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Apresentação dos tecidos corporais e técnicas palpatórias das estruturas

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DESCRIÇÃO
Conceitos de toque e palpação para realizar a investigação das estruturas corporais, percebendo pelas
sensações as alterações de sua normalidade.
PROPÓSITO
Identificar estruturas anatômicas no corpo pela palpação e ter uma melhor percepção das estruturas
superficiais e profundas através do toque, com base no conhecimento da anatomia do corpo humano,
com o objetivo de contribuir para um diagnóstico funcional preciso e para a prescrição de procedimentos
fisioterapêuticos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Entender os conceitos do toque, palpação e as sensações produzidas a partir das estruturas sensoriais
MÓDULO 2
Reconhecer os receptores sensoriais do tecido cutâneo e subcutâneo, e a identificação das estruturas
anatômicas da superfície corporal
MÓDULO 3
Aplicar os conhecimentos da anatomia topográfica na interpretação das variações anatômicas
relacionadas às disfunções e/ou patologias apresentadas
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, teremos a oportunidade de aprender a palpação das diversas estruturas corporais. Isso
porque um fisioterapeuta necessita desses valiosos conhecimentos, que funcionam como importantes
instrumentos para avaliação e tratamento fisioterapêutico.
Imagine um fisioterapeuta avaliando um senhor de 43 anos, jogador de vôlei amador – pratica o esporte
somente aos fins de semana – que tem como queixa principal uma incapacidade funcional para flexão e
abdução de ombro em grau total (180°), em decorrência de tendinite do músculo supraespinhoso.
Alguns questionamentos relevantes para sua avaliação inicial:
 
Imagem: Shutterstock.com
Onde fica inserido o tendão do músculo supraespinhoso? 
Haverá dor na palpação em sua inserção? 
Por onde ele passa? Que músculo é esse? Qual movimento ele faz? Que importância ele tem na
articulação glenoumeral?
Para o tratamento fisioterapêutico, posso utilizar um procedimento de ultrassom na tendinite? Como
usar? Tenho que identificar o tendão comprometido para uso desse procedimento fisioterapêutico.
Agora, você consegue enxergar a importância desse conhecimento para um fisioterapeuta?
MÓDULO 1
 Entender os conceitos do toque, palpação e as sensações produzidas a partir das estruturas
sensoriais
CONCEITOS DE TOQUE E PALPAÇÃO
Inicialmente, apresentaremos os conceitos de toque e palpação, sob visão do profissional de saúde. Isso
porque, ao falarmos de anatomia palpatória, há necessidade de refletirmos sobre essa conceituação.
 
Foto: Shutterstock.com
Toque - Ação ou efeito de tocar; aperto de mão; cumprimento; exame feito com os dedos, como, por
exemplo, toque retal.
 
Foto: Shutterstock.com
Palpação - Ato de palpar; exploração de qualquer parte do corpo por meio da palma da mão ou dos
dedos.
A palpação é a utilização do sentido do tato com o objetivo de buscar a exploração da superfície
corporal – palpação superficial – e os órgãos internos – palpação profunda.
Podemos identificar com nossas mãos e, muito facilmente, estruturas superficiais, como: cristas ilíacas,
espinhas das escápulas, músculos bíceps braquial, reto femural e tibial anterior, tendões bicipitais distal,
tricipital e do calcâneo. Além de vasos, como a artéria radial, facilmente, encontrada na face anterior do
punho, lateralmente ao tendão do músculo palmar longo. No entanto, estruturas internas e mais
profundas também podem ser encontradas, vide o músculo iliopsoas e a artéria aorta.
 ATENÇÃO
A palpação possibilita comprovar dados observados na inspeção. Ela nos permite a coleta de novos dados,
como: alteração da textura, dimensão, forma, consistência, sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa),
temperatura, elasticidade, arranjo, postura e característica de cada órgão, bem como volume e resistência
muscular, presença de massas e outras alterações.
Existem várias técnicas de palpação e sua escolha depende do local a ser examinado e do que se
pretende investigar.
Pode-se utilizar toda a mão com suaves toques ao investigar áreas edemaciadas, com processos
inflamatórios e calor, a fim de coletar dados para avaliação. É possível também utilizar a mão em garra
para identificar a massa de um músculo, como, por exemplo, o músculo peitoral maior e até mesmo os
dedos em garra para buscar o processo espinhoso de uma vértebra cervical ou a clavícula.
Para a prática da anatomia palpatória, é indispensável o conhecimento da organização dos órgãos e
sistemas nas diferentes regiões do corpo, principalmente, naquelas em que o fisioterapeuta prende a
sua atenção na pesquisa de um dado valioso de avaliação ou de realização de uma intervenção
fisioterapêutica.
É necessário o estudo do corpo, não dividido somente em sistemas ou aparelhos, mas, em regiões, nas
quais serão observados e palpados os segmentos de todos os sistemas que ali se encontram.
 EXEMPLO
Vamos a um exemplo: na palpação do braço – segmento entre o ombro e o cotovelo –, podemos investigar
como estruturas ósseas palpáveis o tubérculo maior e menor do úmero e o sulco intertubercular, que os
separa na porção proximal do úmero e os epicôndilos medial e lateral em sua porção distal. Além disso,
podemos identificar o tendão da porção longa do bíceps, que passa no sulco intertubercular, assim como o
tendão distal do bíceps e do tríceps braquial, os músculos bíceps braquial, braquial e tríceps braquial, todos
palpáveis e identificados quando em contração.
Em um sulco existente entre os músculos bíceps braquial e tríceps braquial, na face medial,
identificamos a artéria braquial com seu pulso e os nervos mediano e ulnar, respectivamente anterior e
posteriormente à artéria – vide figura a seguir.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória, vol. 1: pescoço, tronco, membro superior; TIXA; 2017; Pags. 117,
124 e 126
 Face anterior e posterior do braço. Identificação da artéria braquial no braço.
Podemos observar que, em um segmento corporal, identificamos estruturas anatômicas de diversos
sistemas:
Esquelético
Muscular
Vascular
Nervoso
O estudo da anatomia regional ou topográfica é o que mais satisfaz como base para esta exigência,
necessária nas avaliações fisioterapêuticas. Difere da anatomia sistêmica, pois é de aplicação prática,
enquanto a anatomia sistêmica de caráter científico.
ANATOMIA REGIONAL OU TOPOGRÁFICA
ANATOMIA SISTÊMICA
Na verdade, a anatomia topográfica surgiu como uma anatomia de aplicação. Possivelmente, no século
XVI, quando um médico de Veneza, Nicola Massa, pela primeira vez, relacionou os dados anatômicos a
uma imediata aplicação cirúrgica. Dessa época em diante, a anatomia topográfica tem evoluído sob
duas orientações, até certo ponto, divergentes.
Uns fazem um estudo anatomotopográfico detalhado e, posteriormente, lembram as possíveis
aplicações práticas destes conhecimentos.

Outros, após um estudo mais ou menos superficial de cada uma das regiões, destacam todas as
possíveis aplicações destes dados.
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Essa variação se dá a partir do objetivo a ser alcançado.
A anatomia topográfica, visando às aplicações ao indivíduo, deve servir ao fisioterapeuta como base na
avaliação e nas intervenções sobre uma determinada região, junto à anatomia palpatória.
Não pode ser estudada em um “indivíduo irreal”, sem sexo, idade, etnia e constituição. Pelo contrário,
deve-se considerar todos esses fatores, que são fatores gerais que levarão à variação anatômica. 
O conhecimento anatômico de uma dada região deve ser considerado sob todos os fatores que possam
influenciar na topografia dos órgãos dessa região, devendo-se ponderar a variabilidade do órgão,
condicionada, principalmente, por sexo, etnia e idade.
 
Imagem: Shutterstock.com
1 - Há características próprias do sexo. Por exemplo, podemos citar o tecido gorduroso subcutâneo,
habitualmente, muito mais abundante no sexo feminino, devido às características hormonais. Isto é,
arredondando suas formas, escondendo mais os relevos e depressões da superfície óssea da região,
alterando a morfologia externa do corpo e dificultando a investigação ósseaem uma mulher.
 
Imagem: Shutterstock.com
2 - Outro fator relevante é a idade. Há variações na forma e na topografia dos órgãos quando se
compara a criança com o adolescente, com o adulto ou com o idoso. A palpação de um músculo em
pessoas jovens será muito diferente da palpação de um músculo de uma pessoa idosa, já com possível
presença da sarcopenia.
A palpação, além de complementar a inspeção feita pelo profissional de saúde, avalia a estrutura e a
mobilidade dos diversos sistemas do corpo humano. Sempre pensamos em palpação do sistema
músculo esquelético, mas faz-se necessária em vários outros sistemas do corpo. Por exemplo, na caixa
torácica, onde se permite investigar a mobilidade do tórax em decorrência das incursões respiratórias.
 DICA
Com a técnica da palpação, também se permite verificar lesões superficiais quanto à sua forma, ao seu
volume e à sua consistência; sensibilidade superficial e profunda, dor provocada e espontânea, bem como
qualquer outra manifestação dolorosa relatada pelo paciente. Todos os relatos devem ser avaliados pela
palpação. Devendo, inclusive, ser feita a verificação do pulso arterial.
Perceberam como usaremos a palpação junto à avaliação de nossos pacientes?
Vale salientar que uma avaliação de qualidade leva a um tratamento eficaz. No processo da avaliação,
temos a inspeção, a palpação, com grande uso da anatomia palpatória e os testes clínicos no exame
físico, que são fundamentais nessa investigação.
ESTRUTURAS CORPORAIS SENSITIVAS
Palpar as estruturas corporais para uma avaliação e/ou procedimento de tratamento fisioterapêutico se
faz necessário, como já afirmado. A palpação é percebida pela neuroanatomia dos receptores, ao passo
que, em toda a superfície da pele, existem receptores especializados para detectarem estímulos
provenientes do meio externo. Podemos citar:

QUIMIORRECEPTORES
Ligados ao olfato e ao paladar. A percepção de odores é mediada por quimiorreceptores.
FOTORRECEPTORES
Ligados à visão. As células capturam a luz que chega à retina e comunicam para o cérebro um impulso
nervoso correspondente à qualidade dessa luz, permitindo, assim, que o cérebro distinga as imagens.


TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES
Porção localizada na parte distal dos nervos, que tem como função contatar os órgãos periféricos.
Podem ser sensitivas ou motoras (somáticas e viscerais). Por estabelecerem um contato das fibras
nervosas com os órgãos efetuadores (Músculos e glândulas) , podem ser chamadas de junção
neuromuscular. Geralmente, estão presentes em várias partes do corpo, principalmente, na pele, e
podem ser classificadas em terminações nervosas livres e encapsuladas (mais complexas), como
corpúsculo de Meissener, corpúsculo de Water-Paccini, corpúsculo de Krause, corpúsculo de Ruffini,
discos ou meniscos de Merckel.
FUSOS NEUROMUSCULARES (CONTRAÇÃO)
São órgãos sensoriais presentes por todo o tecido muscular, que acionam reflexamente o músculo e
bloqueiam simultaneamente o músculo oponente ou antagonista (reflexo de estiramento). São
considerados unidades contráteis regulares do músculo.


ÓRGÃOS NEUROTENDÍNEOS
O órgão tendinoso de Golgi é um receptor sensorial proprioceptivo localizado na junção
musculotendinosa, onde as fibras de colágeno do tendão se juntam às extremidades das fibras
musculares extrafusais. São muito sensíveis a alterações na tensão do músculo, ao contrário dos fusos
neuromusculares, que são mais sensíveis a alterações do comprimento muscular.
RECEPTORES ARTICULARES CINESTÉSICOS
Estão localizados nas cápsulas das articulações sinoviais, onde são estimulados por mudanças na
posição do corpo quando as articulações são movimentadas.


CÉLULAS SENSITIVAS
Pelos da orelha interna estão localizados em dúctulos, estruturas cheias de líquido chamadas de
labirinto membranáceo, tendo grande relação com os mecanismos do equilíbrio.
Tudo isso se faz necessário para nossa propriocepção, também nomeada como cinestesia.
CINESTESIA
É o termo empregado para nomear a competência em reconhecer a localização espacial do corpo,
sua posição e orientação; a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em
relação às demais, sem utilizar a visão.
 SAIBA MAIS
A propriocepção (ou cinestesia), palavra empregada por Sherrington, por volta de 1900, pode ser
explicada como qualquer conhecimento postural e posicional, conduzida ao Sistema Nervoso Central (SNC)
pelos receptores encontrados em órgãos, músculos, tendões, ligamentos, articulações ou pele. Em outras
palavras, é a percepção da posição e dos movimentos produzidos pelo nosso corpo. Ela apresenta a
percepção do próprio corpo e inclui a consciência da postura, do movimento, das partes do corpo e das
alterações no equilíbrio, além de trazer as sensações de movimento e de posição articular.
Embora seja pesquisada há muito tempo, a propriocepção ainda não é inteiramente conhecida. É
impraticável falar em propriocepção sem citar receptores sensoriais. Afinal, são eles que avisam ao
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nosso SNC sobre a posição articular e o nível de tensão muscular. 
 
Os receptores sensoriais participam do sistema sensorial somático, responsável pelos diferentes
conhecimentos sensoriais captados e interpretados pelo nosso corpo. O primeiro papel dos receptores
sensoriais é prover o SNC com dados sobre a condição interna de estruturas orgânicas (meio interno) e
do ambiente externo.
Os receptores são denominados de sentidos (visão, audição, sensibilidade corporal, olfação, gustação).
Entretanto, um único receptor não é capaz de informar os variados estímulos que somos bombardeados
a cada instante. Por isso, podemos contar com variados tipos de receptores sensoriais, cada um com
suas próprias características que permitem a percepção de diferentes estímulos.
Imagem: Shutterstock.com
A organização dos receptores sensoriais se faz de acordo com a sua função:
Mecanoceptores
Termoceptores
Fotoceptores
Quimioceptores
Nociceptores
Além da categorização funcional, podemos também classificá-los de acordo com seu local anatômico:
exteroceptor, interoceptor e proprioceptor – esta última classe é a que nos interessa no momento.
IMAGINE QUE PEÇAMOS PARA VOCÊ FECHAR OS
OLHOS NESSE MOMENTO E, EM SEGUIDA, VOCÊ ME
DESCREVA COMO ESTÃO SEU TRONCO E
MEMBROS (SUPERIORES E INFERIORES). OS
JOELHOS ESTÃO FLETIDOS OU ESTENDIDOS?
SUAS MÃOS ESTÃO ABERTAS OU FECHADAS?
QUEM TE INFORMOU TUDO ISSO?
RESPOSTA
A propriocepção é fundamental e responsável pela emissão constante de informações sobre eventuais
deslocamentos de qualquer segmento corporal no espaço, auxiliando-nos nas mais diferentes tarefas
funcionais. Apropriadamente, os proprioceptores estão localizados nos músculos (Fusos musculares) ,
tendões (Órgãos tendinosos de Golgi) e nas cápsulas articulares (Corpúsculos de Ruffini e Pacini) .
Quanto ao local de sua presença, as terminações nervosas são classificadas em:
EXTEROCEPTORES
PROPRIOCEPTORES
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INTEROCEPTORES
PERCEPÇÃO CORPORAL DO TOQUE E SUAS
SENSAÇÕES
Na anatomia palpatória, já que utilizamos a todo o momento o toque para reconhecer uma estrutura ou
fazer uma avaliação, os mecanorreceptores são primordiais, sendo encontrados na epiderme e derme
através dos discos ou meniscos de Merkel.
Os meniscos de Merkel são localizados na camada basal da epiderme, com uma distância de 1cm, e
são responsáveis pelo tato e pressão leve.

Já os corpúsculos de Meissner são localizados em grande quantidade nas pontas dos dedos, sendo
responsáveis pelo tato e sensíveis às vibrações.

Quanto aos corpúsculos de Vater-Pacini, são localizados no tecido subcutâneo e derme, sendo
responsáveis pelo tato forte e pressões prolongadas.
Tipo
morfológico
Transdução Localização Função
Terminações
livres
Mecanoelétrica,
quimioelétrica e
termoelétrica
Toda pele, órgãos internos,
vasos sanguíneos e
articulações
Dor,
temperatura e
tato protopático
Corpúsculos
de RuffiniMecanoelétrica Derme e cápsulas articulares
Sulcos da pele
e tato
protopático
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Fusos
musculares
Mecanoelétrica Músculos esqueléticos Propriocepção
OTG Mecanoelétrica Tendões Propriocepção
Corpúsculos
de Pacini
Mecanoelétrica
Derme, articulações,
músculos e periósteo
Sensibilidade
vibratória
Discos de
Merkel
Mecanoelétrica Epiderme
Tato e pressão
estática
Quadro: Receptores, sua localização e função 
Elaborado por: Sandra Helena Mayworm
Para que essa percepção ocorra, temos que voltar nossa atenção para o conhecimento da
neuroanatomia e, principalmente, para a área interna da medula espinhal.
Em corte transversal da medula espinhal, podemos observar a distribuição das substâncias branca e
cinzenta:
 
Imagem: Shutterstock.com
A substância cinzenta apresenta forma de uma letra H ou até mesmo a de uma borboleta. Apresenta
um corno anterior que é mais dilatado por possuir maior concentração de corpos neuronais e se
conectam com a raiz anterior do nervo espinhal. É composto por fibras predominantemente amielínicas,
sendo uma via eferente ou motora; um corno posterior mais delgado e que recebe a raiz posterior do
nervo espinhal, sendo uma via ascendente ou sensitiva; e um corno lateral, que somente é encontrado
na região torácica e parte do sacro.
 
Imagem: Shutterstock.com
A substância branca distribuída em todo o entorno do H medular, serve como via
ascendente (Posteriormente) e via descendente (Anteriormente) conduzindo impulsos nervosos
oriundos da periferia para o encéfalo e vice-versa, através das fibras mielínicas. É subdividida em três
grandes funículos, que são áreas onde se concentram os tractos. Entre os cornos anteriores, encontra-
se o funículo anterior; entre o corno anterior e o corno posterior, encontra-se o funículo lateral; entre os
cornos posteriores, encontra-se o funículo posterior, que se subdivide em dois fascículos.
FASCÍCULOS
O primeiro deles é o fascículo grácil ou, antigamente, conhecido como fascículo de Goll.
Esse está localizado medialmente e conduz todo impulso nervoso motivado nos membros
inferiores e parte inferior do tronco.
O segundo é o fascículo cuneiforme ou fascículo de Burdach, localizado lateralmente, e
relacionado com qualquer impulso nervoso motivado nos membros superiores e parte
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superior de tronco. Tais impulsos nervosos estão relacionados com a propriocepção
consciente, a sensibilidade vibratória, o tato discriminativo e a estereognosia.
 ATENÇÃO
Propriocepção consciente - Percepção consciente de posição e movimentos dos segmentos do
corpo.
Sensibilidade vibratória - Percepção de qualquer estímulo repetitivo ou vibracional na superfície da
pele.
Tato discriminativo - Capacidade de saber discriminar tocando dois pontos na superfície da pele.
Estereognosia - Capacidade de reconhecer um objeto pelo tato quanto a sua forma e textura, sem o
auxílio da visão.
A abrangência prática para a anatomia palpatória investigativa deve ser desenvolvida formalmente, de
forma precisa, segura e de muito respeito ao corpo que está sendo tocado. O toque do terapeuta deve
ser sempre um toque seguro e, para isso, é necessário, além do conhecimento da anatomia, algumas
competências e habilidades profissionais.
A ética e a humanização devem estar presentes mantendo sempre uma abordagem não discriminadora
e respeitosa, pois o relacionamento entre o profissional e o cliente se baseia na segurança e confiança.
Vale salientar que invadimos os limites de uma pessoa quando nossas necessidades são postas acima
das dela.
Se o terapeuta estabelece limites profissionais e estes são respeitados por igual consideração das
necessidades de cada pessoa em uma situação, o respeito do profissional pelo cliente e a compreensão
do cliente pela ética profissional darão suporte à tomada de decisão coerente e ética.
No relacionamento profissional em que expectativas e regras são compreendidas com clareza, os
clientes podem fazer uma escolha informada sobre seu comportamento.

