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Alfa EAD historia_17

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PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
HISTÓRIA
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do 
detentor dos direitos autorais.
Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico
Disciplinas Autores 
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
 Márcio F. Santiago Calixto
 Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila 
 Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
 Haroldo Costa Silva Filho
 Jayme Andrade Neto
 Renato Caldas Madeira
 Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
 Marco Antonio Noronha
 Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
 Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
 Hélio Apostolo
 Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva 
 Marcelo Piccinini 
 Rafael F. de Menezes
 Rogério de Sousa Gonçalves
 Vanessa Silva
Geografia	 	 	 Duarte	A.	R.	Vieira
 Enilson F. Venâncio
 Felipe Silveira de Souza 
 Fernando Mousquer
I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — 
Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]
696 p.
ISBN: 978-85-387-0574-1
1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.
CDD 370.71
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Chegada 
dos portugueses 
à economia 
do açúcar
O tema Expansão Marítima já é conhecido de 
todos nós. Inicialmente chamado de “Grandes Nave-
gações”, nas séries iniciais dá-se ênfase à chegada 
de Cabral ao Brasil como um feito heroico. Na com-
preensão histórica não devemos considerar a ação 
individual de heróis, mas o processo coletivo humano 
na transformação de sua realidade.
Dessa forma, a simples informação do nome do 
navegador e a data, com precisão de dia, mês e ano, 
representa pouca utilidade, salvo se você for a um 
programa de perguntas e respostas.
Para entendermos a formação de nosso país, é 
fundamental tratar de assuntos como as navegações 
e os primeiros anos da presença portuguesa no Brasil 
indo além de nomes e data.
Neste tópico, abordaremos as origens da expan-
são marítima e suas etapas, compreendendo a che-
gada dos portugueses. Também veremos os tratados 
que foram delineando o território brasileiro tal qual 
o conhecemos hoje, e os 30 primeiros anos de nossa 
História, o chamado período pré-colonial.
Desde a Baixa Idade Média, as cidades italianas 
de Gênova e Veneza monopolizavam a distribuição 
dos produtos orientais na Europa a partir do Medi-
terrâneo, distribuição feita por rotas terrestres e flu-
viais, em direção às duas principais feiras comerciais 
(Flandres e Champanhe). Porém, com o advento da 
peste negra e da Guerra dos Cem Anos, essas rotas 
tornaram-se inseguras, gerando um obstáculo para 
o desenvolvimento comercial, também afetado pelos 
pesados tributos impostos pelos senhores feudais.
A saída para tais entraves foi a substituição das 
tradicionais rotas terrestres pelas rotas marítimas. 
Ainda no quadro da crise do sistema feudal, a inflação 
provocada pelo esgotamento das minas de metais 
preciosos, o monopólio italiano para a obtenção de 
especiarias orientais e o grande número de interme-
diários na distribuição dessas mercadorias tornava 
cada vez mais difícil a recuperação econômica da 
Europa. Seria necessário, então, buscar uma rota 
marítima alternativa para atingir o Oriente, buscando 
novas fontes de metais preciosos e especiarias a um 
preço mais baixo. 
Porém, a maioria dos Estados europeus não 
reunia condições de realizar tal obra, uma vez que a 
Espanha ainda convivia com a presença muçulmana 
em seu território, além da carência de um governo 
centralizado. França e Inglaterra estavam envolvidas 
na Guerra dos Cem Anos (1337-1453), sendo que a In-
glaterra ainda teve que enfrentar a Guerra das Duas 
Rosas (1455-1485). O Sacro Império apresentava-se 
fragmentado em reinos alemães e repúblicas italia-
nas. Apenas Portugal reunia condições propícias para 
realizar a expansão marítima e comercial, em busca 
da rota alternativa para o Oriente.
Fatores do 
pioneirismo português
Portugal foi o pioneiro na expansão marítima por 
reunir as seguintes características:
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A posição geográfica favorável • fez de Por-
tugal ponto de parada dos navegadores ita-
lianos em direção ao Mar do Norte. Com os 
recursos captados a partir dessa atividade, a 
burguesia portuguesa conseguiu patrocinar 
suas primeiras viagens marítimas em direção 
ao Oriente.
A centralização precoce • com a Revolução 
de Avis (1383-1385), permitiu a captação de 
recursos para a expansão marítima e o desen-
volvimento da burguesia portuguesa a partir 
do estímulo às atividades mercantis.
A presença de uma burguesia aliada ao Es- •
tado português, o apoio da burguesia, classe 
interessada na expansão das atividades co-
merciais em busca de maiores lucros, garantiu 
ao rei apoio para o empreendimento náutico.
O desenvolvimento náutico • alcançado a par-
tir da criação da Escola de Sagres, fundada 
pelo infante D. Henrique, filho do rei D. João 
I, para sistematizar o ensino e o conhecimen-
to náutico. Alguns autores, como Charles 
Boxer, consideram que a Escola de Sagres 
nunca existiu enquanto instituição de ensi-
no, mas apenas como conjunto de tradições 
náuticas.
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Instrumentos de orientação: Astrolábio, Bússola, Quadrante.
A estabilidade política • provocada pela 
ausência de guerras a partir da Revolução 
de Avis (1383-1385). Portugal pôde, dessa 
maneira, se dedicar às atividades náuticas, 
enquanto nações como França e Inglaterra 
degladiavam-se na Guerra dos Cem Anos 
(1337-1453). A Inglaterra ainda presenciou 
a Guerra das Duas Rosas (1455-85). A Espa-
nha lutava há muito tempo para expulsar os 
muçulmanos na Guerra de Reconquista. Tais 
nações só conheceram a estabilidade política 
necessária à expansão depois de Portugal.
Contatos de Portugal com os muçulmanos • 
e trocas comerciais possibilitaram aos portu-
gueses assimilar tecnologias fundamentais à 
navegação como o uso do astrolábio.
A ideia de expansão da fé católica • representa-
da pelo espírito cruzadista português, desen-
volvido a partir da luta contra os muçulmanos 
na Península Ibérica desde o século VIII d.C. 
Esse espírito motivou muitos portugueses 
a desbravar o “Mar Tenebroso” (como era 
chamado o Oceano Atlântico), suas lendas e 
seus perigos.
As etapas da expansão 
marítima portuguesa
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A Expansão Marítima Portuguesa também 
pode ser chamada de Périplo Africano, por buscar 
um novo caminho para o Oriente via oceano Atlântico 
costeando o continente africano, como evidenciado 
no mapa anterior.
A Expansão Marítima Portuguesa iniciou-se 
em 1415 com a tomada da ilha de Ceuta, no norte da 
África, liderada pelo Infante D. Henrique, filho do rei 
D. João I. Essa cidade era de grande importância por 
ser base de piratas muçulmanos que atuavam no Me-
diterrâneo e um centro comercial do Marrocos, para 
onde convergiam rotas comerciais que traziam ouro 
e produtos orientais do Egito e do Sudão.
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Entre 1427 e 1439,procedeu-se a ocupação das 
ilhas atlânticas de Açores, Madeira, São Tomé entre 
outras. Nestas ilhas desenvolveu-se a produção açu-
careira, que encontrou grande mercado consumidor 
nas cidades europeias, auferindo consideráveis lu-
cros à burguesia de Portugal. Esses lucros foram rein-
vestidos em novas viagens marítimas portuguesas.
Em 1434, Gil Eanes ultrapassou o cabo Bojador, 
de difícil navegação. Essa conquista levou os portu-
gueses ao rio do Ouro, onde além do metal precioso, 
encontraram marfim, madeiras e malagueta. Além 
disso, a chegada ao rio do Ouro ampliou a presença 
portuguesa na África que possibilitou o estabele-
cimento do tráfico negreiro em 1441, fornecendo 
escravos para suprir a carência de mão-de-obra em 
Portugal e nas ilhas açucareiras do Atlântico.
Em busca do mítico reino de Prestes João, um 
provável reino cristão fincado entre a África e a Índia, 
o rei D. João II (1481-1495) enviou a expedição de Bar-
tolomeu Dias, em busca também de uma passagem 
para o Oriente. Embora fracassada em sua busca 
pelo lendário monarca, Bartolomeu Dias conseguiu 
descobrir a passagem que contornava a África em 
direção ao leste, no cabo das Tormentas. Esse cabo 
foi logo rebatizado cabo da Boa Esperança, revelando 
a disposição portuguesa em atingir o Oriente. 
Em 1498, o navegador Vasco da Gama chegou a 
Calicute na Índia, conseguiu comprar a baixos preços 
produtos orientais que, revendidos na Europa possi-
bilitaram grande lucro. Esse fato foi o início da lucra-
tiva empreitada portuguesa nas Índias Orietais.
Animados pela lucratividade de Vasco da Gama, 
os portugueses organizaram uma expedição co-
mandada por Pedro Álvares Cabral, que tinha como 
objetivo ampliar a presença portuguesa no Oriente. 
Embora tenha se consolidado a tese de que o desco-
brimento do Brasil por Cabral em 22 de abril de 1500 
tenha sido algo acidental, muitos historiadores atual-
mente consideram a intencionalidade da expedição 
em oficializar a posse sobre terras possivelmente já 
conhecida dos portugueses.
