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79
Capítulo 4
Estoques de materiais
1 Critério de avaliação dos estoques
Os estoques de produtos em fabricação, produtos acabados, matérias-primas, embala-
gens e bens em almoxarifado devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou produção, 
deduzido de provisão para ajuste ao valor justo, quando este for inferior. Para esses 
efeitos, considera-se valor justo o valor de reposição ou o preço líquido de realização, 
conforme o caso. Por exemplo, deve-se constituir provisão (a débito de despesa) para 
cada espécie de matéria-prima cujo valor de reposição seja inferior ao custo de aquisição.
No caso das matérias-primas, embalagens e demais bens destinados à produção, a ava-
liação deve ser feita com base no custo de aquisição (ou de produção, se eventualmente 
forem fabricados pela própria indústria). Não integram o custo de aquisição os tributos 
recuperáveis, que, na atividade industrial, podem ser o ICMS e o IPI, além do PIS e da 
Cofins, quando não cumulativos.
Os produtos acabados e os produtos em elaboração devem ser avaliados pelo custo de 
produção. São computados como custos de produção os gastos com matérias-primas 
aplicadas na fabricação, embalagens e mão de obra direta, além dos custos indiretos 
de fabricação.
Bens em estoque Avaliação Valor justo
Matérias-primas, embalagens e demais bens 
destinados à produção
Custo de aquisição Valor de reposição
Produtos acabados e produtos em elaboração Custo de produção
Preço líquido de 
realização
2 Movimentação de estoque
A origem das entradas em estoque pode ser externa ou interna. As entradas de origem 
externa geralmente são as compras. As de origem interna podem ser devoluções do setor 
de produção, transferências internas de outros setores, produtos acabados pela produção 
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
80Ricardo J. Ferreira
que se destinem a novas operações de industrialização (produtos intermediários), ou a 
uso na própria indústria etc.
As saídas do almoxarifado podem ser destinadas ao setor de produção, ou ocorrer em 
virtude de transferências para outros setores da fábrica, baixas por deterioração, obso-
lescência, devoluções aos fornecedores etc.
As compras de matérias-primas e demais materiais devem ser comprovadas pelas notas 
fiscais emitidas pelos fornecedores. As outras operações de entradas e as saídas devem 
ser comprovadas por documentos internos, que podem ser requisições, boletins de 
transferência, boletins de sobra, boletins de produção etc.
As requisições são utilizadas para o fornecimento de materiais ao setor de produção, 
enquanto os boletins costumam ser utilizados nas operações com os outros departa-
mentos da fábrica.
3 Custo de aquisição das matérias-primas
O custo de aquisição das matérias-primas, embalagens e outros bens em almoxarifado 
deve representar os gastos necessários a que eles estejam em condições de uso na produ-
ção. Assim, no custo de aquisição, devem ser computados os gastos com frete, seguro do 
frete, imposto de importação, taxas alfandegárias. Exceções a essa regra são os tributos 
recuperáveis (ICMS, IPI, PIS e Cofins).
O IPI é recuperável nas aquisições de matérias-primas e demais bens destinados à 
industrialização de produtos sujeitos ao imposto. Não é recuperável nas aquisições de 
bens para o ativo fixo e de material para uso ou consumo da indústria. Nesses casos, o IPI 
deve integrar o custo de aquisição.
1º exemplo
Considerando a compra de 10 unidades de matérias-primas a R$ 100,00 cada, acrescida 
de 10% de IPI e com o ICMS de 20% já incluído, temos as seguintes informações na 
nota fiscal emitida pelo fornecedor:
Matérias-Primas: 10 unidades x 100,00 por unidade 1.000,00
IPI – 10% 100,00
ICMS já incluído no valor da operação à alíquota de 20% 200,00
Total da nota fiscal 1.100,00
Como os bens são destinados à industrialização, o IPI não faz parte da base de cálculo 
do ICMS; por se tratar de estabelecimento industrial que vai destinar as matérias-primas 
à fabricação de produtos sujeitos ao imposto, o IPI é recuperável.
81
Cu
st
os
Capítulo 4
Estoques de materiais
D - Estoques de Matérias-Primas 800,00
D - ICMS a Recuperar 200,00
D - IPI a Recuperar 100,00
C - Fornecedores 1.100,00
Digamos que fossem requisitadas seis unidades dessas matérias-primas pelo setor de 
produção. O custo de aquisição de cada unidade seria de:
 800,00 = 80,00
10 unids.
Lançamento de apropriação da matéria-prima ao produto:
D - Estoques de Produtos em Elaboração
C - Estoques de Matérias-Primas (6 unids. x 80,00) 480,00
O ICMS e o IPI lançados como impostos a recuperar permanecem no ativo circulante, 
para compensação com o imposto incidente na saída dos produtos, quando da venda.
Os descontos financeiros (condicionais), obtidos, por exemplo, na antecipação do paga-
mento de duplicatas relativas à aquisição de matérias-primas, não devem ser abatidos do 
custo de aquisição dos bens. O correto é lançá-los como receita financeira, diretamente no 
resultado do exercício, mantendo-se os estoques registrados pelo valor bruto de aquisição.
2º exemplo
Assim, no pagamento de duplicata de valor nominal de R$ 1.000,00, com desconto 
financeiro obtido de R$ 100,00, lançamos:
D - Fornecedores 1.000,00
C - Caixa 900,00
C - Receitas Financeiras (descontos financeiros obtidos) 100,00
Os descontos incondicionais (comerciais) e abatimentos são considerados dedução do 
preço de compra. O lançamento é feito com base no valor líquido de aquisição. Esse 
procedimento está de acordo com o princípio do registro pelo valor original.
Na compra a prazo de matérias-primas no valor de R$ 1.000,00, com desconto comer-
cial de R$ 200,00, desconsiderada a incidência de impostos, lançamos, pelo valor 
líquido a pagar:
D - Estoques de Matérias-Primas
C - Fornecedores 800,00
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
82Ricardo J. Ferreira
Para o controle das matérias-primas e demais bens em almoxarifado, são utilizadas fichas 
de controle de estoques, em que há a indicação das entradas, saídas e do saldo após cada 
operação. Na ficha de controle de matérias-primas, por exemplo, a coluna de entradas 
é utilizada para indicar as compras. Nos casos de devoluções de compras, também se 
utiliza a coluna de entradas, registrando-se o valor correspondente como negativo, ou 
seja, como um estorno. Assim, evita-se o registro das devoluções de compra na coluna 
de saídas, o que poderia ser confundido com saída de matérias-primas por requisição 
da produção. A coluna de saídas é utilizada para indicar as matérias-primas remetidas 
à produção, em virtude de requisições. Também se utiliza a coluna de saídas para o 
registro de devoluções de matérias-primas pelo setor de produção, indicando-se o valor 
como negativo, vale dizer, como um estorno. Dessa forma, a devolução de requisição não 
é confundida com uma entrada por compra.
Dia Entradas Saídas Saldos
Q U T Q U T Q U T
01 8 80,00 640,00
02 12 10,00 120,00 ? 38,00 ?
03 ? ? 190,00 15 ? 570,00
04 (3) ? ? ? ? ?
05 (2) ? ? ? ? ?
01. (Auditor/Receita/Esaf) Na ficha (acima apresentada) de estoque de matéria-prima 
de uma empresa industrial, que, como se observa, sofreu 04 movimentações no 
período de 1º a 05 de certo mês, “Q”, “U” e “T” representam, respectivamente, 
quantidade, custo unitário e custo total em reais.
Sabendo-se que as devoluções são relativas ao movimento do mesmo mês, assinale 
o valor a ser encontrado no lugar do último ponto-de-interrogação, isto é, o valor 
do custo total do saldo no dia 5.
a) R$ 704,00
b) R$ 664,00
c) R$ 436,00
d) R$ 608,00
e) R$ 476,00
O saldo de R$ 640,00, no dia 1º, indica o estoque inicial. No dia 2, houve compras 
no valor de R$ 120,00; a operação do dia 3 foi a requisição de matérias-primas pela 
produção, no valor de R$ 190,00; no dia 4, houve a devolução de matérias-primas 
ao almoxarifado pelo setor de produção; no dia 5, ocorreu devolução de compras de 
matérias-primas aosfornecedores, no valor de R$ 20,00.
83
Cu
st
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Capítulo 4
Estoques de materiais
Dia Entradas Saídas Saldos
Q U T Q U T Q U T
01 08 80,00 640,00
02 12 10,00 120,00 20 38,00 760,00
03 05 38,00 190,00 15 38,00 570,00
04 (03) 38,00 (114,00) 18 38,00 684,00
05 (02) 10,00 (20,00) 16 41,50 664,00
Gabarito: B
3º exemplo
A Companhia Alpha adquiriu matérias-primas para serem utilizadas na industrialização 
de seus produtos. A nota fiscal de compra continha os seguintes dados:
Valor das matérias-primas 1.000,00
IPI 200,00
Valor total da nota fiscal 1.200,00
ICMS destacado na nota fiscal 170,00
O IPI e o ICMS são impostos recuperáveis para a empresa. Assim, o custo de aquisição 
das matérias-primas deve ser o total pago ao fornecedor, menos os impostos recuperáveis.
Total da nota fiscal 1.200,00
ICMS recuperável incluído no valor da mercadoria (170,00)
IPI recuperável (200,00)
Custo de aquisição das matérias-primas 830,00
Lançamento contábil:
D - Estoques de Matérias-Primas 830,00
D - ICMS a Recuperar 170,00
D - IPI a Recuperar 200,00
C - Fornecedores ou Caixa 1.200,00
02. (AFC/Esaf) A Industrialzinha Ltda. adquiriu matérias-primas para serem utilizadas 
na fabricação de seus produtos no mês de agosto, exigindo entrega em domicílio, 
mesmo que onerosa. A nota fiscal dessa compra espelhou os seguintes dados:
Quantidade 500 unidades
Preço unitário R$ 8,00
IPI 10%
ICMS 17%
Despesas acessórias/fretes R$ 240,00
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
84Ricardo J. Ferreira
No mês de agosto a empresa utilizou 60% desse material na produção. Os fretes 
não sofreram tributação.
