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PIM III - Análise Crítica Impressão, nascer do Sol

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UNIP – Universidade Paulista 
 
 
 
MILENA CANTERO MARQUES RIBEIRO 
R.A. 0412935 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Crítica da Obra: “Impressão, nascer do Sol” - Claude Monet. 
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Ferreira – São Paulo 
2021 
 
 
UNIP – Universidade Paulista 
 
 
 
MILENA CANTERO MARQUES RIBEIRO 
R.A. 0412935 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Crítica da Obra: “Impressão, nascer do Sol” - Claude Monet. 
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR III 
 
 
Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM III 
apresentado à Universidade Paulista – 
UNIP, para avaliação bimestral no Curso 
Superior de Tecnologia em Design de 
Interiores. 
 
 
 
Porto Ferreira – São Paulo, Outubro de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador(a): Profa. Me. Patrícia Scarabelli 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Ferreira – São Paulo 
2021 
 
 
 
Resumo 
 
Este estudo de caso teve como objetivo a análise crítica da obra de arte 
intitulada: “Impressão, nascer do Sol”, 1873, óleo sobre tela, 48 x 63 cm, hoje 
pertencente ao acervo do Musée Marmottan, Paris, França. Pleiteou-se 
pesquisar o movimento artístico denominado Impressionismo em que a mesma 
está inserida juntamente com quais foram as intenções de seu criador, o artista 
francês Claude Monet, com a sua realização. A pesquisa realizada levou em 
consideração as transformações sociais que ocorriam na época em que o quadro 
foi feito, a linguagem plástica escolhida para a composição da obra citada e a 
estética que Monet iniciou como o artista precursor de uma nova maneira de 
pintar paisagens urbanas e naturais. Tratou-se de examinar os conceitos 
desenvolvidos e as técnicas comuns presentes nas obras dos pintores 
contemporâneos ao Impressionismo. Lançou-se mão de conhecimentos técnicos 
sobre a Teoria das Cores, composição, proporção e harmonia na História da 
Arte, tal como ponto de fuga, perspectiva linear e a decomposição de formas e 
fundo através do programa AutoCad. O artigo produzido analisou as inovações 
trazidas pela obra de arte em questão - já que a mesma sofria influência da arte 
japonesa e trazia para a discussão a visão crítica sobre a maneira como o mundo 
real deveria ser representado na pintura após o surgimento da fotografia – e 
como a sua exposição ao público, em 1874, transformou a pintura para sempre. 
 
Palavras – chave: Impressionismo. Estética. Monet. Composição. 
Pintura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
This case study aimed at the critical analysis of the work of art entitled: 
“Impression, sunrise”, 1873, oil on canvas, 48 x 63 cm, now belonging to the 
collection of the Musée Marmottan, Paris. France. It was sought to research the 
artistic movement called Impressionism in which it is inserted along with what 
were the intentions of its creator, the French artist Claude Monet, with its 
realization. The research carried out took into account the social transformations 
that occurred at the time the painting was made, the plastic language chosen for 
the composition of the aforementioned work and the aesthetics that Monet started 
as the pioneer artist of a new way of painting urban and natural landscapes. . It 
was about examining the developed concepts and the common techniques 
present in the works of contemporary painters to Impressionism. Technical 
knowledge on the Theory of Colors, composition, proportion and harmony in the 
History of Art was used, such as vanishing point, linear perspective and the 
decomposition of shapes and background through the AutoCad program. The 
article produced analyzed the innovations brought about by the work of art in 
question - as it was influenced by Japanese art and brought to the discussion the 
critical view on how the real world should be represented in painting after the 
emergence of photography - and how his public exhibition in 1874 transformed 
painting forever. 
 
