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Aula 6 - Processo Administrativo Tributário (1)

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Processo Administrativo Tributário
Prof. Dr. Jean Simei
13/04/2020
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
PROCESSO: Linguagem não unívoca
PROCESSO - Sentido Técnico: Instrumento p/ solução de litígio
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO: Estrutura organizada no Poder Executivo, para dirimir conflitos tributários
PROCEDIMENTO x PROCESSO 
Pretensão resistida transforma o procedimento em processo
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Procedimento ou Processo?
Importância da classificação: definição do regime jurídico
 Procedimento (unidade formal tendente à constituição de ato)
atividade voltada a investigar e formalizar a realização do fato jurídico tributário;
natureza inquisitorial e investigatória (não contenciosa).
 Processo (unidade teleológica que visa a dirimir conflitos)
surge com a linguagem que formaliza o conflito de interesses (contencioso/pretensão resistida);
princípios (contraditório e ampla defesa).
Consulta: Processo ou Procedimento?
Como não há pretensão resistida, trata-se de procedimento
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO
NECESSIDADE? IMPOSIÇÃO?
CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS
XXXIV – São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
STF - Súmula vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO
CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS
XXXV – A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito.
(unidade da jurisdição, monopólio do poder jurisdicional, inafastabilidade do Poder Judiciário)
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Jurisdição
Unidade de Jurisdição:
Exercício do poder jurisdicional somente pelo Poder Judiciário (art. 5º, inc. XXXV, CF – “A lei não excluíra da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito”).
Dualidade de Jurisdição:
Exercício do poder jurisdicional dividido entre os poderes Judiciário e Executivo. Ex.: França.
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
PAT: LIMITES
Incompetência p/ crivo de inconstitucionalidade, antes de pronunciamento do STF
Decreto n. 70.235/72: “Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. 
Lei PA n. 6.182/98: Art. 48. A interpretação e a aplicação da legislação tributária poderá ser determinada pelo Tribunal Administrativo de Recursos Fazendários sob a forma de resolução interpretativa. 
§ 1º É defeso ao Tribunal Administrativo de Recursos Fazendários expedir resolução interpretativa que contrarie solução de consulta, salvo se reformada.
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO
CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO
CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS
LXXVIII – A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (EC 45, de 08/12/2004)
Referencial? 60 dias (CF, art.217, § 2º - J.Desportiva)
“É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.” (Art. 24 da Lei nº 11.457/2007 – cria a RFB)
Pará: 20 dias para decisão pelo julgador de 1ª. Instância (art. 25, §1º., Lei PA n. 6.182/98); 15 dias para relatar e devolver pelo julgador de 2ª. Instância (art. 39, Lei PA n. 6.182/98)
 Consequências?
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
FUNDAMENTOS E MISSÃO DO PAT :
Controle interno dos atos da administração tributária.
Caráter preventivo – reduzir a presença da Administração no Judiciário
LEGALIDADE
LEGITIMIDADE
Controle da incidência:
Exigência – Isenção - Imunidade
Controle da repetição:
Restituição – Ressarcimento - Compensação
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT
PAT: FUNDAMENTOS, EFEITOS E LIMITES
Aplicação da lei ao fato;
CTN, art. 156. Extingue o crédito tributário:
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
Parecer PGFN/CRJ nº 1087/2004: admitia ingresso da PFN em juízo para reconstituir exigência cancelada. (Parecer PGFN/PGA 74/2007 suspende efeitos até posição do STF)
STF: RE 535077 nega revisão hierárquica de julgado administrativo, salvo vício.
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PAT – INTEGRAÇÃO NO P.EXECUTIVO
DUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
TÍPICA(investigar, lançar)
MISSÃO: verificar o cumprimento da lei tributária – formalizar a exigência do crédito tributário
INICIATIVA: do sujeito ativo
Efeitos: suspender a espontaneidade	 (1º ato de ofício notificado ao sujeito passivo) 	
ATÍPICA (julgar)
MISSÃO: resolver conflitos entre sujeito ativo e sujeito passivo - depurar a pretensão tributária
INICIATIVA: do sujeito passivo
Efeitos: suspender a exigibilidade (CTN, art. 151-III)
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PAT – INTEGRAÇÃO NO P.EXECUTIVO
DUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
TÍPICA 
(fiscalizar, lançar)
Natureza dos atos: procedimentais
Órgão executor - fiscalização:
DRF e IRF (federal)
DRFE (estadual)
ATÍPICA 
(julgar)
Natureza dos atos: processuais
Órgão executor – julgador:
DRJ e CARF
JPI e TARF
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PAT – INTEGRAÇÃO NO P.EXECUTIVO
DUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
TÍPICA (procedimento)
PRINCÍPIOS COMUNS
Legalidade (“lei e o direito” - art.2º,§ un. da Lei 9.784/99)
Oficialidade
 Verdade material (realidade)
Moralidade
Motivação
Finalidade ... 
ATÍPICA (processo)
PRINCÍPIOS COMUNS
Legalidade (“lei e o direito” - art.2º,§ un. da Lei 9.784/99)
Oficialidade
Verdade material (realidade)
Moralidade
Motivação
Finalidade ...
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DUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
TÍPICA (fiscalizar, lançar) 
procedimento
PRINC. ESPECÍFICOS
Inquisitório
Vinculação e hierarquia
Formalidade
Revisão de ofício(*)
Sigilo Fiscal (CTN, 198)
Proximidade das partes
Bem jurídico tutelado: crédito público
(*) Revogação: legalidade
Anulação: conveniência e oportunidade (STF – Súmula 473 e Lei 9.784/99, art.53)
ATÍPICA (julgar)
processo
PRINC. ESPECÍFICOS
Contraditório e ampla defesa
Neutralidade e imparcialidade
Informalidade
Devido Processo Legal
Publicidade (CF 5º, LX)
Eqüidistância das partes
Bem jurídico tutelado: segurança jurídica, certeza do direito, interesse da justiça
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Princípios
1.	Devido Processo Legal
 Ampla Defesa: 
i. possibilidade de se manifestar / diligência / perícia; ii. decisão nula se for preterido esse direito – PAF, art. 59, II
 Contraditório (igualdade das partes/ informação /direito à reação)
 Juiz Natural (competência do órgão julgador pré-definida)
 Decisão fundamentada e que termina o processo
CF, Art. 5º - Todos são iguais...:
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Princípios
2. 	Legalidade
 Processo deve ser instaurado nos estritos ditames da lei;
 Formal (procedimento) e material (conteúdo);
 Desdobramento: vinculação do lançamento – art. 142, CTN.
CF, Art. 5º:
II – ninguém será obrigada a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Lei 9.784/99
Art. 2º: (...) Parágrafo único: Nos processo administrativos serão observados, entre outros, os critérios de 
I- atuação conforme a lei e o Direito;
Princípios
3. 	Busca da verdade material
 liberdade para apurar os fatos – ampla possibilidade de trazer ao processo todosos dados (documentos, informações etc.) sobre a matéria discutida, sem se ater apenas aos elementos carreados pelas partes – amplos poderes instrutórios;
as decisões devem se pautar em fatos reais;
decorrência da legalidade e da tipicidade
PAF
	Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê-las necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine.
	Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o mérito, salvo quando incompatíveis, e dela constará o indeferimento fundamentado do pedido de diligência ou perícia, se for o caso.
	Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. 
Verdade Material
 Conceito de verdade material
 Busca da verdade material pelo Fisco
 Momento para comprovação do fato alegado pelo Contribuinte
 Inversão do ônus da prova – presunção legal
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Verdade Material - Conceito
A distinção entre verdade material e verdade formal é apenas epistemológica e não ontológica. Didaticamente, usamos o termo verdade formal para determinar a situação em que um fato apresentado possui presunção de validade. É uma questão de inversão do ônus da prova. A verdade material, por sua vez, aponta para o procedimento. O procedimento será apto a legitimar o produto quanto mais buscar aproximar a versão em linguagem jurídica do objeto dinâmico, pela flexibilidade na produção, apresentação e averiguação das provas. 
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Busca da Verdade Material
Aplicabilidade do princípio da verdade material que rege o processo administrativo (Decreto 70.235/72 e Regimento Interno do CARF)
Até que momento a prova pode ser apresentada?
Há prequestionamento da matéria?
Qual a espécie de prova e a finalidade desta ante a motivação do lançamento?
Preclusão
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. MATÉRIA IMPUGNADA. A preclusão de que trata o art. 17 do Decreto n. 70.235/72 deve ser aplicada apenas nas hipóteses em que o contribuinte deixa de contestar a própria tributação (ou melhor, infração) em impugnação e pretende fazê-lo apenas via recurso ordinário (voluntário). "Matéria não impugnada" significa, em outros termos, "exigência/infração não contestada": e é apenas essa a falta que não inicia o contencioso administrativo. A contrario sensu, impugnada a exigência, iniciado está o contencioso administrativo, no qual devem ser apreciados todos os argumentos de defesa apresentados pelo contribuinte em quaisquer de suas instâncias, ainda que não tenham sido suscitados originariamente em impugnação. A preclusão em referência não atinge os "fundamentos de defesa", mas sim a "defesa" contra determinada exigência ou infração legislação tributária caso esta não tenha sido feita em primeira instância administrativa. Trata-se de aplicação dos princípios da instrumentalidade das formas e do formalismo moderado que informam o procedimento administrativo fiscal. (Acórdão CSRF/ 9101-00.514, sessão de 26/01/2010)
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - LIMITAÇÃO DA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL - ALEGAÇÃO DE POSTERGAÇÃO NÃO DEDUZIDA EM IMPUGNAÇÃO - APRECIAÇÃO NO JULGAMENTO DO RECURSO - Não se sujeitam a preclusão as questões que envolvem a observância de procedimentos que vinculam a apuração de tributos pela autoridade fiscal, estabelecidos em atos normativos regularmente expedidos, porquanto atinentes materialidade da exigência fiscal. (Ac. 105-15907, Rel.: Eduardo da Rocha Schimidt).
Preclusão
PROCESSUAL. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE JULGADO. PRECLUSÃO. INEXISTÊNCIA DE ERRO DE FATO. REJEIÇÃO. I - A existência de erro de fato no bojo de decisão proferida em julgamento de recurso ordinário é de ser atacada por meio de pedido de retificação de julgado antes de manejado o recurso especial, ou até mesmo ser argüida no bojo do próprio recurso especial, a título de exceção processual. Desconsiderada a utilização de um desses expedientes no momento que seria próprio, a posterior argüição mostra-se fulminada de preclusão. II - Procede temerariamente quem afirma, na petição do recurso especial, que a lei não fora corretamente aplicada ao fato por ele relatado na mesma peça - e mais adiante, no pedido de retificação de julgado, alega que o fato não era exatamente aquele examinado pela Câmara Julgadora e posteriormente relatado no recurso especial, mas outro. III - Pedido de Retificação de Julgado que se rejeita. RECURSO NÃO CONHECIDO. DECISÃO UNÂNIME. (TIT/SP – Câmaras Reunidas, Processo nº 1B- 9081160/2001, julgamento em 06/12/2007)
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eventos
Norma tributária
Verdade Material X Verdade Formal
linguagem 
Lançamento
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O presente trabalho não se presta a esgotar o tema de prova no PAF. Pelo contrário, trata-se apenas de uma contribuição para a discussão que ora toma corpo no âmbito da SRF. O que se pretende, em síntese, é trazer a lume os principais aspectos relacionados ao assunto, analisando as soluções propostas pela doutrina e pela jurisprudência administrativa e judicial.
Princípios
4. 	Oficialidade
 impulsão de ofício, não restrita a iniciativa das partes;
 maior eficiência no controle de legalidade;
 economia processual, rapidez e simplicidade
Lei 9.784/99
Art. 2º: (...)
Parágrafo único: Nos processo administrativos serão observados, entre outros, os critérios de 
XII - impulsão de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
Princípios
5. 	Imparcialidade
 impessoalidade
 independência 
 tribunal paritário
PAF (redação dada pela Lei 11.941/09)
Art. 25 - O julgamento de processos sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil compete: (...)
II - em segunda instância, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial.
Princípios
6. 	Publicidade
transparência dos atos – art. 5º, LX, e 37, CF 
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição ou quando a situação específica recomendar
	Lei 9.784/99
	