Com base nas informações fornecidas e sabendo-se que a empresa é contribuinte 
tanto do IPI como do ICMS, assinale o lançamento correto para contabilizar a 
apropriação de matéria-prima ao produto (desconsiderar históricos).
a) Produtos em Processo
 a Matéria-Prima R$ 1.896,00
b) Produtos Acabados
 a Matéria-Prima R$ 1.896,00
c) Produtos em Processo
 a Matéria-Prima R$ 2.376,00
d) Produtos em Processo
 a Matéria-Prima R$ 2.136,00
e) Produtos Acabados
 a Matéria-Prima R$ 2.136,00
Nota fiscal de compra:
500 unids. x 8,00 = 4.000,00
IPI – 10% 400,00
Frete 240,00
ICMS já incluído – 17% 680,00
Total da nota fiscal 4.640,00
No estoque, registra-se o custo de aquisição, excluídos os impostos recuperáveis:
Custo de Aquisição = 4.640,00 – IPI – ICMS
Custo de Aquisição = 4.640,00 – 400,00 – 680,00 = 3.560,00
Houve requisição de 60% dos materiais, ao custo de 3.560,00 x 60% = 2.136,00. 
Gabarito: D
4º exemplo
A Indústria Brasília adquiriu em 01.04.x1 matérias-primas para serem utilizadas na 
industrialização de seus produtos.
Informações adicionais:
1 - Dados da nota fiscal de aquisição:
Valor das matérias-primas 2.000,00
Valor do IPI 200,00
Valor do ICMS destacado na nota 340,00
85
Cu
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Capítulo 4
Estoques de materiais
2 - Pelo transporte das matérias-primas até o seu estabelecimento, a empresa pagou 
R$ 240,00, a um transportador;
3 - No mês de abril/x1, a empresa utilizou 40% dessas matérias-primas na fabricação 
de seus produtos.
Sabendo-se que, dos tributos referidos, apenas o ICMS é recuperável pela empresa, o 
custo de aquisição das matérias-primas é apurado da seguinte forma:
Total da nota fiscal de compra 2.200,00
Frete 240,00
ICMS recuperável ( 340,00)
Custo de aquisição das matérias-primas 2.100,00
Como, neste caso, o IPI não é recuperável, ele foi computado como parte do custo de 
aquisição.
As matérias-primas aplicadas à produção do período corresponderam a 40% do 
total adquirido. Portanto, o custo de aquisição das matérias-primas aplicadas foi 
de: R$ 2.100,00 x 40% = R$ 840,00.
03. (Auditor/Receita/Esaf) Numa determinada empresa industrial, o fluxo de maté-
rias-primas durante o ano foi o seguinte:
I. Saldo inicial:
 Item 1 – 5.000 unidades a R$ 1,00 cada uma
 Item 2 – 8.000 unidades a R$ 0,75 cada uma
 Item 3 – 4.000 unidades a R$ 2,75 cada uma
II. Compras:
 Item 1 – 12.000 unidades a R$ 1,00 cada uma
 Item 3 – 6.000 unidades a R$ 2,75 cada uma
III. Entregas à produção:
 Item 1 – 3.500 unidades
 Item 2 – 2.000 unidades
 Item 3 – 3.000 unidades
IV. Matérias-primas defeituosas, devolvidas aos fornecedores:
 Item 1 – 200 unidades
V. Matérias-primas excedentes, devolvidas ao almoxarifado pela fábrica:
 Item 2 – 50 unidades
Efetuadas essas operações, o saldo da conta “Matérias-Primas” na escrituração 
da referida empresa era de
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
86Ricardo J. Ferreira
a) R$ 37.287,50.
b) R$ 37.087,50.
c) R$ 37.012,50.
d) R$ 22.000,00.
e) R$ 15.087,50.
Estoques de Matérias-Primas
item 1 = 5.000 x 1,00 5.000,00 3.500,00 item 1 = 3.500 x 1,00
item 2 = 8.000 x 0,75 6.000,00 1.500,00 item 2 = 2.000 x 0,75
item 3 = 4.000 x 2,75 11.000,00 8.250,00 item 3 = 3.000 x 2,75
item 1 = 12.000 x 1,00 12.000,00 200,00 item 1 = 200 x 1,00
item 3 = 6.000 x 2,75 16.500,00
item 2 = 50 x 0,75 37,50
37.087,50
Gabarito: B
04. (Auditor/Receita/Esaf/Adaptada) Uma empresa industrial transferiu produtos 
semielaborados do seu estabelecimento central para a sua outra fábrica, em outra 
cidade. O transporte custou R$ 30.000,00 e os produtos semielaborados foram 
transferidos ao seu custo total de R$ 270.000,00. O estabelecimento central cum-
pre sua etapa de produção com semielaborados e elaborados. A fábrica da outra 
cidade inicia sua produção com os semielaborados que recebe da “central”. Nesse 
caso, no estabelecimento da outra cidade, recebedor, por quais valores e em que 
contas se apropriam tais fatos?
a) Produtos semielaborados: R$ 270.000,00 e despesas gerais de produção: 
R$ 30.000,00.
b) Matérias-primas: R$ 300.000,00.
c) Produtos semielaborados: R$ 300.000,00.
d) Despesas gerais de produção: R$ 300.000,00.
e) Produtos semielaborados: R$ 270.000,00 e Transportes: R$ 30.000,00.
Apesar de os produtos serem semielaborados em relação ao estabelecimento remetente, 
para a fábrica que os recebe, esses produtos são matérias-primas, pois se destinam a 
novo processo produtivo. Deve ser utilizada a conta Estoques de Matérias-Primas, e 
o valor lançado – 300.000,00 – deve incluir o transporte. Gabarito: B
87
Cu
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Capítulo 4
Estoques de materiais
05. (Auditor/Receita/Esaf) Uma fábrica de cimento contrata empresa de transporte 
coletivo para transportar seu pessoal para trabalhar em sua jazida, de onde extrai 
calcário para produção de cimento. Os gastos com os serviços contratados serão 
apropriados, em relação à produção de cimento, como
a) custo de mão de obra.
b) custo da matéria-prima.
c) custo de serviços de terceiros.
d) despesas gerais de produção.
e) custo de veículos.
Todos os gastos realizados até o momento em que o calcário esteja disponível no esto-
que da indústria, para ser utilizado na produção do cimento, devem ser registrados na 
conta Estoques de Matérias-Primas. A única exceção são os impostos recuperáveis, 
se houver. Gabarito: B
4 Ajuste dos estoques ao valor justo
O custo de aquisição ou produção deve ser deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor 
justo, se este for menor. O valor justo das matérias-primas e bens em almoxarifado é o 
preço pelo qual possam ser repostos (valor de reposição), mediante compra no mercado.
Exemplo
Consideremos que uma indústria mantenha em seus estoques as seguintes matérias-
-primas:
Matérias-primas Valor de aquisição Valor de reposição
A 100,00 90,00
B 300,00 310,00
C 250,00 230,00
A provisão é constituída para cada espécie de matéria-prima que tenha valor justo infe-
rior ao custo de aquisição. Assim, no caso de A e de C, deve ser constituída a provisão 
para ajuste ao valor justo:
Matérias-primas Valor de aquisição Valor de reposição Provisão
A 100,00 90,00 10,00
B 300,00 310,00 –
C 250,00 230,00 20,00
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
88Ricardo J. Ferreira
Eis o lançamento de ajuste:
D - Despesa com Provisão
C - Provisão para Ajuste ao Valor Justo (retif.do AC) 30,00
No balanço patrimonial, o saldo da conta Estoques de Matérias-Primas deve indicar o 
seu valor de aquisição, que é deduzido da provisão:
Ativo Circulante
Estoques de Matérias-Primas 650,00
( – ) Provisão para Ajuste ao Valor Justo ( 30,00)
Valor contábil das matérias-primas 620,00
No caso das embalagens e bens em almoxarifado, os procedimentos aplicáveis são idên-
ticos aos apresentados para as matérias-primas.
5 ICMS nas compras
O ICMS é recuperável nas aquisições:
1 - de mercadorias destinadas à comercialização;
2 - de mercadorias destinadas à industrialização;
3 - de bens para o ativo fixo.
A partir de novembro de 1996, o ICMS incidente nas operações com bens para o 
ativo fixo passou a ser recuperável, por determinação da Lei Complementar nº 87/96 
(Lei Kandir).
Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias resultantes de operações isentas ou 
não tributadas, ou que se refiram a mercadorias alheias à atividade do estabelecimento.
O ICMS relativo à aquisição de material para uso ou consumo (material de escritório, 
limpeza, manutenção) ainda não é recuperável. A aplicação da não cumulatividade do 
imposto a esse caso vem sendo sistematicamente adiada.
1º exemplo
Na compra a prazo de matérias-primas não sujeitas à incidência do IPI, no valor de 
R$ 1.000,00, com ICMS de 20%, temos as seguintes informações na nota fiscal emi-
tida pelo fornecedor:
Matérias-primas: 10 unidades x 100,00 por unidade 1.000,00
ICMS já incluído no valor da operação à alíquota de 20% 200,00
Total da nota fiscal 1.000,00
89
Cu
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Capítulo 4
Estoques de materiais
Lançamento feito pelo comprador:
D - Estoques de Matérias-Primas 800,00
D - ICMS a Recuperar 200,00
C - Fornecedores 1.000,00
O ICMS indicado na nota fiscal do fornecedor está incluído no valor das matérias-primas. 