Keywords: Impressionism. Aesthetics. Monetary Composition. Painting. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 – “Impressão, nascer do Sol” ............................................................07 
Figura 02 – “A liberdade guiando o povo” .........................................................10 
Figura 03 – “Madame Monet en costume japonais” .........................................13 
Figura 04 – Cores predominantes na Obra: “Impressão, nascer do Sol” .........15 
Figura 05 – Formas, contraste entre cores e traços do pincel na Obra: 
“Impressão, nascer do Sol” ...............................................................................16 
Figura 06 – Assimetria e divisão de planos na Obra: “Impressão, nascer do Sol” 
...........................................................................................................................17 
Figura 07 – Linhas diagonais e o reflexo do Sol na Obra: “Impressão, nascer do 
Sol” ....................................................................................................................18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................07 
1. HISTÓRIA DA ARTE ....................................................................................09 
1.1 O contexto histórico ..........................................................................09 
1.2 Quem foi Claude Monet? .................................................................11 
1.3 O Impressionismo ............................................................................12 
2. PERCEPÇÃO VISUAL: TEORIA E PSICOLOGIA DAS CORES ................14 
2.1 Impressões e sensações ..................................................................14 
3. INFORMÁTICA APLICADA .........................................................................16 
3.1 Análises compositivas ......................................................................17 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................19 
5. REFERÊNCIAS ............................................................................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Introdução 
 
A tela intitulada “ Impressão, nascer do Sol”, 1872, de autoria do pintor 
francês Claude Monet, que traz como tema o nascer do Sol no porto de Le Havre, 
foi uma das precursoras de uma nova maneira de representação pictórica, 
reproduzindo uma nova composição espacial que apresentou um ângulo, até 
então, inusitado de organização da paisagem na tela. O estudo teve como 
objetivo principal elencar os acontecimentos históricos predecessores à 
confecção da obra em questão e identificar as influências artísticas que Monet 
recebeu em seus trabalhos. 
 
Figura 01 – Claude Monet - Impressão, nascer do Sol (1872) 
Museu Marmottan, Paris, França 
 
Fonte: PROENÇA; GRAÇA (2013, p. 212) 
 
A pesquisa desenvolvida utilizou-se dos conhecimentos práticos e 
teóricos adquiridos, até o presente momento, para redigir uma análise crítica 
sobre os elementos de cores, espacialidade das representações artísticas 
juntamente com os ideais subjetivos que os artistas, denominados 
 
 
8 
 
impressionistas, transmitiam em suas criações e exposições de arte do século 
XIX. 
Claude Monet tinha como preceito expressar os seus próprios 
sentimentos sobre o instante observado através de suas telas e não ser apenas 
o copista da paisagem enxergada, tudo se tratava de exprimir a impressão que 
aquele momento do dia, contemplado por seus olhos, causava em sua mente. 
“Em “Impressão, nascer do Sol”, a intenção de Monet não foi 
reproduzir fielmente a realidade – o porto de Le Havre, o mar, as 
embarcações, navegantes, o sol nascente. Essa cena é retratada 
com pinceladas largas que apenas sugerem o que o pintor desejarepresentar. Nada é detalhado. Percebemos a cena como que 
envolta pela neblina da manhã. Esta é uma das primeiras obras 
impressionistas”. (PROENÇA; GRAÇA, 2013, p. 212). 
 
No estudo em questão observou-se que as pinturas impressionistas 
rompiam laços com as regras da pintura clássica, ou seja, não havia simetria ou 
contraste de luz e sombra com a utilização do preto e branco, mas sim, 
composições inusitadas e sombras coloridas, destacou-se também a vontade de 
tentar registrar o fugaz da vida cotidiana. 
Todas essas mudanças na linguagem de representação da realidade 
foram resultado de um contexto histórico cheio de revoluções populares que 
traziam o pensamento iluminista do século XVIII como alicerce de suas 
motivações, o ser humano descobria os mistérios da natureza pela ciência, não 
mais pela fé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1. História da Arte 
 
 Mediante os conhecimentos adquiridos na disciplina História da Arte, 
investigou-se qual o contexto histórico a obra selecionada faz parte, quais foram 
os artistas de destaque na produção artística ocidental e quais foram os ideais 
defendidos no transcorrer das iniciativas criativas de vanguarda. 
Organizou-se, neste presente artigo, os conceitos teóricos e práticos 
difundidos pelos representantes do movimento artístico impressionista, 
destacando Claude Monet e seu quadro como objeto de estudo. O conteúdo 
abordado na disciplina História da Arte possibilitou uma visão mais clara sobre 
as formas de arte que se desenvolveram no século XIX e XX, suas principais 
influências e quais foram os avanços e contribuições mais importantes que 
deixaram para o século seguinte. 
 