Recentemente, a historiografia tem revisado a 
importância da expedição de Cabral em relação ao 
descobrimento do Brasil. Estudos atuais revelam 
que o primeiro a chegar a estas terras deve ter sido o 
espanhol Vicente Pinzón, que desembarcou no lito-
ral do Ceará em 26 de janeiro de 1500. Em fevereiro 
de 1500, Diogo de Lepe, outro navegador espanhol, 
chegou ao cabo de São Roque, próximo à Natal no 
Rio Grande do Norte. Porém, existe uma forte evi-
dencia do conhecimento português sobre as áreas 
a oeste do oceano Atlântico. O livro Esmeraldo de 
Situ Orbis do navegador Duarte Pacheco, indica que 
ainda em 1498, o rei D. Manuel o Venturoso enviou 
uma frota para aportar em terras além do Mar Oce-
ano (como era chamado o oceano Atlântico), onde 
havia uma região na qual se encontrava “muito e 
fino brasil”. Esse livro não pode ser considerado 
uma fonte histórica irrefutável, uma vez que foi 
publicada em 1505, logo após a viagem de Cabral, 
e apenas faz referência à data de 1498. No entanto, 
as negociações portuguesas para a confecção do 
Tratado de Tordesilhas novamente evidenciam o 
possível conhecimento português sobre o Brasil, 
antes mesmo da viagem de Cabral.
Périplo: navegação à volta de um mar ou das 
costas de um país.
As etapas da expansão 
marítima espanhola
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Antes que Vasco da Gama chegasse às Índias, 
iniciava-se a expansão marítima espanhola a par-
tir da superação de seus entraves internos com a 
conquista do reino árabe de Granada em 1492 e a 
unificação dos reinos de Castela e Aragão a partir 
do casamento de seus reis, respectivamente, Isabel 
e Aragão, no ano de 1469. 
Em 1492, a Espanha financiou a viagem do ge-
novês Cristóvão Colombo, que ambicionava atingir 
o Oriente navegando rumo ao Ocidente (el levante 
por el poniente). Dois meses após a partida, Colombo 
atingiu a América Central, acreditando entretanto, 
que havia atingido as Índias. O novo continente foi 
reconhecido em 1504 com a expedição de Américo 
Vespúcio. Em 1513 Vasco Nunez Balboa alcançou o 
oceano Pacífico, e entre 1519 e 1521, Fernão de Ma-
galhães e Sebastião Del Cano realizaram a primeira 
viagem de circunavegação do planeta.
Os tratados ultramarinos
Com as expedições portuguesas e espanholas 
iniciam-se as disputas territoriais. A primeira ten-
tativa de resolução desses conflitos foi o Tratado 
de Toledo (1480), que reservava para Portugal a 
posse das terras a descobrir situadas ao sul das 
Ilhas Canárias. 
Após a viagem de Colombo, o papa Alexandre 
VI editou a Bula Intercoetera (1493), que partilhava 
o mundo entre Portugal e Espanha a partir de um 
meridiano situado 100 léguas a Oeste do arquipélago 
de Cabo Verde. Segundo essa bula, Portugal teria a 
posse dos territórios a Leste do meridiano, cabendo 
a Espanha a parte Oeste. 
Os portugueses sentiram-se prejudicados com 
este tratado, uma vez que perderam a hegemonia no 
Atlântico Sul, conquistada em 1480 e indispensável 
para a continuidade de seu processo de expansão. 
Assim, exigiram o deslocamento do meridiano para 
370 léguas do arquipélago, ao invés das 100 propos-
tas. Surgiu então, em 1494, o Tratado de Tordesilhas, 
a partir dessa redefinição.
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As consequências 
da expansão marítima
A Revolução Comercial (séculos XVI e XVII), •
a partir do aumento da circulação de mer-
cadorias e moedas e do grande afluxo de 
metais preciosos que gerou uma alta geral 
dos preços.
Deslocamento do eixo econômico europeu do •
Mediterrâneo para o Atlântico e consequente 
declínio econômico das repúblicas italianas, 
devido à perda do monopólio do comércio 
das especiarias e ascensão das potências 
mercantis atlânticas.
Europeização das áreas conquistadas e ex- •
termínio de grupos e nações indígenas na 
América.
A crise da 
expansão portuguesa
Rapidamente, a empresa marítima de Portugal 
no Oriente desarticulou-se diante dos grandes gastos 
para operacionalizar viagens, além da necessidade 
de material humano que superavam as possibilida-
des portuguesas, gerando grande déficit com casas 
bancárias europeias. 
A perseguição religiosa a judeus pelos tribunais 
católicos portugueses enfraqueceu a burguesia por-
tuguesa, uma vez que os judeus estavam entre os 
principais mercadores e financistas do país. Os perse-
guidos destinaram-se com seus capitais para outras 
regiões mais tolerantes como os Países Baixos. 
Os gastos em terras, castelos e na manutenção 
do luxo e rigor da vida na Corte, por parte da nobreza 
consumiram capitais que poderiam ter sido investidos 
na exploração do comércio oriental. Por último, vale 
ressaltar a crescente presença de outras monarquias 
como a França, Inglaterra e Holanda, concorrendo com 
os portugueses na região.
A chegada 
de Cabral e a carta 
de Pero Vaz de Caminha
No dia 22 de abril de 1500, a esquadra de Cabral 
chegava ao Brasil, que foi batizado com o nome de 
Ilha de Vera Cruz, nome que em 1501 foi mudado para 
Terra de Santa Cruz e que somente a partir de 1503 
passou a se chamar Brasil. No dia 23 de abril, foram 
realizados os primeiros contatos com os indígenas, 
amistosos, segundo Pero Vaz de Caminha, e no dia 
2 de maio, partiram em direção à Índia, que era o 
grande objetivo da expedição.
Trecho da Carta de Caminha
“Eram pardos, todos nus(...). Não fazem 
o menor caso de encobrir ou mostrar suas 
vergonhas; e nisso têm tanta inocência como 
em mostrar o rosto. (...). Eles não lavram, nem 
criam. Não há aqui boi nem vaca, nem cabra, 
nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra 
animaria, que costumada seja ao viver dos ho-
mens. (...) Esta terra, senhor, será tamanha que 
haverá nela bem vinte ou 25léguas por costa 
(...) Nela, até agora, não pudemos ver se há ouro, 
nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro 
nem o vimos. Porém, a terra em si é de muito 
bons ares, assim frios e temperados, como os 
de entre Doiro e Minho (...) Em tal maneira é 
graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á 
nela tudo, por causa das águas que tem. Po-
rém, o melhor fruto, que dela se pode tirar, me 
parece que será salvar esta gente. E esta deve 
ser a principal semente que Vossa alteza nela 
deve lançar(...).
Deste Porto Seguro, de vossa Ilha de Vera 
Cruz, hoje sexta-feira, primeiro dia de maio 
de 1500.”
Pero Vaz de Caminha
A Carta de Pero Vaz de Caminha na prática 
resume as impressões iniciais que os portugueses 
tiveram dos índios e da terra recém-conquistada e 
indica as principais características dos 30 primei-
ros anos após a expedição de Cabral, denominado 
período pré-colonial, no qual o Brasil foi relativa-
mente abandonado, apesar da organização do ex-
trativismo do pau-brasil, árvore que em 1503 deu 
nome à região.
Os índios e as primeiras 
impressões portuguesas
Inicialmente, convém destacar a imprecisão do 
termo índio. Tal denominação foi atribuída à popu-
lação local pelo navegador Cristóvão Colombo, que 
acreditava ter chegado à Índia em 1492. Outros ter-
mos também podem ser utilizados para denominar 
esta população como ameríndio, autóctone, gentio, 
silvícola, “negro da terra” entre outros.
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Outra imprecisão é atribuir aos vários povos 
indígenas, características semelhantes entre si. Os 
estudos arqueológicos e outras pesquisas têm mos-
trado a grande diversidade existente entre os vários 
grupos indígenas no Brasil, que se adaptaram às 
variadas condições geográficas locais. Os costumes, 
crenças, artesanato, formas de organização familiar 
eram heterogêneas, apesar da sensação de unifor-
midade dos primeiros europeus. O agrupamento 
entre os povos é feito, atualmente, por critérios de 
semelhança linguística.
N
el
so
n
 P
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i.
Quando os europeus chegaram ao litoral, a 
maior parte das tribos indígenas praticavam uma 
agricultura de subsistência diversificada (mandio-
ca, milho, feijão) e pouco produtiva se comparada à 
agricultura europeia do período; isso devido a fatores 
técnicos e culturais. Praticavam a caça e a pesca e 
a divisão do trabalho era feita por sexo: as mulheres 
dedicavam-se à agricultura, enquanto os homens 
cuidavam da caça. As relações entre as tribos eram 
definidas por casamentos, celebrações religiosas, 
alianças e guerras. 
Praticavam, geralmente, uma religião politeísta 
e animista (baseada em fenômenos da natureza) e os 
portugueses acreditavam que os índios, povos “sem 
Deus, sem lei, sem rei e sem razão” segundo o padre 
Simão de Vasconcelos, poderiam ser catequizados 
por possuírem alma. Porém, a catequese exigiria 
muito trabalho e disciplina dos portugueses dentro 
do quadro de expansão da fé católica já presente na 
Expansão Marítima, também evidenciado no trecho 
da carta de Pero Vaz de Caminha em destaque.
O relativo abandono do Brasil
No período pré-colonial (1500-1530), os portu-
gueses não priorizaram a ocupação do Brasil. Essa 
“secundarização” teve como causas:
O fato dos portugueses não terem encontra- •
do, no Brasil, sociedades organizadas com 
base na produção para mercados. Como des-
crito na Carta de Caminha, as comunidades 
indígenas possuíam uma produção de alimen-
tos restrita e voltada para a autossuficiência. 
Portanto, não produziam excedentes agrícolas 
que pudessem ser comercializados nos merca-
dos europeus, nem mesmo especiarias, dentro 
dos objetivos da Expansão Marítima.
O fato do Brasil não oferecer metais pre- •
ciosos. Como descrito no capítulo anterior, 
um dos objetivos da Expansão Marítima era 
a busca de metais preciosos, e a compra de 
especiarias orientais.
