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RCA EXTRAÇÃO DE AREIA PEDREIRAS THADEU - IMPRIMIDO

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1 
 
RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL – RCA 
 
 
 
 
 
 
 
EMPREENDIMENTO: DRAGAGEM DE AREIA NO LEITO DO RIO MEARIM 
 
 
 
REQUERENTE: 
• Artêmio Thadeu Pereira da Silva 
• CNPJ: 954.456.843-34 
• ENDEREÇO: Rua Dr. Joel Barbosa, 234 
• MUNICIPIO: Lima Campos – MA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDREIRAS – MA 
2018 
 
 
2 
 
 
I. APRESEINTAÇAO 
 
Os estudos de avaliação de impactos ambientais constituem-se numa exigência da 
Política Nacional de Meio Ambiente, para que se avaliem os impactos causados pela 
implantação de obras e serviços que causem alterações ambientais, bem como para a definição 
de medidas de controle e monitoramento dos mesmos. Para os empreendimentos de pequeno 
porte ou magnitude, os órgãos licenciadores aceitam estudos mais simplificados e resumidos 
que o Estudo de Impacto Ambiental - EIA, propriamente dito, como, por exemplo, o Plano de 
Controle Ambiental – PCA para fins de licenciamento junto aos órgãos competentes ou o 
Relatório de Controle Ambiental – RCA, para fins de renovação da Licença de Operação (L.O), 
que é o nosso caso 
O RCA é constituído pelas informações necessárias para a caracterização do 
empreendimento, pelo diagnóstico ambiental das áreas de influência, pela relação dos impactos 
ambientais potenciais causados pelo empreendimento, bem como pela definição das medidas 
mitigadoras e dos Programas de Controle Ambiental e Monitoramento. Estes elementos 
fornecem as garantias mínimas para a implantação da obra em questão, em conformidade com 
os parâmetros de Desenvolvimento Sustentável. 
Com base no exposto, apresentamos um Relatório de Controle Ambiental para a 
renovação da licença de extração de areia através de dragagem no município de Pedreiras 
- MA. 
Este documento apresenta as informações necessárias para a caracterização do 
empreendimento contendo: dados estatísticos, plantas de localização, diagnóstico ambiental das 
áreas passíveis de alteração nos meios físico, biótico e antrópico, avaliação de impactos 
ambientais dos serviços, bem como as medidas mitigadoras e os programas de monitoramento 
ambientais mais adequados para o empreendimento em apreço. 
 
 
 
3 
 
II. METODOLOGIA 
 
A elaboração dos estudos deste RCA envolveu as seguintes etapas: 
a) Caracterização do empreendimento: 
Foram levantados todos os dados para a caracterização técnica do empreendimento, 
apresentando-os em sua fase de pesquisa, implantação e iminente operação, contemplando 
também a possibilidade de riscos de acidentes em potencial, inerentes da natureza do 
empreendimento. 
 
b) Definição das áreas de influência: 
Utilizando-se critérios dados e levantamentos geoambiental, foram definidas as áreas de 
Influência do empreendimento, Área de Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta 
(AlI). 
 
c) Coletas de dados: 
Nesta etapa foram consideradas todas as informações existentes a respeito do 
empreendimento, constantes em bibliografias específicas e nos documentos de projetos de 
diversos âmbitos realizados na área, entre outros. Também foram realizados estudos de 
caracterização nas áreas de geologia, geomorfologia, solos, vegetação, uso do solo, fauna e 
meio antrópico (aspectos sócio econômicos). 
 
d) Pesquisa de Campo: 
Foram também realizadas pesquisas de campo, que tiveram como objetivo a obtenção 
de dados primários e atualização das informações existentes. Esta fase contou tanto com o 
reconhecimento das características gerais das áreas de influência, como também levantamento 
de informações captadas junto às comunidades. 
 
e) Diagnóstico ambiental: 
O Diagnóstico Ambiental utiliza todas as informações coletadas e analisadas e apresenta 
a situação atual da área de influência onde o empreendimento será inserido, em todos os seus 
níveis, físico, biótico e antrópico. 
 
 
 
 
 
4 
 
f) Análise dos impactos ambientais: 
Para a avaliação dos impactos ambientais levou-se em consideração que a implantação 
do empreendimento ocorre através de intervenções que, por sua vez, interagem com o meio 
ambiente (intervenções ambientais), acarretando transformações no mesmo (impactos 
ambientais), determinando a reorganização dos meios físico, biótico e antrópico. Nesta etapa 
os impactos identificados nas áreas & interesse serão descritos e analisados, e proposta suas 
respectivas medidas mitigadoras com base na Avaliação de Impacto Ambiental. Serão então 
identificadas as medidas mitigadoras que deverão ser adotados no tempo e no espaço, em 
relação aos impactos negativos detectados. 
 
g) Análise de cumprimento das condicionantes da L.O 
Para essa etapa, analisou-se minunciosamente as condicionantes impostas pela SEMA 
para a L.O com os programas ambientais propostos no PCA afim de mitigar os impactos 
ambientais causados. 
 
III. JUSTIFICATIVAS DO EMPREENDIMENTO 
 
O objetivo deste estudo é o pedido de renovação de licenciamento de operação (L.O)
 para uma área de extração de areia junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e 
Recursos Hídrico (SEMA) do Estado do Maranhão. Este empreendimento minerário tem por 
função primordial a extração de areia, matéria prima indispensável à atividade de construção 
civil. Para a viabilidade deste empreendimento se efetuou o levantamento geoambiental 
necessário, os estudos sobre potenciais impactos ambientais, suas respectivas medidas 
mitigadoras, informações gerais e outros dados exigidos na legislação ambiental vigente. 
 
3.1 JUSTIFICATIVAS GERAIS DO EMPREENDIMENTO 
 
A mineração é um dos setores básicos da economia do país, que contribui de fato no 
recolhimento de tributos aos governos municipal, estadual e federal, originando um produto 
comercial que gera emprego com o surgimento de outras atividades de apoio, formando um 
conjunto de ações que leva à cadeia produtiva. 
Acrescentemos que o empreendimento também é importante para a geração de 
empregos diretos e indiretos, incrementação de impostos no município, dinamização da 
economia, etc. 
 
 
5 
 
Assim, embora de pequeno porte, o referido empreendimento é relevante para o 
município envolvido, num estado como o Maranhão, pobre e carente de oferta de empregos e 
de circulação de mercadorias que gerem riquezas e incentivem atividades similares. 
Dentro dos conceitos de viabilidade técnica, sócio econômica e ambiental, o 
empreendimento se justifica na medida em que a exploração sustentável é adotada. 
 
3.2 JUSTIFICATIVAS TÉCNICAS 
 
Tecnicamente, as justificativas para um empreendimento minerário, no caso de extração 
de areia, estão intimamente ligadas ao condicionamento geológico da jazida. 
A seguir estão descritas algumas justificativas técnicas: 
I. A dragagem será feita na aluvião submerso do leito do Rio Mearim. 
II. O material extraído será empregado diretamente na construção civil; 
III. São bens minerais abundantes e não requer tecnologias sofisticadas para a sua 
produção. 
 
3.3 JUSTIFICATIVAS SÓCIO-ECONÔMICAS 
 
A extração de areia no município de Pedreiras gerará dividendos á União, ao Estado e 
ao próprio município, através do pagamento de impostos como ICMS, IR, CFEM, e outros. A 
atividade como um todo tem grande alcance social, proporcionará a geração de empregos 
diretos e indiretos, além de mais tributos e circulação de riquezas, além de incentivar outros 
empresários minerários a investir na região. 
Sobre a matéria-prima e o frete incide diretamente o ICMS, na saída da jazida. A 
substância mineral também está sujeita a ISS e CFEM. 
A Constituição Federal, no seu artigo 20, parágrafo primeiro, assegura aos Estados, ao 
Distrito Federal, aos Municípios e a órgãos da administração direta da União, participação no 
resultado, pela utilização econômica de recursos minerais nos seus respectivos territórios: é a 
chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que foi 
instituída pela Lei 7.990, de 28 de dezembro de 1989. 
Os recursos arrecadadoscom a Compensação Financeira de Exploração de Recursos 
Minerais são assim distribuídos, de acordo com a Lei 8.001, de 13 de março de 1990: 12% dos 
recursos vão para a União, e distribuídos entre o IBAMA e o DNPM e 23% é destinado ao 
Estado onde for explorada a substância mineral e 65% para o município produtor. Caso de mais 
 
 
6 
 
de o mineral se encontrar em mais de um município, será observada a proporcionalidade da 
produção ocorrida em cada um deles. 
O CFEM é calculado considerando-se o faturamento líquido da venda do minério, 
deduzindo-se os tributos que incidem na comercialização, como também as despesas com 
seguro e transporte. 
Quanto aos materiais extraídos, ou seja, a areia constituirá insumos utilizados na 
construção civil para a fabricação de material de enchimento, agregados para concreto, 
argamassa e pavimentação, assim proporcionando o desenvolvimento municipal. 
Além disso, cumpre destacar que a extração de areia, compatível com as necessidades 
da demanda do mercado é de forma legalizada. Dessa forma essa situação inibirá a lavra 
clandestina extremamente danosa ao meio ambiente e à economia municipal e estadual. 
 
3.4 JUSTIFICATIVAS AMBIENTAIS 
 
O homem pouco influencia na localização de exploração mineral. A natureza através 
dos aspectos geoestruturais define sua localização, cabendo ao homem o dever de explorá-la, 
preservando o equilíbrio do meio ambiente. 
Apesar da exploração mineral ser uma atividade geradora de grandes impactos negativos 
ao meio ambiente, a extração de areia localizada no município de Pedreiras, será executada com 
técnicas e medidas que causarão e mitigarão os impactos negativos. 
Além disso, a retirada dos minérios propiciará a geração de empregos e movimentação 
na economia impactos estes compensatórios aos danos ambientais provocados que por sua vez 
serão posteriormente mitigados. 
Além disso, a retirada deste material do leito do Rio Mearim evitará o assoreamento 
contribuindo, dessa forma, para a “limpeza” do Rio. 
A) AREIA1 
Areia é um material de origem mineral finamente dividido em grânulos, composta 
basicamente de dióxido de silício, com 0,063 a 2 mm. 
Forma-se à superfície da Terra pela fragmentação das rochas por erosão, por ação do 
vento ou da água. Através de processos de sedimentação pode ser transformada em arenito. 
 