Se a situação é vaga e as regras mudam de semana a semana, as expectativas entre cliente e
terapeutas tornam-se obscuras.
Importante frisar que essa relação deve ser construída sobre bases profissionais, ou seja, sem relações
demasiadamente frias e distantes, ou ainda, demasiadamente íntimas. Encontrar e manter o grau
apropriado de proximidade e profissionalismo é um desafio para o terapeuta e pode exigir um ajuste
constante, já que, muitas vezes, trabalhamos com o toque do corpo do outro.
ANATOMIA PALPATÓRIA E SUA RELEVÂNCIA
PARA O FISIOTERAPEUTA
A especialista Sandra Helena Mayworm fala sobre o uso da anatomia palpatória no dia a dia do
fisioterapeuta:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A ANATOMIA TOPOGRÁFICA DIFERE DA ANATOMIA SISTÊMICA, POIS É DE
APLICAÇÃO PRÁTICA, ENQUANTO A ANATOMIA SISTÊMICA É DE CARÁTER
CIENTÍFICO. LEIA AS AFIRMATIVAS ABAIXO: 
 
I. A ANATOMIA TOPOGRÁFICA, VISANDO ÀS APLICAÇÕES AO INDIVÍDUO,
DEVE SERVIR AO FISIOTERAPEUTA COMO BASE NA AVALIAÇÃO E NAS
INTERVENÇÕES SOBRE UMA DETERMINADA REGIÃO, TENDO COMO
PARÂMETRO A ANATOMIA PALPATÓRIA. 
II. O CONHECIMENTO ANATÔMICO DE DADA REGIÃO DEVE SER
CONSIDERADO SOB TODOS OS FATORES QUE POSSAM INFLUENCIAR NA
TOPOGRAFIA DOS ÓRGÃOS DESSA REGIÃO, MAS NÃO HÁ NECESSIDADE DE
SE PONDERAR A VARIABILIDADE DO ÓRGÃO, CONDICIONADA POR SEXO,
ETNIA E IDADE. 
III. O ESTUDO DA ANATOMIA REGIONAL OU TOPOGRÁFICA É O QUE MAIS
SATISFAZ A EXIGÊNCIA NECESSÁRIA NAS AVALIAÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS. 
 
PODE-SE AFIRMAR QUE:
A) Somente a I está correta.
B) Somente a III está correta.
C) I e III estão corretas, somente.
D) I e II estão corretas, somente.
E) I, II e III estão corretas.
2. LEIA AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: 
 
I. SEMPRE PENSAMOS EM PALPAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO,
MAS FAZ-SE NECESSÁRIO PENSARMOS EM VÁRIOS OUTROS SISTEMAS DO
CORPO. 
 
PORQUE 
 
II. A PALPAÇÃO, ALÉM DE COMPLEMENTAR A INSPEÇÃO FEITA PELO
PROFISSIONAL DE SAÚDE, AVALIA A ESTRUTURA E A MOBILIDADE DOS
DIVERSOS SISTEMAS DO CORPO HUMANO. 
 
ANALISANDO AS AFIRMAÇÕES ACIMA, CONCLUI-SE QUE:
A) A afirmação I é verdadeira, e a II é falsa.
B) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II não justifica a primeira.
C) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II justifica a primeira.
D) A afirmação I é falsa, e a II é verdadeira.
E) As afirmações I e II são falsas.
GABARITO
1. A anatomia topográfica difere da anatomia sistêmica, pois é de aplicação prática, enquanto a
anatomia sistêmica é de caráter científico. Leia as afirmativas abaixo: 
 
I. A anatomia topográfica, visando às aplicações ao indivíduo, deve servir ao fisioterapeuta como
base na avaliação e nas intervenções sobre uma determinada região, tendo como parâmetro a
anatomia palpatória. 
II. O conhecimento anatômico de dada região deve ser considerado sob todos os fatores que
possam influenciar na topografia dos órgãos dessa região, mas não há necessidade de se
ponderar a variabilidade do órgão, condicionada por sexo, etnia e idade. 
III. O estudo da anatomia regional ou topográfica é o que mais satisfaz a exigência necessária
nas avaliações fisioterapêuticas. 
 
Pode-se afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
 
A anatomia topográfica não pode ser estudada em um “indivíduo ideal”, sem sexo, sem idade, sem
etnia, sem constituição, mas deve considerar todos estes fatores, que são fatores gerais que levarão à
variação anatômica.
2. Leia as afirmativas a seguir: 
 
I. Sempre pensamos em palpação do sistema músculo esquelético, mas faz-se necessário
pensarmos em vários outros sistemas do corpo. 
 
PORQUE 
 
II. A palpação, além de complementar a inspeção feita pelo profissional de saúde, avalia a
estrutura e a mobilidade dos diversos sistemas do corpo humano. 
 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que:
A alternativa "C " está correta.
 
A palpação complementa a avaliação feita pelo profissional de saúde. Desse modo, é necessário
conhecimento anatômico não apenas do sistema músculo esquelético,como também conhecimento de
outros sistemas do corpo humano.
MÓDULO 2
 Reconhecer os receptores sensoriais do tecido cutâneo e subcutâneo, e a identificação das
estruturas anatômicas da superfície corporal.
COMPOSIÇÃO E SENSIBILIDADE DO TECIDO
CUTÂNEO E SUBCUTÂNEO
A pele (Tegumento) é o maior órgão do corpo e, juntamente com seus órgãos anexos (Pelos,
glândulas e unhas) , constitui o sistema tegumentar. Atuando como uma conexão dinâmica entre o
ambiente externo, que, continuamente, apresenta variações, e o ambiente interno do corpo, a pele ajuda
a manter a homeostasia.
Contidos nesse sistema, estão os milhões de receptores sensitivos da pele e sua vasta rede vascular,
pois a derme da pele possui extensa inervação. Efetores tegumentares especializados respondem aos
impulsos motores transmitidos pelo Sistema Nervoso Central para a pele através de fibras nervosas
autônomas.
Diversos tipos de receptores sensitivos respondem por várias sensibilidades, como tátil (Tato) ,
pressão, temperatura, prurido ou dor.
Alguns são extremidades livres dos nervos.

Alguns formam redes ao redor de folículos pilosos.

Alguns se estendem em direção às papilas da derme.
 VOCÊ SABIA
Certas áreas do corpo, como palmas das mãos, plantas dos pés, lábios e genitais externos, têm maior
concentração de receptores da sensibilidade e são, por isso, mais sensíveis ao tato.
Os órgãos dos sentidos são realmente extensões do sistema nervoso. Respondem às mudanças dos
meios interno e externo e transmitem potenciais de ação (impulsos nervosos) ao encéfalo, como já visto
anteriormente. É através dos órgãos dos sentidos que temos consciência do meio ambiente e, por essa
razão, eles foram descritos como “as janelas do cérebro”.
Um estímulo necessita primeiro ser recebido para que a sensibilidade possa ser interpretada no encéfalo
e a seguir serem feitos os ajustes necessários no corpo. Nós dependemos dos nossos órgãos dos
sentidos não apenas para satisfazer nossas vontades, mas também para assegurar nossa própria
sobrevivência.
 EXEMPLO
Os órgãos dos sentidos nos permitem ouvir sons de advertência, perceber os perigos, evitar substâncias
tóxicas e sentir dor, fome e sede.
Sensibilidade é a consciência de uma situação corpórea ou condição que ocorre sempre que um
impulso sensorial é transmitido ao encéfalo. A interpretação de uma sensibilidade é chamada de
percepção, que é a criação de nosso encéfalo; em outras palavras, nós vemos, ouvimos, sentimos o
gosto e o cheiro com nosso encéfalo.
Foto: Shutterstock.com
A fim de perceber uma sensibilidade, são necessárias as seguintes condições:
Deve existir um estímulo suficiente para iniciar uma resposta no sistema nervoso.
Um receptor deve converter o estímulo em impulso nervoso.
A condução do impulso nervoso deve ocorrer do receptor para o encéfalo ao longo de uma via
nervosa.
A interpretação do impulso na forma de uma percepção deve ocorrer no interior de uma parte
específica do encéfalo.
 ATENÇÃO
Apenas aqueles impulsos que alcançam o córtex cerebral do encéfalo são interpretados conscientemente. Se
os impulsos terminam na medula espinal ou no tronco encefálico, eles podem iniciar uma resposta motora
reflexa, mas não uma resposta consciente.
Impulsos que alcançam o córtex cerebral seguem por fibras nervosas que compõem os tratos sensitivos
ou ascendentes. Agrupamentos de corpos celulares de neurônios, chamados núcleos, são locais de
sinapses ao longo dos tratos sensitivos no interior do SNC. Os núcleos através dos quais passam
impulsos sensoriais antes de alcançar o córtex cerebral estão localizados na medula espinal, bulbo,
ponte e tálamo.
Os receptores sensoriais podem ser dendritos de neurônios sensitivos, que:
Estão livres 
Como aqueles da pele que correspondem à dor e à temperatura.
OU
Estão encapsulados no interior de estruturas não neurais 
Como os corpúsculos lamelares ou receptores para pressão na pele.
Outros receptores formam-se de células epiteliais que fazem sinapse com dendritos sensoriais. Estes
incluem calículos gustatórios na língua, fotorreceptores nos olhos e células ciliadas (ou células pelos) na
orelha interna.
 