A crise demográfica portuguesa. • Desde o 
início da Expansão Marítima, Portugal vinha 
perdendo elevado contingente populacional 
para a empresa no Oriente. Logo, havia pouca 
oferta de pessoas para deslocarem-se para tão 
vastas e “inóspitas” terras de além-mar.
Os lucros do comércio oriental. • Ainda nes-
tes primeiros anos de século XVI, o comércio 
oriental oferecia grandes lucros a Portugal, o 
que justificava a restrição aos investimentos 
no Brasil.
Apesar do relativo abandono, Portugal enviou 
ao Brasil expedições exploradoras que buscavam 
riquezas e revelavam acidentes geográficos. Entre 
estas expedições, podemos destacar a de Gaspar 
de Lemos (1501), que deu nome à Baía de Todos os 
Santos e ao lugarejo de São Sebastião do Rio de Ja-
neiro, além de confirmar a existência de pau-brasil, 
madeira importante para a produção de têxteis na 
Europa devido ao tingido avermelhado que fornecia. 
Em 1503, Gonçalo Coelho chefiou outra expedição ex-
ploradora, que instalou feitorias no litoral fluminense. 
As feitorias eram armazéns fortificados no litoral, que 
armazenavam com segurança o pau-brasil e repre-
sentavam a presença portuguesa na região.
Além das expedições exploradoras, outras vie-
ram para guardar as costas do Brasil dos constantes 
ataques de piratas e corsários estrangeiros. Destaca-
ram-se as duas expedições de Cristóvão Jacques em 
1516 e 1526, que procuraram deter o contrabando de 
pau-brasil. Apesar das tentativas, nem a instalação 
de feitorias, nem as expedições guarda-costeiras 
conseguiram eliminar a presença de contrabandistas 
no litoral brasileiro.
Aproveitando-se da escassez de defesas portu-
guesas, piratas e corsários realizaram o contrabando 
do pau-brasil, à margem do Tratado de Tordesilhas, 
que garantia a posse portuguesa sobre as áreas. 
Segundo o autor Antônio Carlos do Amaral Azevedo, 
em seu livro Dicionário de Nomes, Conceitos e Termos 
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Históricos, corsário é o “nome dado a todo navio de 
propriedade particular fretado por seu proprietário ao 
governo, deste recebendo autoridade para guerrear 
ou interromper qualquer tráfico de país inimigo.” 
Dessa maneira, o corsário era uma ferramenta para 
objetivos mercantilistas, de nações como a Inglaterra 
e a França, que partiram tardiamente para a conquis-
ta do mundo colonial. Já os piratas, eram aqueles 
que combatiam por conta própria, logo, não estavam 
submetidos a nenhum compromisso com os Estados 
Nacionais. Entre os contrabandistas mais famosos 
está o corsário Francis Drake, capitão a serviço da 
rainha Elizabeth I e a segunda pessoa a circunavegar 
o globo terrestre entre 1577 e 1580.
A exploração do pau-brasil
A exploração do pau-brasil foi a primeira ativi-
dade econômica desenvolvida pelos portugueses no 
Brasil. A madeira, de grande importância para a tintu-
raria europeia, era mais abundante na área litorânea 
entre Angra dos Reis e o Nordeste. Para organizar a 
exploração e armazenar o pau-brasil, foram instaladas 
feitorias no litoral brasileiro. 
Esta atividade econômica era considerada um 
estanco, ou seja, um monopólio régio; dessa manei-
ra, apenas as pessoas que possuíssem autorização 
poderiam realizá-la. O primeiro a receber tal autori-
zação foi Fernão de Noronha, grande comerciante e 
cristão-novo*.
*Cristão-novo: judeu recém-convertido ao cris-
tianismo, diante das perseguições da Inquisição 
europeia.
Os portugueses, nos primeiros anos de explora-
ção, utilizaram a mão-de-obra indígena para garantir 
a extração do pau-brasil. Tribos indígenas aliadas 
como os Tupiniquim do Rio de Janeiro, eram respon-
sáveis pelo corte e transporte da madeira para as 
feitorias, recebendo em troca objetos de pouco valor 
na Europa, como espelhos, facas entre outros. Este 
sistema de comércio é conhecido como escambo.
A exploração do pau-brasil foi uma das grandes 
responsáveis pela destruição da Mata Atlânticano 
Brasil devido ao seu caráter predatório.
O sistema colonial
Após estudarmos o relativo abandono do Brasil 
no chamado período pré-colonial, surgem duas ques-
tões: quais os motivos que levaram à colonização 
do Brasil e de que maneira ocorreu esse processo 
colonizador?
Vamos analisar os fatores da colonização e os 
modelos utilizados no Brasil. Alguma coisa você 
deve lembrar. É a famosa aula que inclui Capitanias 
Hereditárias e Governo Geral.
O sistema colonial insere-se num quadro muito 
mais amplo, que remete aos aspectos gerais dos 
tempos modernos. Isto significa que a colonização 
está diretamente relacionada ao Mercantilismo e ao 
Absolutismo. A principal característica do sistema 
colonial se resume ao pacto colonial, que regula o 
exclusivismo do comércio colonial a favor da metró-
pole. Dessa maneira, a colônia só poderia comprar 
e vender seus produtos de suas metrópoles, que 
estabeleciam preços para garantir sua balança 
comercial favorável, ou seja, preços baixos para os 
produtos vendidos pelas colônias e preços altos para 
os produtos vendidos pelas metrópoles. Com isso, 
os Estados absolutistas garantiam capital indispen-
sável à consolidação de seu sistema de governo, 
efetivando o processo de centralização.
Uma outra perspectiva do sistema colonial é a 
de complementaridade econômica entre colônia e 
metrópole, de modo que a primeira deveria especia-
lizar-se na produção de gêneros que a metrópole pre-
cisava, mas não produzia e vice-versa. Certamente, 
em vários momentos, os colonos produziram gêneros 
para seu próprio consumo (mercado interno), como a 
manufatura de “panos grosseiros” no Maranhão, que 
se desenvolveu para fornecer roupas para os escra-
vos. As colônias passaram a se dedicar à produção de 
gêneros tropicais e matérias-primas indispensáveis 
ao desenvolvimento de suas metrópoles. 
São essas características que definem a estru-
turação da colonização portuguesa no Brasil.
Os motivos da 
colonização do Brasil
Se durante as primeiras décadas do século XVI 
Portugal optou pelo abandono relativo do Brasil, a 
partir de 1530 mudou de atitude, atuando no sentido 
de sua colonização devido:
às constantes invasões francesas no litoral •
brasileiro. Se Portugal beneficiou-se da pre-
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coce centralização para realizar o processo 
de expansão marítima e conquista de mer-
cados consumidores, antes de outras nações 
europeias, com o avanço do processo de cen-
tralização na Europa, outras nações tiveram 
condições de realizar a ampliação de seus 
domínios ultramarinos. Destaca-se a forte 
presença de navios franceses no litoral, em 
busca de pau-brasil e com ação legitimada 
a partir das declarações do rei francês Fran-
cisco I (1515-1547) que exigiu ironicamente 
o Testamento de Adão, no qual este trans-
feria a posse das terras do Novo Mundo aos 
portugueses e espanhóis. A França ainda se 
remetia ao princípio do uti possidetis (posse 
pelo uso), alegando que Portugal não possuía 
direitos sobre uma terra que abandonou du-
rante o período pré-colonial (1500-1530). Des-
sa maneira, para Portugal, colonizar o Brasil 
se transformou numa maneira de manter o 
controle sobre o território.
à descoberta de metais preciosos na América •
espanhola foi outro fator que motivou os por-
tugueses a colonizarem suas possessões no 
Brasil com a esperança de encontrarem ouro 
e prata, assim como a Espanha.
à decadência do comércio oriental, provocada •
pelos altos impostos cobrados, que não eram 
revertidos para a construção de mais navios 
e feitorias no Oriente. O resultado foi uma 
carência de infraestrutura, que ficou muito 
nítida quando outras nações (França, Ingla-
terra, Holanda) passaram também a atuar 
no comércio oriental, fazendo concorrência 
aos comerciantes lusos. A saída foi deslocar 
as atenções para o Brasil, na tentativa de 
ampliar os lucros por meio da adoção dos 
princípios mercantilistas.
A expedição de Martim 
Afonso de Souza (1530)
Em 1530, com cerca de cinco navios, foi envia-
da ao Brasil uma expedição comandada por Martim 
Afonso de Souza, considerada por muitos historiado-
res como um marco para o início da colonização, pois 
a partir do seu sucesso é que foram estabelecidas as 
capitanias hereditárias. 
Ao chegar ao Brasil, a expedição se dividiu em 
duas partes: uma em direção ao Maranhão, e outra 
em direção ao sul. Depois de patrulhar a costa bra-
sileira, combatendo piratas e corsários estrangeiros, 
Martim Afonso de Souza fundou o primeiro núcleo 
de povoamento no Brasil, a vila de São Vicente, em 
1532. Ajudou também a fundar outros povoados como 
Santo André da Borda do Campo e Santo Amaro.
Martim Afonso também foi o responsável pela 
instalação do primeiro engenho no Brasil, o enge-
nho de São Jorge, em São Vicente, no ano de 1533, 
indicando a opção portuguesa pelo açúcar como 
atividade econômica que garantiria o sucesso da 
empresa colonizadora. 
Martim Afonso de Souza.
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o.
As capitanias hereditárias
Após o sucesso da expedição de Martim Afonso, 
bastava agora criar um mecanismo para garantir a 
colonização de todo o território brasileiro. Assim, em 
1534, o rei de Portugal D. João III (1502-1557) instalou 
no Brasil o sistema de capitanias hereditárias, que 
já tinha sido implantado para colonizar a ilha da Ma-
deira. D. João III dividiu o Brasil em quinze lotes de 
terras, com extensão variando de 30 a 100 léguas. 
