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Apostila Módulo I

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SUMÁRIO 
1 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE ................................. 02 
1.1 Introdução................................................................................................................ 02 
1.2 Processo de Planejamento Governamental............................................................. 03 
1.3 Plano Plurianual........................................................................................................ 04 
1.4 Lei de Diretrizes Orçamentárias............................................................................... 09 
1.5 Lei Orçamentária Anual............................................................................................ 09 
1.6 Princípios Orçamentários.......................................................................................... 11 
1.7 Etapas da Elaboração Orçamentária........................................................................ 14 
2 CRÉDITOS ADICIONAIS.......................................................................................... 15 
3 RECEITA PÚBLICA.................................................................................................. 17 
3.1 Tipos de Receita....................................................................................................... 17 
3.2 Classificação Econômica da Receita....................................................................... 18 
3.3 Classificação por Destinação de Recursos.............................................................. 21 
3.4 Estágios da Receita.................................................................................................. 30 
4 DESPESA PÚBLICA................................................................................................. 34 
4.1 Tipos de Despesa..................................................................................................... 34 
4.2 Despesa Orçamentária............................................................................................. 34 
4.3 Classificação Econômica da Despesa...................................................................... 37 
4.4 Estágios da Despesa................................................................................................ 58 
5 CICLO ORÇAMENTÁRIO......................................................................................... 60 
6 EXECUÇÃO FINANCEIRA........................................................................................ 61 
6.1 Exercício Financeiro.................................................................................................. 61 
6.2 Restos a Pagar.......................................................................................................... 61 
6.3 Serviços da Dívida Pública a Pagar.............................................................................62 
6.4 Despesas de Exercícios Anteriores ..................................................................... 62 
6.5 Dívida Ativa................................................................................................................ 62 
6.6 Regime de Adiantamento........................................................................................... 63 
7 DÍVIDA PÚBLICA OU DÍVIDA PASSIVA................................................................... 63 
7.1 Dívida Flutuante.......................................................................................................... 64 
7.2 Dívida Fundada ou Consolidada................................................................................. 64 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 66 
9 ANEXOS ................................................................................................................... 66 
 
 
2 
 
1 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
O Estado é um ente extremamente complexo. Planejar o futuro de um Estado nos remete a 
considerações muito elaboradas. A população cresce e com ela as demandas por 
necessidades básicas: saúde, educação, lazer, segurança, além de energia, necessidade de 
crescimento econômico contínuo, adaptação das políticas macroeconômicas às realidades 
mundiais, a interação com outros mercados, etc. 
 
Assim, as responsabilidades da administração pública em todos os seus escalões não 
podem ser simples. É preciso se adaptar ao nível dinâmico do bem-estar da coletividade. Os 
planos traçados não podem vislumbrar apenas um horizonte limitado. É necessário um 
plano que guarde relação com o futuro distante, de longo prazo — 10 ou 15 anos, no 
mínimo, vislumbrando sempre o Estado que se pretende alcançar em termos ideais. 
 
É destacada uma diferença substancial entre a função do planejamento das instituições 
públicas em detrimento das privadas. É que, enquanto na Administração Pública tem-se o 
poder de alterar a estrutura organizacional por meio de uma legislação própria, mediante 
atos normativos do Poder Executivo e do Legislativo, na empresa privada não há uma 
imposição legal que limita, de certa forma, alguma tentativa de influenciar ou modificar o 
mesmo ambiente correlacionado. No entanto, assim mesmo este último atinge grandes 
resultados com planejamento eficaz. 
 
Pode-se conceituar a função de planejar como um processo racional para definir 
prioridades, objetivos e meios de atingi-los, ou seja, a formulação sistemática de um 
conjunto de decisões, devidamente integrado, que expressa os propósitos e condiciona os 
meios para alcançá-los. 
 
Um plano consiste na definição de objetivos, na ordenação de recursos materiais, humanos 
e institucionais, na determinação de métodos e formas de organização, no estabelecimento 
de medidas de tempo, recursos, na localização espacial e conduta de uma pessoa ou grupo. 
 
Desta forma, como o indivíduo pode traçar, sistematicamente, o próprio rumo de ação, 
pensando, antes de agir, ao invés de se deixar conduzir pelos hábitos, pelo subconsciente, 
pela ignorância ou por qualquer impulso irracional, assim também é facultado a uma 
entidade administrativa planejar o respectivo trabalho. 
 
Planejar é, logicamente, o requisito primário e mais elementar da administração. Consiste na 
ordenação sistemática da conduta para a consecução de determinados propósitos. Se não 
houver um mínimo razoável de deliberação, que as oriente, as ações não merecem o 
qualitativo de administrativas. O processo de programar é parte necessária da função 
administrativa. 
 
Atrelado aos Princípios do Processo de Planejamento, como instrumento de planejamento, a 
própria Constituição Federal, em seu art. 165, fixa a hierarquia dos processos de 
planejamento do orçamento como: 
 
Plano Plurianual: instrumento que estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas para as 
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de 
duração continuada; 
 
Lei de Diretrizes Orçamentárias: compreende as metas e prioridades, além de orientar a 
elaboração da lei orçamentária anual; e 
3 
 
Orçamento Anual: dispõe sobre a previsão de receita e a fixação da despesa, contendo 
programas de ação de governo e os diversos tipos de despesas necessários a cada um 
desses programas, 
 
O Processo de Planejamento Governamental desenvolve esforços para identificar e ordenar 
objetivos, metas e prioridades, compondo um esquema integrado que busca o equilíbrio da 
distribuição de recursos para o atendimento das carências e anseios da população, visando 
garantir o desenvolvimento econômico e o bem estar de toda sociedade. 
 
Consequentemente, tal Processo de Planejamento, Programação e Controle orçamentário-
financeiro, impõe-se com extrema relevância para a Administração Pública, pois a ele cabe 
a tarefa de formulação de programas de governo, a sua execução e respectivo controle. 
Cabendo ainda, a tarefa de avaliar a execução dos planos e a realização dos ajustes que se 
fizerem necessários. 
 
Portanto, planejamento é um processoracional para definição de objetivos e meios para 
atingi-los. 
 
O planejamento dever ser anterior à realização do empreendimento e obedecer as seguintes 
características: 
 
 Diagnóstico da situação existente; 
 Identificação das necessidades de bens e serviços; 
 Definição clara dos objetivos para a ação; 
 Discriminação e quantificação de metas e seus custos; 
 Avaliação dos resultados obtidos; 
 Trabalho integrado. 
 
O processo de planejamento precede a elaboração orçamentária e tem como objetivo a 
seleção racional das alternativas para a ação governamental em compatibilidade com os 
meios disponíveis, pois se houvesse uma quantidade ilimitada de recursos, não haveria, em 
princípio, necessidade de planejamento. 
 
 
1.2 PROCESSO DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL 
 
O processo de planejamento governamental pode ser definido como um processo contínuo, 
dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os 
programas de governo nos aspectos físico e financeiro. Corresponde, portanto, ao período 
de tempo em que se processam as atividades típicas do Orçamento Público. 
 
O esquema gráfico abaixo demonstra as principais etapas do processo de planejamento 
governamental: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaboração/Revisão 
do PPA 
Elaboração/Aprovação 
da LDO 
Elaboração da 
LOA 
Controle e Avaliação 
da Execução 
Orçamentária 
Execução 
Orçamentária 
Discussão/Votação
/Aprovação
da LOA 
4 
 
1.3 PLANO PLURIANUAL 
 
Plano Plurianual é um instrumento de planejamento com características orçamentárias 
pautado em programas de trabalho para ser executado no período correspondente a um 
mandato político, a ser contado a partir do exercício financeiro seguinte ao de sua posse, 
atingindo o primeiro exercício financeiro do próximo mandato; objetivando assim, garantir a 
continuidade dos planos e programas instituídos pelo governo anterior. 
 
O PPA é instituído por Lei, sendo que a iniciativa do Projeto de Lei é do Poder Executivo, 
mas todos os órgãos que compõem a Administração têm grande responsabilidade pelo 
planejamento plurianual, devendo o mesmo conter de forma regionalizada, as diretrizes, 
objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital e para as relativas 
aos programas de duração continuada, conforme o § 1°, do art. 165 da Constituição Federal. 
 
O envio do Projeto de Lei do PPA ao Poder Legislativo deverá ser feito até 31 de agosto do 
primeiro ano de mandato (no caso do governo federal e estadual), e devolvido para sanção 
do Poder Executivo até o final da segunda sessão legislativa, ou seja, 15 de dezembro. 
 
Os principais objetivos do PPA são: 
 
 Definir, com clareza, as metas e prioridades da administração, bem como os 
resultados esperados; 
 Organizar, em Programas, as ações de que resulte oferta de bens ou serviços que 
atendam demandas da sociedade; 
 Estabelecer a necessária relação entre os Programas a serem desenvolvidos e a 
orientação estratégica de governo; 
 Nortear a alocação de recursos nos Orçamentos anuais, compatível com as metas e 
recursos do Plano de Governo; 
 Facilitar o gerenciamento das ações do governo, atribuindo responsabilidade pelo 
monitoramento destas ações e pelos resultados obtidos; 
 Integrar ações desenvolvidas pela União, Estados e Municípios; 
 Estimular parcerias com entidades privadas, na busca de fontes alternativas para o 
financiamento dos programas; 
 Explicitar, quando, couber, a distribuição regional das metas e gastos do governo; 
 Dar transparência à aplicação de recursos e aos resultados obtidos. 
 