Imagem: Anatomia humana, VAN DE GRAAFF, 2003, pág 107
 Receptores cutâneos.
RECEPTORES DO TATO E DE PRESSÃO
Os receptores de tato respondem aos toques finos ou leves e estão localizados, principalmente, na
derme e hipoderme da pele. Já os receptores de pressão, respondem à pressão, vibração e ao
estiramento. Encontram-se, comumente, na hipoderme da pele e nos tendões e ligamentos de
articulações.
CORPÚSCULOS DO TATO (CORPÚSCULO DE MEISSNER)
É um receptor oval composto de um conjunto de terminações dendríticas incluídas em bainhas de tecido
conjuntivo. São numerosos nas porções do corpo desprovidas de pelos, como: pálpebras, lábios,
extremidade da língua, pontas dos dedos, palmas das mãos, plantas dos pés, papilas mamárias e
genitais externas. São, especialmente, sensíveis aos movimentos de objetos que apenas entram em
contato com a pele. A sensibilidade de tato fino ou leve é percebida quando esses receptores são
estimulados. Por exemplo, as pontas dos dedos altamente sensíveis são usadas para leituras em Braille.
Símbolos em Braille consistem em pontos que são elevados 1mm da superfície da página e separados
um do outro 2,5mm. Os leitores experientes de Braille podem identificar palavras com a mesma
velocidade que uma pessoa perspicaz pode ler em voz alta – uma frequência de cerca de 100 palavras
por minuto.
TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES
São os receptores táteis menos modificados e mais superficiais. Estendem-se nas camadas mais
inferiores da epiderme e respondem, principalmente, à dor e às variações de temperatura (abordadas
brevemente), mas também detectam tato e pressão, por exemplo, ao se vestir. Algumas terminações
nervosas livres são, particularmente, sensíveis a cócegas e coceiras.
PLEXOS DA RAIZ DOS PELOS
Tipos especializados de terminações nervosas livres. Ficam encaracolados ao redor dos folículos dos
pelos, respondendo aos seus estímulos.
CORPÚSCULOS LAMELARES (PACINI)
São receptores grandes, em forma de cebola, compostos de terminações dendríticas de várias fibras
nervosas sensitivas envolvidas por camadas de tecido conjuntivo. São encontrados comumente no
interior de membranas sinoviais de articulações também sinoviais, no perimísio de tecido muscular
esquelético e em certos órgãos viscerais. Detectam vibrações profundas em tecidos e órgãos.
CORPÚSCULOS DE RUFFINI
São terminações nervosas encapsuladas encontradas nas camadas profundas da derme e no tecido
subcutâneo, onde se sensibilizam às pressões contínuas profundas e estiramentos. Também estão
presentes em cápsulas articulares e funcionam na detecção de movimentos articulares.
CORPÚSCULOS DE KRAUSE
São considerados variação dos corpúsculos de Meissner. São abundantes nas túnicas mucosas e, por
isso, às vezes, são chamados de corpúsculos mucocutâneos.
 EXEMPLO
Qualquer mãe pode atestar o efeito calmante que tem em segurar e bater levemente nas costas de um bebê
que está chorando. Sabe-se que o tato da massagem pode aliviar a dor e melhorar a concentração, e
evidências mostram que tatear e acariciar o recém-nascido, de fato, melhora o seu desenvolvimento.
Crianças massageadas ganham peso quase 50% mais rápido que as crianças não massageadas, além de
serem mais ativas, alertas e receptivas. Até mesmo crianças prematuras crescem e se desenvolvem mais
rapidamente se forem regularmente carregadas e tateadas.
Os principais receptores para o calor e frio (termorreceptores) e para dor (nociceptores) são terminações
nervosas livres e estão distribuídos ao longo da pele e tecidos internos. As terminações nervosas livres
responsáveis pelas sensações de frio estão próximas à superfície da pele e são mais abundantes em
qualquer área determinada da pele que aquelas responsáveis pelas sensações de calor.
Os receptores da dor respondem às lesões dos tecidos e são ativados por todos os tiposde estímulos.
Eles estão esparsos na maioria dos órgãos viscerais e ausentes inteiramente no interior do tecido
nervoso encefálico.
Embora as terminações nervosas livres dos nervos sejam especializadas para responder às lesões dos
tecidos, todos os receptores cutâneos retransmitirão impulsos que são interpretados como dor, caso
sejam estimulados excessivamente. O valor protetor dos receptores da dor é óbvio!
Receptores da dor são, particularmente, sensíveis à excitação química. Espasmos musculares, fadiga
muscular ou inadequado fornecimento de sangue a um órgão também podem causar dor.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Medula espinal
Impulsos para dor são conduzidos para a medula espinal por neurônios sensitivos.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Tálamo
As sensibilidades para a dor são conduzidas em seguida ao tálamo pelo trato espinotalâmico lateral da
medula espinal.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Córtex cerebral
E, após, para a área somatestésica do córtex cerebral.
 ATENÇÃO
Embora uma consciência de dor ocorra no tálamo, o tipo e a intensidade da dor são interpretados em áreas
especializadas do córtex cerebral.
A percepção da dor é importante para a sobrevivência, pois alerta o corpo para uma lesão, infecção ou
disfunção de órgãos.
A dor aguda é súbita, geralmente, de curta duração e, comumente, pode ser suportável e atribuída a
uma causa conhecida.

A dor crônica é de duração longa e tende a debilitar a pessoa se interferir efetivamente na capacidade
funcional.
 EXEMPLO
Certas doenças, como a artrite, caracterizam-se por dores crônicas. Nesses pacientes, o alívio da dor é a
grande preocupação.
Nesse sentido, técnicas terapêuticas com utilização do toque corporal podem atuar sobre o sistema
autônomo e desencadear respostas que são contrárias às do nervosismo, estresse e ansiedade, que
também geram dor.
Vale lembrar que, atualmente, vivemos em um mundo extremamente estressante e técnicas manuais
podem ser utilizadas para proporcionar diminuição de ansiedade e estresse.
ESTRUTURA ÓSSEA, ARTICULAÇÕES E
ACIDENTES ÓSSEOS PALPÁVEIS
Os ossos do esqueleto humano são estruturas vivas e plásticas que se arranjam conforme suas funções
no corpo e as solicitações diárias sobre eles.
 EXEMPLO
Há formação de acidentes ósseos – depressões, cristas, protuberâncias e outros – que se organizam de
acordo com as forças que atuam neles. Essas forças estão relacionadas à compressão pela gravidade,
somados à tensão gerada pelos músculos e tendões.
A maioria dos ossos conecta-se a outros e forma as articulações, estruturas complexas cujo movimento
varia de acordo com sua forma e constituição. Algumas articulações têm pouco ou nenhum movimento,
enquanto outras possuem movimento considerável e em várias direções.
O conhecimento da anatomia funcional dessas estruturas é fundamental para a compreensão do
movimento humano e se faz necessário para o uso da anatomia palpatória como mecanismo de
semiologia e procedimento de tratamento.
Os 206 ossos do esqueleto humano podem ser agrupados em duas partes. O esqueleto axial forma o
“eixo” do corpo, ou seja, a região central do corpo. É constituído pelos ossos da cabeça, do pescoço e
do tronco, incluindo crânio e ossos associados, hioide, esterno, costelas e vértebras (com sacro e
cóccix).
 SAIBA MAIS
Um esqueleto adulto típico contém 80 ossos em sua divisão axial.
O esqueleto apendicular está “pendurado” no esqueleto axial.
Em um adulto típico, ele contém 126 ossos disposto nas seguintes regiões:
O cíngulo do membro superior inclui clavícula e escápula bilateralmente.
A parte livre do membro superior inclui úmero, rádio, ulna, ossos carpais, ossos metacarpais e
falanges em ambos os lados.
O cíngulo do membro inferior inclui o osso do quadril, que, na verdade, é constituído por três
ossos unidos (ílio, ísquio e púbis).
A parte livre do membro inferior inclui fêmur, tíbia, fíbula, ossos tarsais, ossos metatarsais e
falanges em ambos os lados.
 
Imagem: Shutterstock.com
Existem várias formas e diversos tamanhos de ossos, dependendo de suas funções no corpo. Alguns
são longos e estreitos, outros são pequenos e largos, e alguns têm morfologia única, sendo
considerados irregulares. Cada forma serve a uma finalidade específica no corpo. Tudo isso é de
fundamental importância para um futuro fisioterapeuta.
E quanto aos acidentes anatômicos? Temos vários, certo?
Na verdade, acidentes ósseos de referência indicam onde nervos e vasos atravessam um osso; onde
músculos, tendões ou outras estruturas estão localizados; onde articulações são formadas e onde
tendões e ligamentos se fixam. Cada acidente tem um nome específico que indica sua função e
localização. Os ossos os possuem ou desenvolvem com o tempo, e esses acidentes (Marcas)
específicos satisfazem a diferentes funções.
Cada acidente ósseo de referência tem um nome específico que indica sua finalidade e localização:
DEPRESSÕES E ABERTURAS
Depressões são aprofundamentos e concavidades que abrigam músculos, tendões, nervos e vasos.
Especialistas distinguem dois tipos de depressões: a fossa e o sulco.
A fossa é uma depressão rasa. Como comentamos, há uma fossa na extremidade distal do úmero
(fossa cubital) e outra no ílio (fossa ilíaca).

O sulco é uma depressão estreita e alongada, como, por exemplo, entre os dois tubérculos na
extremidade proximal do úmero (sulco intertubercular).
Quanto às aberturas, são orifícios e canais que permitem a passagem de nervos, vasos, músculos e
tendões. Além disso, dão acesso a cavidades cheias de ar denominadas seios – seios paranasais, por
exemplo. Os termos utilizados para descrever as aberturas são:
FISSURA
FORAME
MEATO
 
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Luís Salgueiro
 Forame obturado no osso ilíaco.
PROJEÇÕES QUE FORMAM ARTICULAÇÕES
Várias protuberâncias, ou projeções podem ser encontradas nos ossos que ajudam a formar
articulações. Em geral, essas projeções estão localizadas nas extremidades dos ossos e incluem
côndilos arredondados, facetas planas, volumosas cabeças de ossos longos e ramos.
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Em algumas protuberâncias e cristas, podem estar indicados locais de fixação de tendões e ligamentos.
Seu tamanho e formato variam de acordo com o tipo e quantidade de força que os formam, ao passo
que alguns são longos e estreitos como uma crista, linha ou arco, como, por exemplo, a crista ilíaca.
Outros são arredondados como um tubérculo, tuberosidade ou trocanter, como o trocanter maior do
fêmur.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Cabeça e trocanter maior do fêmur.
 SAIBA MAIS
Epicôndilos, processos e espinhas são outras saliências que servem para fixação de tecidos moles
no osso, como o epicôndilo lateral do úmero, onde se inserem músculos responsáveis pela extensão
do carpo, punho e dedos.
Alguns desses acidentes ósseos estão presentes no nascimento, enquanto outros se
desenvolvem em reação às forças que incidem no esqueleto. Por exemplo, o meato acústico
externo do osso temporal, que está presente no nascimento. Por outro lado, o processo mastoide
(grande protuberância situada imediatamente posterior à orelha) leva vários anos para se
desenvolver, de acordo com a tração sofrida pelos músculos do pescoço. Desse modo, o osso
pode desenvolver saliências nos locais onde se fixam ligamentos e tendões.
Podemos observar, com isso, que o esqueleto é uma estrutura altamente adaptativa.
Alguns acidentes ósseos são palpáveis, outros não. As fossas, normalmente, são preenchidas
pela massa muscular ou por outro osso, quando em articulação. Por exemplo, as fossas
supraespinhal, infraespinhal e subescapular na escápula têm suas fossas preenchidas pelos
músculos de mesmo nome, assim como a fossa ilíaca. Veremos mais adiante as estruturas
palpáveis em diversos segmentos corporais.
Quando pensamos nas articulações, temos que voltar nosso pensamento para os movimentos
articulares nos planos cardinais – flexão, extensão, abdução, adução,rotação lateral, rotação
medial, pronação, supinação.
 