Aqueles que recebiam as terras eram chama-
dos de donatários e, geralmente, eram recrutados 
entre elementos da pequena nobreza, inclusive 
comerciantes e funcionários do reino. Muitos eram 
cristãos-novos e fugiam das perseguições da contra- 
-reforma na Europa. 
Os donatários, também chamados de capitães, 
recebiam a posse hereditária das capitanias, ou seja, 
transmitida de pai pra filho. A vinculação jurídica 
entre o rei e os donatários ficou estabelecida a partir 
de dois documentos.
Carta de Doação • : conferia aos donatários a 
posse hereditária da província, ou seja, o direi-
to de administrar e explorar economicamente 
as terras conquistadas. Dessa maneira, essas 
regiões ficariam sob o controle dos donatários 
como províncias do reino, eliminando a possi-
bilidade de propriedade privada.
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Carta Foral • : estabelecia os direitos e os de-
veres dos donatários. O dever principal era o 
de garantir os investimentos e ações neces-
sárias à colonização das possessões. Dessa 
maneira, Portugal terceirizava os gastos e a 
responsabilidade em relação à colonização 
do território, uma vez que seus cofres esta-
vam combalidos depois da crise do comércio 
oriental. Outro dever do donatário era o de 
enviar ao rei 10% dos lucros sobre todos os 
produtos da terra e 20% dos lucros sobre os 
metais preciosos (o famoso “quinto”). 
Entre os deveres do donatário podemos citar a 
criação de vilas e a distribuição de sesmarias (lotes 
de terra) a quem possuísse condições de as tornar 
produtivas. A distribuição desses lotes de terra ini-
cia o processo de concentração fundiária no Brasil. 
Destaca-se também o direito de exercer plena au-
toridade no campo judicial-administrativo, além da 
cobrança de impostos como a vigésima (5% sobre os 
lucros do comércio do pau-brasil). Os índios, hostis 
à colonização, poderiam ser escravizados pelos do-
natários, de acordo com o ideal de Guerra Justa que 
justificava legalmente a escravização do índio, caso 
este resistisse ao controle dos portugueses.
A iniciativa de garantir a colonização do Brasil 
a partir das capitanias hereditárias, em grande parte 
fracassou. Diante das dificuldades, muitos donatários 
não manifestaram interesse em garantir a coloni-
zação de suas capitanias. Outros não possuíam os 
recursos necessários paraos investimentos iniciais 
nem conseguiam combater as constantes incursões 
dos franceses que atacavam os povoamentos mais 
próximos da costa. A descentralização administrativa 
e o isolamento entre as capitanias foi ampliada pela 
distância em relação à metrópole e a carência de 
comunicação, dificultando ainda mais as tentativas 
de povoamento. Os constantes ataques indígenas 
aos recém-criados núcleos de povoamento foram um 
dos principais fatores que dificultaram o sucesso da 
colonização.
Apesar do fracasso da maioria das capitanias, 
duas delas prosperaram:
Pernambuco: cujo donatário era Duarte Coelho •
que promoveu a implantação de uma agroma-
nufatura açucareira com capital holandês. 
São Vicente: pertencente a Martim Afonso •
de Souza que desenvolveu uma produção 
açucareira com auxílio da Coroa Portuguesa, 
embora não tenha conseguido concorrer com 
a capitania de Pernambuco.
O fracasso do sistema de capitanias hereditárias 
ampliava o risco de perda do território brasileiro, uma 
vez que não gerava um povoamento capaz de resistir 
aos ataques estrangeiros. A solução encontrada pelo 
rei D. João III, o “Rei Colonizador”, foi a implantação 
do Governo-Geral.
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O governo-geral
D. João III percebeu que a estrutura administra-
tiva descentralizada das capitanias hereditárias, uma 
herança da época feudal, era uma das grandes respon-
sáveis pelo fracasso da colonização. Então, D. João III 
criou, em 1548, o regimento do governo-geral, governo 
centralizado que deveria coordenar e fiscalizar a ação 
dos donatários, gerando uma base administrativa no 
Brasil para representar os interesses régios.
Apesar das semelhanças com o sistema feudal, 
principalmente em relação à descentralização ad-
ministrativa, não podemos afirmar que o sistema de 
capitanias hereditárias era feudal, principalmente, 
se considerarmos os aspectos econômicos como 
a mão-de-obra (escrava nas capitanias e servil 
no feudalismo) e o destino da produção (mercado 
externo nas capitanias e interno nos feudos).
Para auxiliar os governadores-gerais foram no-
meados os seguintes assessores:
Ouvidor-mor: justiça. •
Procurador-mor: administração. •
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Alcaide-mor: milícias terrestres. •
Capitão-mor: defesa da costa. •
O governador-geral deveria celebrar acordos de 
paz com as tribos indígenas, estimular as atividades 
agropecuárias, defender a costa dos ataques dos 
estrangeiros e apoiar a ação dos jesuítas e a implan-
tação de núcleos de povoamento.
O governo de Tomé de Souza
O primeiro governador 
geral do Brasil foi Tomé de 
Souza. Ao chegar ao Brasil, 
em 1549, fundou a cidade 
de São Salvador, para ser 
a capital do governo-geral. 
Tomé de Souza estimulou 
a construção dos primei-
ros engenhos no recôncavo 
baiano e trouxe as primeiras 
cabeças de gado. Os primei-
ros jesuítas chegaram ao Brasil com Tomé de Souza, 
chefiados por Manuel da Nóbrega. O jesuíta D. Pero 
Fernandes Sardinha foi o responsável pela construção 
do primeiro bispado, em 1551.
O governo de Duarte da Costa
Em 1553, foi enviado ao Brasil o segundo gover-
nador-geral, Duarte da Costa, que entrou em conflito 
com o bispo Sardinha. Este, ao voltar para Portugal, 
naufragou e foi morto por tribos indígenas. Duarte da 
Costa entrou em conflito com os jesuítas ao dar apoio 
à escravização do índio pelos colonos, contrariando os 
interesses catequizadores da Companhia de Jesus.
Enfrentou a invasão francesa na Baía de Guana-
bara, no Rio de Janeiro, em 1555. Comandados por 
Nicolau Durand de Villegaignon e Gaspar Coligny, 
perseguidos, os huguenotes (calvinistas franceses) 
instalaram-se na ilha de Seregipe fugindo das perse-
guições político-religiosas na França católica. A pre-
ferência pelo Rio de Janeiro se deu pela abundância 
de pau-brasil na Mata Atlântica carioca.
O governo de Mem de Sá
Diante das dificuldades enfrentadas por Duarte 
da Costa, que não conseguiu expulsar os franceses, 
foi enviado Mem de Sá, em 1558, para ser o terceiro 
governador-geral do Brasil. Mem de Sá procurou 
reatar relações com os jesuítas e doou a capitania 
do Rio de Janeiro a seu sobrinho Estácio de Sá, que 
fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, 
em 1.º de março de 1565, para apoiar a expulsão 
Tomé de Souza.
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dos franceses. Mem de Sá ainda contou com o apoio 
dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta 
que pacificou os índios tamoios que apoiavam os 
franceses, por meio do Armistício de Iperoig. Em 
1567, contando com o auxílio de índios Temiminós, 
chefiados por Arariboia, venceram definitivamente 
os invasores franceses.
Apesar do sucesso dos governadores-gerais, 
estes enfrentaram uma série de problemas como 
a grande extensão do território brasileiro, além 
da resistência de alguns donatários em aceitar a 
autoridade dos governadores-gerais. O caso mais 
evidente dessa dificuldade foi o conflito entre Tomé 
de Souza e Duarte Coelho, donatário da capitania de 
Pernambuco, que pediu ao rei que mantivesse sua 
autonomia em relação ao governador-geral, autono-
mia concedida pelo rei.
Mem de Sá.
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Capitania do Rio de Janeiro é o nome que 
recebeu a seção norte da capitania de São 
Vicente.
Outros governos
Com a saída de Mem de Sá, em 1570, foi en-
viado D. Luís Fernandes Vasconcelos para ser o 
novo governador-geral, mas um ataque de navios 
piratas franceses impediu sua chegada. Preocupado 
em garantir a colonização tanto das capitanias do 
Norte quanto do Sul, o rei D. Sebastião de Portugal 
dividiu o Brasil em dois governos-gerais: o Governo 
do Norte (capital na Bahia), comandado por Luis de 
Brito, e o Governo do Sul (capital no Rio de Janeiro) 
sob comando de Antônio Salema. 
Em 1578, a Coroa portuguesa optou pela uni-
ficação dos governos-gerais, sob o comando de 
Lourenço da Veiga e com capital no Rio de Janeiro. 
Em virtude da União Ibérica, em 1621 o Brasil foi 
novamente dividido em dois governos-gerais. O Es-
tado do Brasil tinha sede em Salvador e o Estado do 
Maranhão possuía São Luís como capital. Em 1774, 
procedeu-se a uma nova unificação, com capital no 
Rio de Janeiro, desde 1763.
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União Ibérica: período entre 1580 e 1640 no 
qual os rumos de Portugal e Espanha estiveram 
unidos sob a mesma dinastia.
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Divisão do Brasil em dois governos.
A colônia dividida em dois estados: Brasil e Maranhão.
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As câmaras municipais
As câmaras municipais eram responsáveis pela 
administração dos municípios (cidades e vilas). Possu-
íam como atribuição a conservação das ruas, limpezas 
da cidade, construção de obras públicas (estradas, 
pontes, calçadas e edifícios) regulamentação dos 
ofícios, do comércio, das feiras e mercados, abasteci-
mento de gêneros e cultura da terra. Representavam 
o poder local e constituíam o verdadeiro poder político 
colonial, uma vez que diante da grande extensão do 
território brasileiro, a autoridade dos governadores-
gerais era pouco sentida em nível local. Tal fato favo-
recia o fortalecimento dos poderes locais constituintes 
das câmaras municipais. 