O valor lançado pelo comprador como imposto a recuperar é o valor destacado na nota 
fiscal do fornecedor.
Nas operações de compra, registra-se no estoque o total gasto na aquisição, deduzido 
dos impostos recuperáveis.
2º exemplo
Na compra a prazo de matérias-primas, no valor de R$ 1.000,00, com a incidência de 
ICMS à alíquota de 20% e IPI não recuperável de 10%, temos as seguintes informações 
na nota fiscal emitida pelo fornecedor:
Matérias-primas: 10 unidades x 100,00 por unidade 1.000,00
IPI de 10% 100,00
ICMS já incluído no valor da operação à alíquota de 20% 200,00
Total da nota fiscal 1.100,00
Lançamento contábil feito pelo comprador:
D - Estoques de Matérias-Primas 900,00
D - ICMS a Recuperar 200,00
C - Fornecedores 1.100,00
Como, neste caso, o IPI não é recuperável, seu valor foi integrado ao custo de aquisição das 
matérias-primas, passando a fazer parte do saldo da conta Estoques de Matérias-Primas.
Ao contrário do ICMS, o IPI não faz parte do valor das matérias-primas indicado na 
nota fiscal do fornecedor. Ele é calculado por fora.
Quando o comprador faz o pedido, é necessário que ele informe ao fornecedor que 
destino dará aos bens encomendados. Se eles forem destinados à comercialização ou à 
industrialização, o fornecedor não incluirá o IPI na base de cálculo do ICMS. Entretanto, 
se o destino dos bens for outro (integrar o ativo fixo, serem consumidos ou usados pelo 
comprador), o fornecedor deverá incluir o IPI na base de cálculo do ICMS.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
90Ricardo J. Ferreira
3º exemplo
Na compra a prazo de máquinas e equipamentos para o ativo fixo, no valor de R$ 1.000,00, 
com a incidência de ICMS à alíquota de 20% e de IPI de 10%, temos as seguintes infor-
mações na nota fiscal emitida pelo fornecedor:
Máquinas e equipamentos: 10 unidades x 100,00 1.000,00
IPI de 10% 100,00
ICMS já incluído no valor da operação à alíquota de 20% 220,00
Total da nota fiscal 1.100,00
Como os bens não são destinados à comercialização ou à industrialização, o ICMS 
incide, também, sobre o valor do IPI.
Lançamento contábil feito pelo comprador dos bens:
D - Máquinas e Equipamentos 880,00
D - ICMS a Recuperar 220,00
C - Fornecedores 1.100,00
O IPI incidente na aquisição de bens para o ativo fixo e de materiais para uso ou con-
sumo não é recuperável.
Resumo sobre ICMS e IPI
Operações Recuperação do ICMS
Recuperação 
do IPI
IPI na BC do 
ICMS
ICMS na BC 
do IPI
Compra para revenda sim não não sim
Compra de matérias-primas sim sim não sim
Compra de material de uso ou consumo não não sim sim
Compra de ativo fixo (imobilizado) sim não sim sim
6 ICMS e frete nas compras
O ICMS incide sobre todos os valores cobrados do comprador pelo fornecedor das 
matérias-primas. É o caso do frete, seguro do frete, carga, descarga, armazenagem.
1º exemplo
Na compra a prazo de matérias-primas no valor de R$ 1.000,00, mais o valor de 
R$ 200,00 relativo ao frete realizado pelo próprio fornecedor, com a incidência de 
ICMS à alíquota de 20%, a nota fiscal emitida pelo fornecedor apresenta as seguin-
tes informações:
91
Cu
st
os
Capítulo 4
Estoques de materiais
Matérias-primas: 10 unidades x 100,00 por unidade 1.000,00
Frete 200,00
ICMS já incluído no valor da operação à alíquota de 20% 240,00
Total da nota fiscal 1.200,00
O ICMS também incidiu sobre o valor do frete, em virtude de ele ter sido realizado pelo 
próprio fornecedor.
Lançamento contábil feito pelo comprador:
D - Estoques de Matérias-Primas 960,00
D - ICMS a Recuperar 240,00
C - Fornecedores 1.200,00
Se o serviço de transporte for prestado por um transportador, seu valor não fará parte 
da base de cálculo da operação realizada pelo fornecedor das matérias-primas. Nesse 
caso, teremos dois documentos fiscais: a nota fiscal emitida pelo fornecedor e a nota 
fiscal emitida pelo transportador.
2º exemplo
Consideremos que uma indústria tenha comprado R$ 1.000,00 em matérias-primas 
e contratado um transportador para realizar o transporte interestadual, pagando-lhe 
R$ 200,00. Nesse caso, o ICMS incidiu na operação com as matérias-primas e na pres-
tação de serviço de transporte interestadual.
Os dados da nota fiscal emitida pelo fornecedor das matérias-primas são:
Matérias-primas: 10 unidades x 100,00 por unidade 1.000,00
ICMS já incluído no valor da operação à alíquota de 20% 200,00
Total da nota fiscal 1.000,00
Eis os dados da nota fiscal emitida pelo transportador:
Prestação de serviço de transporte interestadual 200,00
ICMS já incluído no valor da prestação à alíquota de 20% 40,00
Total da nota fiscal 200,00
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
92Ricardo J. Ferreira
Lançamento contábil feito pelo comprador das matérias-primas e usuário do serviço 
de transporte:
D - Estoques de Matérias-Primas 960,00
D - ICMS a Recuperar 240,00
C - Fornecedores 1.200,00
Neste caso, o valor lançado no estoque, como custo de aquisição, inclui a matéria-prima 
e o serviço de terceiros, sem o ICMS.
Quando o transporte é executado pelo próprio comprador, não há incidência de impostos 
sobre frete, pois não existe prestação de serviço. A prestação de serviço deve envolver, 
necessariamente, um prestador e um usuário do serviço. Não se presta serviço a si mesmo.
Ressalvada a hipótese de o frete ser feito pelo próprio fornecedor (quando deve ser 
incluído na base de cálculo do ICMS), se o serviço de transporte é municipal, ocorre a 
incidência do ISS. Como este imposto não é recuperável, ele deve ser integrado ao valor 
de aquisição dos estoques de matérias-primas.
7 Estoques de produtos em elaboração e acabados
O Regulamento do Imposto de Renda estabelece que, ao fim de cada período-base de 
apuração do imposto, o contribuinte deve promover o levantamento e avaliação dos 
seus estoques. No caso das mercadorias, matérias-primas e dos bens em almoxarifado, 
a avaliação é feita pelo custo de aquisição. Os produtos em elaboração e acabados são 
avaliados pelo custo de produção.
Se o contribuinte mantiver sistema de contabilidade de custos integrado e coordenado com 
o restante da escrituração, poderáutilizar os custos apurados para avaliação dos estoques 
de produtos em fabricação e acabados. Caso contrário, deverá utilizar as regras estabelecidas 
pela legislação do IR na avaliação.
Considera-se sistema de contabilidade de custos integrado e coordenado com o restante 
da escrituração aquele:
1 - apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão 
de obra direta, custos gerais de fabricação);
2 - que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos esto-
ques de matérias-primas e outros materiais, produtos em elaboração e pro-
dutos acabados;
3 - apoiado em livros auxiliares, ou fichas, ou formulários contínuos, ou mapas 
de apropriação ou rateio, tidos em boa guarda, e de registros coincidentes 
com aqueles constantes da escrituração principal;
93
Cu
st
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Capítulo 4
Estoques de materiais
4 - que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do 
período-base de apropriação de resultados segundo os custos efetivos 
incorridos.
Se o sistema de contabilidade de custos não for coordenado e integrado com o restante 
da escrituração, os estoques de produtos em elaboração e acabados devem ser avaliados 
com base nas seguintes regras:
1 - os estoques de produtos acabados, em 70% do maior preço de venda no 
período-base, inclusive o ICMS embutido no preço;
2 - os estoques de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior 
custo das matérias-primas (excluídos os impostos recuperáveis – ICMS e IPI) 
adquiridas no período-base; ou em 80% do valor apurado para os estoques 
de produtos acabados, de acordo com o item anterior (80% dos 70% do maior 
preço de venda = 56% do maior preço de venda).
Exemplo
Uma indústria apurou, no encerramento do período-base, e mediante inventário físico, 
a existência em estoque de 200 unidades de certo produto, totalmente acabadas, e 100 
unidades em elaboração.
Sabe-se que:
1 - a empresa não possui contabilidade de custos integrada e coordenada com o 
restante da escrituração;
2 - o maior preço de venda desse produto, praticado durante o período-base de 
incidência, foi de R$ 500,00 a unidade, estando incluído o ICMS, no mon-
tante de R$ 85,00;
3 - a empresa não tem controle das matérias-primas já utilizadas nos produtos 
em elaboração, na data do encerramento do período-base.
O valor do estoque de produtos acabados deve ser calculado da seguinte forma:
Maior preço de venda no período-base 500,00
 x 70%
Valor arbitrado para a unidade acabada 350,00
Unidades de produtos acabados 200 unids.
Valor arbitrado para a unidade acabada x 350,00
Estoque de produtos acabados 70.000,00
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
94Ricardo J. Ferreira
E o cálculo do estoque de produtos em elaboração:
Valor arbitrado para a unidade acabada 350,00
 x 80%
Valor arbitrado para a unidade em elaboração 280,00
Unidades de produtos em elaboração 100 unids.
