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INVERSIONES TENERIA EMPREENDIMENTOS DO BRASIL LTDA. RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA VOLUME II PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU PARACURU – CEARÁ INTERESSADO: INVERSIONES TENERIA EMPREENDIMENTOS DO BRASIL LTDA. CNPJ. N°. 08.579.828/0001-58 PROCESSO: SEMACE Nº. 10217097-5 ELABORAÇÃO: GEOCONSULT CONSULTORIA, GEOLOGIA & MEIO AMBIENTE LTDA. CNPJ. N°. 00.112.208/0001-00 CREA-CE N°. 25.006/95 CADASTRO TÉCNICO FEDERAL (IBAMA) – Válido até 30/04/2011 CADASTRO TÉCNICO ESTADUAL (SEMACE) – Válido até 29/09/2011 RESPONSABILIDADE TÉCNICA - Tadeu Dote Sá GEÓLOGO, CREA-CE No. 6.357-D CADASTRO TÉCNICO FEDERAL (IBAMA) – Válido até 30/04/2011 FORTALEZA – CEARÁ Fevereiro – 2011 COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - ii APRESENTAÇÃO O presente documento apresenta o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU, empreendimento localizado no município de Paracuru – CE, de responsabilidade da empresa INVERSIONES TENERIA EMPREENDIMENTOS DO BRASIL LTDA. O presente documento visa atender aos condicionantes da Licença de Instalação N°48/2010 COPAM – NUCAM e foi elaborado de acordo com a Resolução CONAMA N°. 001/86, e seguindo as diretrizes do Termo de Referência Nº. 654/2010 COPAM-NUCAM emitido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE. De um modo geral, o projeto apresenta o macrozoneamento de uso e ocupação da área pleiteada para o licenciamento ambiental, propondo uma ocupação racional e planejada em função dos objetivos do empreendimento, das características ambientais do terreno e das normas ambientais. A área foi compartimentada em macrozonas em função do uso e ocupação do solo pretendido pelo empreendedor. Nos setores urbanizáveis serão instalados equipamentos como hotéis, pousadas, residências unifamiliares e multifamiliares, clubes, academias, lojas, etc., bem como toda infraestrutura básica de serviços, sendo estas zonas individualizadas ou delimitadas pelo sistema viário, que fará a interligação entre os diversos equipamentos, possibilitando certa individualidade de cada equipamento e ao mesmo tempo a integração dentro do complexo turístico imobiliário. Os estudos ambientais do projeto aqui apresentado compreendem o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Volume I, Tomo A, Tomo B e Tomo C; Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – Volume II e os Anexos – Volume III. O EIA/RIMA baseia-se fundamentalmente na caracterização do projeto proposto para a área e na caracterização ambiental dos meios físico, biológico e socioeconômico da área de influência funcional do empreendimento onde são destacados os processos e características naturais de cada parâmetro ambiental e/ou inter-relações no ecossistema. A partir destes conhecimentos são prognosticadas as interferências das ações do empreendimento, nas suas diversas fases, sobre os componentes ambientais potencialmente sujeitos aos impactos, o que é retratado na identificação e descrição dos COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - iii impactos ambientais, salientando-se que esta avaliação é indicadora dos parâmetros para proposição das medidas mitigadoras e dos planos de controle e monitoramento ambiental. Neste volume, identificado como sendo o RIMA, Volume II, é apresentada a síntese do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), com a introdução, as alternativas locacionais e tecnológicas, a caracterização técnica do empreendimento, a síntese do diagnóstico ambiental da área, a avaliação e identificação dos impactos ambientais, as medidas mitigadoras dos impactos, os planos de controle e monitoramento ambiental, o prognóstico ambiental, as conclusões e recomendações do estudo, a bibliografia e a equipe técnica de elaboração do estudo. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - iv SUMÁRIO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA VOLUME I – EIA VOLUME II - RIMA APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. ii SUMÁRIO........................................................................................................................... iv VOLUME III – ANEXOS DOCUMENTAÇÃO PERTINENTE DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA ESTUDOS E PROJETOS BÁSICOS COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - v RELAÇÃO DAS ILUSTRAÇÕES COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II INVERSIONES TENERIA EMPREENDIMENTOS DO BRASIL LTDA. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU PARACURU – CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA VOLUME II COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.1 1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR O projeto do COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU é um empreendimento da iniciativa privada, de interesse da empresa INVERSIONES TENERIA EMPREENDIMENTOS DO BRASIL LTDA., CNPJ Nº 08.579.828/0001-58. 1.2. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA Este Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foi elaborado pela empresa GEOCONSULT CONSULTORIA, GEOLOGIA E MEIO AMBIENTE LTDA. 1.3. DESCRIÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO De um modo geral, o projeto apresenta o macrozoneamento de uso e ocupação da área pleiteada para o licenciamento ambiental, propondo uma ocupação racional e planejada em função dos objetivos do empreendimento, das características ambientais do terreno e das normas ambientais. A área foi compartimentada em macrozonas em função do uso e ocupação do solo pretendido pelo empreendedor. Nos setores urbanizáveis serão instalados equipamentos como hotéis, pousadas, residências unifamiliares e multifamiliares, clubes, academias, lojas, etc., bem como toda infraestrutura básica de serviços, sendo estas zonas individualizadas ou delimitadas pelo sistema viário, que fará a interligação entre os diversos equipamentos, possibilitando certa individualidade de cada equipamento e ao mesmo tempo a integração dentro do complexo turístico imobiliário. 1.4. LOCALIZAÇÃO E ACESSO A área do COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU situa-se na zona litorânea a oeste da capital do estado do Ceará, na Microrregião do Baixo Curu, mais precisamente no município de Paracuru (Figura 1.1). A área faz parte de uma propriedade privada denominada Sítio “Freixeiras”, localizada entre a faixa de praia e a comunidade de São Pedro, na porção norte - nordeste do município de Paracuru. A área do empreendimento dista aproximadamente 80,0 km da capital do Estado e 8,0 km da cidade de Paracuru. Partindo de Fortaleza, capital do Estado, o acesso à área pode ser feito pela BR-222 percorrendo-se 60,0 km até a localidade de Croatá, de onde se segue pela CE-341 percorrendo-se 14,0 km até a localidade de Quatro Boca, no município de Paracuru. Daí toma-se a rodovia municipal conhecida como Estrada de São Pedro, à direita percorrendo-se 6,0 km até a área do empreendimento (Figura 1.2). 1.5. ÁREA DO PROJETO A área do projeto corresponde a uma propriedade particular com área escriturada de 977,01 hectares, cujas medidas, limites e confrontações são apresentados na Figura 1.3. O gradiente altitudinal desce de oeste para leste de tal forma que as águas vertem do Campo de Dunas até a linha de praia; a amplitude altimétrica vai de 4,5m próxima a faixa de praia até 25,0 a 37,5m já na basedo campo de dunas. Constitui um espaço complexo em termos de relevo, correspondendo à zona de transição entre o campo de dunas móveis e a faixa de praia. A planta planialtimétrica do terreno é apresentada no Volume III – Anexos. A Figura 1.4 apresenta a área do projeto em imagem spot Google Earth do ano de 2006. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.2 Figura 1.1 – Localização da Área do Empreendimento COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.3 Figura 1.2 – Acesso a Área do Empreendimento COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.4 Figura 1.3 – Área do Projeto COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.5 Figura 1.4 – Área do Projeto em Imagem Spot Google Earth COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.6 1.6. OBJETIVO DO EMPREENDIMENTO O empreendimento tem como objetivo geral à exploração da atividade imobiliária, nos moldes do desenvolvimento sustentável, onde a exploração do ambiente com equipamentos residenciais e de lazer será feita de forma integrada e harmoniosa com a realidade ambiental e sociocultural local. O objetivo específico do empreendimento é a ampliação dos investimentos da empresa requerente no setor turístico imobiliário do município de Paracuru, tendo por fim os retornos econômicos financeiros satisfatórios para a empresa e ao mesmo tempo gerar maior circulação de moeda no município, o que certamente irá contribuir para o crescimento econômico e a melhoria dos índices sociais do município. O empreendimento tem ainda como objetivos: Promover o desenvolvimento econômico da região, tendo por base as aptidões naturais da área, que é a atividade turística; Instalar um empreendimento turístico- residencial dentro dos preceitos do desenvolvimento sustentável; Gerar empregos diretos e indiretos, contribuindo para a solução de questões econômicas e sociais do município de Paracuru; e, Promover a circulação de moeda na região litorânea do estado do Ceará, o que refletirá em maior arrecadação tributária para os cofres públicos. 