Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EAD - NÚCLEO COMUM LIBRAS Gislaine Luperine http://unar.info/ead2 Língua Brasileira de Sinais Caros alunos, Meu nome é Gislaine, sou Pedagoga, Pós Graduada com Especialização em Educação Especial – Deficiência Auditiva e em Libras e Educação de Surdos. Formada em Libras – Nível Intermediário (I E II) pela FENEIS (Federação Nacional para Educação e Integação dos Surdos) Possuo alguns cursos relativos à interpretação, atuando também como Intérprete. Fui por sete anos Professora Coordenadora Pedagógica de Escola Especial, voltada para o atendimento de alunos surdos. Atuei também como Professora de Apoio Colaborativo e Itinerância na Inclusão Escolar de Surdos. Sou também professora de surdos há 23 anos e já atuei em diferentes realidades, trabalhando mais recentemente com a inclusão destes alunos na Rede Regular de Ensino. Atualmente sou professora atuando no Atendimento Educacional Especializado, em sala de recursos, ainda atuando com a maioria de alunos surdos. A Libras, foi reconhecida e oficializada como segunda língua oficial do Brasil pela Lei 10.432/02 e regulamentada pelo decreto 5.626/05. Desde então o acesso à Educação dos alunos com surdez ou deficiência auditiva foi assegurado. Apresentação Mensagem de abertura: “Quando aceito a linguagem de outra pessoa, aceitei a pessoa...Quando rejeito a linguagem, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos...Quando eu aceito a Língua de Sinais, eu aceito o surdo, e é importante ter em mente que o surdo tem o direito de ser surdo. Nós não devemos mudá-los, devemos ensiná-los, ajudá-los, mas temos que permitir-lhes serem surdos.” Terje Basilier. “Enquanto no mundo existirem dois surdos e eles se encontrarem, eles se comunicarão em sinais.” Oliver Saacks. Introdução. Caro aluno: Você já deve ter ouvido falar na surdez ou na deficiência auditiva como uma diminuição na capacidade de ouvir do indivíduo. Pois bem, para compreendermos melhor as consequências decorrentes da surdez é importante atentarmos para alguns aspectos: - É através da audição que aprendemos a identificar e reconhecer os diferentes sons do ambiente. - As informações trazidas pela audição, além de funcionarem como sinais de alerta, são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem oral e a comunicação com nossos semelhantes. - Uma das principais vias de construção de conhecimento sobre a realidade que nos cerca, é a interação social, onde compartilhamos experiências, aprendemos o significado e a função social dos objetos e dos fenômenos e relações sociais. Ora, o indivíduo surdo não dispõe da via auditiva para receber e responder aos estímulos que constituem grande parte da comunicação social. Assim, seu acesso ao conhecimento encontra-se intimamente ligado ao uso comum de um código linguístico prioritariamente visual, ou seja, a Língua de Sinais, sem o qual ficará impossibilitado de adquirir conceitos e significações. Símbolo Internacional da Surdez Considerando-se que toda aprendizagem é mediada pela linguagem, esta será muito melhor sucedida se a língua utilizada for compartilhada por todos os que se encontram envolvidos no processo educacional. Unidade 1- O Surdo através dos Tempos e da História da Educação. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar a história da inclusão do portador de necessidade auditiva na educação brasileira ESTUDANDO E REFLETINDO Os primeiros relatos de que tomamos conhecimento a respeito dos surdos vem-nos da Bíblia, onde se encontra a passagem em que Jesus cura um jovem surdo. Desde aquela época até o final do século XV, o surdo sempre foi considerado uma pessoa incapaz de ser ensinada e, por essa razão, excluído da sociedade, acarretando, muitas vezes, prejuízo a sua sobrevivência. Existiam, em alguns lugares da Europa, leis que proibiam o surdo de herdar propriedades, casar-se, votar, como os demais cidadãos. Essas pessoas, muitas vezes, eram trancadas em casa, sendo considerado motivo de vergonha para a família, que os via como castigo por algum pecado cometido, ou obrigados a viver com mendigos pelas ruas. Para conhecer as possíveis causas de perda de audição, consulte o site Rede SACI: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação - Índice Foi-se o tempo, embora tardiamente, em que o portador de alguma necessidade especial era considerado como deficiente. Em época de inclusão social, em época de igualdade de direitos e oportunidades a todos os cidadãos, não se admite mais a segregação de sujeitos a quem, por algum problema de saúde lhe seja negada a educação. E entre esses sujeitos inserem-se as pessoas com deficiência auditiva. Você sabe o que é decibel? É hora de saber. Vamos ao conceito? Decibel é uma unidade de medida da intensidade do som. Buscando conhecimento A surdez é uma privação sensorial que interfere diretamente na comunicação, alterando a qualidade da relação que o indivíduo estabelece com o meio, ela pode ter sérias implicações para o desenvolvimento de uma criança, conforme o grau da perda auditiva que a mesma apresente: ß Surdez leve (21 a 40 db): a criança é capaz de perceber os sons da fala, adquire e desenvolve a linguagem oral espontaneamente, o problema é tardiamente descoberto pois a audição é muito próxima do normal. ß Surdez moderada(41 a 70 db): a criança pode demorar um pouco para desenvolver a fala e a linguagem, apresenta trocas fonéticas por não perceber os sons com clareza, tem dificuldade em perceber a fala em ambientes ruidosos, são crianças desatentas e com dificuldade no aprendizado da leitura e da escrita. ß Surdez severa (71 a 90 db): a criança terá dificuldade em adquirir a fala e a linguagem espontaneamente, poderá adquirir vocabulário do contexto familiar, existe a necessidade de acompanhamento especializado. ß Surdez profunda(91 a 120 db): a criança dificilmente desenvolverá a linguagem oral espontaneamente, frequentemente utiliza a leitura oro-facial, tem vocabulário muito restrito, geralmente ocorre o estabelecimento de um código de comunicação familiar, só compreendido no ambiente familiar, necessita da Costuma-se associar surdez à mudez. No entanto, é preciso estabelecermos as diferenças, pois surdez é deficiência auditiva, ou seja, perda total ou parcial da capacidade de audição, enquanto a mudez é uma deficiência que indica incapacidade (total ou parcial) de produzir fala. Os surdos não são mudos Há quem defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo fato de terem feito voto de silêncio. Libras, como forma de comunicação e apresenta muita dificuldade no aprendizado da leitura e da escrita, existe a necessidade de acompanhamento especializado. Evidentemente que, quanto maior a perda de audição, mais acentuada se torna a incapacidade de o indivíduo ouvir a voz humana e de aquisição da linguagem oral, ainda que se faça uso de próteses auditivas. Por falar em linguagem oral, você sabia que nossa interação com as pessoas e com o mundo ocorre, primeiramente, por meio da linguagem oral? Essa linguagem é a mais utilizada na sociedade e traz em seu bojo a exclusão das pessoas surdas. É bastante prudente assinalar, aqui, que o fato de o surdo ou deficiente auditivo não empregar a linguagem oral para a sua comunicação, não implica a ausência de interação e comunicação com as pessoas com quem convive e também com o mundo, pois essas pessoas recorrem a outras formas de interação social. Dentre os meios possíveis para a comunicação, merecem destaque os gestos naturais, desenhos, leitura labial, obtida por meio da leitura oro-facial e a LIBRAS. A Educação para os Deficientes Auditivos através dos tempos Na Idade Moderna, distinguiu-se, pela primeira vez,surdez de mudez. A expressão surdo-mudo, deixou de ser a designação do Surdo. Pedro Ponce de Leon inicia, mundialmente, a história dos Surdos, tal como conhecemos hoje em dia. Para além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, que, de bom grado, encarregavam-lhe os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei. Pelo dito, há que se destacar ser tão somente econômica, a preocupação geral em educar os Surdos, na época. León desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras. Nesta época, as crianças que recebiam este tipo de educação e tratamento eram filhas de pessoas que tinham uma situação econômica boa. As demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas origens e problemas, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade". Outro importante ícone na história da educação dos surdos foi o Abade L’Épée, nascido em 1712. Ele dedicava-se a ensinar, numa primeira fase, os Surdos, por motivos religiosos. Muitos o consideram criador da língua gestual, mas sabemos que a mesma já existia antes dele. Vale dizer que coube a L'Épée o reconhecimento da existência e desenvolvimento dessa língua, embora a não considerasse uma língua com gramática, ou seja, o fim dessa