Valor arbitrado para a unidade em elaboração x 280,00
Estoque de produtos em elaboração 28.000,00
O IR admite, na avaliação dos estoques, o uso do custo médio, do custo dos bens 
adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS) e a avaliação com base no preço 
de venda, subtraída a margem de lucro. Assim como a legislação tributária, o CPC 16 
(R1) – Estoques não aceita a adoção do método UEPS.
De acordo com a legislação do Imposto de Renda, o custo de produção dos bens ou 
serviços vendidos compreende, obrigatoriamente:
1 - o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços 
aplicados ou consumidos na produção;
2 - o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, 
manutenção e guarda das instalações de produção;
3 - os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos 
bens aplicados na produção;
4 - os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
5 - os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
Para os efeitos do Imposto de Renda, a aquisição de bens de consumo eventual, cujo 
valor não exceda a 5% do custo total dos produtos vendidos no período-base anterior, 
pode ser registrada diretamente como custo de produção.
Conforme a legislação do Imposto de Renda, deve integrar também o custo de produ-
ção o valor:
1 - das quebras e perdas razoáveis, de acordo com a natureza do bem e da ativi-
dade, ocorridas na fabricação, no transporte e manuseio;
2 - das quebras ou perdas de estoque por deterioração, obsolescência ou pela 
ocorrência de riscos não cobertos por seguros, desde que comprovadas:
a) por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que 
especifique e identifique as quantidades destruídas ou inutilizadas e as 
razões da providência;
b) por certificado de autoridade competente, nos casos de incêndios, inun-
dações ou outros eventos semelhantes;
95
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Capítulo 4
Estoques de materiais
c) mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a destruição 
de bens obsoletos, invendáveis ou danificados, quando não houver valor 
residual apurável.
A legislação do Imposto de Renda não faz distinção entre perdas normais e anormais e 
manda computar os valores decorrentes de ambas como parte do custo de produção. A 
doutrina, porém, considera custo de produção apenas as perdas normais, apropriando 
diretamente ao resultado as perdas anormais (em regra, este é o critério adotado pelas 
bancas examinadoras).
8 Subprodutos
Subprodutos são os itens que decorrem do processo produtivo, como perdas normais de 
produção, e encontram mercado estável para a sua negociação, tanto pela existência de 
compradores interessados quanto pelo preço de venda. Sua comercialização se dá basi-
camente nos mesmos níveis dos produtos principais da linha de fabricação da indústria, 
mas o valor apurado não é significativo em relação ao montante das vendas. Em virtude 
da sua pequena participação no faturamento e de serem decorrentes de desperdícios, não 
são considerados propriamente produtos. É o caso das aparas de tecido, aparas de papel, 
sobras de madeira. Não são atribuídos custos de produção aos subprodutos.
Do ponto de vista contábil, o procedimento mais usual é se computar o preço apurado 
na venda dos subprodutos como redução dos custos de fabricação dos produtos princi-
pais. Assim, normalmente o valor apurado na venda dos subprodutos não é registrado 
como receita.
O preço de venda dos subprodutos deve ser deduzido dos custos de produção do mesmo 
período em que foram obtidos os subprodutos.
9 Sucatas
Sucatas são os itens de produção que nascem de forma normal durante o processo pro-
dutivo. Todavia, não possuem mercado definido e sua venda é aleatória (incerta). Não 
são tratadas como estoques da indústria, ou seja, não são atribuídos custos de produção 
às sucatas, pois sua venda é esporádica, e o valor apurado na negociação é incerto. O 
procedimento mais usual é se registrar como outras receitas operacionais o preço apu-
rado na comercialização das sucatas.
As sobras de produção que não encontrem mercado estável (definido) para comerciali-
zação devem ser tratadas como sucata.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
96Ricardo J. Ferreira
06. (Auditor/Receita/Esaf) Os itens de produção que nascem de forma normal 
durante o processo produtivo, porém não possuem mercado definido, e cuja 
venda é aleatória, são denominados:
a) perdas produtivas.
b) subprodutos.
c) sucatas.
d) coprodutos.
e) perdas improdutivas.
Esse é o conceito de sucatas. Gabarito: C
07. (ICMS-SP/FCC/2013) Considere as seguintes assertivas:
I. Itens gerados de forma normal durante o processo de produção possuem mercado 
de venda relativamente estável e representam porção ínfima do faturamento da 
empresa.
II. Itens cuja venda é realizada esporadicamente por valor não previsível no momento 
em que surgem na produção.
III. Itens consumidos de forma anormal e involuntária durante o processo de pro-
dução.
Com base nas terminologias de custos, as assertivasI, II e III referem-se, respec-
tivamente, a
a) subprodutos, perdas e gastos.
b) sucatas, coprodutos e perdas.
c) sucatas, perdas e subprodutos.
d) sucatas, subprodutos e custos.
e) subprodutos, sucatas e perdas.
Subprodutos – são os itens que decorrem do processo produtivo, como perdas nor-
mais de produção, e encontram mercado estável para a sua negociação, tanto pela 
existência de compradores interessados quanto pelo preço de venda. Sua comer-
cialização se dá nos mesmos níveis dos produtos principais da linha de fabricação 
da indústria, mas o valor apurado não é significativo em relação ao montante das 
vendas.
Sucatas – são os itens de produção que nascem de forma normal durante o processo 
produtivo. Todavia, não possuem mercado definido e sua venda é esporádica.
Perda anormal – é o sacrifício patrimonial involuntário e anormal. Como se vê, o 
conceito previsto no item III dessa questão é o de perda anormal. Gabarito: E
97
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Capítulo 4
Estoques de materiais
10 CPC 16 (R1) – Estoques
O Pronunciamento 16 (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis estabelece cri-
térios para a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu posterior reco-
nhecimento como despesa no resultado (custo dos serviços, mercadorias ou produtos 
vendidos), incluindo sua redução ao valor realizável líquido. Também orienta sobre os 
métodos e critérios usados para atribuir custos aos estoques (métodos de avaliação). Em 
resumo, seu objetivo é determinar a forma de avaliação dos estoques adquiridos para 
revenda, dos mantidos para consumo, utilização industrial ou prestação de serviços, dos 
em processamento e dos produtos acabados prontos para a venda.
Nos termos do CPC 16 (R1), estoques são ativos:
1 - mantidos para venda no curso normal dos negócios;
2 - em processo de produção para venda; ou
3 - na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transforma-
dos no processo de produção ou na prestação de serviços.
10.1 Valor realizável líquido
Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios 
deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários 
para se concretizar a venda.
Conforme o CPC 16 (R1), valor justo é aquele pelo qual um ativo pode ser trocado ou um 
passivo liquidado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes 
entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que 
caracterizem uma transação compulsória.7
Como regra, o valor justo é representado pelo valor de mercado do bem.
O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com 
a venda do estoque no curso normal dos negócios. Já o valor justo reflete a quantia pela 
qual o mesmo estoque pode ser trocado entre compradores e vendedores conhecedores 
e dispostos a isso. O primeiro (o valor realizável líquido) é um valor específico para a 
entidade (considera suas características pessoais, ou seja, quanto ela conseguiria apu-
rar na venda do bem – por exemplo, o valor obtido na venda de um automóvel por um 
comerciante de veículos não será o mesmo que um prestador de serviços conseguirá obter 
na venda de um veículo igual), ao passo que o valor justo não é um valor específico para 
7 Eis a nova definição de valor justo, dada pelo CPC 46 – Mensuração do Valor Justo: “Valor justo é o preço que seria 
recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada 
entre participantes do mercado na data de mensuração.”
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
98Ricardo J. Ferreira
a entidade. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao 
valor justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda.
08. (Analista/CVM/Esaf/2010) Assinale a opção que não corresponde à verdade.
Entre as definições contidas nas resoluções do Conselho Federal de Contabilidade 
para o correto reconhecimento e mensuração de estoques encontramos a seguinte:
a) Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos 
negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos esti-
mados necessários para se concretizar a venda.
b) Valor justo é aquele pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liqui-
dado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes 
entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transa-
ção ou que caracterizem uma transação compulsória.
c) O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera 
realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios.
d) O valor justo reflete a quantia pela qual o mesmo estoque pode ser trocado 
entre compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso. 
e) O valor justo é um valor específico para a entidade, ao passo que o valor 
realizável líquido não é. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode 
não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos necessários para a res-
pectiva venda.
O valor realizável líquido é um valor líquido de venda específico para a entidade, ao 
passo que o valor justo é um valor de venda genérico (em regra, o valor de mercado). 
Gabarito: E
O CPC 16 (R1) determina que os estoques sejam avaliados pelo valor de custo ou pelo 
valor realizável líquido (= preço de venda estimado – despesas estimadas de venda), 
dos dois o menor. Assim, os ativos correspondentes não permanecem escriturados por 
quantias superiores às que provavelmente serão realizadas com a sua venda ou uso.
09. (Analista/TRF-1ª/FCC/2011) Todos os tipos de estoques, independentemente da 
forma ou uso, quando evidenciados no balanço, devem estar mensurados pelo 
valor realizável líquido. 
( ) certo
( ) errado
Deve prevalecer o menor dos dois entre o valor de custo e o valor realizável líquido. 
Gabarito: errado.
99
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Capítulo 4
Estoques de materiais
Eis um exemplo de avaliação do estoque:
Mercadorias Custo de aquisição
Preço de venda 
estimado
Despesa estimada 
de venda Valor realizável líquido Provisão
A 1.000 1.200 150 1.200 – 150 = 1.050 –
B 2.000 2.200 300 2.200 – 300 = 1.900 100
C 5.000 5.500 700 5.500 – 700 = 4.800 200
Total 300
Para efeitos de comparação, vejamos como os critérios de avaliação dos estoques estão 
previstos no artigo 183 da Lei das S/A:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios:
.......................................................
II – os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comér-
cio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação 
e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido 
de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado8, quando este for inferior;
.......................................................