	Art. 2º: (...)
	Parágrafo único: Nos processo administrativos serão observados, entre outros, os critérios de 
	V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
Princípios
7. 	Outros Princípios
segurança jurídica – preservar as relações jurídicas já estabelecidas: previsibilidade, certeza, irretroatividade, direito adquirido, ato jurídico perfeito, prescrição e decadência – art. 5º, XXXVI, CF; art. 54, Lei 9.784/99;
motivação das decisões – art. 93, IX, CF; 131 do CPC; 6º, parágrafo único, 48 e 50 da Lei 9.784/99;
moralidade – complementos à legalidade para alcançar a justiça;
proporcionalidade e razoablidade – amenizar o rigor de determinadas regras processuais – art. 2º, VI, da Lei 9.784/99;
padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
gratuidade – proibição de custas;
eficiência – art. 37, CF;
duplo grau de cognição – art. 5º, LV, CF;
proibição de prova ilícita – art. 5º, LVI e art. 332, CPC.
Fase 01: fiscalização
Sucessão de atos com o fim de identificar a realização de fato jurídico tributário desacompanhados do respectivo pagamento de tributos e/ou o descumprimento de deveres instrumentais
 Início da fiscalização (PAF, art. 7º) (Lei PA 6182/98, art. 
primeiro ato de ofício do agente;
apreensão de mercadoria;
começo do despacho aduaneiro de mercadoria importada.
 Mandado de Procedimento Fiscal (Portaria RFB 6478/2017)
Informações sobre o procedimento fiscal (fiscalização, diligência etc.)
Fase 01: fiscalização
 o início do procedimento exclui a espontaneidade do SP
 amplos poderes de fiscalização do Fisco (CTN, Art. 195 – direito de examinar documentos e demais elementos queentender relevantes)
 deveres do contribuinte: contribuir com a investigação
 embaraço - punição (Lei 9430/96, Art. 44, § 2º - 	acréscimo de ½)
Fase 2: constituição do crédito
 Regra-matriz Norma Administrativa
Motivação
Crédito tributário
(SA---$---SP)
Obrigação tributária
APLICAÇÃO =
INCIDÊNCIA
INCIDÊNCIA
LANÇAMENTO *
Evento tributário
* O crédito também pode ser constituído por ato do particular, mas nos ateremos a analisar apenas os atos administrativos
Lançamento tributário: veículo introdutor
 Norma Administrativa
Motivação
Crédito tributário
(SA---$---SP)
Procedimento
Publicidade
Motivo do ato administrativo
Agente Competente
Conteúdo do ato
Motivação do ato
	CRITÉRIOS DO ATO-FATO	Decreto nº 70.235/72 - PAF
e Lei nº 9.784/99 subsidiariamente 
	Agente competente
	Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Portaria RFB 6.478/2017, art. 2º) 
A circunstância de o servidor que formalizar o ato pertencer a jurisdição diversa não vicia o lançamento (art. 9º, § 2º, PAF)
	Procedimento
	O procedimento fiscal é instaurado mediante MPF-F, MPF-D ou MPF-E e finda-se com a intimação do SP do seu encerramento ou do lançamento.
	Motivo do ato
	O auto de infração deve estar instruído com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito (art. 9º, PAF)
	Publicidade	Ciência do SP do MPF por intermédio da internet com a utilização do código de acesso do termo que formalizar o início do procedimento fiscal. (art. 4º, parágrafo único, da Portaria RFB 6.478/2017)
Intimação pessoal, por via postal ou por meio eletrônico do lançamento. (art. 23, PAF)
	CRITÉRIOS DO ATO-NORMA	Decreto 70.235/72 (art. 10) 
Elementos obrigatórios do AI
	Motivação
Fato Jurídico
	III – a descrição do fato (critério material, espacial e temporal do fato jurídico tributário)
	Conteúdo
Relação Jurídica 	I – qualificação do autuado (Sp)
V – determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo de 30 dias (BC x Alíquota)
IV – disposição legal infringida e a penalidade aplicável (fundamento legal)
Presunção
O Direito Tributário há muito admitiu a presunção legal e a presunção hominis para a constituição do fato jurídico tributário.
A presunção não é meio, mas prova do fato jurídico tributário. 
Fatos podem ser provados por meio da comprovação objetiva do indício. 
Moacyr Amaral Santos:
		“a prova por presunção constitui um silogismo, em que a 	premissa maior é o princípio geral, a premissa menor é o fato 	conhecido e a conclusão é o fato que se deseja conhecer”. (Prova 	Judiciária no cível e comercial, São Paulo, Max Limonnad, 1969, 	pp. 393-394).
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Quebra de Sigilo
Decisão em Repercussão Geral
No julgamento do Recurso Extraordinário n. 601.314, e ADIs 2.390, 2.386, 2.397 e 2.859, o Supremo Tribunal Federal garantiu a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários de contribuintes: “EMENTA: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA DE CONTRIBUINTES, PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, DIRETAMENTE AO FISCO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (LEI COMPLEMENTAR 105/2001). POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI 10.174/2001 PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A EXERCÍCIOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. 
Depósito judicial constitui o crédito?
Superior Tribunal de Justiça
Se é admitido o aproveitamento das informações prestadas pelo contribuinte que não realiza nenhum pagamento, permitindo-se ao Fisco apenas intimá-lo para que recolha aos cofres públicos os valores que ele mesmo declarou devidos,
Por que não se poderia adotar o mesmo procedimento quando o devedor efetua os mesmos cálculos, cumprindo a mesma obrigação acessória, a fim de determinar o valor devido, e deposita-o judicialmente? Não vislumbro motivo para tal diferenciação. 
Diante de tais fatos, não se deve impossibilitar a conversão em renda dos depósitos judiciais em ação já transitada em julgada.
EDcl no REsp 736918 / RS, DJ 03.04.06 
Depósitos Bancários
Prova em contrário em qualquer momento do processo administrativo ≡ verdade material.
Prova: documento hábil e idôneo da origem dos depósitos bancários e de que estes foram levados à tributação.
Se a prova da origem é anterior ao lançamento, a capitulação não pode ser por presunção legal.
Necessidade de procedimento prévio para
Contribuinte apresentar extratos bancários.
Fazenda requerer extratos junto aos bancos.
Contribuinte falar sobre os depósitos bancários apresentados individualizadamente pela fiscalização e juntados aos autos.
Verificação do real beneficiário.
Desprezar o que não é receita
Considerar na movimentação financeira também as saídas (custos)? Critério de implicação lógica do lançamento.
Depósitos Bancários - Procedimentos
“OMISSÃO DE RENDIMENTOS - FALTA DE PRÉVIA INTIMAÇÃO DO CONTRIBUINTE - NULIDADE - A falta de prévia intimação do contribuinte para comprovar a origem de depósitos bancários enseja a nulidade do lançamento amparado em presunção de omissão de rendimentos, na forma do art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996. Recurso provido. (Acórdão 104-22.446, sessão de 24/05/2007)
DCTF E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO
 MP 2.158-35/01
Art. 90.  Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal
Lei 10.833/03
Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, limitar-se-á à imposição de multa isolada em razão de não-homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) (Vide Medida Provisória nº 472, de 15 de dezembro de 2009)
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DCTF E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO
 súmula 436 do STJ :
"A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer providencia por parte do Fisco".
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Fase 03: defesa
Alomorfia procedimento/processo que modifica o atuar administrativo (mudança do regime jurídico);
A impugnação e a manifestação de inconformidade são os atos formais de resistência à pretensão do Fisco: instaura a lide (art. 14, PAF);
A impugnação deverá conter (art. 16, PAF)
todos os motivos de fato e de direito em que se fundamenta (o julgamento se restringe ao impugnado – exceção apenas às matérias conhecíveis de ofício);
documentos que comprovem os fatos alegados (exceções - § 4º);
pedidos de diligências e perícias que pretende sejam realizadas (justificativa, quesitos e indicação do profissional)
Previsão de preclusão do direito de apresentar provas (art. 16, § 4º, PAF):
Exceções – impossibilidade de apresentação juntamente com a impugnação por força maior; referir-se a fato superveniente; ou destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.
Fase Processo Adm Tributário: Defesa
Extensão do Rito do Decreto nº 70.235/72
Compensação:
 Lei 9.430/96
	Art. 74. (...)
 § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação.
	