Imagem: Shutterstock.com
Esses movimentos básicos são denominados movimentos fisiológicos.

Em contrapartida, o termo movimento acessório designa o movimento de uma face articular em
relação à outra.
 EXEMPLO
Um movimento fisiológico de amplitude total, como a flexão total de ombro, depende de um
movimento acessório normal e saudável – deslizamento, rolamento, compressão, tração que ocorre
entre as faces articulares. Esse movimento, por sua vez, depende de certo grau de “permissão” da
cápsula articular e dos ligamentos situados em torno da articulação. Essa “permissão” é denominada
jogo articular.
ESTRUTURAS MÚSCULO-LIGAMENTARES, SUA
COMPOSIÇÃO E IDENTIFICAÇÃO PELA
PALPAÇÃO
Agora que já abordamos o tecido cutâneo, a osteologia (Estudo dos ossos) e a
artrologia (Estudo das articulações) , podemos seguir para a miologia (Estudo dos músculos) .
Todos os movimentos, desde o piscar de olhos até o salto de obstáculos, requerem a
participação de músculos. Apesar de haver três tipos de tecido muscular no corpo humano –
músculo liso, músculo cardíaco e músculo esquelético – somente um será abordado neste
material: o músculo esquelético, o tipo que gera movimento e muito nos interessa enquanto
fisioterapeutas junto a Anatomia Palpatória. 
 
Traremos reflexões sobre suas funções e propriedades típicas para, em seguida, encaminhar
nosso pensamento para a relação entre sua estrutura, capacidade de contração, a fim de gerar
força necessária ao movimento humano e sua palpação.
Uma vez que o foco deste conteúdo é anatomia palpatória junto ao movimento humano,
voltaremos nossa atenção, sobretudo, para o músculo esquelético, que desempenha várias
funções no corpo, incluindo:
Iniciação do movimento

Manutenção da postura

Proteção

Produção de calor

Bombeamento de fluidos
MOVIMENTO
A função principal dos músculos esqueléticos é exercer tração nos ossos, gerando movimento.
A contração muscular permite fletir os joelhos, balançar os braços para frente e para trás e até
mesmo assobiar enquanto se caminha.
 ATENÇÃO
Músculos esqueléticos também expandem a caixa torácica ao inspirar profundamente, e a retraem na
expiração. Todos esses movimentos do corpo são iniciados, modificados e controlados por
contrações de músculos esqueléticos.
POSTURA
Músculos esqueléticos asseguram a postura ereta contra a gravidade, pois mantêm a cabeça
levantada e centralizada, o tronco reto e ereto, e quadris e joelhos alinhados sobre os pés. Esses
músculos também ajustam e respondem a alterações na postura, como se inclinar para frente ou
levantar-se de uma cadeira.
Esses músculos posturais não podem relaxar enquanto se estiver acordado e de pé.
TERMOGÊNESE
Ao se contraírem para produzir movimentos, os músculos esqueléticos também geram calor no
corpo, ao passo que essa produção de calor é denominada termogênese.
 VOCÊ SABIA
Cerca de três quartos da energia gerada pelo tecido muscular é calor.
Podemos entender essa função quando está frio e o corpo começa a tremer. Com essas
contrações musculares involuntárias, há produção de calor e, consequentemente, o aquecimento
do corpo.
BOMBA VASCULAR
Sabemos que o músculo cardíaco é responsável por mobilizar o sistema circulatório, mas os
músculos esqueléticos também desempenham papel similar. As contrações dos músculos
esqueléticos ajudam no curso da linfa e do sangue venoso.
A bomba cardíaca mantém alta a pressão dentro das artérias, porém vasos linfáticos e veias têm
pressão relativamente baixa. Eles precisam ser ajudados pela contração de músculos adjacentes
para que o fluxo de seus fluidos continue.
Isso tem grande importância em locais onde esses fluidos devem ser conduzidos para cima
contra a gravidade, como ocorre quando o sangue venoso retorna ao coração a partir dos
membros inferiores pela contração dos músculos da panturrilha.
 RELEMBRANDO
Vale relembrar que as fibras musculares estão dispostas com direção paralela, de modo a
desempenhar funções específicas. As duas grandes classes de disposição de fibras são paralelas e
oblíquas. No interior de um músculo, fibras com disposição paralela possuem o mesmo comprimento
e não se entrecruzam. Esse arranjo permite que todo o músculo se encurte por igual e na mesma
direção. A disposição paralela possibilita máxima amplitude de movimento.
OS FORMATOS COM ESSE TIPO DE DISPOSIÇÃO DE
FIBRAS INCLUEM MÚSCULOS FUSIFORMES,
CIRCULARES E TRIANGULARES. CONSEGUIRIA
TRAZER UM EXEMPLO DE MÚSCULO FUSIFORME
COM ARRANJO CIRCULAR E TRIANGULAR?
RESPOSTA
Muitas vezes, o nome de um músculo indica sua localização ou posição relativa no corpo para
diferenciá-lo de um músculo similar em outra região. Termos como braquial (Braço) ,
femoral (Coxa) , peitoral (Tórax) e abdominal (Abdome) identificam a região de localização.
Utilizamos essa estratégia para identificar o bíceps braquial e o tríceps braquial, o reto femoral e
o reto do abdome e o peitoral maior.
A localização das fixações musculares também se reflete nos nomes dos músculos. Observamos
isso com:
O MÚSCULO CORACOBRAQUIAL
O ILÍACO
OS MÚSCULOS ESPINAIS
O SUPRAESPINAL
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 ATENÇÃO
Supra significa acima, e, aqui, espinal refere-se à espinha da escápula.
Às vezes, o nome do músculo ajuda a identificar sua ação. Termos como flexor, extensor, adutor
e abdutor fornecem informações sobre a função do músculo. São exemplos de músculos
nomeados de acordo com suas ações: flexor ulnar do carpo, extensor dos dedos e pronador
redondo.
Quando existem músculos com forma e função parecidas na mesma região, é adequado
diferenciá-los pelo tamanho, volume ou comprimento. Os seguintes músculos são diferenciados
pelo tamanho:
Peitorais maior e menor
Glúteos máximo, médio e mínimo
Fibulares longo, curto e terceiro
Adutores magno, longo e curto
 SAIBA MAIS
Certos músculos apresentam formato ou aspecto específico e isso levou os antigos anatomistas a
compará-los em sua descrição com determinados objetos. Por exemplo, o trapézio, em forma
geométrica de trapezoide; o deltoide triangular, assemelhando-se à letra grega delta; o serrátil
anterior, com margens denteadas, comparável às de uma serra.
Por fim, um músculo pode ter mais de uma divisão ou cabeças. Por isso, foram nomeados
músculos como bíceps (Duas cabeças) , tríceps (Três cabeças) e quadríceps (Quatro
cabeças) . São exemplos os músculos bíceps braquial e tríceps braquial do membro superior e,
ainda, o quadríceps na face anterior da coxa.
Neste módulo, conseguimos relembrar a organização da anatomia. Livros e textos dessa seara
nos trazem o conhecimento pleno de toda essa ciência, que é de fundamental importância para o
fisioterapeuta. 
 
No próximo módulo, relacionaremos todo esse conhecimento com a anatomia palpatória e os
casos clínicos para sua melhor compreensão.
PALPAÇÃO DOS DIVERSOS TIPOS DE TECIDO
DO CORPO HUMANO
A especialista Sandra Helena Mayworm fala sobre os diversos tecidos corporais e a diferença na
sua palpação:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS RECEPTORES SENSORIAIS SÃO CLASSIFICADOS COMO LIVRES OU
ENCAPSULADOS NO INTERIOR DE ESTRUTURAS NÃO NEURAIS. QUAL DAS
ESTRUTURAS ABAIXO É UM TIPO DE RECEPTOR LIVRE NÃO ENCAPSULADO?
A) Corpúsculos de Pacini
B) Corpúsculos Ruffini
C) Terminações de dor ou nociceptores
D) Corpúsculos Krause
E) Corpúsculos de Meissner
2. VÁRIAS PROTUBERÂNCIAS OU PROJEÇÕES PODEM SER ENCONTRADAS
NOS OSSOS QUE AJUDAM A FORMAR ARTICULAÇÕES. EM GERAL, ESSAS
PROJEÇÕES ESTÃO LOCALIZADAS NAS EXTREMIDADES DOS OSSOS E
INCLUEM CÔNDILOS ARREDONDADOS, FACETAS PLANAS, VOLUMOSAS
CABEÇAS DE OSSOS LONGOS E RAMOS, QUE FORMAM “VIGAS” ÓSSEAS. 
 
LEIA AS AFIRMATIVAS ABAIXO: 
 
I. EM ALGUMAS PROTUBERÂNCIAS E CRISTAS ÓSSEAS, IDENTIFICADAS PELA
PALPAÇÃO, PODEM-SE INDICAR LOCAIS DE FIXAÇÃO DE TENDÕES E
LIGAMENTOS, E SEU TAMANHO E FORMATO VARIAM DE ACORDO COM O TIPO
E QUANTIDADE DEFORÇA QUE OS FORMAM. 
II. ALGUNS DESSES ACIDENTES ÓSSEOS IDENTIFICADOS PELA PALPAÇÃO EM
UMA AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ESTÃO PRESENTES AINDA NO
NASCIMENTO, ENQUANTO OUTROS DESSES ACIDENTES SE DESENVOLVEM
EM REAÇÃO ÀS FORÇAS QUE INCIDEM NO ESQUELETO, POR MÚSCULOS E
LIGAMENTOS. 
III. O ESQUELETO É UMA ESTRUTURA ALTAMENTE ADAPTATIVA E DEVIDO A
ESSA CAPACIDADE, CONSEGUE ALTERAR A CONFIGURAÇÃO TRABECULAR
DA SUBSTÂNCIA ESPONJOSA E AUMENTAR A ESPESSURA DA SUBSTÂNCIA
COMPACTA. 
 