1 Areia - material natural com dimensões que variam entre 0,075 e 2,0 mm, classificada como grossa se 
maior que 1,2 mm, média se ficar entre este valor e 0,42 mm, fina se for menor que este último valor. A norma 
reguladora é a ABNT - NBR 6502. 
 
 
 
7 
 
As areias são constituídas principalmente por quartzo, um mineral de formula geral 
Si02, amplamente distribuído na crosta terrestre, constituindo aproximadamente 12% dela. 
Dependendo da granulometria e grau de pureza, as areias têm empregos específicos. 
Aquelas de baixo teor de ferro são usadas na fabricação de vidros e na indústria cerâmica e 
refratária. As areias com alta concentração de sílica se usam na siderurgia, para confecção de 
ligas ferro-silício. As areias mais grosseiras e com maior impureza se utilizam na construção 
civil e as mais finas como abrasivos. 
A areia pode ser usada em concreto, argamassa de assentamento e revestimento, 
pavimentação asfáltica, em filtros, lastro e permeabilização de vias e pátios. As chamadas areias 
lavadas possuem granulometria mais grossa e por isso são usadas na elaboração de argamassas 
para estruturas. Os filtros normalmente são construídos com areia limpa. Tem a função de 
permitir a passagem da água e impedir a passagem de partículas finas do solo. Alguns possuem 
areia, pedrisco e brita. É também usada nos chamados filtros “sandwich”, ou seja, uma 
sequência de areia, pedrisco, brita, pedrisco, areia. Pelas suas funções, o filtro normalmente está 
na parte interna de uma obra e, portanto, fica mais protegido do intemperismo. 
Normalmente é extraída do fundo dos rios com dragas, chamado dragagem, que pode 
ocasionar graves danos ambientais. Na sequência é lavada, peneirada e posta para secar e 
utilizada conforme sua granulação. 
Entretanto, em alguns casos sua extração não resulta em danos ambientais, pois em 
algumas situações o processo de extração contribui sobremaneiramente para o desassoreamento 
dos leitos dos rios onde é realizado, quando há o devido acompanhamento por especialistas. 
 
4.1 MÉTODO DE EXTRAÇÃO DO MINERAL DO EMPREENDIMENTO 
 
Os métodos principais de extração das areias ao redor de Pedreiras são o de lavra a céu 
aberto e o de dragagem. O primeiro método é manual, por meio da garimpagem, onde são 
usados instrumentos rudimentares, tais como pá, enxada e picareta. Também são usados os 
caminhões ou carroças, ambos carregados manualmente, com pás. O segundo método retira 
inicialmente a areia, manualmente, ou são instaladas dragas de sucção, que exigem a presença 
de um mergulhador ou de outro mecanismo que conduza a “maraca” para a sucção da areia no 
fundo do rio. 
 
4.2.1 Caracterização da Dragagem 
 
 
8 
 
O termo dragagem é, por definição, a escavação ou remoção de solo ou rochas do fundo 
de rios, lagos, e outros corpos d’água através de equipamentos denominados “draga”, a qual é, 
geralmente, uma embarcação ou plataforma flutuante equipada com mecanismos necessários 
para se efetuar a remoção do solo. Os principais objetivos da dragagem são o aprofundamento 
e alargamento de canais em rios, portos e baías; a construção de diques e preparar fundações 
para pontes e outras estruturas. 
O processo de dragagem apresenta-se dividido em dois grupos que são: a dragagem 
inicial, na qual é formado o canal artificial com a retirada de material virgem, e as dragagens 
de manutenção, para a retirada de material sedimentar depositado recentemente, com a 
finalidade de manter a profundidade do rio, propiciando a navegabilidade de embarcações de 
pequeno porte e a liberação da vazão fluvial. 
As Dragas Hidráulicas (Hydraulic dredge) são representadas principalmente pelas 
dragas de sucção. Os tipos de draga de sucção são as aspiradoras e as cortadoras. Nas 
aspiradoras, a sucção é feita por meio de um grande bocal de aspiração, como o dos aspiradores 
de pó. Com o auxílio de jatos de água, o material é desagregado e, através de aberturas no bocal, 
é aspirado e levado junto com a água aos tubos de sucção. A draga opera contra a corrente, 
podendo fazer cortes em bancos de material sedimentado de até 10 metros de largura. Cortes 
mais largos podem ser conseguidos por uma série de cortes paralelos. Este tipo de bocal é 
utilizado quando se tratar de material fino e de fraca coesão, em cortes rasos, não cortando 
material coesivo e não podendo fazer cortes em bancos cujo material pode desmoronar sobre o 
bocal e impedir a sucção. As características específicas de uma draga dependem das bombas e 
da fonte de energia escolhida. 
As dragas de sucção cortadoras dispõem de um rotor aspirador, equipado com lâminas 
que desagregam o material já consolidado para que este possa ser aspirado para o interior do 
tubo de sucção que se insere no núcleo do rotor. O funcionamento é idêntico ao da aspiradora, 
porém apresentam maior eficiência, e ao invés de atuarem numa linha reta, o movimento da 
draga descreve a trajetória de um arco. Uma variação deste tipo de draga são as 
autotransportadoras, as quais são navios, com tanques (cisterna) de fundo móvel, onde o 
material dragado é depositado, sendo a seguir transportado para o mar ou um porto onde é 
descarregado, dispensando o uso de barcaças. 
 
4.2.2 Efeitos Benéficos da Dragagem 
 
 
9 
 
Relatos e pesquisas relacionadas com dragagem e manejo do material dragado tratam 
apenas de impactos ambientais negativos, ignorando os benefícios proporcionados por estas 
operações. 
Estes efeitos benéficos incluem: - ressuspensão ou aumento de nutrientes benéficos 
permitindo umamelhora na produtividade do sistema aquático e a melhoria na dinâmica e 
circulação hidroviária e; melhoria no uso comercial e recreativo de corpos d’água. 
As atividades de dragagem podem, em alguns casos, aumentar a quantidade de oxigênio 
e nutrientes, os quais estavam presentes no sedimento e são liberados na coluna d’água. A 
eutrofização também pode ser controlada ou eliminada. Alguns tipos de dragas podem ser 
modificados para permitir a fixação de fosfatos no sedimento de fundo através da adição de cal, 
sendo esta uma forma barata e efetiva de melhorar a qualidade da água em lagos sujeitos ao 
aporte de fertilizantes ricos em nitratos utilizados por fazendeiros. 
Além destes, a dragagem gera empregos diretos e indiretos, movimentando a economia 
do local e regional. 
 
IV. DESCRIÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO 
 
5.2 IDENTIFICAÇÕES DO EMPREENDIMENTO 
5.2.1 Local do Empreendimento 
• Endereço: Margem Direita do Rio Mearim 
• Coordenada de Localização: 
• Município: Pedreiras / MA. 
 
5.2.2 Empreendedor 
• NOME: Artêmio Thadeu Pereira da Silva 
• CNPJ: 954.456.843-34 
• ENDEREÇO: Rua Dr. Joel Barbosa, 234 
• MUNICIPIO: Lima Campos – MA 
 
5.2.3 Representante Legal 
• NOME: Artêmio Thadeu Pereira da Silva 
• CNPJ: 954.456.843-34 
• ENDEREÇO: Rua Dr. Joel Barbosa, 234 
 
 
10 
 
• MUNICIPIO: Lima Campos – MA 
 
5.2.4 A coordenadas em UTM da área solicitada, está no quadro abaixo: 
M-01 9481399,846 665922,790 
M-02 9481401,450 665772,073 
M-03 9481547,079 665772,368 
M-04 9481540,105 666504,283 
M-05 9481320,586 666503,839 
M-06 9481328,342 666754,402 
M-07 9481153,267 666752,485 
M-08 9481156,297 667057,893 
M-09 9480954,792 667063,007 
M-10 9480956,020 667348,687 
M-11 9480603,709 667350,085 
M-12 9480346,347 667333,813 
 
5.2 DADOS GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTO 
A finalidade do empreendimento é a retirada de areia no leito do Rio Mearim, no 
município de Pedreiras, observando os critérios estabelecidos na Política Nacional de Meio 
Ambiente. 
A dragagem da areia, do local onde se encontra depositado, é feito diretamente através 
de uma bomba potente, que sugará o material desagregado. 
A draga será instalada em uma pequena plataforma flutuante, construída com tubões 
próprios para flutuar. Sobre esta plataforma será instalado um conjunto moto-bomba, 
constituído de um motor como 280CV e uma bomba de rotor aberto como 8” de diâmetro, vazão 
de 700m³/h, e aproveitando de 20 a 30%. 
A exploração deverá ser feita de modo gradativo com o objetivo de atender ao mercado 
consumidor. Ressaltando que o minério será comercializado na forma natural da maneira como 
é obtido na jazida. 
A área requerida para o processo de exploração compreende 49 hectares, localizada no 
rio Mearim, no município de Pedreiras – MA, no Povoado Retiro. O acesso é feito pela margem 
direita do Rio Mearim, por estrada vicinal. 
. A área a ser revegetada compreende aproximadamente 2 hectares, localizada dentro 
dos limites da área requerida. 
 