língua era unicamente a comunicação. Jean Massieu foi um dos primeiros professores surdos do mundo. Laurent Clerc, surdo francês, educador, acompanhou Thomas Hopkins Gallaudet, educador ouvinte, aos EUA, onde abriram uma escola para surdos, em abril de 1817, a Escola de Hartford. Gallaudet instituiu, nessa escola, a Língua Gestual Americana, utilizando o inglês escrito e o alfabeto manual. Em 1830, quando Gallaudet se reformou, já existiam nos Estados Unidos cerca de 30 escolas para surdos. Edward Miner Gallaudet, filho de Thomas Gallaudet e também educador de surdos, lutou pela elevação do estatuto do Instituto de Colúmbia a colégio. Esse colégio deu origem, em 1857, à Universidade Gallaudet, onde foi presidente por 40 anos. Vale dizer que, nessa época, Alexander Graham Bell, cientista estadunidense, trabalhava na oralização dos surdos. Casou-se com uma surda e era grande defensor do oralismo, opondo-se à língua gestual e às comunidades de surdos, uma vez que as considerava como um perigo contra a sociedade. Assim sendo, Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar entre si e deveriam, obrigatoriamente, frequentar escolas normais, regulares. O Congresso de Milão. Antes do Congresso, na Europa, durante o século XVIII, surgiam duas tendências distintas na educação dos surdos: o gestualismo (ou método francês) e o oralismo (ou método alemão). A grande maioria dos surdos defendia o gestualismo, mas Bell e muitos professores e médicos, nos EUA, faziam campanha a favor do oralismo. Em 1872, no Congresso de Veneza, decidiu-se o seguinte: ∑ O meio humano para a comunicação do pensamento é a língua oral; ∑ Se orientados, os surdos lêem os lábios e falam; ∑ A língua oral tem vantagens para o desenvolvimento do intelecto, da moral e da linguística. O Congresso de Milão, em 1880, foi um momento obscuro na História dos surdos, uma vez que, um grupo de ouvintes, tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a pelo oralismo (o comitê do congresso era unicamente constituído por ouvintes). Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX. Unidade 2 – A Educação dos surdos no século XX e o desenvolvimento da Língua de Sinais no Brasil. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Conhecer as principais mudanças ocorridas no campo educacional no Brasil e no mundo e o surgimento da educação formal dos surdos e da Língua de Sinais no Brasil. ESTUDANDO E REFLETINDO Durante o século XX Como consequência da evolução nos campos da tecnologia e da ciência, no século XX, particularmente no campo da surdez, a educação dos surdos passou a ser dominada pelo oralismo (que encara a surdez como algo que pode ser corrigido). No entanto, sem a cura da surdez, os insucessos do oralismo começaram a ser evidenciados, pois os surdos educados no método não eram capazes de conseguir um emprego, comunicar-se com ouvintes desconhecidos ou manter uma conversa fluida. Na década de 60, ano em que William Stokoe publicou o artigo Sing language structure: na outline of the visual communication systen of the american deaf (assistente estrutural de idioma: um esboço do sistema de comunicação visual do americano surdo), evidenciou-se que a língua de sinais consistia em uma língua com todas as características da linguagem oral. A partir desta publicação, surgiram diversas pesquisas sobre a Língua de Sinais e sua aplicação na educação e na vida do surdo que, aliadas a uma grande insatisfação por parte dos educadores e dos surdos com o método oral, deram origem à utilização da língua de sinais e de outros códigos manuais na educação da criança surda. Surge então a filosofia da comunicação total. Em 1980, as ideias em relação ao Bilinguismo, terceira filosofia educacional, começam a ser divulgadas. Há algumas décadas, observamos, em vários países e também no Brasil, a formação de “Comunidades Surdas”, onde os surdos convivem e desenvolvem a sua própria cultura, sendo a forma mais representativa a sua própria língua, a Língua de Sinais. BUSCANDO CONHECIMENTO A história da Língua de Sinais no Brasil Somente em 1885, iniciou-se, no Brasil, uma educação voltada para os surdos, com a chegada de um professor chamado Ernesto Huet (surdo, desde os 12 anos), que fundou, no Rio de Janeiro, a primeira escola para surdos, o Instituto de Educação dos Surdos (INES), com o apoio do Imperador D. Pedro II. Neste Instituto, os alunos eram educados pela língua escrita, dactológica e de sinais e conseguiram ser recuperados na sua comunicação expressiva dos seus sentimentos, para poder conviver com as pessoas ouvintes. Ainda hoje existem muitos sinais que eram usados nos primeiros tempos do INES. O alfabeto manual, de origem francesa, foi difundido por todo o Brasil por estes alunos. A Língua de Sinais, usada no Brasil, recebeu muita influência dos sinais da França e dos Estados Unidos. No Brasil, a LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, foi reconhecida e oficializada, como segunda língua do país, em 2002, pelo Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, sendo regulamentada e tornando-se objeto de estudos por vários profissionais de grande notoriedade. A primeira publicação de dicionário específico da Língua foi feita pela Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com a Federação Nacional para Educação e Integração dos Surdos (FENEIS) com sede em São Paulo e o apoio do governo federal. A LIBRAS, tal qual qualquer outra língua ou idioma, possui estrutura e gramática próprias, o que a legitima, além de expressar completamente os anseios, sentimentos, necessidades de toda uma parcela de nossa população, que correspondem a 2% dos brasileiros, os Surdos. Seria esperado, então, que esta considerável parcela da população tivesse o direito de receber educação em sua própria língua (já reconhecida legalmente), mas ocorre hoje é que são estrangeiros em sua própria pátria, já que se comunicam em Libras e recebem educação formal exclusivamente em Português. A cultura dos surdos Na cultura surda, existe a Libras e o acesso ao mundo da comunicação, ainda pequeno, é feito através de jornais, livros, filmes com legendas, close-caption, nos canais de televisão, intérpretes, TDD (telefone para surdos), pagers e celulares (torpedos msn) e o crescente uso da internet. As comunidades surdas estãoespalhadas por todo o país e como o Brasil é muito grande e de cultura diversificada, essas comunidades possuem diferenças regionais culturais. Estes fatores também geram variações linguísticas regionais, o que legitima ainda mais a Libras como uma língua viva. O relacionamento com a pessoa surda: verdades e mitos As relações com a pessoa surda, geralmente, são marcadas por dois extremos: a rejeição ou a superproteção. Os dois casos são prejudiciais ao desenvolvimento da pessoa. A imagem que o surdo tem de si mesmo, é a imagem que a família, professores e amigos lhe conferem. A timidez, inibição, desconfiança e às vezes até agressividade do surdo frente ao mundo, vem do fato da não compreensão da linguagem oral e do mundo que o cerca. “Surdo-mudo Apague esta ideia ! As expressões “surdo-mudo”, ou “mudinho”, embora muito usadas, são pejorativas e exemplificam uma visão preconceituosa das pessoas surdas. A linguagem gestual é a natural do surdo, sua primeira forma de comunicação. O surdo não é, necessariamente, mudo. Ele pode vir a falar, desde que seja treinado e incentivado. É preciso estimulá-lo. A Língua de Sinais é mais um dos recursos da comunicação surdo-ouvinte. Usar a Língua de Sinais não significa deixar de falar. Unidade 3 – O desenvolvimento da LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais e o surgimento da Educação Inclusiva. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar conhecimentos legais sobre Libras e Educação Inclusiva. Conhecer os principais aspectos da LIBRAS e como ela se formou, a partir da ampliação dos conhecimentos e legitimação da comunidade surda brasileira ESTUDANDO E REFLETINDO O Século XX foi um século considerado de grandes avanços para a humanidade, mas, sem dúvida, a maior conquista foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de dezembro de 1948. Essa declaração emana os valores da dignidade, justiça, fraternidade e da educação, conforme o artigo Art. XXVI. Toda pessoa tem direito à instrução [...]. Uma instrução obrigatória e gratuita nos graus elementares [...]