Fase 03: defesa
 
Efeitos: 
suspende a exigibilidade do crédito (art. 151, III, CTN), o que não impede a fluência dos acréscimos moratórios;
impede o início da fluência do prazo prescricional da Fazenda;
Legitimados a apresentá-la: contribuinte e responsáveis (art. 9, II, Lei 9784/99);
	Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo: 
	I -pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito derepresentação;
	II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser     adotada;
	III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
	IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.   
	
Fase Processo Adm Tributário: Defesa
NULIDADES PROCESSUAIS:
   Art. 59. São nulos:
        I - os atos e termos lavrados por pessoa incompetente;
        II - os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.
        § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.
        § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo.
        § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993)
	
Alegações: vícios no lançamento 
	VÍCIO
 FORMAL	DE DIREITO	No processo 
	Ex. Aplicação da legislação processual errada, pula uma fase do procedimento
NULIDADE FORMAL
		DE FATO 	No processo	Ex. Apesar de alegar, não houve fiscalização, o agente fiscal era incompetente
NULIDADE FORMAL
	VÍCIO
MATERIAL	DE 
DIREITO	No produto motivação ou conteúdo	Ex. Aplicou a RMIT errada, não observou regra de não-incidência, isenção, imunidade, escolheu sujeito passivo diversos do previsto em lei
NULIDADE MATERIAL
		 
DE FATO	No produto motivação ou conteúdo	Ex. Relato do fato não corresponde ao evento, o fato não ocorreu 
NULIDADE MATERIAL
Alegações: vícios materiais do lançamento
 Regra-matriz
Motivação
Conteúdo
Fato jurídico e Obrigação tributária
Vício de fato material
Vício de direito material
evento
Exemplo de vício material
VÍCIO FORMAL – Não configura vício formal o erro na identificação do sujeito passivo, pois este pertence ao núcleo da regra matriz de incidência tributária e o equívoco em sua identificação configura vício substancial, não sendo aplicável o inciso II do art. 173 do CTN.
Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício.
(Extinto 1º Conselho de Contribuintes - 5ª Câmara, Acórdão 105-17.139, DJ 13.08.08) 
 