 
1.3.1 DIRETRIZES DE GOVERNO 
 
Apontam ou traçam as direções, regulam os planos de governo, estabelecem critérios para 
o planejamento. São "bússolas” que dão rumo ao planejamento e são os resultados 
principais ou maiores, em longo prazo, que necessitarão ser desenvolvidos e que se 
pretendem alcançar. São, pois, o conjunto de programas, ações e de decisões orientadoras 
dos aspectos envolvidos no planejamento, sendo ainda o nível mais abstrato para 
formulação geral do plano de governo, As diretrizes de governo orientam as ações 
estabelecendo critérios que definem as estratégias de governo. São detalhadas em 
objetivos por meio dos programas. 
 
 
1.3.2 ESTRUTURA PROGRAMÁTICA 
 
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos 
objetivos estratégicos definidos no Plano Plurianual PPA para o período de quatro anos. 
 
5 
 
Conforme estabelecido no artigo 3° da Portaria MOG n.º 42/1999, a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas de 
programas, códigos e identificação, respeitados os conceitos e determinações nela contidos. 
Ou seja, todos os entes devem ter seus trabalhos organizados por programas. Mas cada um 
estabelecerá sua estrutura própria de acordo com a referida Portaria. 
 
Um Programa deverá conter, no mínimo, objetivo, indicador que quantifique a situação que 
o programa tenha por fim modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir 
o objetivo. Os produtos dos programas darão origem aos projetos e atividades. Cada projeto 
ou atividade só poderá estar associado a um produto, que, quantificado por sua unidade de 
medida, dará origem á meta. 
 
Os programas serão compostos por atividades, projetos e operações especiais. Essas 
últimas poderão fazer parte dos programas quando entendido que efetivamente contribuem 
para a consecução de seus objetivos. Quando não, as operações especiais não se 
vincularão a programas. 
 
 
1.3.2.1 PROGRAMAS 
 
O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um 
conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por 
indicadores estabelecidos no Plano Plurianual, visando à solução de um problema ou 
atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade. 
 
Os programas de governo são os instrumentos das diretrizes e devem estabelecer os 
objetivos (resultados esperados dos programas). São executados pelas ações (mensuráveis 
em metas). Esses programas integram o PPA e o Orçamento, e são, portanto, o elo de 
integração entre esses dois instrumentos de planejamento. 
 
O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. O plano termina no 
programa e o orçamento começa no programa, o que confere a esses instrumentos uma 
integração desde a origem. O programa, corno módulo integrador, e as ações, como 
instrumentos de realização dos programas. 
 
A organização das ações do governo sob a forma de programas visa proporcionar maior 
racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e 
benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos 
recursos públicos. 
 
Cada programa deve conter objetivo, indicador que quantifica a situação que o programa 
tenha como finalidade modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o 
objetivo. A partir do programa são identificadas as ações sob a forma de atividades, projetos 
ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas e as unidades 
orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou atividade, só poderá 
estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à 
meta. 
 
 
Tipos de programa: 
 
Os programas são classificados em dois tipos: 
 
 Programas Finalísticos: 
 Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais. 
6 
 
1.3.2.1.1 Programas Finalísticos 
 
Toda a ação finalística de governo deverá ser estruturada em programas, orientados para 
consecução dos objetivos estratégicos definidos para o período no PPA. A ação finalística é 
a que proporciona bem ou serviço para atendimento direto às demandas da sociedade. 
 
São programas que resultam em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade, cujos 
resultados sejam passíveis de mensuração. Seus atributos básicos são: denominação, 
objetivo, público—alvo,indicador(es), fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades 
orçamentárias e unidade responsável pelo programa. 
 
 
1.3.2.1.2 Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais 
 
São programas voltados aos serviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de 
políticas setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao controle dos programas finalísticos, 
resultando em bens ou serviços ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto 
inclusive por despesas de natureza tipicamente administrativas. 
 
 
1.3.3 OBJETIVOS 
 
Representam o detalhamento ou decomposição dos programas, que deverão ser atendidos, 
de forma a concretizar as diretrizes e, consequentemente, os objetivos. Indicam os 
resultados pretendidos pela Administração a serem realizados pelas ações 
 
 
1.3.4 AÇÕES 
 
Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas em termos de funções, 
subfunções, programas, atividades, projetos e operações especiais. 
 
São de três naturezas diferentes as ações de governo que podem ser classificadas como 
categorias de programação orçamentária: atividade, projeto e operação especial. 
 
Os projetos e atividades são os instrumentos orçamentários de viabilização dos programas. 
Estão assim conceituados. 
 
Atividade: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, 
envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo continuo e permanente, 
das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo. 
 
As atividades são identificadas pelos números pares 2, 4, 6, ou 8. Ex: 2.xxx, 4.xxx, 6.xxx, 
8.xxx. 
 
Exemplo: 
 
Órgão: 44.000 — Secretaria de Estado da Saúde — Fundo Estadual de Saúde 
Unidade Orçamentária: 44.201 — Instituto Estadual de Saúde Pública 
Função: 10 – Saúde 
Subfunção: 302 — Assistência Hospitalar e Ambulatorial 
Programa: 0013 — Assistência a Saúde 
Atividade: 2.730 — Manutenção do Hospital São Lucas 
 
7 
 
Projeto: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, 
envolvendo um conjunto de operações, que se realizam num período limitado de tempo, das 
quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de 
governo. 
 
Os projetos são identificados pelos números ímpares 1, 3, 5, ou 7. Ex: 1.xxx, 3.xxx, 5.xxx, 
7.xxx. 
 
 
Exemplo: 
 
Órgão 44.000 - Secretaria de Estado da Saúde - Fundo Estadual de Saúde 
Unidade Orçamentária: 44.201 — Instituto Estadual de Saúde Pública 
Função: 10 — Saúde 
Subfunção: 302 — Assistência Hospitalar e Ambulatorial 
Programa: 0013 — Assistência a Saúde 
Projeto: 1.730 — Criação da Unidade integrada de Serviço Social e Psicológico 
 
Tanto a atividade como o projeto envolvem um conjunto de operações que têm como 
resultado um produto. No caso da atividade, um produto necessário à manutenção do 
governo, no caso do projeto, um produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento 
da ação do governo. 
 
Operação Especial: são despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou 
aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram 
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Representam, basicamente, o 
detalhamento da função "Encargos Especiais". 
 
São despesas passíveis de enquadramento nesta ação: amortizações e encargos, aquisição 
de títulos, pagamento de sentenças judiciais, transferências a qualquer titulo (não confundir 
com descentralização), fundos de participação, operações de financiamento (concessão de 
empréstimo), ressarcimentos de toda a ordem, indenizações, pagamento de inativos, 
participações acionárias, contribuição a organismos nacionais e internacionais, 
compensações financeiras. Com exceção do pagamento de inativos, que integra uma 
função especifica, as demais operações serão classificadas na função "encargos especiais". 
Ou seja, as operações especiais não vinculadas a programas constantes do Plano 
Plurianual, comporão em função específica, denominada "encargos especiais", sem 
identificação de programas. 
 
As operações especiais serão identificadas pelos numero "0". 
Ex: 0.xxx. 
 
 
Exemplo 01: 
 
Órgão: 80,000 — Encargos Gerais do Estado 
Unidade Orçamentária; 80.102 - Administração Geral da Secretaria de Estado da Fazenda 
Função: 28 - Encargos Especiais 
Subfunção: 843 — Serviço da Divida interna 
Programa: 0904 — Operações Especiais: Divida Interna 
Operação Especial: 0.940 — Amortização e Encargos s/o Refinanciamento da Dívida 
Pública Interna. 
 
 
 
8 
 
Exemplo 02: 
 
Órgão: 35.000 — Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Infra-Estrutura e dos 
Transportes 
Unidade Orçamentária: 35.201 — Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes do 
ES 
Função: 09 - Previdência Social 
Subfunção: 274 - Previdência Especial 
Programa: 0064 - Complementação de Aposentadoria e Pensões Especiais 
Operação Especial: 0.540 - Complementação de Aposentadorias e Pensões 
 
 
1.3.4.1 METAS 
 
São a mensuração das ações de governo para definir quantitativa e qualitativamente o que 
se propõe ser atendido e qual parcela da população se beneficiará com a referida ação. 
 
Também, podem-se entender as ações com um marco ou ponto que se pretende alcançar 
em curto prazo e que, em conjunto, concretizam os programas. Devem ser estabelecidas 
como alvos a serem atingidos, quantificados no tempo, de tal forma que sejam de fácil 
aferição em sua realização. Resumem-se em especificação e quantificação físicas dos 
detalhamentos definidos. 
 
Os projetos e atividades são instrumentos de realização dos programas em nível 
orçamentário e das ações selecionadas para o exercício, detalhados em dotações 
orçamentárias. 
 
Meta física é a quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma regionalizada, se 
for o caso, num determinado período e instituída para cada ano. As metas físicas são 
indicadas em nível de subtítulo e agregadas segundo os respectivos projetos, atividades ou 
operações especiais. 
 
Vale ressaltar que o critério para regionalização de metas é o da localização dos 
beneficiados pela ação. Exemplo: No caso da vacinação de crianças, a meta será 
regionalizada pela quantidade de crianças a serem vacinadas ou de vacinas empregadas 
em cada Estado, ainda que a campanha seja de âmbito nacional e a despesa paga de forma 
centralizada. O mesmo ocorre com a distribuição de livros didáticos. 
 