Para participar como vereador das câmaras mu-
nicipais, era necessário o título de “homem-bom” que 
distinguiaos latifundiários escravistas do restante da 
população. A câmara municipal era composta pelos 
almocatéis, que fiscalizavam o cumprimento das 
leis, pelos procuradores (representantes judiciais) 
e um juiz. 
Inicia-se, então, a vinculação histórica no Brasil 
entre propriedade fundiária e participação política.
A ação da Igreja Católica
A administração eclesiástica acompanhou no 
Brasil colonial, a própria evolução administrativa da 
Colônia, ou seja, a criação de capitanias, comarcas 
e freguesias eram acompanhadas pela criação de 
prelazias, dioceses e paróquias. A Igreja Católica 
teve papel relevante no processo de colonização, 
pois gerou a catequização do índio pelos jesuítas e 
a utilização destes como mão-de-obra nas proprieda-
des da Companhia de Jesus. A ação catequizadora 
permitiu a pacificação de tribos hostis, preservando 
dos ataques os primeiros núcleos de povoamento 
que se efetivavam.
O ponto fundamental dos confrontos entre os 
padres jesuítas e os colonos referia-se à escravização 
dos indígenas. Os jesuítas até admitiam a escraviza-
ção do gentio, porém, apenas com fins religiosos e 
não econômicos, como pretendiam os colonos.
Os jesuítas atuaram em duas frentes: 
o trabalho missionário com os índios; •
a educação com a fundação dos colégios. •
Catequese jesuítica.
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Na educação, por meio das ordens religiosas, 
a Igreja monopolizou as instituições de ensino até o 
século XVIII e o ensino desenvolveu-se influenciado 
pela cultura religiosa.
Na ação de catequização, os jesuítas apren-
deram as línguas indígenas, criando, muitas vezes, 
uma cultura híbrida (indígena na forma e católica 
no conteúdo) para facilitar a obra de expansão da 
fé católica, proposta pelo fundador da Companhia, 
Inácio de Loyola. Ao divulgar a fé, os jesuítas pro-
curavam formar novos súditos tementes a Deus e 
obedientes ao rei.
Quanto à escravidão, tanto os jesuítas quanto a 
Igreja Católica, no período colonial, se limitavam ao 
repúdio às torturas e aos maus tratos, não havendo, 
porém, questionamento da escravidão enquanto ins-
tituição: as desigualdades terrenas são reconhecidas 
pelos jesuítas. Dessa maneira, o negro foi excluído da 
catequese e do processo de educação porque existia 
a crença de que ele não tinha alma.
O açúcar
O Brasil é doce como o MEL. Guarde essa frase! 
MEL é o anagrama das três principais características 
da economia açucareira: Monocultura, Escravidão e 
Latifúndio.
Cuidado para não se confundir! O produto é o 
açúcar e não a cana-de-açúcar. Foi desenvolvida a 
agromanufatura açucareira, ou seja, a plantação da 
cana e a produção de um açúcar grosseiro.
Para garantir a exploração do Brasil, Portugal teve 
que sair da esfera da circulação de mercadorias para 
a produção. A escolha recaiu sobre a agromanufatura 
açucareira. O termo agro refere-se à plantação da cana- 
-de-açúcar, enquanto manufatura refere-se à produção 
de um açúcar grosseiro no Brasil, produção integrada 
à lógica do pacto colonial, que garantiria produtos 
tropicais a baixos preços produzidos na colônia. Esses 
produtos seriam revendidos a altos preços na Europa, 
garantindo a balança comercial favorável metropolita-
na, nos quadros da política mercantilista.
Os principais motivos da escolha do açúcar 
como atividade colonizadora do Brasil foram:
o alto valor do produto no mercado internacio- •
nal e a existência de demanda pelo produto;
a prévia experiência portuguesa produzindo o •
açúcar nas ilhas da Madeira e Cabo Verde;
a qualidade do solo (massapê) no litoral nor- •
destino e as condições climáticas, além da pro-
ximidade em relação a Portugal, que diminuía 
os gastos com transporte, fizeram da Região 
Nordeste a principal área produtora de açúcar.
O engenho açucareiro
A produção açucareira estruturou-se como uma 
empresa de base agrícola destinada à exploração 
econômica e à colonização do litoral brasileiro, prin-
cipalmente o nordestino (centro produtor).
O engenho constituía a unidade de produção 
composta por:
unidades do engenho: responsável pelo pro- •
cessamento da cana e preparação do açúcar;
casa-grande: residência do senhor-de-enge- •
nho e seus familiares;
senzala: moradia dos escravos; •
capela: responsável pela fé católica presente •
nos engenhos;
canaviais: plantações de cana-de-açúcar. •
Engenho de açúcar ou Casa-grande.
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A produção açucareira exigia pesados investi-
mentos iniciais, restringindo a participação de pessoas 
de pouco capital do controle de processo produtivo.
O açúcar era colocado em formas para seca-
gem. Era prensado ao sair da forma, recebendo o 
nome de pão-de-açúcar. Os jesuítas, quando viram 
a semelhança entre o morro na cidade do Rio de 
Janeiro e o açúcar desenformado, batizaram-no 
de “Pão-de-Açúcar”.
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Características gerais 
da produção açucareira
A montagem da empresa açucareira obedeceu 
ao sistema de plantation, que em termos gerais 
consistia na produção em larga escala e com mão- 
-de-obra escrava de um produto altamente lucrativo 
no mercado externo. As principais características da 
plantation eram:
Monocultura • : especialização na produção de 
um artigo de real interesse no mercado eu-
ropeu. Com a difusão do consumo do açúcar 
na Europa, ainda na Idade Média, a atividade 
tornou-se altamente rentável, justificando a 
especialização da produção colonial. Por outro 
lado, a especialização em um só gênero faz 
da colônia um grande mercado consumidor 
de produtos metropolitanos.
Escravismo • : utilização de numerosa força 
de trabalho compulsória (escrava): indígena, 
depois negra.
Latifúndio • : grande propriedade de terra.
Participação do capital holandês • : principal-
mente por meio do financiamento dos enge-
nhos, o transporte do açúcar para a Europa, o 
refino do açúcar grosseiro produzido no Brasil, 
além da distribuição do açúcar no mercado 
europeu. Essa participação ocorria, principal-
mente, na região Nordeste do Brasil.
Dependência externa • : havia uma total au- 
sência de autonomia dos produtores e a 
economia ficava atrelada ao mercado euro-
peu e inteiramente voltada para o mercado 
externo. Ou seja, em tempos de valorização 
do açúcar no mercado internacional, os pro-
dutores ampliavam as áreas de cultivo, o que 
gerava uma grave crise de abastecimento a 
partir da carência de gêneros agrícolas para 
a alimentação. Por outro lado, em épocas 
de crise dos mercados europeus, as áreas 
de cultivo de cana restringiam-se, dando 
lugar a lavouras de gêneros essenciais, para 
garantir, pelo menos, alimentos para a mão- 
-de-obra escrava. 
Próximos aos grandes engenhos, gravitavam 
pequenos e médios sítios de colonos brancos, cha-
mados de fazendas obrigadas. Essas fazendas não 
possuíam moendas instaladas, fazendo com que 
os lavradores tivessem que levar a cana produzida 
em suas fazendas para que fosse processada nos 
engenhos, deixando uma parte da produção como 
pagamento dos serviços.
A sociedade 
colonial açucareira
A organização social nas regiões de produção de 
açúcar seguiu as características de uma sociedade 
rural, onde os engenhos eram os núcleos de vida so-
cial. Os escravos, segundo o jesuíta Antonil, eram “as 
mãos e os pés do senhor”, de maneira que eram os 
responsáveis pelas principais atividades braçais.
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o.
Casa de engenho.
Importante destacar o caráter patriarcal da 
sociedade, onde o homem mais velho da família 
senhoril, geralmente o senhor-de-engenho, tinha 
grande poder de influência e decisão frente aos de-
mais colonos. No tópico sobre a sociedade colonial 
encontram-se mais informações e características da 
sociedade do engenho.
A decadência da 
lavoura açucareira
Atéo século XVII, a produção açucareira desen-
volveu-se sem grandes problemas. Porém, quando 
os holandeses foram expulsos do Nordeste brasilei-
ro, em 1654, (tema abordado no próximo capítulo), 
dirigiram-se para áreas nas Antilhas (ilhas de Aruba 
e Curaçao) para produzir açúcar, aperfeiçoando as 
técnicas apreendidas no Brasil desde 1630. Dessa 
maneira, passaram a fazer concorrência aos produ-
tores brasileiros.
Devemos considerar, ainda, a retirada dos 
investimentos holandeses no Nordeste após a ex-
pulsão – a Coroa portuguesa, em crise, após a União 
Ibérica (1580-1640), não podia investir capitais da 
mesma maneira que os holandeses. Resultado: a 
decadência da lavoura açucareira, que não significa 
o fim da produção. Em verdade, o açúcar durante 
muito tempo ainda seria o principal produto agrícola 
de exportação do Brasil, porém já não garantia os 
mesmos lucros de outrora.
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A produção de outros 
gêneros complementares
Paralelamente ao desenvolvimento da lavoura 
açucareira, desenvolveu-se, na colônia, um setor de 
subsistência responsável pela produção de gêneros 
que vinha atender às necessidades básicas dos co-
lonos e dos escravos. 