PODE-SE AFIRMAR QUE:
A) Somente a I está correta.
B) Somente a III está correta.
C) I e III estão corretas, somente.
D) I e II estão corretas, somente.
E) I, II e III estão corretas.
GABARITO
1. Os receptores sensoriais são classificados como livres ou encapsulados no interior de
estruturas não neurais. Qual das estruturas abaixo é um tipo de receptor livre não encapsulado?
A alternativa "C " está correta.
 
Os receptores sensitivos podem ser terminações nervosas livres ou terminações fechadas no
interior de uma cápsula, formando os corpúsculos sensitivos. Terminações nervosas livres para
dor ou nociceptores são terminações formadas por um axônio ramificado e não encapsulado.
Distribuem-se por quase todas as partes do corpo e captam sensações, principalmente,
dolorosas.
2. Várias protuberâncias ou projeções podem ser encontradas nos ossos que ajudam a formar
articulações. Em geral, essas projeções estão localizadas nas extremidades dos ossos e incluem
côndilos arredondados, facetas planas, volumosas cabeças de ossos longos e ramos, que
formam “vigas” ósseas. 
 
Leia as afirmativas abaixo: 
 
I. Em algumas protuberâncias e cristas ósseas, identificadas pela palpação, podem-se indicar
locais de fixação de tendões e ligamentos, e seu tamanho e formato variam de acordo com o tipo
e quantidade de força que os formam. 
II. Alguns desses acidentes ósseos identificados pela palpação em uma avaliação
fisioterapêutica estão presentes ainda no nascimento, enquanto outros desses acidentes se
desenvolvem em reação às forças que incidem no esqueleto, por músculos e ligamentos. 
III. O esqueleto é uma estrutura altamente adaptativa e devido a essa capacidade, consegue
alterar a configuração trabecular da substância esponjosa e aumentar a espessura da substância
compacta. 
 
Pode-se afirmar que:
A alternativa "E " está correta.
 
Em algumas protuberâncias e cristas que identificamos como acidentes anatômicos, podem-se
indicar locais de fixação de tendões e ligamentos. Seu tamanho e formato variam de acordo com
o tipo e a quantidade de força que os formam. Alguns são longos e estreitos como uma crista,
linha ou arco, como, por exemplo, a crista ilíaca. Outros são arredondados como um tubérculo,
tuberosidade ou trocanter, como o trocanter maior do fêmur. Epicôndilos, processos e espinhas
são outras saliências que servem para fixação de tecidos moles no osso, como o epicôndilo
lateral do úmero, onde se inserem músculos responsáveis pela extensão do carpo, punho e
dedos. Alguns desses acidentes ósseos estão presentes no nascimento, enquanto outros se
desenvolvem em reação às forças que incidem no esqueleto. Por exemplo, o meato acústico
externo do osso temporal, que está presente no nascimento. Por outro lado, o processo mastoide
(grande protuberância situada imediatamente posterior à orelha) leva vários anos para se
desenvolver, de acordo com a tração sofrida pelos músculos do pescoço. Desse modo, o osso
pode desenvolver saliências nos locais onde se fixam ligamentos e tendões. Essa capacidade,
além de alterar a configuração trabecular da substância esponjosa e aumentar a espessura da
substância compacta, faz do esqueleto uma estrutura altamente adaptativa.
MÓDULO 3
 Aplicar os conhecimentos da anatomia topográfica na interpretação das variações
anatômicas relacionadas às disfunções e/ou patologias apresentadas.
ETAPAS DA AVALIAÇÃO PALPATÓRIA
O exame físico geral é a etapa inicial do exame clínico e, além de complementar a
anamnese (Entrevista clínica) , fornece a visão do indivíduo como um todo, e não segmentado.
A inspeção pode ser dividida em duas partes:
Estática
Dinâmica
Mas, neste tópico, organizaremos nosso pensamento para avaliação através da anatomia
palpatória.
Todas as informações anteriores possibilitam uma organização de etapas para sua avaliação
palpatória. Sempre iniciaremos pelos tecidos mais superficiais até chegarmos aos mais
profundos, embora a anamnese (Coleta de dados) feita anteriormente possibilite a escolha do
local e dos tecidos relevantes para palpação junto àquele caso específico.
PELE
A pele deve ser analisada quanto à sua integridade e alterações.
Edemas devem ser pesquisados pela palpação, evidenciando presença de cacifo.
 
Foto: Shutterstock.com

Por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, evidencia-se a presença do
edema.
Considera-se positivo se a depressão (Cacifo) formada não se desfizer imediatamente após a
descompressão.


Além disso, a sensibilidade superficial tem que ser investigada e pode ser dividida em tátil,
térmica e dolorosa.
LINFONODOS
A palpação dos linfonodos é realizada com as polpas dos dedos. Na região cervical, ajusta-se a
cabeça em uma posição que relaxe os músculos do pescoço, fletindo-se ligeiramente o pescoço
e inclinando vagarosamente a cabeça para o lado que se deseja examinar.
 
Foto: Shutterstock.com
 Palpação dos linfonodos axilares.
 DICA
Os linfonodos cervicais são mais facilmente palpáveis com o examinador posicionado atrás do
paciente e os linfonodos da cadeia jugular são mais bem examinados apreendendo-se o músculo
esternocleidomastóideo entre o polegar e os dedos indicador e médio de uma mão.
Já a palpação dos linfonodos inguinais é feita com os dedos em extensão, deslizando
suavemente em movimentos circulares sobre as regiões consideradas.
ACIDENTES ÓSSEOS
Alguns acidentes ósseos são palpáveis e, por estarem relacionados às inserções musculares e
organizações articulares, devem ser pesquisados e investigados. Discutiremos mais adiante
junto a casos clínicos.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória, vol. 1: pescoço, tronco, membro superior; TIXA; 2017; pág. 90
 Palpação do acrômio na escápula.
MÚSCULOS
Nem todos os músculos são palpáveis, mas, para sua identificação, é necessário conhecer o
local de inserções e ação muscular.
Eles são melhor identificados através de sua contração e sempre devemos comparar o músculo
em contração e relaxado, não esquecendo sua comparação com o outro dimídio corporal.
 
Foto: Sandra Helena Mayworm
 Palpação do músculo piriforme.
TENDÕES
Na localização muscular, há possibilidade da identificação de alguns tendões e sua integridade
deve ser analisada. Podemos citar alguns tendões facilmente palpáveis:
Tendão bicipital e tricipital distais
Tendão quadricipital
Tendão do calcâneo
 
Foto: Sandra Helena Mayworm
 Palpação do tendão do músculo latíssimo do dorso.
LIGAMENTOS
Os ligamentos íntegros são fundamentais para um movimento articular saudável e funcional. Sua
pesquisa é feita através do movimento articular e identificação de suas inserções ósseas.
 
Foto: Shutterstock.com
 Palpação dos músculos da coxa e articulação do joelho.
VASOS
Para aferição do pulso arterial, normalmente, palpa-se a artéria com o segundo e terceiro dedo,
contando os batimentos em 1 minuto, sempre comparando a frequência cardíaca e o pulso
arterial.
 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS
Nunca verifique o pulso arterial com o polegar, pois ele tem pulsação própria e poderá mascarar sua
avaliação.
Na palpação do pulso, além da frequência, podemos verificar o ritmo, a intensidade, a forma.
Foto: Shutterstock.com
NERVOS
O conhecimento do Sistema Nervoso Periférico é necessário para identificação das áreas mais
superficiais de passagem desses nervos.
 
Foto: Anatomia palpatória: tronco, pescoço, ombro e membros superiores. JUNQUEIRA, Lilia.
2004. Pág.150
 Palpação do nervo mediano debaixo dotendão do músculo palmar longo.
Podemos citar o nervo ulnar, que pode ser identificado e pesquisado em três locais: no sulco
entre os músculos bíceps braquial e tríceps braquial, posterior à artéria braquial, no cotovelo
entre o olécrano e o epicôndilo medial (aquele do choquinho, quando percutido) e entre o osso
pisiforme e a ulna, no punho.
ABDOME
A palpação da região abdominal deve ser realizada de duas formas:
SUPERFICIAL
PROFUNDA
Quando realizamos a palpação do abdome e o indivíduo sinaliza sentir dor, essa dor pode sugerir
complicações como uma possível apendicite.
 
Foto: Shutterstock.com
 Palpação profunda do abdome.
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ORDENAÇÃO DE PALPAÇÃO DAS
ESTRUTURAS: INVESTIGAÇÃO ATRAVÉS DA
PALPAÇÃO DAS DIVERSAS ESTRUTURAS
CORPORAIS
Neste módulo, traremos uma sequência de pensamentos para a investigação fisioterapêutica
pela anatomia palpatória.
MEMBRO SUPERIOR
Deve-se observar e palpar os pontos de referência ósseos:
Palpar a clavícula, com seu corpo e bordas medial e lateral.

Na escápula, palpar sua espinha, acrômio, ângulos superior e inferior, assim como margens
medial e lateral na parte posterior e processo coracoide, logo abaixo da clavícula.