 
1.3.5 CICLO DE GESTÃO DO PLANO PLURIANUAL 
 
A atividade de planejamento se desenvolve de forma contínua, cada fase se constituindo em 
fonte de orientação para os passos seguintes. O ciclo de gestão do PPA compreende, além 
da elaboração do Plano, a implantação dos Programas que o constituem e seu 
monitoramento, bem como a avaliação e revisão do plano. 
 
Elaboração - processo de construção da base estratégica e de definição dos Programas e 
ações, através dos quais se materializará a ação do governo. O PPA elaborado será 
apresentado sob a forma de Projeto de Lei, para discussão com o Legislativo; 
 
Implantação - é a operacionalização do Plano aprovado, através de seus Programas, onde 
a disponibilização de recursos, através dos orçamentos anuais, tem caráter fundamental; 
 
9 
 
Monitoramento - processo de acompanhamento da execução das ações do Programa, 
visando à obtenção de informações para subsidiar decisões, bem como a identificação e a 
correção de problemas; 
Avaliação - é o acompanhamento dos resultados pretendidos com o PPA e do processo 
utilizado para alcançá-los. A avaliação do Plano buscará aferir até que ponto as estratégias 
adotadas e as políticas públicas desenvolvidas atendem as demandas da sociedade, que 
nortearam a elaboração dos programas integrantes do PPA; 
 
Revisão - processo de adequação do Plano às mudanças internas e externas da conjuntura 
política, social e econômica, por meio da alteração, exclusão ou inclusão de Programas. A 
revisão do PPA resulta dos processos de monitoramento e avaliação. 
 
 
1.4 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS 
 
A implantação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pela Constituiçãode 1988 
representa um importante marco na reforma do orçamento brasileiro, pois a mesma permite 
que a administração defina, no ano anterior, as prioridades das metas presentes no Plano 
Plurianual, possibilitando ao Legislativo, antes da aprovação da Lei Orçamentária Anual, 
uma discussão prévia sobre a definição a respeito das metas e objetivos que se pretende 
alcançar. 
 
A Constituição estabelece, no § 20 de seu art. 165, que a LDO conterá: as metas e 
prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício 
financeiro subsequente; as orientações para a elaboração da lei orçamentária anual: as 
alterações na legislação tributária local; a política de aplicação das agências financeiras 
oficiais de fomento. 
 
Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal a LDO passou ainda a exaltar: o 
equilíbrio entre receitas e despesas; os critérios e formas de limitação de empenho, visando 
ao cumprimento de metas fiscais e do resultado primário e nominal, além de direcionar 
formas de limites de gastos com pessoal, limites de dívidas, uso da reserva de contingência, 
avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar o equilíbrio das 
contas públicas, e a inclusão do Anexo de Metas Fiscais e do Anexo de Riscos Fiscais. 
 
A LDO deverá ser encaminhada pelo Executivo, no âmbito da União até 15 de abril de cada 
ano, devendo ser aprovada pelo Legislativo até o encerramento do primeiro período da 
sessão legislativa. 
 
A LDO tem o objetivo de estabelecer um elo de ligação entre o Plano Plurianual e os 
Orçamentos Anuais, compatibilizando as metas do Plano à estimativa das disponibilidades 
financeiras para determinado exercício. O seu papel consiste em ajustar as ações de 
governo, previstas no PPA, às reais possibilidades de caixa. 
 
A Lei de Responsabilidade Fiscal imputou a LDO um elemento de planejamento para a 
realização de receitas e o controle das despesas públicas, como o objetivo de alcançar e 
manter o equilíbrio fiscal. 
 
 
1.5 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL 
 
A Lei Orçamentária Anual é o instrumento de planejamento utilizado pelo governo para 
gerenciar as receitas e despesas públicas em cada exercício financeiro. A LOA é também 
chamada Lei de Meios, pois é uma lei especial que contém a discriminação da receita e da 
10 
 
despesa pública, de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de 
trabalho do governo. 
 
É o instrumento legal que deve conter o orçamento fiscal dos Poderes do Estado, de seus 
fundos, órgãos e entidades da administração pública direta e indireta, o orçamento de 
investimento das empresas em que o Poder Público, direta ou indiretamente, detenha a 
maioria do capital com direito a voto e o orçamento da seguridade social, incluindo todas 
as entidades e órgãos a ela vinculados, conforme estabelece o art. 165, § 5° da Constituição 
Federal. 
 
Assim, temos as seguintes categorias, em termos de orçamento: 
 
 
Categorias 
 
Observações 
 
 
 
Orçamento Fiscal 
 
 
Detalhamento dos montantes das receitas que deverão ser 
captadas pelo Poder Público através do poder fiscal a ele 
delegado, bem como dos gastos e das programações que serão 
financiados por seu intermédio. 
 
Referente aos Poderes do Município, seus fundos, órgãos e 
entidades da Administração Direta e Indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 
 
 
 
 
 
 
 
Orçamento de 
Investimento das 
Empresas 
Ressente-se da insuficiência de normas sobre sua elaboração, 
execução e prestação de contas, devido à inexistência de 
normas próprias na lei nº 4.320/1964 e a não ter sido ainda 
produzida a lei complementar sobre a matéria, prevista no art. 
165, § 9º, da CF/1988. 
Orçamento de investimento das empresas em que o Município, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto. 
 
Tem sido caracterizado nas LDO’s da União dos últimos 
exercícios, como referente às despesas com a aquisição do 
ativo imobilizado, excetuadas as relativas à aquisição de bens 
para arrendamento mercantil. 
 
 
 
 
Orçamento da 
Seguridade 
Social 
 
Receitas vinculadas aos gastos da seguridade social - 
especialmente as contribuições nominadas no art. 195 da 
CF/1988 - que deverão ser captadas pelo Poder Público e 
outras que lhe sejam asseguradas ou transferidas pelo 
orçamento fiscal e pelas programações relativas à saúde, à 
previdência e à assistência social que serão financiadas por tais 
receitas. 
 
Abrange todas as entidades e órgãos da Administração Direta 
ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e 
mantidos pelo Poder Público. 
 
 
Orçamento público é, pois, o elo entre o planejamento e as funções executivas da 
organização, em que a locação de recursos visa consecução de objetivos e metas. 
 
Orçamento de hoje é denominado de orçamento-programa, pois em sua elaboração 
consideram-se todos os custos dos programas e ações, sem perder de vista sua estrutura 
11 
 
voltada para os aspectos administrativos e de planejamento. Ressalte-se que o orçamento-
programa discrimina as despesas, demonstrando em quê e para quê serão despendidos os 
recursos e quem será o responsável pela execução de seus programas. 
 
Deve-se salientar ainda que, se de uni lado o planejamento de inicia pelo programa 
plurianual, o orçamento-programa detalha cada uma de suas etapas dentro de um período 
de tempo, no caso do Brasil o ano civil ou financeiro, que vai de 10 de janeiro a 31 de 
dezembro de cada ano. 
 
Ressalta-se ainda, que a Lei Orçamentária Anual deve guardar, na sua elaboração e 
aprovação, compatibilidade com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias 
e, para isso, a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que a LOA deverá conter: 
 
 Demonstrativo de compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos 
e metas constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias; 
 Demonstrativo do Impacto Orçamentário-Financeiro referente ás renúncias de receita 
e ás despesas obrigatórias de caráter continuado; 
 Reserva de Contingência definida com base na receita corrente liquida que será 
utilizada no pagamento dos passivos contingentes; 
 Despesas relativas á dívida pública, mobiliária ou contratual e as receitas que as 
atenderão; 
 O refinanciamento da dívida mobiliária. 
 
A iniciativa do projeto de lei é do Poder Executivo, no âmbito da União até 31 de agosto de 
cada ano, devendo ser aprovada pelo Legislativo e devolvida para sanção até o 
encerramento do segundo período da sessão legislativa. 
 
Modernamente, o Orçamento pode ser entendido como "o processo pelo qual se elabora, 
expressa, executa e avalia o nível de cumprimento da quase totalidade do programa de 
governo, para cada período orçamentário. É um instrumento de governo, de administração e 
de efetivação e execução dos planos gerais de desenvolvimento socioeconômico" - II Curso 
Intensivo de Programação Orçamentária, prof. Jorge Estupiñán FGV, 1970, unia vez que 
integra o Sistema de Planejamento. 
 
Não se espera, portanto, que o orçamento apenas fixe despesas e preveja receitas para um 
período, ele avança no tempo e dá forma a um direcionamento macroeconômico e social 
que expressará os planos do governo para que o Estado evolua e, priorizando suas ações, 
conduza a sociedade a uma evolução contínua. 
 
 
1.6 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 
 
Na elaboração do orçamento, além de procedimentos recomendados por entidades 
nacionais, ou mesmo internacionais; há também alguns específicos regulamentados por 
legislação própria, contemplando toda a sua trajetória elaboração, discussão, aprovação, 
execução e controle, denominados de princípios orçamentários. A matéria está disciplinada 
na Constituição Federal, Seção ll (dos Orçamentos), artigos 165 e 169; e na Lei 4320/1964. 
 
 
1.6.1 UNIDADE 
 
O orçamento deve ser uno, isto é, cada unidade governamental deve possuir apenas um 
orçamento. Os orçamentos de todos os órgãos autônomos que constituem o setor público 
devem-se fundamentar em uma únicapolítica orçamentária estruturada uniformemente e 
que se ajuste a um método único. 
12 
 
Todas as receitas e despesas devem estar contidas numa só Lei Orçamentária. Os 
orçamentos devem, por conseguinte, estar integrados num só ato político do Poder 
Legislativo, sempre com o objetivo maior de satisfazer às necessidades coletivas. 
 