Os principais produtos complementares foram:
a mandioca, principal produto agrícola de •
subsistência para o consumo interno;
o fumo, que era o produto de exportação que •
servia para aquisição de escravos no mercado 
africano e era cultivado em zonas restritas da 
Bahia e Alagoas; 
aguardente (cachaça), outro produto utilizado •
como moeda na troca por escravos, produzida 
em alguns engenhos equipados com desti-
larias, destacando-se: Pernambuco, Bahia e 
Rio de Janeiro;
o algodão, cultivado no Maranhão e em Per- •
nambuco, usado no fabrico de tecidos de 
baixa qualidade destinados à confecção de 
roupas para os mais pobres e escravos.
(Unicamp) Contestando o Tratado de Tordesilhas, o rei 1. 
da França, Francisco I, declarou em 1540:
“Gostaria de ver o testamento de Adão para saber de 
que forma este dividira o mundo.”
(VICENTINO, Cláudio. História Geral, 1991.)
O que foi o Tratado de Tordesilhas?a) 
Por que alguns países da Europa, como a França, b) 
contestavam aquele tratado?
Solução: `
Tratado entre Portugal e Espanha que partilhava o a) 
novo mundo, ou seja, a América.
Poque foram excluídos dessa partilha, não partici-b) 
pando da exploração das riquezas da América.
(UFPE) Na opinião do historiador Caio Prado Jr., todo 2. 
povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo 
sentido. Este se percebe, não nos pormenores de sua 
história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos 
essenciais.
Assinale a alternativa que corresponde ao “sentido” da 
colonização portuguesa no Brasil.
A colonização se estabeleceu dentro dos padrões a) 
de povoamento e expansão religiosa.
A colonização foi um fato isolado, portanto, uma b) 
aventura que não teve continuidade.
A colonização foi o resultado da expansão marítima c) 
dos países da Europa e, desde o início, constituiu- 
-se numa sociedade de europeus sem nenhuma 
miscigenação.
A colonização se realizou no “sentido” de uma vasta d) 
empresa comercial para fornecer ao mercado inter-
nacional açúcar, tabaco, ouro, diamantes, algodão 
e outros produtos.
A colonização portuguesa teve, desde cedo, o ob-e) 
jetivo de criar um mercado nacional no Brasil.
Solução: `
O “sentido” da colonização está inserido no contexto 
do Mercantilismo, no qual o Brasil inseria-se como uma 
colônia de exploração, voltada para os interesses da 
metrópole, submetida ao pacto colonial. Estão incorretas 
as alternativas “A” que deu ênfase ao aspecto religioso; a 
“B” que diz tratar-se de uma simples aventura; a “C” que 
afirma não ter havido miscigenação (mistura de raças) 
e a “E” que afirma a criação de um mercado nacional 
quando a produção voltava-se para o mercado externo. 
A alternativa correta é a “D”, pois que aborda o 
tema em toda a sua extensão, ou seja, é a mais completa 
e sem erros.
(Unirio) O início da colonização portuguesa no Brasil, 3. 
no chamado período pré-colonial (1500-1530), foi 
marcado pelo(a):
envio de expedições exploratórias do litoral e pelo a) 
escambo do pau-brasil.
plantio e exploração do pau-brasil, associado ao b) 
tráfico africano.
deslocamento, para a América, da estrutura admi-c) 
nistrativa e militar já experimentada no Oriente.
fixação de grupos missionários de várias ordens re-d) 
ligiosas para catequizar os indígenas.
implantação da lavoura canavieira, apoiada em ca-e) 
pitais holandeses.
Solução: `
Durante o período pré-colonial as principais carac-
terísticas foram: ausência de povoamento, envio de 
expedições exploradoras e guarda-costas, exploração 
do pau-brasil. A alternativa correta é a “A” que 
preenche as características básicas.
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(Enem)4. 
De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hugo e seu filho Juquinha, pode-se afirmar que a postura 
de Hugo:
valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desse universo.a) 
desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação para esse b) 
universo.
valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo.c) 
valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não-navegantes.d) 
desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.e) 
Solução: `
A história em quadrinhos protagonizada por Hugo e seu filho Juquinha representa a visão etnocêntrica de mundo. 
Etnocentrismo é o julgamento de um grupo social tendo como referência os valores adotados pela cultura de quem 
está julgando. Essa forma de julgamento sempre indica a superioridade ou inferioridade entre os grupos envolvidos 
na comparação. Atualmente, a ideia do “outro” (alteridade) é a referência para os estudos interétnicos. O “outro” é 
o diferente, nem melhor nem pior. O etnocentrismo resulta na incompreensão das outras culturas. É importante per-
ceber como a noção de que uma cultura é melhor do que a outra legitimou, ao longo da história, a dominação dos 
europeus sob os outros povos.
(Cesgranrio) A organização da administração colonial, 5. 
apesar da conhecida diferença entre teoria e prática, 
estava orientada para garantir a conquista e o seu ren-
dimento econômico, como mostra(m):
subordinação vertical de todas as regiões e órgãos a) 
ao governo-geral.
crescente desvinculação da metrópole após a cria-b) 
ção do governo-geral.
prevalência das câmaras municipais como agentes c) 
de arrecadação do Erário Régio.
concentração nos capitães e governadores das ati-d) 
vidades judiciais em todas as instâncias.
orientação fiscalista e a preocupação com a defesa e) 
predominante em todo o período colonial.
Solução: `
A única alternativa que preenche a orientação pedida na 
questão de garantia da conquista e rendimento econô-
mico é a alternativa “E”, lembrando que orientação 
fiscalista diz respeito à cobrança de impostos.
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(Elite) O problema fundiário brasileiro remonta os primór-6. 
dios da colonização e estende-se até os dias de hoje. A 
prova do Enem de 1998, na questão 55, apresentou os 
seguintes depoimentos:
Depoimento 1
“A minha propriedade foi conseguida com muito 
sacrifício pelos meus antepassados. Não admito invasão. 
Essa gente não sabe de nada. Estão sendo manipulados 
pelos comunistas. Minha resposta será à bala. Esse povo 
tem que saber que a Constituição do Brasil garante a 
propriedade privada. Além disso,se esse governo quiser 
as minhas terras para a Reforma Agrária terá que pagar, 
em dinheiro, o valor que eu quero.” (Proprietário de uma 
fazenda no Mato Grosso do Sul).
Depoimento 2
“Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade 
porque fui despedido quando as máquinas chegaram lá 
na Usina. Seu moço, acontece que eu sou um homem 
da terra. Olho pro céu, sei quando é tempo de plantar e 
de colher. Na cidade não fico mais. Eu quero um pedaço 
de terra, custe o que custar. Hoje eu sei que não estou 
sozinho. Aprendi que a terra tem um valor social. Ela é 
feita para produzir alimento. O que o homem come vem 
da terra. O que é duro é ver que aqueles que possuem 
muita terra e não dependem dela para sobreviver, 
pouco se preocupam em produzir nela.” (Integrante do 
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), 
de Corumbá – MS).
Identifique, historicamente, as origens da questão a) 
fundiária brasileira.
No que se refere à questão fundiária, compare os b) 
textos acima.
Solução: `
As origens da questão fundiária brasileira encon-a) 
tram-se na colonização, onde as sesmarias (latifún-
dios) eram doados apenas às pessoas mais ricas e 
onde trabalhadores eram escravos sem a posse da 
terra na qual trabalhavam.
O primeiro texto defende o direito ao latifúndio b) 
como sendo fruto do “sacrifício” dos antepassados, 
enquanto o segundo é contrário ao latifúndio e de-
fensor da reforma agrária ao afirmar “Eu quero um 
pedaço de terra, custe o que custar”.
(UFRRJ) “Coloquemo-nos naquela Europa anterior ao 7. 
século XVI, isolada dos trópicos, só indireta e longinqua-
mente acessíveis e imaginemo-la, como de fato estava, 
privada quase inteiramente de produtos que se hoje, 
pela sua banalidade, parecem secundários, eram então 
prezados como requintes de luxo. Tome-se o caso do 
açúcar, que embora se cultivasse em pequena escala 
na Sicília, era artigo de grande raridade e muita procura; 
até nos enxovais de rainhas ele chegou a figurar como 
dote precioso e altamente prezado.”
(PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil 
Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1961.)
A colonização do Brasil, a partir do século XVI, permitiu à 
Coroa portuguesa usufruir das vantagens trazidas pelas 
riquezas tropicais. Caracterizam a economia colonial 
brasileira:
O monopólio comercial, a monocultura de exporta-a) 
ção, o trabalho escravo e o predomínio das grandes 
propriedades rurais.
O livre comércio, a indústria do vestuário, o trabalho b) 
livre e o predomínio das pequenas propriedades 
rurais.
O liberalismo econômico, o trabalho assalariado, a c) 
monocultura canavieira e o predomínio das grandes 
propriedades rurais.
O exclusivo colonial, o trabalho escravo, a expor-d) 
tação de ferro e aço e o predomínio das pequenas 
propriedades rurais.
O monopólio comercial, o trabalho assalariado, a e) 
produção para o mercado interno e o predomínio 
das grandes propriedades rurais.
Solução: `
Baseados nas características corretas da economia açu-
careira, a alternativa correta é a “A”. A alternativa 
“B” está totalmente incorreta; na “C” estão incorretos o 
liberalismo econômico e o trabalho assalariado; na “D” 
estão incorretos a exportação de ferro e aço e as peque-
nas propriedades rurais e na “E”, o trabalho assalariado 
e o mercado interno.
(Adaptada) A grande lavoura, no Brasil colonial, 8. 
organizou-se para oferecer em grande escala, para o 
exterior, gêneros tropicais produzidos em quantidade 
ínfima na Europa. A exploração agrária, por esse motivo, 
manteve as características condicionadas pelos objetivos 
mercantis.