Exemplo de vício formal
 NORMAS PROCEDIMENTAIS. ARBITRAMENTO. AUSÊNCIA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO ANEXO FLD. VÍCIO INSANÁVEL. NULIDADE. A indicação dos dispositivos legais que amparam a NFLD é requisito essencial à sua validade, e a sua ausência ou fundamentação genérica, especialmente no relatório Fundamentos Legais do Débito, determina a nulidade do lançamento, por caracterizar-se como vício formal insanável, nos termos do artigo 37 da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 11, inciso III, do Decreto nº 70.235/72. RELATÓRIO FISCAL DA NOTIFICAÇÃO. OMISSÕES. O Relatório Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar, de forma clara e precisa, todos os procedimentos e critérios utilizados pela fiscalização na constituição do crédito previdenciário, possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa e contraditório. Omissões ou incorreções no Relatório Fiscal, relativamente aos critérios de apuração do crédito tributário levados a efeito por ocasião do lançamento fiscal, que impossibilitem o exercício pleno do direito de defesa e contraditório do contribuinte, enseja a nulidade da notificação. PROCESSO ANULADO. (Ac. 2401-00018)
Fase 04: instrução probatória
Produção das diligências e perícias requeridas pelo sujeito passivo (com a impugnação ou posteriormente) ou determinadas pela autoridade julgadora ex oficio – desdobramentos dos princípios da oficialidade e busca da verdade material
Indeferimento motivado – inúteis ou impossíveis
 
PAF
	Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê-las necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine.
Fase 04: instrução probatória
Juntada posterior de novos documentos/laudos 
preclusão X verdade material
preclusão X estrita legalidade
PAF, Art. 16
	§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; 
	b) refira-se a fato ou a direito superveniente;
	c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.
Fase 04: instrução probatória
Ônus da Prova
“Prova Primária” – cabe a quem alega o fato (Lei 9.784, Art. 36)
Art. 195 do CTN e Art. 4º da Lei 9.784 - dever de colaboração: deve apresentar as informações e documentos solicitados
Art. 33 da Lei 9.430/96 - embaraço à fiscalização - penalidades
Fase 04: instrução probatória
 RIR/99
Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 1º).
Art. 924. Cabe à autoridade administrativa a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no artigo anterior (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 2º).
Art. 925. O disposto no artigo anterior não se aplica aos casos em que a lei, por disposição especial, atribua ao contribuinte o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 3º).
53
Fase 04: instrução probatória
IRPJ. FALTA DE CARACTERIZAÇÃO DA INFRAÇÃO. Em respeito à legalidade, verdade material e segurança jurídica não pode subsistir lançamento tributário quando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária. ÔNUS DA PROVA. Na relação jurídico-tributária, o ônus probandi incumbit ei qui dicit. Compete ao Fisco, ab initio, investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato jurídico tributário ou da prática de infração praticada no sentido de realizar a legalidade, o devido processo legal, a verdade material, o contraditório e a ampla defesa. O sujeito passivo somente poderá ser compelido a produzir provas em contrário quando puder ter pleno conhecimento da infração com vistas a elidir a respectiva imputação. (Número do Recurso 128.200, 3ª Câmara., Rel.Mary Elbe Queiroz, DOU 07.06.12).
NORMAS PROCESSUAIS - ÔNUS DA PROVA. Na relação jurídico-tributário o onus probandi est aqui dixir. Compete ao sujeito passivo apresentar os elementos que provém o direito alegado. PRECLUSÃO. Questão não provocada a debate em primeira instância, quando se instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo, com apresentação da petição impugnativa inicial, e somente vem ser demandada na petição de recurso, constitui matéria preclusa da qual não se toma conhecimento (Acórdão nº 101-73.757). RECURSO VOLUNTÁRIO DESPROVIDO (Número do Recurso 123.213, 3ª Câmara, Rel. Irineu Bianchi, DOU 17.04.12)
Fase 04: instrução probatória
 Presunções: prova indireta e não inversão de ônus da prova
 Simples – nexo lógico entre o fato provado (indiciário) e probando
			 relativa
	Legal 
			 absoluta – não se presta para fins de constituição do FJT
- Lei 9.430/96
Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
Fase 05: julgamento/ 1ª instância
Delegacias da Receita Federal de Julgamento – DRJ’s:
 órgão colegiado com turmas especializadaspor matéria;
 competência para julgar impugnação e manifestação de inconformidade;
 membros: 3 a 5 funcionários da RFB;
 julgamento a portas fechadas;
 deve obediência às orientações da RFB (Portaria MF 125/09);
 embargos de declaração – sem previsão legal = não suspende o prazo para RV;
 cabimento de recurso voluntário contra suas decisões (efeito suspensivo);
 recurso de ofício nos casos em que suas decisões exonerar crédito igual ou superior a 1 milhão (tributo + multa) – Portaria MF nº 03/08;
Fase 05: julgamento/ 1ª instância
Decisão
					 cancelado (ROfício-valor)
- lançamento 		 mantido integralmente (RV) 
					 mantido parcialmente (RV)
É possível agravamento do AI?
- Proibição de agravamento da sanção - Lei Geral do Processo - Lei 9.784/99
	
	Art. 65 (....)
 	Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. 
É possível o agravamento do AI?
 resultado da diligência (quem a realiza é a autoridade lançadora): art. 18, § 3°, PAF 
constatação de incorreção, omissão, inexatidão;
lavratura de auto complementar (não é correção de erro de direito, tampouco agravamento – é AI novo diante da existência de fato novo);
observância do prazo decadencial;
novo prazo de impugnação;
não pode implicar mudança de critério jurídico; 
Auto Complementar
PAF
Art. 18 (...) 3º Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendo-se, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à matéria modificada. 
Agravamento de AI
PAF 
Art. 15. parágrafo único - revogado pela Lei 11.941/99, resultado da conversão da MP 449/08
	