1.7. JUSTIFICATIVAS DO EMPREENDIMENTO O empreendimento se justifica pela necessidade que o estado do Ceará tem de explorar o seu litoral através de uma atividade que gere crescimento econômico para o município e para o estado e que reflita positivamente sobre os índices econômicos e sociais da população da sua área de influência, destacando que a política das instituições públicas voltadas para o desenvolvimento econômico, tem colocado o setor de turismo, dentre as perspectivas mais favoráveis para a geração de emprego e renda. O projeto proposto mostra-se como mais uma oportunidade de investimento no setor turístico do estado do Ceará, uma vez que tem bom potencial, não só por favorecer significativo e atraente retorno sobre os investimentos, mas também, por servir como um modelo de planejamento a ser seguido, especialmente no litoral do estado. A posição privilegiada da área foi um importante fator que condicionou a escolha do local, pois a área apresenta grande potencialidade turística pela beleza do ambiente natural. Outro fator relevante é a existência de equipamentos de infraestrutura na região de entorno, destacando-se dentre outros as rodovias estaduais. De acordo com as pesquisas de mercado, o local tem potencialidade e apresenta demanda para o modelo de empreendimento proposto, o que em termos econômicos justifica a implantação e operação do empreendimento na área escolhida. O empreendimento justifica-se ainda pela necessidade que o município do Ceará tem de oferecer infraestrutura de boa qualidade, com conforto e segurança e que seja atrativa com a oferta de residências de veraneio e equipamentos de diversão e entretenimento, para a permanência duradoura do visitante. 1.8. INFRAESTRUTURA BÁSICA EXISTENTE A área do empreendimento é servida por energia elétrica, telefonia móvel e via de acesso. É desprovida de equipamentos de infraestrutura básica como abastecimento d’água, rede de esgoto e drenagem, os quais serão objeto de sistemas autônomos a serem implantados pelo empreendedor, conforme previsto no Master Plan. O quadro geral de infraestrutura disponível atualmente na área do empreendimento pode ser definido da seguinte maneira: A rede de energia elétrica compreende um ramal de eletrificação rural com potência de 13,8 kV e extensão de 4,5 km aproximadamente, pertencente à concessionária local que alimenta o Píer da Petrobrás entre outros. Esta linha deverá ser substituída quando da implantação das novas redes de alimentação elétrica do empreendimento; COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.7 A área não é beneficiada com sistema de telefonia convencional, entretanto está inserida na área de cobertura da telefonia móvel; e, A área do empreendimento é cortada por uma rodovia municipal, que liga a CE-341 a cidade de Paracuru, partindo da bifurcação denominada Quatro Bocas, passando pelo povoado de São Pedro, atravessando a área do empreendimento com aproximadamente 4.766,0 m com largura de 8,0 m construída com revestimento em CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) indo até as instalações da Petrobrás antes de chegar à cidade de Paracuru. Quanto ao suprimento de energia elétrica e de telecomunicações, o empreendedor já dispõe: Do Atestado de Viabilidade Técnica de Fornecimento de Energia Elétrica da Companhia Energética do Ceará – COELCE, N°. 303/2008; e, Da Declaração de Viabilidade Técnica para atendimento dos serviços de telefonia fixa, móvel e sistema Velox, da empresa OI Telecomunicações, conforme expediente CT/CE/8000/6930/10-2008. Estas declarações estão sendo renovadas junto aos órgãos competentes e tão logo o empreendedor esteja de posse das mesmas, elas serão anexadas ao processo de licenciamento ambiental junto a SEMACE. 1.9. ASPECTOS LEGAIS Em 23 de julho de 2010 a SEMACE concedeu a renovação da Licença de Instalação (LI Nº 48/2010 COPAM/NUCAM) embasada no Parecer Técnico Nº 2701/2010 COPAM/NUCAM, condicionando o início das obras à análise do EIA/RIMA, com a devida apresentação e aprovação do COEMA. Desta forma o presente documento visa atender aos condicionantes da Licença de Instalação N°48/2010 COPAM – NUCAM e foi elaborado de acordo com a Resolução CONAMA N°. 001/86, e seguindo as diretrizes do Termo de Referência Nº. 654/2010 COPAM-NUCAM emitido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE. A área de implantação do empreendimento refere-se a Matrícula N°. 2.304 de 04.05.1993 (atualizada em 27.10.2008) do Cartório Facundo – 2º Ofício de Paracuru, de propriedade da Inversiones Teneria Empreendimentos do Brasil Ltda. Com relação aos Terrenos de Marinha, especificamente para a área do empreendimento em estudo, existe a Certidão Nº 027/99-DEN/DPU/CE de 02 de setembro de 1999, atestando a compatibilidade das cotas altimétricas, da linha de preamar e da linha limite dos terrenos de marinha da planta planialtimétrica apresentada pelo Empreendedor, com as constantes na planta de demarcação dos limites dos terrenos de marinha e acrescidos existentes naquela Delegacia. A Prefeitura Municipalde Paracuru concedeu certidão de anuência atualizada ao empreendimento, datada de 17 de dezembro de 2010. Nesta certidão é citado que o projeto está de acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo do Plano Diretor Participativo, Lei Nº 1.220/2009. Para utilização dos recursos hídricos existentes na área do projeto com vistas a abastecimento humano e uso em geral na fase de implantação do Empreendimento Turístico, a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) concedeu a Outorga de Direito de Uso da Água para 03 poços tubulares rasos. Tais outorgas estão em processo de renovação junto a SRH e serão posteriormente reapresentadas a SEMACE. Em 18 de outubro de 2010 foi firmado o Protocolo de Intenções entre o Estado do Ceará com a interveniência das Secretarias de Estado de Turismo, da Casa Civil, da Fazenda, de Planejamento e Gestão, da Infra-estrutura, das Cidades, de Trabalho e Desenvolvimento Social e o Conselho de Desenvolvimento Econômico; o Município de Paracuru e a empresa Inversiones Teneria COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.8 Empreendimentos do Brasil Ltda. para a construção do Complexo Turístico Dunas do Paracuru. Constitui objeto do protocolo estabelecer as obrigações e compromissos do empreendedor privado e determinar a concretização de ajudas públicas para o desenvolvimento do complexo turístico. Com base nos levantamentos realizados em campo e de acordo com os conceitos e definições sobre áreas de preservação permanente constantes na Lei N°. 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o Código Florestal, na Lei N°. 7.803, de 18 de julho de 1989, na Resolução CONAMA N°. 303/02, na Resolução COEMA Nº 01/05 e na Lei Estadual N°. 13.796/06, no terreno do Complexo Turístico Dunas do Paracuru existem as seguintes Áreas de Preservação Permanente (APP`s): - Faixa de 30,0 metros, medidos a partir da cota de cheia das lagoas situadas no interior da área do estudo; - Faixa de 30,0 metros, medidos a partir do maior leito sazonal dos cursos de água situados no interior da área do estudo; - Raio de 50,0 metros ao redor da nascente; - Dunas móveis; - Dunas fixas; e, - Eolianitos. Para construção do sistema viário principal serão necessárias intervenções em alguns trechos de APP`s de cursos d`água, lagoas, dunas móveis e dunas fixas. Analisando a área total de APP`s existentes na área de estudo (488,27 ha), as intervenções atingem 2,94 ha, o que representa tão somente 0,6% deste total. Destaca-se que desses 2,94 ha, 0,59 ha se refere a superfície já pavimentada e que será melhorada, perfazendo portanto, 2,35 ha de novas intervenções. Assim, tendo em vista que a instalação do empreendimento, especificamente o projeto viário, afetará APP, o empreendedor apresentará a SEMACE o pedido de intervenção, a fim de que este órgão ambiental instaure procedimento autônomo para obtenção da autorização de intervenção de APP. No município de Paracuru existem 02 (duas) Unidades de Conservação de Uso Sustentável, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do Rio Curu e a Área de Proteção Ambiental (APA) das Dunas do Paracuru, nesta segunda insere-se integralmente a área do empreendimento. Segundo a Resolução CONAMA Nº 428 de 17 de dezembro de 2010, que dispõe, no âmbito do licenciamento ambiental, sobre a autorização do órgão responsável pela administração da Unidade de Conservação (UC), o licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental, localizados numa faixa de 3 mil metros a partir do limite de Áreas de Proteção Ambiental (APA`s), não necessitam de autorização do órgão gestor. Visando atender as recomendações da Resolução CONAMA N°. 