5.1.2 Descrição do Método de Lavra 
A draga do presente empreendimento extrai areia do Rio Mearim por um processo de 
dragagem hidráulica do tipo sucção (item 4.4.1), utilizando um motor diesel MWM de quatro 
 
 
11 
 
cilindros que aciona uma bomba de 4x4 polegadas de diâmetro tipo garimpo, de rotor aberto, 
que faz a sucção da areia para fora do rio. 
As etapas deste processo são: Bombeamento, Canalização, Secagem, Estocagem, 
Carregamento e Transporte. 
O processo inicia-se com a instalação das estações de dragagem (dragas móveis) e 
captação da areia do fundo do rio (3 a 5m de profundidade) através da sucção com a presença 
de maraqueiro, a areia é canalizada por meio de tubos de ferro galvanizados de 4 polegadas ou 
de PVC (100mm), até o depósito para o material extraído (caixa de estocagem). Neste local 
acontece a etapa da secagem por evaporação e por escoamento, os efluentes gerados na etapa 
de secagem (água). Após a etapa de secagem o material fica estocado na caixa de areia, neste 
local é feito o carregamento dos caminhões que transportam e/ou comercializam a areia. 
A água proveniente do processo de dragagem é direcionada para áreas mais baixas onde 
acontece o processo da evaporação e infiltração ou mandadas de volta pra o rio por meio de 
tubos de ferro galvanizados ou de PVC, evitando-se assim, originar sulcos ou voçorocas. As 
etapas básicas deste processo são (Fig. 5.2.1.2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig.5.2.1.2 Esquema de Dragagem 
 
5.2.2 Equipamentos destinados á extração e comercialização de areia 
A dragagem é feita por uma draga flutuante hidráulica de sucção de 4x4” polegadas de 
diâmetro, que succiona até a bomba montada sobre uma plataforma flutuante e a partir daí a 
areia é empurrada contra a força da gravidade para fora do Rio Mearim com um recalque de 4 
 
DRAGAGEM DE 
AREIA 
CANALIZAÇÃO 
ESTOCAGEM 
SECAGEM NATURAL 
CARREGAMENTO 
TRANSPORTE 
 
 
12 
 
metros aproximadamente e uma extensão superior a 70,00 metros, até a caixa de areia. A draga 
é equipada com um compressor e uma bateria de filtros com várias finalidades cada um destes 
filtros afim de fornecer um ar livre de impurezas que possam prejudicar o mergulhador que 
utiliza este ar na sua atividade laboral. 
A canalização é feita através de canos de PVC de 04” polegadas a uma distância mínima 
de 70,00 metros, até a caixa de areia, onde inicia o processo de decantação, escoamento e 
secagem. 
A secagem é feita naturalmente pelo sol e vento acontece à evaporação e escoamento 
da água, após a separação da água e areia que por sua vez pode ser selecionada em areia fina e 
areia grossa a seco. 
A estocagem é feita no chão pelo material dragado e úmido. Podendo fazer uso de silos. 
O carregamento é feito com o auxílio de pás carregadeira mecânicas, ou manualmente 
e transferidos para caminhões, tipo caçamba ou carroceria. 
O transporte é feito através de caminhões de terceiros de carroceria de madeira ou do 
tipo basculante. 
5.2.3 Custos Envolvidos em Operações de dragagem 
Os custos convencionais a serem considerados nas operações de dragagem são 
influenciados por algumas condições operacionais e dependem da qualidade do gerenciamento 
e da tripulação que operam os equipamentos de extração, podendo sofrer variações conforme a 
organização e o sítio de extração. 
Para a maioria as operações de extração, o custo total depende de dois elementos 
básicos: 1) o custo de mobilização e desmobilização dos equipamentos e mão-de-obra; e 2) o 
custo da realização do trabalho propriamente dito. 
Os custos operacionais são facilmente estimados, já os custos de mobilização dependem 
fortemente do tempo de execução do trabalho e de sua localização, e o preço pode sofrer grande 
influência do mercado. Desta forma, toma-se difícil, mesmo para a empreiteira, estimar os 
custos de mobilização muito antes da realização do trabalho, particularmente se este será 
realizado em locais remotos, longe dos centros onde ocorrem atividades de extração 
regularmente. 
 
De uma forma geral, para extração de 8.000t/ano os custos operacionais clássicos são 
os seguintes: (Tabela 5.2.3.1) 
CUSTOS OPERACIONAIS 
Combustível e lubrificante R$ 9.000,00; 
 
 
13 
 
Itens de consumo R$ 2.000,00 
Equipe de operação R$ 15.000,00 
Planejamento e supervisão R$ 3.000,00 
Manutenção e reparos rotineiros R$ 6.000,00 
Despesas gerais R$ 35.000,00 
Tabela - 5.2.3.1 — Custos Operacionais para Extração de 8.000 T/ano de Areia 
 
Considerando a produção do empreendimento em apreço, esta apresenta grande 
variação, devido principalmente, à demanda do mercado que absorve o material como matéria-
prima para diversas finalidades. Contudo, sua produção compreende um valor entre 100 e 
130m³/dia, que é revendida no local çu para depósitos de materiais dc construção da cidade. 
 
 
VI ASPECTOS LEGAIS 
 
6.1 GENERALIDADES 
 
A mineração é um dos setores básicos da economia dopaís, contribuindo de forma 
decisiva para o bem estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e futuras gerações, 
sendo fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade equânime, desde que seja 
operada com responsabilidade social, estando sempre presentes os preceitos do 
desenvolvimento sustentável. Na Conferência Rio + 10, realizada de 26 de maio a 29 de agosto 
de 2002, em Johannnesburgo, em várias partes de seu documento final, assinado por todos os 
países presentes, a mineração foi considerada como uma atividade fundamental para o 
desenvolvimento econômico e social de muitos países, tendo em vista que os minerais são 
essenciais para a vida moderna. 
A História do Brasil tem íntima relação com a busca e o aproveitamento dos seus 
recursos minerais, que sempre contribuíram com importantes insumos para a economia 
nacional, fazendo parte da ocupação territorial e da história nacional, O setor mineral 
representou, em 2000, 8,5% do P18 brasileiro, ou seja US$ 50,5 bilhões de dólares, gerou 
500.000 empregos diretos e um saldo na balança comercial de IJS$ 7,7 bilhões de dólares, além 
de ter tido um crescimento médio anual de 8,2% no período 1995/2000. 
O subsolo brasileiro possui importantes depósitos minerais. Parte dessas reservas são 
consideradas expressivas quando relacionadas mundialmente, O Brasil produz cerca de 70 
substâncias, sendo 21 do grupo de minerais metálicos, 45 dos não- metálicos e quatro dos 
 
 
14 
 
energéticos. Em termos de participação no mercado mundial em 2000, ressalta-se a posição do 
nióbio (92%), minério de ferro (20%, segundo maior produtor mundial), tantalita (22%), 
manganês (19%), alumínio e amianto (11%), grafita (19%), magnesita (9%), caulim (8%) e, 
ainda, rochas ornamentais, talco e vermiculita, com cerca de 5%. 
O perfil do setor mineral brasileiro é composto por 95% de pequenas e médias 
minerações. Segundo a Revista Minérios & Minerales, 1999, os dados obtidos nas concessões 
de lavra demonstram que as minas no Brasil estão distribuídas regionalmente com 4% no norte, 
8% no Centro-Oeste, 13% no nordeste, 21% no sul e 54% no sudeste. Estima-se que em 1992 
existiam em torno de 16.528 pequenas empresas, com produção mineral de US$ 1.98 bilhões, 
em geral atuando em regiões metropolitanas na extração de material para construção civil. 
Entretanto, o cálculo do número de empreendimentos de pequeno porte é uma empreitada 
complexa devido ao grande número de empresas que produzem na informalidade, aliada a 
paralisações frequentes das atividades, que distorcem as estatísticas. 
Várias atividades antrópicas vêm criando problemas ambientais, no uso do solo e 
subsolo, além das atividades de mineração, entre as quais se destacam: a urbanização 
desordenada, agricultura, pecuária, construção de barragens visando a geração de 
hidroeletricidade, uso não controlado de água subterrânea, dentre outras. No Brasil, a 
mineração, de um modo geral, está submetida a um conjunto de regulamentações, onde os três 
níveis de poder estatal possuem atribuições com relação à mineração e o meio ambiente. 
Em nível federal, os órgãos que têm a responsabilidade de definir as diretrizes e 
regulamentações, bem como atuar na concessão, fiscalização e cumprimento da legislação 
mineral e ambiental para o aproveitamento dos recursos minerais são os seguintes: 
— Ministério do Meio Ambiente — MMA: responsável por formular e coordenar as 
políticas ambientais, assim como acompanhar e superintender sua execução; 
— Ministério de Minas e Energia — MME: responsável por formular e coordenar as 
políticas dos setores mineral, elétrico e de petróleo/gás; 
— Secretaria de Minas e Metalurgia — SMMJMME: responsável por formular e 
coordenar a implementação das políticas do setor mineral; 
— Departamento Nacional de Produção Mineral — DNPM: responsável pelo 
planejamento e fomento do aproveitamento dos recursos minerais, preservação e estudo do 
patrimônio paleontológico. Cabendo-lhe também superintender as pesquisas geológicas e 
minerais, bem como conceder, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração 
em todo o território nacional, de acordo o Código de Mineração; 
 
 
15 
 
- Serviço Geológico do Brasil — CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos 
Minerais): responsável por gerar e difundir conhecimento geológico e hidrológico básico, além 
de disponibilizar informações e conhecimento sobre o meio físico para a gestão territorial; 
— Agência Nacional de Águas — ANA: Responsável pela execução da Política 
Nacional de Recursos Hídricos, sua principal competência é a de implementar o gerenciamento 
dos recursos hídricos no país. Responsável também pela outorga de água superficial e 
subterrânea, inclusive aquelas que são utilizadas na mineração; 
- Conselho Nacional do Meio Ambiente — CONAMA: responsável por formular as 
políticas ambientais, cujas Resoluções têm poder normativo, com força de lei, desde que, o 
Poder Legislativo não tenha aprovada legislação específica; 
— Conselho Nacional de Recursos Hídricos — CNRH: responsável por formular as 
políticas de recursos hídricos; promover a articulação do planejamento de recursos hídricos; 
estabelecer critérios gerais para a outorga de direito de uso dos recursos hídricos e para a 
cobrança pelo seu uso; 
— Instituto Brasileiro dê Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis — 
IBAMA: responsável, em nível federal, pelo licenciamento e fiscalização ambiental; 
- Centro de Estudos de Cavernas — CECAV (IBAMA): responsável pelo patrimônio 
espeleológico. 
A nível estadual, no caso maranhense, A SEMA, Secretaria de Estado do Meio 
Ambiente é responsável pelo licenciamento das atividades impactantes de mineração. Aos 
municípios também compete dar a autorização para a atividade empresarial. 
 