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual 
possam ser repostos, mediante compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização 
mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despe-
sas necessárias para a venda e a margem de lucro;
........................................................
No caso das matérias-primas e bens em almoxarifado (destinados ao consumo, por 
exemplo), a lei citada trata como seu valor justo o preço de reposição no mercado, vale 
dizer, quanto a entidade gastaria caso precise adquirir esses bens no mercado.
Em se tratando de estoques de mercadorias e produtos, a Lei das S/A também manda 
aplicar o valor justo, que, nos termos dessa lei, é o preço líquido de realização mediante 
venda no mercado (o preço de venda, deduzidos os impostos e demais despesas neces-
sárias para a venda e a margem de lucro, ou seja, a apuração do custo a partir do preço 
de venda). Assim, para esses efeitos, a Lei das S/A equipara os conceitos de valor justo 
e preço líquido de realização.Entretanto, o CPC 16 (R1) estabelece diferenças entre 
esses conceitos, além de não mandar extrair a margem de lucro na apuração do preço 
líquido de venda.
8 Onde se lê “mercado”, entenda-se “valor justo”.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
100Ricardo J. Ferreira
Pela lei: 
Valor líquido de venda = PV estimado – despesas estimadas de venda – margem de lucro
Pelo CPC 16 (R1):
Valor líquido de venda = PV estimado – despesas estimadas de venda
Algumas bancas ainda fazem muita confusão entre esses conceitos.
Conforme o CPC 16(R1), os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à 
venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda 
ou terrenos e outros imóveis para revenda. Imóveis não são mercadorias, mas, quando 
destinados à venda, por exemplo, enquadram-se no conceito de estoque. 
Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de pro-
dução pela entidade, inclusive matérias-primas e materiais aguardando utilização no 
processo de produção, tais como componentes, embalagens e materiais de consumo.
Segundo o CPC 16 (R1), o custo dos estoques pode não ser recuperável, se eles estive-
rem danificados, tornarem-se total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de 
venda tiverem diminuído. O custo dos estoques pode também não ser recuperável se 
os custos estimados de acabamento ou os custos estimados a serem incorridos para 
realizar a venda tiverem aumentado. Para o CPC, a prática de reduzir o valor de custo 
dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto 
de vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas 
que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso.
10. (Analista/TRF-1ª/FCC/2011) A prática de reduzir o valor de custo dos estoques 
(write down) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de 
que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se 
espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso.
( ) certo
( ) errado
Essa prática evita a manutenção de ativos superavaliados. Gabarito: certo.
101
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Capítulo 4
Estoques de materiais
11. (Contador/Pecfaz/Esaf/2013) Não é um fator que interfere no valor realizável 
líquido dos estoques
a) a obsolescência.
b) o abalroamento.
c) a queda permanente de preço de venda.
d) o perecimento.
e) a redução do custo fixo de energia.
A redução do custo fixo de energia afeta os custos de produção, e não o valor realizável 
líquido. Gabarito: E
Os estoques devem ser geralmente reduzidos para o seu valor realizável líquido item a 
item. Em algumas circunstâncias, porém, pode ser apropriado agrupar unidades seme-
lhantes ou relacionadas. Pode ser o caso dos itens de estoque relacionados com a mesma 
linha de produtos que tenham finalidades ou usos finais semelhantes, que sejam pro-
duzidos e comercializados na mesma área geográfica e não possam ser avaliados sepa-
radamente de outros itens dessa linha de produtos. Não é apropriado reduzir o valor do 
estoque com base em uma classificação de estoque, como por exemplo bens acabados, 
ou em todo estoque de determinado setor ou segmento operacional. Os prestadores de 
serviços normalmente acumulam custos relacionados a cada serviço para o qual será 
cobrado um preço de venda específico. Portanto, cada um desses serviços deve ser tra-
tado como um item em separado.
As estimativas do valor realizável líquido devem ser baseadas nas evidências mais con-
fiáveis disponíveis no momento em que são feitas as estimativas do valor dos estoques 
que se espera realizar. Essas estimativas devem levar em consideração variações nos 
preços e nos custos diretamente relacionados com eventos que ocorram após o fim do 
período, à medida que tais eventos confirmem as condições existentes no fim do período.
As estimativas do valor realizável líquido também devem levar em consideração a 
finalidade para a qual o estoque é mantido. Por exemplo, o valor realizável líquido da 
quantidade de estoque mantido para atender contratos de venda ou de prestação de ser-
viços deve ser baseado no preço do contrato. Se os contratos de venda dizem respeito a 
quantidades inferiores às quantidades de estoque possuídas, o valor realizável líquido do 
excesso deve basear-se em preços gerais de venda. Podem surgir provisões resultantes de 
contratos firmes de venda superiores às quantidades de estoques existentes ou de con-
tratos firmes de compra em andamento, se as aquisições adicionais a serem feitas para 
atender a esses contratos de venda forem previstas com base em valores estimados que 
levem à situação de prejuízo no atendimento desses contratos de venda. Tais provisões 
devem ser tratadas de acordo com o CPC 25 – Provisão e Passivo e Ativo Contingentes.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
102Ricardo J. Ferreira
Segundo o CPC 16 (R1), os materiais e os outros bens de consumo mantidos para uso 
na produção de estoques ou na prestação de serviços (matérias-primas, embalagens, 
materiais indiretos) não são reduzidos abaixo do custo se for previsível que os produtos 
acabados ou os serviços respectivos serão vendidos por preço igual ou acima do custo. 
Porém, quando a diminuição no preço dos produtos acabados ou no preço dos servi-
ços prestados indica que o custo de elaboração desses produtos ou serviços excede seu 
valor realizável líquido, os materiais e os outros bens de consumo devem ser reduzidos 
ao valor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos materiais 
pode ser a melhor medida disponível do seu valor realizável líquido.
Em cada período subsequente deve ser feita uma nova avaliação do valor realizável 
líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente provocaram a redução dos esto-
ques abaixo do custo deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um 
aumento no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias econômicas, a 
quantia da redução deve ser revertida (a reversão é limitada à quantia da redução original), 
de modo que o novo montante registrado do estoque seja o menor valor entre o custo 
e o valor realizável líquido revisto. Isso ocorre, por exemplo, com um item de estoque 
registrado pelo valor realizável líquido quando o seu preço de venda tiver sido reduzido 
e, enquanto ainda mantido em período posterior, tiver o seu preço de venda aumentado.
Ano 1
Custo de aquisição 1.000
Valor realizável líquido 800
Registro da provisão:
D - Despesa com Provisão
C - Provisão para Ajuste de Estoque 200
Ano 2
Valor realizável líquido 900
Reversão da provisão:
D - Provisão para Ajuste de Estoque
C - Receita de Reversão de Provisão 100
10.2 Custos do estoque
Nos termos do CPC 16 (R1), o valor de custo do estoque deve incluir todos os custos 
de aquisição e de transformação (material direto, mão de obra direta e custos indiretos 
103
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Capítulo 4
Estoques de materiais
de fabricação), bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua con-
dição e localização atuais, de forma a viabilizar sua comercialização ou utilização.
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de impor-
tação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao Fisco), bem como os custos de 
transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos 
acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens seme-
lhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição.
12. (Analista/TCE-PR/FCC/2011) A Cia. Água Limpa, que atua no ramo de comércio 
de material de limpeza, adquiriu matéria-prima por R$ 200.000 à vista. No valor 
pago estavam inclusos os impostos recuperáveis de R$ 36.000 e os impostos não 
recuperáveis de R$ 20.000. Pela aquisição da matéria-prima a Cia.
a) aumentou os Estoques em R$ 200.000.
b) aumentou os Estoques em R$ 180.000.
c) reduziu o Caixa em R$ 164.000.
d) aumentou os Estoquesem R$ 164.000.
e) reduziu o Caixa em R$ 144.000.
Custo de aquisição: 200.000 – 36.000 = 164.000. Gabarito: D
13. (Analista/TCE-PR/FCC/2011/Adaptado) Os estoques devem ser mensurados pelo 
custo de aquisição, incluindo os impostos recuperáveis e não recuperáveis. 
( ) certo
( ) errado
Impostos não recuperáveis são excluídos do custo de aquisição. Gabarito: errado.
14. (Analista/TRF-1ª/FCC/2011/Adaptado) O custo de aquisição dos estoques, em 
conformidade com o estabelecido nas normas contábeis atuais, compreende o 
preço de compra, os impostos de importação, os tributos, recuperáveis ou não, 
demais gastos atribuíveis à aquisição de produtos acabados, os materiais e serviços, 
os descontos comerciais, os abatimentos e outros itens semelhantes inerentes ao 
processo de realização.
( ) certo
( ) errado
São computados no estoque os impostos não recuperáveis. Descontos e abatimentos 
devem ser deduzidos diretamente do custo. Gabarito: errado.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
104Ricardo J. Ferreira
15. (Contador/Pecfaz/Esaf/2013) A empresa Seringueira S/A produtora de manguei-
ras industriais efetuou o pagamento do frete relativo ao transporte de produtos 
acabados que estavam armazenados no porto, a caminho do cliente. Referido frete 
decorreu da devolução de venda, por atraso na entrega.
Dessa forma, o custo do frete deverá ser lançado:
a) como despesa.
b) como custo dos produtos em processo.
c) no custo dos produtos acabados.
d) no custo das mercadorias vendidas.
e) nos lucros acumulados.