É necessário, portanto, que cada orçamento se ajuste ao principio da unidade em seu 
conteúdo, metodologia e expressão, e com isto contribuirá para evitar a duplicação de 
funções ou superposição de entidades na realização de atividades correlatas, colaborando 
de maneira valiosa para racionalização na utilização dos recursos. 
 
 
1.6.2 UNIVERSALIDADE 
 
O orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado, dos poderes, 
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. Ao elaborar o orçamento, 
deve-se ter o cuidado de prever todos os gastos, bem como, todas as prováveis fontes 
autorizadas que constituirão o Tesouro Público. 
 
Deverão ser incluídos no orçamento todos os aspectos do programa de cada órgão, 
principalmente aqueles que envolvam qualquer transação financeira ou econômica. 
 
 
1.6.3 ORÇAMENTO BRUTO 
 
Por este principio, todas as receitas e despesas devem constar no Orçamento pelos seus 
valores brutos, sem quaisquer tipos de deduções. Busca-se com esta regra impedir a 
inclusão de importâncias liquidas, isto é, a inclusão apenas do saldo positivo ou negativo 
resultante do confronto entre as receitas e despesas de determinado serviço público. 
 
No mecanismo das transferências de recursos entre unidades de governo cabe, com maior 
clareza, a aplicação do princípio. O § 1° do art. 6° da Lei 4.320/1964 deixa clara essa 
questão: 
 
"As cotas de receita que uma entidade pública deva transferi a outra incluir-
se-ão, como despesa, no orçamento de entidade obrigada à transferência 
e, como receita, no orçamento da que as deva receber" 
 
O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal, e de Comunicação (ICMS) pode ser tomado como 
exemplo para o presente caso. Segundo o art. 158, IV da Constituição Federal, do total 
arrecadado pelo governo estadual, 25 % cabe aos Municípios. Assim, na receita do 
orçamento estadual deve constar a estimativa da arrecadação integral do tributo e, na 
despesa, o correspondente aos 25% como transferências aos Municípios. Já no orçamento 
de receita de cada Município deve aparecer a previsão dos recursos que lhe serão 
transferidos. 
 
 
1.6.4 ANUALIDADE 
 
A aplicação deste princípio estabelece que o orçamento público deve ter vigência limitada a 
um período anual, conforme o art. 2° da Lei 4.320/1964. 
 
Por certo a Anualidade é fruto de duas premissas: quanto mais longa a previsão, maior a 
possibilidade de erros; e, o orçamento se materializa num ato tão completo que seria 
impossível fazê-lo num prazo reduzido de tempo. 
1.6.5 EXCLUSIVIDADE 
13 
 
Deverão ser incluídos no orçamento, exclusivamente, assuntos que lhe sejam pertinentes; 
ou seja, deve-se evitar que só incluem na lei de orçamento, normas relativas a outros 
campos jurídicos e que são estranhos à previsão da receita e da fixação da despesa para o 
próximo exercício. 
 
Segundo este princípio, a Lei Orçamentária não poderá conter matéria adversa ou estranha 
à previsão da receita e à fixação da despesa. Este princípio visa impedir que a lei 
orçamentária seja utilizada com o meio legislativo rápido para se aprovar, com facilidades, 
medidas que talvez não lograssem êxito pelo trâmite regular. 
 
Tal princípio está consignado no art. 165, § 8° da Constituição Federal e no art. 7° da Lei 
4.320/1964. 
 
 
1.6.6 NÃO AFETAÇÃO DAS RECEITAS 
 
A Constituição Federal de 1988 estabelece: 
 
"Art. 167 — São vedados: 
I - (...} 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se 
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e 
serviços públicos de saúde e para manutenção e desenvolvimento do 
ensino, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2°. e 212, e 
a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de 
receita, previstas no art. 165, § 8°, bem como o disposto no § 4
0
 deste 
artigo; " 
 
Com essa disposição, fica consolidada a orientação de impedir que as receitas de impostos 
sofram vinculações e comprometimentos com organismos e programas. As exceções 
mencionadas nos artigos 158 e 159 são as participações que Estados, Municípios e Distrito 
Federal têm no produto da arrecadação dos impostos sobre a renda e proventos de 
qualquer natureza, sobre produtos industrializados, sobre a propriedade territorial rural, 
sobre a propriedade de veículos automotores, sobre as operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação. 
 
Outra exceção caracterizada no dispositivo é a vinculação prevista no artigo 212, em que a 
União não poderá deixar de aplicar, anualmente, menos de 18% e os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, menos de 25% da receita resultante de impostos, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino. 
 
O constituinte foi ainda mais longe na preocupação de liberar a receita de impostos de 
amarrações, impedindo, ainda, que tais receitas fossem dadas como garantia às operações 
de crédito, com exceção daquelas de antecipação da receita. 
 
A Emenda Constitucional n° 29 criou outra exceção, ao estabelecer a vinculação mínima de 
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, sendo para os Estados o montante de 
12% e para os Municípios de 15%, do produto da arrecadação dos impostos, deduzidas as 
respectivas transferências legais. 
 
 
 
 
 
14 
 
1.6.7 ESPECIFICAÇÃO 
 
Trata-se da discriminação, tem o fim de vedar autorizações globais, tanto para arrecadar 
como para aplicar recursos financeiros. Exige que o plano de cobrança dos tributos e o 
programa de custeio e investimentos sejam expostos pormenorizadamente. Esta regra 
reforça a ação fiscalizadora do Poder Legislativo. 
 
 
1.6.8 EQUILÍBRIO 
 
O orçamento deverá manter equilíbrio, do ponto de vista financeiro, entre os valores de 
receita e da despesa. Procura-se consolidar uma salutar política econômico-financeira que 
produza a igualdade entre valores de receita e despesa, evitando desta forma déficit, que 
causam endividamento congênito, isto é, déficit que obriga a constituição de divida, que por 
sua vez, causa o déficit. 
 
 
1.6.9 PUBLICIDADE 
 
O orçamento público deve merecer ampla publicidade, por sua importância e significação, 
para conhecimento público e para eficácia de sua validade enquanto ato oficial de 
autorização de arrecadação de receitas e a execução de despesas. 
 
Entretanto, devemos considerar que o atendimento a tal princípio configura-se apenas como 
um atenuante para a falta de conhecimento deste valioso instrumento que é o orçamento 
público. Deve-se dar maior ênfase ao processo orçamentário nos meios de comunicação, 
através de uma linguagem acessível ao cidadão comum, para que atinja, efetivamente, a 
publicidade da programação e aplicação dos recursos públicos. 
 
 
1.6.10 PROGRAMAÇÃO 
 
O orçamento deve ter o conteúdo e a forma de programação. Isto ocorre da própria natureza 
do orçamento, que é a expressão dos programas de cada um dos órgãos do setor público. 
 
Programar é selecionar objetivos que se procuram alcançar, assim como determinar as 
ações que permitam atingir tais fins e calcular e consignar os recursos humanos, materiais e 
financeiros, para a efetivação dessas ações. 
 
 
1.7 ETAPAS DA ELABORAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
 
Elaborar um orçamento deve ser entendido como um processo. As principais etapas da 
elaboração dos instrumentos orçamentários são as seguintes: 
 
ETAPA DESCRIÇÃO 
Preliminar  Fixação das diretrizes; 
 Projeções e Prognósticos. 
Inicial  Preparo das normas e instruções; 
 Encaminhamentoàs unidades operacionais. 
Intermediária  Indicação, pelas unidades operacionais, dos programas de trabalho a 
serem desenvolvidos, discriminando: funções e atividades, códigos de 
despesa e fonte de recursos; 
 Consolidação das propostas parciais do orçamento ao nível ministerial. 
15 
 
Final  Consolidação das propostas setoriais; 
 Formulação da proposta geral de orçamento; 
 Aprovação da proposta geral pelo chefe do Poder Executivo; 
 Encaminhamento ao legislativo. 
 
 
 
 
 
2 CRÉDITOS ADICIONAIS 
 
São valores que se adicionam ou acrescem ao orçamento, quer corno reforço de dotações 
existentes, quer como dotações destinadas à cobertura de encargos provenientes da 
criação de novos serviços, ou, ainda, para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Seu 
uso tende a ser mínimo ou talvez excepcional, dado ao maior empenho dos administradores 
à elaboração orçamentária. 
 
O art. 40, da Lei Federal n° 4.320/1964 define créditos adicionais como autorizações de 
despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei do Orçamento e, em seu 
art. 7° dispõe que A Lei do Orçamento poderá conter autorização ao executivo para: I — 
abrir créditos suplementares até determinada importância. 
 
 
2.1 CLASSIFICAÇÃO 
 
I - Suplementares - destinam-se ao reforço de dotações orçamentárias. Uma ilação óbvia é 
a de que, para haver um reforço, é necessário que haja a dotação orçamentária. Portanto, 
são autorizações para reforço de dotações orçamentárias que, por qualquer motivo, 
tornaram-se insuficientes; 
 
II - Especiais - Para obtenção desses recursos, o Poder Executivo deve enviar um projeto 
de lei ao Legislativo, solicitando uma autorização para abertura de crédito especial, que 
deve se destinar à cobertura de despesas eventuais ou essenciais, para a criação de 
serviços novos, não considerados na Lei do Orçamento. Se o serviço se prolongar para o 
exercício seguinte, devem ser tomadas providências para que sejam adotadas as dotações 
necessárias na Lei Orçamentária; 
 
III - Extraordinário - São destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, em caso de 
guerra, comoção intestina (ou subversão interna — fatos que identificam uma revolta) ou 
calamidade pública. Caracteriza-se peia imprevisibilidade e urgência na despesa. 
 