Atividade de 
Mineração 
Poder Municipal Poder Estadual Poder Federal 
Requerimento de 
Concessão ou 
licença 
Leis de Uso e 
Ocupação do Solo 
Licença Ambiental 
por Legislação 
Federal 
Deferimento ou 
Indeferimento 
Pesquisa Mineral 
Leis de Uso e 
Ocupação do Solo 
Licença Ambiental 
por Legislação 
Federal 
Acompanhamento 
Aprovação Negação 
Lavra Mineral 
Alvará de 
Funcionamento 
Análise do 
ElA/RlMA e Licença 
Ambiental por 
Legislação Federal 
Acompanhamento e 
Fiscalização Mineral 
Recuperação da 
área Minerada 
Definição do Uso 
Futuro do Solo 
Criado 
Licença Ambiental 
por Legislação 
Federal 
 
Fonte: SINTONI. 994 Modificado 
 
 
16 
 
Tabela 6.1.2 - Distribuição das Atribuições Governamentais em Relação à proteção Ambiental e Planejamento da 
Mineração 
 A questão ambiental no Brasil se consolidou com a Lei 6.938, de 1981, que definiu a 
Política Nacional do Meio Ambiente. Para assegurar seus fins e estabelecer mecanismos na 
formulação e aplicação, foi constituído o SISNAMA — Sistema Nacional do Meio Ambiente, 
tendo como órgão superior, com a função de assessorar a Presidência da República na formação 
de diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente, o Conselho Nacional do Meio ambiente 
— CONAMA. 
A partir da Resolução CONAMA — Conselho Nacional de Meio Ambiente n° 00 1/86, 
ficou estabelecido que o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente deveria 
ser acompanhado de seus respectivos estudos de impacto ambiental, os quais deveriam ser 
submetidos à análise pelo órgão gestor estadual competente e, em caráter supletivo, pelo 
IBAMA. A Resolução CONAMA 2337/97 também define o Plano de Controle Ambiental, 
como instrumento técnico para subsidiar o Licenciamento Ambiental, sendo este um 
documento mais simples que o EIA e o RIMA. 
Portanto, para regularização destas atividades, a Política Nacional do Meio Ambiente 
dispõe de alguns instrumentos que visam condicionar a organização e elaboração das avaliações 
de impacto ambiental, dentre os quais se relacionam os dispositivos legais incidentes sobre o 
tipo de empreendimento em questão. 
 
 
6.2 CONSTITUIÇÃOFEDERAL 
• Art.20 — São bens da União: 
➔ IX- Os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
— Parágrafo 10 - É assegurada, nos termos da Lei, aos estados, ao Distrito Federal e 
aos municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado 
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia 
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar 
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. 
• Art.22 — Compete privativamente à União legislar sobre: 
➔ XII — Jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
➔ XVII — Sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais. 
• Art.23 — É competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios: 
 
 
17 
 
➔ VI- Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e 
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. 
• Art.24- Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: 
➔ VI: Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição. 
• Art26- Incluem-se entre os bens dos estados: 
➔ 1 - As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, 
ressalvadas, neste caso, na forma da Lei, as decorrentes de obras da União. 
• Art.48- Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não 
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de 
competência da União, especialmente sobre: 
➔ V - Limites do território Nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União. 
• Art.225- Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, para bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
➔ Parágrafo 2°- Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com resolução técnica exigida pelo órgão público 
competente, na forma da Lei. 
 
6.3 POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE 
 
Com as transformações e os problemas de degradação ambiental surgidos no Brasil com 
a industrialização, começaram a se intensificar, na década de 70, as preocupações com a 
qualidade de vida e com a preservação do meio ambiente. A pressão popular e os problemas 
sociais advindos da exploração predatória dos recursos naturais acabaram despertando as 
autoridades para a intensificação do processo legislativo com a finalidade de controlar os 
problemas ambientais. 
Para regular estas questões, foram elaboradas sistematicamente leis e decretos, visando 
nortear as ações no sentido de preservar o meio ambiente, racionalizar os recursos naturais e 
recuperar as áreas já degradadas. A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo 
principal controlar a exploração dos recursos naturais habilitando o estado e a sociedade, para 
 
 
18 
 
a prática do desenvolvimento que considere a defesa do meio ambiente e a utilização racional 
dos recursos naturais, como parte integrante deste mesmo desenvolvimento. 
As Leis, Portarias e Resoluções apresentadas a seguir, norteiam as diversas ações no 
sentido de preservar os recursos naturais e o meio ambiente: 
- Artigo 37 do Código de Pesca, Decreto Lei n° 221 de 1967, estabelece limites ao 
lançamento às águas de resíduos, de turma a não as tomarem poluídas, isto é, qualquer alteração 
das propriedades físicas, químicas ou biológicas da água, que possa constituir prejuízo, direta 
ou indiretamente, à fauna e a flora aquática; 
— Lei 5.197 de 1967, Código de Proteção à Fauna, que proibi a utilização, perseguição, 
destruição, caça ou apanha dos animais de quaisquer espécies, em qualquer fase de seu 
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do Cativeiro, constituindo a fauna silvestre, 
bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, reconhecidos como propriedade do 
Estado; 
— Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965, alterada pela Lei n° 7.511, de 07 de julho 
de 1986, institui o novo Código Florestal Brasileiro; 
— Portaria n° 92 de 19 de julho de 1980, dispõe sobre a emissão de sons e ruídos em 
decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, no interesse 
da saúde, da segurança e do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos 
nesta portaria; 
— Lei n°6.938, de 31 de agosto de 1981, com redação dada pela Lei n°7.804, de 18 de 
julho de 1989, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de 
formulação e aplicação e dá outras providências; 
— Portaria Normativa n° 348, de 14 de março de 1990, estabelece padrões de qualidade 
do ar e as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, 
a segurança e o bem estar da população, bem como ocasionar danos à flora e a fauna, aos 
materiais e ao meio ambiente em geral; 
— Resolução CONAMA n° 001, de 23 de janeiro de 1986, estabelece os critérios 
básicos e diretrizes gerais para o RIMA; 
— Resolução CONAMA n°011, de 18 de março de 1986, altera e acrescenta incisos na 
resolução 001/86 que institui o RIMA; 
— Resolução CONAMA n° 020, de 18 de junho de 1986, estabelece a classificação das 
águas doces, salobras e salinas do território nacional; 
— Resolução CONAMA n° 026, de 03 de dezembro de 1986, cria as câmaras técnicas 
de recursos hídricos, poluição industrial, mineração, flora e fauna e agrotóxicos; 
 
 
19 
 
— Resolução CONAMA n° 20 de 18 de junho de 1986 estabelece a classificação dos 
rios do Brasil no que se refere ao controle de poluição e estabelece os limites e as condições 
para lançamento de efluentes; 
— Resolução CONAMA n° 009, de 03 de dezembro de 1987, regulamenta a questão de 
audiências públicas; 
— Resolução CONAMA n° 010, de 03 de dezembro de 1987, sobre ressarcimento de 
danos ambientais causados por obras de grande porte; 
— Resolução CONAMA n° 001, de 16 de março de 1988, regulamenta o cadastro 
técnico-federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental; 
— Resolução CONAMA n°010, de 14 de setembro de 1989, estabelece mecanismos de 
controle de emissão de gases de escapamentos por veículos equipados com motor do ciclo 
diesel; 
— Resolução CONAMA n°001, de 08 de março de 1990, estabelece padrões, critérios 
e diretrizes para emissão de ruídos; 
— Resolução CONAMA n° 002, de 08 de março de 1990, institui o Programa Nacional 
de Educação e Controle de Poluição Sonora; 
— Resolução CONAMA n° 008, de 06 de dezembro de 1990, estabelece limites 
máximos de poluentes do ar, previstos no PRONAR; 
— Resolução CONAMA n° 010, de 06 de dezembro de 1990, dispõe sobre normas 
específicas para o licenciamento ambiental de minerais da classe 11; 
— Resolução CONAMA n° 009 de 31 de agosto de 1993, estabelece que todo o óleo 
lubrificante usado ou contaminado será obrigatoriamente, recolhido e terá uma destinação 
adequada, de forma a não afetar negativamente o meio ambiente; 
— Resolução CONAMA n° 237, de 19 de dezembro de 1997, dispõe sobre a definição 
de licenciamento ambiental e revoga dispositivos da Resolução CONAMA n° Oi de 23 de 
janeiro de 1986; 
— Lei a° 9.433 de 08 de janeiro de 1997, institui a Política Nacional de Recursos 
Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, também 
conhecido como a Lei das Águas; 
— Lei n° 9.605/98, de 13 de fevereiro de 1998, dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente; 
— Lei n° 9.966, de 28 de abril de 2000, dispõe sobre a poluição causada por lançamento 
de óleo e outras substâncias em águas de jurisdição nacional. 
 
 
 
20 
 
6.4 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP’SA Lei n° 4.771/65 (Código Florestal), com as alterações da Lei n° 7.803/89, estabelece 
em seu artigo 100 seguinte: “as florestas existentes no território nacional e as demais formas de 
vegetação, reconhecidas de utilização às terras que revestem, são bens de interesse comum a 
todos os habitantes do país”, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações 
estabelecidas na Lei. 
No entanto, o Art. 2° do referido Código Florestal, em sua alínea “a”, estabelece o 
seguinte: 
• Art. 2° - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas 
e demais formas de vegetação natural situadas: 
a) Ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, desde o seu nível mais alto em 
faixa marginal, cuja largura mínima seja: 
1. De 30 m para os cursos d’água de menos de 10 m de largura; 
2. De 50 m para os cursos d’água que tenha de 10 a 50 m de largura; 
3. De 100 m para os cursos d’água que tenha de 50 a 200 m de largura; 
4. De 200 m para os cursos d’água que tenha de 200 a 600 m de largura; 
5. De 500 m para os cursos d’água que tenha largura superior a 600 m. 
b) Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios de águas naturais e artificiais; 
c) Nas nascentes ainda que intermitentes, e nos chamados “olhos d’água”, qualquer 
que seja a sua situação topográfica um raio mínimo de 50 m de largura; 
d) No topo de morros, montes, montanhas e senas; 
e) Nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 
100% na linha de maior declive; 
f) Nas restingas, como fixadoras e dunas ou estabilizadoras de mangues; 
g) Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em 
faixa nunca inferior a 100 m, em projeções horizontais; 
h) Em altitude superior a 1 .800 m, qualquer que seja a vegetação. 
Parágrafo único - No caso de áreas urbanas, assim entendidas as 
compreendidas nos perímetros urbanos definidos por Lei Municipal, e nas 
regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, 
observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, 
respeitadas os princípios e limites a que se refere este artigo. 
 