Na hipótese de devolução do prazo para impugnação do agravamento da exigência inicial, decorrente de decisão de primeira instância, o prazo para apresentação de nova impugnação, começará a fluir a partir da ciência dessa decisão
Exposição de motivos da MP 449/08
56.4. O parágrafo único do art. 15 do Decreto nº 70.235/72, foi revogado uma vez que, com o surgimento das delegacias especializadas de julgamento e a consequente separação das competências para efetuar lançamentos e apreciar recursos administrativos, não cabe mais à autoridade 	julgadora agravar o lançamento na decisão, podendo, entretanto, determinar o aperfeiçoamento do lançamento;
Agravamento de AI
ACÓRDÃO N° 104-17.447
EXIGÊNCIA FEITA PELO JULGADOR - ANULAÇÃO DO AI- Desconstituindo a autoridade julgadora o lançamento inicial, não tem a mesma competência ao decidir, exigir valores não reclamados no Auto de Infração, sob nova acusação, uma vez que o lançamento é ato de competência privativa da autoridade lançadora.
ACÓRDÃO N° 104-18.695
PROCESSO ADMINISTRATIVO. DEFESO À AUTORIDADE JULGADORA ATRIBUIR-SE A CONDIÇÃO DE AUTORIDADE LANÇADORA. NULIDADE. É nula a decisão de primeira instância que deixa de apreciar objetivamente a matéria objeto da lide, de acordo com o disposto no art. 31 do Decreto nº 70.235/72. Ao determinar o refazimento da autuação fiscal, segundo seu entendimento, assume condição de autoridade lançadora ocasionando o pré-julgamento da matéria. Deste modo, deve a autoridade julgadora ater-se aos fatos e provas que compõem o processo administrativo, firmando sua convicção para decidir sobre a lide. Não pode, portanto, afastar-se do seu poder/dever de julgar a lide, nos estritos limites das peças processuais componentes do contencioso. Auto de Infração anulado. (...). 
Julgamento de 1a instância
Objeto do julgamento
DECISÃO 1ª 
Fundamento
Dispositivo
juízo sobre o conhecimento
Juízo sobre o provimento da defesa 
 a decisão confirma a primeira linguagem ou a substitui
Análise dos argumentos da defesa e das provas
AIIM
DEFESA
X
ARGUMENTOS DE FATO E DIREITO
+
PROVAS
Fase 05: julgamento/ 2ª instância
- Turmas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais:
procedimento prescrito em Regimento Interno (Portaria MF 256/09);
competência para julgar Recurso de Ofício, Recurso Voluntário e Embargos de Declaração;
não se subordina às orientações da RFB;
órgão superior no Ministério da Fazenda;
competência conforme a matéria;
paridade: conselheiros da Fazenda e dos Contribuintes (6);
indicação dos Conselheiros dos contribuintes é feita pelas Confederações e Centrais Sindicais;
sessões públicas (pauta publicada com 10 dias de antecedência);
Fase 05: julgamento/ 2ª instância
 Turmas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF:
procedimento prescrito em Regimento Interno (Portaria MF 256/09);
competência para julgar Recurso de Ofício, Recurso Voluntário e Embargos de Declaração;
não se subordina às orientações da RFB;
órgão superior no Ministério da Fazenda (inclusive RFB e PFN);
divisão de Seções, Câmaras e Turmas, conforme a matéria;
paridade: conselheiros da Fazenda e dos Contribuintes (6);
indicação dos Conselheiros dos contribuintes é feita pelas Confederações e Centrais Sindicais;
sessões públicas (pauta publicada com 10 dias de antecedência);
Possibilidade de a PFN apresentar contra-razões;
Possibilidade de realizar SO;
prioridade: crime / valor / idoso / portadores de doença grave e deficiência física ou mental 
Fase 05: julgamento/ 2ª instância
1º Passo:
	- verificação da competência e das causas de impedimento ou suspeição 
	
2º Passo:
	- análise das preliminares = pressupostos processuais e condições da “ação”
	- na decisão que julgar a preliminar, também será julgado o mérito, salvo quando incompatíveis (art. 28);
	- não serão julgadas as preliminares quando, no mérito puder decidir a favor de quem as alegou (art. 59);
	- possibilidade de sanear o feito – converter em diligência. 
3º Passo:
	- verificação da ocorrência do fato
	- identificação das consequências jurídicas que lhe devem ser imputadas 
65
Fase 05: julgamento/ 2ª instância
4º Passo: decisão - livre convencimento do julgador
Relatório/Fundamentação/Conclusão/Intimação (art. 30)	
as partes devem conhecer as razões da decisão
deve haver nexo causal entre fatos e consequências jurídicas
relator vencido - é designado outro conselheiro para formalizar acórdão;
relator vencido na preliminar – devolve-lhe o processo para votar o mérito;
julgamento por maioria. Voto de qualidade do Presidente (sempre da FN)
não cabe mais RV contra decisão das turmas que dão provimento ao recurso de ofício.
66
Estrutura do CARF
Estrutura do CARF
Julgamento de 2a instância/RV
Objeto do julgamento 
DECISÃO 2ª/RV/RO 
Fundamento
Dispositivo
juízo sobre o conhecimento
Juízo sobre o provimento do RV
 