01/86, foi elaborado o Diagnóstico, Avaliação de Impactos e Prognóstico Arqueológico, bem como o Programa de Resgate Arqueológico na área do complexo turístico. Foram localizadas quatorze ocorrências de material arqueológico na área de influência direta do empreendimento, e uma ocorrência na área de influência indireta. As ocorrências de material arqueológico estão distribuídas sobre as paleodunas (eolianitos), a planície de deflação e ainda nas dunas móveis. Portanto deverá ser realizado um programa que inclua o Resgate dos Sítios Arqueológicos localizados, o Monitoramento Arqueológico das obras de movimentação de terra, além de atividades de educação patrimonial. Na área do empreendimento e seu entorno não foram identificadas populações tradicionais conforme critérios previstos no Decreto Federal N°. 6.040 de 07 de fevereiro de 2007. No tocante as comunidades indígenas, a área do empreendimento não localiza-se em terras COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 1.9 indígenas, estando as mais próximas a 18 km (Terra Indígena Anacé, localizada nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, que encontra-se em fase de estudo) e a 40 km da área (Terra Indígena Tapeba, no município de Caucaia, que encontra-se com relatório antropológico e limite aprovados pela FUNAI). Sobre as comunidades quilombolas, segundo dados disponibilizados pelo INCRA não constam títulos expedidos a comunidades quilombolas no município do Paracuru. 1.10. PLANOS E PROJETOS CO- LOCALIZADOS O empreendimento se encontra compatibilizado com os projetos governamentais instalados e/ou projetados no município de Paracuru (PRODETUR II, Programa de Desenvolvimento de Destinos e Produtos Turísticos, Programa de Educação e Capacitação para o Turismo, Programa de Rodovias de Integração Municipal; Programa de Gerenciamento Costeiro do Estado do Ceará – GERCO, entre outros). Quanto aos projetos privados, o município conta com pequenos hotéis e pousadas que atendem aos turistas que aportam no local, não possuindo equipamentos hoteleiros de médio a grande porte. Existe também uma usina geradora eólica da empresa Eólica Paracuru Geração e Comercialização de Energia S/A., com potência instalada de 23,4 MW através de 12 torres aerogeradores, localizada em terreno vizinho a leste da área do empreendimento. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.1 2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS 2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Para atender as diretrizes do Estudo de Impacto Ambiental, conforme o item I do artigo 5º da Resolução CONAMA Nº 001/86, serão contempladas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto. 2.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS O estudo de alternativas locacionais teve como universo inicial o litoral do Estado do Ceará, para seleção de regiões prioritárias, em função dos atrativos naturais, infraestrutura existente, distância aos principais centros econômicos e co- localização com empreendimentos polarizadores. Dessa análise preliminar, o empreendedor iniciou a procura de áreas fora do eixo Caucaia – Fortaleza – Aquiraz, uma vez que nestes municípios já existem complexos turístico implantados e em implantação, e desta forma a procura por locais ainda não onerados pelo processo de ocupação turística, seria importante para se ter um empreendimento atrativo, diferenciado e competitivo. Como critérios norteadores para busca do local cita-se ainda a localização geográfica, compatibilidade com programas governamentais, oferta de mão-de-obra e belezas naturais, ressaltando-se a importância do fator distância, como vetor de diminuição de tempo de viagem à capital do Estado, onde está situado um aeroporto internacional, através do qual deverá chegar a maioria do público esperado para o empreendimento. Nessa concepção do processo de seleção, o municípiode Paracuru enquadrou-se perfeitamente, considerando-se além dos fatores já citados, o fato de neste município não existirem equipamentos turísticos de grande porte que façam frente ao projeto proposto. Assim, o empreendedor passou a se concentrar na busca de áreas na faixa litorânea de Paracuru, priorizando locais, com existência no seu entorno, de boas condições de infraestrutura e de múltiplas ofertas de atrativos que oferecessem ao público do empreendimento diversidades de entretenimento e lazer, com facilidade de acesso a praia, lagoas, dunas, etc., tendo-se bastante oferta destes atrativos ao longo da faixa costeiro do município. De um modo geral a seleção de área para locação do empreendimento teve como premissas os seguintes fatores: Potencialidade turística local; Disponibilidade de terreno; Situação legal da propriedade; Situação geográfica local; Aspectos ambientais e paisagísticos local; Disponibilidade de infraestrutura; Facilidade de instalação de infraestrutura; e, Disponibilidade de mão-de-obra. Nestas condições a disponibilidade de áreas ainda não oneradas com processo de licenciamento ambiental ainda permite um processo de seleção utilizando-se atrativos que comercialmente agregam valores ao local ou mesmo ao empreendimento. Particularmente, na área em apreço, soma-se a vantagem do local estar localizado em uma das melhores praias do Ceará para a prática de kite surf, atraindo turistas de diversos países da Europa. A área selecionada encontra-se estrategicamente situada em um local muito favorável a implantação de um empreendimento turístico, posto que possui vasta reserva hídrica, tem disponibilidade para instalação dos sistemas de eletrificação e de comunicação (telefonia e dados) nas proximidades, o que facilitaria a instalação destas infraestruturas, e tem facilidade de acesso rodoviário em boas condições de tráfego até as proximidades do local, ressaltando-se ainda o COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.2 potencial natural e paisagístico da área, locada defronte ao mar, pela relação direta com os elementos da natureza, paisagem e clima. A posição privilegiada da área foi um importante fator que condicionou a escolha do local, visto que o conjunto arquitetônico será realçado pelas condições naturais do meio, somando-se também a possibilidade de conservar diversos ambientes como áreas livres e áreas de preservação permanente, o que agregará valores para o empreendimento, como oferta de boas condições ecológicas dentro do empreendimento turístico e imobiliário. A área apresenta grande potencialidade turística, permitindo o aproveitamento do terreno com uma variedade de atividades integradas com os ambientes protegidos. Considerando-se que a localização da área foi condicionante para o projeto, se torna mais plausível justificar a escolha da área como se segue. A posição privilegiada da área em relação à cidade de Fortaleza foi um dos fatores favoráveis que condicionou a escolha do local, pois Fortaleza conta com um aeroporto internacional moderno, o qual será o principal elo entre os mercados emissores regionais, nacionais e internacionais e o empreendimento, ressaltando que os proprietários ou visitantes poderão desfrutar de um ambiente natural, ao mesmo tempo em que a curta distância de um centro de negócios. A área do empreendimento encontra-se a cerca de 1 hora do aeroporto de Fortaleza. O município de Paracuru encontrando-se na Rota Turística Sol Poente, onde o turismo desponta atualmente como a base do desenvolvimento econômico, tendo a região bom potencial para o desenvolvimento do turismo, demandando, entretanto, de equipamentos de hospedagem, entretenimento e lazer de porte e padrão que possa manter um constante fluxo de pessoas para a região. O empreendimento pretende atrair um público diferenciado, com oferta de segunda residência ou residência de temporada, além de equipamentos de hospedagens e de práticas desportivas de forma que o local deve oferecer boas condições de diversão e lazer ao mesmo tempo em que em que facilidades de comunicação e de acesso. A disponibilidade de terreno, com legitimidade e em boas condições ambientais sob o aspecto legal e ecológico se mostra como um fator de grande relevância na escolha da área. Relativamente à área de influência direta, as condições naturais do meio, oferecem diversas possibilidades de explorar o ambiente com a implantação do empreendimento turístico de forma planejada. O tamanho e morfologia da propriedade oferecem alternativas diversas quanto à distribuição espacial dos equipamentos a serem implantados, ao mesmo tempo em que cria possibilidade de conservar um percentual significativo de áreas verdes e livres, de modo a permitir a infiltração das águas pluviais para recarga dos aquíferos. O município de Paracuru conta com uma população em idade economicamente ativa capaz de atender a demanda do empreendimento, em termos quantitativos. Dada a proximidade da área do empreendimento à sede do município e a localidade de São Pedro, a facilidade de mão-de-obra será resolvida apenas com programas de capacitação profissional, que o próprio empreendimento poderá fomentar junto às instituições de formação profissional atuantes no Estado. Quanto as alternativas locacionais relacionadas ao Master Plan, ou seja, as possibilidades de desenho urbanístico, o projeto traçado para a área do empreendimento tomou como diretrizes básicas as condições morfológicas, hidrológicas, hidrogeológicas, geológicas, geotécnicas e paisagísticas da área. O sistema viário projetado corresponde a estrutura proposta no planejamento urbano, que objetiva permitir o acesso e prestar um