 
21 
 
A Resolução N° 302, de 20 de março de 2002, do Conselho Nacional de Meio Ambiente, 
dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de 
reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. De acordo com este dispositivo legal, 
têm-se as seguintes definições: 
I. Reservatório artificial: acumulação não natural de água destinada a quaisquer de 
seus múltiplos usos; 
II. Área de Preservação Permanente: a área marginal ao redor do reservatório artificial 
e suas ilhas, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, 
a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger 
o solo e assegurar o bem estar das populações humanas; 
III. Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial: 
conjunto de diretrizes e proposições com o objetivo de disciplinar a conservação, 
recuperação, o uso e ocupação do entorno do reservatório artificial, respeitados os 
parâmetros estabelecidos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis; 
IV. Nível Máximo Normal: é a cota máxima normal de operação do reservatório; 
V. Área Urbana Consolidada: aquela que atende aos seguintes critérios: 
a. Definição legal pelo poder público; 
b. Existência de, no mínimo, quatro dos seguintes equipamentos de infra-estrutura 
urbana; 
1. Malha viária com canalização de águas pluviais; 
2. Rede de abastecimento de água: 
3. Rede de esgoto; 
4. Distribuição de energia elétrica e iluminação pública; 
5. Recolhimento de resíduos sólidos urbanos; 
6. Tratamento de resíduos sólidos urbanos; e 
7. Densidade demográfica superior a cinco mil habitantes por km². 
No artigo 3° da Resolução CONAMA 302/2002, é estabelecida a Área de Preservação 
Permanente - APP, que é constituída pela área com largura mínima, em projeção horizontal, no 
entorno de reservatórios artificiais, medida a partir do nível máximo normal. As possíveis 
alterações nas APP’s devem ocorrer conforme regulamenta tal Resolução. Portanto, 
apresentam-se os seguintes parâmetros: 
I. 30m para os reservatórios artificiais situados em áreas urbanas consolidadas e cem 
metros para áreas rurais; 
 
 
22 
 
II. 15m, no mínimo, para os reservatórios artificiais de geração de energia elétrica com 
até 10 ha., sem prejuízo da compensação ambiental. 
III. 15m, no mínimo, para reservatórios artificiais não utilizados em abastecimento 
público ou geração de energia elétrica, com até 20 há. de superfície e localizados 
em área rural. 
A Resolução N° 303, de 20 de março de 2002, do Conselho Nacional de Meio Ambiente, 
dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente, 
regulamentando, assim as disposições do artigo 2° do Código Florestal Brasileiro. Dentre as 
considerações estabelecidas tem-se: 
Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: 
II. Ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio mínimo de 
50 m de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte; 
III. Ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de: 
a. 30 m, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas; 
b. 100 m, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d’água com até 20 
ha. de superfície, cuja faixa marginal será de 50 m; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
VII DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 
 
7.1 GENERALIDADES 
Atendendo aos preceitos que regem a sustentabilidade na implantação e 
operacionalização do empreendimento no meio natural, que se fundamenta na Política Nacional 
do Meio Ambiente, é de fundamental relevância a elaboração de um diagnóstico ambiental da 
área que será modificada para a implantação do mesmo. Considerando todos os fatores que são 
envolvidos na caracterização de uma área, englobando desta forma os três meios que formam 
o meio ambiente de um local: meio abiótico, meio biótico e meio antrópico. Sendo ainda 
necessário a discriminação das áreas de influência que sofrerão direta e indiretamente com a 
implantação e operação deste empreendimento na região. 
 
7.1.1 - Definição de áreas de influência 
1) AID - ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA: corresponde ao local de implantação e 
operação do empreendimento, além das áreas que estão no raio que o circundam. Sendo esta 
área, portanto as que sofrem de forma mais impactante as modificações sócias ambientais 
promovidas pelo empreendimento na área. 
2) AII — ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA: compreende a área que será 
impactada indiretamente pelo empreendimento, ou seja, o município de Pedreiras, podendo 
estes impactos reais ou potenciais para o local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
7.2 MEIO ABIÓTICO 
7.2.1 - Características Fisiográficas 
 
• SOLOS 
 
O município de Pedreiras apresenta uma variável diversidade de solos, classificados ao 
nível de grandes grupos. 
- Latossolo Vermelho-Amarelo: são os solos que ocorrem com mais frequência nos 
locais compreendidos pelas fazendas contempladas no presente plano, em função disso daremos 
maior importância na descrição do mesmo. Apresenta Horizonte B Latossólico, não 
hidromórficos, tendo como principais características; baixa relação molecular Si02/A12 O3 na 
fração argila, normalmente inferior a 2,2mm em decorrência de seu elevado grau de 
intemperismo; elevada relação molecular A12 O3/Fe2 O3 em virtude dos baixos teores de Fe2 
O3 que ocasionam cores intermediárias entre o vermelho e o amarelo; em face do material do 
solo ser constituído de sesquióxidos, argilas do tipo 1:1, quartzo e outros materiais resistentes 
ao intemperismo; minerais primários facilmente decomponíveis ausentes, ou quando presentes 
pequenas quantidade e teores baixos ou inexistentes de argila natural, apresentandoconsequentemente elevado grau de floculação. 
Possuem dominância das frações areia e/ou argila; os teores de silte são geralmente 
baixos, em decorrência do avançado estágio de intemperização do solo; perfis normalmente 
profundos ou muito profundos, com predomínio de transição difusa e gradual entre os 
horizontes; são muito porosos e muito fiáveis ou fiáveis, quando úmidos, bem drenados a 
fortemente drenados, normalmente bastante resistentes à erosão em decorrência da baixa 
 
 
25 
 
mobilidade da fração argila, do alto grau de floculação e da grande porosidade e 
permeabilidade. A sua coloração varia do vermelho ao amarelo passando por todas gamas 
intermediárias. 
A vegetação que ocorre é do tipo carrasco e/ou de cerrado; material de origem 
geralmente arenitos cretáceo; em relevo local plano e regional plano; fortemente ou 
excessivamente drenados; em altitudes médias que são determinadas pelas chapadas (110 e 220 
metros); de fertilidade baixa para P, K, Ca + Mg e pH = 5 a 5,9, necessitando de correção com 
calcário; o relevo é do tipo normal, com declive A ou B, forma horizontal, médios ou longos 
na extensão, uniformes; drenagem excessiva; deflúvio moderado a lento; permeabilidade 
moderada: capacidade de água disponível moderada; muito profundos; erosão laminar não 
aparente; sem pedregosidade e fertilidade aparente baixa. 
- Podzólico Vermelho-Amarelo Concressionário: caracterizam-se por apresentar 
Horizonte B Textural e Argila de Atividade Baixa (Não Hidromórficos). São característicos por 
apresentarem perfis profundos a muito profundos do tipo A-B-C, textura média e argilosa com 
diferenciação bastante nítida entre os horizontes. Fisicamente apresentam relação textural B/A 
superior a 2, percentual elevado de argila natural no horizonte B e ocorrência de serosidade. 
Incluem principalmente os chamados solos Podzólicos, com elevado número de grandes 
grupos. São solos profundos a muito profundo, drenagem de boa a moderada, textura média, 
fertilidade de baixa e alta. 
Ocorre em relevo de plano a montanhoso, com dominância de formas intermediárias. 
São solos que apresentam uma saturação de bases inferior a 50%. Nos vales, este tipo de solo 
ocorre associado a outros de características hidromórficas, na maioria das vezes arenosos, e 
com cobertura vegetal de floresta mista de babaçu e floresta estacional perenifólia densa. 
No vale do rio Mearim, ao sul da cidade de Pedreiras ele ocorre apresentando uma fase 
textural, sobre relevo suave ondulado e recoberto pela floresta estacional perenifólia aberta. 
O solo Podzólico ocorre associado a outros tipos de solos, entre os quais podem ser 
destacados o Latossolo Vermelho-Amarelo, o Litólico, o Cambissolo, bem como os 
Concrecionários Lateríticos. 
Suas características são: ácidos, bem desenvolvidos, apresentando um horizonte A fraco 
(ócrico) e um horizonte B argílico, fertilidade baixa e textura argilosa. Mesmo quando 
desenvolvidos de materiais ricos, podem ser distróficos devido, principalmente ao excesso de 
umidade que contribui para lavagem das bases, empobrecendo o solo. 
 