O enunciado parece querer informar que se trata de frete pago para trazer de volta 
mercadoria que não foi entregue ao cliente em virtude de atraso na entrega. A mer-
cadoria foi remetida para o porto, mas teve de retornar à vendedora. Nesse caso, o 
valor pago no frete de retorno é despesa operacional, vale dizer, não é computado 
como parte do custo de aquisição do estoque. Gabarito: A
10.2.1 Custos de transformação
Segundo o CPC 16 (R1), a alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades 
produzidas deve ser baseada na capacidade normal de produção, que é a produção média 
que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias normais. Com isso, 
leva-se em consideração, para a determinação dessa capacidade normal, a parcela da 
capacidade total não utilizada por causa de manutenção preventiva, de férias coletivas 
e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade. Todavia, para 
esses efeitos, não devem ser considerados eventos anormais, como por exemplo parali-
sações causadas por catástrofes.
O nível real de produção pode ser usado quando aproximar-se da capacidade normal. 
Como consequência, o valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não pode 
ser aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade. Os custos 
fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como despesa no 
período em que são incorridos (vão para o resultado sem integrar o custo dos produtos). 
Em períodos de anormal alto volume de produção, o montante de custo fixo alocado 
a cada unidade produzida deve ser diminuído, de maneira que os estoques não sejam 
mensurados acima do custo (o custo fixo unitário é diminuído em razão do aumento 
da quantidade produzida: custo fixo unitário = custo fixo total/quantidade produzida).
105
Cu
st
os
Capítulo 4
Estoques de materiais
16. (Analista/STN/Esaf/2013) A empresa Produtividade S/A teve, no último período, 
um anormal alto volume de produção. Dessa forma, a entidade deve alocar o 
custo fixo:
a) em sua totalidade de formar a atribuir o custo efetivo do produto produzido 
aos estoques.
b) diminuindo-o, de maneira que os estoques não sejam mensurados acima do 
custo.
c) pelo método UEPS, de forma a reconhecer o custo mais próximo do valor de 
reposição.
d) até o limite da normalidade nos estoques e o restante reconhecer nos lucros 
acumulados.
e) reconhecendo-o em sua totalidade diretamente no resultado do período, afe-
tando todos os produtos vendidos no período.
Apesar da omissão no enunciado, trata-se do custo fixo unitário, que é diluído pelo 
aumento do volume de produção. Gabarito: B
Nos termos do CPC 16 (R1), os custos indiretos de produção variáveis devem ser aloca-
dos a cada unidade produzida com base no uso real dos insumos variáveis de produção, 
ou seja, na capacidade real utilizada. Por exemplo, o rateio da energia elétrica da fábrica 
deve ser feito com base nos custos diretos.
Um processo de produção pode resultar em mais de um produto fabricado simultanea-
mente, como por exemplo quando se fabricam produtos em conjunto ou há um produto 
principal e um ou mais subprodutos. Conforme o CPC 16 (R1), quando os custos de 
transformação de cada produto não são separadamente identificáveis, eles devem ser 
atribuídos aos produtos em base racional e consistente (mediante rateio). Essa alocação 
pode ser baseada, por exemplo, no valor relativo da receita de venda de cada produto, 
seja na fase do processo de produção em que os produtos se tornam separadamente 
identificáveis, seja no final da produção, conforme o caso.
Por exemplo, os custos de depreciação, no valor de 900, foram apropriados assim aos 
produtos A e B, que representam 1/3 e 2/3, respectivamente, do volume de vendas:
Produtos Vendas Depreciação
A 1/3 300
B 2/3 600
900
A maior parte dos subprodutos, em razão de sua natureza, geralmente é de valor ima-
terial (irrelevante). Quando for esse o caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor 
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
106Ricardo J. Ferreira
 realizável líquido, e este valor é deduzido do custo do produto principal (custo do produto 
principal, menos valor realizável líquido do subproduto), ou seja, o valor apurado na 
venda dos subprodutos não é registrado como receita. Como resultado, o valor contábil 
do produto principal não deve ser materialmente diferente do seu custo.
10.2.2 Outros custos
Nos termos do CPC 16 (R1), outros custos que não os de aquisição e transformação 
devem ser incluídos nos custos dos estoques somente na medida em que sejam incorri-
dos para colocar os estoques no seu local e na sua condição atuais. Por exemplo, pode 
ser apropriado incluir no custo dos estoques gastos gerais que não sejam de produção 
ou os custos de desenho de produtos para clientes específicos.
O CPC 16 (R1) apresenta estes exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques 
(trata-se de gastos reconhecidos como despesa do período em que são incorridos):
1 - valor anormal de desperdício de materiais, mão de obra ou outros insumos 
de produção;
2 - gastos com armazenamento (nesse caso, de bens já disponíveis em estoque 
para a comercialização), a menos que sejam necessários ao processo produ-
tivo entre uma e outra fase de produção;
3 - despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu 
local e condição atuais; e
4 - despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e servi-
ços aos clientes (comissões, fretes, impostos sobre a venda).
Em vez de serem incorporados aos custos dos produtos e lançados no resultado quando 
da venda, esses gastos são registrados diretamente no resultado do exercício, como des-
pesas do período em que ocorrem.
O CPC 20 – Custos de Empréstimos identifica as circunstâncias específicas em que os 
encargos financeiros de empréstimos obtidos (juros, taxas) são incluídos no custo do 
estoque. Conforme esse pronunciamento, a entidade deve capitalizar (registrar como 
parte do custo do ativo) os custos de empréstimo que são diretamente atribuíveis à 
aquisição, à construção ou à produção de ativo qualificável. Qualificável é um ativo 
que, necessariamente, demanda um período de tempo substancial para ficar pronto 
para seu uso ou venda pretendidos (em geral, mais de um ano). Custos de empréstimos 
são juros e outros custos em que a entidade incorre em conexão com o empréstimo de 
recursos (encargos do empréstimo). A entidade devefinalizar a capitalização dos custos 
de empréstimos quando substancialmente todas as atividades necessárias ao preparo do 
ativo qualificável para seu uso ou venda pretendidos estiverem concluídas. 
107
Cu
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Capítulo 4
Estoques de materiais
Quando a entidade compra estoques com condição para pagamento a prazo, a negocia-
ção pode efetivamente conter um elemento de financiamento, como por exemplo uma 
diferença entre o preço de aquisição em condição normal (à vista) de pagamento e o 
valor pago (a prazo); essa diferença deve ser reconhecida como despesa de juros durante 
o período do financiamento (ajuste a valor presente), e não como custo do estoque.
10.3 Custos de estoque de prestador de serviços
Nos termos do CPC 16 (R1), na medida em que os prestadores de serviços tenham 
estoques de serviços em andamento, devem mensurá-los pelos custos da sua produção. 
Esses custos consistem principalmente em mão de obra e outros custos com o pessoal 
diretamente envolvido na prestação dos serviços, incluindo o pessoal de supervisão, o 
material utilizado e os custos indiretos atribuíveis. Os salários e os outros gastos relacio-
nados com as vendas e com o pessoal geral administrativo não devem ser incluídos no 
custo, mas reconhecidos como despesa do período em que são incorridos. O custo dos 
estoques do prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais 
não atribuíveis, que são frequentemente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores 
de serviços.
17. (Analista/TRF-1ª/FCC/2011) O custo dos estoques de prestador de serviços deve 
incluir as margens de lucro e os gastos gerais não atribuíveis que são frequente-
mente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços. 
( ) certo
( ) errado
O custo dos estoques do prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os 
gastos gerais não atribuíveis, e sim principalmente mão de obra e outros custos com 
o pessoal diretamente envolvido na prestação dos serviços. Gabarito: errado.
Diretos são os custos incorridos exclusivamente na prestação dos serviços ao cliente. 
Os custos diretos são diretamente proporcionais ao volume de serviços prestados. Se a 
empresa não prestar serviços, não haverá custos diretos. Quando há aumento do volume 
de serviços prestados, os custos diretos variam proporcionalmente.
Apesar de serem consumidos na prestação, os custos indiretos são apropriados aos ser-
viços por meio de rateios ou estimativas, em razão da dificuldade ou impossibilidade 
da sua identificação diretamente com os serviços.
Os custos indiretos normalmente não são proporcionais ao volume dos serviços presta-
dos, ou seja, o aumento do volume de serviços prestados ao cliente em 30% não provoca 
o aumento dos custos indiretos em igual percentual. Podem ser inclusive custos fixos.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
108Ricardo J. Ferreira
Alguns custos indiretos podem existir ainda que não haja prestação de serviços. Os gastos 
com a manutenção das máquinas, equipamentos e veículos utilizados na prestação dos 
serviços, por exemplo, são custos indiretos. Como estes bens exigem manutenção mesmo 
quando não estão em uso, tais custos podem independer da efetiva prestação de serviços.
São exemplos de custos indiretos: remuneração do pessoal de apoio e supervisão dos 
serviços; depreciação dos bens utilizados na prestação dos serviços; gastos com a manu-
tenção de bens utilizados na prestação dos serviços; gastos com o consumo de energia 
elétrica e combustíveis na prestação de serviços.
10.4 Custo do produto agrícola colhido proveniente de ativo biológico
Segundo o CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola, os estoques que compreendam 
o produto agrícola que a entidade tenha colhido (café, trigo), proveniente dos seus ativos 
biológicos (plantação, pomar, gado), devem ser mensurados no reconhecimento inicial 
pelo seu valor justo, deduzido dos gastos estimados no ponto de venda no momento da 
colheita. 
Valor justo 1.000
Despesas estimadas de venda ( 300)
Custo do produto agrícola 700
Portanto, o custo desse produto agrícola é o seu valor realizável líquido. As variações no 
custo de ativos biológicos são reconhecidas diretamente no resultado.
10.5 Outras formas para mensuração do custo
Conforme o CPC 16, outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o 
custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados 
se aproximarem do custo. 