Além disso, incluir as articulações esternoclavicular, acromioclavicular e verificar a mobilidade
escapulotorácica.
Anatomia de superfície do ombro:
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; CAEL; 2013; págs. 76, 77
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; CAEL; 2013; págs. 76, 77
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; CAEL; 2013; págs. 76, 77
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; CAEL; 2013; págs. 76, 77
Descendo para o úmero, deve-se investigar o tubérculo maior e menor, além do sulco que os
separam na sua porção proximal e distal, identificando os epicôndilos – importantes acidentes
anatômicos, sendo:
O lateral onde se inserem músculos extensores do punho e dedos.
O medial, onde se inserem os músculos flexores de punho, mão e dedos.
O rádio e a ulna são facilmente palpáveis, até suas extremidades distais, com evidência dos
processos estiloides radial e ulnar. Há a possibilidade de examinar:
Nos punhos e mãos, os ossos do carpo – escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme.
&
Na fileira distal, trapézio, trapezoide, capitato e hamato, os metacarpos e falanges dos dedos.
As estruturas dos tecidos moles do cíngulo superior também devem ser investigadas, como:
parte superior do músculo trapézio, romboides, latíssimo do dorso, serrátil anterior, peitoral
maior e menor, deltoide, músculos do manguito rotador (Fundamentais na estabilidade da
articulação glenoumeral) , músculos supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor.
Deve-se palpar os tendões do supraespinhal, além do tendão da porção longa do bíceps braquial,
com o ombro rodado lateralmente, uma vez que podem estar comprometidos em quadros de
algia em ombro. Além disso, é preciso palpar os linfáticos axilares.
Músculos superficiais do ombro:
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 88, 89
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 88, 89
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 88, 89
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 88, 89
Descendo no membro superior, teremos anteriormente o músculo bíceps braquial, com seu
tendão distal bem evidente, e o músculo braquial. Na face posterior, temos o músculo tríceps
braquial com seu tendão preso ao olecrano. Cobrindo a articulação glenoumeral, temos o
músculo deltoide com suas três porções.

É preciso examinar as faces anterior, medial e lateral do cotovelo, e os contornos ósseos,
organizados pelos epicôndilos lateral e medial do úmero e olecrano, posteriormente.
Devemos investigar músculos anteriores e posteriores do antebraço, importantes na flexão e
extensão de punho, mãos e dedos, respectivamente. Sempre devem ser comparados de forma
bilateral, ao passo que qualquer desvio deve ser observado.


Na articulação do cotovelo, deve-se investigar ligamento colateral medial que liga o epicôndilo
medial à ulna, nervo ulnar, com passagem próxima e o ligamento colateral lateral ligando
epicôndilo lateral com o rádio.
Nos punhos e mãos, deve-se observar e investigar qualquer edema, hipertermia e alteração de
coloração em punho, palpando túnel do carpo e músculos relacionados à síndrome estenosante
de De Quervain – tendões abdutores longos e extensor curto do polegar.

Anatomia de superfície do cotovelo, do antebraço, do punho e da mão:
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 126, 127
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 126, 127
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 126, 127
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 126, 127
MEMBRO INFERIOR
Deve-se observar e palpar os pontos de referência ósseos no cíngulo do membro inferior –
cristas ilíacas, espinhas ilíacas anterossuperiores (EIAS), espinhas ilíacas posterossuperiores
(EIPS), tubérculo púbico, tuberosidade isquiática, com a inserção do tendão dos músculos
isquiotibiais.
 ATENÇÃO
É necessário identificar a articulação sacroilíaca, o sacro e o cóccix, com seus poderosos ligamentos.
Nessa região, temos o nervo isquiático, que pode ser identificado entre a tuberosidade isquiática e o
trocânter maior do fêmur.
No fêmur, a identificação será do trocânter maior, lateralmente, em sua porção proximal e os
epicôndilos lateral e medial, na extremidade distal, que estará articulada com os côndilos da
tíbia, a patela e a cabeça da fíbula.
Ao descer as mãos, identificamos:
A tíbia com sua tuberosidade anterior

A fíbula em toda a sua extensão

Os maléolos fibular e tibial, já na articulação do tornozelo, com seus ligamentos e tendão do
calcâneo
É simples identificar o calcâneo e o tálus nessa sequência, assim como os metatarsos e falanges
dos dedos.
Nos pés, deve haver investigação minuciosa de vesículas, descolorações, escaras, trofismo de
pele, edemas (por problemas cardíacos, ou linfáticos). Compara-se cada área bilateralmente,
observando-se o trofismo muscular e o contorno da anatomia local.
No joelho, deve-se palpar o joelho estendido, a patela, o tendão patelar, a superfície cartilaginosa
da patela, o músculo quadríceps e o sartório, ligamento colateral medial, lateral e tendão pata de
ganso, tensor da fáscia lata, trato iliotibial e cabeça da fíbula. Com o joelho flexionado, pode-se
identificar linha articular tibiofemoral, platô tibial, côndilos femorais e músculos adutores.
 ATENÇÃO
Salienta-se a importância da identificação de grupos musculares do core – grupamento de
músculos que circundam nosso centro de gravidade – como iliopsoas (proximal), reto
abdominal, quadrado lombar, transverso do abdome, glúteo máximo, além do músculo piriforme
e músculos do assoalho pélvico ou períneo.
Além disso, a investigação deve abranger músculos da coxa – vasto lateral, vasto medial, reto
da coxa ou femoral, ísquios tibiais, além do nervo fibular comum e artéria poplítea, no joelho.
Anatomia de superfície da pelve, da coxa e do joelho:
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 308 - 311
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 308 - 311
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 308 - 311
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 308 - 311
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 308 - 311
Não podemos esquecer os músculos da perna, que são importantes para a marcha humana,
como: tibial anterior, extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos, fibular terceiro,
fibulares longo e curto, além dos músculos posteriores da perna – gastrocnêmios e sóleo.
A tomada de decisão clínica, uma competência do fisioterapeuta estabelecida nas Diretrizes
Curriculares Nacionais, envolve uma série de atividades inter-relacionadas, que permitem a esse
profissional planejar um tratamento efetivo, compatívelcom as necessidades e metas do
paciente e membros da equipe de saúde. Dessa forma, o conhecimento da anatomia possibilita o
profissional avaliar estruturas ósseas, musculares, articulares, vasculares e neurais para o
fechamento de um diagnóstico cinesiológico funcional de qualidade e, assim, proporcionar um
tratamento eficaz e coerente com o prognóstico.
Imagens da anatomia da perna, do tornozelo e do pé:
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 372 - 374
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 372 - 374
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 372 - 374
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 372 - 374
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 372 - 374
COLUNA VERTEBRAL E REGIÃO TORÁCICA
As afecções do sistema musculoesquelético, em especial, as algias vertebrais, podem ser
consideradas um problema tão sério na sociedade moderna que equipes multidisciplinares
procuram desenvolver regras para uma adequada avaliação da coluna vertebral. Além da
inspeção, do exame neurológico, da análise da força muscular, da flexibilidade e dos exames
complementares, a palpação é necessária em uma avaliação fisioterapêutica.
 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS
Seguindo as recomendações, essa fase do exame deve ser realizada pela compressão da coluna
vertebral, avaliando a sensibilidade dolorosa da região cervical, torácica, lombar e sacral com o
paciente em decúbito ventral, orientado para relaxar a musculatura do pescoço e de toda a região das
costas, com a região hipotenar da mão.

Alterações do tônus e trofismo muscular, além da consistência da massa muscular, devem ser
analisadas pela compressão digital. Sistematicamente, deve ser palpada a musculatura
paravertebral, buscando-se contraturas e regiões dolorosas.
Os processos espinhosos devem ser identificados com as devidas características regionais –
cervical, torácica e lombar –, buscando os processos transversos e as mobilidades vertebrais.
Além disso, músculos da região devem ser investigados.
MÚSCULOS
Dentre eles, podemos citar os músculos esternocleidomastóideo, escalenos anteriores,
extensores da cabeça e pescoço, esplênio da cabeça e do pescoço e eretor da espinha.

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
O tórax deve ser investigado com palpação do esterno, desde seu manúbrio até o processo
xifoide, além das costelas e suas articulações.
COSTELAS
Em número de 12, para cada lado do tórax, as sete primeiras costelas estão ligadas à coluna
vertebral posteriormente e, ao esterno ventralmente, (através das cartilagens dorsais), estão
as verdadeiras ou vértebro esternais. As costelas falsas são em número de cinco para cada
lado.
As três primeiras são denominadas vertebrocondrais, pois unem-se por meio de suas
cartilagens às cartilagens da costela acima.
As duas últimas são denominadas costelas flutuantes, ou vertebrais, porque suas
extremidades ventrais não estão ligadas ao arco costal.
Deve-se identificar na região os movimentos das costelas quando em inspiração e em
expiração, sempre comparando os dois lados.
A escápula pode ser utilizada como referência para palpação das costelas, pois estende-se
da segunda à sétima costela. Na segunda, temos o ângulo superior da escápula, que serve
de referência e, para a palpação da sétima costela, temos o mesmo alinhamento horizontal
do ângulo inferior da escápula.
O abdome, já citado acima, deve ser investigado em sua parede muscular, identificando o reto do
abdome, transverso do abdome e os oblíquos externos do abdome, além da possibilidade de
palpar o músculo diafragma e a artéria aorta, com seus pulsos.
Os pontos de referência anatômicos usuais do abdome são as rebordas costais, o ângulo de
Charpy, a cicatriz umbilical, as cristas e as espinhas ilíacas anteriores, o ligamento inguinal e a
sínfise pubiana.
A palpação abdominal tem por objetivo:
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Investigar o estado da parede abdominal.
Verificar a sensibilidade abdominal, provocando ou acentuando uma dor, referida ou não
pelo paciente durante a anamnese.
Identificar as condições anatômicas das vísceras abdominais e detectar alterações de sua
consistência.
Verificar a musculatura abdominal.
Anatomia do tronco:
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 248 - 251
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 248 - 251
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 248 - 251
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 248 - 251
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 248 - 251
 