• CLIMA 
 
 
26 
 
A característica climática predominante no Maranhão é configurada como tropical. As 
temperaturas médias anuais são superiores a 24°C, enquanto os índices pluviométricos variam 
entre 1500 e 2500mm anuais. As chuvas no território do Maranhão caracterizam duas áreas 
distintas: no litoral as chuvas são mais abundantes, enquanto no interior são mais escassas. 
Outro fator condicionante do clima no Estado é sua posição geográfica, dividida entre a área 
situada no complexo amazônico, ao noroeste, onde o clima tende à caracterização como 
equatorial, e a área situada na região semi árida do Nordeste brasileiro. Devido seu 
posicionamento entre Nordeste Semi- árido e Meio Norte, Pedreiras possui um clima equatorial 
quente úmido. 
O município tem duas estações bem definidas, verão e inverno. O clima da cidade é 
muito quente no verão, principalmente, próximo aos meses que antecedem o inverno. A 
temperatura é amenizada na região de mata, devido ao falo de ser banhada por vários córregos 
e riachos. A estação chuvosa que é abundante varia anualmente, entre outubro e abril. 
O clima é um dos mais importantes fatores condicionantes da distribuição das espécies 
no globo terrestre, determinando as culturas básicas de uma região, assim como as variedades 
que podem ser economicamente cultivadas, norteando a época do ano em que se pode 
programar a execução das atividades do sistema de exploração, bem como do Sistema 
silvicultural; as quais antecedem e precedem o uso dos recursos madeireiros e não madeireiros 
existentes no município. 
Num sentido geral, clima engloba, entre outros elementos, temperatura do ar, insolação, 
precipitação, umidade e movimento do ar. As condições climáticas do município de Pedreiras, 
assim como a do Estado do Maranhão como um todo, ainda não são conhecidas profundamente. 
A falta de pesquisas meteorológicas, tanto por parte do Estado como por parte das instituições 
responsáveis, regionais e/ou nacionais, não permite fazer um estudo mais acurado. 
Sabe-se, porém, que em termos de precipitação pluviométrica, o município de Pedreiras, 
possui médios índices, considerado, assim, dentro do contexto nordestino, um Município 
privilegiado neste aspecto. A distribuição espacial de sua pluviosidade é bastante diversificada 
e seus valores predominantes se situam entre 1.100 e 1.500 mm anuais, com precipitação média 
para uma série de dez anos de 1 .292 mm A característica mais marcante desta distribuição. 
O Município de Pedreiras por ocupar uma posição bem próxima à faixa equatorial e por 
sua baixa altitude é influenciado, principalmente, pelas massas equatorial continental (mEc), 
quente e úmida e de maior poder de atuação no território brasileiro, principalmente no verão 
(dezembro a março). De acordo com a classificação de Koeppen, baseado no tempo e nas 
precipitações atmosféricas, pelo Clima Tropical Úmido (Aw’) na porção oeste, caracterizado 
 
 
27 
 
por chuvas no verão e outono e pelo Clima Tropical Semimido (Aw), com chuva no verão, onde 
o período chuvoso ocorre de dezembro a maio. 
O município apresenta características megatérmicas, ou seja, as médias do mês mais frio 
são superiores a 18°C. 
Na sede do Município umas das características marcantes é o calor o ano todo, pois além 
das características climáticas, a baixa altitude - grande parte da cidade situa- se nas vertentes de 
morros testemunhos como o do Alecrim, com66 m de altitude- situados nas circunvizinhanças 
do rio Itapecuru, os mesmos impedem a circulação dos ventos gerais, sendo bastante salubre 
nas áreas “altas” da cidade. Além disso, como em outras cidades, observa-se constantemente o 
aumento da temperatura denominados de “ilhas de calor”, devido à densidade e ao aumento de 
construções, pavimentação das ruas a insuficiência de vegetação, ao uso de energia elétrica e 
descarga de veículos automotores. As elevadas temperaturas e pequena circulação dos ventos 
provocam o aumento do consumo de energia elétrica, desconforto térmico e até mesmo o 
estresse. 
As características climáticas do município são favoráveis ao desenvolvimento agrícola, 
desde que sejam observados alguns aspectos, tais como: a melhor época para o preparo do solo, 
plantio e colheita. 
 
• RELEVO 
No Estado do Maranhão foram identificadas cinco regiões definidas pelas similaridades 
dos condicionantes regionais: bioclimáticos, geológicos e geomorfológicos. Essas regiões 
englobam 28 sistemas naturais identificados pela convergência das semelhanças dos seus 
componentes físicos e bióticos e de suas dinâmicas. 
Com altitudes reduzidas e topografia regular, apresenta um relevo modesto, com cerca 
de 100% da superfície abaixo dos 100 metros. Apresenta duas regiões distintas: a planície 
litorânea e o planalto tabular. 
O município de Pedreiras apresenta um relevo bastantesimples, sem grandes elevações, 
predominando chapadas interligadas por amplos vales. 
O município caracteriza-se por áreas planas rampeadas em relação à drenagem, com 
Plintossolos e Áreas Quartzosas resultantes da cobertura arenso argilosa descontinua sobre os 
arenitos argilosos de Formação Corda. Destacam-se na paisagem, relevos residuais em colinas, 
cristais, pontões e morros talhados nos arenitos argilosos de Formação Motuca com solos 
Podzólicos vermelhos Concrecionários. Essas características fazem dessa área um ambiente 
instável com predomínio de vulnerabilidade alta. 
 
 
28 
 
 
• HIDROLOGIA DE SUPERFÍCIE 
A rede hidrográfica do estado do Maranhão está agrupada nas seguintes bacias: 
• Bacia do Alto Parnaíba 
• Bacia do Litoral Leste 
• Bacia do Médio e Baixo Parnaíba 
• Bacia do Rio Grajaú 
• Bacia do Rio Gurupi 
• Bacia do Rio Itapecuru 
• Bacia do Rio Maracaçumé 
• Bacia do Rio Mearim 
• Bacia do Rio Munim 
• Bacia do Rio Pericumã 
• Bacia do Rio Pindaré 
• Bacia do Rio Turiaçu 
• Bacia do Tocantins 
Neste estudo serão caracterizadas somente as bacias hidrográficas do Médio e Baixo 
Parnaíba, Bacia do Rio Mearim, com 1 10.936 Km³, a Bacia do Rio Itapecuru, com 52.972 Km² 
e a Bacia do Rio Munim. A Bacia do Rio Itapecuru, do Médio Parnaíba e do Rio Munim estão 
na Área de Influência (AI)b do Projeto Florestal. 
✓ HIDROLOGIA DO RIO MEARIM E DOS PRINCIPAIS AFLUENTES 
A bacia hidrográfica do rio Mearim é a maior do Maranhão e ocupa 29,84% da 
área total do estado – aproximadamente 99.058 quilômetros quadrados – em 83 
municípios, que juntos somam 1.681.307 habitantes – o que representa 25,6% da 
população maranhense, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE). 
O rio Mearim, com 930 quilômetros de extensão, nasce na serra da Menina, entre 
os municípios de Formosa da Serra Negra, Fortaleza dos Nogueiras e São Pedro dos 
Crentes – em altitude entre 400 e 500 metros aproximadamente – e deságua na baía de 
São Marcos, entre a capital São Luís e o município de Alcântara. Na foz do Mearim 
encontra-se a maior área contínua de mangues do país – uma área de aproximadamente 
30 mil hectares, conhecida como ilha dos Caranguejos. 
Assim como o rio Itapecuru, outro genuinamente maranhense, o Mearim é 
considerado um dos mais importantes do estado. O rio está dividido em três trechos 
 
 
29 
 
principais: Alto, Médio e Baixo Mearim. O Alto Mearim, com cerca de 400 quilômetros 
de extensão, compreende o trecho entre as cabeceiras e a barra do rio das Flores. O 
Médio Mearim alcança o trecho entre a barra do rio das Flores e o Seco das Almas, com 
aproximadamente 180 quilômetros de extensão. Já o Baixo Mearim estende-se do trecho 
entre o Seco das Almas e a foz na baía de São Marcos – em cerca de 170 quilômetros 
de extensão. 
Os principais afluentes do rio Mearim são os rios Pindaré e Grajaú. O primeiro deságua 
a cerca de 20 quilômetros da foz do Mearim, enquanto o segundo flui por meio do canal 
do Rigô encontrando o rio Mearim na área do Golfão Maranhense. 
 
Dos 83 municípios que integram a bacia do Mearim, 65 possuem sedes 
localizadas dentro dela, onde 50 municípios estão totalmente inseridos na bacia. De 
acordo com o IBGE, a população urbana da bacia hidrográfica do rio Mearim é formada 
por 872.660 pessoas, enquanto a população rural é de 808.647 habitantes, ou seja, 48,1% 
da população da bacia. Os municípios mais populosos são Bacabal, Barra do Corda, Grajaú, 
Lago da Pedra, Presidente Dutra, Viana e Zé Doca. 
 
 
HIDROLOGIA SUBTERRÂNEA 
 
✓ GENERALIDADES 
Segundo o Zoneamento Geoambiental do Estado do Maranhão, 1 997, podem ser 
individualizadas, com base na espessura dos pacotes sedimentares, três principais zonas de 
captação de águas subterrâneas. 
Zona 1: Captação em profundidades superiores a 1000 metros. Zonas de exploração dos 
aquíferos Sambaíba e Poti/Piauí. Amplas áreas de realimentação em suas zonas de 
 
 
30 
 
afloramentos. Previsões de vazão acima de 100 m3/h. Exploração só recomendável para 
empreendimentos de maior vulto populacional ou industrial. 
Zona 2: Captação dos aquíferos Corda, Grajaú e Itapecuru que ocupam mais de 50% do 
estado. Constituem aquíferos livres, semi confinados e confinados, São aquíferos para atender 
empreendimentos de pequeno porte com poços de 250 metros de profundidade e vazões entre 
5 e 20 m3/h. 
Zona 3: Captação dos aquíferos Barreiras e Aluvionais/dunas. No aquífero Barreiras 
poços com profundidades médias de 80 metros chegam a produzir 100 m3/h. O aquífero 
aluvionar é bastante poroso e permeáveis, próprios para captações rasas. Recomendáveis para 
empreendimentos de baixo e médio porte. 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS AQUÍFEROS 
 
✓ Aquífero Aluvial/Dunas (Quaternário) 
São aquíferos livres, bastante porosos, com excelentes condições de recarga. 
Constituídos por siltes, areias e cascalhos. Seu aproveitamento ocorre a partir de poços rasos 
(amazonas ou tubulares), visando atender demandas pequenas. As aluviões ocupam, 
principalmente a calha de drenagem dos grandes rios do estado como o Mearim, Itapecuru, 
Grajau e Pindaré. 
 