serviço aos equipamentos projetados. O projeto do sistema viário, desde o Master Plan aprovado no ano de COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.3 2000, sempre esteve condicionado por critérios de proteção das áreas naturais e buscando sempre um delineamento que se integrasse paisagisticamente com o meio ambiente. Do Master Plan aprovado em 2000 até o atual houve uma evolução muito grande no sentido de minimizar as intervenções nas Áreas de Preservação Permanente – APP existentes no terreno, como pode ser visualizado nas Figuras 2.1 a 2.4. Na Figura 2.1, relativa ao Master de Plan aprovado, vê-se que na intenção de dotar o empreendimento de vias que possibilitassem o trajeto de veículos por todos os setores do terreno, acabou-se por criar pontos de interceptação das APP`s dos riachos (ver círculos destacados em vermelho na citada figura) notadamente no setor leste do terreno, setor este localizado entre a Estrada da Petrobrás e o Oceano, onde existem diversos riachos que drenam em direção a praia. É pertinente ressaltar também que quando da elaboração deste Master Plan, as dunas móveis ainda não eram consideradas APP1. De toda forma os empreendedores decidiram pela conservação do campo de dunas localizado no setor oeste do terreno, ocupando porém, pequenos corpos eólicos móveis localizados no setor centro-oeste. Nos estudos urbanísticos desenvolvidos desde então (Figuras 2.2 e 2.3), nota-se a preocupação em se reduzir as intervenções nas APP`s dos riachos pelo sistema viário, e conferiu-se o caráter de APP as células de dunas móveis existentes no terreno (ver círculos destacados em amarelo nas Figuras 2.2 e 2.3). No ano de 2010 buscando diminuir ainda mais a necessidade de interceptação das APP`s pelo sistema viário e buscando ainda atender as restrições de uso impostas pelo novo Zoneamento Geoambiental e pelas orientações da SEMACE, houve um novo modelamentourbanístico, onde se assumiu que as dunas semi-fixas seriam consideradas dunas fixas e portanto, juntamente 1 A Lei Nº 4.771/65, em seus artigos 2º e 3º não previa as dunas como APP, mas tão-somente a vegetação fixadora de dunas. Somente em 2002, a Resolução CONAMA Nº 303 considerou como área de preservação permanente as dunas. com as dunas móveis, seriam áreas de preservação permanente, e primou-se para que as intervenções nas APP`s dos riachos só ocorreriam nos trechos onde não houvesse alternativa locacional para passagem das vias. Isto forçou um desenho sinuoso do sistema viário, a fim de não interferir ao máximo com as áreas protegidas, como pode ser observado na Figura 2.4, melhorando a integração dos recursos naturais da área e com isso obtendo mais qualidade do empreendimento. Desta forma, subtraindo da área total do terreno de 977,01 hectares, os terrenos de Marinha, a APP do campo de dunas móveis, as demais APP`s existentes no terreno (dunas fixas, dunas móveis, eolianitos, lagoas, cursos de água e nascente), as alterações do Plano Diretor/Master Plan consideraram 481,48 ha de superfície total a ser parcelada, dos quais 312,52 ha referem-se ao território de glebas e o restante às áreas livres de uso comum - área verdes (123,88 ha) e ao sistema viário (45,02 ha). Na adequação proposta se ampliaram e integraram uma maior superfície de Áreas de Preservação Permanente conforme a topografia e o zoneamento geoambiental atualizados. Além disso, as adequações, não obstante a redução da área do terreno apresenta expressivos resultados como: incremento das áreas livres e verdes e de Áreas de Preservação Permanente em 27,30 % e 21,86%, respectivamente; e, redução da área de construção em m² de 23,69%. A adequação proposta equivale a uma melhoria no projeto, desde a ótica ambiental e socioeconômica, até uma melhor integração na paisagem. Respeitam-se ainda todos os índices urbanísticos fixados e aprovados anteriormente na SEMACE, reduzindo a superfície construída máxima nas áreas residenciais e hoteleiras. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.4 Figura 2.1 – Master Plan Aprovado COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE Figura 2.2 - Estudo Urbanístico 1 COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.5 Figura 2.3 - Estudo Urbanístico 2 COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE Figura 2.4 – Estudo Urbanístico 3 - Master Plan Atual COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.6 2.3. ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS 2.3.1. Alternativas - Sistema de Abastecimento de Água A possibilidade comprovada de se abastecer o empreendimento COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU em todas as suas etapas com água subterrânea é sem dúvida um grande facilitador de sua concretização, tendo em vista que no atual momento ou em médio prazo inexistem outras alternativas mais viáveis para tal. A viabilidade de usar outra fonte hídrica está associada ao estudo técnico-econômico do potencial superficial do rio Curu que deságua a cerca de 8 km a oeste da área do empreendimento. Esta fonte deve ser considerada importante em função da distância, relativamente pequena até a área. Porém os aspectos técnicos devem ser avaliados a médio prazo, contemplando a construção de uma grande estação de captação e tratamento da água superficial e uma adutora até a área. Outra expectativa, caso procure-se alternativas fora do município, são os sistemas hídricos dos açudes Frios e Sítios Novos, estes sendo estratégicos para o abastecimento desta região do território cearense, inclusive para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Porém suas capacidades não poderiam suprir totalmente o empreendimento, frente a seus objetivos iniciais de abastecimento da população rural e das sedes municipais e distritos (demandas residencial, comercial e industrial). Não se pode descartar também o manancial subterrâneo do Aquífero Barreiras, o qual precisa ser melhor estudado na região do empreendimento. É provável que poços profundos neste aquífero permitam grandes vazões, o que poderia, a médio prazo, aliviar a exploração do Aquífero Dunas na área estudada, a despeito do que ocorre em Lagoinha, município de Paraipaba/CE, onde poços profundos da CAGECE podem produzir até 150 m³/h. 2.3.2. Alternativas - Sistema de Esgotamento Sanitário O estudo de alternativas do sistema de esgotamento sanitário teve o objetivo de avaliar as opções possíveis para a configuração do sistema de esgotos do COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU, considerando-se os aspectos tecnológicos, ambientais e financeiros. No tocante à coleta dos esgotos foi estudada a melhor alternativa para o caminhamento do esgoto e dimensionamento da rede, considerando um sistema do tipo separador absoluto. Também foi descartado o emprego de soluções individuais para tratamento de esgoto com uso de fossa e sumidouro, que não é recomendável para aglomerado urbano de considerável densidade demográfica. Assim, o estudo resumiu-se à avaliação das opções possíveis para o tratamento e o recalque dos esgotos. Foram estudadas três alternativas. a) Alternativa 1 Contempla o tratamento com uso de um sistema de lagoas de estabilização. O conjunto seria composto por uma lagoa facultativa e duas lagoas de maturação, em série. O sistema de lagoa facultativa proporciona uma redução da matéria orgânica através de ações de bactérias aeróbia no período diurno e anaeróbio no decorrer da noite. Após um período de detenção de no mínimo 15 dias o efluente direcionado para a primeira e posteriormente para segunda lagoa de maturação recebe por incidência de raios solares o tratamento predominante na desinfecção. Vantagens: A construção e a operação desse sistema são consideradas relativamente simples. Eficiência no tratamento, remoção de matéria orgânica e organismos patogênicos. Há uma reduzida produção de lodo. Não há necessidade do uso de produto químico. Desvantagens: Elevados requisitos de área para implantação do sistema. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.7 Elevados custos de implantação dependendo da topografia da área. Possibilidade do descaso na manutenção devido à aparente simplicidade operacional. Possibilidade da proliferação de insetos. b) Alternativa 2 Consiste na implantação de uma ETE com tratamento biológico, através de reatores UASB (upflow anaerobic sludge blanket), filtros submersos aerados (FSA) e decantadores lamelares de alta taxa, com posterior desinfecção do efluente em tanque de contato. No reator UASB, é realizado o tratamento por processo anaeróbio, conseguindo-se uma redução de grande parte da matéria orgânica biodegradável. O pós-tratamento do efluente do reator UASB é feito no FSA por processo aeróbio, obtendo-se uma qualidade em nível secundário. O efluente do FSA passa por um decantador lamelar de alta taxa para a remoção de sólidos. Antes de ser encaminhado ao emissário final, o efluente é ainda desinfectado no tanque de contato, com a aplicação de cloro. Vantagens: Requisitos de área bastante inferiores em comparação aos das lagoas de estabilização. Maior praticidade de modulação, simplificando o planejamento e possibilitando a implantação por etapas. Instalação compacta da ETE. Eficiência na remoção de DBO e DQO. Os reatores UASB têm tolerânciaa elevadas cargas orgânicas. Desvantagens: Necessidade de processamento do lodo descartado com mais frequência. Necessidade de maior controle na operação que o sistema de lagoas de estabilização. Possibilidade de geração de maus odores no reator UASB (porém controláveis). c) Alternativa 03 Consiste na implantação de uma ETE com tratamento biológico, através de reator UASB, tanque de aeração e decantador secundário, com posterior desinfecção do efluente em tanque de contato. No reator UASB, é realizado o tratamento por processo anaeróbio, conseguindo-se uma redução de grande parte da matéria orgânica biodegradável. O pós-tratamento do efluente do reator UASB é feito no tanque de aeração e no decantador secundário, que constituem o sistema de lodos ativados, obtendo-se uma qualidade em nível secundário. Antes de ser encaminhado ao emissário final, o efluente é ainda desinfectado no tanque de contato, com a aplicação de cloro. Vantagens: Requisitos de área bastante inferiores em comparação aos das lagoas de estabilização. Elevada eficiência na remoção de matéria orgânica (DBO e DQO). Melhor controle operacional. Elevada resistência à variação de carga orgânica. Baixa demanda de área (média = 0,10m² por habitante). Instalação compacta. Satisfatória independência das condições atmosféricas. Reduzidas possibilidades de maus odores, insetos e vermes. Desvantagens: Elevado índice de mecanização. Elevado consumo de energia elétrica (7 kwh/habitante.ano). Baixa eficiência na remoção de patogênicos (90%), por isso da necessidade de desinfecção; e, Menor capacitação para remoção biológica de nutrientes (N e P). Quanto à Alternativa 1, apresentou como principal obstáculo à aquisição de terreno amplo em local adequado, distante dos imóveis, pois o empreendimento prevê a ETE dentro da própria área do complexo. A Alternativa 3 foi descartada tendo em vista a sua complexidade operacional e o consumo superior de energia elétrica. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 2.8 Assim, baseando-se no critério técnico-operacional e ambiental, considerando a eficiência na remoção de DBO e DQO, a possibilidade de uma instalação compacta e modulada, foi escolhida a Alternativa 2 para o sistema projetado. 2.3.3. Alternativas - Pavimentação Para o caso empreendimento foram projetados dois tipos de pavimentos: os pavimentos flexíveis com revestimento em CBUQ para a via arterial, pois esta se trata de uma via por onde trafegam veículos pesados que se destinam a Base da Petrobras, e outro para as ruas coletoras, locais e estacionamentos, tendo em vista tratar-se de vias exclusivamente urbanas. Para as vias coletoras, locais e estacionamentos será utilizado um pavimento semiflexível em blocos de concreto intertravado, conforme justificativa abaixo transcrita. • Fácil execução, não necessitando de muitos maquinários pesados. • Fácil manutenção, cujos consertos em áreas localizadas demandam, normalmente, a substituição das peças danificadas localizadas. • Boas condições de luminosidade. • Condições favoráveis de temperatura, principalmente durante a noite. • Boas condições de resistência, tanto a compressão como a frenagem. 2.4. CONSIDERAÇÕES QUANTO A NÃO IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Quanto a não implantação do empreendimento na área pleiteada para o licenciamento ambiental podem ser feitas as considerações a seguir: Os meios físico e biótico, sem a realização do empreendimento, preservarão a sua dinâmica de desenvolvimento atual. No tocante a vegetação e sua fauna associada terão continuidade os processos de interação, fluxo gênico, utilização da área como passagem e habitat de espécimes. A paisagem natural não será afetada, mantendo-se o valor cênico local. A recarga do aquífero continuará ocorrendo de forma máxima, pois não haverá impermeabilização do solo. A não implantação do empreendimento deixará de alavancar o crescimento turístico do município de Paracuru, ressaltando-se que os benefícios advindos com o projeto superam os prejuízos e que, o desenvolvimento tecnológico atual e a consciência ambiental permitem a reparação, atenuação ou mesmo anulação de efeitos adversos que possam ser gerados com o empreendimento no decorrer da sua implantação e operação na área em questão. Caso o empreendimento em apreciação neste Estudo de Impacto Ambiental – EIA, não venha a ser implantado, são previsíveis perdas para o componente econômico, pois sem este a região deixa de lograr a oferta de empregos, o que gera circulação de capital, crescimento do comércio nos núcleos urbanos mais próximos e na sede municipal, e consequentemente melhoria do nível de vida da população, pelo poder de compra de produtos e serviços, inclusive de educação e saúde. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.1 4. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 4.1. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO A área de influência ambiental de um projeto ou empreendimento é definida como o espaço físico, biótico e socioeconômico susceptível de alterações como consequência da sua implantação, operação e manutenção. Nesse contexto a área de influência do empreendimento compreende uma área de influência direta (AID) e uma área de influência indireta (AII), onde o conjunto das duas compõe a área de influência funcional. A AID do estudo compreende a área de interferência física do empreendimento, envolvendo a propriedade, numa área de 977,01 ha, ou seja, é o espaço físico das intervenções, onde os efeitos são produzidos por uma ou várias ações do empreendimento. A AII tem uma abrangência mais ampla, se estendendo a todo o território municipal. Seguindo esta definição, as áreas de influências específicas foram definidas conforme as seguintes diretrizes: Meio Físico: a área de influência foi definida em atendimento aos aspectos de caracterização dos parâmetros atmosféricos, caracterização geológica, geomorfológica, pedológica e hidrológica. A caracterização de cada componente do meio físico parte dos aspectos regionais, utilizando-se definições já consagradas na literatura científica, em nível de área de influência indireta, até um detalhamento destes componentes na área de influência direta; Meio Biótico: a área de influência está relacionada com os diversos ecossistemas encontrados regionalmente e dentro da área de influência física do empreendimento e entorno mais próximo; e, Meio Antrópico: os aspectos de população, infra-estrutura física e social e economia são relativas ao município de Paracuru. Será feita uma caracterização da socioeconomia das comunidades de São Pedro de Cima e de São Pedro de Baixo, situadas próximo ao local do empreendimento. A Figura 4.1 ilustra as áreas de influência, direta e indireta, consideradas no estudo ambiental. 4.2. MEIO FÍSICO O meio físico compreende os componentes abióticos do ecossistema de maior interesse para o estudo ambiental, envolvendo o levantamento dos aspectos atmosféricos, geologia, geomorfologia e pedologia, regional e local, bem como aos elementos do sistema das águas, caracterizado em função de sua distribuição superficial e subterrânea. 4.2.1. Metodologia O mapeamento dos aspectos físico-ambientais da Área de Influência Direta (AID) parte do princípio do conhecimento total da área, das suas particularidades geoambientais identificadas no interior da poligonal que delimita o terreno. Os dados de referência foram adquiridos a partir de referências bibliográficas, a partir dos quais novos dados foram levantados diretamente em campo, onde foi feito o levantamento detalhado dos componentes do meio físico, com auxíliode instrumentos auxiliares. Além da pesquisa bibliográfica e dos dados obtidos a partir da expedição técnica, foram considerados os trabalhos já realizados no espaço geográfico da AID, destacando-se o levantamento planialtimétrico e os estudos de sondagem e hidrogeológico. No tocante aos aspectos climáticos e condições meteorológicas, foram utilizadas referências bibliográficas, ilustrações e detalhamento dos sistemas atmosféricos atuantes na região nordeste do Brasil, inclusive do Ceará, com ênfase na sua zona costeira. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.2 Figura 4.1 – Áreas de Influência do Estudo Ambiental COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.3 A área de influência do empreendimento não dispõe de Estação Meteorológica, contando apenas com uma Estação Pluviométrica, cujos dados são relevantes para a caracterização do parâmetro climático considerado para o período de 1977 - 2009. Os registros meteorológicos analisados foram adquiridos junto a Estação Meteorológica da Universidade Federal do Ceará – UFC (1966- 2007), distante linearmente 54,0 km do centro da AID, considerando que os dados de uma estação são representativos para uma área no raio de até 150,0 km (INMET). A Figura 4.2 apresenta a localização das estações meteorológicas, plataforma de coleta de dados e do posto pluviométrico citado. Com relação à qualidade do ar, foram realizadas medições do nível de ruídos no contexto da AID e entorno próximo. Foram realizadas medições em 02 pontos diferentes. As medições seguiram as normas técnicas da CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, L11.032 e L11.033, que normatizam a determinação do nível de ruídos em ambientes internos e externos. O levantamento das classes de solos ocorrentes no contexto da ADA ocorreu com base na análise de perfis existentes na área, tais como: cavas para retirada de material arenoso, buracos feitos pelos moradores locais para enterro de lixo, além de trechos de cortes de estradas. Os perfis foram limpos para retirada da camada superficial dos perfis, comumente alterada pelos processos de intemperismo, sobretudo químico, os quais escamoteam as características originais dos solos, principalmente a coloração. 