Foto: Anatomia palpatória e funcional; Cael; 2013; págs. 248 - 251
POSSÍVEIS ACHADOS NA PALPAÇÃO DAS
ESTRUTURAS CORPORAIS
Escolhemos neste módulo trabalhar com dois casos clínicos que contribuirão para seu
conhecimento, relacionando diagnóstico clínico e anatomia palpatória no processo da avaliação
funcional e diagnóstico cinesiológico funcional.
ESTUDO DE CASO 1
Um homem de 45 anos de idade entra no ambulatório de Fisioterapia com queixa de dor no
ombro direito que iniciou há 1 semana. A dor começou na segunda-feira após um fim de semana
em que realizou raspagem e pintura em sua casa. O paciente descreve sua dor como incômoda e
desagradável; a dor é de grau 6, em uma escala de dor de 0 a 10. Ele relata que é casado e tem
dificuldade em atividades de manutenção da casa, como cortar a grama. O fisioterapeuta decide
realizar um exame musculoesquelético.
Enquanto palpa a região do ombro, o fisioterapeuta observa aumento na sensibilidade e
temperatura da pele na região do tubérculo maior do úmero na porção anterior do ombro direito.
A amplitude do movimento ativa do ombro direito revela aumento na dor e algumas limitações
durante a abdução do ombro, no início do movimento – até 40 graus. Todos os outros
movimentos ativos são livres de dor e estão dentro dos limites normais de amplitude.
Vamos a uma reflexão sobre pontos valiosos dessa avaliação:
1. A dor está sendo identificada no tubérculo maior do úmero. Qual músculo se insere nesse
ponto? 
2. A dor é exacerbada no movimento de abdução de ombro, no início do movimento. Qual desses
músculos está relacionado a esse movimento?
RESPOSTA
Após essas reflexões, que estruturas deveriam ser pesquisadas pela anatomia palpatória?
Agora você vai completar as frases relacionando as palavras com os termos que os
complementam. Para isso, complete as frases com as palavras do quadro.
Axilares - Vértebras cervicais - Manguito rotador - Escapular
I. Cíngulo __________, com seus acidentes ósseos e, principalmente, mobilidade articular das
articulações esternoclavicular, acromioclavicular, glenoumeral e escapulotorácica. 
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II. Músculos do _____________ - músculo supraespinhal, infraespinhal, subescapular e redondo
menor, além de músculos que podem estar envolvidos com a queixa principal do caso – fibras
superiores do músculo trapézio, romboides, deltoide, peitoral maior e menor, bíceps braquial,
etc. 
III. ______________ que podem estar comprometidas em suas mobilidades. 
IV. Linfonodos ___________.
Após esse estudo, é possível observar a importância desse conhecimento para um
fisioterapeuta. Depois de avaliar, diagnosticar e prescrever aplicação de exercícios terapêuticos
e, provavelmente, ultrassom no tendão do músculo supraespinhal, temos que encontrá-lo para
promover o tratamento através dessa terapia.
ESTUDO DE CASO 2
Uma menina de 14 anos é encaminhada ao ambulatório de fisioterapia 12 semanas após sofrer
fraturas da parte média da diáfise da tíbia e fíbula esquerdas em um acidente de bicicleta. Seu
aparelho gessado de perna inteira foi removido ontem e a fratura está bem consolidada. A
paciente relata que o joelho e o tornozelo esquerdos estão rígidos e doloridos quando ela tenta
flexioná-los. Ainda, descreve a perna esquerda como fraca, ao passo que, neste momento, está
deambulando com duas muletas, apoiando o peso conforme tolerado,com a esperança de
progredir para a retirada das muletas assim que possível.
À observação, a coxa e a panturrilha esquerdas da paciente parecem mais finas do que as do
lado direito, em decorrência da perda de trofismo. A amplitude de movimento passiva de flexão
do joelho esquerdo é de 10° a 70°, menor que o padrão normal.
Vamos refletir:
Além de observar, palpar e testar os movimentos articulares fisiológicos e acessórios e, também
o desempenho muscular, que estruturas deveriam ser priorizadas no exame de anatomia
palpatória dessa paciente? Que estruturas ósseas e articulares deverão ser pesquisadas?
RESPOSTA
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Com esses relatos de caso, é perceptível a relevância desses conhecimentos junto ao exercício
de nossa profissão.
Caso ainda haja dúvidas, sugerimos que retome seus estudos a partir dos livros de anatomia,
pois essa ciência é a base do conhecimento para um fisioterapeuta de qualidade, com
competências e habilidades para o mercado de trabalho atual:
Com possibilidade de avaliação e fechamento de diagnóstico cinesiológico funcional.
A prescrição de tratamento fisioterapêutico e a aplicação do tratamento, possibilitando
reavaliação e alta fisioterapêutica.
 
Imagem: Shutterstock.com
DIAGNÓSTICO CINESIOLÓGICO FUNCIONAL
A especialista Sandra Helena Mayworm fala sobre o diagnóstico cinesiológico funcional, com
suas fases, trazendo relevância para a Anatomia palpatória:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ALGUNS ACIDENTES ÓSSEOS SÃO PALPÁVEIS E, POR ESTAREM
RELACIONADOS ÀS INSERÇÕES MUSCULARES E ORGANIZAÇÕES
ARTICULARES, DEVEM SER PESQUISADOS E INVESTIGADOS EM UMA
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA. NA ESCÁPULA, PODEMOS INVESTIGAR
ALGUNS ACIDENTES ANATÔMICOS PALPÁVEIS, COMO:
A) Espinha da escápula, acrômio, ângulos superior e inferior, assim como margens medial e
lateral na parte posterior e processo coracoide.
B) Espinha da escápula, acrômio, fossas supraespinhal, infraespinhal e subescapular, assim
como margens medial e lateral na parte posterior e processo coracoide.
C) Espinha da escápula, acrômio, ângulos superior e inferior, assim como tubérculo maior e
menor na parte posterior e processo coracoide, anteriormente.
D) Espinha da escápula, acrômio, epicôndilos lateral e medial, assim como margens medial e
lateral na parte posterior e processo coracoide.
E) Espinha da escápula, acrômio, ângulos superior e inferior, assim como fossa subescapular na
parte posterior e processo coracoide, anteriormente.
2. JOSÉ CARLOS, 45 ANOS É ENCAMINHADO PARA AVALIAÇÃO
FISIOTERAPÊUTICA COM QUADRO DE LOMBOCIATALGIA (DOR LOMBAR COM
IRRADIAÇÃO PELO NERVO ISQUIÁTICO). O FISIOTERAPEUTA O AVALIA E, NO
DECORRER DA AVALIAÇÃO, SOLICITA QUE JOSÉ CARLOS FIQUE EM
DECÚBITO LATERAL, COM O TERAPEUTA DE PÉ, AO LADO E ATRÁS DESTE. A
PALPAÇÃO SE DÁ ENTRE O TUBÉRCULO ISQUIÁTICO E O TROCÂNTER MAIOR,
POSTERIORMENTE. NESSA REGIÃO, HÁ UM SULCO PARA PASSAGEM DE UMA
ESTRUTURA QUE EMERGE NA ALTURA DO MÚSCULO PIRIFORME. MARQUE A
ÚNICA ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE À ESTRUTURA CITADA NA
PALPAÇÃO DESCRITA ACIMA.
A) Nervo isquiático.
B) Linfáticos inguinais.
C) Artéria femural.
D) Artéria tibial posterior.
E) Espinha ilíaca posteroinferior.
GABARITO
1. Alguns acidentes ósseos são palpáveis e, por estarem relacionados às inserções musculares e
organizações articulares, devem ser pesquisados e investigados em uma avaliação
fisioterapêutica. Na escápula, podemos investigar alguns acidentes anatômicos palpáveis, como:
A alternativa "A " está correta.
 
Na escápula, deve-se palpar sua espinha, acrômio, ângulos superior e inferior, assim como
margens medial e lateral na parte posterior e processo coracoide logo abaixo da clavícula,
anteriormente. As fossas supraespinhal, infraespinhal e subescapular não são palpáveis, pois
estão preenchidas pelos respectivos músculos. Tubérculo maior e menor estão localizados no
úmero, e não na escápula, assim como epicôndilos lateral e medial.
2. José Carlos, 45 anos é encaminhado para avaliação fisioterapêutica com quadro de
lombociatalgia (dor lombar com irradiação pelo nervo isquiático). O fisioterapeuta o avalia e, no
decorrer da avaliação, solicita que José Carlos fique em decúbito lateral, com o terapeuta de pé,
ao lado e atrás deste. A palpação se dá entre o tubérculo isquiático e o trocânter maior,
posteriormente. Nessa região, há um sulco para passagem de uma estrutura que emerge na
altura do músculo piriforme. Marque a única alternativa que corresponde à estrutura citada na
palpação descrita acima.
A alternativa "A " está correta.
 
O nervo isquiático pode ser identificado entre a tuberosidade isquiática e o trocânter maior do
fêmur, sendo observado e palpado nos pontos de referência ósseos do cíngulo do membro
inferior: cristas ilíacas, espinhas ilíacas anterossuperiores (EIAS), espinhas ilíacas
posterossuperiores (EIPS), tubérculo púbico, tuberosidade isquiática.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Revisitamos a anatomia topográfica, possibilitando a compreensão da utilização na anatomia
palpatória, junto ao exercício profissional de avaliação e tratamento fisioterapêutico. Tivemos a
oportunidade de relacionar o conhecimento de estruturas anatômicas entre si, para diferenciá-lo
na prática palpatória e localizar pontos de referências osteoarticulares, musculares, relevantes
para um fisioterapeuta.
 RELEMBRANDO
A manipulação de estruturas anatômicas corporais, com base na percepção corporal do toque,
possibilita que o fisioterapeuta finalize seu diagnóstico cinesiológico funcional de forma clara e
objetiva, com identificação da causa dos problemas apresentados e relatados pelos nossos
pacientes, tratando a causa e não o efeito - a patologia.
Dessa forma, pratica-se a verdadeira Fisioterapia, isto é, sempre baseada em evidências
científicas, tendo como base uma narrativa pautada no conhecimento científico e na ética.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CAEL, C. Anatomia palpatória e funcional. 1. ed. São Paulo: Manole, 2013.
JUNQUEIRA, L. Anatomia palpatória: tronco, pescoço, ombro e membros superiores. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
TIXA, S. Atlas de anatomia palpatória: membro inferior. Vol. 2. 3ª ed. Barueri: Manole, 2009.
TIXA, S. Atlas de anatomia palpatória: pescoço, tronco, membro superior. 2ª ed. Barueri: Manole,
2009.
VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. Barueri: Manole, 2003.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos abordados, pesquise:
BOTELHO, W. S.; COSTA, A. A.; SANTOS, A. P. C.; COSTA, H. S. B.; BOURET, M. E. S.;
TORRES, D. F. M. Tutorial de anatomia palpatória: uma ferramenta para o aprendizado
semiológico. Journal of Health Connections, v. 2, n. 1. p. 12-20, 2018.
SANTOS, K. C. et al. A vivência e o aprendizado na monitoria de anatomia palpatória.
Curitiba: Braz. J. of Develop., v. 6, n. 2, p. 6855-6860, 2020.
CONTEUDISTA
Sandra Helena Mayworm
 CURRÍCULO LATTES
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