1.1. O contexto histórico 
 
Após a Revolução Industrial, a Europa do século XIX vivia um momento 
de intensa revolução no âmbito político e social, este período foi marcado pelo 
início dos debates sobre os direitos humanos e democracia, ao mesmo tempo, 
iniciou-se a discussão sobre os resultados e impactos da industrialização sobre 
a sociedade. 
A partir de 1840, a Europa passou a vivenciar diversos movimentos em 
prol da reforma política e libertação dos antigos regimes instalados, em 1846, o 
continente europeu foi atingido por uma crise econômica resultante da seca que 
atingiu a colheita de grãos, a falta de alimentos culminou em uma população 
operária revoltada e faminta que, discrente de seus líderes, exigia reformas 
urgentes. 
Na França, em 1848, a classe operária, sofrendo com o desemprego e 
baixos salários, revoltou-se contra a corrupção dos goverantes, exigindo direito 
de votos para todos e distribuição de riquezas nacionais com maior igualdade 
entre o povo. 
Mediante a atitude do proletariado francês, disseminou-se pela Europa 
desse período, os ideais de liberdade e igualdade, influenciando outras revoltas 
 
 
10 
 
e reivindicações populares através do velho mundo, resultando em 
transformações irreversíveis no âmbito político, social e artístico. 
 
Figura 02 – Eugène Delacroix - A liberdade guiando o povo (1830) 
Museu do Lovre, Paris, França 
 
Fonte: PROENÇA; GRAÇA (2013, p. 177) 
 
A Revolução Industrial, trouxe consigo, a modernidade, o avanço 
tecnológico, a produção em massa e a reestruturação social. A maneira como 
se vivia e produzia modificou-se rapidamente, a população concentrou-se nas 
cidades em busca de empregos e melhores condições de vida. 
A malha urbana, que antes era herança do período feudal, em 
consequência à essa aglomeração, foi reprojetada; as ruas e avenidas, antes 
pensadas para o pedestre e as carroças, foram redesenhadas para o automóvel. 
O tempo já não era o mesmo, e a modernidade cobrava por adequações, tanto 
nos meios de produção quanto no modo de vida, a velocidade dos 
acontecimentos acompanhavam a velocidade dos novos meios de transporte. 
“Diante dos grandes fenômenos que se seguem à Revolução 
Industrial, e, principalmente, do urbanismo e do advento dos novos 
 
 
11 
 
meios de locomoção, o século XIX defronta-se com os problemas 
do espaço urbano, irrompe para além dos muros antigos, cria novos 
bairros periféricos, formula os temas sociais da urbanística no 
sentido moderno da palavra, e constrói a cidade jardim”. (ZEVI; 
BRUNO, 2009, p. 120). 
 
O capitalismo embutiu em toda a sociedade européia a busca 
desenfreada por avanços tecnológicos constantes e estimulou o morador do 
campo a procurar por ascenção social nas cidades. 
 
1.2. Quem foi Claude Monet? 
 
Nesse período de intensos progressos e revoluções, em 14 de novembro 
de 1840, nasceu em Paris, na Rue Lafitte, o artista Claude Monet. Em 1845, 
mudou-se com a família para a cidade portuária de Le Havre, uma comuna 
francesa na região administrativa da Normandia, no noroeste da França. 
Em 1862, frequentando o ateliê do mestre Charles Gleyre, Monet iniciou 
sua carreira artística, o método de trabalho de Claude Monet consistia em pintar 
ao ar livre, a grande parte de suas obras tinham como tema paisagens 
campestres e marítimas, onde o artista destacou nas suas composições a 
incidência da luz solar sobre o objeto representado e as cores puras 
complementares sem mistura. 
A intenção de Monet foi captar o instante de reflexão da luz solar sobre as 
coisas, ou seja, representar a “impressão” que uma determinada paisagem 
passava ao seu espectador naquele momento específico do dia, desta intenção 
surgiu o nome do movimento artístico iniciado por ele. 
Em 1874, na exposição em Le Boulevard des Capucines, apresentou-se 
ao público pela primeira vez, o quadro intitulado: “Impressão, nascer do Sol” ou 
“Impressão, Sol nascente”; os conceitos que Monet transmitiu através deste 
trabalho incentivou outros pintores a questionarem as regras da composição 
clássica, dando início ao Impressionismo. 
Em 1890, o pintor dedicou-se ao seu jardim em Giverny e às suas pinturas 
em série. 
Claude Monet faleceu em 06 de dezembro de 1926. 
 
