, depois que alguém acendeu um elemento de pirotecnia, cujos projeteis incandescentes entraram em contato com a decoração do teto, que era feita de placas de poliuretano. Ao entrar em combustão a “meia sombra” contaminou o ar com gases nocivos, intoxicando mais de cem jovens que se encontravam ali. O segundo de dinâmica muito parecida foi o incêndio no clube The Station Nightclub em Rhode Island (Estados Unidos), ocorrido em de 20 de fevereiro de 2003, na cidade americana de West Warwick, resultou na morte de 100 pessoas. O incêndio foi causado por fogos pirotécnicos iniciados pelo gerente da banda Great White e agravado pela obstrução nas saídas de emergência. Ao perceber o incêndio os presentes no local começaram a evacuar o lugar. Entretanto, esta evacuação não se realizou de forma adequada por diversos motivos: a quantidade de pessoas que estavam dentro da discoteca era maior que a capacidade estipulada; uma das saídas se encontrava fechada com um cadeado e fios; os gases tóxicos produzidos pelos materiais inflamáveis asfixiaram rapidamente as pessoas; e a queda de energia elétrica produzida pelo incêndio. 31 Retomando, o incêndio de Santa Maria ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 e foi causado pelo acendimento de um sinalizador por um integrante da banda Gurizada Fandangueiro, que se apresentava na casa noturna. A imprudência, negligência, imperícia, falta de cultura de enfrentamento as situações de insegurança e pânico e as más condições de segurança ocasionaram a morte de mais de duas centenas de pessoas. O acidente foi considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, sendo superado apenas pela tragédia do Gran Circus Norte-Americano, ocorrida em 1961, em Niterói, que vitimou 503 pessoas estudado no item 7.1.1 desta Monografia. Figura 24: Como foi o incêndio de santa Maria: Fonte https://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/01/29/confira-os-itens-de-seguranca-que-podem- evitar-incendios-em-casas-noturnas.htm 32 a) Inicio do Fogo. Figuras 25/26: Inicio do fogo em Santa Maria: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas- noticias/2013/02/18/cianeto-pode-nao-ter-provocado-as-mortes-na-boate-kiss-diz- jornal.amp.htm O fogo iniciou-se por uma centelha de um fogo de artifício utilizado pela Banda Gurizada Fandangueira. O produtor da banda colocou uma luva na mão no vocalista da banda na qual estava acoplado o objeto que acionou fogos de artifício, mediante controle remoto. O vocalista da banda levantou a mão em direção ao teto e uma chama ou faísca tocou o forro, o qual possuía isolamento acústico de esponja, material altamente inflamável (poliuretano). Assim, poucos segundos depois a espuma pegou fogo, gerando uma fumaça preta e tóxica que se alastrou por toda a boate (vídeo de um minuto e vinte segundos extraídos de um telefone celular pertencente a um freqüentador da boate), fazendo com que muitas pessoas desmaiassem tão logo aspiraram o ar impregnado da fumaça originada da queima. No vídeo, 33 verifica-se que quarenta segundos depois das pessoas que portavam o telefone terem percebido que se tratava de fogo, a fumaça já havia tomado conta e o caos estava instalado no ambiente superlotado do estabelecimento. b) A Superpopulação: Apesar de colocado fator preponderante para o pânico conforme acima , acreditamos, que esta hipótese parece pouco provável como o principal motivo do alargamento da tragédia. Claro que a concentração de pessoas com certeza é fator de agravamento, porém conforme as ilustrações vêem que mesmo com as estimativas da policia de haverem 1000 pessoas, pelas normas e Legislação vigente temos permissão de até 2,5 pessoas por m² em local em pé e no caso temos 690 m² de área livre vemos que a principal causa não é esta. Conforme ilustrações abaixo as noticiam da época faziam uma correlação de uma pessoa por m², portanto esta hipótese parece afastada como causa, porém contribuiu para o agravamento. Fazendo o calculo conforme norma NBR 9077 ABNT vemos que a área era compatível com a lotação existente e concedida pelos órgãos públicos em questão, ou seja, pelas Normas abaixo utilizadas fizemos uma comparação população x área útil em uma planilha Excel®: Tabela 5: Fonte planilha de Cálculos para dimensionamento de eventos, desenvolvida pelo Eng. Marcelo Gandra Falcone. 34 Figura 27: Relação lotação x área segundo relatos: Fonte https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/02/18/cianeto-pode-nao-ter- provocado-as-mortes-na-boate-kiss-diz-jornal.amp.htm c) O Pânico. O pânico tomou conta dos indivíduos que estavam na boate, fazendo com que as pessoas se desesperassem e tentassem deixar o local, mas a Boate Kiss possuía apenas uma saída que dava acesso ao seu exterior. Havia gradis e balizamento obstruindo as saídas limitando as mesmas para 1,2 metros. Alem disto os seguranças dificultaram a saída acreditando em um primeiro momento que era manobra articulada de pessoal que queria sair sem pagar as comandas. Figura 28 – O panico: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas- noticias/2013/02/18/cianeto-pode-nao-ter-provocado-as-mortes-na-boate-kiss-diz- jornal.amp.htm 35 c) As Saídas. Figura 29 – As Saídas : Fonte https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas- noticias/2013/02/18/cianeto-pode-nao-ter-provocado-as-mortes-na-boate-kiss-diz- jornal.amp.htm Figura 30: As Saídas - Fonte http://www.correio24horas.com.br/fileadmin/user_upload/tt_news/AFotos1/santamrrra.jpg 36 O pânico tomou conta dos indivíduos que ficaram desesperados tentando deixar o local, mas a Boate Kiss possuía apenas uma saída que dava acesso ao seu exterior. A referida saída foi absolutamente insuficiente para dar vazão à quantidade de pessoas que se amontoaram na tentativa desesperada de deixar o local, sendo que muitas delas morreram buscando a saída. Não bastasse a existência de uma única saída, contribuiu também para o resultado danoso a existência de diversos obstáculos físicos, guarda-corpos (barras de contenção) nas rotas de saída, degraus, deficiência da iluminação de emergência, falta de indicação ou sinalização das rotas de fuga, além do local estar superlotado, fatores que em conjunto dificultaram a rápida evacuação do local. A boate não tinha janelas além de dispositivos de sombra para tornar o local escuro. Com a queda da energia elétrica luzes de emergência conforme filme e deficiência de se ver a sinalização indicativa da rota de emergência que era fotoluminescente. Estes fatos causaram um efeito atípico e característico desta tragédia. Sem enxergar em função da fumaça, o público acabou se dirigindo para os banheiros onde havia janelas, portanto luz e extração de fumaça. Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros da boate, assim sendo, foram nos banheiros onde a maioria das vítimas foi encontrada. Figura 31: Encaminhamento para o banheiro: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas- noticias/2013/02/18/cianeto-pode-nao-ter-provocado-as-mortes-na-boate-kiss-diz- jornal.amp.htm 37 c) Das Vítimas Fatais e do Socorro. Todas as mortes causadas dentro da boate tiveram como causa a asfixia, segundo a perícia, porém a de se ressaltar que muitos corpos apresentavam inúmeros traumas por pisoteamento e empilhamento. A espuma de isolamento acústico que revestia o teto e algumas paredes da Kiss foi apontada pela polícia, desde os primeiros dias, como uma das protagonistas na tragédia. O material, feito de poliuretano, liberou gases tóxicos durante a queima, como cianeto e monóxido de carbono,
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