4.2.2. Climatologia 4.2.2.1. Descrição dos Principais Registros Meteorológicos e Fontes de Dados O Quadro 4.1 apresenta as médias dos principais parâmetros meteorológicos, dentro da série histórica da Estação Meteorológica do Campus do Pici, utilizada neste trabalho como representativa para a área do empreendimento. Destaca-se, entretanto, que os registros de radiação solar referem-se ao período de 1966 a 2000 e os índices de evaporação compreendem um período de 1976 a 2007, disponibilizados também pelo Banco de Dados da FUNCEME. 4.2.2.1.1. Precipitação Em fevereiro de cada ano inicia-se a chamada quadra chuvosa do Estado do Ceará, que se estende até maio. As chuvas nesse período são influenciadas pela presença da ZCIT. No período de fevereiro a maio outros sistemas atmosféricos atuam no sentido de contribuir ou inibir as chuvas, tais como: Vórtices Ciclônicos de Ar Superior - VCAS; Frentes Frias - FF; Linhas de Instabilidade-LI; Sistemas Convectivos de Mesoescala-CCM e Oscilação 30 - 60 dias (OMJ). O Estado do Ceará também recebe chuvas de junho a agosto, ocasionadas por um sistema atmosférico denominado Ondas de Leste (OL). Segundo os dados do Posto Pluviométrico da FUNCEME no município de Paracuru, a média pluviométrica anual é de aproximadamente 1.300,00 mm, valor menor do que média pluviométrica registrada nas estações meteorológicas de Fortaleza que chega a 1.600 mm. No primeiro semestre, a taxa de concentração atinge um índice de 93,0%. O Gráfico 4.1 apresenta a distribuição da pluviometria no município de Paracuru considerando as mínimas e as máximas registradas no período de 1974 a 2010, e as médias mensais referente ao período estudado. Os valores dos índices de precipitação anual apresentam uma intensa variação das médias, no ano de 1985 registrou-se um índice pluviométrico de 2.357,00 mm, e no ano de 1979 apenas 748,00 mm. Observa-se, no entanto, que a distribuição mensal segue um padrão geral, com maior concentração nos meses de fevereiro a maio, ratificando a importância da ZCIT na definição do clima na região. O Gráfico 4.2 apresenta o ietograma das médias, máxima e mínimas das precipitações mensais, segundo os registros da série histórica de 1974 a 2010 do posto pluviométrico de Paracuru. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.4 Figura 4.2 – Localização das Estações Meteorológicas e dos Postos de Coleta de Dados Considerados na Caracterização Climática COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.5 Quadro 4.1 – Principais Registros da Estação Meteorológica do Campus do Pici (UFC) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE Meses Precipitação (mm) Umidade Relativa do Ar (%) Temperatura do Ar (º C) Pressão Atmosférica (mb) Nebulosidade (0/10) Insolação (h/mês) Evaporação (mm)* Evapotranspiração (mm) Velocidade do Vento (m/s) Radiação Solar (cal/cm2/mês)** Jan. 123,0 77,8 27,4 1008,1 5,8 229,2 212,9 161,9 3,7 12.655 Fev. 191,8 80,2 27,1 1008,3 6,2 183,6 169,1 153,2 3,4 11.236 Mar. 335,8 83,5 26,7 1008,2 6,6 163,0 147,8 143,1 2,7 10.818 Abr. 351,7 84,2 26,6 1008,3 6,3 158,0 134,2 142,4 2,6 10.423 Mai. 235,6 82,4 26,5 1009,0 5,6 211,8 157,9 124,5 3,2 10.889 Jun. 164,6 80,4 26,1 1010,5 4,9 233,4 149,5 130,2 3,4 11.276 Jul. 90,8 78,3 26,0 1011,2 4,5 265,6 197,9 127,4 3,8 11.990 Ago. 31,7 74,1 26,4 1011,0 3,8 294,0 239,6 135,0 4,5 13.250 Set. 23,5 72,3 26,8 1010,4 3,9 281,1 254,5 146,2 5,0 13.797 Out. 12,7 72,7 27,2 1009,4 4,2 291,5 270,5 158,8 4,8 14.130 Nov. 12,0 73,2 27,5 1008,4 4,6 285,4 259,5 164,5 4,7 13.829 Dez. 35,9 74,9 27,6 1008,2 4,9 271,4 251,7 168,5 4,3 13.413 Fonte: Estação Meteorológica do Pici/UFC (1966-2007), relatório interno. Exceto * (1976-2007), ** (1966-2000). COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.6 Gráfico 4.1 – Distribuição Pluviométrica (Média Mensal) no Município de Paracuru COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DE PARACURU – PARACURU / CE 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 P re ci pi ta çã o (m m ) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Fonte: baseado em http://www3.funceme.br/plone/monitoramento/downloa dHistoricos/postos/109.txt, acessado em 28/09/2010 Gráfico 4.2 – Ietograma das Médias Mensais no Posto de Paracuru COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses P re ci pi ta çã o (m m ) Máxima Média Mínima Fonte: baseado em http://www3.funceme.br/plone/monitoramento/downloa dHistoricos/postos/109.txt, acessado em 28/09/2010 4.2.2.1.2. Evaporação / Evapotranspiração As taxas de evaporação anual da região de estudo mostraram-se bastante elevadas, entorno de 2.500 mm, com uma média mensal de 203,76 mm. Esses índices são basicamente explicados pelas elevadas temperaturas e pela intensa radiação solar, além dos constantes ventos que sopram por toda a região. Com relação à distribuição mensal dos índices de evaporação, os maiores índices ocorrem a partir de agosto (239,6 mm), com valores crescentes em setembro (254,5mm) e máximos em outubro (270,5 mm). A partir de então, os valores decrescem até alcançar os menores índices (134,2 mm) durante o mês de abril. Gráfico 4.3 Gráfico 4.3 – Distribuição Média Anual de Evaporação (1976/2007) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE 0 50 100 150 200 250 300 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Meses E va po ra çã o (m m ) Fonte: Baseado em dados da Estação Meteorológica do Campus do Pici (Fortaleza), FUNCEME. Evapotranspiração é a perda de água do solo por evaporação e a perda de água da planta por transpiração. Esses dois processos ocorrem concomitantemente e, devido à sua necessidade de mensuração (ou estimação), denominou-se evapotranspiração. A taxa de evapotranspiração anual média é de 1.755,1mm. Os maiores índices (>150,0 mm) são registrados nos meses de outubro a fevereiro e os menores (<130,0 mm) ocorrem nos meses de maio e junho. O Gráfico 4.4 apresenta a distribuição mensal dos índices de evapotranspiração, onde se percebe, de forma geral, que os maiores índices ocorrem no segundo semestre do ano, onde se tem de forma concomitante, as menores taxas de precipitação, e as maiores médias térmicas e de insolação. 4.2.2.1.3. Temperatura De maneira geral, a temperatura média na zona costeira é elevada, com valores em torno de 26 a 27 °C, raramente atingindo uma temperatura inferior a 21 °C. De acordo com os dados da FUNCEME, a temperatura média mensal mais elevada é de 27,6 °C (dezembro), decaindo até alcançar a média de 26,0 °C no mês de julho. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.7 Gráfico 4.4 – Distribuição Média Mensal da Evapotranspiração (1966/2007) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Meses E va po tra ns pi ra çã o (m m ) Fonte: Baseado em dados da Estação Meteorológica do Pici (Fortaleza), FUNCEME. No PCD de São Gonçalo, localizado mais distante da costa e com registros de 2003 a 2007, a média anual da temperatura é de 27,2 °C, com a média mensal mais elevada também registrada no mês de dezembro (28,24°C) e a menor no mês de junho (25,89 °C). O Gráfico 4.5 mostra a distribuição dos valores médios mensais de temperatura na Estação Meteorológica do Pici e do PCD de São Gonçalo do Amarante. Gráfico 4.5 – Distribuição dos Valores de Temperatura Média Mensal (Estação Meteorológica do Pici, 1966 – 2007 x PCD São Gonçalo do Amarante, 2003 - 2007) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE 24,5 25 25,5 26 26,5 27 27,5 28 28,5 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Meses Te m pe ra tu ra M éd ia (° C ) EM Pici PCD São Gonçalo do Amarante Fonte: Baseado em dados da Fundação Cearense de Meteorologia – FUNCEME, relatório interno. 4.2.2.1.4. Umidade Relativa do Ar Como resultante da influência marinha e da alta taxa de evaporação, a região do estudo alcança uma média mensal de 77,8% de umidade relativa do ar, com mínima mensal de 72,3% em setembro, e máxima de 84,2% em abril, apresentando oscilações segundo o regime pluviométrico. Com relação aos dados de São Gonçalo, estes apresentam um comportamento ao longo do ano semelhante aos verificados na Estação de Fortaleza. O Gráfico 4.6 apresenta a variação dos índices mensais de umidade relativa do ar nos dois pontos de observação meteorológica. 