Análise dos argumentos do RV e das provas
AIIM
Decisão 1ªInst
RECURSO VOLUNTÁRIO 
X
ARGUMENTOS DE FATO E DIREITO
+ 
PROVAS JUSTIFICADAS
Fase 05: julgamento/ instância especial
Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF:
Função de uniformizar a Jurisprudência; 
competência para julgar recurso especial;
divisão de Turmas, conforme a matéria;
cabimento do recurso especial está condicionada à demonstração de divergência no julgamento entre Câmaras/Turmas;
admissibilidade do recurso especial é julgada pelo Presidente da Câmara e do CARF;
súmulas vinculantes;
procedimento prescrito em Regimento Interno (Portaria MF nº. 256/09); 
Fase 05: julgamento/ instância especial
Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF:
Regimento Interno CARF: 
Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF
Estrutura da CSRF
Sobreposições de atos administrativos
AIIM
Decisão 1ª Inst./Def.
Decisão 2ª Inst./RV
Decisão 2ª Inst./RE
Suporte físico do crédito
tributário
MOTIVAÇÃO
CRÉDITO
Defesa
R.Voluntário
R.Especial
CONTROLE DE LEGALIDADEMATERIAL E FORMALDÍVIDA ATIVA
AUTOS DO PROCESSO =
CANCELADO
Questões controvertidas
Revisão pelo Poder Judiciário;
Concomitância com processo judicial;
Controle de constitucionalidade;
Prescrição intercorrente.
 - Superior Tribunal de Justiça 
 I - A competência ministerial para controlar os atos da administração pressupõe a existência de algo descontrolado, não incide nas hipóteses em que o órgão controlado se conteve no âmbito de sua competência e do devido processo legal. 
II - O controle do Ministro da Fazenda (DL 200/67) sobre os acórdãos dos Conselhos de Contribuintes tem como escopo e limite o reparo de nulidades. Não é lícito ao Ministro cassar tais decisões, sob o argumento de que o colegiado errou na interpretação da Lei.
III - As decisões do conselho de contribuintes, quando não recorridas, tornam-se definitivas.
IV - Ao dar curso a apelo contra decisão definitiva de conselho de contribuintes, o Ministro da Fazenda põe em risco direito líquido e certo do beneficiário da decisão recorrida. (MS 8810/DF, 1ª Seção, DJ 06.10.03)
Revisão pelo Ministro da Fazenda
Revisão pelo Poder Judiciário
PORTARIA PGFN nº 820/04 
As decisões dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais podem ser submetidas à apreciação do Poder Judiciário desde que expressa ou implicitamente afastem a aplicabilidade de leis ou decretos e, cumulativa ou alternativamente:
I - versem sobre valores superiores a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
II - cuidem de matéria cuja relevância temática recomende a sua apreciação na esfera judicial; e
III - possam causar grave lesão ao patrimônio público.
77
77
Revisão pelo Poder Judiciário
Argumentos favoráveis à tese:
as decisões em processo administrativo não fazem coisa julgada;
necessidade de observância do princípio da inafastabilidade da apreciação judicial de lesão ou ameaça de direito;
isonomia entre Fisco e contribuinte, como desdobramento do Estado Democrático de Direito;
o art. 156 do CTN prescreve que só há que se falar em extinção do crédito tributário quando não mais passível de ação anulatória, evidenciando o seu cabimento;
não há falta de interesse de agir. Como se exige dos órgãos julgadores imparcialidade e autonomia, suas decisões configurariam ato administrativo meramente formal, cujo conteúdo não expressa a vontade da Administração Direta;
Revisão pelo Poder Judiciário
Argumentos contrários à tese:
o processo administrativo é conclusivo contra o Estado, falta-lhe interesse de agir;
o art. 5º, XXXV não se aplica à Fazenda, é garantia individual;
a decisão administrativa não faz coisa julgada, mas vincula a Administração, até como desdobramento da segurança jurídica;
do contrário o processo administrativo seria inócuo;
não existe igualdade entre Fisco e contribuinte;
o art. 156 do CTN prescreve que a decisão favorável ao contribuinte extingue o crédito. Assim, a revisão implicaria não só anulação da decisão administrativa, mas a própria constituição do crédito pelo Judiciário, violando o art. 142 do CTN;
não caberia sequer nas hipóteses de ilegalidade do julgamento (dolo, simulação, fraude ou coação), já que nesses casos a administração pode anular o ato.
Supremo Tribunal Federal
COISA JULGADA FISCAL E DIREITO SUBJETIVO. A decisão proferida pela autoridade fiscal, embora de instância administrativa, tem, em relação ao Fisco, força vinculatória, equivalente à da coisa julgada, principalmente quando gerou aquela decisão direito subjetivo para o contribuinte. Recurso extraordinário conhecido e provido. (RE 68253/PA, DJ 08.05.70)
CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO RJ. RECURSO HIERÁRQUICO. SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO. EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. A previsão de recurso hierárquico para o Secretário de Estado da Fazenda quando a decisão do Conselho de Contribuintes do RJ for prejudicial ao ente público não fere os princípios constitucionais da isonomia, ampla defesa e do devido processo legal, porque é estabelecida por lei e, ao possibilitar a revisão de decisão desfavorável à Fazenda, consagra a supremacia do interesse público, mantido o contraditório. (...) Além disso, o contribuinte vencido na esfera administrativa sempre poderá recorrer ao Poder Judiciário para que seja reexaminada a decisão administrativa. Já a Fazenda Pública não poderá se insurgir caso seu recurso hierárquico não prospere, uma vez que não é possível a Administração propor ação contra ato de um de seus órgãos. Recurso não provido. (RMS 12386/RJ, DJ 19.04.04)
Revisão pelo Poder Judiciário
Superior Tribunal de Justiça
TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. REVISÃO. PRECLUSÃO. SEGURANÇA JURÍDICA. 1. Em observância ao princípio da segurança jurídica, o administrado não pode ficar a mercê de posterior revisão de decisão definitiva em processo administrativo regularmente prolatada. 2. Recurso especial improvido. (REsp 573.358/CE, Segunda Turma, Rel. Min. João Otávio Noronha, DJ 16.12.06)
Revisão pelo Poder Judiciário
81
Processo administrativo e judicial/concomitância
A opção pela via judicial implica renúncia à instância administrativa?
Supremo Tribunal Federal
A Suprema Corte, relator Min. Gilmar Mendes, negou provimento ao recurso por considerar que a renúncia à esfera administrativa é decorrência lógica da opção do contribuinte de exercitar a sua defesa, podendo o contribuinte optar, desde logo, pela proteção judicial devida 
	RE 389.893/RJ
Obs. A renúncia está condicionada à identidade de objetos (pedido e causa de pedir). Se verifica mesmo quando a ação é proposta antes do AI.
Processo Administrativo e Judicial
Efeitos:
A impugnação/recurso administrativo não é conhecido pelo órgão julgador;
O crédito tributário é inscrito em Dívida Ativa;
	Súmula CARF nº 1 - Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Controle de constitucionalidade no PAF 
Argumentos favoráveis:
A separação de poderes é relativa e a competência para analisar a constitucionalidade das leis não é privativa do Poder Judiciário
A CF é a lei maior e garante o direito à ampla defesa;
Afastar a aplicação da lei não é o mesmo que declará-la inconstitucional;
O tribunal administrativo perde parte da sua função: controlar a legalidade de seus atos, afinal a legalidade pressupõe a constitucionalidade.
Controle de constitucionalidade no PAF 
Argumentos contrários:
Há presunção de legitimidade das leis aprovadas pelo Congresso Nacional;
O Presidente tem poder de veto e não o exerceu;
A ordem jurídica brasileira estrutura-se segundo o princípio constitucional da unidade de jurisdição;
A competência para declarar lei inconstitucional é privativa do STF;
Risco: impossibilidade de submeter as decisões favoráveis ao contribuinte ao controle judicial;
Ultrapassa a finalidade do processo administrativo que é analisar a compatibilidade entre a NIC e NGA 
Controle de constitucionalidade no PAF
O art. 26 do PAF veda os órgãos de julgamento do CARF a afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, salvo:
 fundamente crédito tributário objeto de
dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do PGFN, na forma da Lei 10.522/02;
súmula da AGU;
parecer do AGU aprovado pelo Presidente da República, nos termos da LC 73/93;
 nos casos de já ter sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do STF;
Controle de constitucionalidade no PAF
Súmula CARF nº 2: 
	O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária
Súmula do extinto Primeiro CC nº 2: 
 O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Arrolamento de bens e direitos
O Supremo TribunalFedera, no julgamento da ADI 1976, declarou a inconstitucionalidade do art. 33, § 2º, do Decreto nº 70.235/1972, o qual exigia o arrolamento de bens e direitos como condição de admissibilidade dos recursos administrativos federais. 
Como consequência, a Receita Federal do Brasil expediu o Ato Declaratório nº 09/07, regulamentando a inexigibilidade e a baixa dos arrolamentos já concretizados, nos seguintes termos: 
Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.
Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já efetuados.
 Lei nº 11.457/2007
	Art. 24. É obrigatória que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo 	de 	petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.
 Lei nº 9.784/1999
	Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
 Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
“Prescrição” intercorrente na esfera administrativa
NORMA DE SANTA CATARINA QUE ESTABELECE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO POR TRANSCURSO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ART. 16. ADCT ESTADUAL, ART. 4º. ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 146, III, B, DA CF. A determinação do arquivamento de processo administrativo tributário por decurso de prazo, sem a possibilidade de revisão do lançamento equivale à extinção do crédito tributário cuja validade está em discussão no campo administrativo. Em matéria tributária, a extinção do crédito tributário ou do direito de constituir o crédito tributário por decurso de prazo, combinado a qualquer outro critério, corresponde à decadência. Nos termos do CTN, a decadência do direito do Fisco ao crédito tributário, contudo, está vinculada ao lançamento extemporâneo (constituição), e não, propriamente, ao decurso de prazo e à inércia da autoridade fiscal na revisão do lançamento originário Extingue-se um crédito que resultou de lançamento indevido, por ter sido realizado fora do prazo, e que goza de presunção de validade até a aplicação dessa regra específica de decadência. O lançamento tributário não pode durar indefinidamente, sob risco de violação da segurança jurídica, mas a CF/88 reserva à lei complementar federal aptidão para dispor sobre decadência em matéria tributária. Viola o art. 146, III, b, da CF norma que estabelece hipótese de decadência do crédito tributário não prevista em lei complementar federal. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida e julgada procedente. (ADI 124-SC, Tribunal Pleno,Rel. Joaquim Barbosa, DJ 16.04.09)
“Prescrição” intercorrente na esfera administrativa
 SÚMULA 11 DO CARF:
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal
“Prescrição” intercorrente na esfera administrativa
Processo de consulta
fundamento legal: - Lei 9.430/96 e Decreto 70.235/72; 
cabimento: dúvida sobre a interpretação de norma jurídica tributária; 
relativas a fato determinado;
solucionadas em instância única (art. 48, L. 9.430/96)