Com o auxílio dessas informações, julgue os itens a 
seguir.
Na grande lavoura colonial, que veio a se tornar 1) 
parte da estrutura da formação social e econômica 
brasileira, o latifúndio foi a saída para a obtenção de 
avultada quantidade de produtos com baixo custo 
de produção.
O sistema de donatários permitiu incrementar a 2) 
transferência de imigrantes, à medida que o go-
verno português tornou disponíveis recursos finan-
ceiros e extensões consideráveis de terra no Brasil 
para os interessados.
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Os “objetivos mercantis”, mencionados no texto, 3) 
estavam enquadrados na lógica do capital indus-
trial; ou seja, a produção de matérias-primas nas 
colônias deveria, sobretudo, reduzir o custo de vida 
na Europa.
A exploração colonial fez parte de um conjunto de 4) 
relações, ocorridas de forma lenta e progressiva, 
que envolveram o declínio da aristocracia fundiária 
europeia, o fortalecimento das monarquias nacio-
nais centralizadas e a ascensão da burguesia mer-
cantilista das metrópoles.
Solução: `
1 – Verdadeiro.
2 – Falso, pois a crise demográfica portuguesa impediu 
o incremento da vinda de imigrantes.
3 – Falso, pois o capital industrial é um fenômeno pós- 
-século XVIII, além do que, o objetivo da exploração 
colonial era enriquecer a metrópole e não baixar o custo 
de vida europeu.
4 – Verdadeiro.
(Elite) “O rápido desenvolvimento da indústria açuca-9. 
reira, malgrado as enormes dificuldades decorrentes do 
meio físico, da hostilidade do silvícola e do custo dos 
transportes, indica claramente o esforço do governo 
português em se concentrar nesse setor. O privilégio, 
outorgado ao donatário, de só ele fabricar moenda e 
engenho de água, denota ser a lavoura do açúcar a que 
se tinha especialmente em mira de introduzir. Favores 
especiais foram concedidos subsequentemente àque-
les que instalassem engenhos: isenções de tributos, 
garantia contra a penhora dos instrumentos de produ-
ção, honrarias e títulos, etc. As dificuldades maiores, 
encontradas na etapa inicial, advieram da escassez de 
mão-de-obra. O aproveitamento do escravo indígena, 
em que aparentemente se baseavam todos os planos 
iniciais, resultou inviável na escala requerida pelas em-
presas agrícolas de grande envergadura que eram os 
engenhos de açúcar.”
(FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil, 1980.)
A cana-de-açúcar, desde o início da colonização 
brasileira, foi largamente plantada em solo brasileiro. Nos 
séculos XVI e XVII, produziu o açúcar, principal produto 
colonial da época. No século XX, a cana teve outras 
utilidades, sendo usada, inclusive, como alternativa à 
crise energética:
Identifique três características da economia colonial a) 
açucareira.
Explique de que maneira a cana-de-açúcar foi usa-b) 
da como alternativa à questão energética.
Solução: `
A predominância do latifúndio, da monocultura e a) 
da escravidão. O aluno também poderia citar a pro-
dução voltada para o mercado externo e a submis-
são ao pacto colonial.
Na década de 1970, diante da crise do petróleo, b) 
foi desenvolvido o Pró-Álcool, programa do go-
verno federal de incentivo à produção de álcool 
combustível.
 
(Unirio) 1. 
O monstrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergue-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!”
(PESSOA, Fernando, Poemas Escolhidos. 
São Paulo. Globo, 1997, p.150.)
A epopeia marítima portuguesa, descrita pelo poeta, 
foi revestida de ousadias e destemores, no entanto, 
ela só foi possível porque Portugal, antes de outros 
países europeus, reuniu as necessárias condições para 
a conquista dos mares.
Cite e explique duas precondições que possibilitaram 
o pioneirismo português no processo de expansão 
marítima.
(UFRJ) “Até agora não pudemos saber se há ouro ou 2. 
prata nela, ou outra coisa de metal ou ferro; nem lha 
vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares 
frescos e temperados como os de Entre-Douro e Mi-
nho, porque neste tempo dagora assim os achávamos 
como os de lá. (As) águas são muitas; infinitas. Em 
tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, 
dar-se-á nela tudo; por causa das águasque tem! 
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece- 
-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a prin-
cipal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E 
que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui 
esta pousada para essa navegação de Calicute (isso) 
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bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir 
e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acres-
centamento da nossa fé!”
(Carta de Pero Vaz Caminha ao rei de Portugal em 1.° de maio de 1500.)
Seguindo a evidente preocupação de descrever ao 
rei de Portugal tudo o que fora observado durante a 
curta estadia na terra denominada de Vera Cruz, o 
escrivão da frota cabralina menciona, na citada carta, 
possibilidades oferecidas pela terra recém-conhecida 
aos portugueses.
Dentre essas possibilidades estão:
a extração de metais e pedras preciosas no interior a) 
do território, área não explorada então pelos por-
tugueses.
a pesca e a caça pela qualidade das águas e terras b) 
onde aportaram os navios portugueses.
a extração de pau-brasil e a pecuária, de grande c) 
valor econômico naquela virada de século.
a conversão dos indígenas ao catolicismo e a uti-d) 
lização da nova terra como escala nas viagens ao 
Oriente.
a conquista de Calicute a partir das terras brasileiras e e) 
a cura de doenças pelos bons ares aqui encontrados.
(Fuvest) Os portugueses chegaram ao território, depois 3. 
denominado Brasil, em 1500, mas a administração da 
terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, 
até então:
os índios ferozes trucidavam os portugueses que se a) 
aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo 
assim a criação de núcleos de povoamento.
a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, b) 
impedia a presença portuguesa nas Américas, poli-
ciando a costa com expedições bélicas.
as forças e atenções dos portugueses convergiam c) 
para o Oriente, onde vitórias militares garantiam re-
lações comerciais lucrativas.
os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam d) 
as tribos indígenas ao longo do litoral bem como as 
feitorias da costa sul-atlântica.
a população de Portugal era pouco numerosa, im-e) 
possibilitando o recrutamento de funcionários ad-
ministrativos.
(UFRRJ) A Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, 4. 
ocorrida em 1798, representou por um lado a revolta de 
intelectuais da época, desiludidos com a centralização e 
o despotismo metropolitano e por outro lado, também 
contou com uma significativa participação popular dos 
descontentes com a miséria local. Além dessas causas 
internas, acontecimentos externos, naquele momento, 
agilizaram o processo revolucionário baiano.
Cite dois fatores externos que contribuíram para a) 
a Conjuração Baiana.
Cite dois dos principais objetivos dos conjurados.b) 
(Fuvest) “Na primeira carta disse a V. Rev. a grande 5. 
perseguição que padecem os índios, pela cobiça dos 
portugueses em os cativarem. Nada há de dizer de novo, 
senão que ainda continua a mesma cobiça e persegui-
ção, a qual cresceu ainda mais.
No ano de 1649, partiram os moradores de São Paulo 
para o sertão, em demanda de uma nação de índios 
distantes daquela capitania muitas léguas pela terra 
adentro, com a intenção de os arrancarem de suas terras 
e os trazerem às de São Paulo, e aí se servirem deles 
como costumam.”
(VIEIRA, Pe. Antônio. Carta ao Padre Provincial, 1653, Maranhão.)
Esse documento de Padre Antônio Vieira revela
que tanto o padre Vieira como os demais jesuítas a) 
eram contrários à escravidão dos indígenas e dos 
africanos, posição que provocou conflitos constan-
tes com o governo português.
um dos momentos cruciais da crise entre o governo b) 
português e a Companhia de Jesus, que culminou 
com a expulsão dos jesuítas do território brasileiro.
que o ponto fundamental dos confrontos entre os c) 
padres jesuítas e os colonos referia-se à escraviza-
ção dos indígenas e, em especial, à forma de atuar 
dos bandeirantes.
um episódio isolado da ação do padre Vieira na luta d) 
contra a escravização indígena no Estado do Mara-
nhão, o qual se utilizava da ação dos bandeirantes 
para caçar os nativos.
que os padres jesuítas, em oposição à ação dos co-e) 
lonos paulistas, contavam com o apoio do governo 
português na luta contra a escravização indígena.
(PUC-SP) Personagem atuante no Brasil colônia, foi 6. 
“fruto social de uma região marginalizada, de escassos 
recursos materiais e de vida econômica restrita [...]”, teve 
suas ações orientadas “ou no sentido de tirar o máximo 
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proveito das brechas que a economia colonial eventu-
almente oferecia para a efetivação de lucros rápidos e 
passageiros em conjunturas favoráveis - como no caso 
da caça ao índio - ou no sentido de buscar alternativas 
econômicas fora dos quadro da agricultura voltada para 
o mercado externo [...]”.
(Carlos Henrique Davidoff, 1982.)
O personagem e a região a que o texto se refere são, 
respectivamente:
o jesuíta e a Província Cisplatina.a) 
o tropeiro e o Vale do Paraíba.b) 
o caipira e o interior paulista.c) 
o bandeirante e a Província de São Paulo.d) 
o caiçara e o litoral baiano.e) 
(Unesp) Leia o texto referente à Conjuração Baiana e 7. 
responda.
“Não eram os norte-americanos que serviam de exemplo 
à João de Deus e aos seus companheiros. Eram os sans 
culottes. A 12 de agosto de 1798, apareceram por toda 
a cidade manifestos manuscritos. Dirigidos ‘ao povo 
republicano da Bahia’ em nome do ‘supremo tribunal 
da democracia baiana’ apelavam ao extermínio do 
‘detestável jugo metropolitano de Portugal.”’
(MAXWELL, Kenneth; SILVA, Maria Beatriz N. da. 
O Império Luso-Brasileiro – 1750-1822.)