4.2.2.1.5. Insolação A insolação corresponde ao período de tempo no qual o sol ilumina determinado lugar. Este parâmetro climático tem uma relação inversa com a precipitação e a nebulosidade. Gráfico 4.6 – Variação Media Mensal da Umidade Relativa do Ar - % (1974-2004) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Meses U m id ad e R el at iv a do A r ( % ) EM Pici PCD São Gonçalo do Amarante Fonte: baseado nos dados da Estação Meteorológica do Pici (1966 – 2007) e do Posto de Coleta de Dados de São Gonçalo do Amarante (2003 – 2007). A insolação total média anual é de 2.868 horas, com uma média mensal de 239,0 horas. De acordo com a FUNCEME, a variação mensal da insolação apresentou um mínimo de 158 horas, em abril, e máximo de 294,0 horas, em agosto. O valor médio é de 8 h/d, atingindo seu máximo de setembro a novembro, quando ultrapassa as 9 h/d. O valor mínimo da insolação é de 6 a 7 horas diárias e ocorre geralmente no mês de março. O Gráfico 4.7 exibe a distribuição média mensal da insolação. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.8 Gráfico 4.7 - Insolação X Precipitação (1974-2004) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU– PARACURU / CE 0 50 100 150 200 250 300 350 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Meses In so la çã o (h /m ês ) Fonte: Baseado em dados da Fundação Cearense de Meteorologia – FUNCEME, relatório interno Para ver a representatividade desta taxa de incidência direta dos raios solares, deve-se fazer um comparativo entre as médias mensais da insolação e da pluviosidade e assim ver-se-á que as taxas apresentam variações opostas, conforme mostra o Gráfico 4.8. Gráfico 4.8 – Comparativo entre as Taxas de Insolação e Pluviosidade COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU– PARACURU / CE 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Meses U m id ad e R el at iv a do A r ( % ) Precipitação (mm) Insolação (h/mês) Fonte: Baseado em dados da Fundação Cearense de Meteorologia – FUNCEME, relatório interno. 4.2.2.1.6. Pressão Atmosférica A pressão atmosférica na região apresenta uma média mensal de 1009,25 mb ou hPa, com valores máximos de 1011,2 mb em julho e mínimo de 1008,1 mb, em janeiro. De acordo com os dados obtidos no período de 1966 a 2007, observa-se que a pressão atmosférica apresenta um comportamento de destaque nos meses de junho a outubro quando são registrados índices acima da média mensal, sendo ainda mais elevados no bimestre julho-agosto. O Gráfico 4.9 exibe a variação mensal da pressão atmosférica nos pontos de estudo dos parâmetros meteorológicos. Gráfico 4.9 – Distribuição Média Mensal da Pressão Atmosférica COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU– PARACURU / CE 1005 1006 1007 1008 1009 1010 1011 1012 1013 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Meses P re ss ão A tm os fé ric a do A r ( m b) EM Pici PCD São Gonçalo do Amarante Fonte: Baseado em dados da Fundação Cearense de Meteorologia - FUNCEME, relatório interno. 4.2.2.1.7. Ventos No primeiro semestre do ano, quando se tem a concentração pluviométrica e a queda das médias térmicas, os ventos apresentam uma velocidade média de 3,2 m/s, onde em abril (mês de maior pluviosidade) apresenta uma velocidade média de apenas 2,6 m/s, e ao longo do segundo semestre do ano, com a redução dos índices de pluviosidade e o aumento das médias de temperatura, os ventos apresentam uma média de 4,5 m/s, sendo que no mês de setembro, a velocidade alcança 5,0 m/s, segundo dados da Estação Meteorológica do Campus do Pici, cujas medições são feitas por uma torre situada a 10,0 metros de altura, Em relação à direção dos ventos, observa-se um amplo predomínio da direção E, resultante, inclusive, da conjunção dos ventos alísios de NE e SE, que se caracterizam como ventos de direção secundária (Gráfico 4.10). COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU/ CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.9 Gráfico 4.10 – Direção Predominante dos Ventos (1966-2007) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU– PARACURU / CE DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS (1966 - 2007) 17,26% 0,40% 0,20% 2,38% 79,96% E NE S SE E/SE Fonte: Baseado em dados da Estação Meteorológica do Campus do Pici (Fortaleza), FUNCEME. Como se pode observar quase 80% da incidência dos ventos se dá na direção E, derivada, em suma, da confluência dos alísios NE (2,38%) e SE (17,26%), além da própria direção de E. De acordo com a análise dos dados fornecidos, o regime eólico na região do Pecém apresenta dois padrões distintos. Conforme mostram os Quadros 4.2 e 4.3, além do Gráfico 4.11, no primeiro semestre do ano a média das velocidades dos ventos é mais baixa, com valores entre 4,0 e 7,0 m/s com as rajadas de menor velocidade ocorrendo entre março e abril. Vale frisar que os dados concernentes aos Quadros e ao Gráfico são relativos às medições realizadas numa altura de 40,0 metros na torre anemométrica. Quadro 4.2 - Variação da Velocidade Média Mensal dos Ventos (em m/s) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU / CE Índices Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano 2002 6,14 7,62 6,04 5,81 6,54 7,21 8,19 9,66 10,17 10,33 8,91* 8,32 Ano 2003 6,57 6,03 5,39 5,69 6,67 7,27 8,63 9,63 10,21 10,62 9,58 9,00 Máxima 7,40 9,10 8,03 7,40 8,60 9,17 10,04 11,12 11,64 11,85 10,46 9,61 Mínima 4,58 4,94 4,43 4,04 5,01 5,94 6,46 7,41 7,80 8,66 8,27 7,50 Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2004). Relatório Interno. * Média de 1º a 12/11/2002; e de 26 a 30/11/2002. Quadro 4.3 - Variação da Velocidade Média Mensal dos Ventos (em m/s) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU Índices Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano 2007 - - - - - - - - - 9,861 9,63 8,84 Ano 2008 7,33 7,00 4,12 4,68 5,26 6,022 7,663 8,644 - - - - Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2008). Relatório Interno. 1 Média de 19 a 31/10/2007.2 Média de 1º a 11/06/2008. 3 Média de 11 a 30/07/2008. 4 Média de 1º a 07/08/2008. O Gráfico 4.11 mostra ainda que em relação aos anos monitorados não houve uma variação muito significativa em relação às médias mensais, a exceção do mês de fevereiro. Até mesmo as linhas de evolução das velocidades máximas e mínimas acompanham o padrão das médias. Com relação ao fluxo eólico, ao longo do dia se observa, de acordo com os dados analisados, que os ventos apresentam uma oscilação não harmônica com duas subidas e duas descidas da velocidade, ver Gráfico 4.12. A velocidade média dos ventos ao longo do primeiro semestre para o período é de 6,42 m/s, aumentando ao longo do segundo semestre do ano, cuja média verificada é de 9,45 m/s. A média anual é de 7,93 m/s. Em termos de direção de incidência dos ventos, tem-se que os ventos observados são provenientes da faixa compreendida entre NEE e S com maior concentração na faixa de E a ESE. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.10 Gráfico 4.11 – Variação da Velocidade Média Mensal dos Ventos COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU / CE 2 4 6 8 10 12 14 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Ve lo ci da de d os V en to s (m /s ) Ano 2002 Ano 2003 Máximo Mínimo Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2004). Relatório Interno. De acordo com os dados analisados, observou-se uma maior variação entre a média dos registros dos anos de 2002 e 2003 no primeiro semestre do ano, ver Quadro 4.4. O Gráfico 4.13 apresenta esta variação em termos do direcionamento dos ventos. Gráfico 4.12 – Variação Média da Velocidade dos Ventos ao Longo do Dia no Pecém COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU / CE 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 0 500 1000 1500 2000 Horas (500 = 5:00) Ve lo ci da de (m /s ) Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2004). Relatório Interno. Quadro 4.4 - Direção Preferencial dos Ventos (Azimute) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU / CE Descrição Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano 2002 108 110 119 127 126 128 116 114 104 105 98 92 Ano 2003 98 95 121 143 123 117 105 114 101 100 96 94 Máximo 148 143 167 170 164 159 155 151 141 132 124 111 Mínima 77 76 84 88 100 96 92 92 93 90 87 81 Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2004). Relatório Interno. Gráfico 4.13 – Variação da Concentração do Direcionamento dos Ventos (em Azimute) COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU / CE 90 - 100 29% 100 - 110 25% 110 - 120 21% 120 - 130 21% 130 - 140 0% > 140 4% 90 - 100 100 - 110 110 - 120 120 - 130 130 - 140 > 140 Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2004). Relatório Interno. O Gráfico 4.14 apresenta esta predominância, bem como as demais direções de ventos verificadas entre os anos de 2002 e 2003. A direção preferencial dos ventos se concentra entre 90°Az e 110° Az, com uma pequena preponderância dos ventos vindos de 90° a 100°Az. Já em termos de distribuição, ao longo do dia, se observou que durante o período de 24 horas a direção de incidência apresenta três comportamentos distintos conforme mostra o Gráfico 4.15. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.11 Gráfico 4.14 – Variação da Concentração do Direcionamento dos Ventos COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU / CE 5,64% 38,05% 25,13% 13,03% 9,87% 0,08% 0,09% 0,13% 0,33% 0,08% 1,12% 0,78% 1,18% 1,92% 0,26% 0,51% 1,81% N NNE NE NEE E ESE SE SSE S SSW SW WSW W WNW NW NNW NaN Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2004). Relatório Interno. Gráfico 4.15 – Variação da Direção de Incidência dos Ventos ao Longo do Dia COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU - PARACURU / CE 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 0 500 1000 1500 2000 Horas (500 = 05h:00min) D ire çã o (A zi m ut e) Fonte: Baseado em dados fornecidos pela empresa BRASELCO (2004). Relatório Interno. 