Efeitos: ii. óbice à instauração de procedimento fiscal contra o consulente; ii. prorrogação do prazo para pagamento (exceto os retidos na fonte); iii. suspensão da exigibilidade do crédito; iv. óbice ao lançamento; v. impedimento/suspensão juros de mora; vi. Impedimento suspensão de penalidades; vii. vincula a Administração ao entendimento externado
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Efeitos da consulta
LEI 9.430/96: 
Art. 48. Salvo o disposto no artigo seguinte, nenhum procedimento fiscal será instaurado contra o sujeito passivo relativamente à espécie consultada, a partir da apresentação da consulta até o trigésimo dia subseqüente à data da ciência:
I - de decisão de primeira instância da qual não haja sido interposto recurso;
II - de decisão de segunda instância.
Art. 49. A consulta não suspende o prazo para recolhimento de tributo, retido na fonte ou autolançado antes ou depois de sua apresentação, nem o prazo para apresentação de declaração de rendimentos.
Art. 50. A decisão de segunda instância não obriga ao recolhimento de tributo que deixou de ser retido ou autolançado após a decisão reformada e de acordo com a orientação desta, no período compreendido entre as datas de ciência das duas decisões.
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Processo de consulta
solução de divergência
Lei 9.430/96
§ 5º Havendo diferença de conclusões entre soluções de consultas relativas a uma mesma matéria, fundada em idêntica norma jurídica, cabe recurso especial, sem efeito suspensivo, para o órgão de que trata o § 1º.
§ 6º O recurso de que trata o parágrafo anterior pode ser interposto pelo destinatário da solução divergente, no prazo de trinta dias, contados da ciência da solução.
§ 7º Cabe a quem interpuser o recurso comprovar a existência das soluções divergentes sobre idênticas situações.
 § 8º O juízo de admissibilidade do recurso será feito pelo órgão que jurisdiciona o domicílio fiscal do recorrente ou a que estiver subordinado o servidor, na hipótese do parágrafo seguinte, que solucionou a consulta
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Processo de consulta
solução de divergência
Lei 9.430/96
§ 9º Qualquer servidor da administração tributária deverá, a qualquer tempo, formular representação ao órgão que houver proferido a decisão, encaminhando as soluções divergentes sobre a mesma matéria, de que tenha conhecimento.
§ 10. O sujeito passivo que tiver conhecimento de solução divergente daquela que esteja observando em decorrência de resposta a consulta anteriormente formulada, sobre idêntica matéria, poderá adotar o procedimento previsto no § 5º, no prazo de trinta dias contados da respectiva publicação.
§ 11. A solução da divergência acarretará, em qualquer hipótese, a edição de ato específico, uniformizando o entendimento, com imediata ciência ao destinatário da solução reformada, aplicando-se seus efeitos a partir da data da ciência.
§ 12. Se, após a resposta à consulta, a administração alterar o entendimento nela expresso, a nova orientação atingirá, apenas, os fatos geradores que ocorram após dado ciência ao consulente ou após a sua publicação pela imprensa oficial.
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SEFA-PA
Processo Administrativo Fiscal Estadual
CONTRIB
PAGA
NÃO PAGA
Impugnação
Sem Defesa
DJ
TARF
Intimação
Extinção do Crédito
Decisão
1ª instância
Auto de 
Infração
Recurso Ordinário ou 
Recurso de Ofício
Pleno
do TARF
Recurso Especial ou
Pedido de Reforma
Processo Administrativo Fiscal Estadual
Base Legal:
Lei 6.182/1998
Regimento Interno do TARF (Decreto nº 3.578, de 26 de julho de 19999 )
1ª Instância
Impugnação
Prazo: 30 dias.
Órgão julgador: Diretor da Julgadoria de Primeira Instância (20 dias para julgamento).
2ª Instância: Tribunal de Impostos e Taxas 
Recurso de Ofício: contra decisão da Fazenda Pública em que o débito for superior a 8.801 UPF-PA na data da decisão.
Processo Administrativo Fiscal Estadual
2ª Instância: Tribunal de Impostos e Taxas 
Recurso Ordinário: interposto pelo sujeito passivo contra decisão de primeira instância.
Prazo: 30 dias da intimação da decisão recorrida.
3ª Instância: Tribunal de Impostos e Taxas 
Recurso de Reconsideração: interposto tanto pelo autuado como pela Fazenda Pública do Estado, fundado em dissídio entre a interpretação da legislação adotada pelo acórdão recorrido e a adotada em outro acórdão não reformado, proferido por qualquer das Câmaras do TARF. 
Prazo: 30 dias da intimação da decisão recorrida.
Órgão Julgador: Pleno do TARF.
Processo Administrativo Fiscal Estadual
3ª Instância: Tribunal de Impostos e Taxas 
Recurso de Reconsideração: contra decisão que der provimento ao recurso de ofício, cabe recurso ao Plenonda Pública do Estado, da qual não caiba a interposição de recurso, quando a decisão reformanda: (I) afastara aplicação da lei por inconstitucionalidade; (II) adotar interpretação da legislação tributária divergente da adotada pela jurisprudência firmada nos tribunais judiciários. 
Prazo: 30 dias.
Apresentado pelo Sujeito Passivo.
Processo Administrativo Fiscal Municipal
Base Legal
Lei 7.056/1977
Regimento Interno do Conselho ( Decreto nº 39.937/PMB, de 20 de fevereiro de 2002)
1ª Instância
Impugnação
Prazo: 30 dias.
Órgão julgador: unidades da Secretaria Municipal de Finanças.
Haverá reexame necessário das decisões contrárias à Fazenda Pública.
2ª Instância: Conselho de Recursos Fiscais do Município de Belém (COREF)
Recurso Ordinário: interposto pelo sujeito passivo contra decisão de primeira instância.
Prazo: 30 dias da intimação da decisão recorrida.
Processo Administrativo Fiscal Municipal
2ª Instância: Conselho Municipal de Tributos
Pedido de reconsideração: contra decisão proferida pelo Conselho que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe haja dado outra Câmara Julgadora ou as Câmaras Reunidas.
Prazo: 30 dias da intimação da decisão recorrida.
Órgão Julgador: Câmaras Reunidas do CMT.
Chefe do Executivo pode decidir com base em equidade (art. 238)
Controle Jurisdicional da Administração Tributária
Despacho do Ministro da Fazenda no Parecer PGFN/CRJ Nº 1087/2004, de 19 de julho de 2004:
	“1) existe, sim, a possibilidade jurídica de as decisões do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, que lesarem o patrimônio público, serem submetidas ao crivo do Poder Judiciário, pela Administração Pública, quanto à sua legalidade, juridicidade, ou diante de erro de fato; (...)”.
Portaria PGFN nº 820 de 25.10.2004:
	“Art. 2º As decisões dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais podem ser submetidas à apreciação do Poder Judiciário desde que expressa ou implicitamente afastem a aplicabilidade de leis ou decretos e, cumulativa ou alternativamente: 
	I - versem sobre valores superiores a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais); 
	II - cuidem de matéria cuja relevância temática recomende a sua apreciação na esfera judicial; e 
	III - possam causar grave lesão ao patrimônio público. 
	Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente a decisões proferidas dentro do prazo de cinco anos, contados da data da respectiva publicação no Diário Oficial da União. “
Controle Jurisdicional da Administração Tributária
“ADMINISTRATIVO – MANDADO DE SEGURANÇA – CONSELHO DE CONTRIBUINTES – DECISÃO IRRECORRIDA – RECURSO HIERÁRQUICO –
CONTROLE MINISTERIAL – ERRO DE HERMENÊUTICA. I - A competência ministerial para controlar os atos da administração pressupõe a existência de algo descontrolado, não incide nas hipóteses em que o órgão controlado se conteve no âmbito de sua competência e do devido processo legal. II - O controle do Ministro da Fazenda (Arts. 19 e 20 do DL 200/67) sobre os acórdãos dos conselhos de contribuintes tem como escopo e limite o reparo de nulidades. Não é lícito ao Ministro cassar tais decisões, sob o argumento de que o colegiado errou na interpretação da Lei. III – As decisões do conselho de contribuintes, quando não recorridas, tornam-se definitivas, cumprindo à Administração, de ofício, 'exonerar o sujeito passivo 'dos gravames decorrentes do litígio' (Dec. 70.235/72, Art. 45). IV – Ao dar curso a apelo contra decisão definitiva de conselho de contribuintes, o Ministro da Fazenda põe em risco direito líquido e certo do beneficiário da decisão recorrida.” (STJ, 1ª Seção, MS nº 8810/DF, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, julgamento em 13.08.2003)
Súmula vs. Súmula Vinculante
Súmula
Refere-se à condensação de uma série de acórdãos do mesmo tribunal, que adotem idêntica interpretação de preceito jurídico em tese, sem caráter obrigatório, mas persuasivo.
Súmula Vinculante
Tem efeito vinculante para a administração e julgadores, nos termos do artigo 103-A, da Constituição Federal, inserido pela Emenda Constitucional nº. 45/2004, e também do disposto nos artigos 64-A e 64-B da Lei 9.784/99. 
Resolução do Pleno: competência da Câmara Superior de Recursos Fiscais para uniformizar a jurisprudência (artigo 10 do RICARF).
Vinculante para as turmas julgadoras do CARF.
Uniformização da Jurisprudência
Vinculação de decisões reiteradas das cortes máximas julgadoras ao Poder Executivo, além da Súmula Vinculante.
Moralidade administrativa e eficiência fiscal. 
Portaria PGFN nº 294/2010 e lista de temas julgados ou em julgamento nos Tribunais Superiores (STF e STJ), que não devem mais ser objeto de contestação pela PGFN. 
Ofensa à segurança jurídica e do desenvolvimento: insistência em tributar operações, fatos ou situações em desrespeito ao quanto já asseverado pelas cortes máximas julgadoras. 
Decisão: norma jurídica individual (restrita ao caso concreto) + norma geral (interpretação dos fatos envolvidos na causa e conformação com o Direito Positivo - ratio decidendi)
Novo CPC – Artigo 926 e 927. Aplicam-se ao processo administrativo fiscal?
Uniformização da Jurisprudência
Vinculação de decisões reiteradas das cortes máximas julgadoras ao Poder Executivo, além da Súmula Vinculante.
Moralidade administrativa e eficiência fiscal. 
Portaria PGFN nº 294/2010 e lista de temas julgados ou em julgamento nos Tribunais Superiores (STF e STJ), que não devem mais ser objeto de contestação pela PGFN. 
Ofensa à segurança jurídica e do desenvolvimento: insistência em tributar operações, fatos ou situações em desrespeito ao quanto já asseverado pelas cortes máximas julgadoras. 
Decisão: norma jurídica individual (restrita ao caso concreto) + norma geral (interpretação dos fatos envolvidos na causa e conformação com o Direito Positivo - ratio decidendi)
Orientação da PGFN
Decreto nº 2.346/97 
Portaria PGFN Nº 294, de março de 2010
Parecer PGFN/CRJ nº 492/2010 - Requisitos para a não apresentação de recurso:
Completa identidade entre  a questão jurídica enfrentada pela decisão judicial e aquela  resolvida, pelo STF/STJ (arts. 543-B e  543-C do CPC ou jurisprudência reiterada e pacífica).
Inexistência de questões preliminares ou prejudiciais.
Inexistência de  questões acessórias à questão jurídica principal (já  resolvida em precedente judicial do STF/STJ).
Inexistência  de orientação interna no sentido de se continuar  recorrendo acerca da específica questão jurídica.
Avaliar se a questão é de direito, não se aplicando às situações de fato.
Justificativa processual, apresentada administrativamente.
Parecer PGFN/CRJ nº 492/2011
Representativo de Controvérsia – STJ e STF
CARF - Efeito Vinculante - Regimento Interno:
Art. 62-A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
§ 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543-B. 
§ 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação
das partes.
 