✓ Aquífero Barreiras (Terciário) 
O aquífero Barreiras é constituído por clásticos finos a grosseiros, heterogêneos, mal 
consolidados e reúne arenitos médios a conglomeráticos siltitos e argilas de cores variegadas. 
Constitui um sistema aquífero livre, descontínuo, heterogêneo e de boa poro-permeabilidade. 
Tem um potencial de médio a alto e tem sua posição hidro estratigráfica sobre o aquífero 
Itapecuru. 
 
✓ Aquífero Itapecurú (Cretáceo) 
Este aquífero é constituído litologicamente por arenitos finos a muito finos, argilosos, 
esbranquiçados, avermelhados e cremes, com níveis sílticos e argilosos da formação geológica 
homônima, com idade no Cretáceo Albiano. É, pois, um aquífero do tipo livre de limitadas 
potencialidades hidrogeológicas, com uma zona de recarga de 204.979 Km2, ANA (2005), 
obstaculizada pelo caráter político da formação. 
 
 
31 
 
Este aquífero é utilizado na pecuária e no abastecimento humano no interior do 
Maranhão e para abastecimento doméstico na cidade de São Luiz. Tem águas nesta cidade, 
classificadas como carbonatadas-cloretadas, com predominância do tipo sádica, Souza (2000). 
Os poços existentes em Peritoró, fora da área de interesse, até uma profundidade de 90 
metros, têm uma vazão abaixo de 10,0 m³/h, com elevado teor em Ferro. Este exemplo é 
importante porque este aquífero também alcança a área de interesse deste projeto. 
 
✓ Aquitardo Codó (Cretáceo) 
De idade Cretácea esta formação geológica é constituída por folhelhos betuminosos, 
calcários, anidrida e arenito muito fino, formados em ambientes lacustres e marinhos marginais, 
Mesner e Wooldridge (1964). Este aquitardo confina pelo topo o aquífero Corda. Por esta razão 
os arenitos, calcários e anidrida deste aquitardo devem ser isolados para evitar a contaminação 
do aquífero Corda que está sotoposto. 
 
✓ Aquífero Corda (Jurássico) 
Este aquífero está na formação geológica denominada de Corda, de idade Jurássica, 
sendo constituída por arenitos finos a médios, amarronzados, arroxeados e avermelhados (Foto 
01), ocorrendo em condições livre (freático), semi confinado e confinado. Aflora nos estados 
do Maranhão. Tocantins e Piauí, com uma área total de 35.266 Km2. O principal uso deste 
aquífero é para o abastecimento doméstico. Segundo Costa (1994) o resíduo seco é, em geral, 
inferior a 400 mg/l sendo a água de boa qualidade química. 
Segundo informações verbais o poço da Faz. Santa Rita, localizada a 20 Km de Peritoró, 
produz 190m³/h, com a bomba posicionada em 150 metros de profundidade. Este dado serve 
para caracterizar este aquífero dentro da área de interesse porque o município de Peritoró está 
próximo à área de estudo deste projeto. Este é o amilífero de menor profundidade para um 
elevado potencial hidro geológico, considerando esta área deinteresse. Poços com 200 a 350 
metros de profundidade, dependendo da localidade, alcançarão este aquífero. 
0,0m — 4,0m Arenito muito fino, marrom. 
4,0m — 48,0m Siltitos de coloração amarronzada 
48,0m — 680m Siltitos. 
68,0m — 78,0m Argila cinza calcífera, às vezes esverdeada. 
78,0m — 160,0m Calcário de coloração cinza a esverdeado. 
160,0m — 2080m Folhelho cinza/preto com intercalações de gipsita. 
2080m — 254,0m Arenito fino/médio, regular seleção. Coloração branca. 
254,0m — 276,0m Arenito fino/médio, marrom regular seleção. 
2760m — 290,0m Folhelho preto/cinza. 
Tabela 7.2.1.3 - Descrição Litológica do Poço da Faz. Santa Rita em Peritoró — Aquífero Corda. 0 = 190 m³/h. 
 
 
32 
 
Fonte: CAEMA 
 
✓ Aquífero Pastos Bons (Triássico) 
Esta formação aflora nos vales dos rios Itapecuru (entre Várzea do Cerco e Fortuna) e 
Balseiros (entre Paraibano e a Barra do rio Corrente). É constituída por arenitos finos, argilosos 
e siltosos, com intercalações de folhelhos. Tem, portanto, baixa poro-permeabilidade e um 
sistema de recarga deficiente. 
✓ Basalto (Triássico) 
Esta rocha básica dificulta a circulação da água. Tem uma permeabilidade ocasional de 
fraturas, não sendo recomendado para captação de água subterrânea. Quando maciço e contínuo 
funciona como um aquitardo para o aquífero Sambaíba. Nos casos de intenso fraturamento esta 
rocha desenvolve uma boa permeabilidade e, assim, funciona como um aquífero. 
 
✓ Aquífero Sambaíba (Triássico) 
É constituído litologicamente por arenitos médios a finos, porosos, homogêneos e 
limpos. Este aquífero apresenta excelentes características hidrogeológicas. Além da porosidade 
primária este aquífero apresenta-se, também, fraturado ocasionando, com isto, um incremento 
na transmissividade. Os basaltos posicionados sobre os sedimentos deste aquífero provocaram 
seu “cozimento” dando origem aos hornfels, que fraturados, desenvolvem excelente 
permeabilidade. Segundo Lima & Leite (1978) a espessura da formação Sambaíba é de 
aproximadamente 200 metros. 
 
✓ Aquífero Motuca (Permiano) 
Plummer (1948) propôs a denominação de formação Motuca para designar os folhelhos 
de cor vermelho-tijolo, com lentes delgadas de cálcário e anidrida. 
Com base no poço 2 — PC-1 -MÁ de coordenadas geográficas 40 45’ 50,5” e 44° 17’ 
45” W é constituído litologicamente por siltito, arenito e anidrida. A seqüência síltica é 
dominante fazendo com que este aquífero não apresente boas condições hidrogeológicas. No 
Piauí apresenta-se como aquífero livre, tendo fracas possibilidades nos municípios de Várzea 
Grande e Barro Duro, devido à dominância de fáceis arenosíltica. Em Agricolândia-PI, já mais 
próxima do Maranhão, dominam fáceis arenosas deste aquífero tendo os poços boas vazões. Aí 
está a zona de recarga deste aquífero. 
 
✓ Aquífero Pedra de Fogo (Permiano) 
 
 
33 
 
Este aquífero aflora na área de interesse seguindo o rio Parnaíba. Sua constituição 
litológica é composta por clásticos finos e siltica argilosa. Estas características reduzem a 
permeabilidade deste aquífero. Em várias áreas do Piauí, como em Teresina, afloram através 
do silexitos e calcário. Apresenta madeira fossilizada. 
✓ Aquífero Cabeças (Devoniano) 
Ocorre em sub superfície sendo um aquífero de permeabilidade elevada e alta 
potencialidade hídrica para armazenamento de água subterrânea, É, portanto, um aquífero do 
tipo artesiano caracterizando-se como o mais importante da bacia, tanto pelas suas 
potencialidades hidrogeológicas, como pela excelente qualidade da água. No estado do 
Maranhão este aquífero está em profundidades superiores a 1500 metros de profundidade, com 
as principais zonas de recarga no estado do Piauí. 
Nas zonas de recarga, onde evidentemente é livre tem, também, características fissurais. 
Poços que não interceptam boas fraturas são, quase sempre, secos ou com reduzida vazão. Estas 
zonas de recargas acham-se no estado do Piauí. 
Ocorrem três seções distintas: a seção superior constituída de arenitos finos até 
grosseiros, pouco argilosos, com excelente capacidade produtiva; a seção média é constituída 
de uma sequência de siltitos com fraca produtividade; a seção inferior com arenitos fino a 
grosseiro, matriz argilosa. 
 
7.3 MEIO BIÓTICO VEGETAÇÃO 
O fator condicionante do clima do Maranhão é responsável pela distinção entre algumas 
áreas de vegetação: ao noroeste há a presença da Floresta Amazônica ou Hiléia Brasileira, sendo 
esta região também conhecida como Amazônia Maranhense; nas regiões de clima caracterizado 
como tropical predomina o ceifado, ao sul do território estadual; no litoral, há a presença do 
mangue; ao leste, numa zona de transição entre o cerrado e a floresta equatorial, há a Mata dos 
Cocais, de vegetação relativamente homogênea, onde predomina o habaçu (Orhignya 
martiana), de grande importância econômica para o Estado. 
A vegetação do município de Pedreiras é diversa, apresentando características do bioma 
cerrado com diversas fitofisionomias, entremeadas por babaçuais. Esta região devida sua 
geomorfologia característica, propicia o desenvolvimento da flora cyperiana. 
O Município de Pedreiras abriga uma diversidade de biomas e formações vegetacionais 
que inclui, regiões de cerrado, região de cerradões, mata de galerias ou ciliares, carrasco ou 
matas secas, vegetação higrófila, vegetação de pequeno porte e áreas de transição entre esses 
ecótonos. 
 
 
34 
 
O cerrado, que se estende por cerca de 44 mil km² do Estado do Maranhão, é encontrado 
aproximadamente na área compreendida à oeste do meridiano (-44° W), seguindo à margem 
esquerda do Rio Parnaíba, e o paralelo -6° 8 (IBGE, 1977). O ceifado apresenta-se nos altos 
platôs da bacia do Piaui-Maranhão e nas áreas dissecadas. As espécies dominantes são: Pau-
terra, Sambaíba, Murici, Faveiro de bolota, Pequi, Bacuri etc. Nas florestas de galeria, aparecem 
o Buriti o Babaçu. Nos baixos platôs e áreas dissecadas da região aparece a floresta decidual 
onde as espécies dominantes são: a Caneleira, a Craíbas, o pau d’arco, a imbaúba, a copaíba, a 
faveira e o babaçu. A palmeira babaçu apresenta a sua principal área de ocorrência nas faixas 
de transição limítrofes da floresta latifoliada equatorial. 
 