 
 
 
12 
 
1.3. O Impressionismo 
 
Monet e seus amigos Renoir, Degas, Pisarro, Cézanne, Sisley e Morisot, 
após serem rejeitados pelo renomado Salon de Paris, em Abril de 1874, 
organizaram uma exposição de seus quadros em um estúdio de fotografia 
emprestado. Os trabalhos exibidos sofreram forte rejeição do público e dos 
críticos de arte da época. 
Louis Leroy, crítico de arte, escreveu um artigo para o jornal francês 
“Charivari” satirizando as obras expostas e descrevendo a visita à exposição 
impressionista como enlouquecedora, pois para ele, o espectador não saberia 
diferenciar a parte superior da inferior dos quadros expostos e as tintas estavam 
dispostas de maneira displicente, manchando as telas. A publicação teve grande 
repercussão e foi Leroy que batizou, de maneira desdenhosa, o movimento de 
“Impressionismo”, fazendo alusão à obra de Monet “Impressão, nascer do Sol”. 
 Segundo Proença (2013:207), na realidade, não houve nenhuma teoria 
que orientasse a criação artística desses pintores, havia apenas algumas 
considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas 
seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que 
caracterizam a pintura impressionista. 
 A tinta a óleo passou a ser armazenada em tubos de estanho, isso 
permitiu o seu transporte a vários lugares, os pintores da época usufruíram dessa 
possibilidade trabalhando diante da paisagem que desejavam retratar, no 
passado, toda a pintura era reproduzida dentro de um ateliê, o tema era apenas 
idealizado e não observado em tempo real. 
 Para os impressionistas os seres humanos possuíam duas maneiras de 
enxergar o mundo: a primeira, biológica objetiva, ou seja, através dos olhos e 
retinas que enviam a imagem para o cérebro decodificar e a segunda, sensorial 
subjetiva, ou seja, como o indivíduo sente aquela atmosfera, qual a comoção 
que aquele instante transmite através das cores e reflexos luminosos. 
“A única preocupação que eles tiveramem comum foi a de se 
empenharem na representação dos efeitos ópticos da visão, tais 
como eram propostos pelas descobertas da física moderna. Ora, 
este método que se queria racional, experimental, devia conduzir à 
descoberta de um mundo de emoções pessoais, subjetivo, mágico, 
que é o próprio mundo da arte reencontrada”. (MATHEY; 
FRANÇOIS, 1976, p. 25). 
 
 
13 
 
 
Em uma época em que os impressionistas davam seus primeiros passos, 
em meados do século XIX, o Japão abriu seus portos aos estrangeiros e firmou 
acordos comerciais e políticos com a Europa e Estados Unidos, essa conexão, 
nunca antes alcançada, trouxe ao velho mundo as gravuras japonesas. Essas 
gravuras apresentavam fundamentos estéticos totalmente diferentes das artes 
ocidentais, ao contrário de uma obra da antiguidade clássica, os desenhos 
nipônicos não tinham simetria, não apresentavam fundo e as cores fundamentais 
eram o vermelho, azul, branco, amarelo, preto e verde. 
O vislumbre pelo Japão ficou evidente, por exemplo, na tela “Madame 
Monet en costume japonais” de 1875, onde Claude Monet retratou a sua primeira 
esposa vestindo um quimono. 
 