 
2.2 VIGÊNCIA 
 
2.2.1 CRÉDITOS SUPLEMENTARES 
 
Sua vigência é restrita ao exercício, isto é, o Poder Legislativo concede a autorização 
através da própria Lei do Orçamento, ou através de leis próprias ou especificas, e possuem 
vigência restrita ao exercício em que foram concedidos. 
 
 
2.2.2 CRÉDITOS ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIOS 
 
Segundo a Constituição Federal, artigo 167, § 20, os créditos especiais e extraordinários 
terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de 
16 
 
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, 
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício 
financeiro subsequente. 
 
Duas situações podem ocorrer: 
 
Se ocorridas até o final de agosto - a vigência é adstrita ao exercício financeiro em que 
forem autorizadas; 
 
De 01 de setembro a 31 de dezembro - sua vigência é plurianual, isto é, pode ser 
estendida até o término do exercício financeiro subsequente. 
 
 
2.3 FONTES DE RECURSOS 
 
São recursos que permitem a abertura de créditos suplementares e especiais, desde que 
não comprometidos: 
 
I) Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior — 
diferença positiva entre ativo financeiro e passivo financeiro, conjugando-se, 
ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a 
eles vinculados; 
 
II) Provenientes de excesso de arrecadação — saldo positivo das diferenças 
acumuladas mês a mês entre as arrecadações previstas e a realizada, 
considerando-se, ainda, a tendência do exercício; 
 
III) Resultantes da anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de 
créditos autorizados em lei — diz respeito à redução de parte, ou integral de 
dotações consignadas na Lei do Orçamento ou em créditos adicionais, pois, ¡á 
autorizadas, já possuíam recursos financeiros de cobertura; 
 
IV) Produto de operações de crédito autorizadas, de forma que, juridicamente, 
possibilite ao Poder Executivo realizá-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3 RECEITA PÚBLICA 
 
Entende-se, genericamente, por Receita Pública todo e qualquer recolhimento feito aos 
cofres públicos, quer seja efetivado através de numerário ou outros bens representativos de 
valores — que o Governo tem direito de arrecadar em virtude de leis, contratos ou quaisquer 
outros títulos de que derivem direitos a favor do Estado -, quer seja oriundo de alguma 
finalidade especifica, cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos 
valores que não lhe pertencerem 
 
Ao analisarmos o art. 30 da Lei 4.320/64 verificamos o seguinte: 
 
"art. 3° - A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as 
operações de crédito autorizadas em lei. 
Parágrafo Único — não se consideram para os fins deste artigo as 
operações de crédito por antecipação de receita, as emissões de papel-
moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiro." 
 
Pela simples leitura do texto referido na observação que existem dois tipos de receitas, as 
que devem estar compreendidas na Lei de Orçamento e dela fazer parte e as que, ao serem 
recolhidas, verificamos não pertencerem ao poder público, que as arrecada para atender a 
normas, regulamentos ou contratos, sendo simplesmente depositário do valor, constituindo-
se em simples entradas compensatórias financeiras e que não devem ser consideradas na 
Lei de Orçamento. 
 
Portanto, a Receita Pública desdobra-se em dois grupos: 
 
Receita Orçamentária; e 
Receita Extra-Orçamentária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1 TIPOS DE RECEITA 
 
3.1.1 RECEITA ORÇAMENTÁRIA 
 
A Receita Orçamentária é a consubstanciada no Orçamento público, constantes na Lei 
Orçamentária, tais como tributos, transferências, alienações, amortizações de empréstimos 
concedidos, operações de crédito por prazos superiores a doze meses e outros. 
 
 
3.1.2 RECEITA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA 
OBSERVAÇÃO: RECEITAS ORIGINÁRIAS E RECEITAS DERIVADAS 
 
A doutrina classifica as receitas públicas, quanto à procedência, em originárias e derivadas. Essa 
classificação possui uso acadêmico e não é normatizada; portanto, não é utilizada como 
classificador oficial da receita pelo poder público. 
 
Receitas públicas originárias, segundo a doutrina, são as arrecadadas por meio da exploração de 
atividades econômicas pela Administração Pública. Resultam, principalmente, de rendas do 
patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos5, de 
prestação de serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou agropecuários. 
 
Receitas públicas derivadas, segundo a doutrina, são as obtidas pelo poder público por meio da 
soberania estatal. Decorrem de norma constitucional ou legal (princípio da legalidade) e, por isso, 
são auferidas de forma impositiva, como, por exemplo, as receitas tributárias e as de 
contribuições especiais. 
18 
 
 
A Receita Extra-Orçamentária engloba os valores provenientes de toda e qualquer 
arrecadação que não figure no orçamento do Estado e, conseqüentemente, todo 
recolhimento que não constitui sua renda. Portanto, não pertence ao Estado. Possui caráter 
de extemporaneidade ou de transitoriedade pelo patrimônio público. 
 
Representa o recebimento de recursos que constituirão compromissos exigíveis, cujos 
pagamentos independem de autorização do Poder Legislativo. Na verdade, as receitas 
extra-orçamentárias representam apenas valores recebidos pelo Estado, mas que não são 
de sua propriedade e, evidentemente, terão de ser devolvidos ou transferidos para terceiros. 
O Estado figura apenas como depositário dos valores que ingressam a esse titulo, como por 
exemplo: as cauções, as fianças, as consignações eoutras. Portanto, não deveriam ser 
denominadas receitas, mas disponibilidade transitória. 
 
 
 
 
 
3.2 CLASSIFICAÇÃO ECONÓMICA DA RECEITA 
 
A receita orçamentária, segundo a Lei 4.320/1964, é classificada em categorias econômicas, 
ou seja, Receitas Correntes e Receitas de Capital. 
 
A Portaria Interministerial STN/SOF nº 338, de 26 de abril de 2006, estabelece, ainda, a 
necessidade de identificação das receitas correntes intra-orçamentárias e receitas de capital 
intra-orçamentárias. 
 
As receitas intra-orçamentárias constituem contrapartida das despesas realizadas na 
Modalidade de Aplicação "91 — Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, 
Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social", incluída na 
Portaria Interministerial STN/SOF n° 163/2001 pela Portaria Interministerial STN/SOF n° 
688, de 14 de outubro de 2005. Dessa forma, na consolidação das contas públicas, 
conforme determina o art. 51 da Lei de Responsabilidade Fiscal, essas despesas e receitas 
poderão ser identificadas, de modo que se anulem os efeitos das duplas contagens 
decorrentes de sua inclusão no orçamento. 
 
19 
 
As subcategorias econômicas das receitas intra-orçamentárias correntes e de capital são as 
mesmas das receitas correntes e de capital, constantes dos itens 4.1 e 4.2, 
respectivamente. No entanto, atendem à especificidade de se referirem a operações entre 
órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades 
integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. 
 
As rubricas das receitas intra-orçamentárias deverão ser identificadas a partir dos códigos: 
 
7000.00.00 — Receitas Intra-Orçamentárias Correntes 
8000.00.00 — Receitas intra-Orçamentárias de Capital 
 
O mecanismo de formação do código dessas receitas consiste em substituir a categoria 
econômica da natureza pelos dígitos 7, se receita intra-orçamentária corrente, e 8, se receita 
intra-orçamentária de capital. Os demais níveis deverão ser mantidos, conforme a conta 
original. 
 
As classificações intra-orçamentárias não constituem novas categorias econômicas de 
receita. Essas têm a mesma função da receita original, diferenciando-se apenas pelo fato de 
destinarem-se ao registro de receitas provenientes de órgãos pertencentes ao mesmo 
orçamento. Por isso, não há necessidade de atualização dos códigos das naturezas de 
receita intra-orçamentárias. 
 
 
3.2.1 RECEITAS CORRENTES 
 
São as que se destinam aos gastos correntes e decorrem de transações efetivadas pelas 
entidades da Administração Pública que não resultem em constituição ou majoração de seu 
patrimônio, ou que estejam assim definidas em lei. 
 
A classificação da receita corrente obedecerá ao seguinte esquema: 
 
I — Receitas Correntes: 
 
 Receita Tributária 
 Receita de Contribuições 
 Receita Patrimonial 
 Receita Agropecuária 
 Receita Industrial 
 Receita de Serviços 
 Transferências Correntes 
 Outras Receitas Correntes 
 Receitas Correntes Intra-Orçamentárias 
 
Receitas Tributárias — são as receitas derivadas de tributos em geral, ou seja, dos 
impostos, taxas e contribuição de melhoria. 
 
Receitas de Contribuições - são arrecadações de receitas destinadas á manutenção dos 
programas e serviços sociais e de interesse público contribuição social e econômica. São 
comumente utilizadas para a contabilização das receitas das autarquias das instituições 
previdenciárias. 
 
Receitas Patrimoniais — são receitas provenientes da arrecadação, pelo Poder Público, de 
valores provenientes de recebimentos advindos de seu patrimônio mobiliário (títulos), 
imobiliário (aluguéis e arrendamentos) e participação societária. 
20 
 
Receitas Agropecuárias — são os ingressos provenientes da atividade ou da exploração 
agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas 
advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou 
engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou 
transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios 
estabelecimentos. 
 