O custo-padrão leva em consideração os níveis adequados de utilização dos materiais, dos 
bens de consumo e da mão de obra, assim como a eficiência na utilização da capacidade 
produtiva. Ele deve ser regularmente revisto à luz das condições correntes. As variações 
relevantes do custo-padrão em relação ao custo real devem ser alocadas nas contas e nos 
períodos adequados de forma a se ter os estoques de volta a seu custo.
Eis um exemplo da aplicação do custo-padrão, extraído de prova elaborada pela Escola 
de Administração Fazendária (Esaf):
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Capítulo 4
Estoques de materiais
 A empresa Ferraço S/A fabrica canivetes e registra na contabilidade todos os custos 
por valores-padrão, controlando as variações do custo efetivo em contas específicas, 
encerradas ao fim de cada período mensal.
Em outubro, o custo-padrão unitário foi estabelecido em:
Material direto R$ 50,00
Mão de obra direta R$ 40,00
Custos indiretos R$ 35,00
No mês de referência foram produzidos dois mil canivetes e vendidos mil e seiscen-
tos, ao preço unitário de R$ 160,00, com tributação de IPI a 10% e ICMS a 12%.
Em 31 de outubro foram apurados os seguintes custos realmente praticados no 
período:
Material direto R$ 102.000,00
Mão de obra direta R$ 77.500,00
Custos indiretos R$ 75.000,00
Vejamos a solução do problema.
Custo-padrão Custo real Variação
MAT 2.000 x 50 = 100.000 102.000 (2.000) desfavorável
MOD 2.000 x 40 = 80.000 77.500 2.500 favorável
CIF 2.000 x 35 = 70.000 75.000 (5.000) desfavorável
Total 250.000 254.500 (4.500) desfavorável
Como a indústria havia registrado seus custos pelo valor-padrão, uma vez apuradas 
as variações, o contabilista deve ajustar os estoques, aumentando ou diminuindo os 
valores inicialmente lançados. Foram produzidos 2.000 canivetes e vendidos 1.600 
(80%). O estoque final é equivalente a 20% da produção. Portanto, as variações 
apuradas devem ser distribuídas entre o CPV (80% de 4.500) e o estoque de produtos 
acabados (20% de 4.500).
Método do Varejo – Conforme o CPC 16 (R1), esse método é muitas vezes usado no 
setor de varejo (não se aplica à atividade industrial) para mensurar estoques de grande 
quantidade de itens que mudam rapidamente, itens que têm margens semelhantes e para 
os quais não é praticável usar outros métodos de custeio. O custo do estoque deve ser 
determinado pela redução do seu preço de venda na percentagem apropriada da margem 
bruta. A percentagem usada deve levar em consideração o estoque que tenha tido seu 
preço de venda reduzido abaixo do preço de venda original. É usada muitas vezes uma 
percentagem média para cada departamento de varejo.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
110Ricardo J. Ferreira
Eis um exemplo.
Preço de venda total dos itens em estoque 5.000
Preço de custo total dos itens em estoque 4.000
Vendas do período 2.000
Relação entre o preço de custo e o de venda: 4.000/5.000 = 0,8 = 80%
Assim, como as vendas do período foram de 2.000, seu custo será equivalente a 80% 
desse preço: 2.000 x 80% = 1.600.
Vendas líquidas 2.000
Custo das vendas (1.600)
Lucro bruto 400
Trata-se de método de apuração do custo por estimativa, podendo ser aplicado tanto no 
sistema de inventário permanente quanto no periódico.
10.6 Critérios de valoração de estoque
Segundo o CPC 16 (R1), o custo dos estoques de itens que não são normalmente inter-
cambiáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve 
ser atribuído pelouso da identificação específica dos seus custos individuais.
18. (Analista/TRF-1ª/FCC/2011) Aos custos dos estoques de itens que não são nor-
malmente intercambiáveis e de bens ou serviços, produzidos e segregados para 
projetos específicos, devem ser atribuídos valores pelo método Primeiro a Entrar, 
Primeiro a Sair (PEPS).
( ) certo
( ) errado
Nesse caso, aplica-se o custo específico. Gabarito: errado.
A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos a 
itens identificados do estoque (a cada avião ou navio produzido, por exemplo). Este é 
o tratamento apropriado para itens que sejam segregados para um projeto específico, 
independente de eles terem sido comprados ou produzidos. Porém, quando há grandes 
quantidades de itens de estoque que sejam intercambiáveis (pacotes de arroz em um 
supermercado, por exemplo), a identificação específica de custos não é apropriada. Em 
tais circunstâncias, um critério de valoração dos itens que permanecem nos estoques 
deve ser usado.
111
Cu
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Capítulo 4
Estoques de materiais
Nos termos do CPC 16 (R1), salvo na hipótese de adoção do custo específico, o custo 
dos estoques deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair 
(PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. O pronunciamento não admite o 
uso do método UEPS, que também não é aceito pela legislação do Imposto de Renda.
A entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham 
natureza e uso semelhantes. Para os estoques que possuam outra natureza ou uso, 
podem justificar-se diferentes critérios de valoração. Por exemplo, o estoque usado em 
um segmento de negócio pode ter um uso para a entidade diferente do mesmo tipo de 
estoque usado em outro segmento de negócio (o que é matéria-prima para uma empresa 
pode ser produto final para outra).
Porém, uma diferença na localização geográfica dos estoques (ou nas respectivas nor-
mas fiscais), por si só, não é suficiente para justificar o uso de diferentes critérios de 
valoração do estoque.
Para fins de controle permanente dos estoques, os métodos mais conhecidos são:
1 - PEPS – Primeiras a Entrar, Primeiras a Sair. A sigla PEPS tem origem no 
inglês: FIFO – First In First Out. Nesse método, o custo da venda é apurado 
com base nas entradas (produção ou aquisição) mais antigas em estoque 
(primeiras a entrar). Logo, o estoque final é correspondente ao valor das uni-
dades mais recentes.
2 - UEPS – Últimas a Entrar, Primeiras a Sair. A sigla UEPS tem origem no 
inglês: LIFO – Last In First Out. Nesse método, o custo da venda é apurado 
com base nas entradas mais recentes em estoque (últimas a entrar). Portanto, 
o estoque final é correspondente ao valor das unidades mais antigas.
3 - Média Ponderada Móvel. Nesse método, o custo da venda é levantado com 
base na média aritmética das entradas em estoque. No cálculo da média móvel, 
são consideradas apenas as unidades existentes em estoque no ato da venda.
19. (Auditor Júnior/Petrobras/Cesgranrio/2011) Um dos temas mais complexos da 
contabilidade refere-se à apuração do custo de estoque. Dentre as formas prati-
cadas no mercado para avaliar o custo de estoque, tem-se o método UEPS, que 
procede à avaliação pelo
a) custo da primeira mercadoria que entrou no estoque.
b) preço efetivamente pago no ato da aquisição da mercadoria.
c) valor médio de cada unidade em estoque.
d) custo da última mercadoria que entrou no estoque.
e) preço médio de mercado no ato da apuração do estoque.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
112Ricardo J. Ferreira
Pelo UEPS, que não é admitido pelo CPC 16 (R1), o custo das vendas é avaliado com 
base nas últimas entradas. Portanto, o estoque final é apurado com base nas merca-
dorias ou produtos mais antigos. Gabarito: D
Comparação entre os métodos com inflação – no caso de inflação de preços, o PEPS 
apresenta menor CPV/CMV e maior estoque final que o UEPS. 
Por exemplo:
Data Custo de produção
05/01 1 unidade x 10,00 = 10,00
15/01 1 unidade x 12,00 = 12,00 (o custo unitário subiu de 10,00 para 12,00)
Venda
30/01 1 unidade x 30,00 = 30,00 (preço de venda)
PEPS
CPV = 1 unidade x 10,00 = 10,00
EF = 1 unidade x 12,00 = 12,00
Lucro Bruto = 30,00 – 10,00 = 20,00
UEPS
CPV = 1 unidade x 12,00 = 12,00
EF = 1 unidade x 10,00 = 10,00
Lucro Bruto = 30,00 – 12,00 = 18,00
Média
CPV = 1 unidade x 11,00 = 11,00
EF = 1 unidade x 11,00 = 11,00
Lucro Bruto = 30,00 – 11,00 = 19,00
Comparativo com inflação
CPV PEPS < Média < UEPS
EF PEPS > Média > UEPS
Lucro bruto PEPS > Média > UEPS
20. (Analista/Cespe) Se a economia em que se encontra determinada empresa passar 
por um período inflacionário, o método PEPS (primeiro que entra, primeiro que 
sai) de avaliação dos estoques produzirá um estoque final menor do que o avaliado 
por outros métodos. 
( ) certo
( ) errado
113
Cu
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os
Capítulo 4
Estoques de materiais
Com inflação, o PEPS apresenta custo maior que a Média e o UEPS. Gabarito: errado.
21. (Analista/Cespe) Em ambiente inflacionário, quando um estoque é avaliado pelo 
método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), o saldo da conta estoque 
é maior que o que seria apurado, caso o método de avaliação escolhido fosse a 
média ponderada móvel. 
( ) certo
( ) errado
Com inflação, o PEPS apresenta estoque final maior que a Média. Gabarito: certo.
Comparação entre os métodos com deflação – com deflação, o PEPS apresenta maior 
CMV e menor estoque final que o UEPS.