Figura 03 – Claude Monet - Madame Monet en costume japonais (1875) 
Museu de Belas Artes de Boston, Estados Unidos 
 
Fonte: Wikipedia, 2019. Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Madame_Monet_en_costume_japonais>. Acesso em: 13 de set. 
de 2021. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Madame_Monet_en_costume_japonais
 
 
14 
 
A fotografia, tecnologia recém descoberta, também exerceu certo peso no 
Impressionismo e em seus representantes, a captura do cenário, no instante da 
concepção da foto, cria um enquadramento cortado, representação adotada 
pelos pintores da época, nesse método as figuras são desenhadas não 
totalmente, ou seja, em parte, a imagem completa fica por conta do imaginário 
inconsciente do espectador, permitindo outros pontos de vista e outros ângulos. 
“A época é propícia às inovações – embora nunca, talvez, a 
sociedade tenha feito um uso mais idiota daquilo que os seus 
homens de talento iam oferecer-lhe –, e os artistas não são os 
únicos a empreender esse inventário do mundo das aparências, 
que marca os inícios do Impressionismo. A invenção da fotografia 
segue no mesmo sentido, e impõe aos artistas a necessidade de 
uma nova visão”. (MATHEY; FRANÇOIS, 1976, p. 48). 
 
Em um aspecto os impressionistas coincidiam, suas obras exprimiam um 
significado subjetivo e único, pois cada pintor percebia uma imagem diferente 
em sua mente, trazendo uma representação livre e profundamente pessoal da 
natureza, portanto, não era mais a simples reprodução das formas dispostas na 
tela, mas sim, como o cenário era enxergado e qual era o significado dele para 
quem o pintava. 
 
2. Percepção Visual: Teoria e Psicologia das Cores 
 
 Através dos estudos realizados na disciplina Percepção Visual: Teoria e 
Psicologia das Cores sobre as sensações que as composições tonais 
transmitem, foi possível confirmar as provavéis causas da disposição e eleição 
de cores na obra de arte que este trabalho examina. 
Levou-se em consideração a justaposição das matizes, as saturações e 
as tonalidades presentes na pintura explicitando as suas respectivas intenções, 
trazendo para o primeiro plano as sensações psicológicas que Monet tentou 
explicitar. 
 
2.1 Impressões e sensações 
 
O objeto de análise tem como título original “Impression, Soleil levant”, 
trata-se de quadro classificado no estilo impressionista, óleo sobre tela, 
 
 
15 
 
dimensões 48 x 63 cm, retrata uma composição simples de uma marinha nos 
primeiros instantes do dia. Claude Monet, autor da obra estudada, retratou a vista 
de sua janela, onde as figuras parecem estar envoltas por uma fumaça azulada, 
as formas tem pouca nitidez e nenhum contorno. 
As cores predominantes são as diferentes tonalidades de azul e vermelho 
– contraste entre cores complementares frias e quentes – e um pouco de azul-
marinho bem escuro nos barcos menores, as cores são puras colocadas umas 
sobre as outras, Monet distribui uma gradação de tintas, escurecendo e 
clareando pontos específicos, conduzindo o olhar do público. 
 
Figura 04 – Cores predominantes na Obra: “Impressão, nascer do Sol” – 
Montagem feita no AutoCad 2015 pela aluna. 
 
Fonte: PROENÇA; GRAÇA (2013, p. 212) 
 
 O exercício da pintura realizado fora do ateliê exigiu rapidez no pincel e 
na deposição das tintas sobre a tela, por isso o traço do pincel, no presente 
quadro, é tão singular; o céu é um azul frio - hora acinzentado, hora arroxeado - 
está em contraposição com o vermelho quente alaranjado do Sol nascente. 
 
 
16 
 
As formas sem contorno, no lado superior esquerdo da tela, se destacam 
pelo uso da cor fria, todavia, há grande contraste nesse ponto com a cor quente 
em segundo plano. O círculo vermelho, fora do eixo central da composição, 
destaca-se do fundo, transformando-se em um marco visual importante. 
 
Figura 05 – Formas, contraste entre cores e traços do pincel na Obra: 
“Impressão, nascer do Sol” – Montagem feita no AutoCad 2015 pela aluna. 
 
Fonte: PROENÇA; GRAÇA (2013, p. 212) 
 
3. Informática Aplicada 
 
Na disciplina Informática Aplicada foram transmitidos diversos conceitos 
que disponibilizaram meios para o uso do programa AutoCad. Foram feitas 
montagens sobre a tela do artista Claude Monet para decifrar o conjunto da obra 
e apontar os traços marcantes do trabalho do francês. 
Os exercícios aplicados nas aulas permitiram a aprendizagem dos 
comandos: line (linha), circle (círculo), arc (arco) e erase (borracha), que 
contribuíram para a confecção de uma análise visual, dentro do software acima 
citado. A análise visual através do AutoCad consistiu em delimitar se há a 
construção de simetria, quais são os eixos de divisão da pintura e como a visão 
e mente são conduzidos para dentro da paisagem vespertina. 
 