Receitas Industriais - entende-se por industrial a receita proveniente de exploração direta 
de atividades tipicamente industriais, tais como: indústria extrativa mineral, indústria de 
transformação, indústria de construção e receita de serviços industriais de utilidade pública 
(produção e distribuição de energia elétrica, água, saneamento, etc.) 
 
Receitas de Serviços — é o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, 
saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, 
processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da 
entidade e outros serviços. 
 
Transferências Correntes — são os ingressos provenientes de outros entes/entidades, 
referente a recursos pertencentes ao ente/entidade recebedora ou ao ente/entidade 
transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer 
exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes. 
 
Outras Receitas Correntes — são as receitas correntes originárias da cobrança de multas 
e juros de mora, indenizações e restituições, receitas de dívida ativa, entre outras, 
destinadas a despesas correntes que não possam ser enquadradas nas demais 
classificações anteriores. 
 
Receitas Correntes Intra-Orçamentárias - são receitas correntes de órgãos, fundos, 
autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e de outras entidades integrantes 
dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, 
bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras 
operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, 
autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou de outra entidade constante desses 
orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. 
 
 
3.2.2 RECEITAS DE CAPITAL 
 
São as receitas que se destinam à cobertura de despesas de capital a título de 
investimentos, com intitulação legal, ou seja, que provoca acréscimo ao patrimônio público. 
 
A classificação da receita de capital obedecerá ao seguinte esquema: 
 
I — Receitas de Capital: 
 
 Operações de Crédito 
 Alienação de Bens 
 Amortização de Empréstimos 
 Transferências de Capital 
 Outras Receitas de Capital 
 Receitas de Capital Intra-Orçamentárias 
 
Operações de Crédito — são os recursos oriundos de contratos de constituição de dívidas, 
para captação de recursos monetários, de bens ou serviços, por meio de empréstimos e 
21 
 
financiamentos internos ou externos, para acobertar a realização de projetos e atividades 
das entidades públicas. 
 
Alienação de Bens — corno o próprio nome já diz, são os recursos obtidos de alienação ou 
venda de bens patrimoniais móveis ou imóveis, ou seja, sua conversão em moeda corrente. 
 
Amortização de Empréstimos — refere-se aos valores recebidos como pagamento por 
empréstimos concedidos a outras entidades de direito público ou privado. 
 
Transferências de Capital — são recursos financeiros recebidos de outras entidades de 
direito publico ou privado, destinados a atender a gastos classificados em despesas de 
capital. 
 
Outras Receitas de Capital — são as receitas de capital que constituirão uma classificação 
genérica que não se enquadram em nenhuma das fontes anteriores ou que não estejam 
especificadas em lei. 
 
Receitas de Capital Intra-Orçamentárias — são receitas de capital de órgãos, fundos, 
autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos 
orçamentos fiscal e da seguridade social derivadas da obtenção de recursos mediante a 
constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de 
componentes do ativo permanente, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa 
de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidadeconstante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. 
 
 
3.3 CLASSIFICAÇÃO POR DESTINAÇÃO DE RECURSOS 
 
3.3.1 CONCEITO 
 
A natureza da receita busca identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador. 
Existe, ainda, a necessidade de identificar a destinação dos recursos arrecadados. Para 
tanto, foi instituído o mecanismo denominado Destinação de Recursos ou Fonte de 
Recursos. 
 
Destinação de Recursos é o processo pelo qual os recursos públicos são correlacionados a 
uma aplicação, desde a previsão da receita até a efetiva utilização dos recursos. A 
destinação pode ser classificada em: 
 
Destinação Vinculada — é o processo de vinculação entre a origem e a 
aplicação de recursos, em atendimento ás finalidades específicas 
estabelecidas pela norma; 
 
Destinação Ordinária — é o processo de alocação livre entre a origem e a 
aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades, 
 
A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais que 
regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, 
órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação é aquela derivada de convênios e 
contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade 
específica. 
 
O mecanismo utilizado para controle dessas destinações é a codificação denominada 
DESTINAÇÃO DE RECURSOS (DR) ou FONTE DE RECURSOS (FR). Ela identifica se os 
recursos são vinculados ou não e, no caso dos vinculados, indica a sua finalidade. 
22 
 
3.3.2 MECANISMO DE UTILIZAÇÃO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
 
Destinar é reservar para determinado fim ou emprego. A metodologia de destinação da 
receita constitui instrumento que interliga todo o processo orçamentário financeiro, desde a 
previsão da receita até a execução da despesa. Esse mecanismo possibilita o atendimento 
da necessidade de transparência no gasto público e de controle das fontes de financiamento 
das despesas, por motivos estratégicos e pela existência de dispositivos legais que 
estabelecem vinculações para as receitas. Um desses dispositivos é o parágrafo único do 
art. 8° e o art. 50, da Lei Complementar n° 101/2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal, 
transcritos abaixo: 
 
“Art. 8
0
 — Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade 
especifica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua 
vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o 
ingresso." 
"Art. 50 — Além de obedecer ás demais normas de contabilidade pública, a 
escrituração das contas públicas observará as seguintes: 
I — a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os 
recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem 
identificados e escriturados de forma individualizada;'' 
 
Na fixação da despesa deve-se incluir, na estrutura orçamentária, a Fonte de Recursos 
que irá financiá-la, juntamente com a Natureza da Despesa, Programa de Trabalho e outras 
classificações. Tratamento correspondente é dado ás Receitas, cuja estrutura orçamentária 
é determinada pela combinação entre a classificação por Natureza da Receita e o código 
indicativo da Destinação de Recursos. 
 
Na execução orçamentária, a codificação da destinação da receita indica a vinculação, 
evidenciando, a partir do ingresso, as destinações dos valores. Quando da realização da 
despesa, deve estar demonstrada qual a fonte de financiamento (Fonte de Recursos) da 
mesma, estabelecendo-se a interligação entre a receita e a despesa. 
 
Assim, rio momento do recolhimento/recebimento dos valores, é feita a classificação por 
Natureza de Receita e Destinação de Recursos, sendo possível determinar a 
disponibilidade para alocação discricionária pelo gestor público, e aquela reservada para 
finalidades especificas, conforme vinculações estabelecidas. 
 
Portanto, o controle das disponibilidades financeiras por destinação/fonte de recursos deve 
ser feito desde a elaboração do orçamento, até a sua execução, incluindo ingresso, 
comprometimento e saída dos recursos financeiros. 
 
 
3.3.3 CODIFICAÇÃO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
 
O código é composto no mínimo por 4 dígitos, podendo-se utilizar a partir do 5° digito para 
atender peculiaridades internas: 
 
1° dígito: IDUSO - IDENTIFICADOR DE USO 
2° dígito: GRUPO DE DESTINAÇÃO DE RECURSOS 
3° e 4° dígitos: ESPECIFICAÇÃO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
5° ao "n°” dígitos: DETALHAMENTO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
 
 
 
 
 
23 
 
3.3.3.1 Identificador de Uso (IDUSO) 
 
Código utilizado para indicar se os recursos se destinam a contrapartida nacional e, nesse 
caso, indicar a que tipo de operações — empréstimos, doações ou outras aplicações — os 
recursos compõem contrapartida. 
 
 
3.3.3.2 - Grupo de Destinação de Recursos 
 
Divide os recursos em originários do Tesouro ou de Outras Fontes e fornece a indicação 
sobre o exercício em que foram arrecadadas, se corrente ou anterior. 
 
Os chamados "Recursos do Tesouro" são aqueles geridos de forma centralizada pelo Poder 
Executivo do ente, que detém a responsabilidade e controle sobre as disponibilidades 
financeiras. Essa gestão centralizada se dá, normalmente, por meio do órgão Central de 
Programação Financeira, que administra o fluxo de caixa, fazendo liberações aos órgãos e 
entidades, de acordo com a programação financeira e com base nas disponibilidades e nos 
objetivos estratégicos do governo. 
 
Por sua vez, os "Recursos de Outras Fontes" são aqueles arrecadados e controlados de 
forma descentralizada e cuja disponibilidade está sob responsabilidade desses órgãos e 
entidades, mesmo nos casos em que dependam de autorização do Órgão Central de 
Programação Financeira para dispor desses valores. De forma geral esses recursos têm 
origem no esforço próprio das entidades, seja pelo fornecimento de bens, prestação de 
serviços ou exploração econômica do patrimônio próprio. 
 
Nessa classificação, também são segregados os recursos arrecadados no exercício 
corrente daqueles de exercícios anteriores, informação importante já que os recursos 
vinculados deverão ser aplicados no objeto para o qual foram reservados, ainda que em 
exercício subsequente ao ingresso, conforme disposto no parágrafo único do artigo 8° da Lei 
de Responsabilidade Fiscal, 
 
Nessa tabela existe, ainda, um código especial destinado aos Recursos Condicionados, que 
são aqueles incluídos na previsão da receita orçamentária, mas que dependem da 
aprovação de alterações na legislação para integralização dos recursos. Quando 
confirmadas tais proposições, os recursos são remanejados para as destinações adequadas 
e definitivas. 
 
 
3.3.3.3 Especificação das Destinações de Recursos 
 
É o código que individualiza cada destinação. Possui a parte mais significativa da 
classificação sendo complementado pela informação do IDUSO e Grupo Fonte. 
 
Sua apresentação segrega as destinações em dois grupos: Destinações Primárias e Não-
primárias. As Destinações Primárias são aquelas não-financeiras, também chamadas de 
"destinações boas", já que em grande parte são receitas efetivas. As Destinações Não-
Primárias, também chamadas financeiras, são representadas deforma geral por operações 
de crédito, amortizações de empréstimos e alienação de ativos. 
 