. Sendo a educação um direito universal, cabe a preocupação em proporcionar a instrução para os diferentes que necessitam de uma formação adequada, com profissionais capacitados, com competências e habilidades necessárias para desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos portadores de necessidades especiais, para que seu processo de inclusão no mundo do trabalho seja efetivo e coerente com as demandas deste novo século que já está sendo considerado o século do conhecimento e da informação. Na unidade anterior, tecemos alguns comentários a respeito da história da língua de Sinais. No entanto, a sua consolidação ocorreu a partir de legislação pertinente. Estamos nos referindo à Lei nº. 10.436, de 24 de abril de 2002, em que há vários pontos merecedores de destaque. O primeiro refere-se ao reconhecimento de LIBRAS, como meio legal de comunicação, conforme se constata em: Art. 1º. É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais-Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Ora, LIBRAS é uma realidade comunicacional e linguística como qualquer outra língua. Por meio dela, a pessoa com deficiência auditiva pode expor suas ideias, expressar pontos de vistas e, principalmente, colocar em prática o ato básico da linguagem: a interação humana. No entanto, é bom deixar claro que não basta a definição e reconhecimento do que é LIBRAS, mas faz-se necessário a criação de mecanismos que a consolidem e lhe deem materialidade e isso é evidente nos artigos 2º e 3º da referida Lei, como se constata abaixo. Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. No que diz respeito à obrigatoriedade de LIBRAS no ensino, observamos no artigo 4º: O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. Vale dizer que o reconhecimento e consolidação de LIBRAS, em hipótese alguma, implicam a substituição da modalidade escrita de Língua Portuguesa, como podemos observar abaixo: Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. Na verdade, o que se observa é que a legislação veio corroborar uma temática bastante discutida, desde os anos 90: a inclusão, cujo fim precípuo é evitar a segregação, configurada nas famosas salas especiais nos anos 70. Você é capaz de definir inclusão? Pode-se afirmar que inclusão é um processo por meio do qual a sociedade se adapta para a inserção em seu contexto das pessoas com deficiências, conforme Sassaki, 2004. Trata-se de uma preparação desses indivíduos para o exercício da cidadania, que requer, evidentemente, uma parceria entre sociedade e estas pessoas. Forest & Pearpoint (1997) afirmam que inclusão é "estar com", é aprender a viver com o diferente, com a diversidade e, nessa direção há urgência de as escolas comuns acomodarem-se a essa situação inclusiva. Historicamente, a inclusão já começa a ser delineada no artigo 5º da Constituição federal, prevendo igualdade e direito a todos e na Lei de Diretrizes e Bases 9394, fixada em 1996, em cujo teor se constata que a criança deficiente física, sensorial e mental, pode e deve estudar em classes comuns. No artigo 58 da referida Lei observamos que a educação da rede regular de ensino deve munir-se de recursos e serviços de apoio especializado, para o atendimento dos portadores de necessidades especiais. BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos agora praticar o alfabeto manual, que serve de base para a formação dos demais sinais da língua, e é usado para soletração de nomes e lugares, assim como de palavras que não possuam um sinal correspondente. Exercite os sinais em frente a um espelho, soletrando seu próprio nome, seu endereço e outras palavras do seu ambiente. Para aprimorar este exercício, acesse nossa vídeoaula e também o site: www.dicionariolibras.com.br Para conhecer o Decreto, na íntegra, acesse o site Decreto nº 5626/05. Unidade 4 – O desenvolvimento da LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais e o surgimento da Educação Inclusiva. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar conhecimentos legais sobre a “Lei da LIBRAS” e o decreto que a legitimou, fornecendo as diretrizes da utilização da Língua em todo o país e a Educação dos surdos. ESTUDANDO E REFLETINDO. O Decreto Federal nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, (www.mec.gov.br) veio atender aos anseios desta comunidade e regulamentar a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais-Libras e o artigo 18 da Lei nº 10.098,de 19 de dezembro de 2000. Na verdade, o decreto institui dispositivos sobre a inclusão da LIBRAS, como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação para a docência em seus diferentes níveis, em todos os cursos de licenciatura, no curso de Fonoaudiologia e, como disciplina curricular optativa, nos demais cursos de educação superior, bem como na formação profissional. O Decreto delibera ainda sobre a formação do professor e do intérprete e tradutor de Libras – Língua Portuguesa do uso e da difusão da Libras e da Língua Portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação, entre outras regulamentações. Considerando o que dispõe o Decreto, a discussão coloca, em evidência, a relevância da língua de sinais, como a forma de comunicação capaz de oferecer subsídios para a preservação e/ou desenvolvimento da comunidade surda. Ela constitui-se na ferramenta que instrumentaliza o surdo a pensar logicamente para interagir no mundo das ideias, com a argumentação de seu discurso, fundamentado. Portanto, a língua de sinais é para o surdo a principal via de sincronia com o universo da multiculturalidade e o raciocínio crítico. BUSCANDO CONHECIMENTO A função do intérprete/tradutor. O Intérprete/tradutor de LIBRAS/Português é uma ferramenta poderosa para a inclusão das pessoas com deficiência auditiva, visando à sua inserção na vida produtiva, cultural, educativa, social e política, ou seja, que tenha direito à participação efetiva na vida societária. O profissional Intérprete/tradutor da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), bem como qualquer outro intérprete, precisa ter o domínio dos sinais e principalmente da língua falada do seu país, no nosso caso, o Português, pois há diversas situações nas quais são necessárias as duas. A nossa sociedade é feita de ouvintes e para ouvintes, na qual os surdos são minoria, por isso, o intérprete é uma peça fundamental para união dos mundos envolvidos e, principalmente agora, com a propagação da inclusão, vemos que os mundos envolvidos ultrapassam o dos surdos e ouvintes, mas englobam as pessoas com deficiência de um modo em geral. Temos visto que na maioria das vezes a comunidade surda não tem o direito de exercer a sua cidadania, sem participar das atividades sociais, educacionais, culturais e políticas do país devido à ausência do intérprete/tradutor. Para a formação do mesmo faz-se necessário um embasamento teórico e principalmente prática na tradução, Português-LIBRAS, bem como, LIBRAS-Português. As áreas de atuação do intérprete de LIBRAS são variadas, em sua maior parte, em eventos (palestras, congressos, seminários, fóruns, encontros), instituições de ensino, área médica e judiciária, igrejas e atividades do dia-a-dia. Tem-se falado bastante nos tempos atuais sobre a inclusão, mas o que vemos, na realidade, é uma grande exclusão, pois muitas das instituições ainda negam o acesso do cidadão surdo ao conhecimento, ou seja, negam a contratação do intérprete. Escolas, faculdades, empresas, serviços públicos necessitam urgente da presença desse profissional que, atualmente, vem conquistando o seu espaço. Alguns itens são muito importantes para a atuação de um intérprete/tradutor, como por exemplo, ter uma formação específica, ética profissional, fidelidade à interpretação, imparcialidade e discrição em todos os sentidos. Vamos treinar: A B C D E F G H I J J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z Ç NÚMEROS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 Unidade 5 - A LIBRAS e a construção do sujeito surdo CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Explicitar como LIBRAS pode contribuir para a construção do surdo em sujeito de seu discurso. - Conhecer um pouco sobre a estrutura gramatical e o funcionamento da língua. Sabemos que é pela linguagem que o ser humano se constitui em sujeito do discurso. Em se tratando do surdo, como se dá essa constituição? Como ele se vê o mundo? Como interage com os outros? Essas e outras questões serão enfocadas nesta unidade. ESTUDANDO E REFLETINDO É consenso que nossa sociedade é permeada pela linguagem oral, que se materializam de forma imperativa e a ela todos devemos nos adaptar. Aos que não podem ter acesso à linguagem oral, resta à discriminação, uma vez ser o oralismo uma imposição social, conforme afirma Skliar, 1997. A consequência da sobrelevação da concepção oralista sobre a língua de sinais, de certa maneira, exclui o surdo do processo de integração social e imprime reflexos no desenvolvimento de sua linguagem, uma vez não ser compreendido pelo ouvinte. Você sabe que LIBRAS é Língua Brasileira de Sinais, mas o questionamento que lanço a você é: O que é língua? Para a Linguística, língua é sistema organizado, é um fato social, é um organismo vivo e pertence a todos os membros de uma comunidade. Assim, ao nascer, é como se o indivíduo recebesse, como presente, a língua da comunidade em que se insere. Se perguntasse a você o que é linguagem, você saberia me responder? Linguagem pode ser entendida como tudo