 
Formas sem 
contorno 
Traços rápidos 
do pincel 
Contraste entre 
cor quente e fria, 
marco visual 
 
 
17 
 
3.1 Análises compositivas 
 
A pintura analisada é assimétrica - dividida em três partes - e não tem um 
acabamento clássico, parece um “rascunho” para a arte final, em destaque 
vemos o Sol e seu reflexo laranja sobre a água do mar calmo, essa sensação de 
água calma e sem ondas é transmitida através das pinceladas pequenas na 
parte inferior da pintura. 
 
Figura 06 – Assimetria e divisão de planos na Obra: “Impressão, nascer do Sol” 
Montagem feita no AutoCad 2015 pela aluna. 
 
Fonte: PROENÇA; GRAÇA (2013, p. 212) 
 
Barcos azuis-marinhos, quase pretos, na parte inferior da imagem, se 
sobressaem na cor turquesa da água do mar, que, manchada de laranja pelo 
reflexo solar, cria um realce visual dentro da cena, com isso criou-se uma 
sensação de movimento; a impressão que se tem é que a qualquer momento 
ouviremos as ondas quebrarem na orla. 
Quase eliminou-se a forma figurativa da obra, as mesmas são 
praticamente abstratas, fazendo alusão a arquétipos conhecidos e ao fundo 
temos a sugestão de uma construção qualquer ou uma cidade, tudo para que o 
público imagine o enredo misterioso da cena. 
 
 
18 
 
Monet foi um grande estudioso da atmosfera que a luz solar criava no 
horizonte, neste Sol nascente ele inova na representação da luz e expressa os 
próprios sentimentos muito antes de representar a paisagem. A cor que 
predomina é o azul, cor fria, quase translúcida, trazendo consigo a sensação de 
que o mundo despertou naquele instante, os primeiros raios do Sol aqueceram 
a água do mar vagarosamente e a cidade, ao fundo, começou o seu cotidiano. 
A névoa se faz presente por meio do desfoque da cena, o preenchimento das 
formas foi feito por manchas de tinta somando um caráter efêmero ao quadro. 
A perspectiva não é linear, os navios no fundo, quase desaparecendo, 
dão a impressão de profundidade, os barcos estão dispostos na diagonal, dando 
a impressãode distância e ângulo de visão inusual. 
 
 Figura 07 – Linhas diagonais e o reflexo do Sol na Obra: “Impressão, nascer 
do Sol” - Montagem feita no AutoCad 2015 pela aluna. 
 
Fonte: PROENÇA; GRAÇA (2013, p. 212) 
 
Em uma composição clássica há, na maioria dos casos, um ponto de fuga, 
onde todos os objetos da tela se submetem, há simetria e o elemento principal 
está no centro como destaque da pintura, já no nosso objeto de estudo, essa 
simetria, ponto de fuga e centralidade do olhar não estão presentes. As sombras 
não são mais escuras, são feitas através da proximidade das cores 
complementares. 
Tema principal 
descentralizado 
e não alinhado 
em simetria 
Tela 
composta 
em linhas 
diagonais 
 