 Portaria CARF nº 01/2012: disciplina o procedimento de sobrestamento do julgamento de recursos, previsto no art. 62-A do RICARF.
108
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Exemplo de Recursos Representativos de Controvérsia - STJ
Questão referente ao prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação (Resp nº 1.002.932, publicado 18/12/2009).
Configuração ou não de denúncia espontânea relativamente a tributo federal sujeito a lançamento por homologação (PIS/COFINS), regularmente declarado pelo contribuinte (DCTF), mas pago com atraso (Resp nº 962.379, publicado em 23/03/2009). 
Questão referente à possibilidade da aplicação retroativa da Lei Complementar 105/2001 (que revogou o artigo 38,da Lei 4.595/64, que condicionava a quebra do sigilo bancário à obtenção de autorização judicial) para fins de viabilização da constituição do crédito tributário (Resp nº 1.134.665, publicado em 26/04/2010).
Exemplo de Recursos Representativos de Controvérsia - STJ
	PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS DE ICMS. APROVEITAMENTO (PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE). NOTAS FISCAIS POSTERIORMENTE DECLARADAS INIDÔNEAS. ADQUIRENTE DE BOA-FÉ.
	1. O comerciante de boa-fé que adquire mercadoria, cuja nota fiscal (emitida pela empresa vendedora) posteriormente seja declarada inidônea, pode engendrar o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio da não-cumulatividade, uma vez demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada, porquanto o ato declaratório da inidoneidade somente produz efeitos a partir de sua publicação (Precedentes das Turmas de Direito Público: (...) 2. A responsabilidade do adquirente de boa-fé reside na exigência, no momento da celebração do negócio jurídico, da documentação Documento pertinente à assunção da regularidade do alienante, cuja verificação de idoneidade incumbe ao Fisco, razão pela qual não incide, à espécie, o artigo 136, do CTN, segundo o qual "salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato" (norma aplicável, in casu, ao alienante). 
	(...)
	4. A boa-fé do adquirente em relação às notas fiscais declaradas inidôneas após a celebração do negócio jurídico (o qual fora efetivamente realizado), uma vez caracterizada, legitima o aproveitamento dos créditos de ICMS.
	5. O óbice da Súmula 7/STJ não incide à espécie, uma vez que a insurgência especial fazendária reside na tese de que o reconhecimento, na seara administrativa, da inidoneidade das notas fiscais opera efeitos ex tunc, o que afastaria a boa-fé do terceiro adquirente, máxime tendo em vista o teor do artigo 136, do CTN. (...) 
	(STJ, Resp nº 1.148.444, sessão de 27/04/2010).
Paradigmas
	Ementa: ICMS. CRÉDITO INDEVIDO DO IMPOSTO. NOTA FISCAL INIDÔNEA. BOA-FÉ COMPROVADA. DEVER DO FISCO DE AFERIR A REGULARIDADE FISCAL DO CONTRIBUINTE PREVIAMENTE À CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE NF-e. AIIM CANCELADO.Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso Ordinário interposto para DAR-LHE PROVIMENTO e determinar o cancelamento do auto de infração lavrado contra a Recorrente. (TIT/SP, 4016850-5, 14ª. Turma Julgadora, 01/04/2014.
	
Consectários legais
Inscrição em dívida ativa (Protesto Lei 9492/1997, com alteração de 12.767/2012.
Possibilidade de expedição de representação fiscal para finais penais. 
Início da fase executiva. Vale a pena garantir a execução fiscal?

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