o que envolve significação, linguagem é interação humana, é o meio pelo qual o ser humano atua e age sobre o outro, estabelecendo vínculos e compromissos. A interação humana se materializa pela linguagem e, dessa maneira, desde que nasce a criança já é um ser social, pois o choro pode ser entendido como forma de interação com o outro. O ponto central a ser discutido aqui é que a criança normal, desde cedo é exposta ao ambiente em que predomina a oralidade. Assim, suas práticas sociais vão se formando, sendo-lhe, então, possibilitada a aquisição da língua, as trocas sociais e a constituição de sua linguagem. E à criança surda, o que lhe é proporcionado em termos de aquisição de linguagem? Pode-se responder que quase nada, pois nossa sociedade não se encontra preparada para recebê-la e não lhe propicia condições para a constituição e consolidação de sua linguagem. Vale dizer que é só pela aquisição de uma língua que a criança constrói sua subjetividade, sendo-lhe possível trocar ideias, sentimentos, enfim, construir sua visão de mundo e opções ideológicas, o que não ocorre com crianças surdas filhas de pais ouvintes, pois o processo de aquisição da língua não será natural. Evidentemente, esse fato requer que crianças surdas sejam colocadas junto com seus pares, isto é, em contato com adulto surdo, fluente em LIBRAS, o que propiciará a aquisição da língua. Vale dizer que a maioria das pessoas surdas, infelizmente, não tem acesso à língua de sinais desde criança, o que acarreta adultos sem nenhuma língua. As consequências disso são terríveis, pois, como já assinalado a língua de sinais propicia ao indivíduo o desenvolvimento de sua formação, permitindo acesso à aquisição da linguagem. Recomenda-se que a língua de sinais seja oferecida aos surdos, o mais cedo possível, assim que a deficiência é descoberta. Trata-se de um procedimento a ser recomendado por médicos e fonoaudiólogos. Esses profissionais devem informar à família a importância de LIBRAS para o desenvolvimento e para o processo educacional da criança. Ressalte-se que a língua de sinais opera no campo de gestos e visuais, apresenta estrutura gramatical própria, complexidades gramaticais e linguísticas,metáforas. O que tem em comum com a língua oral é que ambas são criadas para preencher as necessidades de interação humana entre os sujeitos. Faz-se necessária a citação de Sacks (1998) a respeito da importância da aquisição da língua de sinais para os surdos. Nessa perspectiva afirma: Um ser humano não é desprovido de mente ou mentalmente deficiente sem uma língua, porém está gravemente restrito no alcance de seus pensamentos, confinado, de fato, a um mundo imediato, pequeno. SACKS, 1998, P. 52. Atentando às palavras de Sacks, o mundo pequeno a que se refere nada mais é do que a impossibilidade de a criança construir sua memória (todo saber que acumulamos em nossa vida) do mundo, as vivências que possui circunscrevem-se apenas às práticas cotidianas de comunicação e as consequências soa adultos incapazes de se inserirem no mercado de trabalho, sendo, portanto, dependentes de sua família. BUSCANDO CONHECIMENTO Pode-se afirmar que a família do surdo exerce fundamental importância no seu desenvolvimento, a partir do momento em que aceita a surdez e aceita a língua de sinais como língua natural. Para isso, é importante que os pais recebam orientações sobre a importância de LIBRAS, pois, por meio dela poderiam contar histórias, brincar com os filhos, transmitir conhecimentos e cultura, aí, sim, estão contribuindo para a construção da identidade do sujeito. Ressalte-se, mais uma vez, que é fundamental a exposição da criança surda com comunidade surda e não apenas com ouvintes. Interagindo com surdos a criança construirá sua realidade social, descobrirá a si e identificará seus pares. O objetivo dessa interação, então, é a aceitação de sua identidade e afirmação de suas potencialidades e de suas limitações. A aquisição da língua natural –LIBRAS- propicia um desenvolvimento pleno como sujeito, que cresce, desenvolve-se, constrói-se na língua. Informações técnicas. ÿ As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria, que sofre as influências da cultura nacional. ÿ Como qualquer outra língua ela também possui expressões que diferem de região para região (os regionalismos) o que a legitima ainda mais como língua. ÿ Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde estes sinais são feitos. ÿ Ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias. A datilologia. ÿ A datilologia (alfabeto manual) é usada para expressar nomes de pessoas, lugares e outras palavras que não possuem sinais. Todavia, desde que a pessoa comece a se relacionar com o surdo ela ganhará um sinal especifico, que será como um nome em Libras, assim como lugares conhecidos por eles. (Só podem ser dados por um individuo surdo). ÿ -Os verbos estão sempre no infinitivo, sendo que as concordâncias são feitas no espaço, pelos sinais de passado e futuro. ÿ -As frases obedecem à estrutura da Libras e não a do Português. ÿ -Os pronomes pessoais são representados por apontação. Apontar em Libras é culturalmente e gramaticalmente aceito. Saiba mais sobre o assunto lendo: Teorias de Aquisição da Linguagem : escrito por Ronice Müller de Quadros e Ingrid Finger e apresenta as principais caraterísticas de algumas abordagens teóricas que têm norteado as pesquisas em aquisição de linguagem. (Apoio da CAPES e INEP) ÿ Para conversar em Libras não basta apenas conhecer os sinais de forma solta, é necessário conhecer a sua estrutura gramatical combinando-as em frases. Quem estuda uma língua de sinais fica impressionado com sua sutil complexidade e riqueza de expressão. A maioria dos assuntos, pensamentos ou idéias podem ser expressos através dela. Felizmente há uma tendência crescente de produzir literatura para surdos em DVDs, na internet, usando a LIBRAS para contar histórias, expressar poesia, apresentar relatos históricos, ensinar verdades bíblicas. Em muitos países o aprendizado das Línguas de Sinais está em alta. Unidade 6- A organização e a gramática da Libras, com base nos cinco parâmetros básicos. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Aprender que cada palavra ou até mesmo uma expressão tem um sinal correspondente, que deverá ser usado de forma correta, de acordo com a estrutura gramatical da libras, que se baseia na utilização dos cinco parâmetros básicos. ESTUDANDO E REFLETINDO Vista mas não ouvida Uma das maravilhas da mente humana é a sua capacidade de linguagem e a habilidade de adaptá-la. Contudo, sem a audição, aprender um idioma, usualmente, passa a ser uma função dos olhos, não dos ouvidos. Felizmente, o desejo de se comunicar arde forte na alma humana, capacitando-nos a vencer qualquer que seja o obstáculo. Essa necessidade tem levado os surdos a desenvolver muitas Línguas de Sinais em todo o mundo. À medida que têm entrado em contato uns com os outros, tendo nascido em famílias surdas ou sido agrupados em escolas especializadas ou na comunidade, o resultado tem sido o desenvolvimento de um sofisticado idioma feito sob medida para os olhos – uma Língua de Sinais. A maioria dos bebês surdos que usam a língua de sinais começa a produzir seus primeiros sinais por volta dos 10 a 12 meses de idade. O livro A journey in to the deaf (jornada ao mundo do surdo) explica que os lingüistas reconhecem agora que a capacidade natural de aprender um idioma e de passá-lo aos filhos está profundamente enraizada no cérebro. Emergir essa capacidade numa Língua de Sinais ou numa linguagem falada é uma questão irrelevante. BUSCANDO CONHECIMENTO. A Estrutura da Língua. Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde estes sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais: ÿ Configuração das mãos: São formas das mãos que podem ser datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão dominante, ou pelas duas mãos. ÿ Orientação / direção: Os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima. Assim, os verbos IR e Vir se opõe em relação à direcionalidade. ÿ Movimento: Os sinais podem ter um movimento ou não. ÿ Ponto de articulação: é o lugar do corpo onde incide a mão predominante configurada, ou seja, o local onde é feito o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar num espaço neutro. ÿ Expressão facial e/ou corporal: As expressões faciais / corporais são de fundamental importância para o entendimento real do sinal, sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela expressão facial. – A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS): As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria, que sofre as influências da cultura nacional. Como qualquer outra língua ela também possui expressões que diferem de região para região (os regionalismos) o que a legitima ainda mais como língua. As comunidades surdas estão espalhadas por todo o país e como o Brasil é muito grande e de cultura diversificada, essas comunidades possuem diferenças regionais culturais. Estes fatores também geram variações linguísticas regionais, o que legitima ainda mais a Libras como uma língua viva. As comunidades de maior influência estão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. A linha do tempo abaixo mostra como é dada a noção de tempo em Libras, uma vez que os sinais não sofrem modificações de concordância. Quanto mais próximo do corpo o sinal, mais próximo do tempo presente, quanto mais distante, mais longe no passado ou no futuro. Você jáconhece o alfabeto e os números e sabe qual a utilização deles. Agora tudo fica mais fácil, pois utilizamos a configuração de mãos das letras e números para compor a maioria dos outros sinais. Você já sabe que a Libras tem uma estruturação gramatical própria que deve ser corretamente seguida para que a língua seja corretamente utilizada. Assista então a nossas vídeoaulas para verificar como se dá a utilização dos parâmetros básicos e pratique para ter uma boa fluência na Língua. Então vamos lá! Unidade 7- Adquirindo vocabulário em Libras, aprendendo a conversar em Sinais – Cumprimentos, Pronomes e Noções de Tempo. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Aprender que cada palavra ou até mesmo uma expressão tem um sinal correspondente, que deverá ser usado de forma correta. ESTUDANDO E REFLETINDO A partir desta unidade vamos conhecer o vocabulário básico através do qual podemos iniciar uma comunicação com pessoas surdas. Sinais de Identidade e Cumprimentos IDENTIDADE BEM/BOM/BOA NOITE BOA TARDE BOM DIA TCHAU TUDO BEM BOM/JÓIA COM LICENÇA/POR FAVOR PRAZER CONHECER VOCÊ BEM VINDO SEU NOME MEU SINAL DESCULPE IDADE MEU NOME NOME COMPLETO OBRIGADO MEU SINAL Sinais de Pronomes VOCÊ EU MEU NÓS SEU ELA ELE VOCÊS SINAIS DE EXPRESSÕES INTERROGATIVAS E EXCLAMATIVAS O QUÊ? COMO? ONDE? QUAL? QUANTOS? QUEM? POR QUÊ? QUANDO? TUDO BOM? COMO VAI VOCÊ? PRAZER CONHECER VOCÊ! EU AMO VOCÊ! Veja o vídeo para ter esses sinais com expressão e movimento. https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing Estrutura de pergunta em Libras Albres (2008: p30) no livro de sinal em sinal fala sobre a forma de fazer pergunta em Libras, revela que: "Quando se pretende produzir uma pergunta em Libras há necessidade de fazer um leve movimento de cabeça para cima concomitante ao pronome interrogativo que geralmente é apresentado ao final as sentença" Unidade 8- Adquirindo vocabulário em Libras, aprendendo a conversar em Sinais – Pessoas e Família. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Aprender que cada palavra ou até mesmo uma expressão tem um sinal correspondente, que deverá ser usado de forma correta, dentro de uma classe de palavras utilizada. ESTUDANDO E REFLETINDO Nesta unidade vamos continuar conhecendo este rico mundo dos sinais e ampliando ainda mais nosso conhecimento para a comunicação com os surdos. Nesta unidade estaremos vendo especificamente os sinais relativos à pessoas e família. Sinais relativos a pessoas e família PESSOAS FAMÍLIA ADULTO AFILHADO AMIGO BEBÊ BISAVÔ BISAVÓ CRIANÇA CUNHADA CUNHADO ESPOSA FILHO FILHO ADOTIVO FILHA GÊMEOS GENRO IRMÃO JOVEM MADRASTA MÃE MADRINHA MARIDO NAMORADO MENINO / MENINA NORA NOIVO/A PADRASTO PRIMO SOBRINHO SOLTEIRO SOGRA/O TIO/A VELHO VIZINHO Veja o vídeo para ter esses sinais com expressão e movimento. https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing Unidade 9 - Noções de tempo e Calendário CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Aprender que podemos dar ao indivíduo surdo a exata noção de localização dos fatos no tempo, usando os sinais de presente, passado, futuro, dias da semana, meses do ano e outros a eles relacionados. Assim podemos comunicar a eles sobre todos os fatos e como localizá-los corretamente na linha do tempo. ESTUDANDO E REFLETINDO Nesta unidade estaremos vendo especificamente os sinais relativos à Calendário. SINAIS DE CALENDÁRIO E NOÇÕES DE TEMPO CALENDÁRIO DOMINGO SEGUNDA- FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA SÁBADO FÉRIAS ESTAÇOES DO ANO PRIMAVERA VERÃO OUTONO INVERNO MÊS JANEIRO FEVEREIRO M A R Ç O ABRIL M A I O JUNHO J U LHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO DIARIAMENTE ANO ANO QUE VEM ANO NOVO AMANHÃ ONTEM HOJE MANHÃ TARDE NOITE PASSADO DIA JÁ AGORA FERIADO ANTES DEPOIS FUTURO HORAS MINUTOS Unidade 10 - Verbos e Lugares CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Conhecer os sinais de verbos e lugares para, a partir deles, iniciar uma comunicação mais estruturada com o indivíduo surdo. ESTUDANDO E REFLETINDO Nesta unidade estaremos vendo especificamente os sinais relativos a Verbos e Lugares. Verbos: FAZER FALAR CONVERSAR QUERER RECEBER APRENDER OBEDECER/RESPEITAR CONSEGUIR PERGUNTAR LER EVITAR LEVAR ACREDITAR / CONFIAR DUVIDAR PEDIR ACABAR PRECISAR BEIJAR 1 BEIJAR 2 SOLETRAR VIAJAR RESPONDER SENTAR PROCURAR MORAR FICAR ESTAR TER NÃO TER CANTAR COMEÇAR PROIBIR ENCONTRAR CONFIRMAR TENTAR/ EXPERIMENTAR RIR GRITAR CHORAR GOSTAR AMAR DAR DAR-ME AJUDAR-ME CONTAR/DIZER OUVIR/OUVINTE VIVER DOER SENTIR TRABALHAR COMER BEBER RESPIRAR VERBOS LUGARES ACADEMIA DE GINÁSTICA ACAMPAMENTO AEROPORTO CADEIA CASA CEMITÉRIO CINEMA C L I N I C A ELEVADOR ESCOLA FARMÁCIA FEIRA HOSPITAL HOTEL IGREJA LOJA PADARIA/PÃO PARQUE DE DIVERSÃO POSTO DE GASOLINA PRAÇA RESTAURANTERODOVIÁRIA SHOPPING SUPERMERCADO TEATRO Veja o vídeo para ter esses sinais com expressão e movimento. https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing Unidade 11 – Entendendo e Utilizando a Estrutura da Língua Brasileira de Sinais. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Aprender a estruturar a linguagem em sinais, utilizando-os em frases completas, com a combinação dos verbos, seguindo a gramática própria da Libras, fazendo com que o indivíduo surdo seja capaz de criar uma imagem mental que lhe proporcionará uma real compreensão do que lhe é comunicado, e do mundo que o cerca. ESTUDANDO E REFLETINDO Como já dissemos anteriormente, a LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, é uma língua com estruturação, regras e gramática próprias e não uma simples tradução do Português. Em alguns lugares, intérpretes mau preparados, utilizam os sinais desta forma, criando uma versão estereotipada dos sinais, que não corresponde à forma como os surdos a utilizam na sua comunicação, criando o que chamamos de Português Sinalizado, e que devemos evitar utilizar, a não ser que estejamos sinalizando uma aula de Língua Portuguesa. O Português sinalizado para Goldfeld (1.997), significa, “Língua artificial que utiliza o léxico da língua de sinais com a estrutura sintática do Português e alguns sinais inventados, para representar estruturas gramaticais do português que não existem na língua de sinais.” Confusão!!! Para entender a utilização da estrutura da LIBRAS, devemos ter em mente que o indivíduo surdo é visual, ou seja, compreende o mundo através daquilo que consegue captar pela visão, por este motivo, seu pensamento não se processa por palavras, como os nossos, pessoas que ouvimos, ou seja ouvintes. O surdo necessita formar uma imagem mental para que consiga compreender o que lhe está sendo dito. O que entendemos por língua na tradução? “Numa perspectiva discursiva, podemos dizer que não é o texto original que serve de base para que se produza o texto da tradução, mas a imagem que o tradutor faz, não apenas do texto original, mas também do lugar do autor, do lugar do leitor, do seu próprio lugar, da imagem que faz de outros discursos, etc .” MITTMANN, 2.003. BUSCANDO CONHECIMENTO Para entender melhor: Estrutura gramatical da Língua Portuguesa: A MENINA VIU A FLOR. SUJEITO VERBO COMPLEMENTO ESTRUTURA DA LIBRAS: FLOR MENINA VIU COMPLEMENTO SUJEITO VERBO ESTRUTURA VISUAL. Estrutura gramatical para pergunta Na construção de perguntas em Libras é muito comum que o pronome interrogativo apareça ao final da sentença e que aconteça ao mesmo tempo desse sinal, o movimento de cabeça para cima e o franzir das sobrancelhas. (ALBRES, 2008, p. 30) Como nas frases abaixo: VOCÊ QUERER O-QUE? VOCÊ ESTUDAR O-QUE? VOCÊ GOSTAR O-QUE? VOCÊ COMER O-QUE? Em algumas situações pode acontecer o fenômeno de aglutinação da expressão interrogativa ao verbo da sentença. Isso quer dizer que o sinal interrogativo O-QUE e ONDE podem ser omitidos, mas o movimento de cabeça e a expressão facial permanecem sobrepostos, agora ao verbo. VOCÊ QUERER? VOCÊ COMER? VOCÊ TRABALHAR? VOCÊ MORAR? Fonte: disponível em http://csslibras.blogspot.com.br/ 18/06/2014. Unidade 12 – Entendendo o que são os Classificadores CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Conhecer o conceito de classificador, e as suas funções dentro da gramática da LIBRAS. ESTUDANDO E REFLETINDO Um classificador (CL) é uma forma que estabelece um tipo de concordância em uma língua. Nas línguas do mundo as classificações podem se manifestar de várias formas. Podem ser: numa desinência, como em português, que classifica os substantivos e os adjetivos em masculino e feminino: menina - menino; pode ser uma partícula que se coloca entre as palavras; e ainda pode ser uma desinência que se coloca no verbo para estabelecer concordância. Na LIBRAS, os classificadores são formas representadas por configurações de mãos que, relacionadas à coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordância. Assim, na LIBRAS, os classificadores são formas que, substituindo o nome que as precedem, pode vir junto ao verbo para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. Portanto os classificadores na LIBRAS são marcadores de concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL, COISA. Os classificadores para PESSOA e ANIMAL podem ter plural, que é marcado ao se representar duas pessoas ou animais simultaneamente com as duas mãos ou fazendo um movimento repetido em relação ao número. Os classificadores para COISA representam, através da concordância, uma característica desta coisa que está sendo o objeto da ação verbal. EXEMPLOS: Ver os vídeos 1) MESA COLOCAR (copo, prato, talher... 