FAUNA LOCAL 
Os principais representantes da fauna local da área do empreendimento são: 
1) Répteis: camaleão, calango, teiú e cobra verde; 
2) Aves: Bem-te-vi, anum, rolinhas, casaca de couro, bigode e papa sebo; 
3) Insetos: Abelhas, Morimbondos, Carapanã e Muruin (Tabela 7.3.4) 
 
NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO 
Abelha Apis meilifera 
Anum Guira guira 
Bem-te-vi Pitangus sulphuratus 
Bigode Melocichla mentalis 
Calango Tropidurus itambere 
Camaleão Marvel comics 
Carapanã Anopheles sp. 
Cobra verde Philodryas olfersii. 
Muruin Culicoides paraensis. 
Papa sebo Mimus satarninus 
Rolinhas Columbina talpacoti 
Teiú Tupinambisteguixin 
Tabela 7.3.4 - Espécies Representantes da Fauna Local - FONTE: Pesquisa de campo 
 
7.4 - MEIO ANTRÓPICO 
LOCALIZAÇÃO 
O Estado do Maranhão situa-se na Região Nordeste do Brasil entre as coordenadas de 
01°01’ a 10º21 lat. S e 41°48’ a 48°40’ long. W. Abrange uma área de 329.555,8 km2, 
limitando-se a norte com o Oceano Atlântico, a leste com o Piauí, a sul e sudoeste com o 
Tocantins e a noroeste com o Pará. 
 
 
35 
 
O Estado do Maranhão abrange cinco Mesorregiões Geográficas: Norte Maranhense, 
Oeste Maranhense, Centro Maranhense, Leste Maranhense e Sul Maranhense que se encontram 
subdivididas em 21 Microrregiões Geográficas (Fig.7.4.3). 
 
Fig. 7.4.3 Posição Geográfica de Pedreiras – MA / IBGE@CIDADES 
 
Localizada na Micro Região do Médio Mearim no estado do Maranhão, conforme mapa abaixo: 
 
 
36 
 
 
A microrregião do Médio Mearim é uma das microrregiões do estado brasileiro do 
Maranhão pertencente à mesorregião Centro Maranhense. Sua população foi estimada em 2010 
pelo IBGE em 679.988 habitantes e está dividida em vinte municípiossendo Bacabal (capital 
do médio Mearim) a maior cidade dessa região. Possui uma área total de 10.705,261 km². São 
os seguintes Municípios que compõe a Microrregião do Médio Mearim: 
• Bacabal 
• Bernardo do Mearim 
• Bom Lugar 
• Esperantinópolis 
• Igarapé Grande 
• Lago do Junco 
• Lago dos Rodrigues 
• Lago Verde 
• Lima Campos 
• Olho d'Água das Cunhãs 
• Pedreiras 
• Pio XII 
• Poção de Pedras 
• Santo Antônio dos Lopes 
• São Luís Gonzaga do Maranhão 
• São Mateus do Maranhão 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Microrregi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maranh%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesorregi%C3%A3o_do_Centro_Maranhense
http://pt.wikipedia.org/wiki/2010
http://pt.wikipedia.org/wiki/IBGE
http://pt.wikipedia.org/wiki/Munic%C3%ADpio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacabal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Km%C2%B2
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacabal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_do_Mearim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bom_Lugar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esperantin%C3%B3polis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igarap%C3%A9_Grande
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_do_Junco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_dos_Rodrigues
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_Verde
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_Campos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_d'%C3%81gua_das_Cunh%C3%A3s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedreiras_(Maranh%C3%A3o)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pio_XII_(Maranh%C3%A3o)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Po%C3%A7%C3%A3o_de_Pedras
http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ant%C3%B4nio_dos_Lopes
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Lu%C3%ADs_Gonzaga_do_Maranh%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Mateus_do_Maranh%C3%A3o
 
 
37 
 
• São Raimundo do Doca Bezerra 
• São Roberto 
• Satubinha 
• Trizidela do Vale 
Histórico de Pedreira 
O território de Pedreiras já era habitado pelos cidadãos Cel. Joaquim Pinto Saldanha, 
João Emiliano da Luz e José Carlos de Almeida Saldanha, no local onde hoje está situada a 
cidade, fixaram suas residências. Fizeram-se acompanhar por nacionais e escravos e exerciam 
suas atividades comerciais e industriais-agrícola. Atendendo ao desenvolvimento em geral, 
passou a localidade a denominar-se “Povoação”. 
Atribui-se que o nome de Pedreiras é oriúndo do grande bloco de pedras existentes na 
margem esquerda do Rio Mearim, distante da cidade aproximadamente três quilômetros. O 
aludido bloco é tido como objeto de turismo, pois a ele ocorrem muitas pessoas, especialmente 
estudantes, na época das férias, onde costumam realizar pequeniques e folguedos. 
 
Formação Administrativa 
Elevado à categoria de vila e distrito com a denominação de Pedreiras, pela lei 
provincial nº 1453, de 04-03-1889, desmembrado de São Luiz Gonzaga. Sede na atual vila de 
Pedreiras. Instalado em 19-04-1890. 
Pela lei municipal nº 15, de 06-01-1896, é criado o distrito de Pau d`Arco e anexado a 
vila de Pedreiras. 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 
distritos: Pedreira e Pau d`Arco. Elevado à condição de cidade com a denominação de Pedreiras, 
pela lei estadual nº 947, de 27-04-1920. 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído do 
distrito sede. Não figurando o distrito de Pau d`Arco, por ter sido criado e não instalado. Assim 
permanecendo em divisões territoriais datada de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. 
Pela lei estadual nº 269, de 31-12-1948, foram criados os distritos de Igarapé Grande, 
Marianópolis e Ôlho d`Água Grande e anexados ao município de Pedreiras. 
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 4 distritos: 
Pedreiras, Igarapé Grande, Marianópolis e Olho d`Água Grande. Assim permanecendo em 
divisão territorial datada de 1-VII-1960. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Raimundo_do_Doca_Bezerra
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Roberto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Satubinha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trizidela_do_Vale
 
 
38 
 
Pela lei estadual nº 2179, de 30-12-1961, desmembra do município de Pedreiras o 
distrito de Ôlho d`Água, para constituir o novo município de Santo Antônio dos Lopes. 
Pela lei estadual nº 2184, de 30-12-1961, desmembra do município de Pedreiras o 
distrito de Igarapé Grande. Elevado à categoria de município. 
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: 
Pedreira e Marianópolis. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. 
 
 
Fotos 7.4.1 - Prefeitura Municipal da Cidade de Pedreiras – MA 
 
 
 Fotos 7.4.2 – Ponte sobre o Rio Mearim na Cidade de Pedreiras – MA 
 
 
39 
 
 
Fotos 7.4.3 – Igreja \Matriz da Cidade de Pedreiras – MA 
 
 
40 
 
 
 Fotos 7.4.3 – Busto em homenagem ao Grande Cantor e Poeta JOÃO DO VALE na praça na Cidade 
de Pedreiras – MA 
 
POPULAÇÃO 
 
O Maranhão possui 217 municípios distribuídos em uma área de 331.983,293 km²,[³] 
sendo o oitavo maior estado do Brasil, um pouco menor que a Alemanha. Sua população 
estimada em 2007 é de 6.118.995 habitantes,[³] sendo o décimo estado mais populoso do país, 
com população superior à da Jordânia. Cerca de 70% dos maranhenses vivem em áreas 
urbanas[4]. O Maranhão possui 18,43 habitantes por km², sendo o décimo sexto na lista de 
estados brasileiros por densidade demográfica (Tabela 7.4.2). 
Cidades mais populosas do Maranhão: 
CIDADES MAIS POPULOSAS DO MARANHÃO 
Posição Cidade Microrregião População Posição Cidade Microrregião População 
01 São Luís São Luís 997.098 11 Balsas Balsas 83.617 
02 Imperatriz Imperatriz 236.691 12 Barra do 
Corda 
Alto Mearim 81.329 
03 Timon Caxias 150.635 13 Pinheiro Baixada 
Maranhense 
77.182 
04 Caxias Caxias 148.072 14 Santa Luzia Pindaré 71.455 
05 São José de 
Ribamar 
São Luís 139.473 15 Chapadinha Chapadinha 70.537 
06 Codó Codó 121.937 16 Buriticupu Pindaré 64.685 
07 Paço do 
Lumiar 
São Luís 103.958 17 Coroatá Codó 63.081 
08 Açailândia Imperatriz 101.130 18 Itapecuru-
mirim 
Itapecuru-
mirim 
56.810 
 
 
41 
 
09 Bacabal Médio 
Mearim 
98.489 19 Grajaú Alto Médio 
Grajaú 
56.633 
10 Santa Inez Pindaré 85.701 20 Barreirinhas Lenções 
Maranhenses 
50.354 
Tabela 7.4.2 Cidades mais Populosas do maranhão 
Fonte: IBGE, estimativa populacional 2009[²] 
 
Observando a tendência da População Economicamente Ativa (PEA) dos últimos 10 
anos medidos pelos indicadores de renda, pobreza e desigualdade econômica do Município de 
Pedreiras de 1991 a 2000, a renda per capita média cresceu 44,14%, passando de R$ 72,15 em 
1991 para R$ 104,00 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda 
domiciliar per capita inferior a RS 75,50, equivalente à metade do salário mínimo vigente em 
agosto de 2000) diminuiu 11,74%, passando de 75,8% em 1991 para 66,9% em 2000. 
A desigualdade cresceu passando de 0,53 em 1991 para 0,62 em 2000, dados observados 
pelo Índice de Gini, que mede o grau de distribuição da renda entre os indivíduos em uma 
economia. Seu valor que varia de O, quando não há desigualdade a 1, quando a desigualdade é 
máxima. 
 
 8.1 – GENERALIDADES 
Segundo a Resolução 001/86 — CONAMA impacto ambiental é considerado como 
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada 
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou 
indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e 
econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos 
recursos ambientais. 
Para que estes impactos sejam identificados e para tanto amenizados ou potencializados 
se faz necessário um Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). Segundo MOREIRA (1990) o 
AIA é um instrumento de política ambiental, formada por um conjunto de procedimentos capaz 
de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos 
ambientais de uma ação proposta

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