A tabela de especificações das fontes de recursos deve ser criada em função das 
particularidades de cada ente da federação e adaptada de acordo com as necessidades 
informativas ou de inovações na legislação. Na elaboração dessas especificações, deve-se 
observar o seguinte: 
 
24 
 
 Os códigos podem ser utilizados tanto para destinação primária quanto para não-
primária, devendo-se atentar, no momento da criação, para a classificação no 
agrupamento adequado; 
 Os códigos não podem se repetir nas destinações primária e não-primária; 
 Utilizar título que indique com clareza sua finalidade; 
 Na composição do código da Destinação de Recursos, deverá ser observada a 
compatibilidade entre a especificação e o respectivo Grupo. 
 
 
3.3.3.4Detalhamento das Destinações de Recursos 
 
É o maior nível de particularização da Destinação de Recursos, não utilizado na elaboração 
do orçamento e de uso facultativo na execução orçamentária. Nele a Destinação é 
detalhada, a título de exemplo, por obrigação, convênio ou cadastro, sendo este último um 
código genérico para diversas situações. 
 
Sempre que não se utilizar a Destinação Detalhada, deverão ser preenchidos com zeros os 
"n" últimos dígitos referentes ao detalhamento, exceto na elaboração da proposta 
orçamentária, em que são utilizados apenas 4 dígitos para indicar a Destinação de 
Recursos. 
 
 
3.3.3.5 TABELAS 
 
Tabela 01 
 
IDUSO 
 Recursos não destinados à contrapartida; 
Contrapartida – Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento 
(BIRD); 
Contrapartida – Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID; 
Contrapartida de empréstimos com enfoque setorial amplo; 
Contrapartida de outros empréstimos; 
Contrapartida de doações. 
 
Tabela 02 
 
GRUPO DE DESTINAÇÃO DE RECURSOS 
 Recursos do Tesouro – Exercício Corrente; 
Recursos de Outras Fontes – Exercício Corrente; 
Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores; 
Recursos de Outras Fontes – Exercícios Anteriores; 
Recursos Condicionados. 
 
Tabela 03 
I – PRIMÁRIAS 
 
ESPECIFICAÇÃO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
O 
 
X 
Recursos Ordinários; 
 
A ser especificado pelo Ente. 
 
25 
 
II – NÃO PRIMÁRIAS 
 
ESPECIFICAÇÃO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
 
X 
 
A ser especificado pelo Ente. 
 
Tabela 04 
DETALHAMENTO 
 
ESPECIFICAÇÃO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
 
XXXXXX 
 
A ser especificado pelo Ente. 
 
 
 
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No âmbito do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, são adotados os seguintes 
códigos relativos às fontes de recursos: 
 
 
 
FONTE DE RECURSOS (Anexo B da Resolução TCEES 247/2012) 
 
CÓDIGO 
FONTE ESPECIFICAÇÃO 
Fixo Variável 
000 0000 RECURSOS ORDINÁRIOS Recursos da entidade de livre 
aplicação. 
ORIGEM DE 
RECURSOS 
(RECEITA) 
DESTINAÇÃO 
DE 
RECURSOS 
APLICAÇÃO 
DE 
RECURSOS 
(DESPESA) 
Classificação 
Orçamentária 
Classificação 
Orçamentária 
Classificação 
Orçamentária 
Natureza da 
Receita 
Código da 
Destinação 
Natureza da 
Despesa 
26 
 
CÓDIGO 
FONTE ESPECIFICAÇÃO 
Fixo Variável 
000 XXXX RECURSOS ORDINÁRIOS (Destinados à 
Contrapartida) 
Recursos destinados à 
contrapartida de convênios e outros 
instrumentos congêneres firmados. 
101 0000 MDE Fonte de recursos destinada a 
controlar o cumprimento ao artigo 
212 da CF/88 combinado com o 
artigo 11, inciso V da Lei Federal 
nº. 9.394/96. 
101 XXXX MDE (Destinados à Contrapartida) Recursos destinados à 
contrapartida de convênios e outros 
instrumentos congêneres firmados. 
102 0000 FUNDEB – OUTRAS DESPESAS (40%) Fonte destinada a controlar o 
cumprimento do inciso IV do art. 60 
do ADCT da CF/88 com o art. 21 
da Lei Federal nº. 11. 494, de 20 
de junho de 2007. 
102 XXXX FUNDEB – OUTRAS DESPESAS (40%) 
(Destinados à Contrapartida) 
Recursos destinados à 
contrapartida de convênios e outros 
instrumentos congêneres firmados. 
103 0000 FUNDEB – PAGAMENTO DOS 
PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO 
(60%) 
Fonte destinada a controlar o 
cumprimento do inciso XII do art. 
60 do ADCT da CF/88 combinado 
com o art. 22 da Lei Federal nº. 11. 
494, de 20 de junho de 2007. 
103 XXXX FUNDEB – PAGAMENTO DOS 
PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO 
(60%) (Destinados à Contrapartida) 
Recursos destinados à 
contrapartida de convênios e outros 
instrumentos congêneres firmados. 
104 0000 MDE - REMUNERAÇÃO DE 
DEPÓSITOS BANCÁRIOS 
Recursos provenientes da 
arrecadação de receita de 
remuneração de depósitos 
bancários de recursos vinculados a 
MDE destinados a controlar o 
cumprimento ao artigo 212 da 
CF/88 combinado com o artigo 11, 
inciso V da Lei Federal nº. 
9.394/96. 
105 0000 FUNDEB - REMUNERAÇÃO DE 
DEPÓSITOS BANCÁRIOS (OUTRAS 
DESPESAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA – 
40%) 
Recursos provenientes da 
arrecadação de receita de 
remuneração de depósitos 
bancários de recursos vinculados 
do FUNDEB destinados a custear 
despesas com a educação básica 
que não estejam relacionadas na 
fonte de código 106. 
106 0000 FUNDEB - REMUNERAÇÃO DE 
DEPÓSITOS BANCÁRIOS 
(PAGAMENTO DOS PROFISSIONAIS 
DO MAGISTÉRIO - 60%) 
Recursos provenientes da 
arrecadação de receita de 
remuneração de depósitos 
bancários de recursos vinculados 
do FUNDEB destinados a custear 
despesas com a remuneração dos 
profissionais do magistério em 
efetivo exercício na educação 
básica. 
107 0000 RECURSOS DO FNDE Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos vinculados 
originários de transferências 
recebidas pelo Município, relativos 
ao Fundo Nacional do 
27 
 
CÓDIGO 
FONTE ESPECIFICAÇÃO 
Fixo Variável 
Desenvolvimento da Educação – 
FNDE, compreendendo os 
repasses referentes ao salário-
educação e demais programas do 
FNDE. 
108 XXXX RECURSOS DE CONVÊNIOS 
DESTINADOS A PROGRAMAS DE 
EDUCAÇÃO 
Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos originários de 
transferências em virtude de 
assinatura de convênios ou 
legislações específicas, cuja 
destinação encontra-se vinculada a 
programas da educação. 
109 AAAA EDUCAÇÃO FUNDEB - MAGISTÉRIO 
(60%) – Ano Anterior 
Recursos vinculados ao FUNDEB 
para aplicação no pagamento de 
profissionais do magistério em 
efetivo exercício, advindos de 
exercícios anteriores. Identificado 
pelo ano de ingresso dos recursos. 
110 AAAA EDUCAÇÃO FUNDEB - OUTROS (40%) 
- Ano Anterior 
Recursos vinculados ao FUNDEB 
para aplicação em outras 
despesas, advindos de exercícios 
anteriores. Identificado pelo ano de 
ingresso dos recursos. 
111 0000 RECURSOS DE OPERAÇÕES DE 
CRÉDITO DESTINADAS A EDUCAÇÃO 
Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos originários de 
operações de crédito, cuja 
destinação encontra-se vinculada a 
programas da educação. 
199 0000 DEMAIS RECURSOS CUJA APLICAÇÃO 
ESTEJA VINCULADA A FUNÇÃO 
EDUCAÇÃO 
Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos vinculados 
não enquadrados em 
especificações próprias, cuja 
aplicação encontra-se destinada a 
programas da educação. 
201 0000 RECURSOS PRÓPRIOS - SAÚDE Fonte de recursos destinada a 
controlar o cumprimento do inciso 
III do artigo 77 do ADCT da CF/88. 
201 XXXX RECURSOS PRÓPRIOS – SAÚDE 
(Destinados à Contrapartida) 
Recursos destinados à 
contrapartida de convênios e outros 
instrumentos congêneres firmados. 
202 0000 REMUNERAÇÃO DE DEPÓSITOS 
BANCÁRIOS (RECURSOS PRÓPRIOS – 
SAÚDE) 
Recursos provenientes da 
arrecadação de receita de 
remuneração de depósitos 
bancários de recursos próprios da 
saúde destinados a controlar o 
cumprimento do inciso III do artigo 
77 do ADCT da CF/88. 
203 0000 RECURSOS DO SUS Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos originários de 
transferências do Fundo Nacional 
de Saúde recebido pelo Fundo de 
Saúde do Município, referentes ao 
Sistema único de Saúde (SUS). 
204 XXXX RECURSOS DE CONVÊNIOS 
DESTINADOS A PROGRAMAS DE 
SAÚDE 
Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos originários de 
transferências em virtude de 
assinatura de convênios ou 
legislações específicas, cuja 
28 
 