2) CARRO (mover um atrás do outro) 3) M-A-R-I-A A-L-E-X (passar um pelo outro) BUSCANDO CONHECIMENTO Portanto não se deve confundir os classificadores, que são algumas configurações de mãos incorporadas ao movimento de certos tipos de verbos, com os adjetivos descritivos que, nas línguas de sinais, por estas serem espaços-visuais, representam iconicamente qualidades de objetos. Por exemplo, para dizer nestas línguas que “uma pessoa está vestindo uma blusa de bolinhas, quadriculada ou listrada”, estas expressões adjetivas serão desenhadas no peito do emissor, mas esta descrição não é um classificador, e sim um adjetivo que, embora classifique, estabelece apenas uma relação de qualidade do objeto e não relação de concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL, COISA, que é a característica dos classificadores na LIBRAS, como também em outras línguas orais e de sinais. Muitos classificadores são icônicos em seu significado pela semelhança entre a sua forma ou tamanho do objeto a ser referido. Às vezes o CL refere-se ao objeto ou ser como um todo, outras se refere apenas a uma parte ou característica do ser. (FERREIRA BRITO, 1995). Verbos Classificadores A configuração de mão é uma marca de concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL ou COISA. Verbos que possuem concordância de gênero são chamados de verbos classificadores porque concordam com o sujeito ou objeto da frase. Como, por exemplo, os verbos CAIR e ANDAR/MOVER que, dependendo do sujeito da frase, terá uma configuração para concordar com a pessoa, a coisa ou o animal: EXEMPLOS: ver os vídeos CAIR (pessoa, lápis, papel, carro, copo...). VERBOS CLASSIFICADORES: CAIR: PESSOA, PAPEL, LÁPIS, COPO.CARRO ANDAR: PESSOA, DUAS PESSOAS, VÁRIAS PESSOAS. ANDAR EM FILA. CACHORRO, CAVALO, PÁSSARO, COBRA, CARRO. ENGARRAFAMENTO. CORTAR: CABELO, UNHA, ROUPA, PAPEL, ÁRVORE, CORTAR COM FACA, OPERAR. ANDAR (pessoa, carro, animal...). ABRIR (gaveta, porta, olho, boca...). Os sinais para meios de transporte podem também ser utilizados na função de verbo. O transporte se torna o instrumento da ação: Ver os vídeos: https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing GUIAR-BICICLETA GUIAR-MOTO DIRIGIR-CARRO DIRIGIR-CAMINHÃO DIRIGIR-ÔNIBUS Na unidade a seguir conheceremos melhor os tipos de classificadores e a utilização correta de cada um. Unidade 13 – Os Classificadores de Intensidade e Verbais. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Conhecer as formas de concordância em LIBRAS, como fornecer à pessoa com surdez, as imagens mentais necessárias para a compreensão da linguagem e a aquisição de conhecimentos. ESTUDANDO E REFLETINDO Vimos até agora, que a LIBRAS, como uma língua constituída,possuí regras gramaticais próprias, que diferem bastante dos outros idiomas. À primeira vista, podemos ter a impressão equivocada, de que essa estrutura, por não possuir conjugação verbal, elementos de ligação (conectivos) e outros elementos de concordância, que se trata de uma Língua mais pobre que as demais. Porém isso não é verdade! Como então construímos as estruturas gramaticais dentro da Língua? Utilizando os Classificadores. Os classificadores são utilizados para “caracterizar” os verbos, dar intensidade aos sinais, plural, descrição, etc. Vamos conhecer os tipos de classificadores existentes e a seguir ver exemplos de sua utilização. BUSCANDO CONHECIMENTO TABELA DE CLASSIFICADORES CL-D Classificador Descritivo: refere-se ao tamanho e forma. Usualmente produzido com ambas as mãos para formas simétricas e assimétricas (não descreve posição ou movimento). Exemplo: - A forma e o desenho de um vaso; - Desenho de um papel de parede; - A altura e largura de uma caixa; - A descrição da roupa ou itens que estão no corpo. CL-ESP Classificador que especifica o tamanho e forma de uma parte do corpo. Descreve tamanho, textura e forma do corpo de animais ou pessoas (não descreve posição ou movimento). Exemplo: - As orelhas de um elefante; - Bicos de aves diversas, - Nariz de uma pessoa; - Pêlo de gato; - Penteado de uma pessoa; CL-PC Classificador de uma parte do corpo. Retrata uma parte especifica do corpo em uma posição determinada ou fazendo uma ação. A configuração da mão retrata a forma de uma parte do corpo (descreve posição ou movimento). - A ação da boca do hipopótamo; - As orelhas de um cavalo em movimento; - Os olhos de alguém em movimento; - A cabeça de alguém repousando no seu ombro; - Ação dos pés andando na lama; - A posição das pernas de alguém sentado em uma cadeira. CL-L Classificador Locativo: descreve um objeto em um lugar determinado. A configuração da mão pode retratar uma parte ou o objeto todo ironicamente. Exemplo: - Uma prateleira onde estão copos ou livros; - Chão onde caiu um lápis; - A cabeça de alguém batida por uma bola; - Alvo onde voa uma flecha; - Gol onde entra uma bola. CL-I Classificador Instrumental: mostra como se usa alguma coisa, ou seja, manipulando um objeto. Exemplo: - Carregando um balde pela alça; - Puxando uma gaveta; - Tocando a campainha da porta; - Virando uma página; - Limpando com um pano. CL- C Classificador do Corpo: é similar ao CL-L, porém não mostra nem a manipulação nem o toque aos objetos. Exemplo: - Acenando com a mão para alguém; - Atravessando os braços com beijos espichados; - Coçando a cabeça com perplexidade; - Movendo os braços como em correr. CL-P Classificador Plural: Indica movimento ou posição de um número determinado/indeterminado de objetos, pessoas ou animais. Exemplo: - Três pessoas andando juntas (numero determinado); - Pessoas sentadas na plateia; - Uma fila cumprida de pessoas avançando lentamente; - Muitos carros estacionados na rua. CL-E Classificador de Elemento: descreve o movimento de elementos ou coisas não sólidas. Exemplo: - Água gotejando na torneira; - Luz piscando como sinal de advertência; - O movimento de um líquido num copo; - O vapor subindo de uma xícara de chá quente. CL-N° CL-NOME Esses classificadores utilizam a configuração de letras ou números, mas não são partes de uma descrição. Exemplo: - Números e nome na camisa de futebol; - Um título de um livro; - Insígnia em um boné; - Uma sigla escrita na porta de um banco. Ver os vídeos: https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing Estrutura de frases visuais em Libras: FLOR MENINA VIU CASA AMARELA EU MORO SHOPPING CINEMA AMANHÃ EU VOU VOCÊ, EU SAUDADE MUITA. MOTO AQUELA, BONITA MUITO. CLASSIFICADORES DE INTENSIDADE: BONITO - BONITO MUITO SAUDADE - SAUDADE MUITA CANSADO – CANSADO MUITO CARO – CARO MUITO. TRABALHO – TRABALHAR MUITO FRIO – FRIO MUITO. Ver o vídeo: https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing Unidade 14 – Transmitindo sentimentos e emoções em LIBRAS. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Saber como utilizar corretamente os parâmetros da LIBRAS para transmitir sentimentos, utilizando principalmente a expressão facial/corporal. ESTUDANDO E REFLETINDO Nossas conversas sempre são carregadas de emoções. Essa aula nos ensinará como expressar nossas emoções através das libras. Como já dissemos em capítulos anteriores, nas línguas orais, transmitimos nossas emoções através, principalmente da entonação da voz. Temos uma maneira peculiar de nos dirigirmos a uma criança, de forma mais carinhosa, a um animalzinho de estimação e ao contrário, quando estamos numa situação adversa, nossa impostação de voz, se altera drasticamente, demonstrando indignação, irritação, braveza, etc. Na LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, utilizamos os cinco parâmetros, principalmente a expressão facial/corporal, para a transmissão dos sentimentos. Por isso este parâmetro em particular, tem uma importância fundamental, pois a expressão facial/corporal funciona como a entonação da voz, dando vida aos sinais. Primeiramente, é importante conhecer os sinais que significam as emoções e aspectos da personalidade: Ver os vídeos: https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing ALEGRE, TRISTE, FELIZ, ORGULHOSO, LEGAL, ANSIOSO, CIÚMES, RAIVA, ÓDIO, FOFOQUEIRO, DOENTE, NERVOSO, HUMILDE, ESTRANHO, INVEJA, BOBO, ESNOBE, MEIGO, CARINHOSO, CURIOSO, PREGUISOSO,MEDO, SIMPÁTICO, EDUCADO, ADMIRADO, RESPONSÁVEL, TEIMOSO. PAQUERADOR, SAFADO, ANSIOSO, NERVOSO, CHATO. Veja no vídeo estes sinais em movimento. https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos agora trabalhar com frases e um pequeno texto, demosntrando o uso desses sinais. Não se esqueça de que estaremos utilizando a estrutura gramatical da LIBRAS. EU ANIVERSÁRIO, FESTA, FELIZ MUITO. NOSSA!!! CARRO NOVO, LINDO!!!!! MENINO CURIOSO MUITO! CACHORRO VELHINHO, DOENTE, MORREU, EU TRISTE. HOMEM AQUELE, MUITO ESTRANHO! PROVA AMANHÃ DIFÍCIL, EU ANSIOSO, NERVOSO. MOÇO, NAMORADO SEU, PAQUERADOR, SAFADO!!!! TROVÃO, BARULHO, RAIOS, EU NÃO GOSTO, MEDO TER. MENINA AQUELA, ORGULHOSA, ESNOBE, CHATA MUITO. TELEVISÃO EU VI, HOMEM MATOU OUTRO PORQUE RAIVA, ÓDIO, MUITO. PERDÃO CORAÇÃO, NÃO TEM. AMIGO MEU, PESSOA BOA, CARINHOSO, RESPONSÁVEL, LEGAL! MULHER, JANELA TODO DIA, PREGUIÇOSA, FAZ NADA, FOFOQUEIRA. VEJA ESTES SINAIS EM MOVIMENTO NO VÍDEO. https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing PARA ILUSTRAR AINDA MAIS ESTA UNIDADE QUE TRATA DE UM ASSUNTO TÃO IMPORTANTE, VAMOS VER A TRADUÇÃO DE UMA MÚSICA, PRIMAVERA DE TIM MAIA EM VÍDEO. Unidade 15 – Gírias e Expressões idiomáticas. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Conhecer alguns regionalismos, gírias e expressões idiomáticas, que caracterizam ainda mais a LIBRAS como língua. ESTUDANDO E REFLETINDO Fonte: http://educandosurdo.blogspot.com.br/2012/07/existem-girias-ou-expressoes.html, em 24/06/2014. Algumas pessoas podem achar que isso provocará confusões entre os surdos e entre pessoas que se comunicam em LIBRAS, mas não é verdade! Da mesma forma que no Brasil todos se comunicam em Português, mas existem expressões características de cada região tais como “mainha” na Bahia, “trem” e “uai” em Minas Gerais, “guri” no Sul, etc, estes termos regionais não impedem a comunicação entre os moradores das várias regiões. Existem também palavras que significam umamesma coisa e que variam de região para região, como “aipim” no Rio de Janeiro, “mandioca” em São Paulo e “macaxeira” no nordeste. A princípio, isso pode até causar certa confusão, porém somos capazes de aprender as palavras que tem o mesmo significado e nos entender perfeitamente. Assim também acontece na LIBRAS, e seus usuários, assim como ocorre no Português, também aprendem sinais diferentes quando visitam regiões diferentes do Brasil e conseguem se comunicar de forma eficiente. Isso só caracteriza a LIBRAS ainda mais como Língua viva e crescente em nosso meio. BUSCANDO CONHECIMENTO As gírias são a parte mais interessante do discurso em Libras. É justamente nele que se manifesta o universo metafórico da língua, no qual os sinais são "manipulados" de forma a seduzir, enganar, disfarçar, determinar... Testemunhamos o riquíssimo universo da polissemia e polifonia da língua da forma mais rica e diversa, em um contínuo de relações e situações determinadas pelo contexto, pelas expectativas dos interlocutores. Existem muitos exemplos corriqueiros, bastante conhecidos nas línguas faladas, em que se usam gírias para se referir a garotas ou rapazes bonitos: "gato", "gostosa", "de cair o queixo"; ou quando precisamos informar necessidades fisiológicas como: "ir ao banheiro", "fazer xixi", "apertado" etc. Sejam faladas ou sinalizadas, as gírias são semanticamente bastante semelhantes. O que mais fascina na Libras são os artifícios usados pelos surdos para escapar dos olhos dos demais membros do grupo, em momentos em que necessitam endereçar mensagens subliminares, ou secretas, a algum interlocutor. Pela visualidade que é inerente à sinalização, inúmeros sinais "discretos" são criados, reduzindo-se o espaço da sinalização ou o ponto de articulação de modo a não deixar pistas aos bisbilhoteiros. Por exemplo, se em uma roda de adolescentes surgem temas tabus como sexo ou masturbação, é comum que eles modifiquem os sinais usados convencionalmente. Da mesma forma, se uma menina quer confidenciar a outra que vai menstruar e há meninos por perto, ela muda a forma de sinalizar, usando um sinal "disfarçado". Quando se quer falar de alguém que está presente, usam-se mecanismos conversacionais de indicação disfarçada ou relações espaciais em que se estabelece uma localização neutra no espaço para o "dito cujo", mesmo que ele esteja presente, passando-se a enunciar indicando aquele ponto no espaço, sem que ninguém saiba de quem, exatamente, se fala.São fartos, também, os exemplos de gírias que têm como sentido "tô nem aí com você", "qual é a dele?", "você me sacaneou", "tá me enrolando", "fiquei com o rabo entre as pernas", e assim por diante, que nada têm a ver com os sinais convencionais. Alguns são até modificados para a adequação discursiva. Outros sinais são "intraduzíveis" isoladamente, pois uma mesma forma pode indicar inúmeros sentidos a depender do contexto. Um exemplo é o sinal em que a configuração de mão com o dedo médio colocado no topo da cabeça, acompanhado de uma expressão facial característica (mau humor, surpresa), pode significar "tô na minha", "que mico", "tô boiando" e assim por diante. Enfim, a riqueza da Libras repousa justamente nesses elementos que chamaríamos extra linguísticos nas línguas faladas, mas que constituem a estrutura gramatical, semântica e discursiva da língua de sinais: movimentos de sobrancelhas, jogo de olhares, menear de ombros e de cabeça, "balanço" ao sinalizar, leveza ou ênfase no movimento, duração do olhar ou do movimento no ar, maior ou menor amplitude do espaço de sinalização. Ou seja, um universo quase desconhecido para aqueles que ainda não experimentaram constituir sentidos com palavras-imagens. Sueli Fernandes é linguista, assessora técnico-pedagógica do Departamento de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e colaboradora do projeto Libras é Legal. Vamos então conhecer algumas gírias e regionalismos da LIBRAS: Ver vídeos: https://drive.google.com/folderview?id=0BwxR4YjIWydiNTFkLXJneFZpWDg&usp=sharing ESTRANHO DEIXAR DE “AR”. LEVAR O CANO AZAR Não ter CAMINHO NA VIDA. FICAR COM “O RABO ENTRE AS PERNAS”; LEGAL - SP PEIXE – PESSOA QUE TEM O ROSTO FEIO, MAS O CORPO BONITO. SE LIGA – SINAL DE TOMADA. SE VIRA – TÔ NEM AÍ- ESQUENTADO – NERVOSINHO. VERDE – RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO AZUL – RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO VOCÊ ME SACANEOU TÔ COM PREGUIÇA. I LOVE YOU – LÍNGUA AMERICANA DE SINAIS – ALS. SINAL BASTANTE UTILIZADO NO BRASIL. Unidade 16 – Conhecendo um pouco do Signwriting – a LIBRAS na forma escrita. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Conhecer e se familiarizar com a forma escrita internacional das Línguas de Sinais: o Signwriting. ESTUDANDO E REFLETINDO A palavra em inglês, “SignWriting” significa “Escrita de Sinais” no Brasil. O SignWriting é um sistema de escrita para escrever línguas de sinais. Essa escrita expressa as configurações de mãos, os movimentos, as expressões faciais e os pontos de articulação das línguas de sinais. Já são mais de 40 países que utilizam esse sistema deSignWriting em escolas, universidades, associações e áreas ligadas à comunidade surda. O SignWriting pode registrar qualquer língua de sinais do mundo sem passar pela tradução da língua falada. Cada língua de sinais vai adaptá-lo a sua própria ortografia. Para escrever em SignWriting é preciso saber uma língua de sinais, como a LIBRAS. Por que escrever em sinais? Além disso, a escrita é a principal forma de se preservar uma língua. As línguas que desapareceram, até hoje, tiveram esse destino pela falta de registros escritos. A escrita, registra,preserva uma língua. Assim, segundo Costa (sd), os surdos precisam escrever nas suas línguas de sinais: (…) “como os ouvintes o fazem utilizando os diferentes alfabetos inventados para as diversas línguas orais. Todos sabem a importância da invenção da escrita para o desenvolvimento da cultura da humanidade. Os surdos e as comunidades surdas também precisam dar esse salto”. (Costa In Stumpf, sd, p. 3). Nesta lógica, torna-se essencial existir um registro da língua que não seja apenas fotográfico, isto é, através de imagens. Sem dúvida, a escrita abre novas possibilidades para uma língua e não é diferente no casa da língua de sinais. Desde 1974, quando foi inventado o sistema conhecido como SignWriting temos presenciado esta possibilidade. Hoje presente em mais de 40 países, esse sistema é capaz de registrar todas as características das diferentes