Como pode ser caracterizada a Conjuração Baiana?a) 
Indique o nome da outra conjuração do século b) 
XVIII, cujos líderes conspiraram em segredo e, to-
mando como exemplo os Estados Unidos, advoga-
ram governo republicano.
(Unifesp) Com relação à economia do açúcar e da pe-8. 
cuária no Nordeste durante o período colonial, é correto 
afirmar que:
por serem as duas atividades essenciais e comple-a) 
mentares, portanto as mais permanentes, foram as 
que mais usaram escravos.
a primeira, tecnologicamente mais complexa, re-b) 
corria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente 
mais simples, ao trabalho livre.
a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura c) 
por causa da escravidão, e na criação de animais 
por atender ao mercado interno.
tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se d) 
formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de 
trabalho compulsório.
por serem diferentes e independentes uma da ou-e) 
tra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de 
comparação entre ambas.
(UFV) Durante o período colonial no Brasil, a desorga-9. 
nização da administração metropolitana e a prática da 
venalidade do funcionalismo real (compra e venda de 
cargos), aliadas às dificuldades de comunicação entre a 
Europa e a América, contribuíram para o crescimento do 
poder dos “homens bons”. Essa expressão era utilizada 
para designar aqueles que: 
integravam a Companhia de Jesus, ordem religiosa a) 
formada em torno de Inácio de Loyola, a qual, no 
Brasil, buscou promover a conversão dos índios ao 
Cristianismo.
podiam eleger e ser eleitos para os cargos públicos b) 
ligados às câmaras municipais, principal instância 
de representação local da monarquia portuguesa.
participaram da Inconfidência Mineira, um levante c) 
contra o governo colonial, no final do século XVIII, 
tendo como uma de suas motivações a cobrança 
da derrama.
habitavam os quilombos e mocambos e lutavam d) 
pela liberdade, sendo em sua maioria comercian-
tes e escravos negros fugidos, de origem africana 
ou nascidos no Brasil. 
integravam as expedições armadas, de caráter ofi-e)cial ou particular, entre os séculos XVI e XVIII, e se 
aventuravam pelo interior do Brasil, em busca de 
ouro ou de indígenas para fazê-los escravos.
(Unesp) No Brasil, costumam dizer que para os escra-10. 
vos são necessários três PPP, a saber, “pau”, “pão” e 
“pano”. E, posto que comecem mal, principiando pelo 
castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que tão 
abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes 
é o castigo. 
(ANTONIL, André João. Cultura e Opulência 
do Brasil por suas Drogas e Minas. 1711.)
Que a crítica ao sistema escravista foi feita pelo au-a) 
tor do trecho apresentado?
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Indique dois motivos que explicam a introdução da b) 
escravidão negra na porção americana do Império 
português.
(UFC) O texto a seguir foi extraído do documento “Re-11. 
presentação da Câmara de Aquiraz ao Rei de Portugal”.
“(...) para a conservação desta capitania será vossa 
majestade servido destruir estes bárbaros para que 
fiquemos livres de tão cruel jugo; em duas aldeias 
deste gentio assistem padres da Companhia que 
foram já expulsos de outras aldeias do sertão (...) 
estes religiosos são testemunhas das crueldades 
que estes tapuias têm feito nos vassalos de vossa 
majestade. (...) só representamos a vossa majestade 
que missões com estes bárbaros são escusadas, 
porque de humano só tem a forma, e quem disser 
outra coisa é engano conhecido.”
(PINHEIRO, Francisco José. Mundos em confronto: 
povos nativos e europeus na disputa pelo território. 
In: SOUSA, Simone de (Org.). Uma Nova História do Ceará. 
Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2000. p. 39.)
A partir da leitura do documento acima, é correto 
afirmar que:
a acirrada reação indígena constituiu uma forma de a) 
resistência à destruição do seu modo de vida.
o projeto português de colonizar, civilizar e catequi-b) 
zar contribuiu para manter a organização tribal.
a ocupação do interior cearense, em virtude da re-c) 
ação indígena, foi iniciada na segunda metade do 
século XVIII.
o domínio do interior cearense pelo colonizador e d) 
a catequese jesuítica foram realizados de modo a 
preservar a cultura indígena.
a Câmara de Aquiraz expressava a preocupação e) 
com a catequese indígena como forma de apazi-
guar o conflito entre os colonizadores e os índios.
“No século XV, os países da Europa precisavam das 1. 
mercadorias produzidas nas Índias e compravam essas 
mercadorias dos comerciantes italianos que cobravam 
muito caro por elas”.
Responda:
Por que Portugal queria comercializar diretamente a) 
com as Índias?
“Portugal e Espanha se empenharam em procurar um 2. 
novo caminho para chegar às Índias e fazer o comércio 
das especiarias sem depender dos italianos”.
Responda:
Quais foram os motivos que fizeram Portugal se des-a) 
tacar como o primeiro nas grandes navegações?
Durante o período das Grandes Navegações, muitos 3. 
navegadores se aventuraram pelos oceanos, visitando 
e descobrindo muitas regiões do mundo.
Responda: Quem foram esses navegadores?
(UECE) Nos primeiros anos do século XVI, os portu-4. 
gueses enfrentaram grande concorrência por parte de 
outras potências europeias para a posse definitiva do 
território descoberto por Cabral. Sobre a presença de 
europeus não-portugueses no Brasil, na primeira metade 
do século XVI, é correto afirmar:
os ingleses, por várias vezes, tentaram estabelecer a) 
colônias nas terras brasileiras, chegando mesmo a 
criar uma “zona livre”, sob controle dos piratas.
espanhóis e holandeses trouxeram para a América b) 
as suas desavenças e conflitos, ocasionando a in-
vasão do Recife no século XVI.
apesar da chegada ocasional de navios estran-c) 
geiros, jamais houve uma tentativa organizada ou 
intenção deliberada de questionar a soberania por-
tuguesa sobre as novas terras.
os franceses, por não aceitarem o Tratado de Tordesi-d) 
lhas, eram os invasores mais frequentes, chegando a 
estabelecerem-se no Rio de Janeiro em 1555-1560.
(UFSM) Sobre a organização econômica, social e polí-5. 
tica das comunidades indígenas brasileiras, no período 
inicial da conquista do território pelos portugueses, é 
correto afirmar:
Os nativos viviam em regime de comunidade pri-I. 
mitiva, em que a terra era de propriedade privada 
dos casais e os instrumentos de trabalho eram de 
propriedade coletiva.
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A divisão das tarefas era por sexo e por idade; II. 
as mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças, 
plantavam e colhiam; os homens participavam de 
atividades guerreiras, da caça, da pesca e da der-
rubada da floresta para fazer a lavoura.
A sociedade era organizada em classes sociais, III. 
sendo o excedente da produção controlado pelos 
chefes das aldeias, responsáveis pela distribuição 
dos bens entre os indígenas.
Os indígenas brasileiros não praticavam o comércio, IV. 
pois tudo que produziam destinava-se à subsistên-
cia, realizando apenas trocas rituais de presentes.
Está(ão) correta(s):
apenas I e II.a) 
apenas I e III.b) 
apenas III.c) 
apenas IV.d) 
apenas II e IV.e) 
(Mackenzie) Enquanto os portugueses escutavam a 6. 
missa com muito “prazer e devoção”, a praia encheu-se 
de nativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a com-
plexidade do ritual que observavam ao longe. Quando D. 
Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram 
e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando e 
dançando (...)
(BUENO, Eduardo. Náufragos Degredados e Traficantes.)
Esse contato amistoso entre brancos e índios foi pre-
servado.
pela Igreja, que sempre respeitou a cultura indígena a) 
no decurso da catequese.
até o início da colonização quando o índio, vitima-b) 
do por doenças, escravidão e extermínio, passou 
a ser descrito como sendo selvagem, indolente e 
canibal.
pelos colonos que escravizaram somente o africano c) 
na atividade produtiva de exportação.
em todos os períodos da história colonial brasileira, d) 
passando a figura do índio para o imaginário social 
como “o bom selvagem e forte colaborador da co-
lonização”.
sobretudo pelo governo colonial, que tomou várias e) 
medidas para impedir o genocídio e a escravidão.
O desmatamento indiscriminado de grandes su-7. 
perfícies florestadas vem sendo criticado por vá-
rios setores da sociedade brasileira. Quais são as 
principais consequências do desmatamento para 
a sociedade?
No período das Grandes Navegações muitos navega-8. 
dores se aventuraram pelos oceanos Atlântico e Índico 
visitando e descobrindo muitas regiões do mundo.
Escreva o nome de dois capitães-mores dessa épo-a) 
ca e as descobertas (ou visitas) que eles realizaram.
(Unesp) Leia o texto e responda.9. 
“Em 1776, a população de Minas Gerais, excluindo os 
índios, superava as 300 000 almas - o que representava 
20% da população total da América portuguesa e o 
maior aglomerado de toda a colônia. Mais de 50% 
da população era negra... O resto compunha-se, em 
porcentagens aproximadamente iguais, de brancos, 
mulatos e outros mestiços de combinações raciais 
inteiramente americanas. Era grande a desproporção 
entre homens e mulheres e, no interior de vários grupos 
raciais, só as mulatas eram mais que os mulatos.”
(MAXWELL, Kenneth; SILVA, Maria Beatriz N. da. 
O Império Luso-Brasileiro, 1750-1822.)
Explique a concentração populacional em Minas a) 
Gerais e o elevado percentual da população de ori-
gem africana.
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
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Exemplifique o que os autores afirmam ser “mestiços b) 
e combinações raciais inteiramente americanas”.
(Fuv10. est) 
“Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem
acontece a Inconfidência.”
(MEIRELES, Cecília. Romanceiro

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