CÓDIGO 
FONTE ESPECIFICAÇÃO 
Fixo Variável 
destinação encontra-se vinculada a 
programas da saúde. 
205 0000 RECURSOS DE OPERAÇÃO DE 
CRÉDITO DESTINADA A AÇÕES E 
SERVIÇOS DE SAÚDE 
Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos originários de 
operações de crédito, cuja 
destinação encontra-se vinculada a 
programas da saúde. 
299 0000 DEMAIS RECURSOS VINCULADOS A 
SAÚDE 
Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos não 
enquadrados em especificações 
próprias, cuja destinação encontra-
se vinculada a programas da 
saúde. 
301 0000 RECURSOS DO FNAS (Lei Federal Nº. 8.742, 07/12/1993) 
302 XXXX RECURSOS DE CONVÊNIOS 
DESTINADOS A PROGRAMAS DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Fonte de recursos destinada a 
controlar os recursos originários de 
transferências em virtude de 
assinatura de convêniosou 
legislações específicas, cuja 
destinação encontra-se vinculada a 
programas da assistência social. 
399 0000 DEMAIS RECURSOS DESTINADOS A 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Recursos não enquadrados em 
especificações próprias, cuja 
destinação encontra-se vinculada a 
programas da assistência social. 
401 0000 RECURSOS DO REGIME PRÓPRIO DE 
PREVIDÊNCIA (RPPS) 
Fonte destinada a controlar os 
recursos do RPPS, quando não 
houver segregação de massa. 
402 0000 RECURSOS DO FUNDO FINANCEIRO Fonte destinada a controlar os 
recursos previdenciários quando da 
segregação de massa. 
403 0000 RECURSOS DO FUNDO 
PREVIDENCIÁRIO 
Fonte destinada a controlar os 
recursos previdenciários quando da 
segregação de massa. 
404 0000 RECURSOS DA TAXA DE 
ADMINISTRAÇÃO 
Fonte destinada a controlar os 
recursos da Taxa de 
Administração. 
405 0000 RECURSOS DO SUPERÁVIT DA TAXA 
DE ADMINISTRAÇÃO 
Fonte destinada a controlar os 
recursos excedentes da taxa de 
administração, nos termos dos 
incisos III e IV da Portaria MPS nº. 
402/2008. Esta fonte será ativada 
pela transferência das sobras na 
fonte 530 no encerramento do 
exercício, caso a municipalidade 
tenha criado por lei, fundo 
específico para esta finalidade. 
501 XXXX CONVÊNIOS DO ESTADO Recursos originários de 
transferências estaduais em virtude 
de assinatura de convênios ou 
legislações específicas, cuja 
destinação encontra-se vinculada 
aos seus objetos. Não serão 
controlados por esta fonte os 
recursos de convênios vinculados a 
programas da educação, da saúde 
e da assistência social, cujo 
controle será realizado através das 
29 
 
CÓDIGO 
FONTE ESPECIFICAÇÃO 
Fixo Variável 
fontes 108, 204 e 302, 
respectivamente. 
502 XXXX CONVÊNIOS DA UNIÃO Recursos originários de 
transferências federais em virtude 
de assinatura de convênios ou 
legislações específicas, cuja 
destinação encontra-se vinculada 
aos seus objetos. Não serão 
controlados por esta fonte os 
recursos de convênios vinculados a 
programas da educação, da saúde 
e da assistência social, cujo 
controle será realizado através das 
fontes 108, 204 e 302, 
respectivamente. 
601 0000 CIDE Fonte destinada a controlar os 
recursos da CIDE, nos termos do 
artigo nº. 159, inciso III, § 4º da 
Constituição Federal da República. 
602 0000 COSIP Fonte destinada a controlar os 
recursos da COSIP, nos termos do 
artigo 149, “a” da Constituição 
Federal da República. 
603 0000 RECURSOS VINCULADOS AO 
TRANSITO 
Fonte destina a controlar os 
recursos do trânsito nos termos do 
artigo nº. 320 do Código de 
Trânsito Brasileiro. 
604 0000 ROYALTIES DO PETROLEO Fonte destinada a controlar os 
recursos originários da 
arrecadação da cota-parte 
royalties. 
605 0000 ROYALTIES DO PETROLEO ESTADUAL Fonte destinada a controlar os 
recursos da Lei Estadual nº. 
8.308/2006 (art. 2º). 
901 0000 OPERAÇÕES DE CREDITO INTERNA Fonte destinada a controlar os 
recursos originários de operações 
de crédito internas, exceto as 
operações cuja aplicação esteja 
destinada a programas de 
educação e saúde que serão 
controladas nas fontes 111 e 205, 
respectivamente. 
902 0000 OPERAÇÕES DE CREDITO EXTERNA Fonte destinada a controlar os 
recursos originários de operações 
de crédito externas, exceto as 
operações cuja aplicação esteja 
destinada a programas de 
educação e saúde que serão 
controladas nas fontes 111 e 205, 
respectivamente. 
903 0000 ALIENAÇOES DE BENS E DIREITOS Fonte destinada a controlar os 
recursos advindos da alienação de 
bens nos termos do art. 44 da LRF. 
999 0000 OUTROS DE RECURSOS DE 
APLICAÇÃO VINCULADA 
Fonte destinada a controlar 
recursos cuja aplicação seja 
vinculada e não tenha sido 
enquadrado em outras 
especificações. 
30 
 
3.4 ESTÁGIOS DA RECEITA 
 
Os chamados estágios da Receita Pública são as etapas consubstanciadas nas ações 
desenvolvidas e percorridas pelos órgãos e repartições encarregados de executá-las. Os 
estágios são os seguintes: previsão; lançamento; arrecadação; e recolhimento. 
 
Como evidenciado, somente a receita orçamentária reúne condições de percorrer esses três 
estágios, porquanto a receita extra-orçamentária não terá necessidade de percorrê-los, isto 
porque os requisitos de que são revestidos, como no caso da previsão, por exemplo, são 
dispensados. 
 
 
 
 
3.4.1 PREVISÃO OU PLANEJAMENTO 
 
A previsão indica a expectativa da receita por parte da Fazenda Pública e configura o que se 
pretende arrecadar no exercício financeiro com o objetivo de custear os serviços públicos 
programados para o mesmo período. 
 
Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei 
Orçamentária Anual — LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, 
observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal — LRF. 
 
 
3.4.1.1 METODOLOGIA DE PROJEÇÃO DAS RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS 
 
No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas orçamentárias adotada está 
baseada na série histórica de arrecadação das mesmas ao longo dos anos ou meses 
anteriores (base de cálculo), corrigida por parâmetros de preço (efeito preço), de quantidade 
(efeito quantidade) e de alguma mudança de aplicação de alíquota em sua base de cálculo 
(efeito legislação). Esta metodologia busca traduzir matematicamente o comportamento da 
arrecadação de uma determinada receita ao longo dos meses e anos anteriores e refleti-la 
para os meses ou anos seguintes, utilizando-se de modelos matemáticos. A busca deste 
modelo dependerá em grande parte da série histórica de arrecadação e de informações dos 
Órgãos ou Unidades Arrecadadoras, que estão diretamente envolvidas com a receita que se 
pretende projetar 
 
De modo geral, a metodologia utilizada varia de acordo com a espécie de receita 
orçamentária que se quer projetar. Assim, para cada receita deve ser avaliado o modelo 
matemático mais adequado para projeção, de acordo com a série histórica da sua 
arrecadação. Se necessário, podem ser desenvolvidos novos modelos. 
 
A projeção das receitas é fundamental na determinação das despesas, pois é a base para a 
fixação destas na Lei Orçamentária Anual, na execução do orçamento e para a 
determinação das necessidades de financiamento do Governo. Além disso, é primordial sua 
análise na concessão de créditos suplementares e especiais por excesso de arrecadação. 
 
31 
 
Uma das formas de projetar valores de arrecadação é a utilização de modelos incrementais 
na estimativa das receitas orçamentárias. Esta metodologia corrige os valores arrecadados 
pelos índices de preço, quantidade e legislação, da seguinte forma: 
 
Projeção = Base de Cálculo x (índice de preço) x (índice de quantidade) x (efeito 
legislação), onde: 
 
Projeção - é o valor a ser projetado para uma determinada receita, de forma mensal para 
atender à execução orçamentária, cuja programação é feita mensalmente. 
 
Base de cálculo - É obtida por meio da série histórica de arrecadação da receita e 
dependerá do seu comportamento mensal. A base de cálculo pode ser: 
 
• a arrecadação de cada mês (arrecadação mensal) do ano anterior; 
• a média de arrecadação mensal do ano anterior (arrecadação anual do ano 
anterior dividido por doze); 
• a média de arrecadação mensal dos últimos doze meses ou média móvel dos 
últimos doze meses (arrecadação total dos últimos doze meses dividido por 
doze); 
• a média trimestral de arrecadação ao longo de cada trimestre do ano anterior; 
• a média de arrecadação dos últimos meses do exercício; 
 
A escolha dos modelos de projeção dependerá fortemente do comportamento da 
arrecadação ao longo dos meses, isto é, dependerá da série histórica de arrecadação. 
 
Por exemplo: uma série histórica sazonal perderá os efeitos de sazonalidades se for 
utilizada como base de cálculo a média de arrecadação, já que esta última igualará todos os 
valores mensais projetados da receita, não refletindo adequadamente o comportamento da 
sua série histórica. Neste caso, é preferível usar como base de cálculo a arrecadação 
individualizada mês

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