línguas de sinais ao redor do mundo, dando assim um novo status a elas e abrindo novas possibilidades em diversas áreas do conhecimento. É inegável o benefício para o surdo ao aprender a ler e escrever primeiro em seu próprio idioma. Este conhecimento servirá de base para o aprendizado de um segundo idioma, no caso do Brasil, o Português. Valerie Sutton Site Oficial www.signwriting.org Aqui no Brasil, o uso da escrita em sinais através deste sistema, teve início em 1996. Criado em 1974 por Valerie Sutton, a escrita de sinais com o sistema SignWriting vem ganhando cada vez mais usuários. No Brasil desde 1997 vem sendo utilizada na educação de surdos e pesquisa. Já existem algumas obras literárias produzidas no Brasil em Libras escrita em SignWriting, títulos como Uma Menina Chamada Kauana, Cinderela Surda, Rapunzel Surda, entre outras. BUSCANDO CONHECIMENTO Através do computador, o SignWriting começou a se tornar muito mais popular nos Estados Unidos. Hoje em dia, o sistema de escrita de sinais não tem mais a mesma forma que o sistema criado em 1974. O sistema evoluiu muito ao longo dos anos. O uso do sistema determinou as mudanças envolvendo várias pessoas nesse processo. De acordo com Giraffa, Santarosa e Campos (2000),o sistema SignWriting é definido por três estruturas básicas: a posição de mão, o movimento e a forma de contato. As posições básicas de mão são: Fonte: http://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=15&idart=255, em 24/06/2014. Fonte: http://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=15&idart=255, em 24/06/2014. Fonte: http://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=15&idart=255, em 24/06/2014. A partir dessas estruturas básicas foram criadas várias formas de registro, incluindo movimentos e até as expressões faciais. Seguem exemplos desses registros: Fonte: http://renata-libras.blogspot.com.br/2013/10/o-signwriting-ou-sistema-sutton-ou.html, em 24/06/2014. Para saber mais sobre o assunto, consulte o site oficial: WWW.signwritng.org Unidade 17 – O surdo incluído no processo educacional atual. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: - Conhecer e discutir os vários aspectos envolvidos na inclusão dos alunos surdos no sistema educacional vigente no Brasil. ESTUDANDO E REFLETINDO Já vimos em unidades anteriores que a Lei 10.436/02, reconheceu e oficializou a LIBRAS como língua e a tornou o segundo idioma brasileiro. Vimos também, que o decreto 5.626/05, regulamentou e deixou claras as normativas para que seu uso seja viabilizado em todo o território nacional, principalmente nos campos de acessibilidade e educacional. Porém, muito ainda falta para que haja um consenso em como o aluno surdo deva ser educado, gerando várias vertentes. Além da eterna discussão entre oralistas e bilinguistas, mesmo entre as pessoas que defendem o uso da LIBRAS na educação dos surdos, tem dúvidas em qual o melhor meio de fazê-la. Alguns acreditam que a simples presença de um profissional intérprete em Libras acompanhando o aluno surdo na sala de aula, resolveria todos os problemas em sala de aula. Ora, essa presença com certeza é essencial para que o aluno tenha acesso aos conteúdos escolares em sua própria língua, porém, isoladamente, é totalmente insuficiente para que a aprendizagem ocorra com sucesso. Existem uma série de outros procedimentos necessários para se garantir que o aluno possa ser atendido adequadamente: adaptações curriculares, recursos didáticos e metodológicos visuais, informações sobre surdez e o uso da Língua de Sinais, por parte dos professores, coordenadores e todos os envolvidos neste processo. Entre os principais problemas encontrados hoje estão a presença ainda rara dos intérpretes em sala de aula e a falta de informação por parte dos professores, sobre a surdez e como utilizar recursos que sejam facilitadores da aprendizagem dos alunos surdos, motivos que, infelizmente, nos levam a verificar que a maior parte das inclusões de alunos surdos na rede regular é pouco responsável e obtém assim, pouco sucesso. A maioria das escolas se mostram abertas à matrícula desses alunos, até por força da Lei, discute suas condições na sua chegada, mas depois o insere em sua rotina, sem grandes preocupações com sua comunicação ou aprendizagem. Isso acontece devido a vários fatores, entre eles: - a escola, muitas vezes não sabe ou não encontra respaldo na contratação de outros profissionais necessários para apoiar o aluno neste processo; - os professores, percebem que o aluno não evolui, mas por falta de conhecimento e preparo, não sabem o que fazer; - os alunos ouvintes, procuram acolher o aluno surdo, porém não sabem como se relacionar com ele e acabam deixando-o de lado; - apesar de não conseguir acompanhar aquilo que lhe é apresentado em sala de aula, o aluno surdo simula estar acompanhando as atividades escolares, utilizando vários subterfúgios, como copiar dos colegas, para que todos pensem que ele é capaz; - a família, que muitas vezes também não tem as informações necessárias e nem outros recursos a que recorrer, acha que seu filho está bem na escola. Como resultado da junção de todos estes fatores, vimos que o aluno surdo pode passar pela escola e receber o certificado de conclusão escolar, sem estar minimamente preparado para alcançar conhecimentos, principalmente nas áreas de leitura e escrita. É comum que concluam o nono ano com escrita e leitura compatíveis com alunos de terceiro ano. Essa realidade é gravíssima no Brasil e vem se repetindo ano após ano, gerando toda uma geração de alunos surdos que podem ser considerados analfabetos funcionais. A presença do intérprete tem sim, uma função facilitadora, já que pelo menos ele teria acesso aos conteúdos, isso quando o surdo conhece a LIBRAS suficientemente, porém ainda assim, temos o fato de que ele continua sendo um estrangeiro na escola, o único a utilizar uma língua diferenciada, num ambiente escolar todo pensado para as necessidades de alunos ouvintes. A questão do uso da língua é fundamental e uma vez que os demais alunos não dominam a LIBRAS e nem o surdo o Português, a comunicação se limita a aspectos muito básicos, que são erroneamente considerados como suficientes. Muitas vezes, o próprio aluno surdo considera isto adequado, porque não tem experiências com outras realidades de aprendizagem real. Todavia, é tudo muito precário e longe do que seria esperado para qualquer outro aluno da sua idade. Outro aspecto importante é que, como qualquer outra criança, o aluno surdo necessita de processos identificatórios de construção de valores sociais e afetivos dentre outros, o que só é possível na convivência com outros surdos, principalmente, mais velhos. Também não podemos nos esquecer de que é na escola que todas as crianças aprender a descrever, narrar, contar histórias, ampliando seu conhecimento linguístico, experimentam regras de convivência social, estabelecimento de regras e limites fundamentais para uma boa adaptação a vida em sociedade. A maioria das crianças surdas são filhas de pais ouvintes que não conhecem a LIBRAS, e por este motivo, o ambiente familiar não oferece muitas experiências linguísticas facilitadoras, como acontece com as crianças ouvintes. Na escola, esta experiência se repete, já que a forma como as informações são passadas, foi pensada para alunos ouvintes. Sendo assim, a criança surda está presente em sala de aula, mas perdendo informações preciosas, sobre questões de linguagem, sociais e afetivas por não ser usuária da mesma língua em que tudo acontece, mesmo com a presença de um intérprete, pois, por melhor que seja este profissional, as informações lhe vão chegar de forma filtrada. Segundo TERUGGI, 2003, a criança surda tem um interlocutor único que usa uma linguagem filtrada, escolar e própria para a tradução, sem outros modelos, sem trocas, sem contato com tudo que circula em/no ambiente. Trata-se, portanto de uma experiência restritiva, num momento fundamental do seu desenvolvimento, que precisa ser considerada. Então, qual seria a melhor solução? BUSCANDO CONHECIMENTO Para ver e compreender o que realmente se passa, alunos surdos e ouvintes, professores que vivenciam essa realidade da inclusão, precisariam conhecer mais sobre a surdez e a sua realidade e a forma como as relações acontecem na escola. Essa realidade nos remete ao mito da caverna, de Platão, onde as pessoas, estão presas a uma realidade, como se fosse a única a ser vista e necessitam de alguém que lhes mostre o caminho da libertação. Cabe a nós, profissionais da educação, os intépretes, envolvidos nesse trabalho, aos pesquisadores, apontarmos os caminhos para que possamos enxergar uma nova realidade educacional, que possa ser usufruída por todos. Unidade 18 – A regulamentação da profissão do tradutor/ intérprete LIBRAS – diferenças entre essas funções. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos:
Compartilhar