4.2.2.2. Classificação Climática Segundo a classificação de Köppen, toda a região em estudo está inserida na faixa de dominância do tipo climático Aw’, que se caracteriza por um tipo climático tropical, chuvoso, quente e úmido. A Zona de Convergência Inter-Tropical (ZCIT) representa o principal sistema sinóptico responsável pelas condições climáticas, em particular pelo estabelecimento da estação chuvosa. 4.2.2.3. Sinopse Climática Em resumo, o painel climático da região tem como característica os indicadores a seguir: Pluviosidade média anualz...............1.304,1 mm Período mais chuvoso..........................Mar./Mai. Mês de maior pluviometria..........................Abr. Período mais seco..............................Ago./Dez. Evaporação média anual..................2.445,1 mm Período de maior evaporação...............Set./Dez. Período de menor evaporação..............Mar./Abr. Evapotranspiração média anual...........755,1 mm Período de maior evapotranspiração..............................Out./Jan. Período de menor evapotranspiração.............................Mai. e Jul. Temperatura média mensal....................26,8º C Umidade relativa média mensal................77,1% Período de maior umidade relativa..............................................Fev./Jun. Período de menor umidade relativa.............................................Ago./Dez. Insolação anual...............................2.868,00 hsPeríodo de maior insolação..................Ago./Nov. Período de menor insolação..................Fev./Abr. Pressão atmosférica média mensal.........................................1009,25 hPa Velocidade média dos ventos (Fortaleza)...........................................3,8 m/s Velocidade média dos ventos (São Gonçalo)......................................3,7 m/s Velocidade média dos ventos (Pecém)...............................................7,9 m/s Período de maior ventania...................Ago./Dez. Período de menor ventania..................Mar./Jun. Direção predominante dos ventos.........................................................E COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.12 4.2.2.4. Nível de Ruídos 4.2.2.4.1. Premissas Naturais e de Uso e Ocupação do Solo A Área de Influência Direta (AID), bem como sua região de entorno caracteriza-se pela baixa densidade ocupacional. No entorno da área, a oeste, verifica-se a existência de uma barraca de praia, muito freqüentada por praticantes de kite surf e turistas, e uma base de operações da Petrobras, cujo acesso se dá pela estrada que recorta a área estudada. Esta estrada também é utilizada por moradores da comunidade de São Pedro quando os mesmos destinam-se ou retornam da sede do município. Citam-se ainda o imóvel residencial situado no interior da área que é ocupado pelo zelador da propriedade. Na área, registra-se a convivência de rebanhos, bovinos e assininos, além da presença constante da avifauna, em número bastante representativo. Devido as potencialidade turísticas e de balneabilidade das praias no entorno NW, por ocasião dos feriados prolongados, férias, campeonatos de esporte a vela e náuticos, e de outras atividades marítimas, eventualmente se tem um aumento no nível de ruídos na região, elevação esta minimizada pelo fluxo eólico. O quadro sumariamente descrito acima, em suma, proporciona no campo teórico um pequena diversidade de níveis de ruídos no contexto espacial da AID, o qual serviu como parâmetro básico para a seleção dos setores onde foram realizadas medições para a determinação do nível de ruídos em ambientes externos. 4.2.2.4.2. Medições Realizadas No entorno da Área de Influência Direta (AID) foram realizadas medições em 02 (dois) pontos diferentes, abrangendo a proximidade de setores habitados e de uso mais frequente na região. A Figura 4.3 apresenta a localização destes pontos. Os resultados das medições dos níveis de ruídos realizadas na área apresentam uma relação associável às atuais características naturais e de uso e ocupação da área, descritas anteriormente (Quadro 4.5). Os pontos de medições que apresentaram níveis de ruídos com uma diferença de 3,3 dB. A primeira medição foi realizada em um ponto aberto, próximo ao mar, captando-se o som do vento e do mar, já a segunda medição foi realizada mais no interior da área e captou-se, além do som do vento, os ruídos emitidos pela passagem de carros e caminhões. Quadro 4.5 – Resultado das Medições do Nível de Ruídos COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE Pontos 01 02 Valor (dB) 65,8 69,1 Fonte: Geoconsult, relatório interno. Desta forma, em função, sobretudo, do fluxo de veículos automotores este ponto apresentou o maior nível de ruídos no contexto da área analisada. Por conseguinte, é previsível que as vias a serem utilizadas para acesso à Área de Influência Direta apresentem, principalmente durante a instalação do empreendimento, níveis significativos de ruídos. 4.2.3. Geologia 4.2.3.1. Geologia Regional Na geologia regional são destacáveis as unidades geológicas: Grupo (Formação) Barreiras Indiviso - ENb; Depósitos Eólicos Litorâneos 1 – Q2e; Depósitos Eólicos Litorâneos 2 – Qd; e Depósitos Aluviais – Q2a, segundo CPRM (2003). A Figura 4.4 apresenta o mapa geológico de Paracuru no qual se pode observar a dominância espacial de cada unidade geológica, inclusive com a situação da área do empreendimento em relação a este zoneamento. Deve-se ser ressaltado que este mapeamento é feito em escala regional de tal modo que outras unidades geológicas podem ocorrer em escala mais ampliada, não representável em um mapa regional. Todas as unidades geológicas aflorantes no município de Paracuru se depositaram na Era Cenozóica sendo a mais antiga a Formação Barreiras, depositada no período Paleo-Neogeno, e as mais novas no período Quaternário. COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.13 Figura 4.3 – Localização dos Pontos de Medição de Ruídos COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.14 Figura 4.4 – Mapa Geológico do Município de Paracuru COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE COMPLEXO TURÍSTICO DUNAS DO PARACURU – PARACURU / CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – VOL. II - 4.15 4.2.3.1.1. Grupo (Formação) Barreiras Indiviso (ENb) Em termos de domínio espacial, a unidade geológica Formação Barreiras indiviso é a que apresenta maior representatividade (75% do município), sendo composta por sedimentos inconsolidados e afossilíferos areno-argilosos, de colorações esbranquiçadas, avermelhadas e acinzentadas, muitas vezes de aspecto mosqueado, com granulação variando de finos a médios e níveis conglomeráticos, e com um acamamento indistinto. 4.2.3.1.2. Depósitos Eólicos Litorâneos 1 (Qd) Nesta Unidade, estão agrupados os corpos de dunas fixadas pela vegetação. Esta subunidade eólica ocorre com maior representatividade na porção leste do município, às margens do rio São Gonçalo. As dunas fixas têm em geral uma conformação parabólica, com a concavidade voltada para o lado da incidência eólica. Devido à pedogênese gerada pela cobertura vegetal, os sedimentos areno- quartzosos apresentam uma coloração mais escura e/ou amarelada. Este depósito eólico se destaca pela uniformidade sedimentar, apresentando essencialmente grãos de quartzo, de granulometria fina e textura arenosa. O brilho dos sedimentos desta unidade é bastante fosco e a presença de matéria orgânica é comum. 4.2.3.1.3. Depósitos Eólicos Litorâneos 2 (Q2e) Os Depósitos Eólicos Litorâneos 2 compreendem os depósitos sedimentares localizados na zona costeira e que ainda encontram-se em evolução. Ressalva-se que apesar da nomenclatura identificar estes depósitos como eólicos, estes englobam sedimentos dos ambientes deposicionais eólico e marinho. Nestes grupos são identificados: sedimentos de praia; beach rocks; depósitos fluvio-marinhos; depósitos de planície de deflação; dunas móveis e eolianitos. Ocupa aproximadamente 30% de Paracuru. Por uma questão organizacional, neste estudo ambiental o detalhamento dos sedimentos que compõem esta unidade será apresentado por ambiente de sedimentação. - Ambiente Eólico Eolianitos Na base do grupo sedimentar eólico encontram-se os corpos arenosos fixos, e mais antigos, os eolianitos. Este litotipo caracteriza-se por apresentar sedimentos arenosos coesivos, formados a partir de uma matriz quartzosa cimentada pela precipitação de carbonatos. Estes corpos eólicos ocorrem próximo a faixa de praia leste do município. Os eolianitos são facilmente identificáveis pela preservação das estruturas deposicionais, camadas plano-paralelas com mergulho para a direção do suprimento de sedimentos. A coloração escura da superfície deste pacote sedimentar é outra característica marcante. Dunas Móveis As dunas móveis ocorrem na faixa litorânea situada a leste da sede do município. Geralmente
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