 
19 
 
4. Considerações finais 
 
 Mediante todos os saberes atingidos na disciplina História da Arte, onde 
aprendeu-se sobre os movimentos artísticos vanguardistas e as revoluções 
sociais históricas do século XIX, foi exequível ponderar criticamente sobre os 
ideais Impressionistas e a libertação da representação que almejavam. 
A disciplina de Percepção Visual: Teoria e Psicologia das Cores forneceu 
habilidades para a identificação do uso das cores e seus significados juntamente 
com a descoberta de quais sensações Claude Monet pretendeu expor com o seu 
trabalho. A leitura compositiva da imagem foi feita com os comandos de desenho 
do programa AutoCad, assimilados nas aulas da disciplina Informática Aplicada. 
Diante da obra que este estudo dissecou, conclui-se que a tela deu o 
ponta pé inicial na diluição das formas que viria mais tarde e influenciou os 
artistas seguintes para ousarem e iniciarem a pintura abstracionista moderna. 
Firmados no ideal de renovação, muitos contemporâneos ao movimento 
impressionista, experimentaram expressar óticas diferentes sobre o mesmo 
objeto de acordo com o ambiente e a luz que o envolvia. 
 “Afirmando o primado da luz, renovaram a noção da forma 
pictórica, ela própria condicionada pela cor. Isso exigia novas 
técnicas, mas uma linguagem tanto mais simples e imediata quanto 
significativa. A pretensa destruição, ou “pulverização” da forma, 
pelos impressionistas, rompe com a representação do mundo 
exterior”. (MATHEY; FRANÇOIS, 1976, p. 08). 
 
 
 Os aspectos elencados, onde se debruçou a análise, revelou uma técnica 
de distribuição das tintas no quadro - diretamente aplicadas - que quebrou rígidas 
exigências do academicismo, rompendo laços com os conceitos clássicos 
defendidos, até então, como belos, absolutos e aclamados pelos tradicionalistas. 
O uso das paisagens campestres, marítimas e urbanas, a inovação na junção e 
organização de cores, a pintura rápida para captar o instante finito e a vontade 
de externar o sentimento único do pintor caracterizou profundamente a obra de 
Monet analisada no presente artigo. 
 Observou-se que os impressionistas, que se destacaram dentro do 
movimento, buscavam por artes orientais que não tinham influência do velho 
 
 
20 
 
mundo para conceber algo novo, que alforriasse o artífice do passado greco-
romano e da busca do mundo ideal e simétrico regido pela proporção áurea. 
Com novas discussões trazidas pelas inovações tecnológicas, como a 
fotografia por exemplo, perseguiu-se uma outra maneira de apregoar a 
mensagem da pintura pelo uso de uma nova composição espacial dentro do 
quadro, tocando o observador mais subjetivamente com a exclusão do contorno 
e a ausência da exatidão das figuras. 
 Em virtude de representar o mundo natural com o toque pessoal do 
criador, abriu-se o caminho para novas opiniões sobre o papel da arte, o quadro 
de Monet, que esta crítica lançou olhar, não foi simplesmente um ato de rebeldia 
arbitrária, mas trata-se de um divisor de águas determinante para a concessão 
de autonomia aos futuros companheiros de ofício desenvolverem as próprias 
linguagens pictóricas. 
 Este Projeto Integrado Multidisciplinar contribuiu para o desenvolvimento 
de um olhar mais sensível perante os efeitos e significados que as cores e as 
suas combinações trazem para dentro das criações projetuais, a posse dessa 
habilidade torna um designer de interiores mais completo e apto para o exercício 
de sua profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
REFERÊNCIAS 
 
A EUROPA no século XIX. Educabras, 2021. Disponível em: 
<https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/historia/historia_geral/aula
s/a_europa_no_seculo_xix>. Acesso em: 12 de set. de 2021. 
 
BRODSKAÏA, Nathalia. Impressionismo: Coleção Folha O Mundo da Arte. São 
Paulo: Editora Folha de São Paulo, 2017. 
 
KATSURAYAMA, Maria Aparecida Cordeiro. A influência da arte Japonesa na 
representação da espacialidade Impressionista. Pucsp, 2021. Disponível em: 
<http://www4.pucsp.br/ic/20encontro/downloads/artigos/MARIA_APARECIDA_
CORDEIRO_KATSURAYAMA.pdf>. Acesso em: 13 de set. de 2021. 
 
MADAME Monet en costume japonais. Wikipedia, 2019. Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Madame_Monet_en_costume_japonais>. Acesso 
em: 13 de set. de 2021. 
 
MATHEY, François. O Impressionismo. São Paulo: Editora Verbo S/A, 1976. 
 
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática Didáticos, 2013. 
 
ZEVI, Bruno. Saber ver a Arquitetura. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 
2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/historia/historia_geral/aulas/a_europa_no_seculo_xix
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Madame_Monet_en_costume_japonais

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