Por exemplo:
Data Custo de produção
05/01 1 unidade x 12,00 = 12,00
15/01 1 unidade x 10,00 = 10,00 (o custo unitário caiu de 12,00 para 10,00)
Venda
30/01 1 unidade x 30,00 = 30,00 (preço de venda)
PEPS
CPV = 1 unidade x 12,00 = 12,00
EF = 1 unidade x 10,00 = 10,00
Lucro Bruto = 30,00 – 12,00 = 18,00
UEPS
CPV = 1 unidade x 10,00 = 10,00
EF = 1 unidade x 12,00 = 12,00
Lucro Bruto = 30,00 – 10,00 = 20,00
Média
CPV = 1 unidade x 11,00 = 11,00
EF = 1 unidade x 11,00 = 11,00
Lucro Bruto = 30,00 – 11,00 = 19,00
Comparativo com deflação
CPV PEPS > Média > UEPS
EF PEPS < Média < UEPS
Lucro bruto PEPS < Média < UEPS
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
114Ricardo J. Ferreira
22. (Analista/TRT-4ª/FCC/2011) Em uma economia de preços decrescentes, a ava-
liação de estoques pelo critério Último que Entra é o Primeiro que Sai (UEPS), 
em relação a outros critérios de atribuição de preços aos estoques, tende a gerar 
valores de
a) custo de mercadorias vendidas maiores.
b) estoque final menores.
c) saídas maiores.
d) estoques finais maiores.
e) custo de compras maiores.
Com deflação, as unidades do estoque final pelo UEPS apresentam maior valor, pois 
são as mais antigas, com valor mais alto em virtude da queda dos preços no mercado. 
Gabarito: D
Com inflação ou deflação, a Média Ponderada Móvel situa-se entre o PEPS e o UEPS.
10.7 Reconhecimento como despesa no resultado
Quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens (custo dos serviços, 
mercadorias ou produtos vendidos) deve ser reconhecido como despesa do período em 
que a respectiva receita é reconhecida (correlação entre receita e despesa, conforme o 
princípio da competência). A quantia de qualquer redução dos estoques para o valor 
realizável líquido e todas as perdas de estoques devem ser reconhecidas como despesa 
do período em que a redução ou a perda ocorrerem. A quantia de toda reversão de redu-
ção de estoques, proveniente de aumento no valor realizável líquido, deve ser registrada 
como redução do item em que for reconhecida a despesa ou a perda, no período em que 
a reversão ocorrer.
Alguns itens de estoques podem ser transferidos para outras contas do ativo, como por 
exemplo estoques usados como componentes de ativos imobilizados de construção pró-
pria. Os estoques alocados ao custo de outro ativo devem ser reconhecidos como despesa 
durante a vida útil e na proporção da baixa desse ativo (depreciação, por exemplo).
115
Cu
st
os
Capítulo 4
Estoquesde materiais
10.8 Divulgação
Conforme o CPC 16 (R1), as demonstrações contábeis devem divulgar:
1 - as políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo for-
mas e critérios de valoração utilizados;
2 - o valor total escriturado em estoques e o valor registrado em outras contas 
apropriadas para a entidade;
3 - o valor de estoques escriturados pelo valor justo menos os custos de venda;
4 - o valor de estoques reconhecido como despesa durante o período;
5 - o valor de qualquer redução de estoques reconhecida no resultado do período;
6 - o valor de toda reversão de qualquer redução do valor dos estoques reconhe-
cida no resultado do período;
7 - as circunstâncias ou os acontecimentos que conduziram à reversão de redu-
ção de estoques; e
8 - o montante escriturado de estoques dados como penhor de garantia a passivos.
A informação relativa a valores contábeis registrados nas diferentes classificações de esto-
ques e a proporção de alterações nesses ativos é útil para os usuários das demonstrações 
contábeis. As classificações comuns de estoques são: mercadorias, bens de consumo de 
produção, materiais, produto em elaboração e produtos acabados.
O valor do estoque baixado, reconhecido como despesa durante o período (custo dos 
produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos), consiste nos custos que estavam 
incluídos na mensuração do estoque que agora é vendido. As circunstâncias da entidade 
também podem admitir a inclusão de outros valores, tais como custos de distribuição, 
se eles adicionarem valor aos produtos. Por exemplo, uma mercadoria tem valor de 
venda maior na prateleira do supermercado do que no depósito de distribuição dessa 
entidade; assim, o custo do transporte do centro de distribuição à loja de venda deve 
ser considerado como parte integrante do custo de colocar o estoque em condições de 
venda; consequentemente, deve afetar o custo da mercadoria.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
116Ricardo J. Ferreira
Exercícios de fixação
Nas questões 01 a 05, indique se os itens estão certos ou errados.
Questão 01
1) Os estoques de matérias-primas, embalagens e bens em almoxarifado devem 
ser avaliados pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para ajustá-lo ao 
valor justo, quando este for inferior.
2) No caso das matérias-primas, normalmente o IPI não integra o custo de aquisição.
3) Integram o custo de aquisição os impostos recuperáveis.
4) Na atividade industrial, o ICMS não é imposto recuperável.
5) Os produtos acabados e os produtos em elaboração devem ser avaliados pelo 
custo de produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor justo, quando 
este for inferior.
Questão 02
1) O custo de aquisição das matérias-primas, embalagens e bens em almoxarifado 
deve representar os gastos necessários para que esses materiais estejam em 
condições de ser utilizados na produção.
2) No custo de aquisição de materiais diretos, devem ser computados os gastos 
com frete, seguro do frete, imposto de importação e taxas alfandegárias. 
3) O IPI é recuperável nas aquisições de matérias-primas e bens em almoxarifado 
destinados à industrialização de produtos sujeitos ao imposto.
4) O IPI deve integrar o custo de aquisição das matérias-primas.
5) Quando os bens adquiridos são destinados à industrialização, o IPI não faz 
parte da base de cálculo do ICMS do fornecedor.
Questão 03
1) O ICMS e o IPI a recuperar permanecem no ativo circulante, até a compensação 
com o imposto incidente na saída dos produtos, quando da venda.
2) Os descontos financeiros (condicionais), obtidos na antecipação do pagamento 
de duplicatas relativas à aquisição de matérias-primas, devem ser abatidos do 
custo de aquisição dos bens.
117
Cu
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os
Capítulo 4
Estoques de materiais
3) Os descontos incondicionais (comerciais) e abatimentos são considerados dedu-
ção do preço de compra, e o registro no estoque é feito com base no valor 
líquido de aquisição.
4) Na ficha de controle de matérias-primas, a coluna de entradas é utilizada para 
indicar as compras e as devoluções de compras.
5) A coluna de saídas da ficha de controle de matérias-primas é utilizada para 
indicar as matérias-primas remetidas à produção, em virtude de requisições, e 
as devoluções de matérias-primas pelo setor de produção.
Questão 04
1) O valor justo das matérias-primas e dos outros bens em almoxarifado é o preço 
pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado (valor de reposição).
2) O ICMS é recuperável nas aquisições de mercadorias destinadas à comerciali-
zação ou à industrialização de bens sujeitos ao imposto.
3) O ICMS é recuperável nas aquisições de mercadorias destinadas ao consumo 
(material de manutenção, limpeza).
4) O ICMS não é recuperável nas aquisições de mercadorias destinadas ao ativo fixo.
5) O ICMS incide sobre os valores cobrados do comprador pelo fornecedor das 
matérias-primas, inclusive sobre o frete e seguro do frete.
Questão 05
1) Se o contribuinte do Imposto de Renda mantiver sistema de contabilidade de custos 
integrado e coordenado com o restante da escrituração, poderá utilizar os custos 
apurados para avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados.
2) Se o sistema de contabilidade de custos não for coordenado e integrado com o 
restante da escrituração, os estoques de produtos acabados devem ser avalia-
dos com base em 70% do maior preço de venda no período-base, inclusive o 
ICMS embutido no preço.
3) Se o sistema de contabilidade de custos não for coordenado e integrado com 
o restante da escrituração, os estoques de produtos em elaboração devem ser 
avaliados por uma vez e meia o maior custo de aquisição das matérias-primas 
(excluídos os impostos recuperáveis – ICMS e IPI) adquiridas no período-base; 
ou em 80% do valor apurado para os estoques de produtos acabados.
4) O Imposto de Renda admite, na avaliação dos estoques, o uso do custo médio, 
do custo dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS) e a ava-
liação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro.
5) Pela legislação do Imposto de Renda, devem integrar também o custo de produ-
ção o valor das quebras e perdas razoáveis, de acordo com a natureza do bem 
e da atividade, ocorridas na fabricação, no transporte e manuseio.
Atualização da 7ª para 8ª edição do Contabilidade de Custos
118Ricardo J. Ferreira
Gabarito
1 2 3 4 5
01 C C E E C
02 C C C E C
03 C E C C C
04 C C E E C
05 C C C C C
119
Cu
st
os
Capítulo 4
Estoques de materiais
Questões comentadas
01. (ICMS-AL/Cespe/UnB/Adaptado) A respeito da contabilidade de custos, julgue o 
item a seguir.
Em um período de inflação elevada, o custo das mercadorias vendidas apurado 
segundo o critério de avaliação de estoques PEPS deve apresentar valor maior que 
aquele que seria apurado, caso se adotasse o critério UEPS.
( ) certo
( ) errado 
Havendo inflação, o PEPS apresenta menor CMV e maior estoque final que o 
UEPS. Com deflação, o PEPS apresenta maior CMV e menor estoque final que o 
UEPS. Com inflação ou deflação, a Média Ponderada Móvel se situa entre o PEPS 
e o UEPS. Gabarito: errado.
02. (ICMS-RJ/FGV/2011/Adaptada) De acordo com o Conselho Federal de Conta-
bilidade, no que tange à avaliação dos estoques (Res. CFC nº 1.170, atualizada 
pela Resolução nº 1.273/10), assinale a alternativa INCORRETA.
a) Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, 
por exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos 
e outros imóveis para revenda.
b) O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos 
de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis perante o Fisco), bem 
como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis 
à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, 
abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação 
do custo de aquisição.
c) A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades

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